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REVISTA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA DA UNIVERSIDADE


FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS)

ISSN 2359-2842 Volume 17, número 46 – 2024 DOI: 10.46312/pem.v17i46.20267

ENTRE PRETEXTOS E CONTEXTOS: UMA BREVE


HISTÓRIA DA OBMEP

BETWEEN PRETEXTS AND CONTEXTS: A BRIEF HISTORY


OF OBMEP

Andressa Felisberto de Oliveira1


Moysés Gonçalves Siqueira Filho2

RESUMO

Este artigo relata a trajetória da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP),
a partir de sua origem e de seus objetivos, bem como discute as intencionalidades governamentais
vigentes apresentadas em seus regulamentos, nos discursos dos organizadores, em seu projeto
piloto, além dos programas e portais. Analisa os impactos produzidos pela OBMEP como política
pública educacional e instrumento de inclusão social. Assim, os resultados evidenciaram que a
OBMEP se mostra como um viés seletivo em busca de jovens talentosos em Matemática e, portanto,
excludente, embora proclamada como um instrumento de inclusão social.
PALAVRAS-CHAVE: OBMEP. Ensino de Matemática. Políticas Públicas de Ensino.
Avaliações em Larga escala e externas.

ABSTRACT
This article reports on the trajectory of the Brazilian Public School Mathematics Olympiad (OBMEP)
from its origins and objectives, as well as discussing the current governmental intentions presented in
its regulations, in the organizers' speeches, in its pilot project, in addition to of programs and portals.
Analyzes the impacts produced by OBMEP as a public educational policy and instrument of social
inclusion. Thus, the results showed that OBMEP appears to be a selective bias in search of young

1Mestra em Ensino na Educação Básica - Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus,
Brasil. Professora de Matemática da Rede Estadual –Secretaria de Estado da Educação do Espírito
Santo –SEDU. Email: [email protected]. ORCID: https://orcid.org/0009-0003-3807-
2640
2 Doutor em Educação pela UNICAMP. Professor do Departamento de Educação e Ciências
Humanas e do Programa de Pós-Graduação em Ensino na Educação Básica da Universidade
Federal do Espírito Santo, Brasil.
Email: [email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6275-4850

https://periodicos.ufms.br/index.php/pedmat/index
[email protected]
2

people talented in mathematics and, therefore, exclusionary, although proclaimed as an instrument of


social inclusions.
KEYWORDS: OBMEP. Teaching mathematics. Public Education Policies. Large-scale and
External Assessments.

Introdução

Atualmente, a OBMEP é uma ação de âmbito nacional, realizada pelo Instituto


de Matemática Pura e Aplicada - IMPA, com apoio da Sociedade Brasileira de
Matemática - SBM, promovida com recursos do Ministério da Educação – MEC e do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – MCTI, direcionada aos alunos dos
anos finais do Ensino Fundamental, bem como aos do Ensino Médio das escolas
públicas municipais, estaduais, federais e privadas.
Dito isso, procuramos, nesse artigo3, compreender a trajetória da OBMEP, em
diferentes contextos, ora sociocultural, ora político-educacional, consubstanciada por
algumas inquietações, tais como: De que forma a OBMEP age em prol do processo
ensino e aprendizagem da Matemática? Quais são os impactos dos objetivos
propostos? A quem se destina efetivamente?
Assim posto, lançamos mão de alguns documentos, dentre eles,
regulamentos, provas, reportagens, cadernos de estudos, projeto piloto, revistas, a
fim de: [1] discutirmos os discursos prescritos e as intencionalidades de seus
Programas; [2] analisarmos os impactos, na difusão da cultura Matemática, como
instrumento de inclusão social e política pública educacional; [3] constatarmos
possíveis permanências e rupturas referentes aos objetivos iniciais e às suas
premiações.
Para tanto, recorremos à História Cultural a qual “[...] tem por principal
objetivo identificar o modo como, em diferentes lugares e momentos, uma realidade
social é construída, pensada, dada a ler”, conforme nos reporta Chartier (2002, p.16-
17). Nesse sentido, a História das Disciplinas Escolares, relatada por Chervel
(1990), os constructos de De Certeau (1994) e Julia (2001), respectivamente,
Estratégias e Táticas - Cultura Escolar nos dariam suporte para elucidarmos alguns
dos nossos questionamentos.

