UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL
TOPOGRAFIA 2023.2
LUIS CARLOS SILVA DE SOUSA - 202140604028;
NATHACIA KELLY DA SILVA SAMPAIO - 202140604027;
WIVIANE CRISTINA SILVA REIS - 202140604029.
SISTEMA DE REFERÊNCIAS GEODÉSICAS E
TOPOGRÁFICAS
MARABÁ
2023
LUIS CARLOS SILVA DE SOUSA - 202140604028;
NATHACIA KELLY DA SILVA SAMPAIO - 202140604027;
WIVIANE CRISTINA SILVA REIS - 202140604029.
SISTEMA DE REFERÊNCIAS GEODÉSICAS E
TOPOGRÁFICAS
Trabalho apresentado ao curso
de graduação de Engenharia
Civil da Universidade do Sul e
Sudeste do Pará, para a
obtenção de conceito na
disciplina curricular obrigatória:
Topografia, ministrada pelo
docente Flávio de Moraes e
Silva.
1. INTRODUÇÃO
O uso de sistemas de Referência Geodésica (SGR) tornou-se essencial para
tarefas de detalhamento relacionadas ao geoprocessamento e georreferenciamento.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) implantou o primeiro Sistema
de Referência Brasileiro (SRB) em 1944. Desde então, tem sido amplamente
utilizado por usuários que necessitam de informações de posicionamento para
diversos trabalhos de geoprocessamento, que têm como seus objetivos apoio à
cartografia, delimitação de unidades político-administrativas, obras de engenharia,
ordenamento territorial, posicionamento de plataformas de prospecção de nafta,
delimitação de regiões para pesquisas geofísicas, etc. (RUBIRA et al., 2016).
A geodésia foi criada devido ao medo e curiosidade em predizer eventos
naturais e entendê-los. Durante séculos, o estudo da geometria terrestre foi baseado
em observações do sol, lua, estrelas, planetas, ou seja, primeiras descobertas
geológicas foram baseadas em observações astronômicas. No período grego, a
primeira história da medição foi registrada. Nas rotinas de geodésia, a elipse
revolucionária é sistematicamente utilizada como modelo para figurar a terra.
Inicialmente, apenas observações astronômicas foram colocadas para estudar a
geometria terrestre. Essas observações e descobertas subsequentes proveem uma
melhor compreensão dos eventos que moldam culturas e civilizações. Esses
fenômenos naturais geralmente estão relacionados à forma, tamanho, campo
gravitacional e variação da terra ao longo do tempo (GAGG, 2023).
Com a formação atual da Geodésia pode-se observar a terra (o movimento da
crosta terrestre, causado ou não por terremotos), a atmosfera (a composição de
partículas e gases) e a hidrosfera (a distribuição da água tanto no estado líquido,
sólido ou gasoso), tornando-se uma ciência que mede e analisa os fenômenos
físicos da terra. Assim, a Geodésia contribui significativamente para o estudo dos
processos geodinâmicos e das mudanças climáticas globais, a começar pela
inclusão de um componente temporal em suas pesquisas (MONICO, 2018).
Muitas vezes a Geodésia é confundida com a topografia porque o mesmo
equipamento e quase os mesmos métodos são usados para mapear o terreno.
Enquanto o objetivo da topografia é mapear uma pequena parte da superfície (até
um raio de 30 km), o objetivo da geodésia é mapear uma grande parte dessa
mesma superfície, considerando as modificações devido à sua esfericidade.
Pode-se dizer que a topografia é menos complexa sendo um assunto que está
dentro da geodésia, que é uma ciência mais abrangente (BONATO BRANDALIZE,
2018).
Conforme a norma ABNT – NBR 13133 “O Levantamento Topográfico é um
conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais
e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental
adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de
apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográficas. A estes pontos se
relacionam os pontos de detalhes visando à sua exata representação planimétrica
numa escala predeterminada e à sua representação altimétrica por intermédio de
curvas de nível, com equidistância também predeterminada e/ou pontos cotados”
(ABNT, 1994).
