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O trabalho analisa a hidrogeografia de Moçambique, destacando suas grandes bacias hidrográficas e o uso múltiplo desses recursos hídricos. O documento aborda a importância das bacias para abastecimento de água, agricultura, energia, e conservação ambiental, além de discutir os desafios enfrentados devido a fatores climáticos e humanos. A pesquisa foi realizada através de revisão bibliográfica e visa contribuir para o manejo sustentável das bacias hidrográficas do país.

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O trabalho analisa a hidrogeografia de Moçambique, destacando suas grandes bacias hidrográficas e o uso múltiplo desses recursos hídricos. O documento aborda a importância das bacias para abastecimento de água, agricultura, energia, e conservação ambiental, além de discutir os desafios enfrentados devido a fatores climáticos e humanos. A pesquisa foi realizada através de revisão bibliográfica e visa contribuir para o manejo sustentável das bacias hidrográficas do país.

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Dinásia Nhampossa

Ema Almeida

Ilódia da Mild

Isaura Cumbi

Mateus Macuácua

Hidrografia de Moçambique: As grandes bacias hidrográficas e Uso múltiplos das bacias

Licenciatura em Geografia

Universidade Save

Maxixe

2025
Dinásia Nhampossa

Ema Almeida

Ilódia da Mild

Isaura Cumbi

Mateus Macuácua

Hidrografia de Moçambique: As grandes bacias hidrográficas e Uso múltiplos das bacias

Trabalho a ser apresentado em Departamento de

Ciências Naturais e Exactas para efeitos de


Avaliação.

Cadeira: Geografia Física de Moçambique

Docente: Msc. Olívia Lurdes Elija

Universidade Save
Maxixe
2025
Índice
1.Introdução......................................................................................................................................4

1.1. Objetivos................................................................................................................................4

1.1.1 Geral:...................................................................................................................................4

1.1.2.Específicos...........................................................................................................................4

1.2.Metodologias..........................................................................................................................4

1.3.Localização Geográfica e cósmica de Moçambique...............................................................5

1.4.Conceitos de Hidrogeografia..................................................................................................5

1.5.Hidrogeografia de Moçambique.............................................................................................5

1.5.1. As Grandes Bacias Hidrógraficas.......................................................................................6

1.5.2.Bacia de Rovuma.................................................................................................................7

1.5.3.Bacia de Messalo.................................................................................................................7

1.5.4.Bacia de Montepuez.............................................................................................................7

1.5.5.Bacia do Zambeze................................................................................................................8

1.5.6.Bacia de Govuro..................................................................................................................8

1.5.7.Bacia de Inharrime...............................................................................................................8

1.5.8.Bacia de Mutamba...............................................................................................................8

1.5.9.Bacia de Inhanombe.............................................................................................................8

1.5.10.Bacia do Save.....................................................................................................................8

1.5.11.Bacia do Limpopo..............................................................................................................9

1.5.12.Bacia do Incomáti..............................................................................................................9

1.5.13.Bacia do rio Maputo........................................................................................................10

1.6 Uso Múltiplo das Bacias Hidrográficas de Moçambique.....................................................11

1.6.1.Principais Usos Múltiplos das Bacias Hidrográficas:...........................................................12

Abastecimento de Água Potável.............................................................................................12


Irrigação e Agricultura............................................................................................................12

1.6.2. Principais regiões agrícolas beneficiada:..........................................................................12

Produção de Energia Hidrelétrica...........................................................................................12

1.6.3. Projetos hidrelétricos........................................................................................................12

Pesca e Aquicultura.................................................................................................................13

Transporte e Navegação..........................................................................................................13

Turismo e Recreação...............................................................................................................13

Conservação Ambiental e Biodiversidade..............................................................................13

1.7. Conclusão................................................................................................................................14

1.8.Referências Bibliográficas........................................................................................................15
1.Introdução
O presente trabalho da cadeira de Geografia Fisíca de Moçambique, tem como tema
Hidrogeografia de Moçambique. Segundo Christofoletti (1980), a hidrogeografia é a ciência que
estuda os aspectos espaciais e dinâmicos das águas superficiais e subterrâneas, considerando sua
relação com os elementos do meio físico e as atividades humanas.

