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4 - Grécia e Roma

O documento explora a evolução da arte grega e romana, destacando a transição da representação divina para a humana na Grécia, e a influência da cultura grega na arte helenística e romana. A arte grega é caracterizada pelo naturalismo e busca pela perfeição, enquanto a arte romana é vista como uma continuidade da grega, mas com maior liberdade criativa. A arquitetura romana, incluindo foros e arcos triunfais, simboliza o poder e a riqueza da civilização, refletindo a interpenetração cultural da época.

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4 - Grécia e Roma

O documento explora a evolução da arte grega e romana, destacando a transição da representação divina para a humana na Grécia, e a influência da cultura grega na arte helenística e romana. A arte grega é caracterizada pelo naturalismo e busca pela perfeição, enquanto a arte romana é vista como uma continuidade da grega, mas com maior liberdade criativa. A arquitetura romana, incluindo foros e arcos triunfais, simboliza o poder e a riqueza da civilização, refletindo a interpenetração cultural da época.

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COLÉGIO EQUIPATOS

TURMA:
ALUNO PROFESSOR: MAGELLA MATÉRIA: ARTES
ANTIGUIDADE CLÁSSICA: GRÉCIA E ROMA

ARTE GREGA
A cultura grega, ao contrário da tradição de outras civilizações antigas que tinham como centro a
religião e seus deuses, valorizava extremamente o homem e, por esse motivo, até mesmo os deuses passaram
a ser representados com formas humanas.

O ritmo das transformações da arte grega ao longo de vários séculos (VIII-II a.C.), espalhada por
tantas regiões e em contato com culturas distintas, foi muito diverso. Como legado daquela civilização,
destaca-se a mudança de perspectiva na representação das formas artísticas – de uma arte mais rígida e
esquemática para aquela que busca inspiração na postura naturalista
de representar as coisas. Afirma-se que a dimensão humana
Desde os primeiros
substituiu a dimensão divina e isso se traduziu claramente na busca tempos romanos, o termo
pela simplicidade e pela harmonia em todas as composições da arte clássico esteve associado ao
grega, ainda que os propósitos religiosos continuassem a orientar termo modelo, atribuído a algum
grande parte dessa produção. Isso fez uma grande diferença para a tipo de produção artística ou
arte e a arquitetura daquela civilização, pois já não veremos literária. Para a tradição
ocidental, clássico assumirá
construções e monumentos colossais, ainda que muitos templos sentido de modelo exemplar,
sejam imponentes. sugerindo um conjunto de regras
necessárias para se atingir a
É possível dizer que os gregos passaram a se orientar pelo perfeição. A palavra remete,
olhar para elaborar as formas artísticas, buscando tornar as imagens igualmente, à ideia de
mais vivas, numa representação direta da realidade. permanência, de estabilidade e
de adequação a todo tempo e
lugar. Na arte, o termo está
Os vasos de cerâmica constituem importante fonte de associado à experiência estética
referência para os estudos da iconografia grega antiga. Em pequenas vivida na Grécia, sobretudo no
e irregulares superfícies, neles eram representados fatos religiosos século V a.C. O termo
ou mitológicos, histórias legendárias e épicas, bem como cenas da classicismo refere-se aos outros
vida e dos costumes. momentos e situações em que o
vocabulário e as regras de
composição clássica, nascidas
Os exemplares mais antigos, datando de c. 900-700 a.C., da experiência histórica e estética
pertencem ao chamado período geométrico. São vasos de variados grega, são recuperados
formatos e tamanhos, geralmente destinados à guarda de vinho ou e adaptados a outras condições
azeite, com decoração zoomorfa, posteriormente acrescida de históricas. Chamamos, assim,
de classicismo o que aconteceu
figuras humanas, sobre fundo geométrico.
na Itália no Renascimento, na
França revolucionária e no Brasil
imperial, por exemplo.
A evolução da pintura em vasos mostra que, entre os séculos VII e VI a.C., o estilo geométrico deu
lugar ao estilo com fi guras pretas. Pintadas sobre o fundo rosado da argila cozida, as figuras pretas eram
obtidas por meio do emprego
de um fino verniz à base de
óxido de ferro, que escurecia
após breve período de queima
do vaso. O rosto das figuras
femininas, porém, era pintado
com verniz branco. No fim do
século VI a.C., encontramos
exemplares pertencentes ao
estilo com figuras vermelhas,
ou seja, da própria cor do vaso,
com o fundo pintado de preto.