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Sistema de referência topográfica
2.1.1 Topografia
O termo Topografia se origina das palavras gregas Topos Graphen, que ao traduzir
estes dois termos entende-se por descrição de um lugar
Para Véras Júnior (2003) a Topografia é a área que descreve e representa uma
superfície plana em partes da superfície terrestre, desconsiderando a curvatura da
Terra. Desse modo, a Topografia está ligada ao estudo e representação de uma
parte limitada do planeta terra desconsiderando sua curvatura ou até onde o erro da
elasticidade será desprezível. Esta ciência está ligada a vários trabalhos das
engenharias, arquitetura e também agronomia, dentro da engenharia civil costuma
ser utilizada para o estudo e levantamento topográfico do terreno onde será
implantado a futura obra, sendo essencial o seu uso para o conhecimento do
ambiente a ser trabalhado como também para fins econômicos, técnicos e estéticos
da obra.
Costuma-se confundir a Topografía com a Geodesia Geométrica supra citada
anteriormente, por estas duas ciências muitas vezes utilizarem dos mesmos
métodos de análise da superfície terrestre e até a utilização dos mesmos
equipamentos, porém a Topografia faz parte de um ramo da Geodésia e tem um
potencial limitado de estudo terrestre tendo por finalidade levantamentos realizados
em áreas de raio com até 30 km, enquanto que a outra ciência tem amplo potencial
de levantamento levando em consideração até mesmo toda a terra. A topografia é
dividida em dois segmentos, a Topologia e a Topometria, Veras Junior (2003) define
a topologia como o segmento que rege as formas exteriores da superfície da Terra.
Já a Topometria tem por finalidade a medição de elementos característicos de uma
determinada região e se divide em Planimetria, Altimetria e Planialtimetria (Figura 1)
que serão discutidas no decorrer do trabalho.
Figura 1 - Segmentos da topografia
Fonte: Autores, 2023.
2.1.2 Levantamento Topográfico
De acordo com a NBR 13133 (ABNT, 1994), o levantamento topográfico se trata
de um conjunto de métodos que utiliza instrumentos adequados com exatidão
determinada para medições de ângulos horizontais e verticais como também utiliza
distâncias horizontais, verticais e inclinadas, implantado pontos de apoio no terreno,
com o objetivo de determinar suas coordenadas topográficas e utilizando esses
dados realiza-se às representações planimétrica diante de uma escala e a
representação altimétrica conforme a curvas de nível. Dessa forma, após a coleta de
dados em campo, é realizado o levantamento topográfico e posteriormente os
trabalhos de escritório como também a planta topográfica.
O levantamento topográfico planimétrico trata-se do levantamento de dados dos
limites e confrontações de uma propriedade levando em consideração somente
dimensões e coordenadas planimétricas, sem levar em consideração o relevo do
terreno tendo em vista apenas distâncias e ângulos horizontais, localização
geográfica e orientação. “Quando este levantamento se destinar à identificação
dominial do imóvel, são necessários outros elementos complementares, tais como:
perícia técnico-judicial, memorial descritivo, etc.” NBR 13133 (ABNT, 1994).
Levantamento Topográfico altimétrico tem por objetivo a determinação de alturas
em relação a uma superfície de referência determinada, este estudo leva em
consideração a dimensão e coordenada altimétrica.
O levantamento topográfico Planialtimétrico visa o estudo do terreno com base nas
dimensões, coordenadas planimétricas e altimétricas. Analisando o relevo com base
nos ângulos e distâncias horizontais e verticais transferindo esses dados para
plantas topográficas.
A exemplo destes três tipos de levantamentos temos a Figura 2 demonstrada a
seguir:
Figura 2 - Levantamento planialtimétrico
Fonte:Coelho, J; Rolim, F; Andrade, J. 2014. p.13
Pode-se perceber uma pirâmide onde foi feito seu levantamento altimétrico e seus
níveis foram colocados em planta indicando suas cotas de alturas. Sendo A: A
pirâmide situada em um determinado espaço e determinado o seu ponto de
referência. Figura B: sendo representada planimétrica. Figura C: altimétrica. Figura
D: planialtimétricamente.
