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Introdução A Sistemática

O documento aborda a Botânica Sistemática, que classifica as plantas com base em suas características e relações genéticas, distinguindo entre sistemática e taxonomia. Ele descreve os processos de identificação, nomenclatura e classificação, além de apresentar diferentes sistemas de classificação e categorias taxonômicas. A nomenclatura botânica é regulamentada pelo Código Internacional de Nomenclatura Botânica, que estabelece regras para a criação de nomes científicos.

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Introdução A Sistemática

O documento aborda a Botânica Sistemática, que classifica as plantas com base em suas características e relações genéticas, distinguindo entre sistemática e taxonomia. Ele descreve os processos de identificação, nomenclatura e classificação, além de apresentar diferentes sistemas de classificação e categorias taxonômicas. A nomenclatura botânica é regulamentada pelo Código Internacional de Nomenclatura Botânica, que estabelece regras para a criação de nomes científicos.

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Universidade Rovuma

Faculdade de Ciências Naturais e Matemática

Departamento de Biologia

Cadeira: Botânica Sistemática e Filogénica

Docente: Gisela Guibunda Jossamo

Nampula

2021

G.Jossamo 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA BOTÂNICA SISTEMÁTICA

A Sistemática Vegetal é a parte da botânica que tem por finalidade agrupar as plantas dentro de
sistemas, levando em consideração suas características internas e externas, suas relações
genéticas e afinidades. Muitos botânicos consideram o termo sistemática e taxonomia como
sinônimos; porém, outros reservam a designação taxonomia para a ciência que elabora as leis da
classificação e sistemática para aquela que cuida da classificação dos seres vivos, baseada
fundamentalmente na morfologia. A sistemática compreende três etapas : a identificação, a
nomenclatura e a classificação.
Sistemática: é uma ciência que se empenha na classificação dos seres vivos.

Classificação é o processo de estabelecimento e definições de grupos sistemáticos ou categorias


sistemáticas denominados taxa plural e taxon singular.

Taxonomia é um ramo da biologia que se dedica na descrição e nomeação dos organismos


ordenando-os em grupos naturais para formarem um sistema de acordo com o deu grau de
parentesco.

Sistemática ou taxonomia - o aumento do número de dados relativos ao ambiente florístico e


dos seres vivos em geral permitiu observar várias características individuais e comuns entre eles.
Isto possibilitou identificar os vegetais e agrupá-los em determinadas categorias.

Os termos: sistemática e taxonomia, como dito acima não são sinônimos, embora muitos autores
considerem e usem os termos dessa forma.

A Sistemática – é a parte da Botânica cujo objectivo é criar sistemas de classificação que


expressem a melhor forma possível os diversos graus de semelhança entre os vegetais. Podemos
considerar como parte da Sistemática a Taxonomia, a Classificação e a Nomenclatura.

Taxonomia – esse termo foi proposto por DE CANDOLLE em 1813, no herbário de Gênova
(taxonomie), em referência a teoria da classificação das plantas. Irá tratar dos Princípios e Regras
da Botânica. Dos procedimentos para realizar uma classificação, visto que dependendo dos
princípios teremos diferentes classificações. Contudo, para a Botânica seguimos os Princípios e
Regras Internacionais da Botânica.

Classificação – é a ordenação ou o acto de classificar plantas em grupos de tamanho crescente,


dispostos de maneira hierárquica. (sistema ou hierarquia de níveis ou categorias,).
G.Jossamo 2
Sistemas de classificação:

Taxonomia popular: é o primeiro e agrupo os organismos segundo a sua utilidade: alimentação,


veneno, construção, medicinal etc.

Taxonomia científica: utiliza métodos científicos mais adequados para classificar os


organismos. E dentre eles podemos destacar:

a) Sistema artificial: separam as características de uma forma arbitraria como sendo


principais, exemplo o numero de pecas florais.
b) Sistema natural ou formal: seguia o mesmo princípio do sistema artificial mas
considerava maior número de características, observaram-se melhorias mas este sistema
obtinha classificações fenéticas.
c) Sistema filogenético: os organismos eram ordenados segundo o parentesco filogenético.
d) Sistema sintético: procura abarcar varias disciplinas par fazer a classificação dos
organismos. Mas esta também possui um grau de subjectividade.

Classificação monofilectica: defende que os representantes das categorias taxonómicas devem


ter um ancestral comum.

Classificação polifilectica: defende que os taxons devem ser descendestes de mais de uma
ancestral.

Classificação parafilectica: defende que os taxons não devem ser de 1 ou mais ancestrais
comuns.

As principais categorias taxonómicas são:

• Reino
• Filo ou divisão
• Classe
• Ordem
• Família
• Género
• Espécie.
G.Jossamo 3
ou

Divisão
sub-divisão
Classe
sub-classe
Ordem
sub-ordem
Família
sub-família
tribo
Gênero
sub-gênero
Espécie
sub-espécie, variedade, forma
ou

CATEGORIA – TERMINAÇÃO EXEMPLI


CATEGORIA – Latim ABREVIAÇÃO
Português BOTÂNICA GRATIA (e.g.)

Regnum Vegetabile Reino Vegetal Plantae

Subregnum Subreino BIONTA Embryobionta

Divisios Divisão PHYTA Tracheophyta

Subdivisios Subdivisão PHYTINA Spermatophytina

Angiospermopsid
Classis Classe OPSIDA
a

Subclassis Subclasse IDAE Dicotyledonidae

Superordo Superordem ANAE Rosanae

Ordo Ordem ALES Rosales

Subordo Subordem INEAE Rosineae

Familia Família ACEAE Rosaceae

Subfamilia Subfamília OIDEAE Rosoideae

Tribus Tribo EAE Roseae

Subtribus Subtribo INAE Rosinae

Genus Género gen. Rosa

G.Jossamo 4
Subgenus Subgénero subgen. Rosa

Sectio Secção sec. Caninae

Subsectio Subsecção subsec. Caninae

Series Série ser.

Subseries Subsérie subser.

Species Espécie sp. canina

Subspecies Subespécie ssp.

Varieta Variedade var. lutetina

Subvarieta Subvariedade subvar.

Forma Forma f. lasiostylis

Subforma Subforma subf.

Identificação ou determinação
Consiste em reconhecer uma planta ou ser vivo já classificado, ou seja, significa a aplicação de
um nome conhecido ao espécime colectado.

As classificações são sistemas para armazenar ou transmitir informação sobre os seres vivos ou
fazer possíveis predições ou generalizações. Nas classificações se criam grupos onde estão
reunidos os organismos com o maior número de possíveis caracteres em comum. Isso é possível
porque todos os organismos estão relacionados entre si (em maior ou menor grau) por vias
evolutivas descendentes.

Conceito de espécie
Além de ser uma unidade taxonómica fundamental, a espécie deve possuir certos atributos.
Quando dois ou mais indivíduos estiverem reunidos como sendo da mesma espécie, faz-se
necessário:

1. Possuírem um número de caracteres em comum (mesmo património genético);

2. Serem interférteis (formar populações) ;

G.Jossamo 5
3. Em condições naturais não trocarem esses caracteres com outras espécies (isolamento
reprodutivo).

As espécies, por sua vez, possuem caracteres comuns que possibilitam classificá-las ou agrupá-
las em géneros. Esses são agrupados em famílias, essas em ordens e assim sucessivamente, até
chegar no táxon Reino (Regnum vegetabile) de forma hierárquica.

As categorias básicas foram desenvolvidas por LINNEU, que se baseou nos conceitos
desenvolvidos na Grécia Antiga por ARISTÓTELES através do princípio da "divisão lógica":
formação de subgrupos baseados em critérios lógicos ("fundamentum divisonis"). LINNEU
aplicou as categorias taxonómicas para todas as plantas conhecidas em sua época, cerca de 7700
espécies. A hierarquia taxonômica deve reflectir a divergência filogenética, mas existem
dificuldades que se opõem a isto:

1. Fenómenos de convergência produzem semelhanças externas ao comparar um modo de


vida (caso das plantas parasitas), ou um tipo de reprodução (a polinização em algumas
famílias, como as Asclepiadaceae e Orchidaceae).

2. Constância hereditária dos caracteres diferenciais são comprovava apenas em cultivos


experimentais.

3. Diferenças morfológicas somente são reconhecíveis quando se dispõe de material


suficiente.

4. Relações filogenéticas em rede não são representativas para um sistema hierárquico, por
exemplo, as que se originam por hibridação.

A espécie é a unidade taxonómica fundamental da classificação que corresponde a seres


semelhantes e com ancestrais comuns.

Nomenclatura: nomea os taxas produzidos pela taxonomia.

As regras que governam a aplicação de nomes científicos em plantas esta Incorporada No


Código Internacional De Nomenclatura Botânica.

G.Jossamo 6
Nomenclatura botânica
Parte da Botânica Sistemática que se dedica a dar nome às plantas e grupos de plantas. Os
primeiros nomes foram vemáculos ou nomes comuns, mas esses tem os seguintes
inconvenientes:

• Não são universais, são aplicados somente a determinada língua;

• Somente algumas plantas têm nome vernáculo;

• Duas ou mais plantas não relacionadas podem ter o mesmo nome comum ou uma mesma
planta tem diferentes nomes comuns;

• Aplicam-se indistintamente a géneros, espécies ou variedades

Para evitar esses problemas existem as regras do Código de Nomenclatura Botânica: na


antiguidade (época pré-linneana) cada planta era conhecida nos círculos eruditos por uma larga
frase descritiva em latim, o sistema polinomial ou polinominal, que crescia à medida que se
encontravam novas espécies semelhantes. Assim, por exemplo, a "carlina sem caule" (Carlina
acaulis L.) se mencionava como: Carlina acule unifloro florae breviore.

O primeiro sistema que sugeriu adoptar somente duas palavras (sistema binomial) foi GASPAR
BAUHIN. Mas não foi adotada até a publicação de Species Plantarum por LINNEU em 1753
que estabeleceu definitivamente o sistema binomial, descrevendo e nomeando todo o mundo
vivo conhecido até então.

O nome científico ou nome específico de um organismo vivo é uma combinação de duas


palavras em latim: o nome genérico ou género (muitas vezes associado a um substantivo) e o
epíteto específico (associado a um adjectivo). Assim, por exemplo, o carvalho é Quercus
rotundifolia Lam. e o pinheiro-do-norte é Pinus pinea L. Ao nome científico sempre acompanha
o nome do autor, abreviado ou por extenso, depende como foi validada a primeira publicação.
Lam. é abreviação de Lamarck e L. de Linneu. Nenhum nome científico está completo sem estar
acompanhado do nome do autor ou da forma abreviada deste. Os nomes científicos também
podem estar acompanhados de sinônimos, que são os nomes diferentes que se aplicam ao mesmo
táxon, sem confundir com os homônimos que são os nomes iguais aplicados a táxons diferentes.

Todas as normas que controlam a criação de nomes científicos para as plantas e categorias
taxonômicas estão contidas no ICBN (International Code of Botanical Nomenclature) (Códico
Internacional de Nomenclatura Botânica-CINB). Existem dois outros códigos semelhantes,
G.Jossamo 7
porém independentes: o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN) e o Código
Internacional de Nomenclatura Bacteriológica (ICNB).

Nomenclatura Botânica

Se detém a criar nomes para designar as plantas ou grupos de plantas (taxa ou taxons, plural de
taxon). A criação dos nomes está regulada por um conjunto de normas reunidas no Código
Internacional de Nomenclatura Botânica, reeditado a cada 5 ou 6 anos em decorrência do
Congresso Internacional de Botânica.

Descrição e Diagnose

Consiste de uma série de palavras e frases técnicas referentes as suas características, de maneira
que formem a definição do taxon em questão. Os caracteres que contribuem para uma descrição
taxonómica são conhecidos como caracteres taxonómicos ou sistemáticos. A diagnose é uma
descrição reduzida que cobre somente os caracteres diagnosticados, ou seja, a necessária para
distinguir um taxon de outros relacionados.

A estrutura e a hierarquia taxonómica


Os princípios e regras da taxonomia levam a uma ordenação das plantas, hierarquizando o
sistema: hierarquia taxonômica. Os diferentes níveis da hierarquia mostram a posição em que o
espécime ou o grupo de vegetais se encontra. Essa estrutura taxonómica possui teoricamente a
unidade chamada espécie e trata-se do nível mais elementar da estrutura (unidade taxonômica
básica ou fundamental). Porém, independente da posição dos níveis cada qual é designado táxon.
As categorias taxonômicas mais importantes são, em ordem crescente: espécie, género, família,
classe, divisão ou phylum e reino.

Para estudos mais aprofundados, o Código Internacional de Nomenclatura Botânica reconhece


doze: reino, divisão, classe, ordem, família, tribo, género, secção, série, espécie, variedade e
forma. Este número pode ser dobrado designando subcategorias com o prefixo sub-. Ainda,
podemos considerar supercategorias com prefixo super- (exemplo: super-ordem).

