UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Instituto de Educação à Distância
Tema: Liberdade da Pessoa
O vínculo da liberdade com a verdade e a lei natural
Nome de Estudante: NOÉMIA MANUEL SEBASTIÃO
Código: 708233830
Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa
Disciplina: Ética Social
Ano de frequência: 3º Ano
Tutor: Carminho Frango Angelo Carero
Nampula, Abril, 2025
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Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
Exploração dos
2.0
dados
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................ 1
1.1. Objectivos...................................................................................................................... 1
1.1.1. Objectivo geral ............................................................................................................... 1
1.1.2. Objectivos específicos .................................................................................................... 1
1.3. Metodologia do trabalho ................................................................................................ 1
2. O vínculo da liberdade com a verdade e a lei natural ............................................................ 2
2.1. Conceito, importância, limites da liberdade e diferença entre liberdade e libertinagem ... 2
2.2. Relação entre liberdade e a verdade e a lei natural .......................................................... 5
2.3. A dignidade da pessoa humana ...................................................................................... 6
3. Conclusão ............................................................................................................................ 9
4. Referências Bibliográficas .................................................................................................. 10
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1.Introdução
O conceito de liberdade possui inúmeros sentidos e a sua utilização assume várias acepções no
decorrer da História, de acordo com a visão filosófica, jurídica e até mesmo política do
momento. Ou ainda, a liberdade é pensada em campos científicos específicos e populares,
como dentro da Filosofia Política, da Moral, do Direito, da Sociologia, da Económica, entre
outras. Dentro desses campos, torna-se difícil encontrar qualquer tipo de reflexão que
desenvolva a ideia da liberdade como um ato de vida, dotado de sentido e de significado e que
está directamente ligado, dentro da história das sociedades humanas, à educação Dentre os
vários conceitos, estão: vontade livre, livre-arbítrio, autodomínio e outros.
O presente trabalho discorre a respeito da liberdade da Pessoa, o vínculo da liberdade com a
verdade e a lei natural tendo como objectivos seguintes:
1.1.Objectivos
1.1.1.Objectivo geral
Compreender o conceito de liberdade e o seu vínculo com a lei natural.
1.1.2.Objectivos específicos
Conceituar liberdade e estabelecer sua relação com a lei natural;
Descrever a importância e limites da liberdade;
Estabelecer a diferença entre liberdade e libertinagem;
Falar sobre a dignidade da pessoa humana e o conceito da dignidade da pessoa
humana.
1.3.Metodologia do trabalho
Quanto aos procedimentos, para a elaboração deste trabalho recorreu-se a Pesquisa
Bibliográfica. Pois segundo Gil (2007), o referido método consiste no desenvolvimento do
estudo a partir de material já publicado, como livros, artigos, periódicos, Internet, entre outros.
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2. O vínculo da liberdade com a verdade e a lei natural
2.1. Conceito, importância, limites da liberdade e diferença entre liberdade e libertinagem
No sentido gramatical da palavra liberdade, Ferreira (2006, p. 515), descreve:
Liberdade (do latim. libertate) Faculdade de cada um se decidir ou agir segundo
a própria determinação: sua liberdade, ninguém a tolhia. Poder de agir, no seio
de uma sociedade organizada, segundo a própria determinação, dentro dos
limites impostos por normas definidas: liberdade civil; liberdade de imprensa;
liberdade de ensino. Faculdade de praticar tudo quanto não é proibido por lei.
Supressão ou ausência de toda a opressão considerada anormal, ilegítima,
imoral: Liberdade não é libertinagem; Liberdade de pensamento é um direito
fundamental do homem. Estado ou condição de homem livre: dar liberdade a um
prisioneiro, a um escravo. Independência, autonomia. Facilidade, desembaraço:
liberdade de movimentos. Permissão, licença: Tem liberdade de deixar o país.
Confiança, familiaridade, intimidade (às vezes abusiva).
