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Pedquisa de Campo

O estudo de caso é uma metodologia de pesquisa aplicada que busca um conhecimento profundo de um ou poucos objetos, permitindo a análise detalhada de fenômenos contemporâneos em seus contextos. Essa abordagem qualitativa e/ou quantitativa exige rigor metodológico e é utilizada para explorar, descrever e explicar situações sociais complexas, embora tenha limitações em relação à generalização e ao tempo necessário para sua realização. A triangulação de dados e a utilização de múltiplas fontes de evidência são essenciais para garantir a confiabilidade dos achados.

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O estudo de caso é uma metodologia de pesquisa aplicada que busca um conhecimento profundo de um ou poucos objetos, permitindo a análise detalhada de fenômenos contemporâneos em seus contextos. Essa abordagem qualitativa e/ou quantitativa exige rigor metodológico e é utilizada para explorar, descrever e explicar situações sociais complexas, embora tenha limitações em relação à generalização e ao tempo necessário para sua realização. A triangulação de dados e a utilização de múltiplas fontes de evidência são essenciais para garantir a confiabilidade dos achados.

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Estudo de caso: quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um

Ou poucos objetos de maneira que permita o seu amplo e detalhado

Conhecimento (YIN, 2001). O estudo de caso possui uma metodologia


de

Pesquisa classificada como Aplicada, na qual se busca a aplicação


prática

De conhecimentos para a solução de problemas sociais


(BOAVENTURA,

2004). Gil (2008) complementa afirmando que as pesquisas com esse


tipo

De natureza estão voltadas mais para a aplicação imediata de


conhecimentos

Em uma realidade circunstancial, relevando o desenvolvimento de


teorias.

O estudo de caso consiste em coletar e analisar informações sobre

Determinado indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade, a


fim de estudar

Aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa.


É um tipo de

Pesquisa qualitativa e/ou quantitativa, entendido como uma categoria


de investigação

Que tem como objeto o estudo de uma unidade de forma


aprofundada, podendo tratarse de um sujeito, de um grupo de
pessoas, de uma comunidade etc. São necessários

Alguns requisitos básicos para sua realização, entre os quais,


severidade, objetivação,

Originalidade e coerência.

O estudo de caso refere-se ao estudo minucioso e profundo de um ou


mais

Objetos (YIN, 2001). Pode permitir novas descobertas de aspectos que


não foram

Previstos inicialmente. De acordo com Schramm (apud YIN, 2001), a


essência do
Estudo de caso é tentar esclarecer uma decisão, ou um conjunto de
decisões, seus

Motivos, implementações e resultados. Gil (2010, p. 37) afirma que o


estudo de caso

“consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou mais objetos, de


maneira que

Permita seu amplo e detalhado conhecimento.” Define-se, também,


um estudo de

Caso da seguinte maneira: “[...] é uma estratégia de pesquisa que


busca examinar

Um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto. [...]


Igualmente, estudos de

Caso diferem do método histórico, por se referirem ao presente e não


ao passado (YIN, 1981 apud ROESCH, 1999, p. 155). Este busca
estudar um objeto com maior

precisão, por exemplo: análise de casos sobre viabilidade econômico-


financeira de

investimentos, de um novo negócio, de um novo empreendimento.

Por lidar com fatos/fenômenos normalmente isolados, o estudo de


caso exige do

pesquisador grande equilíbrio intelectual e capacidade de observação


(‘olho clínico’),

além de parcimônia (moderação) quanto à generalização dos


resultados. De acordo

com Yin (2001, p. 32), “um estudo de caso é uma investigação


empírica que investiga

um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real,


especialmente

quando os limites entre o fenômeno e contexto não estão claramente


definidos.”

Dito de outra forma, podemos utilizar o procedimento técnico estudo


de

caso quando deliberadamente quisermos trabalhar com condições


contextuais –
acreditando que elas seriam significativas e pertinentes ao fenômeno
estudado (YIN,

2001). Exemplificamos uma primeira possibilidade: uma testagem


e/ou experimento

podem deliberadamente separar um fenômeno de seu contexto, da


maneira que se

torna possível dedicar algum espaço e atenção para apenas algumas


variáveis, visto

que, de forma geral, o contexto é “controlado” pelo ambiente de


laboratório. Também,

como uma segunda possibilidade, destacamos algumas


particularidades de estudos

envolvendo fenômeno e contexto que “não são sempre discerníveis


em situações da

vida real” (YIN, 2001, p. 32), o que demandaria “um conjunto de


outras características

técnicas, como a coleta de dados e as estratégias de análise de


dados.” (YIN, 2001,

p. 32). Nessa segunda possibilidade, poderíamos enquadrar como


estudos de caso,

por exemplo, experimento psicológico, levantamento empresarial,


análise econômica

(viabilidade financeira etc.). Para esses casos mencionados, e outros


similares, podemos

inferir que esses se coadunariam mais especificamente como


pesquisa indutiva (vide

Método indutivo, seção 2.4.1.2), pois o estudo de caso único é


utilizado como introdução

a um estudo mais apurado ou, ainda, como caso-piloto para a


investigação.