G.Jossamo 8
Nomes dos taxa

De acordo com o comentado acima, os nomes científicos dos grupos taxonômicos são tratados
como latim ou sua derivação (quinto princípio do CINB).

O nome genérico é um substantivo no singular ou uma palavra tratada como tal (nome
uninomial). Quando for o nome de uma pessoa, no caso de uma comemoração, deverá ser
latinizado.

A latinização de nomes não clássicos se realiza assim:

terminação vocal: se adiciona -a. Por exemplo: Boutelou (Bouteloua), excepto quando acaba em
a, então se adiciona -ea, Colla (Collaea).

Terminação consoante: se adiciona -ia. Por exemplo: Klein (Kleinia), Knaut (Knautia), Koelpin
(Kolepinia), Laurent (Laurentia), Lagous (Lagousia), Lobel (Lobelia), Rothmaler (Rothmaleria),
Wahlenberg (Wahlenbergia).

O epíteto específico pode ser:

Um adjectivo, no caso mais geral, exemplo., Quercus rotundifolia, folhas arredondadas.


um substantivo em aposição (ou justaposição) como no género, exemplo., Pyrus malus L., malus
= maçã em latim.

Um nome em comemoração a uma pessoa, exemplo, Centaurea boissieri DC.


Quando o epíteto implica várias palavras, essas se combinam em uma só ou se ligam por hífen,
e.g., Capsella bursa-pastoris, Hibiscus rosa-sinensis.

Para formação de epítetos específicos em latim, deve-se considerar sua combinação ao nome
genérico. Um mesmo epíteto pode estar associado a diferentes nomes genéricos, e.g., Anthemis
arvensis, Anagallis arvensis. Cada epíteto deve estar no mesmo modo gramatical (singular,
plural, neutro) que o nome genérico.

G.Jossamo 9
Tabela 3: As terminações mais frequentes

masculino alb-us nig-er brev-is ac-er

feminino alb-a nig-ra brev-is ac-ris

nominal alb-um nig-rum brev-e ac-re

Por exemplo: Lathyrus hirsutus, Lactuca hirsuta, Vaccinium hirsutum.

Existem outras terminações que servem para qualquer nome genérico: eleg-ans, rep-ens, bicol-or,
simple-x. Por exemplo: Ranunculus repens, Ludwigia repens, Trifolium repens. Nos epítetos, por
aposição, o género gramatical do epíteto não tem por que coincidir com o nome genérico.

Tipos de epítetos específicos

Epítetos comemorativos (nomes de pessoas latinizados):

• terminação em vogal (excepto -a), se adiciona -i, exemplo., Asa Gray (Lilium grayi),
Joseh Blake (Aster blakei).

• terminação em vogal -a, se adiciona -e, exemplo, Mr. Balansa (balansae), lagasca
(lagascae).

• terminação em consoante diferente de -er, se adiciona -ii, exemplo,Tuttin (tuttinii) . Caso


trate-se de uma mulher, adicionar -iae.

• terminação em -er, adicionar -i, exemplo, Boissier (boisieri)


5. se o nome é usado como um adjetivo, a terminação deve coincidir com o género, e.g.,
F. Wallace Card (Rubus cardianus), Augustin Bosc (Chenopodium boscianum).

Epítetos descritivos

• relacionados à cor: albus, aureus, luteus, niger, virens (verde), viridis (verde).

• relacionados à orientação: australis, borealis, meridionalis, orientalis.


G.Jossamo 10
• relacionados à geografia: africanus, alpinus, alpestris (Alpes), hispanicus, ibericus,
cordubensis.

• relacionados ao hábito: arborescens, caespitosus, procumbens.

• relacionados ao habitat: arvensis, campestris, lacustris.

• relacionados às estações: automnalis, vemalis.

• relacionados ao tamanho: exiguus, minor, major, robustus.

• Nomes de taxons superiores a posição do género serão uninominais, com uma só


terminação. São substantivos no plural (ou adjectivos usados como substantivos,
iniciados por letra maiúscula.

Normas para escrever os nomes científicos

Todas as letras em latim devem estar em itálico (cursiva), sublinhadas ou em negrito.

A primeira letra do género ou categoria superior, em maiúscula.

O resto do nome em letras minúsculas (excepção: alguns casos onde se comemora nomes
importantes, a primeira letra do epíteto era maíuscula).

Nomes de híbridos, precedem o símbolo x, exemplo, x Rhaphanobrassica, Mentha x piperita.

A pronúncia dos nomes científicos é em latim.

Como pronunciar os nomes científicos

Método continental desenvolvido na Idade Média pela Igreja Católica Romana: (i) os ditongos ae
e oe se lêem e, e.g.: laevis, rhoeas; (ii) a combinação ch se lê k, exemplo: Chenopodium; (iii) a
combinação ph se lê f, e.g., Phleum phleoides; (iv) a acentuação nunca acontece na última sílaba;
(v) as palavras de duas sílabas são de uma só tonalidade (monótonas); (vi) as palavras de três
sílabas podem ser monótonas se a penúltima sílaba é longa (se terminar em vogal longa, ditongo
ou consoante) ou proparoxítona se a penúltima sílaba é breve.

G.Jossamo 11
Código Internacional de Nomenclatura Botânica (CINB)

Serve para padronizar o sistema de nomenclatura botânica a nível mundial, facilitando a troca de
informações e o acesso a diversos sítios botânicos sem que haja confusões entre os nomes
populares de cada país e o científico. Então, dessa forma cada planta terá apenas um nome válido
e somente esse poderá ser aplicado. O nome científico é o símbolo nominal da planta ou grupo
de plantas, indica a sua posição no sistema ou sua categoria taxonômica.

O CINB está dividido em três partes:

• Princípios básicos do sistema de nomenclatura;

• Regras para pôr em ordem a nomenclatura antiga;

• Recomendações para conseguir uniformidade e clareza na nomenclatura actual.

Princípios

I. A nomenclatura botânica é independente da zoológica e bacteriológica.

I. A aplicação de nomes aos grupos taxonómicos (taxa) de categoria de família ou inferior é


determinada por meio dos tipos de nomenclaturas.

II. A nomenclatura de um grupo taxonómico se fundamenta na prioridade de publicação.

III. Cada grupo taxonómico não pode ter mais do que um nome correcto, deverá ser o mais
antigo em conformidade às regras, salvo as excepções especificadas.

IV. Os nomes científicos dos grupos taxonómicos se expressam em latim, qualquer que seja
seu táxon (categoria ou grupo).

V. As regras de nomenclatura possuem efeito retroactivo, salvo indicações contrárias.

G.Jossamo 12
Principais regras de nomenclatura biológica.

Alfabeto e língua: devem ser todos latinizados. Isso porque o latim é


uma língua "morta" e não sofre modificações (não evolui). Além disso, não nacionaliza a
ciência, já que não dá preferência a nenhuma nação actual.

Nomes acima do grupo espécie: devem começar com letra maiúscula, são uninominais ou
solitários.

Nome genérico: ‘e nome uninomimal de ser escrito em itálico.

Princípio da nomenclatura binominal: o primeiro nome é genérico e o segundo nome é


específico. O nome específico deve sempre iniciar em letra minúscula, todo ele é escrito em
itálico. O nome científico da espécie deve vir acompanhado do nome (abreviado) do autor
que a descreveu. Ex.: Rosa alba L. Quando ocorre dois nomes de autores, sendo o
primeiro entre parênteses, significa que o segundo modificou a posição sistemática. Ex.:
Bulbostylis capillaris (L.) Clarke.

ex: Zea mays


Nome genérico nome especifico

Terminações padronizadas para os nomes dos taxas:

Categorias Botânicos Bacteriófagos


Divisão (-pyta/-mycota)
Subdivisão (-phytina/-mycotina)
Classe (-phyceas/-mycetes/-opsida)
Subclasse (-phycidae/ mycitidae/-idae)
Ordem -ales ales
Subordem Ineae ineae
Família -aceae aceae
Subfamilia Oideae oideae
Ou

táxon sufixo exemplo


espécie R. alba
G.Jossamo 13
gênero Rosa
tribo eae Roseae
família aceae Rosaceae
ordem ales Rosales
classe eae ou Dicotiledoneae
opsida Magnoliopsida
sub-divisão ae Angiospermae
divisão ae ou phyta Magnoliophyta

Exemplos:

Categorias Taxon

Reino: Plantae

Filo/divisão Espermatophyta

Classe Monocotiledones

Ordem Poales

Família Poaceae

Género Zea

Espécie Zea mays

Reino Fungi

Filo/divisão Basidiomycota

Classe Basydiomycete

Agaricales Agaricales

Família Agaricaceae

Género Agaricus

Espécie Agaricus bisporum

G.Jossamo 14
Sistemas de classificação dos seres vivos.

Esquema de classificação Reinos Organismos incluídos

Linnaeus (1753) Plantae Bactérias fungos, algas e plantas

2 Reinos Animalia Protozoários e animais superiores

Haeckel (1865) plantae Algas multicelulares e plantas

3 Reinos Animalia Animais

Protista Microrganismos incluindo as bactérias,

Protozoários, algas, bolor e leveduras

Whittaker (1969) plantae Algas multicelulares e plantas

5 Reinos Animalia Animais

Protista Protozoários e algas unicelulares

Fungi Bolores e leveduras

Monera Todas as bactérias procariotas

Woese (1990) Archaebacteria Bactéria que tem afinidade há altas temperaturas


e grande concentração de sal.

3 Domínios Eubacteria Bactérias causadoras de doenças do solo e da


água e fotossintéticas.

Eucaryotes Protozoários algas fungos, plantas e animais.

Classificação: conceito dos 5 reinos.


O sistema de classificação actualmente aceite é o de 5 reinos proposto por Whittaker, que
tem como base de classificação os diferentes tipos de nutrição (absorção, fotossíntese e
ingestão).

G.Jossamo 15
Sendo assim, no reino monera foram colocados todos os procariotas que se alimentam
por absorção. No reino protista estão os microrganismos eucariotas unicelulares, que têm
os 3 tipos de nutrição. No reino plantae encontram-se os eucariotas superiores as plantas
verdes fotossintéticas e algas superiores. No reino animalia estão os animais que
ingerem. No reino fungi os organismos que absorvem os alimentos.
Sendo assim os cientistas agruparam os microrganismos em 3 reinos dos 5 actualmente
aceites:
• Monera: (bactérias)
• Protista: (protozoários e algas microscópicas)
• Fungi: (leveduras e bolores)

G.Jossamo 16
Estudo dos Prokaryotas: Reino Monera:

Ao Reino Monera pertencem organismos muito simples, de estrutura unicelular procariota. Os


organismos em si que exibem esta organização celular são procariontes. É comum encontrar-se
na literatura a designação Prokaryota, em alusão à sua organização celular, o que significa, mais
ou menos, organismos com núcelo primitivo. Eles são organismos autótrofos ou heterótrofos,
geralmente isolados e apenas poucas espécies podem apresentar-se como colónias. As evidências
evolutivas demonstram que os organismos procariontes primitivos representam os ancestrais de
todas as formas de vida conhecidas no planeta terra. Além da ausência do envoltório ou
invólucro nuclear, condição básica de todo procarionte, as células dos Monera não possuem
organelos membranosos, como o retículo endoplasmático, o complexo de Golgi, as mitocôndrias
e os cloroplastos.
Apesar de apresentarem uma simplicidade na organização celular, os representantes do Reino
Monera demonstram um grande potencial biológico, podendo ser encontrados em todos os tipos
de ambientes do planeta, sejam terrestres, aquáticos ou aéreos, podendo inclusivamente suportar
temperaturas extremas (termobactérias).

Importância dos procariotas no ecossistema mundial:

As bactérias autotroficas trazem grande contribuição ao equilíbrio global do carbono. Funcionam


como decompositores de diversas matérias orgânicas.

Divisão do reino Monera:

1ª Divisão: archaeobacteria

Archaeobacteria.

Este grupo divide-se em 3 grandes grupos:

1. Halofitas externas

2. Metanogenicas

G.Jossamo 17
3. Termofilas externas.

1. Halofitas externas: são um grupo diverso que ocorrem em todos os lugares da natureza
onde a concentração de sal è bastante elevada. Sua paredes celulares, os ribossomas e
enzimas são estabilizadas pelo ião sódio.

Características morfológicas e modo de vida das bactérias:

As bactérias são microrganismos de tamanho oscilando entre 1 e 5 mícrons. A forma das


bactérias é bastante variada, podendo ser esféricos (cocos), bastonetes (bacilos), espiralados
(espirilo), ou ainda parecerem uma vírgula (vibrião), por aí em diante.

