Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão
PJe - Processo Judicial Eletrônico
07/11/2024
Número: 0813360-90.2024.8.10.0060
Classe: MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA (LEI MARIA DA PENHA) - CRIMINAL
Órgão julgador: 3ª Vara Criminal de Timon
Última distribuição : 07/11/2024
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: B.O. N 14735/2024
Assuntos: Ameaça , Violência Doméstica Contra a Mulher, Contra a Mulher
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes
Procurador/Terceiro vinculado DELEGACIA ESPECIAL DA MULHER DE TIMON
(REQUERENTE)
KETHELLY CRYSTYNNA SA MONTEIRO SILVA
(REQUERENTE)
JOSÉ LUIS DA SILVA NETO (REQUERIDO)
JOSE LUIS DA SILVA NETO (REQUERIDO)
MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO MARANHAO
(FISCAL DA LEI)
ESTADO DO MARANHAO - POLICIA MILITAR DO
MARANHAO (TERCEIRO INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
13408 07/11/2024 14:55 Decisão Decisão
7295
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO MARANHÃO
3ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE TIMON
PROCESSO Nº 0813360-90.2024.8.10.0060
DENOMINAÇÃO: REPRESENTAÇÃO POR MEDIDA PROTETIVA DE URGENCIA
– LEI MARIA DA PENHA
REQUERENTE: KETHELLY CRYSTYNNA SÁ MONTEIRO
REQUERIDO: JOSÉ LUIS DA SILVA NETO
DECISÃO
Trata-se de requerimento de Medidas Protetivas de Urgência em desfavor
de JOSÉ LUIS DA SILVA NETO, suposto autor de violência doméstica contra sua
ex-esposa KETHELLY CRYSTYNNA SÁ MONTEIRO.
Aduz a ofendida no BO nº 14735/2024, que foi casada com o representado
e com ele possui uma filha de 05 anos de idade. Que José Luis no decorrer da vida
conjugal demonstrou ser ciumento e muito agressivo, e em 25/08/2024 foi com sua
a mãe FILADELFA DA SILVA SA MONTEIRO a um sítio pertencente a família, e o
representado foi convidado mais não aceitou ir. Quando retornou do sítio, José Luis
não estava em casa e quando chegou começaram uma discussão que evoluiu para
agressão física, tendo ele a lesionado no braço, pernas, nadegas e outros com uma
vassoura e por causa dos hematomas ficou com um movimento limitado na mão
esquerda. Que a agressão física desse fato e outros no passado foi o motivo da
separação conjugal e estão passando por um divorcio litigioso. Que ficou sabendo
de uma ameaça, através da mãe, que José Luis tinha dito que poderia tê-la matado.
Que fotografou e filmou o resultado das agressões fisicas que sofria desde o ano
passado.
Aos autos foram acostados requerimento de medidas protetivas de
urgência, formulário nacional de avaliação de risco e boletim de ocorrência e
documentação pessoal da ofendida.
É o relatório necessário.
Passo à fundamentação.
Número do documento: 24110714555338300000124538787
https://pje.tjma.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=24110714555338300000124538787
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A Lei Maria da Penha almeja coibir qualquer violência física, psicológica,
sexual, patrimonial e/ou moral contra a mulher e, no caso presente, observa-se que
a requerente encontra-se em uma das situações previstas no art. 7° da Lei Maria da
Penha, eis que relata ser vítima de violência doméstica, buscando aproteção estatal
em razão de tal situação fática.
A situação em análise amolda-se à previsão do art. 5º, III e art.7º, I e II,
todos da Lei nº 11.340/06, bem como no artigo 129 §13 do Código Penal.
Com efeito, é possível a concessão judicial das medidas a pedido da parte,
com fundamento no art. 19 da Lei Maria da Penha:
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser
concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a
pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser
concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes
e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser
prontamente comunicado.
Dadas tais considerações, uma vez presente o risco à integridade física e
psíquica da ofendida e a plausibilidade das alegações da vítima, consoante os
elementos contidos nos autos, torna-se necessária a concessão das medidas
protetivas, postergada a manifestação do órgão ministerial.
Decido.
Diante do exposto, DEFIRO as seguintes medidas, com fulcro no Art. 19,
caput, e Art. 22 ambos da Lei nº 11.340/2006:
a) Proibição de se aproximar da vítima, observado o limite mínimo de 200
(duzentos) metros de distância;
c) Proibição de frequentar os lugares onde a vítima costuma ir, a fim
depreservar-lhe a integridade física e psicológica;
d) Proibição de divulgar qualquer foto ou vídeo íntimo da vítima sem o seu
consentimento.
Caso as medidas não sejam efetivadas por ações do agressor que estejam
atrapalhando sua aplicação, que seja fornecido auxílio de força policial para lhes
dar efetividade (art. 22, § 3º da Lei 11.340/2006).
Cite-se o requerido para contestar o pedido, querendo, no prazo legal de 05
(cinco) dias.
Advirta ao requerido que o descumprimento das medidas constitui ilícito
penal, tipificado no art. 24-A da Lei nº 11.340/2006 a ser apurado em procedimento
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próprio e poderá dar azo a decretação da prisão preventiva para garantia da
execução das medidas deferidas.
Oficie-se, com a devida urgência, às Polícias Militar e Civil para que zelem
pelo estrito cumprimento das medidas protetivas impostas ao representado,
comunicando a este Juízo imediatamente o seu eventual descumprimento,
resguardando-se, naturalmente, a integridade da vítima, com auxílio da Patrulha
Maria da Penha.
Notifique-se a vítima, entregando-lhe cópia desta decisão, de que deverá
se manifestar nos autos acerca da eventual necessidade de alteração das medidas
já concedidas, inclusive de sua revogação, em até 90 dias.
ESTA MEDIDA PROTETIVA NÃO POSSUI VALIDADE, PERMANECE
VIGENTE ATÉ QUE SEJA REVOGADA POR DECISÃO JUDICIAL.
Dê-se ciência ao Ministério Público Estadual.
Inclua-se a ofendida no polo ativo da demanda.
Intimem-se. Cumpra-se.
A presente decisão serve como MANDADO de MEDIDA PROTETIVA DE
URGÊNCIA a ser cumprido por OFICIAL DE JUSTIÇA, que deverá efetivar a
notificação, no prazo máximo de 48 h (quarenta e oito horas), nos termos do
Portaria Conjunta n° 3/2018.
Timon-MA, data do sistema.
IRAN KURBAN FILHO
Juiz Auxiliar de Entrância Final
respondendo pela 3ª Vara Criminal
Comarca de Timon/MA
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