Martins (2006, p. 11) ressalta que “como estratégia de pesquisa, um


Estudo

de Caso, independentemente de qualquer tipologia, orientará a busca


de explicações
e interpretações convincentes para situações que envolvam
fenômenos sociais

complexos”, e, também, a elaboração “de uma teoria explicativa do


caso que possibilite

condições para se fazerem inferências analíticas sobre proposições


constatadas no

estudo e outros conhecimentos encontrados.” (MARTINS, 2006, p. 12).

Portanto, a investigação de estudo de caso, conforme Yin (2001, p.


32-33),

[...] enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá muito


mais

variáveis de interesse do que pontos de dados, e, como resultado, [...]

baseia-se em várias fontes de evidências, com os dados precisando

convergir em um formato de triângulo, e, como outro resultado, [...]

beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para

conduzir a coleta e a análise de dados.

Dito de outra maneira, “o estudo de caso como estratégia de


pesquisa

compreende um método que abrange tudo – com a lógica de


planejamento

incorporando abordagens específicas à coleta de dados e à análise de


dados.” (YIN,

2001, p. 33). Desse modo, então, o estudo de caso não se caracteriza


como uma

maneira específica para a coleta de dados nem simplesmente uma


característica do

planejamento de pesquisa em si; é sim uma estratégia de pesquisa


abrangente.

Dito isso, o estudo de caso vem sendo utilizado com frequência pelos

pesquisadores sociais, visto servir a pesquisas com diferentes


propósitos, como:

- explorar situações da vida real cujos limites não estejam claramente


definidos;
- descrever a situação do contexto em que está sendo feita
determinada

investigação;

- explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em


situações muito

complexas que não possibilitem a utilização de levantamentos e


experimentos.

O estudo de caso pode ser utilizado tanto em pesquisas exploratórias


quanto

em descritivas e explicativas. Cabe destacar, no entanto, que existem


limitações em

relação ao estudo de caso, como as que são indicadas a seguir (YIN,


2001):

- falta de rigor metodológico: “por muitas e muitas vezes, o


pesquisador de

estudo de caso foi negligente e permitiu que se aceitassem


evidências

equivocadas ou visões tendenciosas para influenciar o significado das

descobertas e das conclusões.” (YIN, 2001, p. 29-30). O que


propomos ao

pesquisador disposto a desenvolver estudos de caso é que redobre


seus

cuidados tanto no planejamento quanto na coleta e análise dos


dados;

- dificuldade de generalização: a análise de um único ou mesmo de


múltiplos

casos fornece uma base muito frágil para a generalização científica.


Todavia,

os propósitos do estudo de caso não são os de proporcionar o


conhecimento

preciso das características de uma população a partir de


procedimentos

estatísticos, mas, sim, o de expandir ou generalizar proposições


teóricas. O
maior risco do estudo de caso único é que a explicação cientifica
mostre-se

frágil, devido a possíveis incidências de fenômenos encontrados


apenas no

universo pesquisado, o que pode comprometer a confiabilidade dos


achados

da pesquisa. Em qualquer das alternativas, o pesquisador deverá


compor um

cenário que corresponda à teoria que fundamenta a pesquisa e que


se revele

no estudo do caso, ou seja, construir uma análise que explique e


preveja o

fenômeno investigado;

- tempo destinado à pesquisa: temos que os estudos de caso


demandam muito

tempo para ser realizados e que frequentemente seus resultados se


tornam

pouco consistentes. Conforme Yin (2001, p. 29), “essa queixa pode


até ser

procedente, dada a maneira como se realizaram estudos de caso no


passado

[...], mas não representa, necessariamente, a maneira como os


estudos de

caso serão conduzidos no futuro.” Devemos atentar para o fato de


que os

estudos de caso não precisam demorar muito tempo.

