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2-Inquerito Policial'

O documento aborda a investigação e o inquérito policial, destacando a função da polícia judiciária na apuração de infrações penais. O inquérito é um procedimento administrativo que visa reunir elementos informativos sobre a materialidade e autoria do crime, podendo ser instaurado de diferentes formas conforme o tipo de ação penal. Além disso, o texto detalha prazos, características e o encerramento do inquérito, enfatizando a importância da legalidade e do respeito aos direitos dos envolvidos.

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O documento aborda a investigação e o inquérito policial, destacando a função da polícia judiciária na apuração de infrações penais. O inquérito é um procedimento administrativo que visa reunir elementos informativos sobre a materialidade e autoria do crime, podendo ser instaurado de diferentes formas conforme o tipo de ação penal. Além disso, o texto detalha prazos, características e o encerramento do inquérito, enfatizando a importância da legalidade e do respeito aos direitos dos envolvidos.

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ESTUDOS DE CASOS E

PRÁTICA PENAL
PROFESSORA DRA. RENATA AP. FOLLONE
1. CONCEITO
INVESTIGAÇÃO E INQUÉRITO POLICIAL
1.1 INVESTIGAÇÃO
• Investigar, para usar os termos da Constituição Federal (art. 144, § 4o) e do Código de Processo Penal, é
“apurar infrações penais e sua autoria”.
“(...) § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da
União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.”

• Essas ações de elucidação, de esclarecimento do fato criminoso são exercidas de variadas formas e pelos
mais diferentes órgãos do Estado (em todas elas, de um modo geral, é fundamental a legalidade), não só
pela polícia. O inquérito policial é apenas um dos meios, mas o principal instrumento investigatório no
campo penal; é exclusivo da polícia judiciária.
1.2 POLÍCIA JUDICIÁRIA (CPP/4º. e parágrafo único)
• A polícia é essencial ao Estado e desempenha duas básicas funções: administrativa e judiciária.
• Polícia judiciária é o ramo da polícia com a tarefa de investigar o fato e sua autoria.
INQUÉRITO POLICIAL
INQUÉRITO POLICIAL

Segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para


preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas, por intermédio de determinados
órgãos; as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, normalmente, estão
atreladas (pela CF
e pelas leis); a incumbência de polícia judiciária – que tem natureza jurídica – é outorgada à polícia
federal e às polícias civis.

• Polícia tem ‘poder de polícia’ (atividade da Administração, inspirada no interesse público, de


limitação, intervenção e disciplina nos direitos, liberdade e bens das pessoas).

(*persecução penal = investigação criminal + processo penal)


1.3 INQUÉRITO POLICIAL:

Divide-se a nossa persecução penal em duas etapas:


1. a primeira fase representada pela investigação preliminar, e
2. a segunda, pela Ação Penal.

O Inquérito Policial é uma das formas de investigação presentes na primeira fase, no entanto, ao contrário do que
muitos pensam, não é a única forma de investigação, pois temos como exemplo o Termo Circunstanciado (art. 69 da
Lei n. 9.099/95) e o “PIC” (procedimento investigatório criminal).

O inquérito policial, é um procedimento administrativo, preservatório e preparatório, instaurado e presidido pela


autoridade policial, com a finalidade de reunir elementos quanto à materialidade delitiva, a autoria e as
circunstâncias da infração penal por meio de diligências investigativas e, assim, fornecer elementos mínimos para
o titular da ação penal embasar a peça acusatória. Possui duas funções: (i) função preservatória; e (ii) função
preparatória.

A primeira função busca evitar a instauração de uma ação penal infundada, de forma que antes se possa investigar
e assim preservar a imagem do investigado, além de evitar custos desnecessários ao erário.

Já a função preparatória, ainda que diferente está ligada na primeira, faz que se tenham elementos mínimos para
embasar a denúncia ou a queixa, e assim dar início ao processo judicial.
ATENÇÃO!
O inquérito policial é um procedimento administrativo, e não processo! Aqui não existe relação jurídica processual, não há
pretensão acusatória e nem sancionadora.

