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QUERIGMA

Esta apostila é um guia para a catequese de jovens e adultos, fundamentada nas Sagradas Escrituras e orientações do Magistério da Igreja, com foco na Iniciação à Vida Cristã. O objetivo é anunciar Jesus Cristo, promovendo a conversão, o discipulado e a integração na comunidade. O material é estruturado em um itinerário catequético que abrange temas como a dignidade da pessoa humana, o amor de Deus e os sacramentos.

Enviado por

emilycatequista
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Esta apostila é um guia para a catequese de jovens e adultos, fundamentada nas Sagradas Escrituras e orientações do Magistério da Igreja, com foco na Iniciação à Vida Cristã. O objetivo é anunciar Jesus Cristo, promovendo a conversão, o discipulado e a integração na comunidade. O material é estruturado em um itinerário catequético que abrange temas como a dignidade da pessoa humana, o amor de Deus e os sacramentos.

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INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ DE ADULTOS COM INSPIRAÇÃO CATECUMENAL

APRESENTAÇÃO

Esta apostila foi elaborado tendo como fonte principal as Sagradas Escrituras e
as orientações do Magistério da Igreja. Traz em seu conteúdo o intinerário catequético
pra catequese de jovens e adultos conforme instruções da RICA (Rito de Iniciação Cris-
tã de Adultos)
Queremos salientar que o objetivo primeiro deste itinerário é anunciar Jesus
Cristo despertando o encanto por a conversão, o discipulado, a integração na comu-
nidade e o compromisso com a missão de testemunhá-lo e anunciá-lo.
Para o estudo e a dinamização deste material propomos a duração de um ano.
Queridos catequizandos que este material que vamos usar em nossa catequese
possa ser instrumento de conhecimento, mas sobretudo um algo a mais que faça
mover em nós a chama viva do Espírito Santo.

01
INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ DE ADULTOS COM INSPIRAÇÃO CATECUMENAL

SUMÁRIO

1º TEMPO: QUERIGMÁTICO
1º ANÚNCIO QUERIGMÁTICO: A PESSOA HUMANA............................................03
2º ANÚNCIO QUERIGMÁTICO: O AMOR DE DEUS.............................................. 05
3º ANÚNCIO QUERIGMÁTICO: O PECADO...........................................................08
4º ANÚNCIO QUERIGMÁTICO: JESUS - A BOA NOTÍCIA ....................................11

2º TEMPO: CATECUMENATO
1ª CATEQUESE: A BÍBLIA - PALAVRA DE DEUS...................................................13
2 ª CATEQUESE: LEITURA ORANTE DA BÍBLIA...................................................16
3 ª CATEQUESE: HISTÓRIA DA SALVAÇÃO I ......................................................19
CATEQUESE: HISTÓRIA DA SALVAÇÃO II.......................................................21
4ª CATEQUESE: DECÁLOGO - OS DEZ MANDAMENTOS
1ª. PARTE. Nossa relação com Deus................................................................26
5ª CATEQUESE: DECÁLOGO - OS DEZ MANDAMENTOS
2ª. PARTE - Nossa relação com os Irmãos ....................................................28
6ª CATEQUESE: DEUS FALA AO SEU POVO ATRAVÉS DOS PROFETAS...........32
7ª CATEQUESE : O NASCIMENTO DE JESUS E A FIGURA DE MARIA...............34
8ª CATEQUESE: A MENSAGEM DO REINO, O mandamento do amor...............35
9ª CATEQUESE: JESUS NOS REVELA O PAI ..........................................................37
10ª CATEQUESE: DISCIPULADO E O SEGUIMENTO DE JESUS.........................38
11ª CATEQUESE: PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO..........41
12ª CATEQUESE: ESPÍRITO SANTO (CREIO NO ESPÍRITO SANTO).................... 45
13ª CATEQUESE: SANTISSÍMA TRINDADE.................................................................47
14ª CATEQUESE: A IGREJA - CORPO DE CRISTO - POVO DE DEUS
TEMPLO DO ESPIRITO SANTO.................................................49
15ª CATEQUESE: MARIA MÃE E MODELO DE IGREJA........................................52
16ª CATEQUESE: VIDA DE COMUNIDADE E OFERTA DO DÍZIMO...................... 54
17ª CATEQUESE: SACRAMENTOS SINAIS SENSÍVEIS DA GRAÇA....................56
18ª CATEQUESE: SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ (BATISMO) ............58
19ª CATEQUESE: SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ (EUCARISTIA) ...... 62
20ª CATEQUESE: SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ (CRISMA) ..............64
21ª CATEQUESE: SACRAMENTOS DE CURA: PENITÊNCIA OU (Reconciliação)
UNÇÃO DOS ENFERMOS..........................................................67
22ª CATEQUESE: SACRAMENTOS DE SERVIÇO: ORDEM E MATRIMÔNIO.......70
23ª CATEQUESE: A MISSA PARTE POR PARTE.....................................................73

REFERÊNCIAS...........................................................................................................77

02
CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

1º ANÚNCIO QUERIGMÁTICO:
A PESSOA HUMANA

1 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Salmo: (138) 139, 1-18. 23-24.

2 - MEDITAÇÃO:
De que fala o texto que acabamos de ouvir?

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:

A PESSOA HUMANA

Deus é a primeira e última fonte da vida humana. À luz da fé, o homem foi criado à
imagem de Deus (Gn 1,27), porém, não é Deus. Na antropologia cristã tradicional
o homem ocupa um lugar singular, único e especial na criação. Tanto que a vida
vem de Deus e é confiada ao homem (Gn 1,1). Deus como criador é o Senhor
Absoluto da vida; somente Ele pode dispor dela e o homem é chamado a participar
desta senhoria. O homem não tem, porém, nenhuma disponibilidade direta sobre
a vida humana, seja a própria vida ou a de outrem. Essa é somente confiada à sua
administração responsável; essa é para ele um bem do qual é depositário e do
qual deverá prestar contas a Deus. Portanto, o princípio de respeito pela vida é
defendido, principalmente, na proibição de não matar. Este princípio exprime que
a vida humana é de um valor extraordinário dado por Deus, por isso, deve ser
protegida com muito carinho. Mas, até que ponto o homem da pós-modernidade,
o homem das ciências biológicas, está entendendo a vida humana como valor?

A Encíclica Evangelium Vitae (O Evangelho da Vida – Papa João Paulo II) traz uma
reafirmação do valor da vida humana e da sua inviolabilidade e, ao mesmo tempo,
um ardente apelo dirigido em nome de Deus a todos e a cada um que respeita,
defende, ama e serve a vida humana. É uma estrada de mão única e que somente
através dela se encontrará justiça, progresso, verdadeira liberdade, paz e felicida-
de. A pedra fundamental da antropologia cristã é a dignidade da criatura que
existe em cada ser humano. Esse fato é importante porque diferencia a pessoa
humana dos outros seres criados. O ser humano é uma criatura única e não repetí-
vel, de uma riqueza imensa, de particular beleza, sociável, digna de respeito em
qualquer situação. O corpo do homem participa na dignidade da «imagem de
Deus»: é corpo humano precisamente por ser animado pela alma espiritual que
lhe foi dada ao ser concebido e é imortal (Cf. CIC 364).

A vida humana, já na sua dimensão biológica, é a condição de tudo o que é huma-


no: a vida espiritual, a sua história e sua existência concreta como pessoa. Em seu
todo, “pessoa” designa a realidade humana, que é um indivíduo único e singular;
é todo o ser do homem na sua individualidade e totalidade que assim se quer
exprimir (corporal e espiritual). Antes do cristianismo não existia nem em grego e
nem em latim uma palavra para exprimir o conceito de pessoa, porque na cultura
clássica tal conceito não existia. Ela não reconhecia valor absoluto ao indivíduo
enquanto tal, isso dependia da casta, da raça. Foi o cristianismo o responsável por
essa nova dimensão do homem: o conceito de pessoa. A convicção da dignidade,
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

do valor e da autonomia da pessoa representa um dos elementos qualitativos da


proposta antropológica cristã. O homem é feito nessa relação: ele é pessoa por-
que Deus o chamou em comunhão consigo. Portanto, a vida humana é muito mais
do que o sujeito faz e exprime. Seu valor está no fato de que cada vida humana
está intimamente ligada em Deus. O valor e a inviolabilidade da vida humana se
fundamenta, justamente, nessa relação do ser humano com Deus.
O respeito a toda criatura humana, em qualquer momento de sua existência,
desde a concepção até a morte, é um imperativo fundamental, cuja razão última
está na vontade de Deus. Todos são interpelados a amar e respeitar como Deus, o
Senhor da vida, ama e respeita. O valor da vida humana é independente daquilo
que ela pode oferecer. O que vale é sua relação com Deus, por isso ela deve ser
respeitada e defendida em qualquer circunstância.

São João Paulo II na Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 1999, afirmou que “a
dignidade da pessoa humana é um valor transcendente, como tal sempre reco-
nhecido por todos aqueles que se entregaram sinceramente à busca da verdade”.
(cf. http://www.paraclitus.com.br sobre a dignidade e o respeito da pessoa huma-
na).

O Catecismo da Igreja Católica, no nº1701, ao falar sobre a dignidade da pessoa


humana, destaca que: “Cristo na própria revelação do mistério do Pai e do seu
amor, manifesta plenamente o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação
sublime». Foi em Cristo, «imagem do Deus invisível» (Cl 1, 15), que o homem foi
criado «à imagem e semelhança» do Criador. Assim como foi em Cristo, redentor e
salvador, que a imagem divina, deformada no homem pelo primeiro pecado, foi
restaurada na sua beleza original e enobrecida pela graça de Deus”. Portanto,
cada pessoa é a imagem e semelhança de Deus, seu Criador. Aquele que desde
antes que existíssemos já nos conhecia.