Cocos: São bactérias de forma arredondada, cujo tamanho, em geral, situa-se entre 0,2 e 5
mícrons de diâmetro. Apresentam-se isoladas ou formam colónias. Segundo a quantidade e
disposição as bactérias do tipo cocos são classificadas em:
• Diplococos – colónia de dois cocos;
• Tétrade – colónia de quatro cocos;
• Sarcina – colónia cúbica de oito ou mais cocos;
• Estreptococos – colónia de cocos em fileira;
• Pneumococos – colónia de dois cocos em forma de chama de vela;
• Estafilococos – colónia de cocos dispostos em cacho;
• Gonococos – colónia de dois cocos reniformes (em forma de rim).

G.Jossamo 18
Estrutura Bacteriana

De uma forma geral as bactérias apresentam um envoltório externo à membrana plasmática


denominado de parede bacteriana (2) que é permeável, relativamente rígido e espesso. Este
envoltório é responsável pelo padrão de forma de cada tipo de bactéria. Esta é a grande diferença
entre a parede das bactérias e a parede celulósica das células vegetais. Além da parede celular,
algumas bactérias podem apresentar uma outra camada mais externa de espessura e composição
química variada denominada de cápsula gelatinosa (3). Esta cápsula tem consistência mucosa e
provavelmente relaciona-se com a função de adesão e com os mecanismos de defesa bacteriana,
pois a maioria das bactérias patogénicas a possui e os leucócitos fagocíticos têm mais
dificuldades de destruir este tipo de bactérias. Muitas bactérias possuem mobilidade graças aos
movimentos executados pelos seus flagelos (4): note-se que flagelos são comuns nos diferentes
reinos. Estes filamentos protéicos ligados à membrana e à parede celular podem distribuir-se por
toda a superfície da célula ou concentrar-se apenas nos pólos. Já as fímbrias encontradas em
algumas bactérias caracterizam-se por serem mais curtas, mais finas e muito mais numerosas. As
fímbrias têm a função de permitir a fixação das bactérias entre si ou a outros tipos de células.
Para além destas estruturas as bactérias podem apresentar nucleotídeos (6), ribossomas (5) e
algumas estruturas designadas por corpos de polifosfato (1). (STRASBURGER, 1986).

Sistemática das Bactérias


Para além da classificação segundo as formas que apresentam, as bactérias apresentam o seguinte
sistema científico:
Ordem Pseudomonales - tipo gram-negativo, nunca formam esporos, forma de bastonetes:
Nitrobacter, Nitrosomonas e o vibrião da cólera, Vibrio cholerae;

Ordem Eubacteriales – tipo gram-positivo e negativo, bastonetes e esféricas. Streptococcus


lactis, bactéria do ácido lácteo, Staphylococcus, Bacillus, Rhizobius (útil na fixação do
nitrogênio), Escherischia coli (no intestino grosso do Homem), Clostridium tetani (causa têtano),
G.Jossamo 19
Salmonella paratyphi (causa paratifo, febre Parecida com tifo, mas menos perigosa), Shigella,
etc.

Ordem Chlamydobacteriales, todas gram-positivas, sésseis e aquáticas ou em animais.


Desempenham várias funções: provocam o cheiro da terra e servem na indústria de antibióticos
(Streptomyces); provocam doenças como tuberculose (Mycobacterium tuberculosis)
lepra (M. lepae).
Ordem Myxobacterales, gram-negativas.
Ordem Spirochaetales, gram-negativo, com destaque para Treponema sp, causadora de sífilis.

ESTUDO DOS EUCARYOTAS:

As células de todos fungos, algas verdadeiras, plantas e animais demonstram uma construção
eucarionte. Isto quer dizer que elas possuem núcleo com membrana nuclear, nucléolo,
cromossomas. Assim, opõem-se filogeneticamente a eles os Prokaryota, descritos atrás. O outro
termo que substitui Eukaryota é Karyobionta (organismos com núcleo).

REINO FUNGI
Fungos são organismos eucarióticos, eucariontes. Sendo assim, eles posicionam-se ao lado das
plantas e dos animais. Eles, porém, constituem um reino independente, o Reino Fungi. De
princípio, um reino monofilético por ter uma única origem filogenética. Em muitas ocasiões da
evolução da Taxonomia e em muita literatura foram classificados como Eumycota, o que quer
dizer, fungos verdadeiros. Também pode-se encontrar a designação Eumycetes.Trata-se de
organismos heterotróficos, facto que os levou à separação das plantas. Sendo assim, eles são
seres aclorofilados (sem clorofila) e possuem o glicogênio, típico dos animais, como substância
reserva. A parede celular é quitinosa, a quitina é uma substância característica dos animais.
Contudo, a grande tendência dos estudiosos foi a de colocá-los junto das plantas, embora as
evidências estruturais e funcionais os coloquem mais próximos dos animais. A disciplina
biológica que se dedica ao estudo dos fungos chama-se Micologia. Leveduras, bolores e
cogumelos são as formas mais conhecidas deste grupo.

G.Jossamo 20
Diversidade, Hábitos, Ecologia e Importância dos Fungos
Os fungos estão bastante propagados na maior parte dos habitates, muitas vezes invisíveis ao
olho nú, habitando o solo e locais húmidos ou fixando-se sobre matéria orgânica morta, ou ainda
ocorrendo como simbióticos em animais e plantas. Em desertos e ambientes hipersalinos
(elevado teor de sal) e mares profundos também podem ser encontrados fungos. Certas formas de
fungos suportam condições extremas, tais como elevadas e baixas temperaturas, radiações UV e
cósmicas.

A maioria das espécies dos fungos cresce em forma de filamentos multicelulares (do talo)
chamadas hifas, que podem ou não ser septados. O conjunto de hifas forma o micelo. É preciso
salientar que alguns fungos crescem como células simples. A sua reprodução sexuada e
assexuada ocorre maioritariamente via esporos geralmente produzidos por estruturas
especializadas.
Algumas espécies perderam definitivamente a capacidade de produzir estruturas reprodutivas,
optando por uma reprodução vegetativa.

Utilidade dos fungos


Fungos são ecologicamente muito úteis e desempenham muitos papéis. Eles decompõem matéria
orgânica e são indispensáveis no ciclo e troca de nutrientes no solo. Em Moçambique e no
mundo, em geral, os fungos são um alimento muito apreciado, a despeito de existirem espécies
venenosas que convém o coleccionador de cogumelos conhecer bem, pois, podem ser fatais. Os
fabricantes de bolos e bebidas baseadas na fermentação (cervejas, vinhos, bebidas tradicionais
feitas de fruta) usam as suas propriedades para fermentar os diferentes substratos que se pretende
fermentar. Na culinária conhecemos também o molho de soja, um produto da acção dos fungos
bastante apreciado para condimentar os alimentos.

Do ponto de vista médico-farmacéutico, muitos fungos são a fonte para a produção de


antibióticos (penicilina e cefalosporina) utilizados na medicina e em muitas enzimas como
celulases, pectinases e proteases, importantes no domínio industrial ou como ingredientes activos
de detergentes. Muitos fungos produzem components bioactivos chamados de micotoxinas, tais
como alcalóides. Como foi dito antes, alguns fungos são tóxicos e agentes patógenos para plantas
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e animais, incluindo o Homem. Também encontram uso na medicina tradicional como
substâncias psicotrópicas (produzem efeito de alucinação, alteram o psíquico). Quando
patógenos de culturas vegetais, eles podem causar danos agrícolas e sócio-económicos
incalculáveis.

Sistemática dos fungos:


Myxobionta:

Estes são organismos de aspecto gelatinoso encontrados em lugares húmidos e sombrios, como o
chão de florestas, sobre troncos e folhas em decomposição. O corpo desses fungos pode ser
formado por células
mononucleadas isoladas ou em forma de colónias, ou ainda por um plasmódio polinucleado. Os
mixomicetos assemelham-se, em certas fases de sua vida, com protozoários, como as amebas,
pois conseguem emitir pseudópodes. Isto é possível, pois não apresentam parede celular, apenas
uma membrana flexível, o que lhes permite a movimentação. Ao deslizarem sobre o solo, vão
englobando diversas partículas orgânicas, além de bactérias e fungos. Podem reproduzir-se
assexuadamente, através da produção de zoósporos, ou sexuadamente, através da fusão de
determinadas células que formam um zigoto

Divisão Acrasiomycota
Esta divisão apresenta uma classe das Acrasiomicetes que é formada por amebas que se agregam
formando originando plasmódios ou pseudoplasmódios. A parede celular destes contém celulose.

Ciclo de vida
Na fase de multiplicação vegetativa as amebas se dividem. As amebas se agregam a seguir sem
se fundir através de forças de interacção quimiotática e que se dá graças a presença de uma
substância denominada acrasina. Esta fusão depende da abundancia ou não dos alimentos.
Os plasmódios agregados reptam (rastejam) pelo substrato até formar um corpo culmonar. Nesta
fase mantém-se a individualidade das amebas unicelulares enquanto se processa a diferenciação
que leva a formação do corpo frutífero (fase latente em que as amebas estão envolvidas por uma
parede celular dura), as novas amebas são liberadas e reptam pela superfície até atingirem a parte
superior onde se forma o esporângio (que contém células redondas e haploides). Depois da
esporulação, as células da cortiça morrem.
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Divisão Myxomicota
Os plasmódios se originam por fusão de mixoflagelados ou mixamebas que em certa fase do seu
ciclo de vida apresentam a parede celular com galatosamina. Esta divisão apresenta 3 classes:
Myxomycetes, Protosteliomycetes e Labyrinthulomycetes. Na classe Myxomycetes a fase
vegetativa é um plasmódio não dividido em células (há fusão entre as amebas). O plasmódio
diploide é revestido por uma parede dupla sem celulose nem quitina, mas sim por polímeros de
galactosamina. Apresentam colorações vivas em seus plasmódios, sobretudo nos corpos
frutíferos (que são usados como indicadores de tipos de solos).

Ciclo de vida
Os esporos germinam em água ou substrato húmido (estes podem permanecer cerca de 70 anos
enquanto as condições não forem favoráveis para a germinação) e originam amebas flageladas
que originam amebozigotos que a seguir se fundem por plasmo ou cariogamia. A formação de
corpos frutíferos se dá em condições determinadas (substrato, temperatura, PH e luz). Os corpos
frutíferos apresentam parede externa calcária.

Nutrição
A nutrição é com base em diferentes microorganismos (bactérias, leveduras, protozoários e hifas
de fungos) que são fagocitados e digeridos por acção enzimática, o que não se digere é expelido
dentro de algum tempo. Na classe Protosteliomycetes os plasmódios se formam a partir de
células não flageladas. Nas Labyrinthulomycetes encontra-se espécies endo parasitas de plantas
marinhas como a Zostera sp. e a Lamnaria sp. os plasmódios se originam de células bi-
flageladas. dos Myxomicota

Divisão Plasmodiophoromycota
Difere das outra divisões pela particularidade na divisão do núcleo. Pressupões-se que os
indivíduos dessa divisão sejam descendentes de Myxomycetes endoparasitas, mas os seus
esporos apresentam dois flagelos com comprimentos desiguais. O ciclo de vida apresenta
plasmódios haplóides e diplóides. Ex: Plasmodiophora brassicae que causa a hérnea da couve.

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Mycobionta
Os fungos são organismos eucariontes, heterótrofos e, em sua maioria, multicelulares. Suas
células apresentam reforço celulósico externo, como nas algas e vegetais, porém é comum a
presença de depósitos de quitina, substância característica dos animais. Os fungos são seres
aclorofilados e possuem o glicogênio, típico dos animais, como substância reserva. A maioria
dos fungos é fixa ao substrato, porém, os mais primitivos apresentam mobilidade em uma fase da
vida, locomovendo-se pela emissão de pseudópodes, como as amebas. Os fungos executam
nutrição externa, ou seja, vertem enzimas sobre o alimento (substrato) e absorvem as partículas
previamente digeridas. As substâncias são distribuídas através de uma corrente citoplasmática
que percorre todas as células A respiração pode ser aeróbia ou anaeróbia facultativa, como nas
leveduras. Muitos promovem a fermentação alcoólica como em Saccharomyces cerevisae
utilizado para a produção de vinhos e cervejas. A excreção é feita por difusão direta pelas
células. Apresentam reprodução gâmica ou agâmica com a produção de esporos semelhantes aos
vegetais. As células dos fungos estão intimamente ligadas uma às outras,
formando uma massa de longos filamentos multinucleados chamados hifas. Elas correspondem a
tubos microscópicos que podem ou não apresentar septos transversais, delimitando as células. A
reunião das hifas ramificadas e entrelaçadas constitui o micélio. Muitos fungos podem formar os
corpos de frutificação de tamanho, forma e cores variadas, como os cogumelos, champignon e
orelhas-de-pau.
Os corpos de frutificação somente surgem em períodos de reprodução sexuada. Quando dois
micélios pertencentes a sexos diferentes se encontram, as suas hifas se organizam para a
formação do corpo de frutificação ou basidiocarpo (cogumelo).

