Módulo 8 - TCC aplicada ao Contexto Escolar/Educacional
#1 – O psicólogo Escolar e suas atribuições
A psicologia escolar e a sua prática estão muito relacionadas ao contexto social,
histórico e politico vivenciado na época. A psicologia escolar e educacional tem uma
herança histórica inicial, que influenciou a prática da psicologia da educação associada
à psicometria e ao desenvolvimento de intervenções clinicas individuais em instituições
de ensino.
O psicólogo escolar era apenas um psicometrista, que por meio de testes, laudos e
diagnósticos avaliava as crianças indicando em que áreas essas apresentavam problemas
escolares, olhando para esse aluno como centro das dificuldades e problemas
educacionais.
O psicólogo escolar/educacional então:
Psicometrista
Intervenções clinicas e individuais
Aplicação de testes e elaboração de diagnósticos e laudos
O psicólogo passa a ser chamado à escola, com a função de trazer soluções aos
problemas dos alunos, visão individualizante e culpabilizada.
O aluno era tido, nessa época, nessa visão inicial da prática da psicologia
escolar/educacional, como sendo o problema, sendo aquele que é depositado o fracasso
escolar, ele era a causa dos problemas educacionais. Em nenhum momento, nessa visão
inicial, pensava em questionar a educação, a relação pedagógica, os contextos sociais,
políticos e econômicos. Então, o aluno era aquele que era o responsável pelo fracasso
escolar, pela dificuldade de aprendizagem, não questionando outras possibilidades como
a pedagógica.
Nesses momentos iniciais, todos os problemas escolares, tanto os referentes à não
aprendizagem como os pertinentes a problemas comportamentais, eram atribuídos aos
alunos-problema ou então às suas famílias, consideradas, “desestruturadas” ou
“incapazes”.
Essa forma de atuação do psicólogo levou a estigmatização do aluno que não se
encaixava nos modelos vigentes, e isso levou ao segregacionismo, a exclusão da escola.
O descontentamento, como o tipo de atuação segregacionista por parte dos
profissionais, levou a uma crise na psicologia escolar que iniciou nos fins dos anos 1970
até o início dos anos 2000. A partir de 2000, depois da efervescência de todas as
mudanças políticas, foi observado um avanço na discussão teórica sobre a atuação do
psicólogo escolar.
Foram discutidos temas como:
A atuação institucional (não um olhar individualizado/clínico);
A participação do psicólogo escolar na formação de professores e na elaboração
do projeto político-pedagógico da escola;
A realização de estágios com metodologias de pesquisa-ação.
Atualmente, a psicologia escolar busca compreender o fenômeno educacional como
sendo produto das relações estabelecidas no interior do espaço escolar (relação entre
pares, entre professores, entre alunos e professores, entre família e instituição, etc.),
sendo que nesse espaço é perpassado pelas politicas educacionais, pela história local e
pelas inter-relações entre os sujeitos que o constituem.
Em nenhum momento o psicólogo escolar deve atuar dentro de uma visão
individualizada na escola, com práticas curativas ou patologizantes. Mas deve atuar de
forma preventiva e, principalmente, de promoção de saúde.
Faz-se necessário que o psicólogo escolar conheça os indivíduos em que atua, com suas
histórias, culturas e especificidades. A psicologia, nesse sentido, deve assumir uma
dimensão crítica e política, apresentando uma preocupação constante com a realidade
social.
Uma teoria importante que vem conquistando o seu espaço na Psicologia Escolar é a
Terapia Cognitivo-Comportamental. O princípio básico da TCC – de que a interpretação
e a percepção que o ser humano faz sobre situações acerca de si mesmo, dos outros, do
mundo e do futuro irá influenciar e modular as maneiras de pensar, sentir e agir – é
compatível com a visão integral de ser humano que a psicologia escolar propõe.