4- ORAÇÃO FINAL:

- “Oremos, Senhor Deus todo poderoso, olhai os vossos filhos e filhas que são
formados segundo o Evangelho de Cristo. Fazei que vos conheçam e amem, e,
generosos e prontos, cumpram a vossa vontade. Dignai-vos prepará-los por esta
santa iniciação e tornai-os membros ativos de vossa Igreja para que participem
dos mistérios neste mundo e na eternidade. Por Cristo, Nosso Senhor”.

Todos: Amém!

Cateq.: Que o Amor de Deus Pai, a Graça de Jesus nosso Salvador e a força
libertadora do Espírito Santo nos conduza sempre.
Todos: Amém.
Cateq.: Vamos em paz, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

2º ANÚNCIO QUERIGMÁTICO:
O AMOR DE DEUS

1 - CÂNTICO INICIAL:
Deus é amor

2 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Eclo 17, 1-12.

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:

O AMOR DE DEUS

“Acreditamos que Deus criou o mundo segundo a sua sabedoria” (CIC, 295). O
mundo não é fruto duma qualquer necessidade, dum destino cego ou do acaso.
Acreditamos que ele procede da vontade livre de Deus, que quis fazer as criaturas
participantes do seu Ser, da sua sabedoria e da sua bondade: “porque Vós criastes
todas as coisas e, pela vossa vontade, elas receberam a existência e foram cria-
das” (Ap 4, 11). “Como são grandes, Senhor, as vossas obras! Tudo fizestes com
sabedoria” (Sl (103,)104, 24). “O Senhor é bom para com todos e a sua misericór-
dia estende-se a todas as criaturas” (cf. Sl (144) 145, 9); CIC 295).

Diz o texto bíblico, no livro do Gênesis, que Deus, no sexto dia da criação disse (o
catequista lê e os catequizandos vão repetindo): “Façamos o homem à nossa
imagem, como nossa semelhança, e que eles dominem sobre os peixes do mar, as
aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que raste-
jam sobre a terra” Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o
criou, homem e mulher ele os criou” (Gn 1, 26-27).

Nosso Deus é Criador e o motivo pelo qual Ele cria é o AMOR. Por isso, põe todo o
seu amor na sua criação e deseja para ela vida harmoniosa e perfeita. Amor em
grego significa sair de si, é doação. Ao criar, ao amar, DEUS sai de Si e vai ao
encontro da humanidade. Não bastou criar uma terra sem forma. Ele pairou sobre
ela seu Espírito, pois ali também colocou todo o seu amor e sua força criadora. E,
em amor, por amor e para o amor Deus cria o Homem à sua imagem e semelhan-
ça; à imagem da Santíssima Trindade: “Façamos o Homem à nossa imagem,
como nossa semelhança, e homem e mulher Deus os criou” (Gn 1,26-27).

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

Imagem e semelhança de Deus, o Homem foi criado para uma vida de amor, de
intimidade com Deus e com o próximo, seu irmão. Foi criado para reinar sobre o
mundo, “para o cultivar e o guardar” (Gn. 2,15), respeitando a obra criadora de
Deus, preservando a natureza e sabendo usá-la para o bem comum.

No princípio, DEUS e o homem viviam em perfeita comunhão e ao homem nada


faltava. O bem-estar era tão grande que o autor sagrado narra na Bíblia que o
homem vivia no paraíso, isto é, um estado de vida extremamente agradável, pois
a criação foi feita à proporção do amor e da perfeição de Deus.

“Uma vez que Deus cria com sabedoria, a criação possui ordem. “Dispusestes
tudo com medida, número e peso” (Sb 11, 20). Criada no Verbo e pelo Verbo
eterno, «que é a imagem do Deus invisível» (Cl 1, 15), a criação destina-se e
orienta-se para o homem, imagem de Deus, chamado ele próprio a uma relação
pessoal com Deus. A nossa inteligência, participante da luz do intelecto divino,
pode entender o que Deus nos diz pela sua criação, sem dúvida com grande esfor-
ço e num espírito de humildade e de respeito perante o Criador e a sua obra. Saída
da bondade divina, a criação partilha dessa bondade (E Deus viu que isto era bom
[...] muito bom: Gn. 1, 4. 10. 12. 18. 21. 31). Porque “a criação é querida por
Deus como um dom orientado para o homem, como herança que lhe é destinada e
confiada”, (CIC 299).

Deus nos amou primeiro. Ele nos quis, e mesmo que nos afastemos de seu cuida-
do de Pai, está sempre pronto a nos receber de volta. Ele não desiste de nós;
jamais nos abandona porque somos muito preciosos para Ele. Deus deseja que
vivamos mergulhados em seu amor nesta vida e por toda eternidade. Mesmo
quando me afasto de dEle, Ele permanece sempre comigo, envolvendo-me tanto
quanto eu permito, chamando- me à completa união com Ele. É projeto de DEUS
ver-nos face-a-face e estar sempre no nosso coração.

Muitas vezes, o homem não dá o devido valor ao amor de Deus, porque sua pró-
pria visão de amor é muito limitada. O amor humano é condicional, inconstante,
precisa sempre de uma resposta positiva e é baseado em emoções e sentimentos
que podem mudar de um momento para o outro. O mais perto que o amor huma-
no pode chegar do amor de Deus é o sentimento que os pais têm para com os
filhos. Entretanto, este amor também é limitado. Deus, porém, nos assegura
“Haverá mãe que possa esquecer seu bebê que ainda mama e não ter compaixão
do filho que gerou? Embora ela possa esquecê-lo, eu não me esquecerei de você!”
Is 49,15. E o mais surpreendente é que Deus nos conhece e mesmo assim nos
ama. Conhece nossos pecados e limitações e talvez, por isso mesmo nos ame
ainda mais. O amor que cria é aquele mesmo que quer salvar. O escultor divino
não quer ver sua tão querida obra desvirtuada, estragada.

Nosso Pai é verdade e amor e assim se revela: “Deus, “Aquele que É”, revelou-Se a
Israel como Aquele que é “cheio de misericórdia e fidelidade” (Ex 34, 6). Estas
duas palavras exprimem, de modo sintético, as riquezas do nome divino. Em
todas as suas obras, Deus mostra a sua benevolência, a sua bondade, a sua graça,
o seu amor; mas também a sua credibilidade, a sua constância, a sua fidelidade, a
sua verdade. “Hei de louvar o vosso nome pela vossa bondade e fidelidade» (Sl
138, 2) (13). Ele é a verdade, porque «Deus é luz, e n'Ele não há trevas nenhu-
mas” (1 Jo 1, 5); Ele é “Amor”, como ensina o apóstolo João (1 Jo 4, 8).” (CIC 214)
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

Ao longo da existência humana na terra, o homem pode comprovar que o amor de


Deus por nós é eterno, é pessoal e é incondicional. E quando a humanidade se
afastou do caminho do amor, Ele nos mandou seu único Filho que para nos resga-
tar pagou o preço doando a própria vida: “Porque Deus amou tanto o mundo que
entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o seu filho ao mundo para condenar
o mundo, mas para que o mundo seja salvo por meio dele.” (Jo 3,16-17)

“O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o


homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si
e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem
descanso:” (CIC 27)

“Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não
descansar em ti” (Agostinho de Hipona).

6 - ORAÇÃO FINAL:

“Oremos: Senhor Deus todo poderoso, olhai os vossos servos e servas que são
formados segundo o Evangelho de Cristo, fazei que vos conheçam e amem, e,
generosos e prontos, cumpram a vossa vontade. Dignai-vos que abram seus
corações para serem preparados por esta santa iniciação e que se tornem mem-
bros ativos de vossa Igreja para que participem dos mistérios neste mundo e na
eternidade. Por Cristo, nosso Senhor.”

Todos: Amém!

Cateq.: Que o Amor de Deus Pai, a Graça de Jesus nosso Salvador e a força
libertadora do Espírito Santo nos conduza sempre.
Todos: Amém.
Cateq.: Vamos em paz, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

3º ANÚNCIO QUERIGMÁTICO:
O PECADO

1-Oração Inicial:
“Senhor Jesus Cristo, Vós que nos ensinastes a ser misericordiosos como o Pai
celeste, e nos dissestes que quem Vos vê, vê a Ele. Mostrai-nos o Vosso rosto e
seremos salvos. O Vosso olhar amoroso libertou Zaqueu e Mateus da escravidão
do dinheiro; a adúltera e Madalena de colocar a felicidade apenas numa criatura;
fez Pedro chorar depois da traição, e assegurou o Paraíso ao ladrão arrependido.
Fazei que cada um de nós considere como dirigida a si mesmo as palavras que
dissestes à mulher samaritana: Se tu conhecesses o dom de Deus! Vós sois o
rosto visível do Pai invisível, do Deus que manifesta sua onipotência sobretudo
com o perdão e a misericórdia: fazei que a Igreja seja no mundo o rosto visível de
Vós, seu Senhor, ressuscitado e na glória. Vós quisestes que os Vossos ministros
fossem também eles revestidos de fraqueza para sentirem justa compaixão por
aqueles que estão na ignorância e no erro: fazei que todos os que se aproximarem
de cada um deles se sintam esperados, amados e perdoados por Deus. Enviai o
Vosso Espírito e consagrai-nos a todos com a sua unção para que o Jubileu da
Misericórdia seja um ano de graça do Senhor e a Vossa Igreja possa, com renova-
do entusiasmo, levar aos pobres a alegre mensagem proclamar aos cativos e
oprimidos a libertação e aos cegos restaurar a vista. Nós Vo-lo pedimos por inter-
cessão de Maria, Mãe de Misericórdia, a Vós que viveis e reinais com o Pai e o
Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.” Amém.

2 - CANTICO: Perdão Senhor

3 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Jo 8, 2-11.