Buscando, porém, um conceito jurídico, encontramos no Vocabulário Jurídico de Plácido e
Silva, a seguinte definição:
Do latim libertas, de líber (livre), indicando genericamente a condição de livre
ou estado de livre, significa, no conceito jurídico, a faculdade ou o poder
outorgado à pessoa para que possa agir segundo sua própria determinação,
respeitadas, no entanto, as regras legais instituídas. A liberdade, pois, exprime a
faculdade de se fazer ou não fazer o que se quer, de pensar como se entende, de
ir e vir a qualquer actividade, tudo conforme a livre manifestação da pessoa,
quando não haja regra proibitiva para a prática do ato ou não se institua
princípio restritivo ao exercício da actividade. As regras garantidoras da
liberdade promanam, em regra, do Direito Constitucional, que também impõe os
casos de sua restrição. O direito de circular livremente (andar), de associar-se,
de exercer qualquer profissão, de professar qualquer religião, de pensar
livremente, constitui postulado da liberdade. Liberdade. No Direito
Constitucional, as liberdades públicas, ou simplesmente liberdades, expressam
os direitos liberais que são aqueles direitos fundamentais (também chamados de
direitos humanos ou direitos individuais) a garantir o indivíduo da imiscuição na
sua personalidade pelo Estado ou pelos demais integrantes da sociedade; através
das liberdades, pretende-se reservar à pessoa uma área de actuação imune à
intervenção do poder (Plácido e Silva, 2005, p. 843).
Portanto, falar sobre liberdade é falar sobre formas e condições de agir. O indivíduo que se diz
livre, coloca-se como alguém que pode agir de qualquer maneira, sob qualquer padrão e de
acordo com perspectivas que ele mesmo julga serem adequadas, ou não, ao momento. Ou seja,
ele age segundo a sua vontade.
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Entretanto, Novoa e Amante (2015), afirmam que faz-se necessário pensar, porém, que a
liberdade do ser humano é limitada por possuir condicionamentos de natureza biológica,
psicológica ou, ainda, sociológica. Contudo, em grande parte das vezes, esses condicionantes
não retiram a liberdade que o indivíduo possui de agir diante da situação externa em que se
encontra.
De acordo com Boeira (2020), a liberdade é um ato da virtude e não apenas uma condição ou
capacidade para agir de qualquer maneira sob qualquer padrão. Ser virtuoso vai além de ter um
hábito bom: é um hábito bom segundo a razão, um hábito que educa o interior do indivíduo
para que ele possa viver de acordo com o fim que escolheu para a sua conduta de vida.
Por ora sabe-se que liberdade é a fruição do ser livre, até onde o direito possa assegurar. Ela
não termina nos limites do direito, mas convive com ele e se multiplica. A liberdade é ter o
direito de ser livre dos outros.
Já o Direito é o que se pode ser sem afectar o direito dos outros em sociedade. Assim, “as
liberdades” e “os direitos”, convivem paralelamente, pois a liberdade é um instrumento do
direito, podendo ser apenas uma garantia de exercê-los, portanto é justamente na jurisdição das
liberdades públicas que cada pessoa busca realizar o seu direito (Vidal, 1990).
Segundo Novoa e Amante (2015), dividem o conceito de liberdade em duas espécies:
“Liberdade Positiva” e “Liberdade Negativa”.A primeira diz respeito ao desejo da pessoa de ser
seu próprio “amo” e “senhor”, ou melhor, liberdade positiva é “possibilidade de agir”, ou seja,
é a capacidade de realizar algo de fato. A segunda se constitui em liberdade quando não há
interferência de outrem nas actividades de uma pessoa.
Vidal (1990), corrobora com o pensamento dos autores acima, ensinando que:
A liberdade externa é aquela que é discutida pela filosofia política e pela
filosofia do direito, pois diz respeito à capacidade pessoal de agir sem ser
arbitrariamente obstaculizado ou impedido por terceiros. Ou seja, liberdade
externa ou das acções é essencialmente liberdade como não interferência, a
liberdade de fazer o que se quer e deseja sem ser impedido por terceiros, por
exemplo, a liberdade de ir (e de vir) ao shopping para comprar coisas supérfluas,
ultrapassando o limite do cartão de crédito. Já a liberdade interna ou liberdade
da vontade, tratada pela ética e moral, seria a capacidade de ser livre com
relação aos próprios desejos, por exemplo, a capacidade de conseguir refrear os
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desejos e impulsos consumistas, evitando assim que o indivíduo se endivide
desnecessariamente ou gaste o dinheiro necessário para dar uma vida digna para
sua família.
Deste modo, pode se realçar que a liberdade plena e total é exercício apenas da razão humana,
não existindo no mundo concreto. O exercício de uma liberdade total é impossível, visto que
seria obstáculo para o exercício da liberdade total do outro. O direito é limite de liberdades
acordadas por um núcleo social. Ele não regula, mas sim limita. Nesse sentido, o direito à
liberdade é citado nas mais diversas formas, sempre considerando o indivíduo como parte de
um grupo, no qual influi e do qual recebe influência, ou seja, torna-se necessário à vida em
sociedade a definição de regras claras, escritas ou não, para um convívio harmonioso entre as
pessoas.
