5 Quais as principais características do modelo toyotista de
produção?
Pode-se caracterizar o Toyotismo, resumidamente, como um método
de produção japonês, sustentado pelos princípios da “autonomação”
e do “Just In Time”, com orientação da produção por demanda (ou
seja, só é produzido a quantidade exata requisitada pela procura) e
flexibilização do trabalho e da mão-de-obra.
O Toyotismo pode ser entendido como um modelo de produção,
também conhecido como Modelo Toyota de Produção. Uma de suas
principais características é a “auto-ativação” ou “autonomação”
(Jidoka), que implica na utilização de um mecanismo inserido nas
máquinas, capazes de fazer com que elas parassem em caso de
alguma falha na produção. Esse mecanismo foi criado por Sakichi
Toyoda e pode ser considerado um dos primeiros dispositivos Poka-
yoke (mecanismo à prova de erros, com 100% de inspeção e
detecção de irregularidades na execução da operação). Toyoda havia
desenvolvido esse mecanismo para teares e ajudar sua mãe e
milhares de outros trabalhadores em 1892. Foi só em 1937 que foi
fundada a Toyota Motors Company e passou a produzir carros.
Nos anos 50, Taiichi Ohno, então diretor da empresa e Sakichi
Toyoda, em visita aos Estados Unidos, perceberam um grande
problema nos modelos Fordista e Taylorista: o desperdício de
recursos. Assim, Ohno ampliou o conceito do mecanismo criado por
Toyoda e desenvolveu toda uma cultura e práticas que visavam não
só eliminar tudo o que não agregasse valor ao produto, mas também
produzi-lo com qualidade, entendendo a qualidade como uma
produção com zero defeito.
Os trabalhadores era demandada uma “especialização flexível”. Eles
precisavam estar aptos para trabalhar em grupos na produção,
reparo, controle de qualidade e programação. Assim, a
“autonomação” podia ser observada não só no maquinário, mas
ainda no que diz respeito ao trabalho humano. O trabalhador tinha
autonomia para parar o processo de produção caso fosse detectado
alguma anomalia e providenciar os devidos reparos, evitando defeitos
e/ou refugos. Além disso, a empresa trabalhava com uma produção
flexível que sofria ajustes frequentes de acordo com a quantidade de
produtos solicitada pelos clientes. Com treinamento, os trabalhadores
estavam prontos para fazerem essas adaptações sempre que o
momento pedisse, sem a necessidade de um especialista ou algum
gerente. Os próprios funcionários eram orientados a fazer o trabalho
corretamente logo da primeira vez, evitando, dessa forma, o
retrabalho e o desperdício de materiais. Isso fazia com que fosse
desnecessário o papel de inspetores de qualidade.
O “Just In Time", implica em um processo de fluxo contínuo em que
as partes necessárias à produção chegam na quantidade e no
momento exato em que são requisitadas. Esse método teve seus
benefícios na linha de produção consideravelmente ampliados com a
utilização de cartões que controlavam o fluxo da produção,
conhecidos por Kanban. A empresa Toyota criou o chamado sistema
Kanban que se trata de um sistema de abastecimento e controle de
estoques. Este sistema funciona movimentando e fornecendo itens de
acordo com que vão sendo consumidos, fazendo com que não haja
abastecimento de materiais antes de solicitá-lo no estágio anterior. O
Kanban foi baseado num sistema visual de abastecimento de um
supermercado, conforme os produtos vão sendo vendidos
(consumidos), os espaços vazios vão sendo reabastecidos.
O Sistema Toyota de Produção quebra o paradigma da produção em
massa, desenvolvida por Ford, típica da grande indústria com seus
excessos, e traz a racionalidade e economia para o processo de
produção. Além disso, seu desenvolvimento fez surgir uma série de
métodos que contribuíra e contribuem para a indústria até os dias de
hoje.
Referências:
ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de; AMBONI, Nério. Teoria Geral da
Administração: Das origens às perspectivas contemporâneas. São Paulo. 2007.
MAXIMIANO, Amaru. Teoria Geral da Administração. Atlas, 2012.