Divisão Oomycota
Estes fungos apresentam celulose na parede celular. São os chamados fungos d'água porque
muitos são aquáticos. Alguns se nutrem à custa da matéria orgânica em decomposição, como os
Saprolegnia parasitica, que decompõem principalmente insectos mortos. Certos oomicetos são
parasitas de vegetais, como Phytophthora infestants, que causa a ferrugem na batatinha, ou o
Plasmopora vinicola., causador de doenças em uvas, maçãs e peras. A reprodução assexuada se
faz por zoósporos, enquanto a reprodução sexuada se faz por gámetas perfeitamente distintos.

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Ciclo de vida das Oomycota

Divisão Eumycota
Em consequência da sua adaptação a vida fora da água os Eumycota perderam completamente os
zoosporos e os gâmetas flagelados, entretanto os representantes primitivos desta classe
apresentam um flagelo liso. A parede celular contem sempre quitina, não tem celulose. Alguns
representantes desta divisão contém parede com galactosamina-galactano (classe
Trichomycetes) outros representantes mais conhecidos são as Saccharomyces em que se encontra
a Saccharomyce cerevisiae.

Classe das Chytridiomycetes


As Chytridiomycetes vivem como unicelulares, possuem células móveis (gámetas e zoosporos).
A maioria das células vivem em água alguns também no solo como parasitas em células de
plantas superiores. As três ordens das Chytridiomycetes se distinguem pela estrutura do talo e
pela forma de reprodução sexuada assim como na estrutura dos zoosporos. Existem cerca
de 500 espécies distribuidas nas ordens Cytridiales, Blastocladiales e Monoblepharidales.
Algumas espécies são patogénicas tais como:

Physoderma maydi- causa a mancha morron no milho.uma espscie bem conhecida è Allomyces
arbuscula.

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Classe das Zygomycetes
As Zygomycetes possuem em geral micélio de hifas muito ramificadas que carecem de septos e
são plurinucleadas. Na reprodução sexuada não se formam gâmetas sempre se copulam
os gametângios inteiros (gametângiogamia) resultando num zigósporo, este germina graças a
ocorrência de meioses resultando num esporângio germinal que fragmenta-se endogenamente
formando um grande número de meiósporos.
Esta classe contém cerca de 500 espécies que são esporófitas que se incluem em três ordens tais
como: Mucorales, Endogonales e Entomophtorales. A maioria destes fungos são conhecidos
como fungos do pão..
Ordem mucorales: Mucor mucedo (bolor abundante em substancia rica em açúcar)
Rhizopuz nigracans (bolor de pao)
R. stolonifer. Bolor negro, ataca substâncias ricas em carbohidratos
Ordem Endogonales: Endogone lactiflua
Ordem Entomophtorales: Entomophtora muscae

Ciclo de vida das Zygomycetes

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Classe ascomycota:
Correspondem ao grupo de fungos mais numerosos. Caracterizam-se por apresentarem o asco,
uma estrutura resultante da reprodução sexuada. No interior do asco, existem os ascosporângios,
onde são produzidos os esporos (ascósporos). Portanto, realizam tanto reprodução sexuada, como
assexuada. No entanto, também podem realizar a metagênese ou alternância
de gerações. A maioria dos ascomicetos realiza decomposição de matéria orgânica, mas alguns
podem parasitar os vegetais. É o caso do Claviceps purpurea que causa uma patologia vegetal
conhecida como o "esporão do centeio". Este fungo produz um alcalóide tóxico denominado
ergotamina. Quem consumir o centeio com o fungo sofrerá uma intoxicação denominada
ergotismo. Pode surgir gangrena, espasmos nervosos, ilusões psicóticas, convulsões e até mesmo
a morte. A ergotamina é a matéria-prima inicial para a síntese do poderosíssimo alucinógeno
conhecido como LSD ou Dietilamida do Ácido Lisérgico. O género Saccharomyces e muitas das
suas variedades são utilizados na fabricação de pães, cervejas, vinhos e álcool etílico comercial.
Espécies do género Aspergillus são usados na fabricação do sakê e do molho de soja shoyu. O
Penicillium roquefortti e o Penicillium camembertii são empregados na fabricação de queijos
que levam seus nomes.

Fig. Ciclo de vida de um Ascomycete

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Sistemática:
Subclasse Protascomycitidae:
São ascomycetes que não formam corpos frutíferos, hifas nem ascosporos.
Saccharomyces servisiae. Usada na fermentação de cerveja aguadentes e pão.

Subclasse Euascomycetidae:
Ordem Aspergillales ou Plectascales:
Tem a reprodução sexuada com formação de ascosporos e sexuada com formação de
conidiosporos.
Piniccillium notatum, P. Patulum, são usados no fabrico de antibióticos.
Aspergilus flavus, A. glacus, provocam a deterioração em alimentos e forragens armazenadas.
Ordem Erisiphales.
Erisiphe gramines: causa míldio em cereais e em gramíneas.
Ucinula necator: provoca o mofo branco em pereiras.
Ordem Clavicipitales;
Claviceps purpúrea: parasita de cereais, trigo e centeio

Classe das Basidiomycete


Correspondem aos fungos conhecidos como cogumelos. São considerados os fungos mais
evoluídos (cogumelos). Podem ser encontrados em troncos de árvores, solos húmidos, sobre
plantas e outras matérias orgânicas.
Os basidiomicetes caracterizam-se por apresentarem os basídios, que são estruturas reprodutivas
responsáveis pela produção dos esporos denominados basidiósporos. Os basídios podem se
agrupar em um corpo de frutificação, constituindo o basidiocarpo conhecido como cogumelo.
Alguns basidiomicetes produzem toxinas e alcalóides poderosos. É o caso dos géneros Psilocybe
sp., Conocybe sp., Amanita sp. E outros. Muitas espécies de basidiomicetos são comestíveis,
como o Agaricus campestris conhecido como cogumelo.

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Subclasse: holobasidiomycetidae.
Ordem hymenomycetales
Subordem polyporinales
Polyporus destuctor- orelhas de pau que vivem nos troncos de arvores e nas paredes de casas de
madeira.
Boletus escabor, B. edulis são cogumelos comestíveis.
Boletus Satanás, e um cogumelo extremamente venenoso.

Subordem agaricinales:
Agaricus campestris: cogumelo comestível.
Ordem uredinales: são parasitas obrigatórios.
Hemileia vastatrix: ferrugem do café

Ordem ustilaginales( carvao)


Ustilago maydis carvão do milho
Tilletia tritici, provoc a carie em cereais

Classe das Deuteromicetes


Esta é uma classe criada para reunir os chamados fungos imperfeitos, cujos estágios de
reprodução sexuada ainda não são conhecidos, apenas a reprodução assexuada por esporos.
Vários fungos que anteriormente estavam enquadrados nesta classe foram reclassificados como
Ascomicetos ou ficomicetos quando se descobriram os seus estágios de reprodução sexuada.

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Os deuteromicetos estão presentes nos mais variados ambientes, sendo que algumas espécies são
parasitas e causadores de doenças, inclusive no homem. O Trycophyton sp. é um deuteromiceto
causador da micose conhecida como frieira ou pé-de-atleta. O fungo Candida albicans é o
causador do sapinho da língua e da vulvovaginite, conhecida como monilíase ou candidíase.

Ordem Melanconiliales;
Glomerella lindemuthiana provoca manchas pretas nas vagens de feijão. (antracnose)
Ordem moniliales:
Trichopyton tonsurans: provoca micoses graves em pessoas
Cercosporella hepotrichoides: podridão de caule de cereais.

ASSOCIACOES SIMBIOTICAS DE FUNGOS:


MICORRIZAS
A simbiose do tipo micorriza, entre plantas e fungos é uma das mais conhecidas associações e é
muito importante para o crescimento da planta e para a persistência dos ecossistemas. Mais de
90% de todas espécies de plantas depende desta relação, sobretudo na incorporação de
compostos inorgânicos, em determinadas associações micorrizas, os fungos intermediam a
relação de transferência de carbohidratos e outros nutrientes. existem 2 tipos de associações de
micorrizas:
1. As endomicorrizas ou micorrizas visiculo-arbusculares: fungo zygomicetes e plantas
vasculares,os fungos penetram nas células corticais da planta hospedeira mas não entra
no protoplasto.
2. As ectomicorrizas: o fungo não penetra na célula da planta hospedeira, mas forma uma
camada ou manto, uma rede que se envolve as células corticais das raízes
LIQUENES:
Líquenes são a outra forma de associação de fungos com outros organismos, neste caso, com
algas ou cianobactérias. Eles recebem das algas açúcares e outros carbohidratos e elas, por sua
vez, providenciam minerais e água, e condições para a sua sobrevivência.

LEVEDURAS:
São fungos unicelulares e filamentosos que se reproduzem assexuadamente por brotamento. A
maioria das leveduras pertence aos ascomycetes, na qual se reproduzem assexuadamente, com a

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formação de ascosporos. Muitas leveduras são usadas como fonte de etanol para o fabrico de
bebidas alcoólicas, e outras são usadas na panificação.

ALGAS EUCARIOTAS:
O nome alga, palavra que vem do latim e significa "algae, planta marinha". Embora não se
possa descrever a organização da vida primitiva com absoluta certeza, os registros fósseis
indicam firmemente que organismos semelhantes às algas atuais viveram há mais de três bilhões
de anos. Isso não permite afirmar categoricamente que as algas foram os seres vivos mais
antigos, pois os registros fósseis são sempre incompletos, mas há indícios de que as algas,
juntamente com as bactérias e certos fungos, são organismos extremamente antigos (Bold, 1972).
Por isto e em virtude da relativa simplicidade da maioria das algas, o estudo sobre a diversidade
do reino vegetal se iniciará nesses organismos.
O termo alga, usado a partir de 1753 e introduzido por Lineu é aplicado a uma variedade tão
grande de organismos que hoje não se pode atribuir um significado preciso a ele. As algas
abrangem as Talófitas clorofiladas (e seus aparentados não pigmentados) que têm como único
caráter comum a ausência do envoltório multicelular nos esporângios e gametângios, tal como
ocorre nas briófitas mais primitivas. A única exceção é o gametângio das Caráceas.
As algas habitam em água doce ou salgada e podem ocorrer também no solo ou em associação
com fungos (formando os líquens), vegetais ou certos animais.
Por serem organismos fotossintetizantes têm um importante papel como produtores primários
formando a base do ciclo nutricional para a vida aquática animal. Além disso oxigenam o
ambiente e ainda podem fixar nitrogênio atmosférico (cianofíceas).
As algas ainda podem ser úteis ao homem de várias maneiras: como alimento (muitas espécies
marinhas são utilizadas como alimento pelos orientais) ou em dentifrícios e etc. Por outro lado,
muitas algas podem excretar produtos tóxicos ao homem e demais animais, como é o caso da
"maré vermelha" que mata peixes e ocorre devido a um "bloom" (crescimento excessivo) de
Gonyaulax e outras pirrófitas.

Organização celular
Com exceção das cianofíceas, todas as demais algas são eucarióticas. Apresentam cloroplastos,
que variam em forma e pigmentação nas diversas divisões. O núcleo muitas vezes pode estar
mascarado pelos plastos. Algas unicelulares móveis possuem um ou mais flagelos.

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As cianofíceas diferem de todas as demais algas na sua organização celular. Em certos aspectos
assemelham-se muito às bactérias, sendo por isso denominadas cianobactérias. Não possuem
qualquer organela interna, seus pigmentos acham-se localizados em lamelas citoplasmáticas e
não chegam a constituir um cloroplasto.

Reprodução nas Algas


Os processos de reprodução entre algas são tão variados quanto as formas de vida e envolvem
mecanismos assexuados e sexuais, freqüentemente caracterizados pela produção de esporos e
gametas flagelados. Vários processos de reprodução vegetativa podem ser encontrados entre as
algas:
a) Divisão (cissiparidade), que é o processo mais simples e pode resultar dois indivíduos do
mesmo tamanho.
b) Auxósporos: certas algas unicelulares, como por ex: as diatomáceas, apresentam parede
celular de pectina, fortemente impregnada de sílica, que tem a forma de uma cápsula,
denominada frústula. Esta é formada por duas partes, as tecas, que se encaixam uma na outra.
Essas algas se reproduzem por cissiparidade, ocorrendo inicialmente um afastamento das duas
metades seguido de divisão do núcleo e das outras partes. Cada célula-filha ficará com uma das
tecas e será formada outra no interior da restante. Assim, uma célula-filha terá o tamanho igual
da célula-mãe e a outra será menor. Após várias gerações, onde as algas vão diminuindo de
tamanho, as células acabam abandonando a cápsula, aumentando de volume e gerando uma nova
frústula completa A formação do auxósporo (do grego = aumentar) muitas vezes é acompanhado
de reprodução sexuada entre duas células que abandonaram suas frústulas ao mesmo tempo.