3Refere-se ao recorte de uma pesquisa mais ampla de mestrado, intitulada: "OLIMPÍADA


BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS (OBMEP): INTERFACES DE UMA
POLÍTICA EDUCACIONAL NA CONDUÇÃO DA MATEMÁTICA ESCOLAR".
Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 17, n. 46 – Ano 2024
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Gênese E Seus Pretextos

As primeiras competições de Matemática realizadas em âmbito nacional


foram os concursos de Eotvos, em 1894, na Hungria. A sociedade de Matemática e
Física deste país organizou esta competição, quando foi promovida uma prova
envolvendo todos os alunos concluintes do segundo grau no país, "em homenagem
a um famoso professor de Matemática, membro da Academia de Ciência Húngara e
do Instituto Politécnico da Universidade de Budapeste Jósef Kürschák, onde este
evento foi um sucesso" (Caldas; Viana, 2013, p.327).
Em 1894, foi feita a publicação da carta olímpica, com a compilação dos
princípios fundamentais do Olimpismo, colocando em prática os regulamentos
adotados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). No final século XIX, "originou
também o processo iniciado pelo Barão de Coubertin, levando à realização das
primeiras Olimpíadas da época moderna em Atenas, no ano de 1896" (Gomes,
2019, p. 18).
Em 1859, na cidade de Brasov, na Romênia, foi realizada a primeira
Olimpíada Internacional de Matemática (International Mathematical Olympiad –
IMO), "com sete países participantes, tendo a participação de 52 pessoas; foi neste
mesmo ano que a Olimpíada de Matemática tornou-se competição. Esse evento é
um dos mais importantes realizados na área de Matemática" (caldas; Viana, 2013,
p.328).
No Brasil, há cerca de 20 anos, o Governo do estado do Ceará, por meio de
suas Secretarias de Ciência e Tecnologia (SECITECE) e de Educação Básica
(SEDUC), criou o projeto “Linguagem das Letras e dos Números – Leituralizar e
Numeratizar” (Barbosa, 2008, p. 383), buscando diferentes maneiras que
possibilitassem mudanças no ensino nas escolas públicas do Ceará e melhor
qualidade na Educação Básica.
Segundo o professor João Lucas Marques Barbosa, o objetivo macro do
projeto foi “corrigir deficiências da educação formal que afetam a cidadania e a
inclusão social, dificultando o crescimento científico e tecnológico e a da educação
profissional e superior” (Barbosa, 2008, p. 387).
Devido à experiência do Estado e o sucesso no que concerne às Olimpíadas
de Matemática, o projeto chamou a atenção de educadores, empresários e políticos.
Portanto, houve uma reunião na qual a presidenta da SBM explanou o projeto e o,
então, presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou a todos os presentes que esse
passaria a ser um projeto de governo, recebendo o nome de OBMEP - Olimpíada

Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 17, n. 46 – Ano 2024


4

Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, formalmente coordenada pelos


ministros de Ciência e Tecnologia e de Educação, executado pelo Instituto de
Matemática Pura e Aplicada (IMPA), na pessoa de seu Diretor Geral e por Suely
Druck4, então, presidenta da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).
No início do ano letivo de 2005, professores das escolas públicas receberam
uma carta comunicando que o governo federal promoveria a 1ª Olimpíada Brasileira
de Matemática das Escolas Públicas que representava um enorme ‘acontecimento
científico’ e um desafio “[...] extremamente enriquecedor e os resultados valorizarão
a escola, a cidade, o estado e o país” (Brasil, 2005, p.1).
Lançada, oficialmente, no dia 19 de maio de 2005, em Brasília, pelo
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelos ministros da Ciência e
Tecnologia, Eduardo Campos, e da Educação, Tarso Genro, essa Olimpíada foi
resultado de uma parceria entre,

MCT, MEC, ME e Petrobrás, e terá como executores a Sociedade


Brasileira de Matemática (SBM) e o Instituto de Matemática Pura e
Aplicada (IMPA). Além disso, conta com colaboração da Secretaria
de Comunicação (SECOM), Casa Civil e Secretaria de Articulação
Política do Governo Federal (OBMEP, s/d, p.92, ANEXO).
No contexto educacional, seus organizadores idealizaram um projeto de longa
duração e o seu bom desenvolvimento seria “[...] uma contribuição definitiva para um
salto de qualidade no ensino público e para abertura de novos horizontes aos
estudantes de classes menos favorecidas” (OBMEP, s/d, p. 91, ANEXO).
Ao passar dos anos, os objetivos da OBMEP foram sendo alterados e houve
incorporação de novos objetivos. De acordo com o Projeto Piloto (OBMEP, s/d, p.
91-92, ANEXO), temos como principais objetivos:

[1] estimular e promover o estudo da Matemática entre os alunos das


escolas públicas; [2] Identificar jovens talentos e fornecer
oportunidades para seu ingresso nas áreas científicas e tecnológicas;
[3] incentivar o aperfeiçoamento dos professores das escolas
públicas, contribuindo assim para a sua valorização profissional; [4]
contribuir para a melhoria do ensino da Matemática na rede pública;
[5] contribuir para a integração entre as escolas públicas, as
universidades federais, os institutos de pesquisa e as sociedades
científicas.

4Graduada em Matemática pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre em Matemática pela
Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, doutora em Matemática pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro, com pós-doutorado pela Université de Paris XI. Presidente
da Sociedade Brasileira de Matemática por dois mandatos, quando criou a Bienal da SBM, evento
dedicado exclusivamente ao ensino da Matemática. Mentora das Olimpíadas Brasileira de
Matemática das Escolas Públicas implementou o projeto em todo o país e foi sua Diretora Acadêmica
por sete anos.
Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 17, n. 46 – Ano 2024
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Na 3ª OBMEP, no ano de 2007, configura-se um novo objetivo: [6] Promover


a inclusão social por meio da difusão do conhecimento. Uma nova redação é dada
para o quarto objetivo: [4] Contribuir para a melhoria da qualidade da educação
básica (OBMEP, 2007, p.1).
No ano de 2017, na 13ª Olimpíada, acrescentaram o sétimo objetivo, [7]
Promover a difusão da cultura Matemática, uma nova redação nos itens [1] Estimular
e promover o estudo da Matemática no Brasil; [2] Identificar jovens talentos e
incentivar seu ingresso em universidades nas áreas científicas e tecnológicas; [4]
Contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, possibilitando que o
maior número de alunos brasileiros possa ter acesso a material didático de
qualidade (OBMEP, 2017, p.1).
Ao tratarmos sobre isso, perguntamos: Será que todos os jovens talentosos
em Matemática estão realmente inseridos em uma Universidade? Seria a OBMEP
uma jornada de acesso social e econômico que utiliza conhecimentos matemáticos?
Ao analisarmos tais objetivos e as mudanças ocorridas ao longo dos anos,
aferimos que a intenção é propagar essa Olimpíada para todo o país, fazendo com
que sua abrangência seja maior a cada ano na busca incessante por jovens
talentosos em Matemática, incentivando-os para o ingresso em universidades nas
áreas científicas e tecnológicas, atendendo, prioritariamente, aos interesses e às
políticas de desenvolvimento do setor econômico e industrial, em vez de se
preocupar, propriamente, com a melhoria da qualidade da educação básica e o
ensino da Matemática escolar.
Constamos que, desde a apresentação do projeto piloto, busca-se a
identificação precoce de novos talentos para as carreiras científicas e tecnológicas,
ou seja, “[...] traz a perspectiva de formação de uma geração de cientistas
competentes e criativos a quem foi dada a oportunidade no tempo devido” (OBMEP,
s/d, p. 91, ANEXO).
De acordo com Marcelo Viana, em texto publicado no jornal da Universidade
de São Paulo (USP), a Matemática é fundamental na formação de jovens talentosos
e na atividade econômica e industrial do país, com a geração de riquezas concretas
e quantificáveis.

E quanto vale a Matemática para o Brasil? Vamos fazer a conta: o


produto interno bruto (PIB) brasileiro é de R$ 6 trilhões anuais. Se o
potencial de impacto econômico é da ordem de 16%, como nos
outros países, então a Matemática vale quase R$ 1 trilhão por ano.
Infelizmente, as avaliações nacionais e internacionais de nosso
sistema educacional mostram claramente que não formamos jovens

Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 17, n. 46 – Ano 2024


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com capacitação Matemática e científica para essas profissões – não


na escala que o país necessita. A verdade deprimente é que
estamos deixando de produzir (e ganhar) boa parte desses R$ 1
trilhão (Viana, 2017).
No que concerne a essa declaração, fazemos a seguinte pergunta: Se a
Matemática é importante na formação de jovens talentosos, também, não seria para
os não talentosos? Seriam excluídos das atividades econômicas e industriais do
país? Seria a Matemática uma disciplina que pode ser dominada e apreciada
somente por estudantes talentosos?
Tal assertiva indica o viés seletivo e excludente que traz a OBMEP, embora
seja proclamada por seus organizadores como um projeto de inclusão social por
meio da difusão do conhecimento.
Deduzimos que, para o aluno alcançar sucesso na OBMEP e ter seu potencial
desenvolvido de forma ampla, não basta ter aptidão ou talento, é necessário
investimento em políticas públicas educacionais, escolas com boa estrutura física e
pedagógica que desenvolvam o potencial dos estudantes.
A partir de 2013, ocorreram mudanças na divisão de alunos inscritos em cada
fase da escola. Em cada nível, as escolas participantes passaram a ser divididas em
cinco grupos de acordo com o número de inscrições e as vagas para a segunda fase
são distribuídas de acordo com os níveis, grupos e quantidade de alunos inscritos na
primeira fase, conforme Quadro 1:

Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 17, n. 46 – Ano 2024


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Quadro 1: Grupo, quantidade de alunos inscritos na primeira fase e vagas para a segunda
fase da OBMEP, a partir de 2013, em território nacional.
NÍVEL 1
QUANTIDADE DE ALUNOS QUANTIDADE DE VAGAS PARA
GRUPO
INSCRITOS NA 1ª FASE A 2ª FASE
1 aluno 1 vaga
1A
2 a 40 alunos 2 vagas
1B 41 a 80 alunos 4 vagas
1C 81 a 140 alunos 7 vagas
1D 141 a 240 alunos 12 vagas
5% do total de alunos inscritos na
1E 241 alunos ou mais
Primeira Fase
NÍVEL 2
QUANTIDADE DE ALUNOS QUANTIDADE DE VAGAS
GRUPO
INSCRITOS NA 1ª FASE PARA A 2ª FASE
1 aluno 1 vaga
2A
2 a 40 alunos 2 vagas
2B 41 a 80 alunos 4 vagas
2C 81 a 140 alunos 7 vagas
2D 141 a 240 alunos 12 vagas
5% do total de alunos inscritos
2E 241 alunos ou mais
na Primeira Fase
NÍVEL 3
QUANTIDADE DE ALUNOS QUANTIDADE DE VAGAS
GRUPO
INSCRITOS NA 1ª FASE PARA A 2ª FASE
Até 6 alunos 6 vagas
3A
7 a 120 alunos 6 vagas
3B 121 a 240 alunos 12 vagas
3C 241 a 380 alunos 19 vagas
3D 381 a 620 alunos 31 vagas
5% do total de alunos inscritos
3E 621 alunos ou mais
na Primeira Fase
Fonte: Regulamento da OBMEP, 2017.

Esse novo modelo de distribuição garante quantidade maior de alunos


classificados para a segunda fase, de acordo com o grupo e nível. Às escolas com
menor número de alunos inscritos na 1ª fase se garante a mesma representatividade
em relação à quantidade de vagas para a segunda fase. Desse modo, expande-se o
número de alunos competindo a prêmios e se favorece a identificação de jovens
talentosos em Matemática.
Na busca por envolver o maior número de participantes, a partir de 2012, as
escolas públicas que, na admissão de alunos, realizam processo de seleção, por
meio de provas ou concurso, ou admitam, exclusivamente, filhos de militares ou de
outras categorias profissionais, passam a ser nominadas escolas públicas seletivas.
Em relação às premiações, existe predomínio das escolas seletivas e os
alunos das escolas municipais e estaduais têm desempenho menor que alunos de
escolas federais e militares. Tal vantagem ocorre devido ao perfil socioeconômico e
cultural dos alunos das escolas seletivas, escolas com melhor infraestrutura e
professores com melhor formação (Araujo, 2015).

Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 17, n. 46 – Ano 2024


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Na Tabela 1, relacionamos os últimos 5 anos da Olimpíada, quantidade de


alunos inscritos em todo o país, total de alunos premiados com medalhas e menção
honrosa e porcentagem de alunos premiados.