Além da pintura em
vasos e recipientes de cerâmica,
a partir do século VII a.C.
registram-se pinturas realizadas
em frisos decorativos de
templos, com temas
mitológicos.

A ESCULTURA GREGA
A arte escultural grega é encontrada sob a forma de grandes
esculturas, painéis de relevos nos templos, estatuetas e placas feitas de
metais preciosos (marfim, bronze, madeira e terracota), estas produzidas
por escultores motivados por um forte e poderoso mecenato. Sua função
era, basicamente, religiosa, podendo ser dividida em subcategorias:
esculturas de templos, votivas e funerárias. No entanto, a maior parte
dessa rica e numerosa produção artística foi destruída pelas civilizações
que sucessivamente ocuparam o território grego após sua incorporação ao
Império Romano.

A chamada fase arcaica da arte grega estende-se de 625 a 480


a.C., aproximadamente. Essa fase apresenta esculturas ainda muito
submetidas a esquemas e fórmulas, o que, para alguns especialistas, era
uma maneira de compensar o momento de instabilidade da vida na Grécia.
Os exemplos mais citados dessa fase escultórica grega são as imagens de
Kouros e Kore, das quais ainda existem alguns exemplares, e que estavam
destinadas à decoração de monumentos funerários ou espaços de devoção.
A nudez do corpo masculino dos Kouroi (plural de Kouros, que significa
“moço, homem jovem”) revela como essas figuras guardam a rigidez, a
frontalidade e o esquematismo das estátuas egípcias. Já as Korai (plural
de Kore, que significa "moça") são representadas vestidas, apesar do
modelo frontal, e permitem admirar a beleza do efeito do caimento dos
tecidos e dos fi nos traços do rosto.

Nessa época, a elite se valia da arte para seus objetivos pessoais.


Os gregos encomendavam imagens femininas e masculinas e relevos
diversos inspirados em si mesmos e em membros de suas famílias. O
objetivo era que esses trabalhos fossem reconhecidos pela referência
direta à sua família ou que proclamassem sua riqueza, brilhantismo e
piedade diante das divindades e de sua cidade e não mais exaltassem os
deuses ou governantes.
No plano da representação, os artistas gregos da fase clássica, situada cronologicamente entre 480 e
330 a.C., vão desenvolver maneiras de alcançar uma representação ideal da forma humana. Partindo da
observação da realidade, o objetivo será alcançar o belo ideal por meio de fórmulas e regras geométricas que
alcancem a simetria perfeita, evitem o supérfluo, mantendo apenas o essencial de cada forma. A intenção,
portanto, não era representar a realidade tal qual ela se apresentava aos olhos, mas criar, a partir dela, uma
forma ideal.

Para alcançar esse resultado, os artistas buscaram romper com o rigor egípcio e valorizar o naturalismo
nas obras. Assim, o artista grego escolheu não mais fazer com que a obra fosse uma síntese de tudo o que
existia, com todos os objetos claramente representados, nas formas mais características. Ao contrário, o artista
grego permitia-se a liberdade de escolher o que privilegiaria na representação, assumindo um ponto de vista a
partir do qual realizaria a composição.

Seria incorreto, porém, afirmar que a escultura


grega clássica nada manteve das antigas regras. Muito
da grandeza e da força que apresenta se deve à
observância das antigas fórmulas de representação,
sobretudo quanto à clareza didática das partes do corpo
humano. A diferença, no entanto, estava em que, para
os gregos, essas regras não significavam proibição à
liberdade. A exigência de se evidenciar a estrutura do
corpo, por exemplo, levou os artistas gregos a estudar a
anatomia humana, alcançando um nível que nos permite
imaginar os movimentos dos ossos e músculos sob a
roupagem das figuras.

A linguagem clássica, como se vê, manifesta


esse equilíbrio entre a adesão às regras e a liberdade de
criação dentro dessas mesmas regras. A partir do século
V a.C., percebemos o domínio total da perspectiva, do
movimento e do escorço, elementos que o artista grego
controlava, de acordo com as próprias intenções e
expectativas. Esta é mais uma característica do período:
os artistas não se prendiam às regras já estabelecidas,
buscando soluções pessoais e, muitas vezes, contrárias Cópia romana do Doríforo, de Policleto. Policleto alcançou
àquelas impostas por seus contemporâneos. equilíbrio e ritmo em suas esculturas. Grande estudioso da anatomia
humana, elaborou um conjunto de regras de proporções com base na
relação entre as diversas partes do corpo.
A progressiva aproximação da realidade não O Doríforo resulta da aplicação dessas regras, cujo ritmo
sugerido pela inclinação da cabeça e pela flexão da perna não
significou que os artistas houvessem desistido de buscar compromete a tranquilidade da figura. A linha levemente sinuosa que
a expressão dos valores universais de perfeição e percorre a escultura verticalmente equilibra-se com as linhas curtas
horizontais, que garantem a proporção entre as diferentes partes.
beleza.