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c) Hormogônios: nas cianofíceas filamentosas, cada "fio" é uma colônia filamentosa que
não ultrapassa certo comprimento, podendo se multiplicar por fragmentação. Cada
filamento que se separa da colônia recebe o nome de hormogônio. Essa separação pode se
dar por morte de algumas células do filamento, isolando o fragmento, ou por simples quebra
do filamento.

d) Esporos são estruturas especializadas, geralmente unicelulares, de grande resistência,


destinadas a reprodução assexuada.
Os esporos, formados dentro de células ou de estruturas especializadas, denominadas
esporângios, são disseminados pelo vento ou pela água. Eles resistem a condições desfavoráveis
e subsistem em vida latente até que as condições ambientais permitam seu desenvolvimento.
Quando são móveis, os esporos são denominados zoósporos.
e) Propágulos, estruturas especiais, pluricelulares, semelhante a pequenos primórdios de
indivíduos.
Nos processos sexuais, os gametas podem ser formados em qualquer lugar do talo ou em
gametângios. Entre esses processos, o mais primitivo é o da isogamia, onde os elementos não
apresentam distinção morfológica, mas somente fisiológica (fig. 7.2). Por ex: Spirogyra,
Chlamydomonas.
Ainda podem ser observados outros processos considerados mais evoluídos, como a
heterogamia e a oogamia . Na heterogamia, os gametas são diferentes, sendo as oosferas
(feminino) grandes e os anterozóides (masculino) pequenos, mas ambos móveis.

Figura: Tipos de reprodução sexuada com base na forma dos gametas. (a) isogamia: os gâmetas
têm igual tamanho e forma. (b) anisogamia, um gameta (convencionalmente dito masculino, é
menor que o outro. (c) oogamia, onde o gameta feminino é imóvel.
No processo oogâmico os gametas femininos são imóveis podem liberar substâncias que atraem
os gametas masculinos. As oosferas são mais volumosas e armazenam reservas imprescindíveis

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para a germinação do zigoto. Há casos onde o gametângio feminino é tão grande que produz
somente uma oosfera. Os anterozóides são ágeis, pequenos e produzidos em grande quantidade.
Ex: Dictyota . É importante relembrar os ciclos de vida, que se distinguem de acordo com a
posição da fecundação e meiose no ciclo de vida dos vegetais. Podem ser: haplonte, diplonte e
haplodiplonte.
a) Haplonte: a meiose ocorre logo após a fecundação e formação do zigoto, sendo portanto
meiose zigótica ou inicial. Os indivíduos do ciclo são haplóides.

b) Diplonte: os indivíduos do ciclo são diplóides (2n) e portanto a meiose ocorre na formação
dos gametas (n) e por isso é chamada gamética ou final.
c) Haplonte-diplonte ou Haplodiplonte: em um mesmo ciclo de vida há alternância de uma
fase de indivíduos diplóides com uma fase de indivíduos haplóides. Isso é chamado de
alternância de gerações ou metagênese.

CATEGORIAS TAXONÔMICAS DAS ALGAS


O número de divisões e classes que inclui as algas varia de um sistema de classificação para
outro, de autor para autor, como já vimos anteriormente. Utilizaremos a classificação segundo
TRAINOR (1978), modificada, englobando as algas em 8 divisões, dadas a seguir:

Divisão 1 : Cianophyta
Constituída pelas algas azuis ou cianobactérias. São procarióticas unicelulares, filamentosas ou
coloniais. Pigmentos: clorofila a, xantofilas, ? -caroteno e ficobilinas (ficocianina e ficoeritrina).
Ocorrem em água doce e salgada, bem como em ambientes terrestres e fontes termais, não
possuem núcleo diferenciado nem organelas citoplasmáticas (procariontes) e os pigmentos
localizam-se em lamelas citoplasmáticas (tilacóides). Algas azuis unicelulares como
Chrorococcus, multiplicam- se por divisões celulares sucessivas, seguidas da separação dos
produtos das divisões como células individuais. Em Merismopedia não há essa individualização
das células divididas, formando um tipo de organização em colônia. A reprodução por
fragmentação também pode ocorrer em Oscillatoria, Nostoc e Anabaena, que são filamentosas.
Os filamentos de muitas espécies de Oscillatoria são móveis, bem como seus hormogônios.
Células especializadas com paredes espessas e maiores que as células vegetativas aparecem em
certas cianófitas filamentosas e são chamadas de acinetos (esporos de resistência). Muitas
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espécies também produzem heterocistos, que são estruturas especializadas para a fixação de N2
(possuem nitrogenase). A parede celular contém celulose e há freqüentemente excreção de
mucilagem pela célula, que pode se difundir no meio e constituir uma bainha.
Algumas cianofíceas vivem em associação com outros vegetais. Um caso bem conhecido são
aquelas que vivem em cavidades especiais no talo de Anthoceros (Briófita) e em cavidades nas
folhas flutuantes de Azolla (Pteridófita aquática). A associação com fungos para formar os
líquenes é muito comum. As algas azuis classificam-se numa classe única: Cyanophyceae
subdivididas em quatro ordens: Chroococcales, Pleurocapsales, Chamaesiphonales e
Hormogonales (cuja reprodução sexuada não é conhecida).

Divisão 2: Chlorophyta
Incluem-se nesta divisão as algas verdes. Contém clorofila a, b, ? -caroteno e várias xantofilas
(principalmente luteína). As células contém de um a muitos núcleos (cenocíticas) e desde um até
muitos cloroplastos com as formas mais diversas. São de distribuição tão ampla quanto as algas
azuis, porém têm predominância nas formações de água doce. Há muitas formas tubulares e
membranosas marinhas. Existem representantes unicelulares, coloniais, filamentosos,
membranosos e tubulares. A reprodução sexuada vai desde a isogamia até oogamia. Além disso,
em muitos géneros ocorre reprodução assexuada por zoósporos, por ex: Chlamydomonas. A
reprodução assexuada pode-se fazer por simples divisão, pela dissociação de filamentos ou pela
formação de zoósporos, aplanósporos ou autósporos. Algumas algas verdes filamentosas não
ramificadas, como Spirogyra reproduzem-se sexuadamente por um processo de conjugação, que
consiste na união de gametas amebóides. Em certas ordens há uma nítida alternância de
gerações. Apresentam amido como material de reserva (nos pirenóides). Em certas espécies não
há, basicamente, paredes transversais ou septos dividindo as células ao longo de toda a fase
vegetativa do ciclo vital. Tais células não divididas e multinucleadas são chamadas cenocíticas e
resultam de repetidas divisões nucleares sem a formação de paredes celulares. Codium magnum,
a maior clorofícea conhecida, é um membro desta linha evolutiva e pode atingir até 8 metros de
comprimento. Clorofíceas multicelulares: um dos passos mais críticos na história dos vegetais
foi a transição da condição de célula solitária, tal como Chlamydomonas, para de multiplicidade
celular. Encontram-se vários tipos de multiplicidade celular entre as clorofíceas , dependendo do
plano no qual as divisões ocorrem. Caso as divisões se restrinjam a um único plano, resultarão
filamentos (por exemplo, Spirogyra). Caso ocorram divisões em dois planos, podem originar

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filamentos ramificados (é o caso de Cladophora) ou lâminas planas. Se as divisões forem em três
planos, haverá a formação de um corpo tridimensional como ocorre em Ulva (alface do mar).

Divisão 3: Euglenophyta
Os euglenóides, como são chamados, são unicelulares flagelados e bem conhecidos através de
exemplos como Euglena, Phacus e Trachelomonas. Não apresentam parede celular, mas sim
uma película ou lórica (em Trachelomonas). Vivem em água doce, mas podem habitar água
salgada, geralmente são mixotróficos e alguns heterotróficos. Possuem clorofila a e b e
carotenóides. Armazenam carboidratos na forma de paramido, que se forma fora do cloroplasto.
A reprodução se dá por divisão celular. As células se dividem longitudinalmente formando duas
células novas idênticas. Não há reprodução sexuada conhecida. As formas são flageladas, sendo
um flagelo longo emergente com pêlos muito finos em um dos lados e um outro flagelo pequeno,
não emergente.

Figura 7.3: representação esquemática de algumas clorófitas. 1-5: Oedogonium (1. Filamento
vegetativo; 2. filamento formando zoósporo; 3. dois oogônios; 4. formação de zoósporos; 5.
oogônios de outra espécie). 6- Zygnema (filamento vegetativo). 7- Spirogyra, célula vegetativa e
8- zigotos. 9 a 11- Mesotaenium (indivídous vegetativos, início da copulação, zigoto jovem e
mais velho, respectivamente). 13- Micrasterias (indivíduo). 14- Closterium (indivíduo). 15
Bryopsis (parte superior de um indivíduo). (Adaptado a partir de Joly, 91).

Divisão 4 : Chrysophyta.
É constituída por três grandes classes: Chrysophyceae, Xanthophyceae e Bacillariophyceae.
Classe Chrysophyceae Apresentam uma coloração "marrom dourada" e apresentam clorofila a, -
caroteno e xantofilas (luteína e fucoxantina). É frequente a impregnação das paredes celulares
com CaCO3. Ocorre nesta classe a formação de estatósporos. A maioria é unicelular e colonial,
flagelada (2 flagelos diferentes). Seu material de reserva é a crisolaminarina. Ex : Synura,
Mallomonas, Dinobryom.

G.Jossamo 36
Classe Xanthophyceae
Algas verde-amarelas, com clorofila c, na maioria unicelular, flagelada (2 flagelos lisos de
tamanhos diferentes), algumas filamentosas, cenocíticas e coloniais. Vivem preferencialmente
em água doce. Material de reserva: crisolaminarina, não têm fucoxantina.
A reprodução sexuada é como nas clorófitas. Competiram com as algas verdes pelas águas
continentais e não foram bem sucedidas.

Classe Bacillariophyceae (Diatomáceas).


As diatomáceas diferem das demais Crisófitas pela ausência de flagelos (presentes apenas em
alguns gametas masculinos) e pela parede celular peculiar (dividida em duas partes).
A maior parte das Chrysophyta pertencem a este grupo. São chamadas diatomáceas porque o talo
é dividido em duas partes (duas tecas ou valvas que formam a frústula) que se encaixam uma na
outra. A maioria é unicelular ou filamentosa, poucas são coloniais. As células contém de dois a
muitos cloroplastos. As paredes celulares das diatomáceas (frústulas) são formadas por pectina e
fortemente impregnadas com sílica e por isso persistem após a morte do protoplasma interior,
formando grandes depósitos de frústulas. Esses depósitos de "diatomito", formados
essencialmente de carapaças de diatomáceas, encontram larga aplicação na indústria, como
material refratário ao calor; como filtro especial para líquidos corrosivos; como abrasivo usado
em dentifrícios, etc. Tais depósitos ocorrem em várias partes do mundo, no Brasil aparecem na
região nordeste.

Motilidade das Diatomáceas: Apesar da ausência de flagelos e de outras organelas locomotoras,


muitas espécies de diatomáceas penales são móveis. A locomoção resulta de uma secreção
rigorosamente controlada que ocorre em resposta a estímulos químicos e físicos. Todas as
diatomáceas móveis parecem possuir, ao longo da célula, um sulco delicado (a rafe) que
aparentemente evoluiu para um aparelho locomotor.
Figura 7.4: Diatomáceas observadas por microscopia eletrônica de varredura (acima e ao centro)
e sob microscopia óptica (abaixo). (Segundo Raven et al., 76).
Com base na simetria, há dois grandes grupos de diatomáceas: as Penales, de simetria bilateral e
predominantes em água doce e as Centrales, com simetria radial e predominantemente marinhas.

G.Jossamo 37
Gêneros freqüentes são: Melosira, Coscinodiscus, Chaetoceros, Biddulphia, Triceratium, etc.
Alguns indivíduos estão representados na figura 7.4. Reprodução assexuada (divisão
longitudinal) e reprodução sexuada.

ESTUDO DAS ESPERMATOFITA OU FANEROGAMAS


INTRODUCAO AO ESTUDO DAS GIMNOSPÉRMICAS
Semente é um órgão destinado a propagar e conservar a espécie, sendo assim o principal factor
responsável pela dominância das plantas de semente na flora actual, que foi aumentando ao
longo de várias dezenas de milhões de anos. Apresenta grande valor de sobrevivência, e,
consequentemente, vantagens em relação aos esporos. Todas as plantas de semente são
heterospóricas : mega e microsporos, originando gametófitos femininos e masculinos,
respectivamente. Característica que não é exclusiva das plantas de semente. A produção de
sementes é uma forma extrema de heteroscopia, modificada para formar 1 óvulo, estrutura que
origina a semente.

