FICHAMENTO SOBRE O LIVRO “SABER VER A ARQUITETURA” DE BRUNO
ZEVI
THAMIRES TOJAL GOMES CORUMBA
DESENHO, PAISAGEM E CIDADE
11/04/2025
ARQUITETURA E URBANISMO - 1ºPERÍODO
INTRODUÇÃO
Bruno Zevi propõe uma abordagem inovadora para compreender a arquitetura, defendendo que
seu principal elemento é o espaço interno e a experiência do observador. Ele critica a análise
puramente visual e enfatiza a importância de “sentir” a arquitetura.
Capítulo 1 – A Ignorância da Arquitetura
Zevi começa destacando como a maioria das pessoas (até mesmo críticos e estudiosos) não
entendem de fato o que é arquitetura. Ele critica o hábito de se julgar construções apenas pela
aparência externa, pelas fachadas, sem considerar o espaço interior, que é o verdadeiro coração
da arquitetura. Ele compara isso com julgar música apenas pela partitura, sem escutar a melodia.
Ideia central: arquitetura deve ser vivida e experimentada, não apenas vista.
Páginas 18–20:
“A maioria das pessoas ignora o sentido da arquitetura porque a observa como estática, sem
compreender seu valor espacial e vivencial. ”
Páginas 21–23:
“Julgar arquitetura pelas fachadas é como julgar música por partituras: perde-se a essência
sensorial da experiência. ”
Páginas 24–26:
“A arquitetura é mal interpretada por leigos e críticos por não ser compreendida como uma arte
do espaço, mas como uma arte visual bidimensional. ”
Páginas 27–29:
“Fotografias, maquetes e desenhos não transmitem o espaço como ele é realmente vivenciado:
em movimento e profundidade. ”
Páginas 30–32:
“A educação estética precisa incluir a percepção espacial para formar um público capaz de
realmente ‘ver’ arquitetura. ”
Capítulo 2 – O Espaço, Protagonista da Arquitetura
Neste capítulo, Zevi declara que o espaço é o verdadeiro protagonista da arquitetura. Ele mostra
que a arquitetura só começa a existir quando há organização do espaço interior. O autor critica a
ideia de que a arquitetura seja apenas arte visual (como pintura ou escultura) e afirma que ela é,
acima de tudo, arte do espaço.
Ideia central: entender arquitetura é entender a organização espacial.
Páginas 33–35:
“A arquitetura nasce quando o espaço interno adquire forma; é o espaço, e não a estrutura, que
deve ser compreendido como protagonista. ”
Páginas 36–38:
“O verdadeiro conteúdo da arquitetura está no interior: no espaço que acolhe a vida e suas
atividades. ”
Páginas 39–41:
“Espaço arquitetônico não é apenas volume vazio, mas forma organizada que desperta sensações
no observador. ”
Páginas 42–44:
“A arquitetura moderna redescobre o espaço como elemento central, rompendo com a tradição
da fachada ornamental. ”
Páginas 45–47:
“Compreender arquitetura é caminhar por ela, sentir seu ritmo, sua continuidade, sua relação
com o corpo humano. ”
Capítulo 3 – A Representação do Espaço
Aqui, Zevi aponta as limitações dos meios tradicionais de representar arquitetura (plantas, cortes,
fachadas, fotos). Esses meios não conseguem capturar a experiência espacial, o movimento e a
vivência. Ele defende o uso de meios mais dinâmicos como o cinema e maquetes animadas.
Ideia central: as representações técnicas da arquitetura não substituem a vivência do espaço real.
Páginas 48–50:
“As representações tradicionais – planta, corte e fachada – são insuficientes para expressar a
experiência do espaço arquitetônico. ”
Páginas 51–53:
“Fotografias e desenhos congelam o movimento e a profundidade, criando uma imagem
distorcida da arquitetura real. ”
Páginas 54–56:
“O ensino e a crítica da arquitetura precisam adotar métodos que valorizem a percepção do
espaço como vivido, não como visto. ”
Páginas 57–59:
“O cinema e a maquete animada são mais eficazes para transmitir o caráter dinâmico do espaço
arquitetônico. ”
Páginas 60–62:
“A visualização tridimensional, fluida e contínua é fundamental para aprender a ‘ver’ arquitetura
corretamente. ”
Capítulo 4 – As Várias Idades do Espaço
Zevi faz um passeio histórico pela arquitetura, mostrando como cada época desenvolveu um
modo próprio de lidar com o espaço: do espaço fechado e denso da Idade Média ao espaço
dinâmico e fluido da arquitetura moderna. Ele analisa estilos como o clássico, gótico,
renascentista, barroco e moderno sob a ótica da organização espacial.