4 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:

O PECADO – O QUE NOS AFASTA DE DEUS

Deus criou a terra para que o homem usufruísse dela e possuísse uma vida plena
de felicidade. E assim o colocou no jardim do Éden – o paraíso – representava o
projeto de Deus que era a obediência aos seus preceitos para viver a vida em
plenitude: corresponder o amor dEle e viver em fraternidade. Mas tinha uma
condição: o homem não podia comer o fruto de uma das árvores desse paraíso
que representava o mal (o pecado). O homem, entretanto, caiu em tentação e
desobedeceu às ordens de Deus. Como consequência, ele caminhou para a opres-
são e para a morte. Toda ordem e perfeição de tudo o que fora criado por Deus, em
perfeita sintonia, ruiu diante da fraqueza e miséria humana. Deus sempre fez sua
parte, entretanto, o homem não conseguiu manter-se fiel à Aliança; não corres-
pondeu ao amor de Deus. “Pelo seu pecado, Adão, como primeiro homem, perdeu
a santidade e a justiça originais que tinha recebido de Deus, não somente para si,
mas para todos os seres humanos” (CIC 416. ).

Mesmo gozando da presença de Deus face a face, Adão usou o “seu livre arbítrio”
(capacidade de tomar decisões por conta própria) para sua escolha, na qual a
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

vontade de Deus é preterida pela vontade do próprio homem. Quando pecou, o


homem virou as costas para o amor de Deus, preferiu seus próprios projetos aos
projetos amorosos de Deus. Enfim, afastou-se da “fonte da vida” e, desta forma,
aproximou-se da morte. Ao tomar a decisão de não depender de Deus, tornou-se
soberano do seu destino e passou a sofrer todas as consequências de sua escolha.
Esse “não confiar no amor de Deus e em sua sabedoria” consiste na criação do
pecado que é confiar mais na própria força humana do que na força do alto (peca-
do original). Ele, antes “constituído em um estado de santidade e destinado a ser
plenamente divinizado por Deus na glória. Pela sedução do diabo, quis ser como
Deus, mas sem Deus, e antepondo-se a Deus, e não segundo DEUS” (CIC 398).

O pecado afasta o homem de Deus e ele se vê “nu” e sozinho, entregue às suas


próprias paixões e carências. Nada além do amor de Deus pode satisfazer plena-
mente o homem; a falta do amor de Deus lhe corrói a alma. Sua vida torna-se pura
frustração. O ser humano se sente insaciável, perde o seu alvo e nele se instala um
grande vazio. Acha que tem a faculdade de determinar o que é bom e o que é mau,
privilégio reservado somente a DEUS, única norma suprema à qual todos as leis e
consciência dos homens devem submeter-se. Assim a simbologia apresentada e
descrita em Gn 3, 7-8 sobre a nudez é a tomada de consciência do homem diante
de Deus: cobrir-se com a folha da figueira representa o medo do homem depois da
trágica experiência, isto é, o erro que foi descoberto ou percebido e que era neces-
sário ocultar. Sem argumentos diante de DEUS, que já o prevenira anteriormente;
tomou consciência da situação e, com medo, Adão preferiu fugir, afastar-se de
Deus.

Atualmente isso acontece quando damos as costas para Deus e seu projeto de
amor e deixamos de nos reconciliar com Deus e com os irmãos. Preferimos guar-
dar rancor que perdoar. Pecamos por ações e por omissões. Assim também foi no
passado, mas ao fazer essa experiência contra Deus o homem percebe que prati-
cara o mal. Acabou sentindo-se frustrado pela experiência amarga.
Mas este não é o fim desta história: ao tomar consciência de que é pecador, o
homem é chamado a abrir-se à conversão. Reconhecer o nosso pecado é o início
da conversão e da reconciliação. “O “sim” eterno do amor de Deus é mais forte do
que o “não” do ser humano pecador” (CNBB – Sou Católico). Num gesto definitivo
de amor incondicional a nós, Deus fez nascer do seio virginal de Maria, Jesus
Cristo, Filho de Deus e nosso Salvador. Ele veio para vencer o mal de uma vez por
todas e celebrar uma nova e eterna aliança entre Deus e os homens. Aliança cele-
brada em sua própria carne, em seu próprio sangue derramado na cruz. Em Jesus
cumpre-se a promessa que Deus fez ao homem ao longo dos tempos de nunca
abandonar sua criatura predileta.

“Jesus quer dizer, em hebraico, “Deus salva”. No momento da Anunciação, o anjo


Gabriel dá-lhe como nome próprio o nome de Jesus, que exprime ao mesmo
tempo sua identidade e missão. Uma vez que “só Deus pode perdoar os pecados”
(Mc 2,7), é Ele que, em Jesus, seu Filho eterno feito homem, “salvará seu povo
dos pecados” (Mt 1,21). Em Jesus, portanto, Deus recapitula toda a sua história
de salvação em favor dos homens.” (CIC 430)

Depois de sua morte e ressurreição, Jesus volta para o Pai, mas antes envia sobre
os Apóstolos o Espírito Santo de Deus. “É para reunir novamente todos os seus
filhos - que o pecado dispersou e desgarrou - que o Pai quis convocar toda a
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

humanidade na Igreja de seu Filho. A Igreja é o lugar em que a humanidade deve


reencontrar sua unidade e sua salvação. Ela é “o mundo reconciliado”. Ela é esse
navio que “navega bem neste mundo ao sopro do Espírito Santo com as velas da
Cruz do Senhor plenamente desfraldadas”. (CIC 845)

“As normas que nos são dadas pela Igreja sobre pontos específicos do comporta-
mento moral devem ser observadas à luz da Lei de Cristo. É ela que nos ilumina e
capacita para fazer o bem e que nos orienta no caminho do verdadeiro amor. A Lei
de Cristo consiste na prática da caridade chamada a expressar-se na ternura, na
mansidão, no respeito, no diálogo construtivo, na prática da justiça e na tolerância
ativa.” (CNBB – Sou Católico)

5 - ORAÇÃO E BÊNÇÃO FINAL:


“Oremos, Senhor Deus todo poderoso, olhai os vossos servos e servas que são
formados segundo o Evangelho de Cristo, fazei que vos conheçam e amem, e,
generosos e prontos, cumpram a vossa vontade. Dignai-vos que abram seus
corações para serem preparados por esta santa iniciação e que se tornem mem-
bros ativos de vossa Igreja para que participem dos mistérios neste mundo e na
eternidade. Por Cristo, nosso Senhor.”

Todos: Amém!

Cateq.: Que o Amor de Deus Pai, a Graça de Jesus nosso Salvador e a força liber-
tadora do Espírito Santo nos conduza sempre.
Todos: Amém.
Cateq.: Vamos em paz, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

4ª ANÚNCIO QUERIGMÁTICO:
JESUS – A BOA NOTÍCIA
1- CÂNTICO: “Um Certo Galileu”

2 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Lc 4, 16-21.
3 - MEDITAÇÃO:
- Meditar algumas partes da música “Um Certo Galileu” de Pe. Zezinho.
4 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:
JESUS – A BOA NOTÍCIA
Deus se inflamou de amor pela humanidade de tal modo que nem a ingratidão dos
homens faz com que Ele recuasse no Seu profundo amor. Então, Deus veio a nós
na Pessoa de Jesus Cristo e assumiu a natureza humana a fim de nos ensinar a
amar, a viver e saborear a graça do amor do Pai. Desta forma, Jesus é Redentor,
pois possibilita ao homem fazer novamente comunhão com Deus. Por isso, Jesus
se torna o primeiro e maior Sacramento do Pai, isto é, o primeiro e grande sinal do
amor de Deus pela humanidade.

Nota-se que nesse relacionamento Pai-Filho e o homem que toda a iniciativa parte
de Deus, então, Jesus se torna a descida do Pai até nós. Deus derrama todo seu
amor na pessoa de Jesus Cristo para facilitar no máximo a nossa volta para Ele.
Através de Jesus Deus abre o caminho de maneira desimpedida para que todos
tenham acesso. “Pois Deus, o Pai, não enviou seu Filho ao mundo para condenar o
mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3,17). Assim podemos nos
maravilhar do nosso Deus, porque Ele é misericordioso. “Nisto se manifestou o
amor de Deus para conosco, em que Deus enviou ao mundo o seu Filho único, para
que vivamos por meio dEle” (1Jo 4, 9). Podemos também afirmar que a
Encarnação de Jesus tem sua origem no amor de Deus pelos homens, visto que no
Mistério da Encarnação o próprio Deus se entrega aos homens. Deus se faz
homem e participa da natureza humana em tudo, menos no pecado. Se a obra da
criação de Deus foi desvirtuada pelo pecado de Adão, a vinda de Jesus aconteceu
para nos salvar e nos remir.

“O anjo anunciou aos pastores o nascimento de Jesus como sendo o do Messias


prometido a Israel: “nasceu-vos hoje, na cidade de Davi, um salvador que é
Cristo, Senhor” (Lc 2, 11). Desde a origem, Ele é “Aquele que o Pai consagrou e
enviou ao mundo” (Jo10, 36), concebido como “santo” no seio virginal de Maria.
José foi convidado por Deus a «levar para sua casa Maria, sua esposa», grávida
d'«Aquele que nela foi gerado pelo poder do Espírito Santo» (Mt 1, 20), para que
Jesus, “chamado Cristo”, nascesse da esposa de José, na descendência messiâni-
ca de Davi (Mt 1, 16)”. (CIC 437). Jesus Cristo, Filho de Deus, é a Boa Nova do Pai.
O homem Jesus viveu em um contexto histórico concreto, cumpriu integralmente
sua missão, atendeu plenamente à vontade de Deus no seu plano de salvação.
Vinda a plenitude dos tempos, Deus mandou à humanidade Seu Filho, Jesus
Cristo. Ele trouxe ao mundo o supremo dom da salvação, realizando a sua missão
de redentor, no âmbito de um processo que continuava a « pedagogia de Deus »
com a perfeição e a eficácia peculiares à novidade de sua pessoa. Das suas pala-
vras, sinais e obras, ao longo de toda a sua breve mas intensa vida, os discípulos
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

fizeram experiência direta da ação de Deus, muito clara nos Evangelhos: o acolhi-
mento do outro, em particular do pobre, da criança, do pecador, como pessoa
amada e querida por Deus; o anúncio genuíno do Reino de Deus como boa nova da
verdade e da consolação do Pai; um estilo de amor delicado e forte, que livra do
mal e promove a vida; o firme convite a uma conduta amparada pela fé em Deus,
pela esperança no reino e pela caridade para com o próximo; o emprego de todos
os recursos da comunicação interpessoal tais como a palavra, o silêncio, a metáfo-
ra, a imagem, o exemplo e tantos sinais diversos, como o faziam os profetas
bíblicos, convidando os discípulos a segui-Lo totalmente e sem nostalgias.” (cf.
DGC 140).