Semente é um simples óvulo maduro que contem um embrião.


Óvulo imaturo é um megasporângio rodeado por 2 camadas adicionais de tecido, o tegumento.
Evolução dum óvulo:
1. retenção dos megasporos no megasporângio carnudo, o nucelo nas plantas de semente
2. redução do número das células mãe de megasporos em cada megasporângio para apenas uma.
3. dos 4 megasporos formados pela célula mãe apenas 1 é funciona.
4. formação de 1 megagametófito no único megasporo funcional – gametófitos endospóricos
(retido no megasporângio)
5. desenvolvimento do embrião ou jovem esporófito no megagametófito
6. formação de tegumento que envolve completamente o megasporângio excepto na abertura no
ápice, micrófilo
7. modificação do ápice do megasporângio para receber microsporos ou grãos de pólen.
É impossível saber exactamente o exacto momento da evolução devido ao registo incompleto
nos fósseis. Os óvulos mais antigos datam do Devónico (365 milhões de anos): Elkinsia
polymorpha - óvulo: nucelo e 4 ou 5 lobos, tegumentos curvados com pouca ou nenhuma fusão
entre os lobos.
Composição da semente – embrião, reserva alimentar e invólucro.

G.Jossamo 38
Na maioria das plantas de semente actuais, desenvolve-se um embrião dentro da semente antes
da dispersão (excepto para Ginkgo). Todas as sementes contêm reservas de alimentos. O
endosperma primário deriva directamente do tecido gametofítico haplóide e é formado antes da
fertilização.

Gimnospérmica significa “semente nua”. As gimnospérmicas possuem óvulos a descoberto, ou


seja, os óvulos não estão encerrados num ovário, mas sobre as escamas ovulíferas, e o pólen
germina directamente no ápice do nucelo do óvulo.
São árvores ou arbustos geralmente perenifólios. Têm crescimento secundário, devido à
actividade do câmbio vascular, com anéis de crescimento anual. O lenho é formado por
traqueídos e sem vasos, excepto na ordem Gnetales. Os restos fósseis mostram que tiveram uma
distribuição geográfica muito mais alargada do que actualmente.
A relação entre os grupos das Gimnospérmicas actuais e das extintas permanece bastante incerto
e as relações filogenéticas entre plantas de semente continua ainda por resolver.
Progimnospérmicas.
Surgiram na Era Paleozóica Superior. Apresentavam características intermédias entre as plantas
sem e com semente. Reproduziam-se por esporos livremente dispersos, produzindo xilema
secundário (madeira) marcadamente semelhante ao das coníferas actuais. No Devónio eram as
únicas que produziam floema secundário. Tanto estas como os fetos paleozóicos evoluíram
provavelmente de trimeterófitos (fetos extintos) mais antigos, dos quais se distinguem por
possuírem um sistema de ramificação mais elaborado e diferenciado e, consequentemente, um
sistema vascular mais complexo. Nestas, o avanço evolucionário mais importante relativamente
aos trimeterófitos e aos fetos é a presença de câmbios vasculares bifaciais, ou seja, produção de
xilema secundário e floema secundário, que é o câmbio típico das plantas de semente, tendo
aparentemente evoluído. Formaram florestas extensas. Podem ter parecido coníferas no seu
padrão de ramificação. Diversas evidências acumuladas nas várias décadas passadas indicam que
as plantas de semente evoluíram de plantas semelhantes às progimnospérmicas. Muitos
problemas continuam por resolver para desenvolver uma compreensão mais detalhada da
evolução primitiva das plantas de semente.

Reprodução. Ciclo de vida


As flores femininas, muito reduzidas, estão normalmente dispostas helicoidalmente sobre um
eixo comum, agrupando-se frequentemente em inflorescências abertas, estrobiliformes, que mais
G.Jossamo 39
tarde se lenhificam, convertendo-se, por exemplo, nas pinhas de abetos e pinheiros. Com poucas
excepções, os megagametófitos produzem vários arqueguegónios, que podem formar mais que
um ovo que ao serem fertilizados podem originar vários embriões que se desenvolvem num só
óvulo – poliembrionia.
As flores masculinas agrupam-se também, apresentando o aspecto de espigas; na parte inferior
das suas escamas estão os estames, reduzidos aos sacos polínicos. Nas gimnospérmicas, os
microgametófitos desenvolvem-se como grãos de pólen.
As plantas monóicas são polinizadas pelo vento (anemófilas). Caso do pinheiro
• Microsporângios e megasporângios aparecem em cones (estróbilos) separados na mesma
árvore.
• Microsporangiata (1-2 cm, produtores de pólen) – nos ramos inferiores da árvore
• Megasporangiata (ou ovulata) – cones em ramos superiores
• Alguns casos apresentam ambos no mesmo ramo, com os cones femininos mais próximos da
extremidade.
• Têm polinização cruzada.

Principais divisões do grupo


Compreende 4 divisões:
Cycadophyta (cicas)
Ginkgophyta (ginkgo biloba)
Coniferophyta (coníferas)
Gnetophyta (gnetófitos)

Phyllum Cycadophyta
Conhecidas desde há 250 milhões de anos (Pérmico) e ainda persistentes como fósseis vivos,
muito numerosas no Mesozóico (130 a 100 milhões de anos) – “Idade das cicas e dinossauros”.
A única família (Cycadaceae) que chegou aos nossos dias compreende 11 géneros e 140 espécies
nas regiões tropicais e subtropicais. As plantas são semelhantes a palmeiras pois as folhas
funcionais apresentam-se em grupos de 5 no cimo do caule semelhante a espique densamente
coberto pela base das folhas. Podem atingir 8 ou mais metros. Apresentam crescimento
secundário devido à actividade de um câmbio vascular, contrariamente às palmeiras

G.Jossamo 40
A parte central é uma grande massa de medula. Por vezes são altamente tóxicas por terem
neurotoxinas e substâncias carcinogénicas. Hospedam cianobactérias e assim fixam o azoto
atmosférico enriquecendo assim os locais onde habitam. São plantas dióicas que exibem flores
nuas dispostas em estróbilos no ápice. As masculinas são constituídas por folhas estaminais em
forma de escama ou escudo, com numerosos sacos polínicos na página inferior. O tubo polínico
é não ou pouco ramificado e o esperma multiflagelado. Têm um microgametófito com dois
espermas. As flores femininas do tipo mais arcaico encontram-se em todas as espécies do género
Cycas. O ápice vegetativo caulinar produz geralmente um grande número de carpelos,
cobertos por denso indumento castanho-amarelado, em vez de folhas vegetativas; estas folhas
carpelares não se tornam verdes e na parte inferior formam alguns óvulos em posição marginal.
O ápice vegetativo não cessa o desenvolvimento e após algum tempo forma novamente folhas
vegetativas e catafilos. As flores femininas das Cycas, muito primitivas, não apresentam
crescimento limitado, contrariamente às suas flores masculinas e femininas e masculinas de
todos os outros géneros de cicadáceas em que o ápice vegetativo suspende a sua actividade, tal
como todos os espermatófitos. Após a fecundação, que ocorre após alguns meses da polinização
(que é entomófila – grupo dos coleópteros (escaravelhos)), desenvolvem grandes sementes, cujos
tegumentos se tornam carnudos exteriormente (sarcotesta) e pétreos, pela formação de
esclerênquima interiormente (esclerotesta).
Devido às suas decorativas folhas penatissectas, cultivam-se muitas vezes em estufa, podendo
também ser encontradas em alguns dos nossos jardins ao ar livre, principalmente Cycas revoluta,
originária de Java.

Phylum Coniferophyta
A designação conífera significa com cones ou pinhas e refere-se aos agrupamentos das flores
femininas, que são muito reduzidas e confundem-se com as escamas ovulíferas; frequentemente
também soldadas com as suas brácteas (escamas protectoras). Estes complexos de escamas
protectoras e ovulíferas formam muitas vezes inflorescências estroboliformes (pinhas). É a mais
numerosa, a mais espalhada e ecologicamente a mais importante das divisões das
gimnospérmicas actuais. Compreende cerca de 70 géneros e 630 espécies pertencentes a 7
famílias. Como exemplo refere-se Sequoia sempervirens (conífera) a planta vascular mais alta
das costas da Califórnia e Sudoeste de Orégão, com 113 m de altura e 11 m de diâmetro. Às
coníferas pertencem árvores como pinheiros, abetos, píceas de grande valor comercial.
As coníferas datam do período Carbónico (300 milhões de anos). As coníferas
G.Jossamo 41
actuais têm as folhas aciculares (em agulha) ou escamiformes, com muitas características de
resistência à secura, benefícios ecológicos em certos habitats e relação com a diversificação do
filo no período Permiânico (290 a 245 milhões de anos), vivendo em geral vários anos (excepto
Larix decidua Miller, de folha caduca).
Principais famílias e generous
.
Família Pinaceae
A esta família pertencem as coníferas florestais mais importantes. A ela pertence o género Pinus
L., género que dá o nome à família e à divisão. Géneros:
Abbies – abetos – o abeto comum (Abbies alba Miller),

Cedrus – cedros – uma das espécies é o Cedrus libani A. Richard, cujas plantas
desempenhavam um papel muito importante na Antiguidade.
Larix – larício – o larício europeu (Larix decidua Miller
Pinus – pinheiros. Os pinheiros possuem uma raiz principal que penetra profundamente no
subsolo e permite- lhes extrair água suficiente mesmo em solos secos e arenosos. Podem ainda
associar-se a alguns fungos, formando as micorrizas, associação benéfica para ambos, podendo
deste modo retirar mais facilmente os nutrientes do solo. O pinheiro-silvestre (Pinus sylvestris
L.) forma extensas florestas no Centro e
Tsuga – tsugas Pseudotsuga – pseudotsugas – a pseudotsuga (Pseudotsuga menziesii (Mirbel)
Franco, que é muito apreciada pelas suas folhas, aroma e qualidade da madeira, é originária da
América do Norte.

Cupressaceae
As cupressáceas adquiriram o nome do género típico - Cupressus. Géneros:
Chamaecyparis – falsos-ciprestes. Chamaecyparis lawsoniana (A. Murray) Parl é uma espécie
muito conhecida.
Cupressus – ciprestes. O cipreste comum (Cupressus sempervirens L.)
Juniperus – juníperos, zimbros. Juniperus communis L.
Thuya - árvore vida, tuia. Plantadas nos jardins como ornamenta.

Araucariaceae
Géneros: Agathis
G.Jossamo 42
Araucária – araucárias. Plantas originárias da América do Sul.

Taxodiaceae
Géneros: Metasequoia Sequoia – sequóias. As sequóias Sequoia sempervirens (D. Don) Endl. e
Sequoia dendron giganteum (Lindl.) Buchh., podem atingir mais de 100 m de altura.
Sequoiadendiron – sequóia gigante

Phyllum Ginkgophyta
Compreendem um só género e uma só espécie Ginkgo biloba, que evoluiu pouco desde há 150
milhões de anos.
Apareceu no Pérmico (270 milhões de anos). Actualmente é considerada um fóssil vivo, pois é a
mais antiga das árvores actuais; não crescendo espontaneamente no mundo, mas os chineses e
japoneses preservaram-na em templos. A partir daí foi introduzida em toda a parte há cerca de
200 anos em parques e jardins.
Tem ramificação aberta e dicotómica, tornando-se atractiva, imponente, de crescimento lento até
30 ou mais metros. As folhas dos raminhos são inteiras, as dos ramos longos e das plântulas
profundamente lobadas, em forma de leque (flabeliformes), acunheadas e percorridas por
nervuras ramificadas dicotomicamente, são caducas no Outono.É resistente à poluição aérea,
cultivada nos parques e jardins e passeios urbanos. É dióica como as cicas.

Phyllum Gnetophyta (membros com características semelhantes a Angiospérmicas)


Compreende algumas espécies antigas já com muitas características das angiospérmicas.
Possuem embriões com dois cotilédones e no xilema secundário apresentam vasos lenhosos,
enquanto as outras gimnospérmicas só têm traqueídos. A polinização pode ser anemófila ou
entomófila. Em1990 foi referida também a dupla fertilização (fusão de um segundo núcleo do
esperma com um núcleo do megagametófito) em Ephedra. A dupla fertilização, considerada
exclusiva das Angiospérmicas, pode actualmente, ter estado presente no antepassado comum
das Angiospérmicas e gnetófitos. Porém, nas Angiospérmicas, a dupla fertilização origina o
endosperma (tecido nutritivo) em Ephedra e Gnetum produz embriões extra.
Comprende três famílias, 3 géneros e 70 espécies. Nenhum destes 3 géneros seria
possivelmente um antepassado de qualquer Angiospérmica, pois têm especializações únicas. À
família gnetácea pertence o género Gnetum que engloba 30 espécies de fanerófitos e fanerófitos
escandentes com folhas grandes que parecem as das Angiospérmicas.
G.Jossamo 43
efedráceas. Ephedra tem polinização anemófila, mas pode também ser visitada por insectos para
a polinização.
Welwitschia – a este género pertence a Welwitschia mirabilis Hookf.,a espécie vascular mais
bizarra, com a maior parte da planta enterrada na areia. A parte aérea consiste de um disco
maciço côncavo e lenhoso, que produz apenas duas folhas em forma de tira, com vários metros
de comprimento e 1 metro de largura, de nervuras paralelas unidas entre si por anastomoses e
fendilham com a idade. Algumas produzem 2 folhas adicionais.