A EXPANSÃO GREGA E A ARTE HELENÍSTICA


O termo helenístico refere-se ao processo de contato e fusão da cultura grega com culturas de locais
dominados ou ocupados pelos gregos. Apesar de esse processo ser, como vimos, anterior ao período das
conquistas de Alexandre Magno (329-323 a.C.), o termo é frequentemente associado ao que aconteceu depois
da atuação dele. À expansão territorial conseguida por Alexandre e pelos exércitos, que avançaram sobre o
Egito, a Ásia, o Oriente e a Europa mediterrânea, seguiu-se uma indiscutível expansão cultural e artística.
Verdadeiros centros artísticos se formaram em várias regiões, como Alexandria, no Egito, Pérgamo, Rodes e
Antioquia, na Ásia Menor, atual Turquia.

Para delimitarmos melhor o conceito, podemos dizer que helenístico foi o termo escolhido para
designar a ação de artistas e mecenas do mundo antigo que privilegiaram os estilos gregos de expressão. Após
a expansão do império grego, a cultura e a arte helenística se estabeleceram de forma hegemônica, resultado
de um complexo e diversificado processo de fusão dos elementos gregos com as tradições locais.
Ao longo dos três séculos de cultura helenística, as condições da prática artística mudaram
profundamente. Novos mecenas e patrocinadores estimularam o trabalho dos artistas, começa-se a definir o
fenômeno do colecionismo artístico, a condição social dos artistas tende a mudar, pois o talento passa a ser
valorizado e as obras de arte ganham, progressivamente, um estatuto diferente. É possível afi rmar que,
durante esse período, se formularam muitas questões fundamentais enfrentadas pela história da arte ocidental,
como a valorização do artista, o papel dos patrocinadores da arte e do mercado de arte, a obra de arte como
portadora de valor autônomo. Em meio a tantas mudanças, que incluíam novos tipos de demandas para os
artistas, nem mesmo a arquitetura manteve os padrões. Às duas ordens já formuladas e empregadas pelos
construtores gregos, define-se uma nova: a ordem coríntia. Criada no início do século IV a.C., o nome é uma
homenagem à rica cidade e empório mercantil de Corinto. O elemento mais característico é o capitel, agora
adornado por folhagens acrescidas às volutas jônicas.

No que se refere aos novos códigos e estruturas de expressão, a arte helenística passou a expressar a
tensa relação que emerge do confronto entre os gregos e as populações locais. O confronto permanente com
outros povos significou, para os gregos, uma constante luta contra o “outro”. Entenda-se por “outro” não
apenas os povos ou indivíduos a eles pertencentes, mas toda a cultura.

ARTE ROMANA
A partir da expansão dos grandes impérios antigos e da circulação dos povos por toda a porção
conhecida do mundo naquela época, fi ca difícil falar em culturas “próprias” ou em civilizações “isoladas” e
“autênticas”. O uso das aspas pretende evidenciar que, ao estudarmos a História da Arte, veremos que, daqui
em diante, nenhuma experiência humana está isolada e que uma produção cultural e artística é sempre o
resultado do confronto com outras experiências, modeladas pelas formas de contato estabelecidas entre povos
e regiões.

O que devemos lembrar é que uma civilização ou cultura não sucede a outra por uma simples
linearidade cronológica. Quando falamos em arte e cultura, principalmente, todos esses limites são
questionáveis.

A história da Arte na Roma antiga, termo que se refere não apenas à atual cidade de Roma, mas ao
império que Roma construiu e que se expandiu por grande parte da Europa e do Oriente, é, por esse fato, o
resultado desse processo de interpenetração cultural. Para compreender os significados culturais e artísticos da
diversificada produção romana, dentro e fora da península Itálica, é preciso entender os dois pontos principais
do contexto no qual se destacam o fortalecimento do poder dos generais e depois imperadores romanos, a
complexidade social que acompanha a expansão do poder de Roma e a diversidade cultural resultante dos
contatos entre os romanos e as regiões ocupadas.
Durante a Antiguidade, as civilizações mais organizadas e circunstancialmente mais fortes impunham
o próprio poder sobre regiões e povos menos fortes ou por vezes fragilizados. Foi assim com o domínio da
Grécia sobre as regiões conquistadas, domínio esse que ameaçado pelo avanço persa e finalmente extinto sob
a autoridade de Roma. Também o poder de Roma irá se extinguir, no século V d.C., com a afirmação de
novas potências no mundo político da época.

