Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia

ÉTICA E DEONTOLOGIA DO ADVOGADO

Alcenito Vasco Fernando Capitone1

Docente: Ernesto Camacho2
Resumo:

O trabalho tem como tema ética e deontologia do advogado, onde primeiro, apresenta-se o
conceito de advogado, ou seja, advocacia como profissão jurídica, entendendo-se que O
advogado é aquele formado em direito, com inscrição no quadro da Ordem dos Advogados, que
exerce o jus postulandi, ou seja, a representação de seus clientes em juízo. Aquele que expõe
perante o juiz determinada demanda pretendida. Posteriorimente, apresentando-se os conceitos
deontologia versus deontologia profissional, taxativamente deontologia do advogado como
profissão juridica, percebendo-se que, por um lado, a deontologia é uma filosofia que faz parte
da filosofia moral contemporânea, que significa ciência do dever e da obrigação. A deontologia
é um tratado dos deveres e da moral. É uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, o que é
moralmente necessário e serve para nortear o que realmente deve ser feito. Mas, por outro lado,
a deontologia profissional, deontologia do advogado taxativamente, é um conjunto de regras
ético-jurídicas que orientam o comportamento dos advogados no exercício da sua profissão. O
objectivo da deontologia é garantir a excelência no trabalho, a confiança do público e a
reputação da profissão. E, no que tange à profissão em apreço, é mister realçar que o exercício
da profissão é feito em respeito ao Estatuto da Ordem dos Advogados de Moçambique.

Palavras-chave: Ética; deontologia; advogado.

Abstract:

The work has as its theme ethics and deontology of lawyers, where first, the concept of lawyer
is presented, that is, law as a legal profession, understanding that the lawyer is a graduate in
law, registered with the Bar Association , which exercises jus postulandi, that is, the

1
Estudante do quarto ano de licenciatura em curso de Direito/ Universidade Católica de Moçambique,
FAGRENM. E-mail: [email protected].
2
Docente: Ernesto J. Camacho (Mestre em Ciências Jurídico – Forenses). E-mail:
[email protected]
1
representation of its clients in justice. The person who presents a specific intended demand to
the judge. Subsequently, presenting the concepts of deontology versus professional deontology,
specifically lawyer deontology as a legal profession, realizing that, on the one hand, deontology
is a philosophy that is part of contemporary moral philosophy, which means science of duty
and obligation. Deontology is a treatise on duties and morals. It is a theory about individuals'
choices, what is morally necessary and serves to guide what should really be done. But, on the
other hand, professional deontology, lawyer deontology in particular, is a set of ethical-legal
rules that guide the behavior of lawyers in the exercise of their profession. The objective of
deontology is to guarantee excellence in work, public trust and confidence in the profession.
And, not that it concerns the profession in terms of price, it is important to emphasize that the
exercise of the profession is carried out in compliance with the Statute of the Mozambique Bar
Association.

Keywords: Ethics; deontology; attorney.

Introdução

O presente trabalho atinente a ética e Deontologia do Advogado, tem como

objectivo servir de ferramenta para o exercício desta profissão, trazendo como forma de
dinamizar e regulamentar e trazer uma estruturação desta actividade laboral, de modo a ser
exercida, sem deixar de se subordinar a severos princípios e deveres constitucionais e do próprio
Estatuto da Ordem dos Advogados, trazemos uma abordagem no que concerne a deontologia e
a deontologia jurídica, principalmente a deontologia na prática desta profissão de modo a dar
ênfase a questão da ética e Deontologia do Advogado.

1. Objectivos

1.1. Objectivo geral

a) Analisar ética e deontologia do advogado.

1.2. Objectivos específicos

a) Apresentar conceito de advogado, como profissão jurídica;

b) Destingir a deontologia da deontologia profissional;
c) Demostrar a deontologia na prática Jurídica da advocacia, assim como, os principios
que norteam a prática Jurídica da advocacia.