Localizado na região Austral da África, Moçambique apresenta uma vasta diversidade de


recursos hídricos, abrangendo desde grandes bacias fluviais até aquíferos subterrâneos de grande
importância para abastecimento humano, agricultura e indústria. A hidrografia do país, no
entanto, enfrenta desafios significativos, como a variação na distribuição das chuvas, a
sazonalidade dos fluxos fluviais, a escassez de água em algumas regiões e a crescente pressão
sobre esses recursos devido ao crescimento populacional, urbanização e mudanças climáticas.

Este trabalho tem como objetivo analisar os principais aspectos ligados a hidrogeografia de
Moçambique, abordando a dimensão das bacias hidrográficas.

1.1. Objetivos
1.1.1 Geral:
 Analisar a Hidrografia de Moçambique.

1.1.2.Específicos:
 Identificar as grandes bacias hidrográficas de Moçambique;
 Descrever as grandes bacias hidrográficas de Moçambique;
 Estudar práticas de manejo sustentável nas bacias hidrográficas de Moçambique.

1.2.Metodologias
Para a operacionalização desta pesquisa, foi feita uma revisão bibliográfica, onde baseou-se na
escolha e recolha de dados por meio de leitura de fontes, fez-se análises das fontes e
levantamentos dos dados essenciais retiradas nas obras científicas, e consultas de alguns artigos
na internet, cuja finalidade foi de fortalecer mais conhecimentos académicos, e por fim as
bibliografias das fontes estão citadas na última página do trabalho.
1.3.Localização Geográfica e cósmica de Moçambique
Segundo Muchangos (1999) & Barca (1992), Moçambique localiza-se entre os paralelos 10º 27'
Sul e 26º 52' de latitude Sul e entre os meridianos 30º 12' Este e 40º 51' Este.

1.4.Conceitos de Hidrogeografia:
Segundo Christofoletti (1980), a hidrogeografia é a ciência que estuda os aspectos espaciais e
dinâmicos das águas superficiais e subterrâneas, considerando sua relação com os elementos do
meio físico e as atividades humanas.

Guerra e Cunha (1999) referem que, hidrogeografia investiga a distribuição, circulação e


processos relacionados às massas de água no planeta, com destaque para a interação entre o ciclo
hidrológico e as transformações espaciais

A hidrogeografia analisa a distribuição das águas continentais e oceânicas, suas interações com
os fatores naturais e as atividades antrópicas, sendo um campo interdisciplinar da geografia física.
(Bertrand, 1972)

Tricart (1977) refere que, hidrogeografia é essencial para compreender a influência da água na
modelagem do relevo e na ocupação territorial, integrando-se à geomorfologia e à climatologia.

A hidrogeografia não pode ser compreendida de forma isolada, mas sim como um campo
multidisciplinar que interage com a geomorfologia, a climatologia e outras ciências sociais. A
integração desses enfoques é essencial para o desenvolvimento de estudos aplicados que possam
subsidiar políticas públicas voltadas para a gestão dos recursos hídricos. Dessa forma, o avanço
da pesquisa em hidrogeografia depende cada vez mais da articulação entre teoria e prática, bem
como da incorporação de novos métodos e tecnologias para monitoramento e análise dos sistemas
hídricos.

1.5.Hidrogeografia de Moçambique
Segundo Muchangos (1999), a hidrogeografia é a ciência que estuda a hidrosfera ou seja as águas
continentais (rios, lagos, lagoas, e pântanos), águas subterrâneas e águas marrítimas. De norte
para sul as principais bacias hidrográficas que drenam o país são as seguintes: Rovuma, Messalo,
Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, Govuro,
Inharrime, Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo.
Os grandes cursos de águas moçambicanos são de abastecimento predominantemente pluvial, de
regime periódico, ainda que grande parte dos seus efluentes sejam de regime ocasional.

Devido a configuração do relevo a maior parte dos rios corre de Oeste para Este, atravessando
sucessivamente montanhas, planaltos e planícies, antes de desaguarem no oceano Indico.

Muchangos (1999) refere que, os principais rios de Moçambique têm as suas nascentes nos países
vizinhos, excepto os de norte de Moçambique em que a maioria tem a sua bacia hidrográfica
totalmente em Moçambique.

As oscilações do caudal dos rios ao longo do ano são condicionadas por factores climáticos,
registando os máximos na época das chuvas e os mínimos na estação seca. Nas terras altas os rios
possuem grande capacidade erosiva e constituem cascatas, limitando por isso a navegabilidade.
Nas planícies, formam meandros e depositam as suas aluviões ou formam lagoas e pântanos.

