O Caráter de Deus
E vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a
quem enviaste.
-João 17:3
DEFINIÇÕES
Caráter: Firmeza de vontade; constância estabelecida relativa à maneira de
agir e reagir.
Deus: “Espírito infinito, eterno, imutável em seu ser, santidade, justiça e é a
Verdade”
Identidade: Aquilo que se é determinado pela ORIGEM e CARÁTER.
Atributos: Marcas da personalidade.
CONHECIMENTO: Ato ou efeito de ter convivência;
RELACIONAMENTO; vai além do saber ou ter informações.
DEUS PODE SER CONHECIDO?
Deus não só pode, como veremos que ELE QUER, ser conhecido. E nós,
como criação dEle, necessitamos de conhecê-lo, e, como filhos, temos este
privilégio ainda maior.
Para se conhecer a Deus precisamos ter três convicções:
1 – Ele existe (Hb. 11.6)
2 – Este é um conhecimento sobrenatural (I Co. 2, Jo. 4.23-24)
3 – É uma ação progressiva (Os. 6.3)
“Deus é do tamanho da Sua Palavra. A importância que damos à Palavra de
Deus é a mesma importância que estamos dando ao Deus da Palavra”
A Palavra de Deus é uma revelação progressiva que não só explica como
conhecemos a Deus, mas também nos mostra quem Ele é. Jesus é o verbo da
vida – Palavra – e, na terra, nos deu a conhecer Deus. Na Nova Aliança, o
Espírito revela as profundezas de Deus, e também pela comunhão do Espírito
Santo, conhecemos o Seu caráter.
A revelação GERAL de Deus
'As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos
pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as
palavras desta lei.'
-Deuteronômio 29.29
As revelações do Senhor pertencem a nós. A aliança, o amor do Pai, a
aceitação de filhos, a liberdade na comunhão com o Pai, com o Filho e com o
Espírito Santo são ferramentas disponíveis para o relacionamento nesta
dispensação.
obs. O que não foi revelado, não deve nos interessar, pois não é essencial. Só gerará
vãs discussões, abrindo brechas para dúvidas.
Rm 1.19-20, Sl 19. – A criação de alguém revela particularidades daquele ser.
Se vários artistas, fossem pintar uma mesma imagem, o resultado não seria o
mesmo. Cada artista, pintaria a imagem com sua própria identidade e
“DIGITAL”, trazendo características próprias dos autores.
Na criação, podemos perceber:
- Atributos invisíveis de Deus;
- Seu eterno poder;
- Sua própria divindade.
Foi o próprio Deus quem manifestou estes três aspectos.
Existe uma revelação ESPECIAL – íntima - de Deus:
Gn 1.26 O homem foi criado por Deus. Da mesma forma que as plantas
dependem da terra, por terem sido formadas nela, e os peixes da água pelo
mesmo motivo, assim também, por ter sido formado em Deus, o homem
depende dEle. Nós temos que estar em Deus. Fomos criados a imagem e
semelhança dEle para conhecê-lo. Deus quis isso desde o princípio, e
continuará querendo eternamente, At. 17.26-27: “Fez a raça humana (...) para
buscarem a Deus” Ec. 3.11: “pôs a eternidade no coração do homem” Porém, o
homem pecou e ficou afastado dessa comunhão que leva a um conhecimento
revelado intimamente, bem mais completo do que a revelação geral,
explicada anteriormente -> Is. 59.2-15
- O homem agora só poderia se relacionar pelo sangue (sacrifício). Mas, Deus
continuou querendo ser conhecido de forma mais íntima:
- Os. 6.6: “Quero o conhecimento mais do que os sacrifícios”.
GI. 4.4: Jesus veio "na plenitude dos tempos" para trazer o Pai até o nosso
nível, a humanidade. Hb. 10.1-9: “Sacrifício não quisestes, antes um corpo me
preparastes para fazer a Sua vontade”. Qual era essa vontade? Nossa redenção, a
vontade de Deus era restaurar a comunhão, a adoração, é ser intimamente
conhecido. Jo 4.23 “Mas vem a hora e já chegou,(…) os verdadeiros adoradores (…)
são estes que O PAI PROCURA (…).” É tremendo pensar que o Pai BUSCA
ADORADORES, Ele procura relacionamento, convivência com seus filhos.