Tabela 1: Quantidade de alunos inscritos, premiados e porcentagem de alunos premiados


da OBMEP, entre 2012-2022.
% DE ALUNOS
ANO ALUNOS ALUNOS PREMIADOS
PREMIADOS
2017 18.240.497 51.877 0,28
2018 18.237.996 54.121 0,30
2019 18.158.775 55.671 0,30
2021 17.774.936 57.057 0,32
2022 18.159.636 55.983 0,31
Total 182.505.353 511.288 2,8
Fonte: Elaborado a partir de informações encontradas no site oficial da OBMEP, 2022.

Note-se que, nos 5 anos apresentados na Tabela 1, apenas 2,8% dos


inscritos na 1ª fase foram premiados. Embora apregoada por seus organizadores
como um instrumento de inclusão social, poucos estudantes têm a ‘oportunidade’ de
sucesso, pois ficam fora de premiações, participação em programas de iniciação
científica e bolsa de estudos oferecida pelos organizadores.
Com vistas a incentivar o estudo da Matemática, auxiliando professores e
estudantes no processo ensino e de aprendizagem, a OBMEP proporciona aos seus
alunos premiados com medalhas a participação em programas de iniciação
científica. A seguir, apresentamos, detalhadamente, os Programas e Portais
disponibilizados.
PIC – PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA JR.
Programa que oferece aos alunos medalhistas da Olimpíada acesso a
interessantes questões no ramo da Matemática, ampliando seu conhecimento
científico preparando-os para um futuro desempenho profissional e acadêmico. Caso
haja desistência dos alunos medalhistas, serão convidados a participar os alunos
premiados com menção honrosa. O estudante pode participar do PIC presencial,
caso haja um polo de Iniciação Científica perto de sua residência, com encontros
presenciais, ou participar do PIC a distância com aulas virtuais. Os estudantes têm
atividades elaboradas pela OBMEP para serem desenvolvidas em casa e, com
ajuda de moderadores, realizam tarefas complementares às aulas.
PICME - PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E MESTRADO
Trata-se de um Programa que oferece aos estudantes universitários, que se
destacaram nas Olimpíadas de Matemática (medalhistas da OBMEP ou da OBM), a
oportunidade de realizar estudos avançados em Matemática, simultaneamente, à
Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 17, n. 46 – Ano 2024
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sua graduação. O Programa oferece 300 vagas anuais e os participantes recebem


bolsa de R$ 700,00 por meio de uma parceria com o CNPq (Iniciação Científica) e
CAPES (Mestrado).
POTI - POLOS OLÍMPICOS DE TREINAMENTO INTENSIVO
Programa se destina aos Cursos de Treinamento Intensivo voltados para
competições em Matemática para alunos que estejam matriculados no 8º ou 9º anos
do Ensino Fundamental ou em qualquer série do Ensino Médio. A finalidade é
melhorar o desempenho dos alunos brasileiros nas Olimpíadas OBMEP. O
programa produz e disponibiliza, gratuitamente, material didático (vídeo aulas,
material teórico, listas de problemas) disponibilizadas no Portal do POTI. Para os
estudantes que não podem, por algum motivo, cursar de forma presencial, existe a
possibilidade de fazê-lo de maneira virtual.
PROGRAMA MENTORES
Foi criado buscando oferecer ao aluno do PIC, com alta multiplicidade, a
oportunidade de estudar assuntos avançados em diversas áreas, mediante o
oferecimento de cursos ministrados por professores universitários sobre tópicos
específicos que envolvam direta ou indiretamente Matemática. O Programa conta
com uma plataforma exclusiva (Plataforma MENTORES) com estrutura diferenciada
e recursos como videoconferências, fóruns e chat online.
PROGRAMA FORMAÇÂO DE PROFESSORES
Voltado para os professores de Matemática das escolas públicas municipais e
estaduais, o Programa tem, dentre seus objetivos, contribuir para a formação de
professores de Matemática, estimulando a adoção de novas práticas didáticas em
suas salas de aula. Os professores são orientados e recebem formação para
aperfeiçoarem o desenvolvimento de conteúdos programáticos, pautados na
Resolução de Problemas.
BOLSA INSTITUTO TIM – OBMEP
O objetivo é oferecer apoio financeiro a jovens talentos para que possam
cursar uma Universidade. Tem como parceiros o IMPA e a OBMEP. As bolsas são
direcionadas a medalhistas, de qualquer edição da OBMEP que estejam
ingressando em Universidades Públicas (Federais ou Estaduais) no primeiro período
do ano de abertura das inscrições.
PORTAL DA OBMEP
Realizado desde 2005 pelo IMPA e com o propósito de facilitar acesso ao
conteúdo elaborado, o Portal da OBMEP reúne o Portal da Matemática, o Portal da

Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 17, n. 46 – Ano 2024


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Física e Quebra-cabeças de Matemática para o Ensino Fundamental, em plataforma


única e mesmo login de acesso.
Oferece, gratuitamente, vídeo aulas, apostilas teóricas, banco de questões,
cadernos de exercícios, problemas resolvidos, aplicativos e testes que cobrem todo
o currículo de Matemática do 6º ano ao 3º ano do Ensino Médio, além de tópicos
adicionais para complementar e aprofundar o aprendizado.
CLUBES DE MATEMÁTICA DA OBMEP
Programa concebido para disponibilizar problemas interessantes de
Matemática, além de oferecer ambientes interativos nos quais é possível
desenvolver pesquisas e criar atividades de Matemática de forma ampla e divertida.
O espaço Clubes de Matemática ocorre em dois ambientes virtuais: um Blog
e um Fórum de Discussão nos quais os alunos do Ensino Fundamental e Médio das
Escolas Públicas ou Particulares podem participar de atividades como gincanas,
discussão de filmes, resolução de problemas, jogos, salas de estudo e leitura, além
de filmagens e atividades que utilizam programas de geometria dinâmica.

A OBMEP E Seus Contextos

Considerando o contexto histórico, econômico e político do país, a partir da


década de 1990, acompanhamos a implantação de políticas educacionais frente aos
pressupostos do neoliberalismo e as mudanças curriculares vinculadas ao
desenvolvimento econômico brasileiro (Zotti, 2015).
Segundo Zotti (2015, p.171),

As reformas educacionais foram produzidas com a intervenção dos


organismos internacionais (BM, BIRD, CEPAL, UNESCO, entre
outros) e com o consentimento das autoridades educacionais
brasileiras, direcionadas, na lógica do capitalismo, por uma razão
instrumental e pela busca de consenso social geral.
A organização da educação escolar brasileira, a partir da década de 1990, foi
direcionada legalmente pela Constituição Federal de 1998, pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Brasileira (LDB) e pelo Plano Nacional da Educação
(PNE/2001). É balizada para uma educação voltada para qualificação profissional e
mundo do trabalho, potencializando a lógica do mercado de trabalho na educação.
De acordo com a LDB (1996), no Título I, Da Educação, lê-se:

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se


desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho,
nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. § 1º
Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.
Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 17, n. 46 – Ano 2024
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§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e


à prática social (Brasil, 1996, p.8, grifos nossos)
A Constituição Federal de 1998, em seu artigo 205, prevê: “A educação,
direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL,
1998, p. 173, grifo nosso).
O PNE (2001), em seu eixo Educação Tecnológica e Formação Profissional
item 7.2, Diretrizes, dos Objetivos e Metas nº 14, retrata sobre o mercado de
trabalho visando melhores condições de competitividade e produtividade, como é
possível verificar:

14. Estimular permanentemente o uso das estruturas públicas e


privadas não só para os cursos regulares, mas também para o
treinamento e retreinamento de trabalhadores com vistas a inseri-los
no mercado de trabalho com mais condições de competitividade e
produtividade, possibilitando a elevação de seu nível educacional,
técnico e de renda (Brasil, 2001, p.50, grifo nosso).
Para o viés do estado controlador e a relação entre avaliação e qualidade da
educação, a LDB prescreve que cabe à União incumbir-se de “assegurar processo
nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e
superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de
prioridades e a melhoria da qualidade do ensino” (Brasil, 1996, Art. 9º, p.12, grifo
nosso).
A partir do ano de 2005, ocorreu um crescimento das avaliações externas no
país com processos avaliativos em larga escala. Houve a instituição do SAEB que,
de forma censitária, por meio da Prova Brasil, criou o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica.
No contexto das reformas educacionais brasileiras dos anos 1990, com a
implantação de um novo modelo de gestão das políticas públicas e visando a
regulação do sistema de ensino, o MEC publicou os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN) de 1ª a 4ª séries, em 1997, de 5ª a 8ª séries, em 1998, e do Ensino
Médio, em 1999.
Em 2002, com intuito de complementar as orientações do PCN Ensino Médio
(1999), foram criados os PCN+ Ensino Médio, visando orientar os professores na
busca por novas abordagens e metodologias.
Ainda sobre as reformas educacionais, em dezembro de 2017, foi
homologada pelo MEC a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que passa a