Para muitos estudiosos, a arte romana é apenas uma continuação da arte grega, praticamente uma
cópia desta. No entanto, devemos reconhecer que, por maiores que sejam as semelhanças, os romanos
lidavam com os padrões gregos com maior liberdade do que os próprios gregos o haviam feito. Um exemplo é
o livre emprego das ordens arquitetônicas gregas no Coliseu romano.

O GRANDE LEGADO DA ROMA ANTIGA: ARQUITETURA

Além da importância e significação estética, associadas às técnicas empregadas e aos estilos


decorativos desenvolvidos ao longo dos vários séculos de domínio dessa civilização, tais construções são um
testemunho evidente do poder, da força e da eficiência de Roma, bem como traduzem a ideia de ostentação e
riqueza dessa civilização.

As cidades romanas têm um papel central no desenvolvimento dessa civilização, abrigando os


edifícios que organizavam a vida econômica e administrativa do império, bem como coordenavam e
orientavam a vida social. Uma das principais referências dessa organização era a construção, nas cidades
romanas, de um espaço aberto nas áreas centrais, chamados foros, usados como locais para a realização do
comércio e também para o exercício da política.

Os arcos triunfais foram erguidos como marcos das vitórias dos generais romanos durante as
conquistas. Inspirados nas portas de cidades helenísticas, logo foram transformados em monumentos isolados
e podiam ser encontrados na Itália, na França, no norte da África e da Ásia. A decoração desses arcos fazia
parte da função comemorativa, trazendo relevos que narravam fatos relacionados às conquistas, à vida dos
generais ou imperadores, bem como elementos arquitetônicos (frontões, colunas, bases, capitéis, etc.).
As colunas comemorativas são outro marco nas cidades romanas. Igualmente destinadas à
comemoração de eventos ou à homenagem a alguma personalidade ou feito, esses monumentos funcionavam,
muitas vezes, como suportes para relevos de altíssima qualidade artística e eficiência como veículo de
propaganda política, como a coluna de Trajano.

Arco de Constantino, Roma (312-315 d.C.) e Detalhe do arco – cena de legionários romanos em batalha militar. Os arcos do triunfo seguiam dois
formatos: com uma arcada única ou com três aberturas, como é o caso deste. O arco de Constantino foi erguido após a vitória de Constantino sobre Maxêncio, então
imperador de Roma. Observe a construção totalmente coberta por esculturas, algumas delas retiradas de arcos erguidos anteriormente pelos imperadores Trajano,
Adriano e Marco Aurélio, considerados bons dirigentes do povo romano.
Entre as construções públicas destinadas à organização civil e administrativa estavam as basílicas, que
tinham a função de palácios de justiça. Papel semelhante coube à sua versão romana, lugar de assembleia
pública, comércio e tribunal de justiça. Tais construções possuíam uma planta retangular comprida, dividida
entre uma nave central e galerias laterais.

Os telhados eram construídos com vigas de madeira encobertas por placas de bronze dourado e os
pisos eram de mármore e pórfiro, um tipo de rocha vulcânica. Com o tempo, o tamanho das basílicas foi
aumentando e os tetos planos de madeira foram substituídos por enormes cúpulas que emergiam de grandes
pilastras. Janelas dispostas sobre a nave garantiam iluminação ao recinto. Tempos depois, com o advento do
cristianismo, a maioria dessas basílicas foi transformada em recinto cristão e a planta foi adotada como
modelo para novas construções religiosas.

O domínio da construção do arco permitiu aos romanos desenvolver plenamente a arquitetura. Dele
resultou a capacidade de construir os imensos aquedutos que são uma marca registrada nas cidades romanas.
No entanto, a principal conquista derivada do uso de arcos foi a habilidade para construir abóbadas e cúpulas,
solucionando o desafio que era construir edifícios com amplas áreas internas, pela incapacidade de fechá-las.
A cúpula do Panteão é o melhor exemplo dessa habilidade, feita com cinco toneladas de concreto e abrindo-se
sobre um diâmetro de 43 metros de base.