Introdução ao estudo dos angiospémicas (plantas angiospermicas)

Apesar de grande diversidade de tamanho e forma, todas as plantas com flores, tais como‫׃‬
maripousa, bananeira, cacto, etc, têm um padrão similar apresentam raizes, talos e folhas
integradas de tal forma que lhes permitem viver e crescer como uma unidade; em determinada
época durante o seu ciclo de vida florescem, se reproduzem dando origem a novas plantas.

Caracteristicas gerais

As plantas com flores sâo classificadas em 2 grupos‫׃‬as dicotiledóneas (magnaliates) e as


monocotiledóneas (liriaes).

Se a semente apresenta 2 cotilédones,o sistema radicular é aprumada, as folhas tem as nervuras


reticuladas e as peças florais se apresentam em nº de 5 a 4 e a planta é dicotiledónea. Ex‫׃‬tabaco,
amendoeira, limoeiro, etc.

Se a semente apresenta um só cotilédone, com sistema radicular é fascicular, nervuras da folha


paralelas ou arqueadas e as peças florais (verticilos florais) em nº3,a planta é
monocotiledónea.Ex‫׃‬mapira,cana de açucar,milho,etc

Critérios para a destinção entre mono e dicotiledóneas

Os estudos devem ser feitos com base:

G.Jossamo 44
▪ Nas sementes

▪ Nas folhas

▪ Nas raizes

Tambêm pode-se ver volumosidade dos sistemas secundários.

Para determinar se uma planta é di ou monocotiledónea não podemos basear-nos em

Um só carácter porque há plantas que pertencem a uma classe e apresentam 1 caracter de outra.

Classe magnoliopsida

São tambem designados de dicotilidoneas caracterizadas por possuir raiz aprumada, feixes
vasculares do caule constituindo aneis, apresentam crescentimento secundário; evoluiram folhas
inteiras ou diversamente recortadas, geralmente com reticulo acentuado (nervação peni ou
palminérvia).

Peças florais usualmente múltiplos de 4 ou 5 (ou derivados)

Família

1.Magnoliaceae

▪ Fórmula floral

Perianto infinito; androceu e gineceu incontaveis:

P∞ A∞ G∞ ou S∞ P∞ E∞ P∞

Trata-se da familia originaria da classe podendo se encontrar, mas regiões tropicais e


subtropicais.

Possuem folhas simples e flores grandes.

Exemplo; mognolia

G.Jossamo 45
2. Annonaceae

Ex: Anona muricata (coração de boi)→frutos carnudos e bagas

Anona senegalensis

Esta familia pertence arvores arbustos ou trepadeiras com folhagens e lenho

Uso

▪ Fruto sai em dezembro e serve para o consumo ou alimentação.

Classe ramunculospsida

Familia ramunculaceae

Agrupa 30 generos e cerca de 100 especies, ocorrendo nas regiões temperatura das e frias do
globo terrestre. Estas espeies são herbaçeas ou sulenhosas, com flores de 1 modo geral
hermafroditas apresentam um calice dialisipalo e corola inexistente

Os estames são 5 ou mais, são livres e possuem antera biloculares. O ovario, 1 ou mais por flôr e
supero. Os frutos são secos

Exemplo: Aquilegia SP

São uvas que mostram muitas adaptações aõs locais secos por isso‫׃‬folhas reduzidas com uma
carta tendência a tolerância ao solo.Algumas holófitas e há algumas xerófitas de cuja suculência
é justificada pelos tecidos que armazenam e possuem aspectos carnudos. Flores radiais tri ate
pentâmanas, na maioria com gineceu isocarpela, algumas familias contem
soponinas,betacioninas.

1. Ordem Numphaeles

Familias Numphaeceae familias do golfão

Exemplo, Nymphaea alba

Rosas do mar são comestiveis diferentes ao quiabo

G.Jossamo 46
Nota: Usa se tambem como tempero.

2. Ordem Casuarinales

Árvore de foliagem persistentes lenhosos, muito ramificados monóicos ou dióicos, com ramos
estriados articulados, folhas em verticilos de 4 á 16, escamiformes, forma uma bainha á volta do
raminho.

Exemplo. Casuarinas equisetifollim

Uso das casuarinas

combatem á erosao aspecto ecológico.

serve como combustivel, na construção de casas, etc aspecto económico.

usado na ornamentação.

3 Ordem Urticales

Familia Moraceae

Com 1550 espécies (família de amoreira). São plantas lenhosas com suco leitoso. Trata-se de
árvores ou arbustos dióicos ou monóicos são perianto, 3 estigmas,1 único óvulo bicarpelar de
folhas caducas ou persistentes.

Folhas alternas simples com 3 à 5 nervuras básicas, com duas estipulas pequenas.

Ficus carica – figueira


Morus alba – amoreira branca
Morus nigra – amoreira negra

Fabricação de borracha

Preparação

Seiva proveniente do caule da planta é aplicada à úlceras da gengiva.


G.Jossamo 47
Usos

▪ Alimentação.

Articarpus sp.

Família Cactáceae (família dos cactos)

Com uma redução de folhas e suculência do caule.

Ex: Opuntia sp (mão-de-diabo).

Usos

Combate à tosse, a partir da seiva (problemas pulmonares).

Cactus sp.

Para além de combate à tosse, é usado na ornamentação.

Classe Rosidae

São trepadeiras, ervas arbustros, árvores, com folhas simples ou compostas com estipulas. As
flores geralmente ciclicas. As pétalas são livres, ovário súpero ou ínfero; o androceu
frequentemente com vários verticilos, giniceu acocárpico, isto é, os carpelos variam de livres até
sincarpicos. Os estiletes geralmente livres, os frutos são complexos.

Família Saxifragaceae

Estão agrupados 24 géneros e cerca de 350 espécies, aparecendo nas regiões temperadas e frias
do globo. Possuem folhas simples e são estipulas, as flores apresentam 1 cálice com 4 à 5 sépalas
ligadas na base.

Família Rosaceae

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Árvores arbustros ou ervas, frequentemente espinhosa, folhas alternas, simples ou compostas e
geralmente com estipulas.

A formula floral: s6P5A∞G∞→5→1

São grandes produtores de frutos

Ex: Malus sylvestre (Maçã)

Usos

— Utilizado para alimentação

Alguns representantes da família Rosaceae

Pyrus communis (Pêra)

Prunus dulcis (Amendoira)

Prunus domestica (Ameixeira)

Prunus persica (Pessegueiro)

Fragaria ananassa (Morangueiro)

Rosa sp (Roseira)
Prunus avium (cerejeira)

Na sua maioria, a família rosaceae tem como utilidade a alimentação.

Ordem Fabales/ Leguminosae

É duma distribuição cosmopolita (universal). Fornece alimentos, ferragem, corantes, colas,


resinas e óleos.

Trata-se de ervas, arbustros e árvores com folhas na maioria alternas (compostas/simples).

Ervas: a maioria são da família poaceae; estrutura primária da raíz e do caule; frequentemente
são paralelinínerveas.

Arbustros: possuem já, estrutura secundária e são palminérveas.


G.Jossamo 49
É uma ordem muito importante para os agricultores, pois tem a capacidade de convivência com
algumas bactérias simbióticas, ocorrendo uma simbiose ou comensalismo. Fazem simbiose nas
raízes com bactérias (nitrobacteres), porque são fixadores de nitrogénio atmosférico.

Têm flores com estruturas variáveis ou bissexuada, corola típica formada em 5 partes, ovário
súpero ou epigínico. O fruto é normalmente vagem, mais pode aparecer a cápsula.

Família Mimosaceae

São cerca de 2 mil géneros e fazem parte:

Sp: Acacia caru

Sp: Mimosa pudica

Família Caesalpiniaceae

Plantas das regiões tropicais com folhas pinuladas e bipinuladas, parepinuladas, raramente
simples; em regra as flores são zigomórficas.

Exemplo:

Delanix regia (Acácia vermelha)

Arzelia quinsensis (Xanfuta)

Cassia petersiana (Acácia)

Tamarindus indica (Tamareira)

Cassia seamea (Acácia amarela)

Família Fabaceae/ Papillinatae

São 900 espécies e flores zigomórficas.

Exemplo:

G.Jossamo 50
Dalbergia melanoxylon (Pau-preto)

Pterocarpus angolensis (Umbila)

Maletia stulhlamani (jambire ou panga)

Arachis hippogaea (amendoim)

Glycine Max (feijão soja)

Pisum sativum (ervilheira)

Vicia faba (Java)

Phaseolus vulgaris (feijão manteiga)

Abrus precatorius

Ordem Laurales

Família Lauraceae

Trata se de árvores ou arbustos na maioria de folhagens persistentes.

Folhas simpes; flores reunidas geralmente monóicas.

Exs‫׃‬Laurus mobilis (loureira)

Cynnamomum canphora (cáfoia)

Cynnamomum zeinalicum (canela)

Cassyta filiformis

Ordem Piperales

São plantas predominantemente herbáceas, folhas simples flores diminutas,na maioria


monóicas,sem perianto, mas frequentemente brateadas, reunidas em espigas.

Família Piperaceae

G.Jossamo 51
Ex‫׃‬Piper nigrum (pimenta)

Ordem Myrtales

Familia Myrtaceae

Exs‫׃‬Eucalyptus sp.

Syzygium aromaticum

Syzygium cordatum

Psidium guajava (goibeira)

Ordem urticales

Família Cannabaceae ou cannabinaceae

Exs‫׃‬Cannabis sativa (suruma)

‫ײ‬ serpenta

Humulus hipulus

Ordem Passiflorales

Família Passifloraceae

Com 60 espécies trepadeiras, com gavinhas auxiliares, folhas alternas, ramo lateral, sementes
mucilaginosas.

Ex ‫׃‬Passiflora edulis (maracuja)

Ordem Cucurbitabitales

São trepadeiras com flores unisexuais e ovário tipicamente tricarpelar e ínfero.

Cucuarbita pepo
Cucurbita maxima (Abóbora menina)
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Cucumis sativus (Pepino)
Cucumis melo (Melão)
Citrullus lanatus (Melancia)

Momordica balsamina

Lagenaria sp

Ordem Rutales

Família Rutaceae

Com 1600 espécies que tem a origem na Ásia Austral. De glândulas conoríferas, produtoras de
óleos aromáticos é característica principal.

Ex‫׃‬Citrus sinensis (laranjeira)

Citrus paradise (toranjeira)

Citrus lemon (limoeiro)

Citrus reticulata (tangerineira)

Família Anacardiaceae

Com 60 espécies, flores unisexuais, presença de canais resiníferos e o ovário em regra uniovular,
e a fruta drupácia.

Ex‫׃‬Anacardium occidentale (cajueiro)

Mangifera indica (mangueira)

Selerocarya birrea (Canhueiro)

Ordem Sapindales

Família Sapindaceae

Litchi chinensis

G.Jossamo 53
Família Apiaceae ou Umbelliferae

Agrupa 230 géneros e cerca de 1300 espécies estando disseminada em todo o globo terrestre.
Possuem inflorescencia, constituindo capítulos ou umbelas (simples ou maioritariamente
compostas). As flores são pequenas e o seu cálice é inexistente ou limitado a diminutas sépalas.
A corola é pentapétala e possui 5 estames. O ovário é ínfero sendo constituído por duas estigmas.
Os seus frutos são secos e biloculares (com uma semente em cada lóculo).

Exemplo: Daucus carota (Cenoura)


Coriandrum sativum(coentro)
Cuminum cyminum(cominhos)

Petroselinum crispum(salsa)

Ordem Rhammales

Família Rhammaceae

Agrupa 50 géneros e cerca de 450 espécies, desenvolvendo-se nas regiões quentes, temperadas e
frias. As espécies lenhosas possuem folhas simples e alternas. As flores são pequenas e monóicas
ou unisexuais. O cálice é gamosépalo, e a corola ou é inexistente ou apresenta 4 à 5 pétalas e
ocorrem 4 ou 5 estames. Os ovários são triloculares e súperos, ou semi-ínfero. O fruto é
carnudo.