“Jesus cuidou atentamente da formação dos discípulos que enviou em missão e os


amparou nos inevitáveis momentos difíceis. Jesus Cristo é o « Mestre que revela
Deus aos homens e revela o homem a si mesmo; o Mestre que salva, santifica e
guia, que está vivo, fala, desperta, comove, corrige, julga, perdoa e marcha todos
os dias conosco, pelos caminhos da história; o Mestre que vem e que há de vir na
glória ». Em Jesus Senhor e Mestre, a Igreja encontra a graça transcendente, a
inspiração permanente, o modelo convincente para toda comunicação da fé.”
(DGC 137).

Ao longo de sua vida terrena, os encontros de Jesus com as pessoas foram mar-
cantes e decisivos. Ninguém jamais entrava em contato com o Mestre e saía do
mesmo tamanho. O encontro com Jesus era humanizante e tornava-se graça
pura. O encontro com Jesus sempre foi dom gratuito; salvação oferecida ao
homem. Jesus, que existiu junto de Deus antes de todas as coisas (Jo 1,1s), age
em favor do ser humano, libertando-o da ação do mal e propondo um caminho de
vida e santidade.

Jesus veio ensinar o que é o Reino de Deus. Sempre foi extremamente comovido
pela dor das pessoas, sofrendo com elas e interferindo para libertá-las. Na dor, era
solidário e compassivo, cheio da Misericórdia de Deus, principalmente para com
aqueles que mais sofriam. Dedicou-se a ensinar e cuidar dos pobres, das crianças,
dos pequenos, das mulheres discriminadas, dos camponeses, dos pescadores,
dos doentes, dos endemoniados, dos órfãos, assim como dos pecadores, das
prostitutas, dos cobradores de impostos, enfim, de todos os marginalizados pelo
sistema social ou por opções erradas de vida, inclusive os que eram, por sua con-
dição, considerados impuros pela lei judaica. A todos ensinou a Lei do Amor.

5 - ORAÇÃO FINAL:

“Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Que nos abençoou com
toda a sorte de bênçãos espirituais nos céus, em Cristo. Nele nos escolheu, antes
da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele, no
amor. Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por Jesus Cristo,
conforme o beneplácito da sua vontade, para louvor e glória da sua graça com a
qual ele nos agraciou no Amado. E é pelo sangue deste que temos a redenção, a
remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, que ele derramou profu-
samente sobre nós, infundindo-nos toda sabedoria e inteligência, dando-nos a
conhecer o mistério da sua vontade, conforme decisão prévia que lhe aprouve
tomar para levar o tempo à sua plenitude: a de em Cristo encabeçar todas as
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

1ª CATEQUESE:
A BÍBLIA - PALAVRA DE DEUS

1 - CÂNTICO: A Bíblia é a Palavra de Deus

2 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS: 2 Tm 3, 14-17

A BÍBLIA - PALAVRA DE DEUS

Hoje falaremos da Palavra de Deus, a Bíblia.

Bíblia é uma palavra grega que significa livros. Ela não é um livro, mas uma
coleção de livros. Ela não é um livro científico e não é cientifica a linguagem com
que a Bíblia relata, por exemplo, a criação do mundo e dos homens mas, é verda-
deiro o que a Bíblia afirma acerca dela, usando para isso a cultura e linguagem do
povo de Israel e a forma como seus sábios compreenderam a revelação de Deus e
a relação inicial dos antepassados com Ele.

A Bíblia é um instrumento, uma ferramenta para ser usada na caminhada dos


cristãos que querem contribuir na construção do Reino de Deus.

Ela não é um fim em si mesma, mas um meio de salvação. Não é a Bíblia por si só


que as salva, mas são as pessoas que se salvam quando fazem a experiência de
Deus na vida e lutam pelo seu projeto que está estampado na Bíblia, onde Deus,
na sua bondade, nos comunica pela sua palavra contida na Sagrada Escritura e
também nas realidades criadas por Ele (cf. Sl 8) e nos acontecimentos extraordi-
nários de nossa vida. Com a Bíblia na mão a pessoa vai descobrindo, à medida que
vai lendo nas suas páginas, que em todos os fatos, acontecimentos ali narrados,
em cada história contada, Deus vai se revelando.

Deus revela-se a Si mesmo e nós o recebemos pela fé. Foi Deus que revelou a sua
vontade e a vontade de Deus é a de que o homem seja feliz.
Somos convidados a conhecer, compreender e interpretar a Palavra de Deus a fim
de aplicá-la em nossa vida e de que construamos um mundo melhor, segundo a
vontade divina.

É por essa razão que afirmamos sem dúvidas que, “toda Sagrada Escritura divina-
mente inspirada é também útil para ensinar, para arguir, para corrigir, para instruir
na justiça a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparando para toda obra
boa” (2 Tm 3, 16-17).

“A Igreja, segundo a fé apostólica, tem como sagrados e canônicos os livros com-


pletos, tanto do Antigo Testamento como do Novo Testamento, com todas as suas
partes, porque, escritos sobre a inspiração do Espírito Santo, eles têm Deus como
autor e nesta sua qualidade foram confiados à mesma Igreja. Deus escolheu
homens (...) agindo Ele próprio neles e por eles (...) tudo aquilo que ele próprio
quisesse (...)” (cf. CIC nº 120).

A Bíblia mostra o encontro dos homens com Deus. Ela é a nossa história. É o diálo-
go entre Deus e os homens e este diálogo encontra seu ponto alto na pessoa de
Jesus Cristo.
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I - ANTIGO TESTAMENTO:
O Antigo Testamento ou Antiga ALIANÇA é composto de 46 livros, são eles:

O Pentateuco: Chamado Lei ou Torá:


1) Gênesis: (Origem do mundo e das Alianças).
2) Êxodo (saída do povo de Israel do Egito).
3) Levítico (Lei dos sacerdotes da tribo de Levi).
4) Números (Contagem do povo, recenseamentos).
5) Deuteronômio (Segunda Lei, normas básicas que devem seguir uma sociedade
justa e fraterna).

Os Históricos
Os Livros Históricos mostram os diversos momentos da vida do povo de Israel na
Terra Prometida e no Exilo: suas grandezas e lutas, e as consequências de sua
fidelidade ou infidelidade ao Deus da Aliança. São eles: Josué, Juízes, Rute, I e II
Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester e I e II
Macabeus.

Livros Sapienciais
Os livros Poéticos e Sapienciais representam a reflexão de Israel a partir da
experiência concreta da vida, eles contém os dizeres, os Cânticos, os poemas, os
saberes e as orações deste povo.
São eles: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria e
Eclesiástico.

Livros Proféticos
O profetismo tem um papel considerável no desenvolvimento religioso de Israel.
ele mantém e guia o povo na sua caminhada no projeto de Deus. Ele critica e
combate as injustiças, a opressão das estruturas políticas, econômicas e religio-
sas. Exigindo mudanças radicais, ele também é anunciador de consolação e espe-
rança no Senhor. São estes: Isaias, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel,
Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias,
Ageu, Zacarias e Malaquias.
“O estudo que foi escrito, o foi para na nossa instrução, a fim de que tenhamos
esperança mediante a paciência e a consolação das escrituras”. (Rm 5,4).

II - NOVO TESTAMENTO:
O Novo Testamento ou NOVA ALIANÇA é composto de 27 livros, e narram a revela-
ção feita diretamente por Jesus Cristo. Sua mensagem central é o próprio Filho de
Deus, “ultimamente, nestes dias, falou-nos pelo Filho” (Heb 1,1-2).
Jesus nos revela o Pai (cf. Jo 1, 1-18).
No Novo Testamento a palavra de Deus encontra seu maior vigor e expressão (cf.
Rm 1,1-16).
No Novo Testamento sobressaem-se os Evangelhos, que são atribuídos a:
Mateus, Marcos, Lucas e João. Neles estão presentes a vida e missão de Jesus
Cristo, que é Deus e é homem. Por sua palavra e ação inaugurou a Nova Aliança ou
o Reino de Deus.
Jesus não deixou nada escrito, ele pregou, ensinou e colocou em prática a vontade
de Deus, isso fez com que ele entrasse em conflito com a estrutura da sociedade
que o perseguiu, prendeu e matou. Mas Jesus Ressuscitou e enviou o Espírito
Santo aos seus seguidores, os Apóstolos e os discípulos, e estes continuaram a
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sua missão. Após a ascensão de Jesus continuaram a pregação do Reino, sob a


inspiração do Espírito Santo, transmitindo e testemunhando com fidelidade.
Foram os Discípulos e Apóstolos que escreveram o que encontramos no Novo
Testamento. São deles os demais escritos do Novo Testamento: Atos dos
Apóstolos, Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e
II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Fílemon, Hebreus, Tiago, I e II Pedro, I, II
e III João, Judas e Apocalipse. “É viva e eficaz a Palavra de Deus” (Hb 4,12). “E
pode edificar e dar herança a todos os edificados” (At. 20, 32).