Para além do relevo, a natureza dos solos também influencia o caudal, a estrutura e o padrão da
rede hidrográfica.

Quanto as bacias hidrográficas, dado que as condicões orográficas, atmosféricas, climáticas e


pedológicas exercemgrandeinfluência sobre o regime e caudal, distinguem-se três regiões no que
respeita ao comportamento dos rios: região norte, entre as bacias dos rios Zambeze e Save, região
a sul do rio Save. (Muchangos, 1999)

Na parte Norte do país, devido a melhor distribuição e frequência das chuvas e á maior dispersão
das rochas magmáticas e metamórficas, as bacias hidrográficas apresentam predominantimente
um padrão detrítico.

Segundo Muchangos (1999), Regime dos Rios é a variação do nível de caudal dum rio durante
um certo período, pode ser semana, mês ou mesmo ano. Em Moçambique os rios tem anualmente
um periodo de estiagem, onde os caudais dos rios reduz-se e até alguns secam e um periodo que
apresentam maiores caudais, isto é, na epoca chuvosa.

O regime de um rio ou variação do se caudal depende de vários fatores que são:

 O tipo de clima;
 O tipo de solo (sua permeabilidade);
 O relevo (inclinação do seu leito);
 A existência de vegetação;
 A extensão da bacia.

Rios de regime constante ou permanente – são rios que apresentam o mesmo caudal ao longo
do ano por exemplo: os rios zambeze e rovuma

Rios de regime periódico – são rios das zonas tropicais que na época chuvosa apresentam cheias
e na época seca apresentam estiagem por exemplo: os rios Limpopo, Save, etc.

Rios de regime irregular – são rios das zonas desérticas que durante a época seca o leito fica
complentamente seco.

1.5.1. As Grandes Bacias Hidrógraficas


Moçambique abriga mais de 100 bacias hidrográficas, sendo que 13 delas são consideradas
transfronteiriças, compartilhadas com países vizinhos como África do Sul, Zimbábue, Zâmbia,
Tanzânia, Malawi e Eswatini.

Segundo Lopes (2008), a base de todas as bacias é constituída por rochas cristalinas e
metamórficas do Précâmbrio.

As principais bacias incluem: Bacia de Rovuma; Bacia de Messalo; Bacia de Montepuez; Bacia
de Zambeze; Bacia de Govuro; Bacia de Inharrime; Bacia de Mutamba; Bacia de Inhanombe;
Bacia do Save; Bacia do Limpopo; Bacia do Incomatí e Bacia do rio Maputo.

1.5.2.Bacia de Rovuma
A bacia do Rovuma cobre uma superfície total de cerca de 155 000 km2. A bacia é partilhada por
três países, nomeadamente, Tanzânia e Moçambique e Malawi. Com cerca de 65,39% (99,530
km2), Moçambique detém a maior proporção da superfície da bacia, seguida de Tanzânia com
34,30% e por último Malawi com 0,31%.

Com um caudal médio de 356 m3/s bacia do Rovuma é considerada a segunda maior de
Moçambique depois da bacia do Zambeze, que tem um caudal acima de (3558 m3/s). A bacia do
Rovuma é também uma zona importante de captação de água de valor crucial para a conservação
da Biodiversidade.
Em Moçambique a bacia está está administrativa localizada na região norte do Pais cobrindo
parcialmente a Província de Cabo Delgado e Província de Niassa.

1.5.3.Bacia de Messalo
A bacia do rio Messalo ocupa grande parte da Província de Cabo Delgado e uma parte da
Província de Niassa.

A bacia de Messalo tem uma área total de 24.436,6 km2. O rio nasce no distrito de Maua,
passando de seguida pelo distrito de Marrupa, ambos na Província de Niassa, e depois passa para
Província de Cabo Delgado, onde o curso principal faz a divisão geográfica dos distritos de
Balama e Montepuez.

1.5.4.Bacia de Montepuez
A bacia hidrografica do rio Montepuez faz fronteira com a bacia hidrográfica do rio Messalo a
Norte, e pequenas bacias costeiras costeiras a nordeste (Muagamula, Sicoro-Lingula, Messingue
e Necumbi), Lúrio, Megaruma, Muaguide e as bacias costeiras (Tar a-Quilite, Mepia e Ridi) a
sul.

Os distritos que ocupam a maior parte do território da bacia são Meluco, com mais de 60%,
seguido de Quissanga, com aproximadamente de 40%. A percentagem do território pertencente
aos distritos de Balama e Montepuez.