2
2. Justificativa

A escolha do tema "ética e deontologia do advogado" surge no âmbito da notória

e conhecida relevância da questão da ética e deontologia do advogado. Pois, o exercício desta
profissão encontra-se subordina a severos princípios e deveres (tanto constitucionais, assim
como, do Estatuto da Ordem dos Advogados), os quais a sua violação tem consequências legais.
Com isso, é de tamanha importância a abordagem sobre a ética e deontologia do advogado.
Justificando-se também a abordagem do tema em apreço no próprio interesse do autor, para
com esta abordagem dar enfase a questão da ética e deontologia do advogado, questão que deve,
muito, ser observada pelos profissionais existentes nesta profissão do Direito.

3. Metodologia

A elaboração do presente trabalho foi baseada em um método qualitativo,

explicativo, e bibliográfico.

4. Referencial teórico

4.1. Conceito de advogado

O advogado é aquele formado em direito, com inscrição no quadro da Ordem

dos Advogados, que exerce o jus postulandi, ou seja, a representação de seus clientes em juízo.
Aquele que expõe perante o juiz determinada demanda pretendida.
O melhor conceito para o termo, na opinião de Luiz Lima Langaro vem do
professor Lois Crémieu, da Faculdade de Direito da Universidade de Marseille, a saber: "é toda
pessoa, licenciada em direito e munida do diploma profissional, regularmente inscrita na
Ordem, cuja profissão consiste em consultar, conciliar e pleitear em juízo."
Sendo assim, não basta apenas a licenciatura em Dirieto, mas sim a inscrição na
Ordem para que se possa exercer esta profissão.

4.1.1. Origem

De acordo com as origens históricas o termo advogado deriva do latim

"advocatus", que sistematicamente divide-se em "ad" (para junto) "vocatus" (chamado). Ou
seja, é a pessoa chamada pelas partes para prestar auxílio diante de suas pretensões.
Não se pode precisar ao certo onde apareceram às primeiras figuras do advogado.
No entanto na Grécia surge as figura dos "oradores/amicis", pessoas que dispunham da
eloquência oral para auxiliar seus amigos perante o juiz da causa.
3
 Conta à história, que a profissão do advogado tornou-se autónoma em Roma,
onde as discussões verbais foram tomando forma escrita, dando origem ao processo. Os
"patronus" desta época em Roma ocupavam a primeira classe junto aos Senadores.
Em Portugal, a figura do advogado surgiu no Reinado de Afonso V. Neste país
já se exigia que o advogado cursasse oito anos de estudo relacionado ao Direito Canónico ou
ao Direito Civil na Universidade de Coimbra.

4.2. A Deontologia

Deontologia é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea, que
significa ciência do dever e da obrigação. A deontologia é um tratado dos deveres e da moral.
É uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, o que é moralmente necessário e serve para
nortear o que realmente deve ser feito.3
O termo deontologia foi criado no ano de 1834, pelo filósofo inglês Jeremy
Bentham, para falar sobre o ramo da ética em que o objecto de estudo é o fundamento do dever
e das normas. A deontologia é ainda conhecida como "Teoria do Dever".4
Immanuel Kant também deu sua contribuição para a deontologia, uma vez que a
dividiu em dois conceitos: razão prática e liberdade. Para Kant, agir por dever é a maneira de
dar à acção o seu valor moral; e por sua vez, a perfeição moral só pode ser atingida por uma
livre vontade.5
A deontologia também pode ser o conjunto de princípios e regras de conduta ou
deveres de uma determinada profissão. Ou seja, cada profissional deve ter a sua deontologia
própria para regular o exercício da profissão, e conforme o Código de Ética de sua categoria.6
Para os profissionais, deontologia são normas estabelecidas não pela moral e sim
para a correção de suas intenções, acções, direitos, deveres e princípios. O primeiro Código de
Deontologia foi feito na área da medicina, nos Estados Unidos.7