São destinatários imediatos do Inquérito Policial, os titulares da ação penal, no caso o Ministério Público quando a Ação Penal
for pública, e o ofendido ou o seu representante legal, quando a Ação Penal for privada. Por outro lado, o destinatário mediato
é o magistrado.

1.3.1 CARACTERÍSTICAS: Saber as principais características, nos auxilia a visualizar de forma ampla o inquérito policial. Vejamos
as principais características do inquérito policial:

a. Escrito: O art. 9º., do CPP é indicado para fundamentar essa característica. Parte da doutrina indica a necessidade de se
reduzir a termo as diligências investigativas, no entanto, somos da opinião que vai além disso. Na verdade, as diligências
precisam ser documentadas, pois não serão, necessariamente, de forma escrita, conforme art. 405, § 1º., do CPP. Sendo assim,
parte das diligências serão sim escritas, mas também poderão ser registradas por recursos de gravação, técnicas digital ou
simular, inclusive audiovisual.

b. Dispensável: Quer dizer que o inquérito policial não é obrigatório, sendo assim, se já houverem elementos mínimos para
embasar a peça inicial acusatória, será possível propor a ação penal sem a instauração do inquérito policial. Fundamenta-se no
art. 12 do CPP, bem como no art. 39, § 5º., do mesmo diploma legislativo.
c. Sigiloso: O art. 20 do CPP determina o sigilo do inquérito policial, mas não se pode dizer que é um sigilo absoluto, pois não se
aplica ao magistrado, Ministério Público, defensor e ao próprio investigado. Redação de suma importância para a prática criminal
é a Súmula Vinculante 14 do STF, que garante acesso ao advogado aos elementos já documentados nos autos do inquérito e o art.
7º., XIV e § 11, do Estatuto da OAB.

Súmula Vinculante 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa”. O objetivo é assegurar a ampla defesa, mesmo na fase de inquérito
Caso ocorra o descumprimento do teor da súmula vinculante, é possível a utilização da Reclamação Constitucional para o
Supremo Tribunal Federal, e ao contrário do que alguns defendem, é possível sim a utilização de Mandado de Segurança. Além
disso, poderá incorrer em abuso de autoridade nos termos do art. 32, da Lei n. 13.869/2019.

d. Inquisitivo: Também é possível dizer que o inquérito policial é inquisitorial. Tal característica traduz a inexistência do
contraditório e da ampla defesa. A possibilidade de o defensor assistir o seu cliente no decorrer das investigações (art. 7º., XXI, da
Lei n. 8.906/94), não alterou essa característica. Ademais, para aquilo que for necessário, existirá o contraditório diferido, ou
postergado.

e. Discricionário: A autoridade policial irá determinar o rumo das investigações e suas diligências de acordo com o seu
entendimento e necessidades do caso concreto. Dispositivo que retrata muito bem isso, é o art. 14, do CPP que possibilita o
requerimento de diligências, ficando a autoridade policial incumbida da decisão.
f. Indispensável: Não poderá o delegado de polícia arquivar o inquérito policial, nos termos do art. 17, do CPP.
2. ELEMENTOS INFORMATIVOS E PROVAS

Há quem indique como mais uma das características do inquérito policial ele ser informativo, pois bem, mas o que isso significa? A
regra é que no decorrer do inquérito policial se reúnam elementos informativos, ou também chamados de elementos de informação.
Não se deve confundir tais elementos com as provas. As provas, por sua vez, são colhidas, em regra, na fase da ação penal, exceto as
cautelares, não repetíveis e antecipadas art. 155, do CPP. Podemos resumir esse ponto no seguinte quadro:

ELEMENTOS INFORMATIVOS PROVAS

Em regra, na fase da ação penal (exceção: provas cautelares,


Fase de investigação preliminar
não repetíveis e antecipadas)

Em regra, sem a participação das partes Com a participação das partes

Sem ampla defesa e contraditório Com ampla defesa e contraditório

Finalidade:– auxiliar na formação da opinio delict Finalidade:– formar a convicção do juiz quanto aos fatos que
– fundamentar as decisões de medidas cautelares estão em julgamento
3. FORMAS DE SE INSTAURAR UM IQNUÉRITO POLICIAL:

Há várias formas possíveis de se instaurar o inquérito policial, e o ponto crucial para sua determinação será saber qual o tipo de ação penal
do crime a ser investigado, nos termos do art. 5º., do CPP.