Com base no que foi apresentado até aqui, importa frisar que o significado da liberdade não é o
mesmo da libertinagem e mesmo que esses conceitos sejam relacionados, não possuem os
mesmos sentidos. Muitas pessoas confundem a liberdade com libertinagem, pois a
consideração de ambos está directamente conectada ao processo de tomada decisão dos
indivíduos. No entanto, revelam atitudes distintas, pois uma é completamente oposta a outra,
conforme explicam (Lins e Miranda, 2020):
A conceituação da liberdade consiste “no direito de se movimentar livremente,
de se comportar segundo a sua própria vontade, partindo do princípio que esse
comportamento não influencia negativamente outra pessoa. Segundo a filosofia,
a liberdade é a independência e autonomia do ser humano. A liberdade só é
considerada como verdadeira e plena quando esta, respeita os limites e os
direitos do seu próximo. Neste sentido, até mesmo liberdade precisa submeter-se
a alguns preceitos, regras e limites. Em contra partida, a libertinagem “é fruto de
um uso errado da liberdade, porque demonstra irresponsabilidade, que pode
prejudicar não só a própria pessoa, mas outras pessoas também.” Aqui não
existe respeito ao próximo ou qualquer relevância aos preceitos e limites. A
libertinagem parte do princípio de que “eu faço o que eu quero; ninguém pode
me impedir; ninguém tem nada com isso.” Em muitos casos a libertinagem é
traduzida como a ausência de regras. Quem age desta maneira, não tem empatia
pelo próximo e só pensa em si próprio. Um libertino é egocêntrico,
desobediente, rebelde e está escravizado por seus pensamentos e desejos.
Assim, pode se enfatizar que a liberdade é saber fazer uso das próprias acções, por meio da
razão, sempre visando o bem comum. Pois, a liberdade da pessoa ética permeia suas decisões,
contribuindo para a harmonia na sociedade. Quando uma pessoa age sem medir as
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consequências de seus actos e não reflecte sobre como as decisões podem influenciar o meio
que vive, não está agindo com liberdade. Assim, há uma falsa ideia de liberdade, que se
confunde com libertinagem.
A liberdade é essencial para o desenvolvimento pessoal e social, pois possibilita a autonomia, a
criatividade e a expressão individual. Ela está directamente ligada aos direitos humanos e à
democracia, garantindo que cada pessoa possa viver de acordo com suas convicções e valores
Nos tempos actuais, a liberdade continua sendo um valor essencial, mas enfrenta desafios e
transformações significativas.
2.2.Relação entre liberdade e a verdade e a lei natural
Vidal (1990), define a verdade nos seguintes termos:
Verdadeira é a proposição cujo predicado está contido no sujeito ou, de maneira
mais geral, cujo consequente está contido no antecedente, e por isso é necessário
que exista uma certa conexão entre as noções dos termos ou que haja na coisa
mesma um fundamento a partir do qual se possa dar a razão da proposição ou se
possa estabelecer uma demonstração a priori. E se exige que em toda
proposição verdadeira afirmativa universal ou singular, necessária ou
contingente, a noção do predicado esteja compreendida na noção do sujeito,
expressa ou virtualmente, expressamente na proposição idêntica, virtualmente
em qualquer outra.
Portanto, o que define a verdade é a inclusão do predicado ou consequente no sujeito ou
antecedente; inclusão que pode ser expressa e explícita, no caso das verdades idênticas, ou
virtuais, nas verdades não idênticas; inclusão que pode ser demonstrada facilmente por meio da
análise lógica em uma proposição necessária (seja pela análise exclusiva do sujeito, seja pela
análise e comparação dos dois termos, o sujeito e o predicado), ou que exigiria uma análise
infinita no caso das verdades contingentes que envolvem a liberdade divina e a conexão de
cada elemento do universo criado com todos os demais do conjunto (Lins e Miranda, 2020).
Mas o que dá alma à liberdade é a capacidade humana de reflectir sobre o objecto de
deliberação. Essa capacidade transforma um ato contingente e espontâneo em um ato moral e
diferencia as criaturas inteligentes de todas as demais. Vê-se assim que, a liberdade e verdade
formam um par inseparável, pois só é verdadeiramente livre, aquele que age de acordo com o
conhecimento da verdade.
