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Crise de 1929

A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma recessão econômica que resultou da superprodução e especulação financeira, levando à quebra da economia americana e impacto global. Nos Estados Unidos, o PIB caiu 50%, o desemprego disparou e a produção industrial reduziu drasticamente, enquanto o Brasil enfrentou uma crise no setor cafeeiro, resultando em mudanças políticas significativas. O New Deal, implementado por Franklin Delano Roosevelt, buscou reerguer a economia americana através da intervenção estatal e estabeleceu as bases para o Estado do bem-estar social.

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Crise de 1929

A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma recessão econômica que resultou da superprodução e especulação financeira, levando à quebra da economia americana e impacto global. Nos Estados Unidos, o PIB caiu 50%, o desemprego disparou e a produção industrial reduziu drasticamente, enquanto o Brasil enfrentou uma crise no setor cafeeiro, resultando em mudanças políticas significativas. O New Deal, implementado por Franklin Delano Roosevelt, buscou reerguer a economia americana através da intervenção estatal e estabeleceu as bases para o Estado do bem-estar social.

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A CRISE DE 1929

A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão
econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a
decadência do liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução
e especulação financeira.

Os Estados Unidos antes da crise econômica

Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do
mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já possuía índices
que comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de
potência econômica internacional dos Estados Unidos.

Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a guerra, a década de 1920 foi
um período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties
(traduzido para o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana
ficou marcado principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, consolidando o
American way of life, o estilo de vida americano.

O avanço da economia americana tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as
mercadorias feitas no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava
vultuosas somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a
Primeira Guerra). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis por comprar
40% das matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo."

Essa euforia econômica refletia-se na população a partir de um consumismo acelerado,


levando as pessoas a comprarem carros e artigos eletrodomésticos de maneira desenfreada.
Esse consumismo ancorava-se, em parte, na expansão do crédito que acontecia no país sem
nenhum tipo de regulação ou intervenção estatal. A expansão do crédito também cumpria
importante papel no financiamento de diferentes atividades econômicas. Os investimentos nas
ações das empresas na bolsa de valores de Nova Iorque tiveram saltos consideráveis. Esse
processo fazia com que os valores das ações aumentassem — pois havia muitos compradores
— e criava uma falsa sensação de prosperidade. A continuidade desse falso cenário de
prosperidade financeira e a superprodução resultaram na quebra da economia americana.

Na década de 1920, a indústria dos Estados Unidos expandiu-se e a produtividade do


trabalhador aumentou. Esse aumento na produção, no entanto, não foi acompanhado de
aumentos salariais, pois os salários permaneceram estagnados. Assim, o mercado não teve
condições de absorver a quantidade de mercadorias que eram produzidas (nem o mercado
americano nem outros países conseguiam absorver essas mercadorias). Isso abalou a
esperança de rápida prosperidade de muitos que tinham ações de empresas americanas.

Milhares de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que
ficou conhecido como Quinta-feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram
colocadas à venda, o que deixou o mercado em pânico. Essa situação se estendeu por dias e na
segunda, dia 28, mais 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente o valor
das ações despencou, e bilhões de dólares desapareceram. A economia americana quebrou.
Consequências da Crise de 1929

Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-se pelo
país como um efeito dominó. O período mais crítico foi de 1929 a 1933; logo após, os efeitos
da crise foram enfraquecendo-se, principalmente por causa da intervenção do Estado na
economia com o New Deal (Novo Acordo).

Abaixo alguns dados que evidenciam o impacto da crise na economia dos Estados Unidos:

PIB nominal dos Estados Unidos caiu aproximadamente 50%; O desemprego disparou e
alcançou 27% (era 4% antes da crise); Importações caíram 70%Exportações caíram 50%;
Diminuíram em 90% os empréstimos internacionais; Produção industrial caiu, no mínimo, 1/3;
Produção de automóveis foi reduzida em 50%; Salário médio na indústria caiu 50%; Falência de
milhares de empresas e bancos.

Milhares de pessoas perderam instantaneamente todo seu patrimônio, uma vez que ele estava
investido em valores da especulação que haviam desaparecido com a quebra da bolsa. Os
efeitos da crise espalharam-se pelo mundo, por isso, a economia de diversos países entrou em
recessão, e o desemprego disparou mundo afora.

A situação era tão crítica que o desemprego alcançou níveis altíssimos nos seguintes países:
Grã-Bretanha: 23%; Bélgica: 23%; Suécia: 24%; Áustria: 29%; Noruega: 31%; Dinamarca: 32%;
Alemanha: 44%

A maioria desses países teve dificuldade em reduzir esses índices mesmo após 1933. Vale dizer
também que esses dados nos dão uma pista do motivo pelo qual o fascismo e os ideais de
extrema-direita tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da Europa durante a década
de 1930. Ao todo, o comércio internacional foi reduzido em aproximadamente 1/3.

Consequências da Crise de 1929 no Brasil

O Brasil também sentiu os impactos da Crise de 1929. A área que sofreu mais com a recessão
econômica foi a de produção do café – o principal produto de exportação do país. O Brasil era
responsável por cerca de 70% do café comercializado no mundo, e o principal consumidor da
nossa mercadoria eram os Estados Unidos (compravam cerca de 80% do nosso café).

Com a recessão, o café estagnou-se no mercado brasileiro, e o preço do produto despencou. Os


cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos. No auge dessa crise, o país enfrentou
transformações políticas profundas com o acontecimento da Revolução de 1930. O novo
governo teve Getúlio Vargas como presidente provisório.

A mudança política em si que aconteceu nesse período já é levantada pelos historiadores como
uma consequência indireta da recessão sobre o nosso país. Além disso, as exportações do café
brasileiro reduziram-se por volta de 60%, e o preço do café no mercado internacional caiu
cerca de 90%. Com isso, o governo resolveu agir.

A medida de Vargas na economia foi a de proteger o principal produto do país. Para isso, foi
criado o Conselho Nacional do Café (CNC) em 1931. Para conter a queda no valor do café, o
governo decidiu realizar a compra das sacas que estavam paradas para aumentar o valor do
café no mercado internacional. As sacas que foram compradas pelo governo eram incendiadas.
Essa prática estendeu-se durante treze anos, resultando na destruição de 78,2 milhões de sacas
de café.
New Deal e o Estado do bem-estar social

Ao sentir os impactos desse processo de artificialização da economia, exigiu-se dos Estados


Unidos a criação de um modelo alternativo de desenvolvimento econômico. Eleito presidente
em 1932, Franklin Delano Roosevelt tinha como maior desafio reerguer a maior economia da
época. Inspirados pelos princípios do economista John Maynard Keynes, um grupo de
economistas do governo propôs o chamado New Deal.

Esse plano econômico abriu portas para que o Estado tivesse participação direta na economia
nacional. Entre outras ações, o New Deal estabelecia o controle na emissão de valores
monetários, o investimento em setores básicos da indústria e a criação de políticas de
emprego. Dessa maneira, o governo de Roosevelt buscou uma recuperação econômica segura
e gradual.

Além de controlar o progresso econômico, o New Deal também implantou uma série de ações
que conciliavam as questões econômicas e sociais. Ao disseminar esse tipo de ação, criaram-se
as bases do chamado welfare state (Estado do bem-estar social). Mesmo alcançando bons
resultados, o New Deal perdeu espaço, no final da década de 1970, quando as perspectivas
renovadas do liberalismo começaram a ganhar fôlego."

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