1.5.5.Bacia do Zambeze
O rio Zambeze é, pelas suas características hidrológicas o maior e o mais importante rio que
atravessa o território. Com cerca de 2.600 km de comprimento, é o 26º rio mais comprido do
Mundo e o 4º em África. Ele nasce na Zâmbia a cerca de 1. 700 m de altitude.
A bacia hidrográfica é cerca de 1.330.000 km2, dos quais só 3.000 km2 em território
moçambicano. Na sua totalidade, o Zambeze é, hidrologicamente, um rio de regime periódico
complexo, devido as variações que o seu caudal apresenta ao longo do percurso. Ao atingir o
território moçambicano, no zumbo, a cerca de 450 m de altitude, o rio Zambeze recebe na sua
margem esquerda o rio Aruângua. A partir daí até Cabora Bassa no Songo, onde as massas de
água caem de uma altura de 200 m, ele constitui uma grandiosa albufeira onde, numerosas ilhas
são habitadas por pescadores. A barragem de Cabora Bassa, que é a maior do país resulta do
represamento das suas águas no Songo. O comprimento máximo da albufeira é de cerca de 250
km e a sua largura média de 25 km. A superfície aquática atinge cerca de 3.000 km2 e o volume
das suas águas é estimado em cerca de 63.000.000 m3 de volume de águas.

1.5.6.Bacia de Govuro
Com uma área de 11500km2, é o rio mais importante da região Norte da Província de
Inhambane. Nsce em Mapinhane distrito de Vilanculos e desenvolve-se de Sul para Norte ao
longo de mais de 150km, percorrendo os distritos de Vilanculos e Inhassoro, desagua no Oceano
Indico na Região de Macovane.

1.5.7.Bacia de Inharrime
Possui uma área de 11850km2 e um comprimento de 150km abrangendo total ou parcialmente os
distritos de Panda, Zavala, Inharrime. Nasce na província de de Gaza e desagua na lagoa Poelela
em Inharrime.

1.5.8.Bacia de Mutamba
É um rio com uma área de 748km2 e um comprimento de 65km. Nasce perto da lagoa Nhagela
no distrito de Inharrime, desenvolvendo- se de Oeste a Este e desagua na Baía de Inhambane.

1.5.9.Bacia de Inhanombe
É um rio com uma área de 443km2 e um comprimento de 22.5km. Nasce em Manhenge no
distrito de Massinga e desagua no Oceano Índicoem Pomene no mesmo distrito.

1.5.10.Bacia do Save
O Save é uma bacia internacional partilhada por Zimbabwe e Moçambique, com área total de
drenagem de 83845km2 e 2257km2, 79% e 21% da área total de cerca de 106420km2.

Tem um comprimento de 735km dos quais 330 no território moçambicano e 405km no território
Zimbabwiano. A rede de drenagem é bem distribuída. No Zimbabwe, junto a fronteira, confluem
duas linhas de água principais, os rios Runde e Save, constituindo naquele país duas bacias
hidrográficas independentes.

Nasce na República do Zimbabwue e corre para Este entrando em Moçambique pela localidade
de Mavue distrito de Massangena. No seu percurso, limita as províncias de Manica e Sofala na
região Centro, na zzona Sul limita as províncias de Gaza e Inhambane e desagua no Oceano
Índico em Nova Mambone distrito de Govuro.

1.5.11.Bacia do Limpopo
O rio Limpopo com cerca de 1461km de comprimento possui uma bacia com uma área de
412.000km2 de extensão é partilhada por quatro países da SADC, nomeadamente África do Sul,
Botswana, Zimbabwe e Moçambique.

Ela localiza – se entre os paralelos 22 e 26 Sul e entre os meridianos 26 35 Este. Em território


nacional está enquadrada entre os paralelos 21 25 Sul e os meridianos 31 e 35, e confina a norte
com a bacia do rio Save, a Sul com o Rio Incomáti e a Este com a do Rio Govuro.

O rio Limpopo e seus afluentes são cosiderados como sendo perenes os rios Incomáti e Elefantes,
e intermitentes os rios Changane e Nuanetze.

As altitudes médias por sub-bacia são de 75m para Changane, 700mpara o Limpopo e 900m para
a sun-bacia do rio dos Elefantes. A bacia do Limpopo em Moçambique, faz parte da bacia
sedimentar da parte Sul do País, é limitada no extremo Oeste por riólitos e basaltos (Superior do
Karro) da cadeia dos Libombos.