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direcionar toda a Educação Básica do país, configurando-se como um documento


“[...] completo e contemporâneo, que corresponde às demandas do estudante desta
época, preparando-o para o futuro” (Brasil, 2017, p.5).
Diante do todo o exposto, trazemos à tona a criação da OBMEP direcionada
às escolas públicas que oferecem Ensino Fundamental e Médio cuja 1ª edição
ocorreu em todo o Brasil, no ano de 2005, em meio à implantação de Políticas
Públicas Educacionais como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica -
IDEB e as Avaliações em Larga Escala (Souza, 2019).
Segundo Cocco e Sudbrack (2012), o projeto de avaliação em larga escala é
iniciado em fins da década de 1980. Para Cocco (2013), a OBMEP se insere nesse
projeto, pois tem vasta amplitude, acontece anualmente, de forma padronizada e
não respeita as diferenças regionais e locais.
Para que os alunos obtenham um bom desempenho nas avaliações e
melhora nos índices educacionais, são necessários formas e caminhos que
conduzam a esse fim em diversos âmbitos: qualidade do ensino, aprendizagem
significativa, isto é, que faz sentido para quem ensina e aprende, muito além de uma
avaliação ou Olimpíada Matemática, conforme destaca Buriasco & Soares (2012,
p.111):

[...] deve ir muito além da apreciação de sua capacidade de


memorização de símbolos e da reprodução de técnicas. Deve aferir
sua capacidade de encontrar padrões, buscar regularidades, ler
tabelas e gráficos, relacionar dados, montar esquemas, elaborar
procedimentos.
A esse respeito, em 2012, a então presidenta Dilma Rousseff fez o discurso a
seguir, durante a cerimônia nacional de premiação da 7ª Olimpíada Brasileira de
Matemática das Escolas Públicas – OBMEP 2011,

Mas o que eu queria dizer é que a escola pública, ela tem um


aspecto que é sempre dar oportunidades para aquela faixa da
população que teoricamente não nasceu com todas as condições
que, no Brasil do passado, eram aquelas que davam condição de
sucesso. Nesse Brasil de hoje, o que nós queremos é que o sucesso
advenha da meritocracia. E aqui, hoje, é uma festa da meritocracia,
do mérito, de um conjunto de jovens meninas e meninos que, por sua
capacidade e ninguém aqui perguntou quem era o pai, quem era a
mãe, quanto ganhava e quem era a família, o que nós estamos
vendo é o esforço de cada uma e de cada um ultrapassando as
barreiras que a vida impõe a cada um de nós, seja aonde, no país, a
gente nasça. Mas esse mérito é um mérito importantíssimo para
todos nós. Esse é o caminho do Brasil. O Brasil precisa de ciência,
precisa de mérito e precisa de muito esforço e dedicação (Brasil,
2012, grifos nossos).

Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 17, n. 46 – Ano 2024


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As provas de todas as edições da OBMEP apresentam uma logo "Somando


novos talentos para o Brasil”, conforme figura 1, retratando muito bem qual seu
principal objetivo: identificar jovens talentosos em Matemática a fim de incentivá-los
a ingressar nas universidades e áreas científicas, ratificando “a ideia de que a
OBMEP proporcione ou impulsione o desenvolvimento científico, tecnológico e
econômico do país” (Souza Neto, 2012, p. 6)

Figura 1 - Logos das OBMEP nos anos 2005, 2011, 2018 e 2022.