O uso do concreto, que reduz o peso da estrutura, foi ainda mais explorado pelo formato em caixotões
da cúpula, que produzem um jogo de luzes e sombras, criando um ambiente de recolhimento e admiração ao
mesmo tempo. Há, no interior do Panteão, uma concreta sensação de espacialidade, favorecida pela luz que
entra no recinto pelo único local possível: um óculo (abertura circular no alto da cúpula) com cerca de 9
metros de largura.

O emprego de abóbadas (de berço ou de aresta, que é o cruzamento de duas abóbadas de berço) foi
recorrente em construções como termas e basílicas, colaborando para dar sustentação aos cada vez maiores
espaços edilícios da Roma imperial.

Panteão, Roma (110-125 d.C.). Originalmente


construído em 25 a.C., sob o consulado de Agripa, o Panteão
(templo dedicado a todos os deuses) foi destruído por um
incêndio em 80 d.C. e mandado reconstruir pelo imperador
Adriano. O Panteão está entre os poucos edifícios antigos
que mantiveram a função religiosa.
Para a história da Arte, as residências romanas são importantes fontes de referência para o estudo das
artes pictóricas na Roma antiga, sobretudo no período imperial. Nas paredes de muitas delas, havia painéis
pintados ou mosaicos que exemplificam a produção pictórica dessa civilização.

Entre as residências dos antigos romanos havia três categorias de construção: a casa senhorial (ou
domus), a residência de campo (as villas, termo empregado até hoje) e os edifícios em andares, subdivididos
em modestas habitações. As casas senhoriais eram mais elaboradas e ricas, construídas em um piso e com
uma série de divisões internas. Podia-se ver, em algumas dessas construções, logo na entrada, uma cisterna
encravada no chão para recolher água da chuva, além de um peristilo, espaço aberto com flores e fonte, na
parte posterior da casa, área de caráter mais privado.

Em Pompeia, uma das cidades soterradas pela erupção do Vesúvio, em 79 d.C., foram escavados
vários exemplares desse tipo de moradia. A descoberta de Pompeia e de algumas cidades vizinhas, igualmente
escondidas sob as lavas do vulcão, aconteceu apenas no século XVIII, quando começaram a ser escavados e
recuperados importantes tesouros da arte e da cultura romanas.

A Vila
dos
Mistérios, em Pompeia, é uma vila com cerca de 100 casas encontradas na área de erupção
do Vesúvio. Observe a exuberância e a beleza dos afrescos e das pinturas.

PINTURAS
O estudo das artes pictóricas na Roma antiga está irreversivelmente limitado pela reduzida quantidade
de vestígios de pintura nos diferentes espaços romanos. Sabemos, por relatos literários e reduzidas fontes
visuais, que os edifícios romanos, públicos e privados, eram extremamente coloridos. Nos prédios públicos,
havia mais quantidade de mármore empregado do que nas residências privadas; assim, o colorido nos
edifícios públicos vinha do emprego de mármore branco na parte externa e colorido na interna, e nas casas
havia uma tendência à imitação do mármore, empregando-se tintas e moldes de gesso. A esse colorido
estrutural agregavam-se, muitas vezes, pinturas e mosaicos que recobriam paredes, chãos e tetos.

Fontes escritas mencionam a existência de painéis de pinturas encomendados pelos vencedores de


batalhas durante os séculos III e II a.C., que desejavam registrar as vitórias em lugares públicos. Os vestígios
mais antigos da pintura romana foram encontrados em túmulos no monte Esquilino e datam desses mesmos
séculos. A principal temática eram as cenas militares, dando-nos a certeza de que essa primeira produção
iconográfica foi dedicada à documentação histórica da consolidação do poder da Roma republicana.

A pintura mural romana, que parece se concentrar nos espaços privados, não demonstra preocupação
com a temática histórica. Era notável a influência da tradição helenística e das escolas gregas do Oriente, mas
os artistas romanos demonstraram uma grande capacidade de reformular essa herança e elaborar novos temas.

As pinturas romanas revelam o interesse dos artistas na construção de imagens que simulam uma
ampliação espacial e misturam realismo e imaginário em cenas pictóricas.

Casa dos Vetti, Pompeia (afresco, c. 62-79


d.C.). Cenas e fi guras mitológicas eram um dos
temas privilegiados na decoração da residência dos
Vetti, rica família de Pompeia. Mesmo que não seja
possível saber ao certo o motivo das escolhas dos
temas dos afrescos pelos comitentes, não há dúvida
de que eram executados.

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