De uma forma geral o Levantamento Topográfico busca recolher todos os dados
presentes no local para posteriormente representar através de projetos, documentos
ou gráfico uma cópia fielmente do terreno e a partir disso levar a finalidade desejada,
seja ela a construção de uma obra ou outros fins. Para Coelho, J; Rolim, F; Andrade,
J.(2014) o levantamento topográfico consiste da seguinte maneira:
A Topografia baseia-se em Geometria aplicada, onde imagina se figuras
geométricas regulares ou irregulares geoespacializadas. Quando um
levantamento topográfico é realizado, coletam-se todos os dados e
características do terreno em forma de figuras geométricas com suas
dimensões, perímetros e posições (orientações) e localizações geográficas.
(Coelho, J; Rolim, F; Andrade, J. 2014. p.13)
2.1.3 Equipamentos de topografia
“Os equipamentos de Topografia são indispensáveis para os levantamentos e
locações. Dividem-se em instrumentos (equipamentos usados nas medições) e
acessórios (equipamentos que auxiliam na medição)” (Coelho, J; Rolim, F; Andrade,
J. 2014. p.16).
Acessórios:
- Piquetes, estacas e estacas testemunhas.
Os piquetes precisam ficar de 2 a 3 cm expostos e servem para tornar visível os
pontos topográficos, estes podem ser feitos de maneira artesanal com madeiras ou
mais trabalhados como os de plástico, estes piquetes são marcados em sua
superfície para facilitar a visualização dos mesmos.
Já as estacas testemunhas possuem um tamanho amostral maior de 40 a 50 cm de
altura apresentando um corte na sua parte superior tendo como uma de suas
funções auxiliar na visualização dos piquetes onde há muita vegetação no terreno
em análise, seu material também pode ser em madeira de boa qualidade para que
possam ser cravadas no solo. (Figura 3)
Figura 3 - Estaca testemunha e piquete
Fonte: GIOVANINI, 2021.
A estaca também possui de 40 a 50 cm de altura com seu material em madeira e
auxilia no estaqueamento do levantamento topográfico que após feito e realizado o
projeto, escreve-se na estaca os números de cortes e aterros a serem feitos naquele
local.
- Balizas.
Acessório utilizado para auxiliar na visualização dos pontos topográficos,
anteriormente determinados pelos piquetes, elas ajudam a manter o alinhamento, na
medição entre os pontos e podem ser construídas de madeira ou ferro com uma
altura de 2m (Figura 4).
Figura 4 - Baliza
Fonte: GIOVANINI, 2021.
- Tripés.
Costumam ser de madeira ou alumínio e são usados de apoio para os teodolitos,
níveis de luneta, antenas GNSS’s, ajudam na estabilidade dos equipamentos e
facilita o manuseio dos mesmos.
Instrumentos
- Teodolitos.
Os teodolitos medem os ângulos verticais e horizontais com os auxílios das balizas e
distâncias horizontais com o auxílio da taqueometria planimétrica. Estes
equipamentos podem ter finalidade topografica, geodésica ou astronômica, com
exatidão baixa, média ou alta.
Figura 5- Teodolito
Fonte: LAREVISTA, 2018.
- Estação total.
É utilizado para recolher os ângulos, distâncias e coordenadas do terreno, que após
recolhidos ajudam a representar graficamente a área do terreno. Esse equipamento
tem a tecnologia que recolhe e guarda os dados do local sendo possível acessá-los
depois através de softwares, ele pode ser considerado como a evolução do
teodolito. (Figura 6)
Figura 6 - Estação Total
Fonte: Engenharquitetura, 2016.
- GNSS
Sistema Global de Navegação por Satélite, nada mais é que um sistema de
satélites que permite a localização de um objeto em qualquer localidade da
superfície terrestre através de aparelhos que captam ondas de rádio emitidas por
seus respectivos satélites. Tem-se vários sistemas que fazem parte do GNSS como
GPS, GLONASS, GALILEO e COMPASS.
Além destes há também a existência de outros equipamentos que auxiliam no
levantamento topográfico e fazem com que se realize um trabalho com mais
precisão.
2.2 Sistemas de coordenadas e Geodésicas
O dicionário cartográfico define Geodésia como “ciência que trata da
determinação do tamanho e figura da Terra e da intensidade do seu campo
gravitacional. Em seu aspecto prático conduz às medições e cálculos necessários à
determinação das coordenadas astronômicas e geodésicas de pontos fixos, com a
finalidade de proporcionar o apoio para levantamentos de ordem inferior tendente à
construção da carta precisa da superfície da Terra” (OLIVEIRA, 1987).