Algumas das atribuições do profissional de Psicologia Escolar/Educacional são:
Dar suporte e integrar a equipe pedagógica, participando do debate sobre os
processos de ensino e aprendizagem, auxiliando na compreensão e fatores que
interferem neste;
Auxiliar nas reflexões sobre metodologias e estratégias que envolvem os
Processos de Aprendizagem;
Participar da construção do plano politico pedagógico da instituição, debate
curricular e planejamento educacional;
Oferecer recursos para a compreensão do desenvolvimento do aluno;
Promover espaços de dialogo e mediar eventuais situações de conflito;
Promover a cidadania para a autonomia, visão crítica, estimulo à criatividade,
responsabilidade e respeito mutuo e educação socioemocional;
Contribuir na formação dos educadores;
Realizar, no contexto educacional, intervenções preventivas que promovam
grupos de discussão e outras formas de atendimento que não se centrem apenas
em praticas avaliativas ou clinica terapêutica;
Realizar projetos articulados com a aquisição de conhecimentos;
Orientar com relação aos desafios nos processos de inclusão social.
Exercícios
1. Pode-se afirmar que, na atualidade, a psicologia escolar: I – Dá importância
aos processos que ocorrem no interior da escola. II – Reconhece a
necessidade de encontrar modelos teóricos que superem a visão
patologizante da criança. III – Afirma que a autonomia em relação ao corpo
dirigente da escola não se faz necessária. IV – Trabalha apenas com as
queixas relacionadas aos alunos.
R= Apenas a I e a II.
2. O exercício profissional do psicólogo escolar envolve atividades como: I.
Atuação clínica frente aos possíveis problemas emocionais apresentados
pelos professores como depressão, ansiedade, entre outros. II.
Desenvolvimento de trabalhos voltados à orientação de pais e professores,
quanto às dificuldades de aprendizagem apresentadas por alunos. III.
Atuação preventiva com grupos de alunos frente a assuntos relacionados à
sexualidade, drogas, entre outros. IV. Atuação no combate à violência na
escola, com atividades terapêuticas para trabalhar aspectos psicoafetivos
das pessoas envolvidas. Está correto o que se afirmar em:
R= II e III e IV, somente
3. Cabe ao psicólogo escolar desenvolver atividades de cunho preventivo e
educativo, tendo inclusive a prevenção como foco de atenção primária.
Sendo assim, seria incoerente afirmar que:
R= O trabalho de remediação é mais relevante do que o preventivo, pois permite
reparar uma situação problema já instalada.
4. O fazer profissional do psicólogo, no âmbito da escola, exige que ele tenha
conhecimentos que o instrumentalizem em sua prática. Torna-se
imprescindível que o psicólogo escolar seja capaz de compreender os
fenômenos próprios desse contexto, à luz das legislações e normativas
vigentes. Sendo assim, assinale a alternativa cuja afirmação está
equivocada.
R= Os Parâmetros Curriculares Nacionais são mais ajustados ao conhecimento
do pedagogo e, portanto, não são necessários ao trabalho do psicólogo.
5. Torna-se imprescindível a atuação do psicólogo escolar na elaboração de um
projeto interventivo, que auxilie a equipe pedagógica dos diferentes níveis
da educação formal a lidar de forma mais eficaz com os alunos com altas
habilidades/superdotação. Com base nessa consideração, assinale a
alternativa que não estaria coerente com a atuação do psicólogo escolar.
R= O psicólogo escolar poderia desenvolver um trabalho psicoterapêutico junto
ao aluno com altas habilidades/superdotação, de modo a aprimorar ainda mais as
habilidades desse aluno.
#2 – Terapia Cognitivo-Comportamental na escola
A TCC é uma das abordagens da psicologia, que foi desenvolvida por Aaron Beck, e se
trata de uma teoria estruturada em metas e direcionada para a resolução de problemas. A
ideia central da TCC é a da relação entre pensamentos, emoções e comportamentos. A
compreensão da TCC é que as crenças de uma pessoa influenciam bastante no que ela
sente e em como ela se comporta e se relaciona com outros. Essas características fazem
da TCC uma abordagem muito rica para o trabalho na escola, pois sua diretividade
contribui para a efetivação das intervenções do psicólogo.