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Ainda de acordo com Lins e Miranda (2020), a lei de natureza é uma regra geral resultante da
racionalidade humana, e aponta os meios de o homem se auto-preservar.
De acordo com os autores, uma Lei de Natureza é um preceito ou regra geral, estabelecido pela
razão, mediante o qual se proíbe a um homem fazer tudo o que possa para destruir a sua própria
vida ou privá-lo dos meios necessários para a preservar, ou omitir aquilo que pense melhor
contribuir para a preservar (Lins e Miranda, 2020).
Ainda no contexto de lei de natureza, Novoa e Amante (2015), explicam que:
O homem deve trabalhar a terra e armazenar seu fruto, dedicar-se à pesca, ao
pastoreio, ao artesanato e outras actividades, a fim de criar provisões para sua
manutenção. Esses bens constituídos por meio do trabalho, em tempo de paz,
são propriedades de quem os constitui, porquanto em um estado de guerra
generalizada torna-se difícil a constituição e conservação da propriedade. Daí a
necessidade de Leis Civis efectivas, alicerçadas em um contrato, que regulem as
relações entre os contraentes, estabelecendo seus direitos e deveres, limitando
suas vontades, inclusive a de possuir a propriedade de outrem sem seu
consentimento ou furtar-lhe a vida.
Portanto, enquanto o direito natural é a liberdade de fazer ou deixar de fazer alguma coisa, a lei
natural, por sua vez, é a que sugere ao indivíduo, de acordo com a razão, a agir ou a omitir-se,
com vistas à preservação de sua natureza. Ou seja, lei de natureza é uma regra sugerida pela
razão a fim de conduzir o homem à sua auto-conservação, como regra de suas acções. Portanto,
a lei tem o carácter obrigacional enquanto o direito tem o carácter facultativo.
Fica evidente que a lei de natureza é um conjunto de teoremas não escritos concernentes ao que
encaminha o homem a lançar mão dos mecanismos que possibilitam preservar sua vida,
acompanhados de uma lista de virtudes morais tradicionais que conduzem à paz. Ou seja, A lei
de natureza é um preceito estabelecido pela razão, e define o que é bom ou mau para a
conservação dos homens. A razão delineia as virtudes necessárias para alcançar a paz como
objectivo político.
2.3. A dignidade da pessoa humana
Para Boeira (2020), a dignidade da pessoa humana:
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É um princípio ético e jurídico que reconhece o valor intrínseco de cada ser humano. Ela
engloba diversas dimensões, como o respeito à integridade física e moral, a liberdade de
expressão, a igualdade de oportunidades, o acesso a direitos básicos, entre outros. Em suma,
trata-se de assegurar que cada indivíduo seja tratado com dignidade e tenha a possibilidade de
desenvolver plenamente suas potencialidades.
Vidal (1990), entende que:
A dignidade da pessoa humana é uma qualidade intrínseca, inseparável de todo e
qualquer ser humano, é característica que o define como tal. Concepção de que
em razão, tão-somente, de sua condição humana e independentemente de
qualquer outra particularidade, o ser humano é titular de direitos que devem ser
respeitados pelo Estado e por seus semelhantes. É, pois, um predicado tido como
inerente a todos os seres humanos1 e configura-se como um valor próprio que o
identifica.
Lins e Miranda (2020), esclarecem o que significa o princípio da dignidade da pessoa humana
ensinando que:
"o termo 'dignidade' vem do latim dignitas, que designa tudo aquilo que merece
respeito, consideração, mérito ou estima. A dignidade da pessoa humana é,
acima de tudo, uma categoria moral; significa a qualidade ou valor particular
que atribuímos aos seres humanos em função da posição que ocupam na escala
dos seres. A dignidade é atributo do que é insubstituível e incompatível, daquilo
que, por possuir um valor absoluto, não tem preço”.
Por esse princípio fundamental, o homem deve ser considerado não como meio para a obtenção
de alguma coisa, mas como um fim em si mesmo – um valor absoluto, e não relativo. É
intrínseco, próprio do ser humano. Não tem preço e não pode ser substituído por algo
equivalente. E, por ser o homem racional, não obedece a nenhuma lei que não seja instituída,
criada por ele mesmo.