A Terra e seu ambiente circundante com os corpos celestes possuem um
comportamento dinâmico (mudanças, deformações, etc.). Os avanços da era
espacial permitiram e continuarão a possibilitar o estudo das placas litosféricas
(interplacas e placas internas), os movimentos das marés terrestres e oceânicas, os
movimentos do eixo de rotação da Terra, as mudanças na velocidade de rotação,
isto é, planetas e planetas artificiais satélites, efeitos de carga crustal (soerguimento
pós-glacial), monitorização de estruturas técnicas, etc. A determinação e
quantificação destes fenómenos requer a criação de referências adequadas. Após
muitos estudos, concluiu-se que duas referências seriam suficientes para quantificar
todos os fenômenos de interesse em geodésia, geofísica, engenharia e
geodinâmica: referência terrestre e referência celeste (BLITZKOW et al, 2011).
Essa ciência pode ser dividida em três operações diferentes: geodésia
geométrica, geodésia física e geodésia celeste. Neste caso, são consideradas
observações angulares e lineares, além de observações astronômicas e elipsóides
usando a geométrica. A geodésia física lida com informações detalhadas sobre o
campo gravitacional. As medições por satélites artificiais são referentes à geodésia
celeste (GAGG, 2023). Por tanto a Geodésia Geométrica mede os ângulos e as
distâncias na superfície terrestre, pode realizar operações geométricas associadas a
determinações astronômicas; a Geodésia Celeste através de satélites artificiais faz o
posicionamento espaciais e a Geodésia física faz o levantamento e detalhamento do
campo de gravidade utilizando medidas gravimétricas (ZANNETTI, 2007).
Devido à complexidade da geometria da Terra e distribuição de massa a
superfícies podem ser divididas em três; superfície física da Terra; superfície do
geóide e superfície do elipsóide. Os dois modelos mais usados são o elipsóide e
geóide. Isso significa que se trata de determinar as coordenadas de pontos na
superfície da Terra e descrever o campo gravitacional (GAGG, 2023).
2.2.1 Elipsóides de referência
Datum geodésico é um "modelo matemático segundo o qual a superfície da
Terra é representada em uma carta (mapa), uma superfície planável". Afirma que o
ponto base tem dois conceitos: ponto de elevação e ponto base geodésico. O ponto
de altura é baseado em dados que podem ser usados para calcular alturas
ortométricas, locais, regionais ou globais em um determinado ponto P, o que também
permite o cálculo da altura geodésica de um ponto conectado a um marégrafo
próximo ao nível médio do mar. O ponto de base geodésico é baseado em um
determinado ponto P em cálculos de coordenadas geodésicas; tais cálculos também
podem ser locais, regionais ou globais, pois dependem do ajuste do elipsóide à área
desejada (CORREIA, 2011).
Ao ter o Datum local, o elipsóide de referência é posicionado levando em
consideração uma estação terrestre, o mesmo é muito usado em mapas
topográficos locais porque sua distorção é quase zero. O Datum Regionais, o
elipsóide é colocado de acordo com as diferentes estações terrestre com
harmonização para não causar grandes distorções. No Datum global, o elipsóide
pode utilizar várias estações terrenas de outros continentes e, após o ajuste, pode
haver diferenças entre as coordenadas naturais e geodésicas (CASACA et al.,
2005).
De acordo com Oliveira & Perreira (2018) o elipsóide de referência é uma
base matematicamente definida que ao se aproximar da forma do geóide, ela se
baseia em uma latitude (N/S), longitude (W/E) e sistema de coordenadas de altitude
(altura). As principais características são: os elipsóides que estão mais próximos do
geóide na região analisada; utilizados para levantamento geodésicos, topográficos e
realização de mapas; tem parâmetros “a” (semi-eixo maior), “b” (semi-eixo maior) e
“f” (achatamento) demonstrado na Figura 3.
Figura 3. Posicionamento do elipsóide para um Datum local ou global.
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ac/Elipsoide.png>. Acesso em: 13
jun. 2023.
2.3 Sistemas de referências geodésicas adotados no Brasil.
Na década de 40 iniciou-se a instalação do Sistema Geodésico Brasileiro
(SGB), caracterizando a representação dos controles como vertical e horizontal
primordial para a representação cartográfica territorial e localização do território
brasileiro.