A vontade de Deus era nos doar vida (Jo. 3.16). O que é a vida eterna? “É
conhecer a Deus” (Jo. 17.3).
Jesus veio revelar Deus (Jo. 1.18), ser a expressão exata da divindade (Hb. 1.1-
4), como Emanuel: “Deus conosco” (Mt. 1.23). Com a Sua morte, o véu foi
rasgado: Êx. 26.31-33, Hb. 9.3, Mt. 27.51 O véu era a “carne” ou “corpo” de Jesus:
Hb. 10.20. Após morrer e ressuscitar no terceiro dia, se cumpriu Os. 6.2-3,
“podemos viver diante dEle e prosseguir em conhecê-lo” (sem véu, com o rosto
desvendado -> 2 Co. 3.16-18). Agora, Ele vive em nós (Jo 14:23, 1 Co 3,16,17)
estamos em perfeita comunhão, podemos se achegar e viver no Santo dos
Santos com toda a confiança e ousadia (Hb. 10.19) , sem culpa, sem medo,
sem condenação, (2Tm 1.7, 1Jo 4.18, Rm 8.1, 34)) e sem pecado (Hb 10.8-10)
pelo novo e vivo caminho (Jo. 14.6). - Deus não podia ser conhecido
satisfatoriamente, era MISTÉRIO, mas em Cl. 1.26,27 diz “AGORA, se
manifestou (ou foi revelado) aos seus santos (a nós), aos quais Deus quis dar a
conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo
em vós, a esperança da glória”. DEUS NOS REVELOU! Essas coisas pelo seu
Espírito que habita em nós (1 Co. 2.10), e pela Sua Palavra (2 Tm. 3.16-17).
Deus não quer ser um mistério! Ele é Pai e ama se relacionar com Seus filhos! Por
isso, Ele deseja que todas as criaturas se tornem filhos para alcançarem o
pleno CONHECIMENTO da Verdade (1 Tm. 2.4).
O CONHECIMENTO DE DEUS NÃO É PLENAMENTE ALCANÇADO
NESTA TERRA:
Nosso corpo atual não nos permite, não suporta (I Co. 15:53-54).
Exemplos: Moisés (2 Co. 3.7), Daniel (Dn. 10.7) e Saulo (At. 9.3-4)
Ec. 3.15: “Deus fará que o que foi, volte a ser como era”, Adão conhecia face a face
antes de pecar. Assim seremos nós na eternidade: “Agora conhecemos em parte”
(...) “mas veremos face a face, então conheceremos como também somos conhecidos”
(1 Co.13.12). - Hb. 10.37-39: “Aquele que vem virá e não tardará”, por isso cabe a
nós, enquanto estamos na terra, conhecermos tudo o que temos direito,
desfrutando de tão grande salvação, tendo em nós o caráter de Deus,
expressando Ele aqui. Então, não seremos dos que retrocedem, mas da fé.
POR QUE CONHECER A DEUS?
- O conhecimento liberta
(Jo 8.32): “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (Is 5.13): “Portanto, o
meu povo será levado cativo, por falta de entendimento; os seus nobres terão fome, e
a sua multidão se secará de sede”.
- A vida eterna consiste em conhecer a Deus
(Jo 17.3): “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro,
e a Jesus Cristo, a quem enviaste”.
- A graça e a paz são multiplicadas nas nossas vidas
(2 Pe 1.2): “Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de
Jesus nosso Senhor”.
- Deus é a fonte da vida e do sustento
(At 17.28): “pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos...”
(1 Co 8.6): “Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e
para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós
também, por ele”.
- Rejeitar os enganos e tradições humanas
Quando conhecemos a Deus, não somos mais enganados por argumentos e
palavras que induzem ao erro. Conhecendo o que é verdadeiro, podemos nos
desviar do que é falso e permanecer na sã doutrina, porém, se não
conhecermos, qualquer argumento mais bem elaborado pode nos desviar. (Ef
4.13-14): “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho
de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para
que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao
redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que
induzem ao erro”.
