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Hidróxido de Cálcio

O trabalho aborda a importância da medicação intracanal no tratamento endodôntico, destacando seu papel na eliminação de infecções e na promoção da saúde dental. A pesquisa analisa diferentes associações de medicamentos, como o hidróxido de cálcio com paramonoclorofenol canforado e clorehexidina, além de discutir suas propriedades antimicrobianas e remineralizadoras. O documento também fornece orientações sobre a aplicação do hidróxido de cálcio no canal radicular, enfatizando sua eficácia na proteção contra reinfecções.
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Hidróxido de Cálcio

O trabalho aborda a importância da medicação intracanal no tratamento endodôntico, destacando seu papel na eliminação de infecções e na promoção da saúde dental. A pesquisa analisa diferentes associações de medicamentos, como o hidróxido de cálcio com paramonoclorofenol canforado e clorehexidina, além de discutir suas propriedades antimicrobianas e remineralizadoras. O documento também fornece orientações sobre a aplicação do hidróxido de cálcio no canal radicular, enfatizando sua eficácia na proteção contra reinfecções.
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INTRODUÇÃO:

O presente trabalho busca obter pleno conhecimento sobre a medicação


intracanal, alvo de estudo de muitos livros didáticos, artigos científicos e
revisões de literatura.
O tratamento endodôntico, como um todo, busca tratar a infecção proveniente
da necrose da polpa dentária, que pode chegar aos tecidos periapicais, por
meio do preparo químico- mecânico. Por meio de limas, esse preparo busca
remover toda dentina cariada e permitir a termoplastificação da guta-percha
para obturar o canal.
Para obter uma ação bactericida e bacteriostática, o tratamento lança mão da
solução irrigadora, como a clorehexidina ou hipoclorito sódio, e principalmente,
o uso da medicação intracanal, a qual por contato físico ou ação volatizadora,
age eliminando as bactérias patogênicas.
Dessa forma, a medicação intracanal é fundamental para o sucesso do
tratamento de canal, provendo toda ação farmacológica e protetora ao
organismo, buscando eliminar toda infecção e evitando sua evolução para
abcessos, angina de Ludwig, mediastinite entre outras infecções
bucodentárias.
Portanto, vale-se este estudo para desenvolvermos conhecimento acerca da
medicação intracanal, valendo-se de quais tipos de medicação, nomes
comerciais, formas de ação farmacológicas, sua especificidade bacteriana,
efeitos colaterais e modos de uso.
PASTA HPG : ASSOCIAÇÃO DO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO COM
PARAMONOCLOREOFENOL CANFORADO
Desde 1966, usava-se o Paramonoclorofenol canforado como veículo para o
uso do hidróxido de cálcio. Essa associação é declarada como eficaz em vários
estudos, sendo que o hidróxido de cálcio é melhor que o PMCC em eficácia
contra bactérias anaeróbicas estritas em contato direto. Em geral, usando-o
como veículo, permite que haja maior raio de ação, melhorando a eficácia.
O uso das substâncias juntas é necessário, pois o composto canforado é
citotóxico em sua forma pura, entretato, misturado, possui ótima ação. Dentro
do canal, estão na forma de sal que libera, paulatinamente, hidroxila e íons
cálcio. A pasta HPG apresenta maior espectro de atividade antimicrobiana,
maior raio de atuação, efeito antimicrobiano mais rápido e é menos afetada por
soro e tecido necrosado, quando comparada às pastas de hidróxido de cálcio
em veículos inertes. A medicação HPG se mostrou superior ao uso de outras
medicações intracanais, sendo apenas ineficaz contra a espécie
Propionibacterium acnes.

ASSOCIAÇÃO DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO COM


CLOREHEXIDINA
Existe uma controvérsia na literatura acadêmica quanto ao uso de
clorehexidina como veículo para a pasta de hidróxido de cálcio. Alguns autores
notaram o aumento da eficácia na medicação intracanal, todavia outros não
mensuraram diferenças ou até regressão quando comparadas ao veículo
inerte.

AÇÃO SOBRE LPS


Os lipopolissacarídeos são exoproteínas presentes nas paredes celulares das
bactérias Gram negativas. Também chamados de Endotoxinas, são
responsáveis por inflamação e dano tecidual, além de ativação de muitas
células de defesa, juntamente com seus compostos químicos. Como forma de
defesa, o hidróxido de cálcio mostrou ser eficaz contra os LPS, sendo
responsável pela sua hidrólise na ligação éster, liberando ácidos graxos
hidroxilados. Dessa forma, a inflamação pelo LPS não pode ser iniciada,
permitindo maior segurança, clinicamente, ao preparo químico- mecânico.
Além disso, o ácido lipoteico (LTA) é também um fator de virulência, assim
como o LPS, sendo que a pasta de hidróxido de cálcio apresentou bons
resultados na sua neutralização. Outro composto que permitiu esse processo
foi a clorehexidina.