A rede Gravimétrica Brasileira até pouco tempo desenvolveu-se
individualmente das redes posicionais, o IBGE (Instituto brasileiro de geografia e
estatística) tem o dever de organizar e corrigir o SGB. Através das Rede Geodésicas
Brasileiras (RGB) Vertical, Horizontal, e Tridimensional, ocorre a manifestação do
Sistema Geodésico Brasileiro.
De acordo com o IBGE (2004), a instalação do Sistema Geodésico Brasileiro,
formado pelas redes Horizontal, Vertical e Gravimétrica, poderá ser dividida em duas
fases, uma anterior e outra posterior ao surgimento da tecnologia de rastreio por
satélites artificiais para localização de território. Na década de 70 os satélites eram
observados através do sistema TRANSIT, e chegando ao final da década de 80, foi
criado pelo IBGE através do departamento de Geodésia o projeto GPS, para fazer
uso da tecnologia do sistema NAVSTAR, que apresenta melhor métodos de
posicionamento geodésico sendo mais barato e com maior rapidez.
Com a implantação do SGB em 17 de maio de 1944, houve a união de várias
referências locais e regionais existente no Brasil, sendo a maior parte de Datum em
pilares astronômicos diferentes. o SGB tem sido de suma importância em trazer
informações para diversas áreas como: Obras de engenharia, posicionamento de
plataformas, mapeamento, posicionamento de prospecção de petróleo, demarcação
de unidades políticos-administrativas, delimitação de região de pesquisas geofísicas,
regulamentação fundiária entre muitas outras. Os métodos clássicos utilizados no
ano de 1990, foi responsável pela indicação de organização de conjunto de vértices,
sua ocupação era indispensável na manifestação do sistema geodésico brasileiro.
Com o surgimento do NAVSTAR/GPS que era bem mais eficaz em velocidade
e precisão que os métodos clássicos, causou uma certa revisão nas características
do SGB. No ano de 1991 o IBGE passou a utilizar estritamente o GPS como
incremento na Rede Geodésica Brasileira, com tudo isso devido a metodologia
utilizada ser de alta precisão foi nomeada como Rede Nacional GPS. A ampliação
na potência do uso de GPS, estabeleceram a implantação de um novo projeto
denominado SIRGAS (Sistema de Referência Geocêntrico para a América do sul) e
na atualidade esse sistema vem sendo utilizado por todos os países Sul-Americano,
México, Estados Unidos da América entre outros países da América central.
Em 1995, realizam uma campanha para instalação de uma rede geodésica
continental na América do Sul contendo 57 pontos com precisão melhor que 2 cm,
assim denominando a melhor densificação do ITRF da época em todo o mundo.
O projeto SIRGAS atende de forma eficaz a necessidade de
desenvolvimento no continente utilizando um sistema de referência compatível de
precisão com novas técnicas de posicionamentos em especial com o GPS. Com o
aumento na utilização do uso do GPS referindo-se aos novos métodos adotados
pela geodésia, constituída pela poligonação, trilateração, triangulação da qual tem
eficácia nos resultados em 10 vezes pior que a oferecida pelo GPS com facilidade,
implicando em desperdício de recursos. Com o aumento na utilização do sistema
geodésico clássico pelos países Sul-Americanos, acaba dificultando na solução de
problemas técnicos. Já com o novo método do ITRF, garante resultados mais
precisos internos ao continente além de permitir a interação com outras redes de
outros continentes, contribuindo para o desenvolvimento global da geodésia.
Também podemos citar que o WGS-84, no início não teve uma grande
precisão inicial, pois o mesmo apresentou 1,5 m de precisão, porém, os resultados
vêm melhorando com as atualizações feitas em G730, G870 e uma mais recente
que é a G1150, que é comparada com o ITRF-2000, considerando as aplicações
cartográficas.
As gerações geodésicas distintas, acaba gerando a necessidade de
transformação de parâmetros geodésicos para um referencial geodésico único,
porém é fundamental que as características e as restrições sejam estudadas dentro
de cada sistema.