- Ficar mais parecidos com o Pai
(2 Co 3.18): “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho,
a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria
imagem, como pelo Senhor, o Espírito”.
Devemos refletir o caráter de Deus. A expressão “contemplando como por
espelho” tem a conotação de refletir. Refletimos aquilo que contemplamos. A
própria Palavra é o espelho no qual nos “olhamos” para conferir se estamos de
acordo com a imagem do Filho de Deus. (Tg 1.23)
- É pelo conhecimento de Deus que tomamos posse do que Ele já nos deu
(2 Pe 1.3): “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas
que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos
chamou para a sua própria glória e virtude”. Conhecendo quem Deus é, tem e
pode, estaremos também conhecendo quem nós somos, temos e podemos
fazer, nEle: “em Cristo Jesus”.
DEUS É SOBERANO (SOBERANIA DELE X NOSSO LIVRE
ARBÍTRIO)
(Hb. 6.13): Não existe nada e nem ninguém superior a Deus.
(Salmo 103.19): "O SENHOR tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino
domina sobre tudo".
Leia também: Dn 4.35, Mt 20.15, Rm 9.21
Soberania é o DIREITO absoluto de governar sobre TUDO. Significa que
Deus reina inconteste, que não há quem possa rivalizar com ele. Soberano é o
"que exerce o poder supremo, tem autoridade; que exerce, sem restrição nem
neutralização, poder ou autoridade; que detém o poder; dominador,
influente; que impõe decisão, que define; decisivo, poderoso ou potente nos
seus atos e efeitos; poderoso, infalível; que ocupa o primeiro lugar; que atinge
o mais alto grau, excelente no seu gênero; excelso, notável, magnífico,
supremo; que tem saber e presença absolutos, e, em consequência, conduz,
protege, rege, domina".
Ele possui este direito devido a sua infinita superioridade, da sua posse
absoluta de todas as coisas e da dependência delas perante ele para
continuarem a existir.
Contudo, a soberania de Deus não anula o livre-arbítrio do homem. Ela fala
da extensão de sua autoridade e não o que Ele fará com ela. Deus criou tudo
como quis e foi Ele mesmo quem deu ao homem o direito de escolher entre o
bem e o mal. Ele não interfere no livre-arbítrio do homem, a despeito da sua
soberania, porque não pode ir contra Sua própria Palavra, ou seja, não pode negar a
si mesmo, nem pode mentir (II Tm. 2.13).
O que vem de mal contra o homem, não vem de Deus. Ele tão-somente
permite, porque é fiel a Sua Palavra, age em legalidade e é justo e juiz. - As
pessoas no Velho Testamento estavam em outra dispensação, por isso
culparam Deus de coisas que Ele não fazia, e sempre que havia uma tragédia
ou mortes nunca era sem motivo. As pessoas O viam de longe, e Deus as
tratava como criaturas e não filhos. Deus não muda, é sempre bom e o que
vem dEle é somente bom (Tg. 1.16-17), mas a forma dEle agir mudou de
acordo com os princípios que estabeleceu para cada dispensação.
(Dt. 30.19-20): Deus deu o livre arbítrio. Ele não deu o mal. O mal foi
originado no diabo, que distorceu o bem.
O Juízo Divino
Deus é bom em todo o tempo, mas precisamos ter a clareza e o equilíbrio da
Palavra quando falamos sobre o juízo divino. Pois, não podemos apenas
selecionar os nossos versículos favoritos, acolher toda a pregação dos nossos
pregadores prediletos e ignorar o resto dos versículos que contradizem o que
acreditamos. Precisamos ser sensatos e ter a mansidão e a humildade, de
buscar entender aqueles textos que não gostamos. Ou é assim, ou estamos
brincando de amarelinha evangélica, pulando de um versículo para o outro:
“Esse versículo sim, esse texto não, esse texto sim, esse versículo não”. Não é
assim que devemos estudar a Palavra de Deus, não podemos simplesmente
ignorar versículos que não dizem o que gostaríamos, por isso nessa
abordagem sobre o juízo divino, o meu compromisso é somente com palavra
de Deus.