Isso confunde incorretamente a estratégia de estudo de caso com um

método específico de coleta de dados, como etnografia ou


observação

participante. A etnografia, em geral, exige longos períodos de tempo


no

“campo” e enfatiza evidências observacionais detalhadas. (YIN, 2001,


p

30).
No que diz respeito à observação participante, esta pode não
requerer a

mesma quantidade de tempo, mas ainda sugere um investimento


considerável de

esforços no campo.

Destacamos, ainda, que existem variações dentro dos estudos de


caso como

estratégia de pesquisa. Entre essas possíveis variações, damos


ênfase que a pesquisa

de estudo de caso pode incluir tanto estudos de caso único quanto de


casos múltiplos

(YIN, 2001). Em relação aos estudos de casos múltiplos, Yin (2001, p.


68) afirma que

estes costumam ser mais convincentes, “e o estudo global é visto,


por conseguinte,

como sendo mais robusto.” Uma questão essencial para se construir


um estudo de

caso múltiplo bem-sucedido é que este atenda a uma lógica de


replicação (YIN, 2001,

p. 68), e não a da amostragem, que “exige o cômputo operacional do


universo ou

do grupo inteiro de respondentes em potencial e, por conseguinte, o


procedimento

estatístico para se selecionar o subconjunto especifico de


respondentes que vão

participar do levantamento.” (YIN, 2001, p. 70).

Como podemos perceber, Yin (2001) prevê táticas diferenciadas para


cada

tipo de estudo de caso. Em relação ao estudo de caso único, o autor o


recomenda

quando este representa o caso decisivo para testar uma teoria bem
formulada, seja

para confirmá-la, seja para contestá-la, seja ainda para estender a


teoria a outras
situações de pesquisa. Nessa situação, o caso único precisa satisfazer
a todas as

condições para testar a teoria.

Destacamos cinco características básicas do estudo de caso: é um


sistema

limitado e tem fronteiras em termos de tempo, eventos ou processos,


as quais nem

sempre são claras e precisas; é um caso sobre algo, que necessita ser
identificado

para conferir foco e direção à investigação; é preciso preservar o


caráter único,

específico, diferente, complexo do caso; a investigação decorre em


ambiente natural;

o investigador recorre a fontes múltiplas de dados e a métodos de


coleta diversificados:

observações diretas e indiretas, entrevistas, questionários, narrativas,


registros de

áudio e vídeo, diários, cartas, documentos, entre outros.

Diante da complexidade na investigação de estudo de caso, assevera


Yin

(2001), o pesquisador defronta-se com uma situação particular e, por


vezes, incomum,

na qual existem muito mais variáveis de interesse do que dados


fornecidos de forma

objetiva e imparcial. Para realizar esse desafio, com êxito, o


pesquisador também

deve estar preparado para fazer uso de várias fontes de evidências,


que precisam

convergir, oferecendo, desse modo, condições para que haja


fidedignidade e validade

dos achados por meio de triangulações de informações, de dados, de


evidências e

mesmo de teorias. Para desenvolver sua investigação, o pesquisador


deve levar em
conta um conjunto de proposições teóricas para conduzir a coleta e a
análise de dados,

eventos que ocorrem, paralelamente, ao longo de toda o processo


investigativo.

Para finalizar, em relação à triangulação como estratégia de análise


de um

estudo de caso, destacamos que a “confiabilidade de um Estudo de


Caso poderá ser

garantida pela utilização de várias fontes de evidências, sendo que a


significância dos

achados terá mais qualidade ainda se as técnicas forem distintas.”


(MARTINS, 2006,

p. 80). Aduzimos que a convergência de resultados provenientes de


fontes distintas

oferece um excelente grau de confiabilidade ao estudo, muito além


de pesquisas

orientadas por outras estratégias.

A literatura apresenta e discute quatro tipos de triangulação: de fonte

de dados – triangulação de dados – alternativa mais utilizada pelos

investigadores -, triangulação de pesquisadores – avaliadores


distintos

colocam suas posições sobre os achados do estudo - , triangulação

de teorias – leitura dos dados pelas lentes de diferentes teorias - ,

triangulação metodológica – abordagens metodológicas diferentes

para condução de uma mesma pesquisa. (MARTINS, 2006, p. 80, grifo

nosso).

Assim sendo, quando há convergência de diversas fontes de


evidências,

temos um fato que poderá ser tratado como uma descoberta e devida
conclusão,

ou considerado como uma evidência que será somada a outras


visando à melhor

compreensão e interpretação de um fenômeno (MARTINS, 2006).

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