Na tabela 01 será exposto os principais SGRs tridimensional e vertical que
foram adotados pelo Brasil, com relevância consequência nas representações
cartográficas. caracterizando também a geração geodésica do SGRs, como foi
estabelecida a classificação relativa referente a relação de cada SGRs com o
SIRGAS-2000.
Tabela 1: Classificação dos SGRs antigo e o SGB - SIRGAS 2000 atual, de acordo com a
geração Geodésica.
Fonte: FREITAS, S. R. C. et al, 2004
Na tabela podemos notar que não há qualidade posicional entre os
parâmetros de transformação e nem registros de observações originais, não há
pontos materializados na maioria das partes, com alguns tipos de deficiência de
orientação, o que acaba afetando na precisão de bases longas, apesar de ter muitos
pontos com inexistência de pontos materializados, pode-se recuperar alguns pontos
estabelecendo a ocupação por GPS, criando parâmetros locais.
Assim temos que a cada vez mais com as atualizações desde o surgimento
do primeiro SGRs ao atual, podemos notar um avanço enorme utilizando a
classificação adotada para compatibilidade entre o SGRs antigos e o SGR atual.
As redes geodésicas verticais possuem pontos conectados na superfície da
Terra chamado de referência de nível. São alocadas com procedimentos de
nivelamento geométrico, esse tipo de nivelamento é realizado pelo levantamento
gravimétrico, que são os efeitos do campo elétrico.
Em 13 de outubro de 1945 segundo IBGE (2004) iniciou os trabalhos de
nivelamento geométrico com alta precisão de resultados, manifestando o início da
Rede Vertical do Sistema Geodésico Brasileiro.
Na qual deu o primeiro passo em Cocal no município de Urussanga - SC onde
ficou a referência de nível (RN) 1-A. No final da década de 70 ocorreu a conclusão
de uma das etapas de estabelecimento RV_SGB, na qual as linhas de nivelamento
chegaram aos pontos mais longe do território brasileiro, chegando no Acre e
Roraima.
Fica esclarecido que desde 1945 que o IBGE vem estipulando que os
cartográficos brasileiros ajustaram o nome para altitudes ortométricas, porém, temos
como definição formal de altitude ortométrica por conter informações gravimétrica.
2. CONCLUSÃO
Conclui-se que a topografia e a geodésia desempenham papéis fundamentais no
estudo e na representação da superfície terrestre. A topografia está relacionada ao
levantamento e mapeamento de uma parte limitada da Terra, enquanto a geodésia
abrange um escopo mais amplo, considerando toda a superfície terrestre. A
topografia utiliza técnicas e instrumentos de medição para coletar dados sobre o
terreno, incluindo informações planimétricas e altimétricas. Esses dados são
essenciais para diversos setores, como engenharia, arquitetura e agronomia,
fornecendo conhecimentos sobre o ambiente, auxiliando no planejamento e na
execução de obras e contribuindo para a análise econômica, técnica e estética dos
projetos. Por outro lado, a geodésia é uma ciência mais abrangente, que estuda e
analisa os fenômenos físicos da Terra, considerando não apenas o relevo, mas
também a crosta terrestre, a atmosfera e a hidrosfera. Através da geodésia, é
possível compreender os processos geodinâmicos, as mudanças climáticas globais
e outros eventos naturais que moldam culturas e civilizações.
Os sistemas de referência geodésica são de extrema importância para o
geoprocessamento e o georreferenciamento, fornecendo informações precisas de
posicionamento. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) implantou o
Sistema de Referência Brasileiro em 1944, que tem sido amplamente utilizado em
diversas áreas, como cartografia, engenharia, ordenamento territorial, pesquisa
geofísica, entre outras. Portanto, tanto a topografia quanto a geodésia
desempenham um papel essencial no estudo e na compreensão da Terra. Enquanto
a topografia se concentra no levantamento e mapeamento de uma parte limitada da
superfície terrestre, a geodésia abrange um escopo mais amplo, analisando os
fenômenos físicos e contribuindo para o entendimento dos processos geodinâmicos
e das mudanças climáticas globais. Ambas as disciplinas são complementares e
fornecem informações valiosas para uma variedade de aplicações em diversas
áreas do conhecimento.
3. REFERÊNCIAS
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Disponível em: http://www.gpeas.ufc.br/disc/topo/apost01.pdf. Acesso em: 12 jun.
2023.