É preciso deixar claro que Deus é tão bom, quanto é severo. No livro de Salmos a
citação “a sua misericórdia dura para sempre”, repete-se 33 vezes. Jesus andava
por toda a parte movido de compaixão (Mt 9.36; 14.14; 18,27, Mc 1.41; 6.34) e em
outro versículo diz, “as suas misericórdias não tem fim” (Lm 3.22) e em outro
lugar diz, “pois, Tu Senhor, és bom e pronto para perdoar e abundante em
benignidade para com todos os que o invocam” (Sl 86.5) e ainda Deus diz, em
Jr 32.41 “Eu me alegrarei sobre você, fazendo o bem (…) com todo o meu coração e
com toda a minha alma”. Jesus andou por toda parte fazendo o bem, e curando
todos os oprimidos do diabo porque Deus era com Ele (At 10.38) e quando
mencionavam a Jesus, para que Ele condenasse, julgasse, matasse ou destruísse
os que lhe faziam mal, sua resposta era clara. “Eu não vim para destruir as
almas dos homens, mas para salvá-los” (Lc 9.56).
Agora não podemos nos esquecer que, o mesmo Deus bom e misericordioso
também é justo Juiz e legislador (Tg 4:12) e o próprio Jesus diz que, o Pai tem
o poder de matar e fazer perecer a alma no inferno Lc 12:5 “Eu, porém, vou
mostrar a quem vocês devem temer: temam aquele que, depois de matar, tem poder
para lançar no inferno. Sim, digo que a esse vocês devem temer”. Ele julga sempre
com justiça, e todos os seus juízos são justos. (Rm 3.5,6) e ao contrário do que
alguns pensam, Deus se ira. “Deus é justo juiz, um Deus que se ira todos os dias”.
(Sl 7.11) e em (Rm 1.18), “A ira de Deus se revela do Céu contra toda a impiedade e
perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça”, para não deixar dúvidas
o texto deixa claro “se revela do Céu”, não é do inferno. E contra quem?
Contra toda a impiedade e perversão dos homens ‘que detêm a verdade pela
injustiça’. É interessante notar que a ira vem contra os que “DETÊM A
VERDADE, QUE BARRAM A VERDADE, NÃO DEIXAM A VERDADE
FLUIR, E BARRAM COM A INJUSTIÇA”. Fica claro que a injustiça atrai
Deus manifestando a ira e a justiça atrai Deus manifestando o amor. Você já
para pensar, se um juiz deixasses os malfeitores impunes? O que se diria de
um juiz desses? De fato, Deus na sua tolerância e bondade, deixou impunes os
nossos pecados anteriormente cometidos e nos justificou pela fé em Cristo
(Rm 3.24-26). Mas se Depois de recebemos ao Senhor, e o pleno conhecimento
da verdade, continuarmos vivendo em pecado? (Hb 10.26,27) Odiando os
irmãos? Ignorando o novo e maior mandamento, “amar o próximo como Jesus
amou” (Jo 13.34). O que acontecerá conosco?
Em 1Co 5.1-5, o apóstolo Paulo, “entrega” a satanás “para destruição da carne
(do corpo, ou a morte prematura)”, um irmão que estava tendo relações
sexuais com a mulher de seu pai (com a própria madrasta). Mas um ponto
interessante, é que Paulo desejava a morte prematura daquele irmão PARA O
SEU BEM, no versículo 5 vemos o propósito de tal sentença “a fim de que o
espírito seja salvo, no dia do Senhor Jesus” Paulo parecia temer que se aquele
irmão continuasse vivendo desregradamente no pecado, “descendo no
carrinho rolimã do pecado” ele chegaria ao ponto de perder sua salvação.
Embora Satanás seja mencionado como o destruidor da carne ou do corpo do
homem, devemos nos atentar ao que Paulo disse no versículo 4, que aquilo foi
feito “em Nome de Jesus”, ou seja, como um embaixador de Cristo, em outras
palavras, o apóstolo Paulo está dizendo “que aquilo era o que Jesus faria”. O
que significa que quilo era um juízo divino, em concordância com Paulo e a
igreja.