1.5.12.Bacia do Incomáti
A bacia do Incomáti possui uma área de 46.200km2, dos quis somente 32% situa-se em território
Moçambicano. Na Swazilândia a área é de 6% e na República da África do Sul é de 62%. Os
principais afluentes são Komati, Crocodilo e Sábie. O Komati entra em Moçambique a jusante da
afluência dos rios Komati e Crocodilo em Resano Garcia, passando a chamar-se Incomáti. O
comprimento do rio em Moçambique é de 280km.

Segundo Muchangos (1999), o clima da bacia de Moçambique, varia de tropical húmido de


savana, na Costa, a seco de estepe, nas regiões mais oeste e centrais. A temperatura média anual
varia de 22,4ᵒC a 23,9ᵒC.

A precipitação média anual varia de 1073 mm em Calanga na costa, a 509 em Mapulanguene,


perto da fronteira com a África do Sul. A precipitação média anual,ma área moçambicana da
bacia, é de cerca de 650mm. Os solos da parte de jusante da bacia são principalmente aptos para
produção de arroz, principalmente perto da foz e, noutras zonas como os terraços mais elevados
de origem marinha.

Existem algumas colinas arenosas, boas para o cultivo de vegetais e bananas. Na parte central, as
deposições fluviais fluviais são boas para trigo, milho, cana-de-açucar e vegetais. A outra infra-
estrutura hidráulica que tem um papel importante a desempenhar é o açude de Chauali, uma
barragem de terra cujo abjectivo é aumentar a capacidade natural de armazenamento do lago
Chauli até 200mm3. Localiza-se no rio Massimacopes, no distrito da Manhiça.

1.5.13.Bacia do rio Maputo


É uma bacia internacional e possui uma área total de 29030 km2, dos quais 27460 km2, na
África do Sul em Moçambique com 1570km2. O rio nasce na África do Sul e as suas elevações
encontram-se no extremo sudoeste da bacia atingindo os 2000m, com a altitude média cerca de
815m. O regime do rio é permanente com um escoamento médio anual cerca de 28500m3.
Desagua na baía do Maputo.
Fonte: Manual de Hidrologia, de Carmo Vaz.

1.6 Uso Múltiplo das Bacias Hidrográficas de Moçambique

Segundo INSTITUTO NACIONAL DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICO (2021), ao referir-


se ao conceito uso múltiplo da água:

O conceito de uso múltiplo da água refere-se à utilização dos recursos hídricos para
diversas finalidades, como abastecimento humano, irrigação, hidroeletricidade, pesca,
navegação, turismo e conservação ambiental. Devido à sua localização estratégica e à
abundância de recursos hídricos, Moçambique depende fortemente das suas bacias
hidrográficas para sustentar diversos setores da economia e garantir a segurança hídrica
da população
1.6.1.Principais Usos Múltiplos das Bacias Hidrográficas:

 Abastecimento de Água Potável

Segundo UEM (2019), as bacias hidrográficas fornecem água para consumo humano em áreas
urbanas e rurais. Rios como o Incomati, Limpopo e Zambeze são fundamentais para o
abastecimento de cidades como Maputo, Beira e Tete. No entanto, desafios como a poluição e a
sobre-exploração dos recursos hídricos ameaçam a qualidade e a disponibilidade da água.

 Irrigação e Agricultura

A agricultura em Moçambique depende significativamente dos recursos hídricos, sendo que cerca
de 95% das explorações agrícolas no país são de base familiar e dependem das águas das bacias
hidrográficas para irrigação.

1.6.2. Principais regiões agrícolas beneficiada:

 Baixo Limpopo – Produção de arroz, cana-de-açúcar e hortícolas.


 Vale do Zambeze – Cultivo de milho, algodão e tabaco.
 Bacia do Incomati – Agricultura comercial e de exportação, como banana e açúcar.

A crescente demanda por água para a agricultura exige uma gestão eficiente dos recursos para
evitar conflitos entre usuários.

 Produção de Energia Hidrelétrica

Moçambique possui um dos maiores potenciais hidrelétricos da África Austral, com destaque
para a bacia do Zambeze, onde está localizada a Barragem de Cahora Bassa, responsável por
grande parte da geração de energia do país (MOPHRH, 2020)

1.6.3. Projetos hidrelétricos:

 Mphanda Nkuwa (Zambeze) – Planejado para aumentar a capacidade energética.