Ex.: Um aluno pode apresentar rendimento baixo nas provas por conta de distorções
cognitivas ligadas à baixa autoestima e ao sentimento de incapacidade.
SITUAÇÃO PENSAMENTOS EMOÇÕES REAÇÕES COMPORTAMENTO
FISIOLOGIC
AS
Realizar uma - Eu vou esquecer - Medo - Dor de - Paralisar
prova tudo - Angústia cabeça - Não realizar a prova
- Eu vou tirar nota - Dor de
baixa estomago
- Tremor
Uma das técnicas da TCC muito interessante para esse trabalho é a de registro de
pensamentos disfuncionais. Ela serve para identificar e trabalhar as crenças e pode ser
utilizada em diversos casos – como orientação profissional ou aumento da motivação.
Outra intervenção bastante útil nas escolas é a de treino de habilidades socioemocionais,
a partir do qual o psicólogo escolar auxilia a pessoa a desenvolver melhor sua
capacidade de relacionamento interpessoal.
A aplicação da TCC em escolas não se limita aos alunos. Também é função do
psicólogo estar junto às famílias e, principalmente, aos professores para proporcionar
mais qualidade na educação.
A atuação em Psicologia escolar envolve saberes próprios da área e a função do
psicólogo escolar/educacional é acompanhar os processos escolares, contribuindo para a
qualidade da aprendizagem e das relações. Em geral, suas atividades são voltadas para o
coletivo, exercer e aplicar os conhecimentos que possui da TCC, dentro de uma
perspectiva grupal, com foco em uma leitura institucional, de relações que se
estabelecem a partir de vivencias, crenças e contextos complexos, como realização de
palestras com alunos, participação d=em reuniões com as famílias, formação e
orientação de professores, etc.
A TCC permite que o psicólogo escolar entenda os membros da instituição educacional
como inseridos em um contexto amplo, de forma que a história de vida de cada um
(influenciada pelos aspectos históricos, sociais e culturais) estará alinhada à maneira
como compreendem o espaço escolar, a sua relação com ele e a maneira que agem
diante dele.
Uma das principais contribuições da TCC para o trabalho da psicologia educacional é a
sua objetividade. Afinal, ser guiado por metas e apresentar intervenções pontuais para os
problemas são características importantes na rotina escolar – que costuma ser marcada
por muita dinamicidade e rapidez. Logo, um psicólogo que utiliza TCC consegue atuar
de forma mais efetiva na percepção e resolução de problemáticas relevantes para a
escola.
O psicólogo escolar, utilizando-se a TCC nas instituições de educação, promove muitos
benefícios:
A TCC trabalha o presente para o ato de resolver os problemas que estão
surgindo normalmente, e estão trazendo conflitos e sofrimentos no presente,
sendo situações que precisam ser resolvidas a curto e médio prazo. Essa é uma
característica da TCC.
No ambiente escolar ela tem sido uma metodologia eficaz e objetiva, que
funciona a curto prazo, o que é uma grande vantagem.
O desenvolvimento emocional: as crianças e adolescentes ampliam sua
capacidade de identificar e controlar emoções, o que contribui para a diminuição
da ansiedade em alunos.
O acompanhamento psicológico também faz diferença na qualidade do ensino,
ajudando a driblar as dificuldades e aumentar os rendimentos nos estudos.
As relações entre alunos, professores, famílias e demais profissionais se tornam
mais tranquilas e produtivas a partir da aplicação da TCC em escolas.
Exercícios:
1. Complete a lacuna abaixo, de acordo com a principal ideia da Terapia
Cognitivo-Comportamental: As ____________________ de uma pessoa
influenciam bastante no que ela sente, e em como ela se comporta e se
relaciona com outros.
R= Crenças.