3
RACHE, Francisca, Ética e deontologia: o papel das associações profissionais, 2005, disponível em:
https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/426/539, acesso em: 29 de Outubro.
4
RACHE, Francisca, Ética e deontologia: o papel das associações profissionais, 2005, disponível em:
https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/426/539, acesso em: 29 de Outubro.
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RACHE, Francisca, Ética e deontologia: o papel das associações profissionais, 2005, disponível em:
https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/426/539, acesso em: 29 de Outubro.
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RACHE, Francisca, Ética e deontologia: o papel das associações profissionais, 2005, disponível em:
https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/426/539, acesso em: 29 de Outubro.
7
RACHE, Francisca, Ética e deontologia: o papel das associações profissionais, 2005, disponível em:
https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/426/539, acesso em: 29 de Outubro.
4
 4.3. A deontologia na Prática Jurídica da Advocacia

A deontologia equivale ao conjunto dos deveres, sendo a deontologia

profissional, o conjunto de normas jurídicas, cuja maioria tem conteúdo ético e que regulam o
exercício de uma profissão. Pelo que, é da deontologia queresulta também o valor da confiança,
aferido em função do acesso condicionado a profissão e da regulamentação imposta para o seu
exercício. Neste diapasao, a deontologia jurídica do advogado é um conjunto de regras ético-
jurídicas que orientam o comportamento dos advogados no exercício da sua profissão. O
objectivo da deontologia é garantir a excelência no trabalho, a confiança do público e a
reputação da profissão.
E, no que tange a presente profissão, é mister realçar que a mesma é uma
actividade liberal. Ademais, importa ainda frisar que o exercício da profissão é feito em respeito
ao Estatuto da Ordem dos Advogados de Moçambique8.
Mais ainda, salientar que o exercício da profissão em apreço está sujeito a alguns
princípios indicados no E.O.A.M9., designadamente:
1. Integridade (cfr n.ᵒ 1, art. 72 do E.O.A.M.);
2. Independência (cfr art. 73 do E.O.A.M.);
3. Segredo profissional (cfr art. 79 do E.O.A.M.);
4. Não discutir publicamente questões profissionais (cfr 80 do E.O.A.M.); e
5. Urbanidade (cfr art. 88 do E.O.A.M.).
Por outro lado, porque existem tambem deveres deontológicos dos advogados
nesta profissao jurídica, são alguns deles:
1. Independência, ou seja, liberdade em relação ao poder, à opinião pública, aos tribunais
e a terceiros;
2. Dignidade, que se relaciona com a conduta do advogado no exercício da profissão e no
seu comportamento público;
3. Probidade;
4. Domínio do idioma;
5. Zelo;
6. Integridade;
7. Censurar posturas corruptas; e
8. Buscar a verdade dentro dos limites legais.

8
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei n.ᵒ 28/2009, de 29 de Setembro.
9
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei n.ᵒ 28/2009, de 29 de Setembro.
5
 O não cumprimento das regras deontológicas pode levar a sanções
disciplinares.

Conclusão

O advogado sendo todo aquele formado com aquela inscrição na Ordem dos
Advogados, que exerce o jus postulandi, ou seja, a representação dos seus clientes em juízo,
aquele que expõe perante o juiz determinada demanda pretendida, assim sendo é imprescindível
e em hipótese alguma deve, este deixar de se optar por uma conduta ética e deontologia, cujo
qual é traduzida em tratado de deveres e de moral, também se podemos considerar o conjunto
de princípios e regras de conduta e deveres impostos ao Advogados, que orientado o
comportamento do advogado no exercício da sua profissão, o objectivo da deontologia é
garantir a excelência no trabalho e a confiança do público e a reputação da profissão. E ainda
por ser uma profissão liberal, é importante realçar que o exercício desta profissão é feito em
respeito ao Estatuto da Ordem dos Advogados de Moçambique.

6
Referências bibliográficas

RACHE, Francisca, Ética e deontologia: o papel das associações profissionais, 2005,

disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/426/539, acesso em: 29 de
Outubro.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei n.ᵒ 28/2009, de 29 de Setembro.