Em 1Corítios 11 (A Ceia do Senhor) acontece a mesma coisa, porém em
circunstâncias diferentes, agora o pecado era “a falta de amor entre irmãos”, e
o texto diz, nos versículos 30 ao 32, “EIS A RAZÃO por que há entre vós muitos
fracos e doentes e não poucos que dormem. PORQUE, SE NÓS JULGÁSSEMOS A
NÓS MESMOS, NÃO SERIAMOS JULGADOS. Mas quando julgados, somos
disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”. O fato é que
nós só vemos esta vida, o que está diante de nós. Mas se pararmos um
momento para meditar nesses versículos. Mesmo se insistirmos no pecado,
vivendo uma vida errada, mesmo depois de receber o conhecimento da
verdade podendo ter o risco de perder a nossa tão preciosa salvação, o Senhor
cuida de nós, nos disciplinando “para não sermos condenados com mundo” e em
outra vez, “A fim de que, o espírito seja salvo, no Dia do Senhor Jesus”. O nosso Pai
corrige a quem ama e disciplina a todos os seus filhos (Hb 12.6-11).
Em Apocalipse 2.20-23 o próprio Jesus repreendeu o anjo da igreja (O pastor)
de Tiatira, pois tolerava uma mulher chamada Jezabel, que “se declarava
profetisa.” Ela ensinava e ainda seduzia os servos do Senhor para praticarem a
prostituição e a comer coisas sacrificadas a ídolos. A palavra diz no versículo
21, “dei lhe tempo para que se arrependesse; ela todavia, não quer se arrepender da
sua prostituição”. Preste bastante atenção no texto, o Senhor Jesus julga com
justiça e dá a cada um segundo as suas obras, o texto diz, “dei lhe tempo” e
ainda diz “ela todavia, não quer se arrepender”. Isso nos lembra outro texto não
é? 1Co 11.31 que diz, “PORQUE, SE NÓS JULGÁSSEMOS A NÓS MESMOS,
NÃO SERIAMOS JULGADOS.” Tudo que acontecerá depois, poderia ser
evitado, apenas julgando a si mesmo. Assim, o Senhor Jesus diz que “Eis que
farei com que fique acamada, e trarei grande tribulação aos que com ela adulteram,
caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos (os
discípulos dela, essa era uma forma de chamar os alunos, de filhos), e todas as
igrejas saberão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e retribuirei a cada
um de vocês segundo as suas obras.” Ap 2.22,23.
Resumindo o assunto, Deus julga mas nunca sem motivo, tirando a proteção
do homem, permitindo que o diabo aja, porque este tem autoridade na terra
e procura brechas para destruir, roubar e matar, (Jo 10.10) Pois ele não pode
tocar nos servos do Senhor (1J0 5.18).
ATRIBUTOS ABSOLUTOS ou ATIVOS (NÃO-MORAIS) DE DEUS
O que Deus é com relação ao universo. O homem não pode expressar ou ser
essas coisas. Soberania é um desses atributos, vamos ver outros agora:
Auto-Existente / Espiritualidade: Deus é um ser cuja essência é espiritual. Ele
é o EU SOU.
(Jo 4.24): “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em
verdade”. (Lc 24.39): “porque um espírito não tem carne e ossos”.
Deus é Espírito com personalidade; ele pensa, sente e fala, portanto, pode ter
comunhão direta com as suas criaturas feitas à sua imagem.
Sua pessoa não é composta por nenhum elemento material e não está sujeita
às condições de existência natural, portanto não pode ser visto naturalmente,
nem apreendido pelos sentidos físicos, a não ser quando em momentos
extraordinários divinamente concedidos. Deus é uma pessoa real, mas de
natureza tão infinita, que não se pode apreendê-lo plenamente pelo
conhecimento humano, nem tampouco satisfatoriamente descrevê-lo em
linguagem humana.
Onipotência: Aquele que tem todo o poder, o Todo-poderoso.
A onipotência é aquele atributo que se refere ao fato de que Deus retém
em si toda e qualquer fonte existente de poder. - A palavra "onipotência" deriva
de dois termos latinos, "onis" e "potentia" que, juntos, significam "todo poder".
Esse atributo de Deus, mostra que Seu poder é ilimitado; Ele tem poder de
fazer qualquer coisa que queira.