Exemplo;

Zizuphus quadrangularis

Z. mucronata

Z. mauritânia (Maçaniqueira)

Rhamnus alaternus (Sanguinho)

Família Vitidaceae

Agrupa 11 géneros e cerca de 480 espécies, ocorrendo nas regiões quentes e temperadas. Estas
espécies são sarmentosas e possuem gavinhas. As folhas são alternas e lobadas.

G.Jossamo 54
As inflorescências constituem cachos compostos de flores pequenas, regulares, monóicas ou
unisexuais. O cálice é rudimentar, e a corola possui 5 pétalas soldadas, e constituindo uma
espécie de tampa destacável.

Os estames são definidos (4 ou 5) e ovário é súpero. Os frutos constituem bagas.

Exemplo:

Cissus quadrangularis

C. cactiformis

Victis vinífera (Videira)

Família Portulaceae

São aproximadamente 25 géneros e 140 espécies, surgindo em todo o mundo. As espécies são
herbáceas e possuem folhas inteiras, por vezes carnosas.

As flores são monóicas e regulares. As sépalas são livres ou ligeiramente soldadas na base. A
corola é inexistente ou dialipétala e gamopétala. Os estames são livres e hipogínicos ou
perigínicos. O ovário é semi-ínfero ou supero. O fruto é seco.

Exemplo:

Portulaca oleraceae (Beldroega)

Ordem Polygonales

Família Polygonaceae

Possui cerca de 700 espécies representadas por 30 géneros, predominando em todo o mundo. São
herbáceas ou pouco lenhosas e possuem folhas simples e alternas.

As flores (pequenas) possuem perianto com 3 à 6 pétalas, 4 à 10 estames e o ovário supero. O


fruto é um aquénio (por vezes com perianto presistente).

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Exemplo:

Persicaria bistarta (Persicaria)

Ordem Euphorbiales

Família Euphorbiaceae

Compõe-se de 244 géneros e 3500 espécies desenvolvendo-se nas regiões tropicais e temperadas.
Estas espécies possuem folhas simples opostas ou alternas e flores pequenas (nuas ou com
perianto).

As flores masculinas possuem um número de estames definido ou indefinido. As flores


femininas apresentam ovários com 2 à 20 carpelos. O fruto seco é esquizocárpio e na maturação
origina 2 ou 3 mericarpos (parte do fruto que se separa do seu conjunto) monospérmicos ou
dispérmicos (formada por um ovário ou formada por 2 ovários). Apresentam suco leitoso e
venenoso.

Exemplo:

Manihot esculenta (Mandioqueira)

Ricinus communis (Rícino)

Ordem Violales

Família Caricaceae

Exemplo: Carica papaya

Família Rhizophoraceae

São plantas que habitam no mangal ou melhor, tipicas do mangal.

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Exemplo:

Rhizophora mangle

Avicennia marina

Família Combretaceae

Compreende 500 espécies.

Exemplo:

Terminalia cattapa (Amêndoa da índia)

Família Punicaceae

Tem um género e duas espécies que se desenvolvem unicamente nas regiões temperadas da Ásia
e Europa austral. Estas espécies são lenhosas, e possuem as folhas caducas, inteiras e
desprovidas de estipulas (modificações de folhas que se encontram nas bases das folhas grandes
usadas como protecção ou defesa da planta).

As flores são regulares monóicas e têm entre 5 à 7 pétalas livres. O número dos estames é
indefinido. O seu ovário é ínfero e possui apenas 1 estilete. O fruto é carnoso, polispérmico e
contém 8 à 15 lóculos.

Exemplo;

Punnica granatum (Romãzeira)

Ordem capparales

Família capparidaceae

Agrupam-se 40 géneros e cerca de 380 espécies, ocorrendo nas regiões quentes e tropicais. Estas
plantas possuem folhas alternas simples ou compostas. As flores são monóicas regulares ou

G.Jossamo 57
irregulares. O cálice é dialissépalo com uma corola dialipétala ou inexistente. Os estames são
livres e o ovário é supero e unilocular. O fruto siliquiforme ou bassiforme.

Exemplo: Capparis spinosa (Alcaparra)

Ordem Lamiales

Família Logamiaceae

Trata-se de um grupo heterogêno, tem flores radiais até zigomórficas, tetracíclicas e os estames
formam um ciclo.

Exemplo: Strychnos spinosa (Massala)

S. mix

Família Apocinaceae

É constituída por 132 géneros e cerca de 1000 espécies que se desenvolvem nas regiões quentes
e temperadas globo terrestre.

Estas espécies possuem as folhas simples e inteiras. As flores são regulares e monóicas. A sua
corola é gamopétala. Os estames são em número de 5 com os filetes curtos, e as anteras são
livres ou aderentes ao estigma. O ovário é supero e os frutos são secos.

Exemplo:

Raulvolfia caffea (Árvore da quinina)

Catharanthus roseus (Beijo da Mulata)

Família Rubiaceae

Agrupa 350 géneros e cerca de 4000 espécies ocorrendo em todo mundo. Possuem caule
geralmente tetragonal com as folhas usualmente verticiladas. As flores são regulares, monóicas
ou unisexuais com a corola gamopétala. O número dos estames oscila entre 3 à 5. O ovário é
ínfero; os frutos são indiscentes, secos ou carnudos.

Exemplo: Coffea arábica (Cafeira)


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Ordem Oleales

Família Oleaceae

Tem 21 géneros e cerca de 400 espécies que se encontram em todo o mundo. As espécies são
lenhosas e possuem folhas isentas de estipulas simples ou compostas.

As suas flores de pequenas dimensões são monóicas e comportam um perianto regular. Os seus
estames são em número de 2 (2 filetes e ou anteras dependentes da espécie) e os ovários são
superos com estilete. Os frutos são carnosos e possuem uma à 4 sementes.

Exemplo:

Olea europaea (Oliveira)

Fraximus angustifolia (Freixo)

Ordem Polemoniales ou Tubiflarae

Família Convolvulaceae

Integra 40 géneros e cerca de 950 espécies, germinando nas regiões tropicais ou temperadas do
globo. Estas espécies são herbáceas ou sublenhosas, e possuem folhas alternas e isentas de
estipulas. As suas flores são regulares e monóicas com a corola simpétala (campanulada ou
afunilada). Os seus estames são em número de 4 ou 5, e o ovário é supero. Os seus frutos são
capsulares, possuindo cada um, duas à quatro sementes.

Exemplo:

Ipomoea batata (Bata-doce)

Ipomoea sp (Nabo)

Ordem Schrophulariales

Família Solanaceae

Agrupam-se 80 géneros e cerca de 1600 espécies que germinam somente nas regiões tropicais e
temperadas do mundo. Possuem folhas insentas de estipulas, alternas, opostas ou radicais. As
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flores são monóicas e regulares. Os cálices são simsépalos e as corolas são simpétalas
(pentalobadas ou pentadentadas e caducas). Os seus estames 4 ou 5, estão inseridos num tubo da
corola, alterando com as respectivas divisões. Os seus ovários são súperos, possuindo os lóculos
numa quantidade compreendida entre 2 à 9 e um estilete.

Os seus frutos polispérmicos tanto podem ser secos como carnosos.

Exemplo:

Nicotiana tabacum (Tabaco)

Solanum tuberorsum (Batata-reno)

Solanum melongena (Beringela)

Licopersicon esculentum (Tomateiro)

Capsicum annuum (Pimenteiro)


Malagueta – Capsicum frutescens

Família Pedaliaceae

Tem frutos secos e discentes. As sementes são ácidas e contém óleos e saponinas.

Exemplo:

Sesamum indicum (Gergelim)

Sesamum allatum (Ekua)

Ordem Lamiales

Família Lamiaceae/Labiate

Exemplo:

Mentha pulegium (Poejo)

Ocinum basilicum (Manjericão)

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Rosmarinus officinales (Alecrim)

Família Verbenaceae

Exemplo: Lantana camara (Cambará)

Ordem Asterales

Família Asteraceae/ Compositae

Exemplo:

Helianthus annus (Girassol)

Lactuca sativa (Alface)

Família Miliaceae

Exemplo: Trichilia emética (Mafureira)

Família Lauraceae

Exemplo: Persia americana (Pêra-abacate)

Família Amarantaceae

Exemplo: Amaranthus hibridus (Nhewé)

Ordem Liliales

Família Liliaceae

Exemplo:

Allium cepa (Cebola)

Allium sativum (Alho)

Aloe arborescens / vera (Aloé)

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Aspargus setaceus (Espargo)

Família Agavaceae

Exemplo:

Agave sisalama (Sisal)

Sanseveria trifasciata (Língua -de-sogra)

Família Dioscoreaceae

Exemplo: Dioscorea batata (Inhame)

Ordem Orchidales

Família Orchidaceae

Exemplo: Paphiopedilum venustium (Orquídea)

Ordem Bromeliales

Família Bromeliaceae

Exemplo: Ananas sativus (Abacaxí)

Família Musaceae

Exemplo: Musa acuminata/paradisiaca (Bananeira)

Ordem Cyperales

Família Cyperaceae

Exemplo:

Cyperus longus (Junça)

Cyperus papyrus (Papiro)

Ordem Poales/Graminales

Família Poaceae

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Exemplo:

Sorghum sp (Mapira)

Penmsetum spicatum (Meixoeira)

Oryza sativa (Arroz)

Triticum aestivum (Trigo)

Secale cereale (Centeio)

Avena sativa (Aveia)

Hordeum vulgare (Cevada)

Saccharum officinarum (Cana-de-açucar)

Pombus vulgaris (Bambú)

Zea mays (Milho)

Família Palmaceae/ Arecaceae

Exemplo:

Chamaerops humilis (Palmeira-anã)

Cocos nocifera (Coqueiro)

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Leituras adcionais

As fanerógamas
(Do gr. phanerós, ‘aparente’, ‘visível’; gamos, ‘casamento’)
Fanerógamas é um termo usado para se referir aos vegetais superiores que se caracterizam pela
presença de flores, como órgãos de reprodução nitidamente visíveis, destacando-se de outras
traqueófitas, como as pteridófitas. As Fanerógamas também são conhecidas como
espermatófitas, pois são plantas que produzem sementes. A maioria das plantas bem sucedidas
tem na semente seu modo primário de reprodução e dispersão. Poderíamos dizer até que estamos
vivendo a "Idade das Sementes" e essa é o maior avanço evolutivo dos vegetais. Qual a razão de
tamanho sucesso?
1) Os esporos vegetais são compostos por uma única célula, enquanto as sementes
contém uma estrutura multicelular.
2) As sementes contém um suprimento alimentar. Após a germinação, o embrião dentro da
semente é nutrido pelo alimento nela estocado, até que ele seja auto-suficiente.
3) As sementes são protegidas por uma "capa" (tegumento) bastante resistente.
Podemos dividir as fanerógamas em dois grandes grupos:
As Gimnospermas, representadas pelos pinheiros, e Angiospermas, constituídas
pelas plantas que produzem frutos.
Todas as fanerógamas possuem tecidos vasculares, xilema para condução de água
e sais minerais e floema para condução de alimento. Há a alternância de gerações, mas a geração
gametofítica é significativamente reduzida em tamanho e é inteiramente dependente da geração
esporofítica. O megasporângio retêm o megagametófito em todas as espermatófitas. O
megasporângio é envolvido por 1 ou 2 camadas adicionais de tecido, os tegumentos. Estas

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envolvem completamente o megasporângio exceto por uma abertura no ápice, a micrópila. A
estrutura inteira, incluindo megasporângio com megagametófito e tegumentos é conhecida como
óvulo.
4.2.1 Divisão Gymnospermae (gimnospermas)
Gymnospermae significa literalmente “semente nua”, ou seja, seus óvulos e
sementes encontram-se expostos na superfície dos esporófilos ou de estruturas análogas. Incluem
alguns dos vegetais mais interessantes do Reino Vegetal:
• Os maiores vegetais em termos de volume: Sequóias gigantes
• Os maiores em altura: Carvalho-vermelho
• Possuem os indíviduos de maior longevidade: pinheiro da Califórnia (Pinus aristata),
com mais de 4000 anos.
As gimnospermas apresentam uma série de vantagens evolutivas, quando as comparamos com as
pteridófitas.
a) Não há necessidade de água para transportar o gameta masculino. Ao invés disso, o
gametófito masculino parcialmente desenvolvido (chamado grão de pólen), transportasse para
as proximidades do gametófito feminino através de um processo chamado polinização, que
geralmente ocorre pelo vento nas gimnospermas.
b) Após a polinização o gametófito masculino produz uma estrutura tubulosa: o tubo
polínico, através do qual os gametas masculinos são conduzidos até o arquegônio, onde um deles
se fundirá com a oosfera. Nas Gimnospermas atuais ambos os gâmetas são imóveis. Nas
cicadáceas e gimkgo ocorrem anterozóides ainda. As gimnospermas compõem-se de 4 classes
(segundo Joly, 1991), com os seguintes representantes atuais:

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