2. A matéria-prima da Terapia Cognitivo-Comportamental é o pensamento e
pode ser dividido em três níveis de cognição. Assinale a alternativa CORRETA
que corresponde aos níveis de cognição:
R= Crenças Nucleares, Crenças Subjacentes, Pensamentos Automáticos.
3. A atuação do psicólogo escolar / educacional dentro de uma abordagem
cognitivo- comportamental envolve: I. A aplicação da Terapia Cognitivo-
Comportamental em escolas não se limita aos alunos, atuando também junto
às famílias e aos professores para proporcionar mais qualidade na educação.
II. Entre as técnicas para mudanças de comportamento dentro da Terapia
Cognitivo- Comportamental temos o controle de stress, ensinando maneiras
eficientes de respiração, relaxamento muscular e técnicas cognitivas para
ajudar no controle da angústia. III. A prática dentro da escola da Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC) não será a de exercer sua “versão” clínica
individualizada.
R= I e II, somente.
4. Assinale a alternativa incorreta em relação aos benefícios da Terapia
Cognitivo- Comportamental na escola:
R= Desenvolvimento individual dos alunos com atendimento clínico no contexto
educacional.
5. A atuação do psicólogo escolar deve estar voltada ao desenvolvimento de
atividades de cunho preventivo e educativo. Sendo assim, ao aplicar a teoria da
Terapia Cognitivo-Comportamental no contexto educativo seria coerente:
R= O psicólogo escolar atua com ênfase no presente, de forma diretiva com
estabelecimento de metas e resolução de problemas, com foco em uma leitura
institucional, dentro de uma perspectiva grupal no desenvolvimento de relações que
se estabelecem a partir de vivências, crenças e contextos complexos, como
realização de palestras com alunos, participação em reuniões com as famílias,
formação e orientação de professores etc.
#3- Intervenções e possibilidades de atuação da TCC na escola
1 – Educadores e equipe institucional
Na presença de uma queixa escolar (o que pode ser a queixa a um único aluno, a uma
classe, aos comportamentos no recreio, aos relacionamentos entre professores etc.), o
trabalho do psicólogo em nível institucional iniciará com os educadores e a equipe
institucional, visto que ela será entendida como relativa ao funcionamento institucional.
Quando há uma queixa, o psicólogo terá a função de conversar com o professor ou com
a equipe pedagógica sobre o que observou (período de observação da situação-
problema), explicando seus pontos de vista e suas constatações. A queixa pode vir do
professor, e não de um aluno ou uma turma especifica. Novamente, é priorizada uma
atuação conjunta, reflexiva e simétrica, em que o psicólogo pode identificar distorções
por parte dos envolvidos nas mais diversas queixas, assim como compreender suas
crenças.
2 – Pais e familiares
Pais e familiares, assim como os educadores, podem ser envolvidos no processo de
atuação do psicólogo quando há queixas escolares ou com o objetivo de promover
saúde, por meio da inserção da comunidade.
- Queixas escolares: Os pais devem ser contatados sempre e são chamados apenas
quando a intervenção junto à escola e aos professores não foi suficiente para a
compreensão da dificuldade em suas causas e consequências.
- Prevenção e promoção de saúde: O psicólogo pode também entrar em contato com
os pais, em reuniões de pais e mestres, promovendo uma mediação na relação dos pais
com a escola, inteirá-los do funcionamento pedagógico, fazer convites para atividades
de promoção de saúde dentro da escola.
3 – Alunos
A intervenção com os alunos pode advir de:
Uma demanda específica
Promoção e prevenção a fatores de risco ao desenvolvimento
As queixas escolares e o tipo de intervenção preventiva podem variar de acordo com a
idade. Questões relacionadas ao desenvolvimento costumam aparecer com maior ênfase
em crianças mais novas, e crianças do ensino fundamental são as que com mais
frequência expressam as queixas escolares, como dificuldades de comportamento e de
aprendizagem, ou até o bullying.
Com adolescentes, as queixas podem continuar, apesar de terem outros focos (mais
relacionados às questões da adolescência), e podem surgir outras, como a necessidade
de orientação profissional e a preocupação com o vestibular.