Em suma, a onipotência de Deus significa duas coisas:
1 - Sua liberdade para fazer tudo o que esteja em harmonia com a sua própria
natureza.
2 - Seu controle e sabedoria sobre tudo o que existe ou pode existir:
(Gênesis 17.1): "Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos,
apareceu-lhe o SENHOR e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda
na minha presença e sê perfeito". (Apocalipse 1.8): “Eu sou o Alfa e o Ômega, o
princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”.
Observação: O que a Onipotência de Deus não é: A onipotência de Deus não
significa o exercício de Seu poder para fazer aquilo que é incoerente aos seus atributos
e à sua natureza. Deus sempre confirma a Sua Palavra, sempre em linha com o seu
caráter.
Para Deus é impossível:
Mentir (Tt 1.2)
Negar a si mesmo, seus atributos e natureza (2Tm 2.13)
Fazer o mal (1Jo 4.8)
Mudar (Tg 1.17)
- Onisciência: Aquele que tem todo o conhecimento.
A palavra “onisciência” deriva de duas palavras latinas, "Omnis" que significa
“tudo”, e "scientia", que significa “conhecimento”. Assim, a onisciência de
Deus tem a ver com a capacidade de tudo saber. De fato, as Escrituras
ensinam do começo ao fim que Deus é onisciente; sua compreensão é infinita,
e sua inteligência é perfeita.
(Salmos 139): Ele nos sonda e nos conhece. Seu amor, aquilo que Ele é, é tão grande,
que Ele nos ama mesmo conhecendo todos os nossos defeitos.
(Hebreus 4.13): “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo
contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem
temos de prestar contas”.
(Mateus 6.6): Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta,
orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
Não há nada que Deus não saiba, o Seu conhecimento é absoluto, ou seja, Ele
tem conhecimento a respeito de toda e qualquer coisa, não importando em
que tempo esteja (passado, presente ou futuro). Não é necessário para Deus
"raciocinar" (sucessão de pensamentos para que possa chegar a uma conclusão
lógica) para compreender, ele vê tudo de uma só vez. Baseados na onisciência
de Deus, alguns se perguntam se o fato dele saber quem se perderá é um
decreto de condenação na vida destas pessoas, entretanto, a presciência de
Deus a respeito do livre-arbítrio do homem não o obriga (ao homem) a seguir
este ou aquele caminho. Deus Sabe qual será, mas não intervém na escolha.
Leia também: Sl 94.9,11, 1Jo 3.20, Gn 18.18, 19.2, 2Rs 8.10, 1Cr 28.9, SI 147.4-5,
Pv 15.3, Is 29.15, Jr 1.4-5, Ez 11.5, Dn 2.22, 28, At 15.8-18
- Onipresença: Aquele que está em todo lugar.
Onipresença é a capacidade de estar presente em todas as partes, e ao mesmo
tempo. Apenas Deus a possui. A palavra “onipresença” deriva de dois
vocábulos latinos, "omnis" que significa “tudo”, e "praesum", que significa “estar
próximo ou presente”.
A diferença entre onipresença e imensidade é que imensidade é a presença de
Deus em relação ao espaço, enquanto onipresença é a sua presença
considerada em relação às criaturas, nas seguintes maneiras:
1 - Em glória: para as hostes adoradoras do céu. (Is 6.1-3)
2 - Eficazmente: na ordem natural. (Na.1.3)
3 - Providencialmente: com os homens. (SI 68.7-8)
4 - Atentamente: àqueles que o buscam. (Mt 18.19-20, At 17.27)
5 - Judicialmente: às consciências dos ímpios. (Gn 3.8, SI 68.1-2)
6 - Corporalmente: em Jesus. (CI 2.9)
7 - Misticamente: na igreja. (Ef 2.12-22)
8 - Oficialmente: com seus obreiros. (Mt 28.18-19)
(Salmo 139.7-10): "Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua
face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás
também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua
mão me guiará e a tua destra me susterá".
Leia também: Jr 23.23-24, 1Rs 8.27, Gn 28.15-16, Dt 4.39, Js 2.11, Pv 15.3,11, Is
66.1, Am 9.2-4, At 7.48,49, Ef 1.23.