Livros Deutero-Canônicos:
A Bíblia foi escrita em três línguas diferentes: hebraico, aramaico e grego. Com o
tempo, foi sendo copiada, recopiada e traduzida para diferentes comunidades.
Entre os anos 210 a 150 a.C foi realizada a tradução do hebraico para o grego, a
famosa Tradução dos Setenta, que além dos 39 livros do Primeiro Testamento,
acrescentou mais 7: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, I e II Macabeus e
Baruc.
As Bíblias dos Protestantes não contêm esses sete livros, porque segue a lista dos
livros da Bíblia Hebraica. Pelos anos 400 d.C, São Jerônimo traduziu a Bíblia para o
latim e acrescentou estes sete livros da Tradução dos Setenta, que são chamados
de “Deutero-Canônicos”, isto é, são da segunda deutero lista “Canon”. A Bíblia de
São Gerônimo, chamada Vulgata (vulgos: popular, vulgar), passou a ser a tradu-
ção oficial da Igreja Católica. Com o tempo, outras traduções foram surgindo,
facilitando o acesso de todos cristãos à leitura da Bíblia. Além dos livros canônicos,
existem também os chamados “Apócrifos” (do grego - coisas escondidas), são
livros úteis, mas não foram considerados divinamente inspirados.

3 - PARA PENSAR
É preciso ir além do conhecimento da Palavra de Deus; colocar em práticas trans-
formadoras, ligar o conteúdo da fé com a vida, despertando atitudes de mudança
de vida de adesão, levando-nos a sair de si e ir ao encontro de Deus e do outro.
- O que este encontro despertou em mim?
- Que ensinamentos me trouxe?
- Como posso aplicá-lo na minha vida para me tornar mais humano, mais justo,
mais solidário, servidor?

4 - PARA VIVER
Partilhe e medite com sua família o texto bíblico de 2Tm 3,14-17. Escolha um
versículo que lhe falou ao coração, copie e releia todos os dias até o próximo
encontro.
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5 - ORAÇÃO FINAL:
Cateq.: Que o Senhor seja a nossa força e a nossa luz. Que o Espírito Santo nos
ilumine. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém
Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
Todos: Amém!
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2ª CATEQUESE:
LEITURA ORANTE DA BÍBLIA

Lectio Divina

1- CÂNTICO: Tua Palavra é Lâmpada para meus pés.

2 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Is 55, 2.10-11 - Leitura Orante

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:

LEITURA ORANTE DA BÍBLIA


LECTIO DIVINA

Após meditarmos a Palavra de Deus que hoje ilumina a nossa Catequese vamos
então para o nosso estudo.
- O que é Lectio Divina?
- Já ouviram algo sobre ela? (Deixar que os catequizandos falem).
Lectio Divina é uma expressão que significa “Leitura Divina”, “Leitura de Deus” ou
“Leitura Orante.”

A Lectio Divina não tem apenas a finalidade de satisfazer a curiosidade intelectual.


Ela tem como objetivo alimentar a vida de fé do cristão, fortalecer a união com
Deus e animar a caminhada, o seguimento (discipulado). Ela não é uma leitura
qualquer da Bíblia, mas é uma maneira de entrar em diálogo com Deus que nos
fala por meio de sua Palavra, que é um Deus em diálogo de amor (Pai, Filho e
Espírito Santo) e que com o Filho e o Espírito Santo vivem em diálogo de amor.
Essa forma de ler não é outra coisa senão escutar a Palavra de Deus, de modo a
tornar-se capaz de participar do diálogo trinitário, como filho no Filho (Cf. Rm 8,
29-30).

Podemos dizer que a Lectio Divina é um modo de ler a Bíblia que nos leva a um
encontro íntimo e profundo com Deus, que se dirige a nós através da Palavra, e na
medida em que compreendo a Palavra de Deus, compreendo a mim mesmo, de
uma maneira nova. Ela me leva a um encontro com Deus e comigo mesmo, des-
pertando em mim o amor e o gosto pela escuta da Palavra.

É na Palavra que sentimos a unidade e a essência de Deus. É na escuta atenta da


Palavra de Deus que o amor misericordioso e a compaixão (olhar com os olhos de
Deus) vão sendo aprimorados. É sempre o Espírito Santo que suscita o amor e a
adesão à Palavra e isso me leva à oração e à intimidade com o Senhor. É impossível
compreender a Leitura Orante sem chegar à oração em todas as suas formas e
expressões: súplicas, hinos, ação de graça, invocações, louvores, pedidos de
perdão... Assim, a Lectio Divina passa a ser uma Palavra rezada e não apenas lida.

A atitude mais digna do ser humano perante seu Criador e Pai é escutá-LO.
A Leitura Divina é dividida em quatro passos:

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

1- Leitura;
2- Meditação;
3- Oração;
4- Contemplação.
(Colocar uma escadinha com esta ordem de palavras em cada degrau).

1 - Ler a Palavra:
Ler é conhecer, respeitar, situar. Antes de tudo, você deve ter a preocupação de
investigar: “O que o texto diz em si”? Isto exige silêncio, para que nada o impeça
de escutar o que o texto tem a dizer.
Somente o Espírito Santo pode se revelar e guiar-nos até á verdade completa que
se oculta na Palavra. A leitura permite ao leitor compreender o conteúdo da comu-
nicação de Deus, compreender o próprio Deus e o que Ele quer comunicar, na
situação em que se encontra.
A leitura conduz o leitor para o mais profundo do seu interior. Faz com que o leitor
compreenda seu mistério e o Mistério de Deus, do qual participa.
Ler o texto é ver as cenas, os movimentos e a mensagem aí descritos. É nos sinto-
nizar com o texto. É ver em condições de “contracenar”, de entrar no diálogo:
ouvindo Deus que nos fala. E de nossa parte, falamos com Deus. A leitura da
Palavra de Deus permite que Ele vá modelando em nós a imagem e os sentimen-
tos de seu Filho – a estatura do homem perfeito. “... A Palavra está muito perto de
ti: está na tua boca e no teu coração, para que a ponhas em prática” (Dt 11, 14).
2 – Meditar a Palavra:
Meditar é atualizar a Palavra de Deus para o hoje de nossa vida, meditar é “rumi-
nar”. Na meditação o cristão percebe a força transformadora da Palavra. Meditar é
parar. É tirar tempo para perceber as verdades de Deus. Meditar é mais que ler. É
colocar o ouvido e o coração à escuta.
A meditação faz com que entremos em diálogo com o texto, com Deus. Fazendo
perguntas ao texto, aproximando-o de nossa vida e a nossa vida ao texto.
A meditação é o trabalho de assimilação e aplicação do que o olho leu, do que o
ouvido escutou, do que a memória guardou.
Na meditação, às vezes basta nos determos a uma frase, uma imagem, uma cena,
uma ideia do texto que mais nos chamou a atenção, que mais nos tocou para
compreendermos a mensagem, o recado de Deus para nós e nossa vida.
A meditação da Palavra de Deus dilata o coração humano até adquirir a dimensão
do próprio Deus que pronuncia a Palavra. Faz nos ver em Deus e Deus em nós. “...
Já não sou eu quem vive é Cristo que vive em mim.” (Gl 2, 20a).

3 – Rezar a Palavra:
Rezar a Palavra de Deus é responder a Ele, é falar com Ele sobre o que o texto nos
diz.
O que foi visto, ouvido e refletido torna-se assunto de comunicação com Deus Pai,
Filho e Espírito Santo. Até agora Deus falou para nós; chegou a hora de responder-
mos a Ele em forma de oração: - “como um servo falo ao meu Senhor: - louvo,
agradeço, peço perdão e ajuda: adoro e suplico.” Falo com Deus sobre o que se
passa comigo e sobre o que desejo dEele. Mais do que falar, procuro escutar, estar
em sintonia com Ele. A oração é a nossa resposta à Palavra de Deus. “...Faça-se
em mim segundo a Vossa Palavra” (Lc1, 38b).

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4 – Contemplar a Palavra:
Contemplar é ir para além das palavras e da razão. A leitura, a meditação e a
oração terminam por nos fazer contemplar Deus, colocando-nos diante dEle e nos
fazendo experimentar o Mistério do seu amor, de tal forma que as palavras já não
contam tanto, diante de tão grande mistério.
A contemplação reúne em si todo o caminho percorrido na leitura, meditação e
oração. Até agora você se colocou diante de Deus, leu e escutou a Palavra, estu-
dou e descobriu o seu sentido, e fez com que a Palavra passasse da cabeça para o
coração, a partir daí você começa a ter um novo olhar sobre a realidade, sobre a
vida sua e da comunidade. É uma percepção de como Deus vê, qual Sua vontade e
desejo diante dessas realidades.
A contemplação é a atitude de quem mergulha dentro dos fatos, a fim de descobrir
e saborear neles a presença ativa e criativa da Palavra de Deus e, além disso,
procura comprometer-se com o processo de transformação que esta Palavra está
provocando dentro da realidade. A contemplação não só medita a mensagem,
mas também a realiza. Não só ouve, mas coloca em prática. Não separa os dois
aspectos: diz e faz, ensina e anima, é luz e força. Ela tem caráter pessoal. Nela
procuramos ir além do texto e chegar à presença do Senhor que está atrás e den-
tro de cada página da Escritura.
A contemplação é também perceber a presença de Deus nos acontecimentos, na
História, nos outros e em tudo. Ela desenvolve em nós um novo olhar, um novo
sentir, um novo modo de agir e reagir, um novo modo de perceber o mundo, as
pessoas e a nós mesmos. “... Procurai e achareis, batei e se vos abrirá” (Mt 7,7b).

4- PARA PENSAR:
Releia o texto bíblico do nosso encontro durante a semana e reflita.
O que você entende quando Deus fala que sua Palavra não voltará para Ele sem
que tenha cumprido sua vontade?
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5 - VIVER A PALAVRA
Visite um amigo que esteja necessitado de uma palavra amiga e fale com ele
sobre a força que tem a Palavra de Deus. Reze todas as noites o Salmo 1.

6 - ORAÇÃO FINAL
Todos: “Vivei em mim, ó Espírito Santo, para que meus pensamentos sejam
todos santos. Atuai em mim, ó Espírito Santo, para que eu me abra aos ensina-
mentos de minha catequese. Orienta e dirige o meu coração, ó Espírito Santo,
para que eu ame e pratique a Palavra. Encorajai-me e fortalecei-me, ó Espírito
Santo, para que eu persevere na minha caminhada. Amem”.

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3ª CATEQUESE:
HISTÓRIA DA SALVAÇÃO I

1 - CÂNTICO DE ACLAMAÇÃO À PALAVRA.