Independente de qual seja o motivo da intervenção, o psicólogo deve estar a par do que
é esperado de cada faixa etária, seus limites e suas potencialidades, com conhecimento
aprofundado sobre o desenvolvimento humano.
O psicólogo não deve realizar atendimento clinico individual no contexto escolar, mas
isso não impede de, em algumas situações, ele ter contato individualizado com o aluno
para que possa ter mais compreensão da situação e, posteriormente, realizar os
encaminhamentos devidos. O psicólogo pode promover grupos de orientação
específicos para o tipo de demanda, como grupos de orientação sexual ou grupos de
orientação profissional.
4 – Atendimento a demanda escolares
Ao atuar no contexto escolar, faz sentindo que o terapeuta cognitivo-comportamental
busque intervir, então, com educadores e pais.
Pode ser um desafio para o profissional não atuar diretamente com os alunos ou o grupo
de alunos que apresentam a queixa, visto a formação prioritária em psicologia clínica;
entretanto, o psicólogo escolar com formação em TCC deverá usar de seus
conhecimentos sobre TCC e sobre as queixas escolares e, buscando formas de atuar
institucionalmente, possivelmente psicoeducando e orientando educadores e pais, e,
então, se necessário, promovendo intervenção grupal com alunos.
- Inclusão: os educadores devem ser informados quanto a conhecimentos do transtorno,
seu funcionamento, suas implicações para a vida do aluno e a de pessoas próximas a ele,
serem auxiliados a identificar problemas específicos, definir objetivos em relação ao
aluno, estabelecer e monitorar planos de ação.
De forma conjunta com professores e equipe pedagógica, discutir sobre a inclusão,
conceito e as formas de complementar e praticar as políticas públicas sobre a educação
inclusiva.
5 – Prevenção e promoção de saúde e qualidade de vida
Atualmente, os psicólogos escolares parecem estar mais preocupados com a necessidade
de redimensionar sua atuação e de empreender atividades mais promotoras de saúde e
de desenvolvimento humano na educação. O tema da prevenção e da promoção de
saúde na escola é bastante amplo e diversificado e engloba ações voltadas a grupos
amplos, que ainda não apresentam dificuldades e antecedem o surgimento de problemas
psicológicos, com caráter psicoeducativo.
Tais ações objetivam romper o ciclo vicioso que gera problemas sociais, emocionais,
cognitivos e comportamentais e visam ao desenvolvimento, direto ou indireto, de
competências especificas que propiciem o bem-estar e a qualidade de vida dos sujeitos.
Exercícios:
01. Analise as seguintes afirmações sobre a atuação do psicólogo escolar com
pais e familiares: I – A atuação com pais e familiares apresenta desafios de
adesão, sendo necessário o incentivo à participação ou à boa comunicação
entre os pais e a comunidade escolar, cabendo ao psicólogo escolar ser
criativo e tentar resgatar essa parceria de forma prazerosa e efetiva para
todos. II – Os pais só devem ser chamados a participar da comunidade
escolar quando houver queixas referentes a seus filhos, não devendo ser
perturbados por outros profissionais. III – O psicólogo escolar, cuja
abordagem teórica seja a ACC (Abordagem Cognitivo-
Comportamental), deve necessariamente fazer visitas domiciliares aos pais,
a fim de explicar o modelo cognitivo e de psicoeducar sobre as leis do
comportamento, e, assim, prevenir problemas escolares dos filhos. IV –
Programas de orientação de pais oferecidos dentro da escola são maneiras
interessantes de promover e prevenir o desenvolvimento saudável da
relação pais-filhos, além de incentivar a inserção da família na comunidade
escolar. V – A ACC (Abordagem Cognitivo-Comportamental) pode ser
muito útil no momento da mediação entre família e escola, uma vez que
pode auxiliar os familiares a refletirem sobre o papel que atribuem a si
mesmos e à escola, no que se refere à escolarização dos filhos. Quais estão
corretas?