ATENÇÃO! A regra é a ação penal pública incondicionada, exceto nos casos em que a lei indicar outra.

1. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA


2. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
3. AÇÃO PENAL PRIVADA

ATENÇÃO!
Poderá ser instaurado inquérito policial com base em “delatio criminis inqualificada” (denúncia anônima ou apócrifa (autoria
duvidosa))?
Pode, no entanto, deverá a autoridade policial verificar as informações que recebeu, por meio de um procedimento chamado de “VPI”
(Verificação de Procedência das Informações), ou ainda de investigação preliminar sumária (art. 27, parág. único, da Lei de Abuso de
Autoridade – Lei n. 13.869/2019).

Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à
falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.
Os elementos mínimos não existem somente para iniciar uma ação penal, para instaurar inquérito policial é preciso que se verifique a
procedência e veracidade das informações, sob pena de responder pelo art. 27 da Lei n. 13.869/2019.
4. PRAZOS E ENCERRAMENTO DO INQUÉRITO

O procedimento investigativo do inquérito policial deverá observar o prazo descrito em lei, nos termos do art. 10, do CPP. Há
diferença de prazo caso o indiciado/investigado esteja preso ou solto. Além da regra geral do CPP, existem outros prazos para
situações específicas:

RÉU PRESO RÉU SOLTO


REGRA GERAL 10 DIAS 30 DIAS
INQUÉRITO POLICIAL FEDERAL 15 DIAS 30 DIAS
LEI DE DROGAS 30 DIAS (+30) 90 DIAS (+30)
CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR 10 DIAS 10DIAS

ATENÇÃO!
Poderão os prazos acima ser prorrogados?
O art. 10, § 3º., do CPP possibilita a prorrogação do prazo quando o indiciado estiver solto, no entanto, com o advento do Pacote
Anticrime tivemos a inclusão do art. 3º., B, § 2º., que possibilita que o juiz das garantias, diante de uma provocação da autoridade
policial, e após a oitiva do Ministério Público, prorrogue apenas uma vez o inquérito policial por 15 (quinze) dias, mas após esse
prazo, caso não se finalize as investigações, deverá a prisão ser relaxada.
Lembre-se: O Ministro Luiz Lux, relator das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305 suspendeu a eficácia dos dispositivos do juiz das
garantias (art. 3º.,-A a art. 3º.,-F do CPP).
Após a realização das diligências investigativas, a autoridade policial deverá finalizar o inquérito policial, por meio de um
minucioso relatório nos termos do art. 10, § 1º., do CPP. Trata-se de peça de caráter descritivo, a opinio delict é do titular
da ação penal, e não do delegado de polícia.
A lei indica como uma obrigação da autoridade policial, no entanto, não é peça obrigatória, afinal, o próprio inquérito é
dispensável. Sendo assim, o relatório não vincula o titular da ação penal, nem mesmo na classificação da conduta indicada.

Os autos de inquérito finalizados, de acordo com a lei, deverão ser remetidos ao Poder Judiciário, e dois caminhos irão
surgir:

1. Primeiramente se a ação penal for privada, os autos devem permanecer no cartório para aguardar a iniciativa do
ofendido ou do seu representante legal, nos termos do art. 19 do CPP.

2. Se o crime for de ação penal pública, os autos serão remetidos para o MP, que poderá:
(i) formalizar o acordo de não persecução penal;
(ii) oferecer denúncia;
(iii) promover o arquivamento;
(iv) requerer novas diligências;
(v) declinar a sua competência;
(vi) ocorrer conflito de competência.
PEÇA PRÁTICA
Dos crimes contra a vida
Dos crimes contra a + violência doméstica/gênero Das lesões corporais
Honra – CP/138 a 145 CP/121 a 128 CP/129

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA


(CP/121 A 154-B)

Da rixa Da periclitação da saúde


CP/137 e da saúde-CP/130 a 136

Dos crimes contra a liberdade


Individual – CP/146 a 149-A

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