Escolher conforme o tema

2 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Gn 12, 1-3 - Leitura Orante

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:
Deus, em sua sabedoria e bondade, quis revelar-se a si mesmo e tornar conhecido
o mistério de sua vontade (cf. CIC 51). Para isso, DEUS escolhe um povo e a ele se
revela. Gradativamente, prepara-o para a Salvação que se realizará plenamente
na pessoa de JESUS CRISTO.

O Antigo Testamento prepara o caminho para JESUS. Por isso, é necessário conhe-
cermos a história do povo de Deus, isto é, a HISTÓRIA DA NOSSA SALVAÇÃO. A
preparação do povo de DEUS inicia-se com o chamado de uma pessoa muito
especial, chamada ABRAÃO (Gn 12,1-11).

No tempo de Abrão, as pessoas eram politeístas, isto é, acreditavam na existência


de muitos deuses. E essa era a realidade de Abrão. Deus escolhe Abrão, para
formar um povo, do qual seria único Deus e Senhor.

Abrão era caldeu, vivia na cidade de Ur, na Caldéia, que hoje é a região do Iraque,
quando foi chamado por DEUS, por volta de 1850 antes de Cristo.
Abrão era casado com uma mulher chamada Sarai que era estéril e não podia lhe
dar filhos. Já idoso, Abrão se sentia fracassado, porque não tinha o que mais
desejava: uma descendência para quem deixasse sua experiência de vida e seus
bens. Nessa situação, ele ouviu a voz de DEUS; era um DEUS diferente do que ele
conhecia que lhe falava fazendo-lhe uma promessa que humanamente é impossí-
vel: “dar-lhe bênção, uma terra e uma descendência inumerável”. A ele que tinha
uma esposa também idosa e estéril. Essa descendência é a descendência da Fé de
Abraão.

Com Abrão, começa a surgir o embrião de um povo novo que terá a missão de
levar a Bênção de DEUS para todas as nações da terra. Esse povo será portador do
projeto de DEUS: refazer, no homem, a imagem e semelhança de DEUS, desfigu-
rada pelo pecado. O caminho começa pela Fé: Abrão atende o chamado divino e
aceita todos os riscos. Deixa-se conduzir totalmente por DEUS. Sai da sua terra,
sem saber para onde vai.

Ele parte, acompanhado de sua mulher Sarai e de seu sobrinho Ló, com todos os
seus servos e seus rebanhos; não deixam nada para trás; estão totalmente aban-
donados em DEUS. Não foi fácil; foi uma experiência de Fé.

FÉ não é, simplesmente, acreditar em Verdades sobre DEUS. FÉ é responder a um


chamado pessoal de DEUS, a uma vocação, porque toda a nossa vida é feita de

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

vocações (chamados) de DEUS; é abrir o coração para a vontade de DEUS.

O capítulo 15 do Gênesis apresenta Abrão pedindo a DEUS uma prova de que


realizará o que prometeu. E DEUS firma com Abrão um contrato, uma aliança.
Nesse pacto que DEUS faz com Abrão, Ele não lhe pede nada além de confiar nEle.
É DEUS quem se compromete com o homem! É Ele quem realiza a obra! Apesar
das infidelidades do homem, DEUS sempre será Fiel.

Como o tempo passava e Sarai não engravidava, cedeu uma escrava para que
Abrão gerasse um filho com ela. Assim nasce Ismael. Porém, Deus diz a Abrão que
este não é o filho da promessa. Reafirma que Sarai, mesmo idosa e estéril, dará à
luz um filho e dele se originará todo o Povo da Aliança. Deus aparece a Abrão
novamente e muda seu nome para Abraão e o de Sarai para Sara, pois haviam se
tornado novas criaturas a partir do encontro com o Senhor. Também nessa oca-
sião DEUS dá a Abraão o sinal da circuncisão que será o sinal externo da pertença
ao povo de DEUS. A circuncisão é sinal do Batismo porque é através dele que nós
começamos a fazer parte do novo povo de DEUS, a Igreja.
E DEUS disse a Abraão: “Anda na minha Presença e sê perfeito”! (Gn 17,1).
Graças a essa Fé poderosa, Abraão tornou-se o “pai dos crentes” (dos que creem),
o “pai da Fé”. Abraão é também chamado, na Escritura, de “amigo de DEUS” (Tg
2,23), porque viveu a vontade de DEUS.

Deus cumpriu integralmente sua parte na Aliança. Conduziu o povo até a terra
prometida (Canaã) e garantiu a descendência de Abraão, pois Sara gerou um
filho, Isaac. Abraão, por sua vez, foi fiel ao Senhor e não hesitou nem mesmo
quando Deus lhe pediu para sacrificar seu próprio filho, aquele em quem ele pôs
toda a esperança da sua vida! Ele seria o seu herdeiro; dele iria sair a descendên-
cia que Deus lhe prometera! Vendo a fidelidade de Abraão, porém, o Senhor
poupou a vida de Isaac e acreditou nele (Gn 22,1-18).

Isaac, o filho que nasceu da promessa, casa-se com Rebeca e têm dois filhos:
Esaú e Jacó. Jacó casou-se com as duas filhas de seu tio: Lia e Raquel e, com elas,
teve doze filhos e uma filha. Jacó, na sua volta para casa, teve um encontro com
Deus que lhe muda o nome dizendo-lhe: “Não te chamarás mais Jacó, mas Israel,
porque foste forte com Deus”! (Gn 27,41 até cap. 32).

Dentre os filhos de Jacó, um se destaca e tem sua história contada em capítulos à


parte: José, que em muitas coisas remete à figura de Jesus Cristo. Ele foi vendido
pelos seus irmãos por inveja. Foi levado para o Egito onde viveu algum tempo
como escravo. Porém, um dia decifra os sonhos do Faraó e salva todo o povo
prevendo os anos de fartura e os de seca nos campos cultivados pelos egípcios. O
faraó confia a ele a administração de todo o Egito e o exalta colocando-o como a
primeira autoridade no Egito, abaixo apenas de si. Por causa de José, Jacó e seus
filhos vão para o Egito e ali vivem por muitos anos. Os descendentes dos filhos de
Jacó serão conhecidos como “as doze tribos de Israel”, conservando, cada tribo, o
nome de um filho. Ex.: Tribo de Simeão, tribo de Judá, etc.

Assim, o povo originário de Abraão foi depositário da promessa feita aos patriar-
cas (Abraão, Isaac e Jacó).

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

4- PARA PENSAR

Agora que conhecemos um pouco da história da salvação, meditemos:

- O que a história da salvação diz para mim, para nós?


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- Minha fé se parece com a fé de Abraão?


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5 - VIVER A PALAVRA

- Ler e meditar em casa a história de José e seus irmãos escrita em Gênesis,


Capítulos 37 a 50 e refletir sobre a relação pessoal entre os irmãos.

6 - ORAÇÃO FINAL

Oração: Pai nosso...

HISTÓRIA DA SALVAÇÃO II

1 - CÂNTICO: À escolha

2 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Ex 12, 1-14 - Leitura Orante

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:
No encontro passado, vimos o início da História da Salvação, com Abraão e a
Promessa que DEUS fez a ele e à sua descendência. Vimos também que Jacó e
seus filhos foram para o Egito, onde já estava José, que tinha sido vendido pelos
irmãos. No começo, enquanto José era Vice-Rei do Egito, os israelitas gozavam de
liberdade. Mas, decorridos mais de 400 anos, sob o jugo de um faraó que não
conheceu José, o Povo de Deus estava submetido à dura escravidão na terra dos
Faraós. Os hebreus amassavam o barro nas olarias do Egito, sem gozar de direito
algum no país. O faraó, tendo medo desse povo numeroso que habitava seu país,
resolveu submetê-lo à escravidão e impedir que eles crescessem (Ex 1,7-22). As
parteiras receberam ordem para matar todos os meninos que nascessem dos
hebreus.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

Nessa situação, nasce um menino que os pais conseguem esconder por três
meses. Depois disso, vendo que não podiam mais escondê-lo, a mãe colocou-o
num cesto, protegido, e o colocou no Rio Nilo. A filha do Faraó estava ali, banhan-
do-se, e vendo o menino, resolveu levá-lo para o palácio e adotá-lo. Esse menino
recebe o nome de MOISÉS que significa: “salvo da águas” e é quem DEUS chama-
rá, mais tarde, para libertar o seu povo da escravidão do Egito (Gn1; 2,1-10).
Moisés, já adulto, um dia mata um egípcio que maltratava um hebreu e teve que
fugir para salvar a sua vida.

Moisés vai para a terra de Madiã, fica morando em casa de um sacerdote que tem
sete filhas; casa-se com a mais velha, Séfora, e tem um filho com ela. No Egito,
morreu o Faraó, mas o povo continuava gemendo sob o peso da escravidão. Do
fundo da escravidão o povo clamou a DEUS que ouviu os seus gemidos e lembrou-
se da Aliança com Abraão, Isaac e Jacó. (Ex 2,11-24).

Um dia, Moisés levava o rebanho de seu sogro a pastar e chegou ao Monte Horeb
(Sinai), a montanha de DEUS. DEUS lhe apareceu numa chama de fogo, no meio
de um espinheiro que ardia, mas não queimava. Do meio da sarça ardente Deus
chamou-o e lhe disse: “EU SOU o DEUS de Abraão, de Isaac e de Jacó. EU vi a
miséria, o sofrimento do meu povo e decidi libertá-lo. Vai! EU te envio ao Faraó,
para libertar o meu povo, os filhos de Israel!”. Moisés não queria ir, arranja todo
tipo de desculpa, mas DEUS não aceita. Moisés, então, pergunta-lhe qual é o Seu
NOME, para poder dizer ao povo qual o Deus que lhe tinha aparecido (porque no
Egito se pensava que havia muitos deuses). Porém, DEUS não diz um nome. ELE
diz que é “EU SOU”. Dize aos filhos de Israel: “EU SOU me enviou a vós”!