R= Apenas a I, a IV e a V.
02. Sobre as necessidades de intervenção do psicólogo escolar com alunos,
analise as seguintes afirmações: I – Crianças do ensino médio são as que,
com mais frequência, expressam nas queixas escolares sobre dificuldades de
aprendizagem e no desenvolvimento. II – Independentemente de qual seja o
motivo da intervenção, o psicólogo deve estar a par do que é esperado de
cada faixa etária, seus limites e suas potencialidades. III – Supondo o
atendimento em grupo, o psicólogo escolar pode promover grupos de
orientação específicos para o tipo de demanda, como grupos de orientação
sexual ou grupos de orientação profissional. O profissional deverá procurar
formas de intervenção pautadas pela literatura, de acordo com as
demandas que possam surgir. Quais estão corretas?
R= Apenas a II e a III.
03. Quanto aos desafios que o psicólogo poderá enfrentar no contexto escolar,
analise as seguintes afirmações: I – Em função do fato de a ACC
(Abordagem Cognitivo-Comportamental) ser uma abordagem com forte
identificação com intervenção em sintomas específicos, um desafio que pode
ser encontrado pelo psicólogo é o de ter um olhar mais social e abrangente
das queixas escolares. II – A adaptação da literatura para a realidade
escolar demandará um exercício do psicólogo, uma vez que terá que se
munir tanto de estudos da ACC (Abordagem Cognitivo-Comportamental)
quanto da psicologia escolar. III – Não é raro que o psicólogo receba da
escola uma demanda de atendimento individual, o que pode dificultar o
processo do profissional de não ceder ao primeiro impulso de oferecer esse
tratamento no contexto escolar. Quais estão corretas?
R= I, a II e a III.
04. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna da frase a seguir.
“Pensando sob o ponto de vista da ACC (Abordagem Cognitivo-
Comportamental), o psicólogo pode buscar entender que
____________________ se ativam nos professores quando eles têm que lidar
com um aluno de inclusão e, a partir daí, procurar trabalhar o assunto com
o educador.”
R= Crenças.
05. O psicólogo escolar assume diversas atribuições profissionais na escola.
Sendo assim, assinale a alternativa que não se caracteriza como papel do
psicólogo escolar /educacional.
R= Diante de uma queixa sobre um aluno vinda de um professor, é priorizada
uma atuação individual e clínica.
#4- Contribuições da TCC na prevenção e promoção de saúde no
contexto escolar/educativo
De acordo com o Ministério da Saúde, o ambiente escolar é privilegiado para efetivar
ações de promoção e prevenção de saúde, e são capazes de fortalecer a capacidade dos
indivíduos de tomar decisões favoráveis à sua saúde e à comunidade, criar ambientes
saudáveis e consolidar uma política Inter sensorial voltada para a qualidade de vida.
A promoção de saúde vai além de estratégias de prevenção, tendo como objetivo
fortalecer as capacidades individuais e coletivas, por meio de conhecimentos e atitudes
favoráveis à manutenção e aquisição dela.
Educadores e equipe institucional
1- Pensando em promoção e prevenção de saúde, em relação aos educadores e a
equipe institucional, temos a promoção de grupos de psicoeducação a
educadores, sobre assuntos que auxiliam no ensino e na compreensão de um
fenômeno.
2- Pode ser oferecido grupos de habilidades sociais ou grupos de socioemocionais
aos professores cujo relacionamento com o aluno estivesse estremecido por
causa de distorções.
3- Grupos que poderiam auxiliar professores na utilização de estratégias de ensino
que aumentassem a motivação e melhorassem o rendimento acadêmico.
O psicólogo não deve realizar atendimento clínico individual no contexto escolar, mas
isso não impede de, em algumas situações, ele ter contato individualizado com um
aluno para que possa ter mais compreensão da situação e, posteriormente, realizar os
encaminhamentos devidos, seja para atendimento clínico a diferentes equipamentos
sociais, seja mesmo para participação em projetos específicos desenvolvidos na escola.