ATIVIDADE REMINERALIZANTE:
Em casos de lesões periapicais, durante o processo de inflamação, fatores
teciduais são liberados, buscando ativar os osteoclastos, a fim de estimular a
desmineralização do osso periapical como forma de defesa. Dessa forma,
permite que as bactérias não cheguem ao osso e assim, a corrente sanguínea,
evitando, portanto, uma infecção.
Dessa forma, é um desafio para a endodontia, ao descontaminar o canal pelo
preparo químico-mecânico, promover a remineralização do osso periapical,
permitindo implantação óssea. Assim, o uso da base química é fundamental
para estimular essa neoformação óssea ao encontrar células conjuntivas com
memória.
Somado ao caso acima, essa propriedade é visada pelos procedimentos :
capeamento pulpar direto; curetagem pulpar; pulpotomia; apicificação;
tratamento de perfurações e de reabsorções radiculares.
Uma possível explicação é a necrose subsequente da ação do íon hidroxila,
estimulando assim a neoformação de células ostogênicas. Além dela, o
eugenol também pode realizar esse efeito, porém com maior dano tecidual.

Propriedades do Hidróxido de Cálcio:


A primeira propriedade a ser detalhada é sua capacidade de dissolução de
matéria orgânica. O hidróxido de cálcio é uma base alcalina da família 2A da
tabela periódica, sendo extremamente capaz de elevar o ph a altos números.
Ele possui grande índice de desnaturação proteica, eliminando restos de polpa,
alimentos que possam ter continuado após a parte mecânica da endodontia.
Entretanto, em áreas com inúmeras irregularidades, em áreas de istmos, a
pasta não possuiu grande eficácia, uma vez que não possui grande
solubilidade.
Também uma característica fundamental do medicamento é sua possibilidade
de evitar a reabsorção radicular externa, caracterizada pela inflamação liberar
mediadores químicos ácidos que ativam células clásticas. Dessa forma, ao
elevar o ph do meio, a pasta inibe a ação de desmineralização, mantendo o
osso intacto. Tal teoria não tem grande documentação científica, sendo um
conhecimento mais empírico. De qualquer forma, em muitos casos com
hidróxido de cálcio, há a remineralização de lesões após o tratamento.
Evidentemente, por não ser um material volátil, o medicamento impede
microrganismos de reeinfectarem a polpa no período entre as sessões, já que
como é um liquido físico, promove o preenchimento do canal. Mesmo selados,
bactérias conseguem passar nas microfissuras do cimento de ionômero de
vidro, obturador provisório e algodão (selamento mais comum). Assim o
hidróxido de cálcio e também a pasta HPG podem proteger o canal por meio da
barreira física que constituem com o canal do dente. Ademais, líquidos
provenientes dos tecidos periapicais, são incapazes de percolar para dentro do
canal por meio da barreira física, impedindo nutrição bacteriana.

Como colocar hidróxido de cálcio dentro do canal?


A começar pela instrumentação, a consistência da pasta deve ser formando
fio, utilizando a recomendação do fabricante para poder haver correta
medicação. A pasta, após espatulação, pode ser levada por espirais de lentulo
ou limas tipo k imediatamente menores que a lima memória.
Com as limas tipo K, utilizamos a pasta impregnada as espirais da lima e
levamo-la ao canal, batendo-a contra a parede e girando, no sentido anti-
horário, 3 vezes. Retira-se lentamente a lima. O canal deve estar inundado por
pasta.
Entretanto, a forma mais adequada são as espirais de lêntulo, sendo superior
às limas mcSpadden, Limas tipo K, seringa de inserção, permitindo sua entrada
em canais secundários com maior facilidade. É usada em baixa rotação, com 2
a e 3 mm áquem do ápice do canal, sendo ativada no sentido direito, em baixa
velocidade por 10 segundos.

LOPES, Hélio P. Endodontia - Biologia e Técnica. [Digite o Local da


Editora]: Grupo GEN, 2020. E-book. ISBN 9788595157422. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595157422/. Acesso em:
16 abr. 2024.
TORABINEJAD, Mahmoud; FOUAD, Ashraf F.; SHABAHANG, Shahrokh.
Endodontia: Princípios e Prática. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN,
2022. E-book. ISBN 9788595158979. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595158979/. Acesso em:
17 abr. 2024.
PRADO, Maíra do; ROCHA, Nedi S. Endodontia - Princípios para Prática
Clínica. [Digite o Local da Editora]: MedBook Editora, 2017. E-book. ISBN
9786557830437. Disponível em:
https://app.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830437/. Acesso em:
17 abr. 2024.

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