Fonte: Provas da OBMEP

Conforme exposto, a busca por jovens talentosos acaba por ser uma
finalidade explícita pelos organizadores em regulamentos e textos oficiais, ou de
formas mais sutis, como em depoimentos e entrevistas carregadas de subjetividades
(Chervel, 1990).
Assim, a OBMEP se configura como uma das estratégias governamentais
para tal, no sentido dado por De Certeau (1994), cabendo aos gestores, professores
e alunos mobilizarem táticas ante as imposições firmadas por instâncias superiores.
A exposição dos conteúdos e aplicação de uma série de exercícios inerentes
à disciplina em voga estabelecem uma espécie de arquitetura das disciplinas que
inclui exames internos ou externos os quais, segundo Chervel (1990), projetam dois
fenômenos sobre o desenvolvimento das disciplinas escolares, quais sejam:

[...] O primeiro, é a especialização de certos exercícios na sua


função de exercícios do controle [...]. [...] O segundo fenômeno é o
peso considerável que as provas do exame final exercem por vezes
sobre o desenrolar da classe e, portanto, sobre o desenvolvimento
da disciplina, ao menos em algumas das suas formas [...] (Chervel,
1990, p. 36).

Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 17, n. 46 – Ano 2024


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Julia (2001, p. 33), também, se refere às disciplinas escolares e evidencia que


elas “[...] não são nem uma vulgarização e nem uma adaptação das ciências de
referência, mas um produto específico da escola [...]”. Corroborando com as ideias
de André Chervel, o autor destaca que “as disciplinas escolares são inseparáveis
das finalidades educativas, no sentido amplo do termo ‘escola’, e constituem ‘um
conjunto complexo que não se reduz aos ensinos explícitos e programados’” (Julia,
2001, p.33).
Considerando as avaliações da OBMEP e o processo ensino aprendizagem
da Matemática escolar, Maranhão (2011), em um estudo realizado pelo CGEE 5 ,
apresenta quatro aspectos negativos: [1] Alto nível de dificuldade da prova, extensa
e incompatível com o atual (baixo) nível de conhecimento nas escolas públicas; [2]
Conteúdo único da prova incompatível com as diferentes séries; [3] Incompreensão
dos enunciados – interpretação de textos e português em geral – por parte dos
alunos que consideram as questões difíceis; [4] Contextualização das situações-
problema (nas provas) com enfoque urbano e na Região Sudeste.

Algumas Reflexões

Ao relatarmos a história e examinarmos os objetivos da OBMEP, conforme


delineados em seus regulamentos e projeto piloto, concluímos que a intenção é
ampliar a abrangência da Olimpíada e identificar jovens talentosos em Matemática.
A finalidade é incentivá-los a ingressar em universidades nas áreas científicas e
tecnológicas, priorizando, sobretudo, os interesses e as políticas de
desenvolvimento do setor econômico e industrial em desfavor de um foco direto na
melhoria da qualidade da educação básica e do ensino da Matemática escolar.
Embora proclamada como um projeto de inclusão social, dados apontam para
um espaço seletivo e excludente, fundamentado na competitividade e meritocracia,
basta observar a reduzida quantidade de alunos premiados que têm acesso a
programas de iniciação científica e a bolsas de estudos.

5 O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos é qualificado como Organização Social, associação civil
com sede em Brasília, Distrito Federal, e tem como objetivo a promoção e realização de estudos e
pesquisas prospectivas na área de ciência e tecnologia e atividades de avaliação de estratégias e de
impactos econômicos e sociais das políticas, programas e projetos científicos e tecnológicos,
mediante celebração de contrato de gestão a ser firmado com o Ministério da Ciência e Tecnologia.
Sua missão é subsidiar processos de tomada de decisão em temas relacionados à ciência, tecnologia
e inovação, por meio de estudos em prospecção e avaliação estratégica baseados em ampla
articulação com especialistas e instituições do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
(SNCTI).
Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 17, n. 46 – Ano 2024
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A partir de 2017, a OBMEP passa a incluir as escolas particulares apontando


as desigualdades econômicas e sociais no Brasil as quais impactam no
desempenho dos participantes na Olimpíada considerando que, antes, a OBMEP
era direcionada, exclusivamente, às escolas públicas.
Note-se que a OBMEP foi estabelecida em 2005, em meio a um cenário de
reformas educacionais e políticas públicas, durante os processos de avaliações em
larga escala, como a instituição do SAEB e o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica. Concluímos que a OBMEP é uma forma de avaliação em larga
escala, uma estratégia governamental que busca melhorar os indicadores
educacionais na disciplina de Matemática e uma competição que busca,
exclusivamente, jovens talentosos em Matemática.

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Acesso em: 01 de out. de 2023.

Submetido em fevereiro de 2024

Aceito em maio de 2024

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