Deve-se notar que há outros profissionais que, em relação a esse quesito, tem uma
postura mais flexível.
Pais e familiares
O psicólogo escolar também pode prevenir e promover saúde trabalhando com grupos
de orientação de pais, grupos sobre dúvidas específicas do ensino, rodas de conversa
aberta sobre dúvidas relacionadas à aprendizagem e ao desenvolvimento etc.
Aspectos comuns nos diversos programas de orientação de pais costumam ser:
- As práticas educativas parentais;
- Os estilos parentais;
- As habilidades sociais educativas parentais.
Todas essas questões afetam o relacionamento pais-filhos e a avaliação deles pode
enriquecer a intervenção com pais. Além disso, questionamentos semelhantes podem ser
feitos sobre como os pais veem a escola.
Alunos
A intervenção com os alunos pode advir de uma demanda específica ou como forma de
promoção e prevenção a fatores de risco ao desenvolvimento. As queixas escolares e o
tipo de intervenção preventiva podem variar de acordo com a idade.
Independentemente de qual seja o motivo da intervenção, o psicólogo deve estar a par
do que é esperado de cada faixa etária, seus limites e suas potencialidades. O adequado
conhecimento do desenvolvimento humano permite que o psicólogo guie seu trabalho
de forma consciente, não exigindo demais de uma determinada faixa etária ou
promovendo recursos que não beneficiarão o aluno.
Com relação a uma abordagem individualizada, em algumas situações, é necessário ter
contato individualizado com um aluno para que possa ter mais compreensão da situação
e, posteriormente, realizar os encaminhamentos devidos, seja para atendimento clínico a
diferentes equipamentos sociais, seja mesmo para participação em projetos específicos
desenvolvidos na escola.
O psicólogo escolar pode promover grupos de orientação específicos para o tipo de
demanda, como grupos de orientação sexual ou grupos de orientação vocacional.
Mesmo que não exista uma queixa específica, a realização de encontros grupais com
crianças é um elemento fundamental para a constituição de um espaço que propicie a
expressão dos significados que os alunos possuem a respeito de seu lugar na escola e de
suas dificuldades. Podem ser realizadas:
Oficinas com projetos educativos;
Grupos de prevenção de problemas comportamentais;
Grupos de promoção de habilidades socioemocionais entre outras.
Atendimento a demandas escolares
O psicólogo irá usar de seus conhecimentos sobre as queixas escolares e buscar formas
de atuar institucionalmente, possivelmente psicoeducando e orientando educadores e
pais, e, então, se necessário, promovendo intervenção grupal com alunos. Em último
caso, encaminhará o aluno para um atendimento clínico, caso ele ainda não o esteja
fazendo.
- Inclusão: Práticas em que os conhecimentos advindos da TCC podem ser úteis, como a
utilização de técnicas comportamentais para manejo (economia de fichas, regras e
consequências, time out) e psicoeducação do modelo cognitivo (com adequado linguajar
para a idade com que se estiver trabalhando), para lidar com diversas situações que
possam gerar sentimentos desconfortáveis.
Problemas de comportamento
A prevenção de problemas de comportamento é uma boa forma de trabalhar com alunos,
independentemente da existência de queixa. Quando há a queixa, entretanto, o
treinamento de educadores e de pais torna-se crucial para a generalização das
intervenções em diversos contextos.
Seja com educadores ou com pais, é essencial o psicólogo investigar que crenças e
sentimentos estão associados à expressão da dificuldade comportamental, para que
possa entender de que maneiras ele pode abordar o assunto nos momentos de
treinamento.
Alguns objetivos da orientação de pais:
Ajudar a se a sentirem competentes quanto à educação do filho;
Ensinar a realizar análise funcional do comportamento;
Ensinar os princípios da análise do comportamento; discutir as crenças
relacionadas aos motivos dos problemas comportamentais;
Sensibilizar quanto à importância da empatia com os filhos;
Treinar a observação e valorizar comportamentos adequados;
Desenvolver os repertórios relacionados ao estabelecimento de regras e
consequências; ensinar a buscar alternativas à punição.