Ideia central: o conceito de espaço muda ao longo do tempo, refletindo cultura e sociedade.
Páginas 63–65:
“Cada época desenvolveu um conceito próprio de espaço: da clareza clássica ao dinamismo
barroco e à fragmentação moderna. ”
Páginas 66–68:
“O espaço românico era introvertido, o gótico explodia verticalmente, o renascentista buscava
equilíbrio e simetria. ”
Páginas 69–71:
“O barroco rompe com o estático e impõe movimento ao espaço, abrindo caminho para a
percepção moderna. ”
Páginas 72–74:
“O século XIX, dominado pelo ecletismo, esquece o espaço e se fixa em estilos históricos,
perdendo vitalidade. ”
Páginas 75–77:
“A arquitetura moderna revaloriza o espaço como expressão de função, estrutura e experiência
sensorial. ”
Capítulo 5 – As Interpretações da Arquitetura
Neste capítulo, o foco é a arquitetura moderna. Zevi destaca características como assimetria,
liberdade formal, integração com o ambiente e fluidez espacial. Ele mostra como o movimento
moderno rompe com as regras clássicas e propõe uma nova forma de pensar o espaço
arquitetônico.
Ideia central: a arquitetura moderna liberta o espaço, valorizando a experiência e o uso.
Páginas 78–80:
“A interpretação formalista reduz a arquitetura a proporções e ornamentos, ignorando o espaço
como elemento vital. ”
Páginas 81–83:
“Críticos que se atêm à aparência externa negam a natureza essencialmente vivencial da
arquitetura. ”
Páginas 84–86:
“Uma leitura adequada deve considerar o contexto histórico, cultural e funcional que molda o
espaço arquitetônico. ”
Páginas 87–89:
“Arquitetura não é escultura nem pintura aplicada: é arte do espaço funcional e habitável. ”
Páginas 90–92:
“A crítica moderna deve integrar a percepção do espaço, o uso, e a emoção provocada na
experiência do ambiente. ”
Capítulo 6 – Para uma História Moderna da Arquitetura
O último capítulo é quase um “guia” prático. Zevi ensina como observar uma obra arquitetônica
corretamente: entrando, caminhando, sentindo o espaço e seu ritmo. Ele enfatiza que ver
arquitetura é um ato ativo, que envolve o corpo, o olhar e o movimento.
Ideia central: para “ver” arquitetura, é preciso vivê-la — como um passeio, uma descoberta.
Páginas 93–95:
“A história da arquitetura deve ser reescrita sob a ótica do espaço, e não das fachadas ou estilos
decorativos. ”
Páginas 96–98:
“Uma nova história exige que se revejam os critérios de julgamento, privilegiando a experiência
do espaço interior. ”
Páginas 99–101:
“O ensino da arquitetura deve formar uma nova sensibilidade espacial, abandonando a tradição
academicista.”
Páginas 102–104:
“A arquitetura moderna não é uma ruptura formal, mas uma revolução espacial que redefine a
maneira de habitar o mundo. ”
Páginas 105–107:
“Ver arquitetura é um ato ativo, educável, que transforma o olhar e a relação com o espaço
cotidiano. ”
Resenha Crítica
Um livro indispensável para quem deseja compreender profundamente o conceito de arquitetura.
Bruno Zevi questiona a perspectiva convencional e sugere uma mudança radical na maneira
como percebemos os espaços: não mais como elementos visuais imóveis, mas como vivências
vividas em movimento e tempo. A linguagem é compreensível, porém carregada de
profundidade. O livro nos incentiva a reaprender a ver e a perceber a arquitetura além das
fachadas e enfeites. O mais impactante é o seu apelo à sensibilidade: Zevi demonstra que todos
temos a capacidade de enxergar arquitetura - basta estarmos abertos para sentir com o corpo, e
não somente com os olhos.