A dignidade é um valor da pessoa humana e deve ter por princípio garantir uma existência
humana adequada, virtuosa, honrada em termos materiais e espirituais, digna. O homem é
digno de ser homem porque possui a essência, que é a humanidade. Tem direito à vida, à
igualdade, à liberdade, à saúde, à assistência, à previdência, a ser tratado com respeito, a ser
tratado não como um meio, mas como um fim em si mesmo, por ser considerado um ser
superior a todos os outros seres, por possuir consciência e razão (Vidal, 1990).
Assim, cada ser humano é, em virtude de sua dignidade (humanidade), merecedor de igual
respeito e consideração no que diz respeito a sua condição de pessoa humana, e que tal
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dignidade não poderá ser violada ou sacrificada nem mesmo para preservar a dignidade de
terceiros. A dignidade da pessoa humana é um princípio que vai além do aspecto legal. É uma
questão moral, que diz respeito à valorização da vida e do ser humano em sua plenitude. É um
princípio que deve nortear as acções de todos os indivíduos e instituições, sejam elas públicas
ou privadas.
Desse modo, assente-se que dignidade é qualidade inerente à essência do ser do homem e
constitui bem jurídico, inalienável, intangível, irrenunciável. Ela só é possível com liberdade,
porque o homem livre é digno, tem sua humanidade reconhecida, sua condição de ser pessoa
humana dotada de atributos espirituais (valores) e materiais (riqueza material) (Boeira, 2020).
A dignidade só é possível com liberdade, porque somente o homem livre é digno, pois terá
reconhecido a sua humanidade, a sua condição como ser humano. Mas, para que possa haver
uma humanização total e abrangente, todos os homens, todos os povos e todas as organizações
sociais humanas devem reconhecer a primazia da dignidade humana de seus membros pelos
atributos espirituais (os seus valores), e não pelos atributos materiais externos, como riqueza
material.
Contudo, ela busca garantir que cada indivíduo seja tratado com respeito e valorização,
independentemente de suas características pessoais. Reconhecer e promover a dignidade
humana é essencial para a promoção dos direitos fundamentais e para o desenvolvimento pleno
de cada ser humano.
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3.Conclusão
Ao final dessa exposição, é possível delinear as principais ideias aqui analisadas nas proporções
que se seguem:
A liberdade é um ato da virtude e não apenas uma condição ou capacidade para agir de
qualquer maneira sob qualquer padrão. Ser virtuoso vai além de ter um hábito bom: é
um hábito bom segundo a razão, um hábito que educa o interior do indivíduo para que
ele possa viver de acordo com o fim que escolheu para a sua conduta de vida;
O direito natural é a liberdade de fazer ou deixar de fazer alguma coisa, a lei natural, por
sua vez, é a que sugere ao indivíduo, de acordo com a razão, a agir ou a omitir-se, com
vistas à preservação de sua natureza. Ou seja, lei de natureza é uma regra sugerida pela
razão a fim de conduzir o homem à sua auto-conservação, como regra de suas acções.
Portanto, a lei tem o carácter obrigacional enquanto o direito tem o carácter facultativo;
A dignidade é qualidade inerente à essência do ser do homem e constitui bem jurídico,
inalienável, intangível, irrenunciável. Ela só é possível com liberdade, porque o
homem livre é digno, tem sua humanidade reconhecida, sua condição de ser pessoa
humana dotada de atributos espirituais (valores) e materiais (riqueza material).
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4. Referências Bibliográficas
Boeira, M. (2020). Como a Liberdade foi tratada pelas Grandes Escolas Pedagógicas do
Ocidente. Curso virtual ministrado através da plataforma de cursos Brasil Paralelo.
Ferreira, A. B de H (1986). Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 2.ed, Rio de
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Gil, A. C. (2007).Métodos e Técnicas de Pesquisa Social.6º Edição São Paulo Editora
ATLAS.SA.
Lins, M. J. S. da C; Miranda, B. R. C (2020). Ética e Liberdade: Lidando Com os Conflitos
Existentes no Ambiente Escolar, Rev. Nufen: Phenom. Interd. Belém, Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ).
Novoa, A. y Amante, L. (2015). Em busca da Liberdade. A pedagogia universitária do nosso
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Silva, De Placido e: (2005). Vocabulário Jurídico/atualizadores: Nagib Slaibi Filho e Gláucia
Carvalho. Rio de Janeiro: Ed. Forense.
Vidal, M. (1990). Moral Fundamental. Moral de Atitudes I. Madrid: PS Editorial.
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