Orientação profissional
O enfoque cognitivo da orientação profissional vem responder à demanda sobre como
ajudar o orientando a compreender o seu processo de tomada de decisão e desenvolver
um método de escolha. Pensando nisso, a TCC pode auxiliar no autoconhecimento por
meio de questionamentos quanto a significados e crenças, que uma determinada
profissão ou carreira tem para os alunos.
Técnicas como resolução de problemas, vantagens e desvantagens, cronograma pessoal,
tarefas de casa, role-play podem ajudar os alunos a lidar com sua escolha profissional e
a planejar metas a serem seguidas, assim como na busca de informações sobre as
profissões, contribuindo para o desenvolvimento de sua autonomia.
Estresse e ansiedade no vestibular
Com o auxílio da TCC, o psicólogo escolar pode promover grupos de manejo de
estresse e ansiedade, discutindo os significados que a prova do vestibular tem para os
alunos e intervindo em seus sintomas.
Pode utilizar o treino de controle de estresse, com técnicas de relaxamento diversas,
incentivo à manutenção de hábitos saudáveis que protegem contra o estresse
(alimentação adequada, prática de exercícios físicos); psicoeducação sobre os sintomas;
técnicas para lidar com pensamentos que geram ansiedade e qualquer outro tipo de mal-
estar, como resolução de problemas, exposição e outras técnicas que forem pertinentes.
Exercícios:
1. Analise a afirmação abaixo e avalie se ela é verdadeira ou falsa. O psicólogo
escolar / educacional não deve realizar atendimento clínico individual no
contexto escolar, mas isso não impede de, em algumas situações, ele possa
ter contato individualizado com um aluno, para ter mais compreensão da
situação e, posteriormente, realizar os encaminhamentos devidos.
R= Verdadeira.
2. Sobre o trabalho do psicólogo escolar na prevenção e promoção de saúde: I
– O psicólogo escolar, em sua atuação na escola, pode promover grupos de
orientação específicos para o tipo de demanda, como grupos de orientação
sexual ou grupos de orientação profissional. II – O psicólogo escolar pode
realizar grupos de desenvolvimento de habilidades socioemocionais. III – A
orientação aos pais de alunos não faz parte das atribuições do psicólogo
escolar na promoção de saúde no contexto educativo. Quais estão corretas?
R= Apenas I e II.
3. O Psicólogo escolar deve promover um amplo programa de enfrentamento
ao bullying que, de preferência, envolva o contexto escolar como um todo. A
respeito do bullying, assinale a opção correta.
R= Corresponde a um conjunto de atos agressivos e sistemáticos contra criança
ou adolescente, sem motivação aparente, mas de forma intencional,
protagonizado por um ou mais agressores; a interação entre vítima e agressor é
caracterizada por desequilíbrio de poder e ausência de reciprocidade, tendo a
vítima pouco ou quase nenhum recurso para evitar a agressão ou dela se
defender.
4. Sobre a atuação do psicólogo escolar na Orientação Profissional, analise as
proposições: I - A teoria da Terapia Cognitivo-Comportamental da
orientação profissional vem responder a demanda sobre como ajudar o
orientando a compreender o seu processo de tomada de decisão, e
desenvolver um método de escolha. II - A Terapia Cognitivo-
Comportamental pode auxiliar no autoconhecimento, por meio de
questionamentos quanto a significados e crenças que uma determinada
profissão ou carreira tem para os alunos. Estão corretas:
R= Apenas a I e a II.
5. Em relação à função preventiva do psicólogo escolar, analise a afirmativa
abaixo: A intervenção preventiva proposta contemporaneamente pela
Psicologia Escolar pretende contribuir para que aconteçam reformulações
pessoais e institucionais no sentido de oportunizar, aos atores envolvidos,
transformações e saltos qualitativos em seu desenvolvimento.
R= VERDADEIRA.