Como o faraó manteve o coração endurecido e não quis libertar o povo hebreu,
DEUS concede a Moisés a capacidade de realizar uma série de sinais para conven-
cê-lo a libertá-los. Moisés volta, pois, para o Egito e vai com Aarão, seu irmão e
companheiro na missão, pedir ao Faraó que deixe os hebreus saírem do Egito. Mas
o Faraó não os escuta porque esse povo era uma mão de obra barata para fazer os
serviços pesados. Então, Moisés realiza os sinais e Deus envia as dez pragas sobre
os egípcios. Foram elas: a água transformada em sangue, a infestação de rãs, os
mosquitos, as moscas, a peste nos animais, as úlceras, a chuva de pedra, os
gafanhotos, as trevas e, por fim, a morte dos primogênitos.

Apesar de todas as demonstrações de poder com o envio das nove primeiras


pragas, o faraó prometia que libertaria o povo Hebreu, mas assim que as pragas
eram retiradas, seu coração endurecia e ele voltava atrás, mantendo o Povo de
Deus como escravo.
Então DEUS diz a Moisés que enviará uma última praga sobre o Egito e, depois
disso, o faraó os deixará partir. Até mesmo, os expulsará de seu país (Ex 11,1-10).
A Libertação deveria acontecer na noite da Páscoa. - A Páscoa era uma festa
pagã, em que se festejava a “passagem” do inverno para a primavera (Páscoa =
passagem), quando a natureza começa a renascer, quando se passa da morte
para a vida, que vai desde a 2ª quinzena de março até a 1ª quinzena de abril que
coincide, para nós, com a passagem do verão para o outono.

DEUS diz a Moisés e Aarão: “Este mês será, para vós, o primeiro mês do ano. Dize
ao povo que, no primeiro dia do mês, cada família pegue um cordeiro, macho, sem
defeito, de um ano e o guarde até o dia catorze desse mês, quando será imolado, à
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

tarde. Tomareis do seu sangue e o passareis sobre os dois marcos e a travessa da


porta da casa em que o comereis. Não comereis a carne crua, nem cozida na água,
mas, assada no fogo e a comereis com pães ázimos e ervas amargas. Não deverá
sobrar nada dela para o outro dia; se sobrar, deverá ser queimada no fogo. Vós o
comereis assim: com os rins cingidos, sandálias nos pés e com vara na mão.
Comereis às pressas, pois é a “PÁSCOA DO SENHOR”. Naquela noite, Eu passarei
pela terra do Egito e ferirei todos os primogênitos, desde os homens até os anima-
is; o sangue nas vossas portas, será um sinal em vosso favor: quando Eu vir o
sangue, passarei adiante e não haverá entre vós o flagelo destruidor. Este dia será
para vós um memorial e o celebrareis como uma festa, em todas as gerações; é
um decreto perpétuo” (Ex 12,1-14).
O Senhor passou no meio da noite e feriu todos os primogênitos na terra do Egito,
desde o primogênito do Faraó que deveria sentar-se no trono, até o primogênito
dos animais. Nessa noite, Faraó levantou-se com todos os egípcios numa grande
lamentação, porque não havia uma casa em que não houvesse um morto. Faraó
mandou chamar Moisés e Aarão e expulsou o povo do país (Ex 12,29-33).

Quando DEUS tirou o povo do Egito, levou-os pelo caminho do deserto, passando
pelo Mar Vermelho. Ele ia à frente deles, de dia, numa coluna de nuvem, para lhes
mostrar o caminho, e, de noite, numa coluna de fogo, para iluminá-los, a fim de
que caminhassem de dia e de noite (Ex 13,17-22).

Depois que o povo saiu do Egito, o Faraó se arrependeu e foi, com seus soldados,
em busca dos filhos de Israel para trazê-los de volta. O povo, avistando de longe
os egípcios, ficou apavorado e murmurou contra Moisés por tê-los tirado do Egito.
Moisés disse ao povo: 'Não temais! Permanecei firmes e vereis o que o Senhor
fará, hoje, para vos salvar; os egípcios que hoje vedes, nunca mais os tornareis a
ver! O Senhor combaterá por vós e vós ficareis tranquilos' (Ex 14,1-14).

DEUS então manda a Moisés que estenda a sua vara sobre o mar, para que ele se
abra, a fim de que os filhos de Israel caminhem pelo meio. E disse-lhes: 'EU
endureci o coração dos egípcios para que vos sigam e serei glorificado às custas do
Faraó e de todo o seu exército. E os egípcios saberão que EU SOU O SENHOR
quando Eu for glorificado neles'. Então, a coluna de nuvem que ia à frente deles,
passou para trás, ficando entre o acampamento dos egípcios e o de Israel, de
modo que eles não podiam se aproximar um do outro. Moisés estendeu a mão
sobre o mar e começou a soprar um vento forte, durante toda a noite que secou o
mar; este se tornou terra seca e as águas foram divididas. Os filhos de Israel
entraram no mar seco e as águas formavam uma muralha à sua esquerda e à sua
direita. Os egípcios, que os perseguiam, entraram no mar atrás deles. Ao romper
da manhã, DEUS emperrou as rodas de seus carros e eles avançavam com dificul-
dades; entenderam que DEUS estava lutando contra eles, a favor de Israel e
resolveram voltar. O Senhor diz a Moisés que estenda a sua mão sobre o mar, para
que ele se volte sobre os egípcios e o mar voltou ao seu leito. Os egípcios, na sua
fuga, foram de encontro a ele e morreram todos. Os filhos de Israel, porém,
passaram pelo mar a seco. Naquele dia, Israel viu os egípcios mortos à beira mar e
viu, também, o grande poder do Senhor (Ex 14,15 até 15,21). E o povo caminhou
pelo deserto sob a proteção do Senhor, mas quando surgia uma dificuldade,
reclamava e duvidava do seu poder, mesmo tendo visto e provado sua compaixão
e providência.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

No terceiro mês da saída do Egito o povo chega ao Monte Sinai; e DEUS, ali, ape-
sar das constantes infidelidades do seu povo, faz uma ALIANÇA com ele (Ex 19,1
até 20,21; 24,1-18; Dt 5,1-22). Nessa Aliança DEUS lhes entrega os Dez
Mandamentos, que é o Caminho para o povo encontrar-se com os favores de
DEUS, para encontrar-se com a felicidade (Dt 5,32-33; 6,1-13). DEUS acompa-
nha a caminhada do seu povo durante os quarenta anos em que esteve no deser-
to, porém, esse povo é constantemente tentado a renegar a DEUS e se rebela,
continuamente, contra Ele. DEUS, porém, está sempre disposto a perdoar o seu
povo, quando ele se arrepende e quer voltar aos caminhos que havia traçado para
ele (Dt 8,1 até 11,32).

Moisés morre sobre o Monte Nebo, contemplando daí toda a Terra Prometida, na
qual ele não entraria (Ex 34,1-12). Em seguida, Josué entra com o povo na Terra,
expulsando os povos que aí habitavam.

Depois da morte de Josué e de todos os que tinham saído do Egito e que viram,
pessoalmente, as maravilhas de DEUS, o povo começou a cultuar os deuses dos
pagãos e caem nas mãos dos povos inimigos. DEUS suscita então os Juízes que se
tornam libertadores do povo e, enquanto esse juiz vivia, Israel conservava-se fiel
a DEUS; quando este morria, retornavam à idolatria (Jz 2,6-19). E assim, sucessi-
vamente, até Samuel que foi o último Juiz em Israel (1Sm 1,1 até 2,11; 3,1 até
4,1).

Mesmo vivendo na liberdade o povo pedia um rei. Samuel unge os dois primeiros
reis de Israel: Saul, da tribo de Benjamim (1Sm 8,1 até 10,8; 10,17-27) e Davi, da
tribo de Judá (1Sm 16,1-13). Depois, com Salomão, o filho de Davi que o substitui
no trono, o Reino se divide. Dez tribos se separam e formam o Reino de Israel e as
tribos de Judá e Benjamim formam o Reino de Judá.
Tanto em Israel como em Judá muitos reis foram infiéis a Deus. Cultuavam os
deuses pagãos e levavam o povo à idolatria (1R 11,26 até 16,34). Surgem nesse
tempo os profetas que aparecem para denunciar o pecado dos reis e do povo,
chamando-os à conversão (1R 17,1 até 2R 24,20). Porém, Israel e Judá não escu-
taram a voz dos profetas e o povo foi vencido por seus inimigos e levado para o
Exílio. Primeiro, foi o reino de Israel (2R 17,3-41) e depois o reino de Judá (2R
23,31 até 25,30). Assim, voltam à escravidão.

O Exílio foi um tempo muito forte para o povo de Israel; tempo principalmente de
purificação da sua fé e de conscientização de suas infidelidades à Aliança com o
Senhor. Agora, eles estão sem Templo, sem sacerdotes, sem levitas, impossibili-
tados de prestar culto a Deus. Tornaram-se novamente escravos, sem liberdade.
Para falar em nome de Deus e trazer o povo de volta ao caminho, Deus suscita
profetas no meio do povo.

4 - PARA PENSAR

Releia o texto Bíblico que iluminou a nossa catequese e releia também o aprofun-
damento do Tema, medite e registre sua resposta:
- Como Deus tem agido em minha vida? Quais são os sinais da sua presença?
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5- VIVER A PALAVRA
Assim como na história do povo de Deus houve homens e mulheres que conduzi-
ram o povo no caminho de Deus. Procurar uma pessoa que animou sua caminhada
rumo a Cristo e fazer um agradecimento (Pode ser verbal, escrito ou outra forma
de homenagem).

6 - ORAÇÃO FINAL:

ORAÇÃO:
“Que o Senhor abra o vosso coração à Sua Palavra e que Ela vos leve à Fé. Que a
sua luz possa dar sentido e rumo para a vossa vida; que vos conduza em vossa
caminhada; que nela vós encontreis coragem, esperança e, principalmente,
possais sentir-vos amados por DEUS e aprendais a amar a Deus e ao próximo.
Aumentai Senhor a fé destes vossos filhos, para que vivam mais intensamente a
vida, que consiste em vos conhecer e ao Vosso Filho que enviastes.”
Todos: Amém!