 Barragem de Chicamba (Revue, afluente do Zambeze) – Fornece energia para a região
centro.
 Pequenas centrais hidroelétricas – Operam em rios menores para abastecimento local.

A produção de energia contribui para a exportação de eletricidade, especialmente para a África


do Sul e o Zimbábue.

 Pesca e Aquicultura

As bacias hidrográficas sustentam ecossistemas aquáticos ricos em biodiversidade, essenciais


para a pesca artesanal e comercial. O Lago Niassa, os estuários dos rios Save e Zambeze e a
costa moçambicana são importantes para a pesca de subsistência e a economia local. O
crescimento da aquicultura também tem sido incentivado para reduzir a pressão sobre os recursos
naturais.

 Transporte e Navegação

Os rios de Moçambique são historicamente utilizados para transporte e comércio. O Zambeze é


navegável em alguns trechos, facilitando o escoamento de produtos agrícolas e minerais. No
entanto, desafios como o assoreamento e a variabilidade do nível da água afetam a
navegabilidade.

 Turismo e Recreação

A hidrografia moçambicana é um atrativo turístico significativo. Destinos como o Delta do


Zambeze, o Lago Niassa e a Ilha de Moçambique atraem visitantes para atividades como pesca
desportiva, passeios de barco e ecoturismo.

 Conservação Ambiental e Biodiversidade

As bacias hidrográficas desempenham um papel essencial na conservação da biodiversidade,


fornecendo habitats para diversas espécies. Áreas como o Parque Nacional da Gorongosa, que
abriga a Lagoa Urema, dependem da gestão sustentável da água para manter seus ecossistemas.
1.7. Conclusão
A Hidrografia de Moçambique desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e na
sustentabilidade do país. Com o extenso sistema de rios e bacias hidrográficas, Moçambique
possui recursos hídricos essências para a agricultura, pesca, transporte, energia e abastecimento
de água para a população.
As grandes bacias hidrográficas de Moçambique, desempenham um papel crucial na economia do
país. Essas bacias são responsáveis por fornecer água para agricultura, gerar energia hidrelétrica,
proporcionar meios de transporte e contribuir para a biodiversidade e a vida selvagem.
O uso múltiplo das bacias hidrográficas em Moçambique é essencial para garantir a gestão
sustentável desses recursos. Portanto, as bacias nosso pais são de grande importância e
responsável por alimentar os rios que cortam todas as regiões, desde o norte até o sul, e são
essenciais para o desenvolvimento das comunidades locais.
1.8.Referências Bibliográficas
BARCA, A. (1992) Perfil Fisíco: Colecção Conhecer Moçambique 1. Editora Escolar.
BANCO MUNDIAL; ONU ÁGUA. Relatório sobre segurança hídrica e desenvolvimento
sustentável em Moçambique. Washington, D.C.: Banco Mundial, 2021. Disponível em:
https://www.worldbank.org. Acesso em: 20 mar. 2025.
BERTRAND, G. Paisagem e geografia física global: esboço metodológico. Revista Geográfica,
n. 76, p. 1-21, 1972.

CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo: Edgard Blücher, 1980.

DIREÇÃO NACIONAL DE ÁGUAS (DNA). Plano Nacional de Gestão de Bacias


Hidrográficas. Maputo: DNA, 2020.

GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geografia Física. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.

INSTITUTO NACIONAL DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS (INGRH). Relatórios


sobre a gestão da água em Moçambique. Maputo: INGRH, 2020. Disponível em:
https://www.ingrh.gov.mz. Acesso em: 20 mar. 2025.

Lopes, F.C., (2008). Regiões sismogénicas de Moçambique: contextos e desafios. In: As


Geociências no Desenvolvimento das Comunidades Lusófonas – Conferencia Internacional,
Coimbra, 13 e 14 de Out. 2008. Memorias e Noticias Universidade de Coimbra, 3 (Nova Série),
207-216.

MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, HABITAÇÃO E RECURSOS HÍDRICOS


(MOPHRH). Atlas da Hidrografia de Moçambique. Maputo: MOPHRH, 2018.

Muchangos, A. Dos. (1999). Moçambique, Paisagens e Regiões Naturais. Ed: do Autor.

TRICART, J. Ecodinâmica. Rio de Janeiro: IBGE, 1977.

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE (UEM). Estudos sobre bacias hidrográficas e


gestão sustentável da água em Moçambique. Maputo: UEM, 2019.

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