Cateq.: Que o Senhor seja a vossa força e a vossa luz. Ide em Paz e que o Senhor
vos acompanhe! Em nome do Pai e do filho e do espírito Santo.
Todos: Amém!

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

4ª CATEQUESE:
DECÁLOGO - OS DEZ MANDAMENTOS

1ª. PARTE - NOSSA RELAÇÃO COM DEUS

1 - PROCLAMACÃO DA PALAVRA:
Ex 20, 1-17 - Leitura Orante

2 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:

DECÁLOGO - OS DEZ MANDAMENTOS

1ª. PARTE: NOSSA RELAÇÃO COM DEUS

O decálogo são os mandamentos dados pelo próprio Deus a Moisés para que
transmitisse ao povo (cf. Ex 20, 1-17; Dt 5). “Que devo fazer para ter a vida eter-
na? Se queres entrar para vida eterna guarda os mandamentos” (Mt 19,16-17).
Por sua prática e por sua pregação, Jesus atestou a plenitude do Decálogo. O dom
do decálogo é concedido no contexto da Aliança celebrada por Deus com seu povo,
os mandamentos de Deus recebem seu verdadeiro significado nessa Aliança e por
meio dela. Fiel à Escritura e de acordo com o exemplo de Jesus a Tradição da
Igreja atribui ao Decálogo uma importância e um significado primordial. O decálo-
go forma uma unidade orgânica em que cada “palavra ou Mandamento” remete a
todo o conjunto da Aliança. Transgredir um mandamento é infringir toda a Lei. Os
Dez Mandamentos enunciam seu conteúdo fundamental e são obrigações para
serem vividas em todo os nossos relacionamentos. A obediência a esses manda-
mentos implica também obrigações cuja matéria é em si mesma, possível de ser
vivida. O que Deus manda torna-o possível por sua graça. (CIC 2075; 2082).

1º MANDAMENTO
Amar a Deus sobre todas as coisas: O primeiro mandamento convida a pessoa
a crer em Deus, a esperar Nele e a amá-Lo acima de tudo, por isso mesmo a
superstição é um desvio do verdadeiro culto que prestamos ao verdadeiro Deus. É
uma espécie de Idolatria.
Adorar a Deus é reconhecer, com respeito e submissão absoluta, o «nada da
criatura», que só por Deus existe. Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat,
louvá-Lo, exaltá-Lo e humilhar-se, confessando com gratidão que Ele fez grandes
coisas e que o seu Nome é santo. A adoração do Deus único liberta o homem de se
fechar sobre si próprio, da escravidão do pecado e da idolatria do mundo. (cf. CIC
2097)
«Ao Senhor teu Deus adorarás» (Mt 4, 10). Adorar a Deus, orar-Lhe, prestar-Lhe
o culto que Lhe é devido, cumprir as promessas e votos que se Lhe fizeram, são
atos da virtude da religião, que traduzem a obediência ao primeiro mandamento.
(CIC 2135)
Na medida em que rejeita ou recusa a existência de Deus, o ateísmo é um pecado
contra o primeiro mandamento. (CIC 2140)

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

2º MANDAMENTO:
Não tomar seu santo nome em vão: Este mandamento proíbe o uso inconveni-
ente do nome de Deus. As promessas feitas a outra pessoa em nome de Deus
empenham a honra, a fidelidade a veracidade e a autoridade divinas. Devem ser
respeitadas. A blasfêmia consiste em proferir contra Deus palavras de ódio, de
ofensa, de desafio e em falar mal de Deus. É também blasfêmia recorrer ao nome
de Deus para encobrir práticas criminosas, oprimir o povo, torturar ou matar.
Não podemos pôr em dúvida os sentimentos de Temor de Deus, pois temos a visão
de um Deus soberano e consciência de sua presença. Ora, na medida em que
acreditamos que Ele está presente, este mandamento proíbe também o uso inde-
vido do nome Jesus, de Maria e de todos Santos de maneira injuriosa. Devemos
ter tais sentimentos. “Não os ter, é não estar consciente desta realidade, é não
crer que Ele está presente. (CIC 2144).

3º MANDAMENTO
Guardar domingos e festas: O terceiro mandamento do Decálogo refere-se à
santificação do sábado: “O sétimo dia é um sábado: um descanso completo
consagrado ao Senhor” (Ex 31, 15). (CIC 2168)
O Evangelho relata numerosos incidentes em que Jesus é acusado de violar a lei
do sábado. Mas Jesus nunca viola a santidade deste dia. É com autoridade que Ele
dá a sua interpretação autêntica desta lei: “O sábado foi feito para o homem e não
o homem para o sábado” (Mc 2, 27). Cheio de compaixão, Cristo autoriza-Se, em
dia de sábado, a fazer o bem em vez do mal, a salvar uma vida antes que perdê-la.
O sábado é o dia do Senhor das misericórdias e da honra de Deus. “O Filho do
Homem é Senhor do próprio sábado” (Mc 2, 28). (CIC 2173)
Jesus ressuscitou de entre os mortos «no primeiro dia da semana” (Mc. 16, 2).
Enquanto “primeiro dia”, o dia da ressurreição de Cristo lembra a primeira criação.
Enquanto “oitavo dia”, a seguir ao sábado, significa a nova criação, inaugurada
com a ressurreição de Cristo. Este dia tornou-se para os cristãos o primeiro de
todos os dias, a primeira de todas as festas, o dia do Senhor, o Domingo.
Reunimo-nos todos no dia do Sol, porque foi o primeiro dia após o Sábado judaico,
mas também o primeiro dia em que Deus, tirando das trevas a matéria, criou o
mundo, e porque Jesus Cristo, nosso Salvador, nesse mesmo dia, ressuscitou dos
mortos. (CIC.2174)
O domingo distingue-se expressamente do sábado, ao qual sucede cronologica-
mente, em cada semana, e cuja prescrição ritual para os cristãos substitui o sába-
do e realiza plenamente na Páscoa de Cristo a verdade espiritual do sábado judai-
co e anuncia o descanso eterno, do homem, em Deus.
Porque o culto da Lei preparava para o mistério de Cristo e o que nela se praticava
era figura de algum aspecto relativo a Cristo.
Os que viveram segundo a antiga ordem das coisas alcançaram uma nova espe-
rança, não guardando já o sábado, mas o dia do Senhor, em que a nossa vida foi
abençoada por Ele e pela sua morte. (CIC. 2175)
A celebração do domingo é o cumprimento da prescrição moral, naturalmente
inscrita no coração do homem, de «prestar a Deus um culto exterior, visível, públi-
co e regular, sob o signo da sua bondade universal para com os homens». O culto
dominical cumpre o preceito moral da Antiga Aliança, cujo ritmo e espírito retoma
ao celebrar em cada semana o Criador e o Redentor do seu povo. (CIC.2176).

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

3. PARA PENSAR
Os Mandamentos são princípios que orientam para uma nova compreensão e
prática da vida, tanto em relação a Deus, como em relação aos semelhantes e ao
cosmo. Eles possibilitam uma relação social baseada no respeito, na liberdade, na
dignidade e na justiça. Os Mandamentos enunciam as exigências do amor para
com Deus e para com o próximo, sendo que os três primeiros se referem a Deus na
demonstração do amor, temor, honra, louvor, respeito, obediência a Ele. E os
outros sete, ao amor ao próximo.
- Conheço os Mandamentos?
- Como tenho vivido, ou a partir de agora como viverei este três Mandamentos que
orientam a minha relação com Deus? Se possível decorá-los.

4. VIVER A PALAVRA
Reler o texto que iluminou o nosso encontro Ex.20,1-17 e aplicá-lo no seu cotidia-
no.

5. ORAÇÃO FINAL.
Pai nosso....

5ª CATEQUESE
DECÁLOGO - OS DEZ MANDAMENTOS

2ª. PARTE - NOSSA RELAÇÃO COM OS IRMÃOS

1 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Lc 10,25-28 - Leitura Orante

2 - APROFUNDAMENTOS DO CONTEÚDO DA CATEQUESE

MANDAMENTOS DO 4º AO 10º:

4º MANDAMENTO:
“Honra teu pai e tua mãe...” (Cf. Ex.20, 12): “Honra teu pai e tua mãe, para
que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Ex
20,12).
De acordo com este mandamento, Deus quis que, depois dele, honrássemos
nossos pais e todos os que Ele, para o nosso bem, investiu de autoridade. (Cf. CIC
2197).
A salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-
estar da comunidade conjugal e familiar. Os filhos devem aos pais respeito,
gratidão, justa obediência e ajuda. O respeito filial favorece a harmonia de toda a
vida familiar. A paternidade divina é a fonte da paternidade humana; é o funda-
mento da honra devida aos pais. O respeito dos filhos, menores ou adultos, pelo

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

pai e pela mãe alimenta-se da afeição natural nascida do vínculo que os une e é
exigido pelo preceito divino (CIC 2214). O quarto mandamento também lembra
aos filhos adultos suas responsabilidades para com os pais. Jesus reforça este
dever de reconhecimento.

5º MANDAMENTO:
“Não matarás” (Cf. Ex 20, 13): “Toda vida humana, desde o momento da
concepção até a morte, é sagrada porque a pessoa humana foi querida por si
mesma à imagem e semelhança do Deus vivo e santo. O assassinato de um ser
humano é gravemente contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador”
(CIC 2319 e 2320).
O quinto mandamento, entretanto, é muito amplo e vai além do ato de homicídio
voluntário ou a cooperação nele. Entende a Santa Igreja que ele abrange não
apenas a morte em si, mas uma série de outras atitudes tais como: a intenção de
se destruir uma pessoa, mesmo que não se consiga; o aborto voluntário ou provo-
cado, é a interrupção deliberada da gravidez, pela extração do feto da cavidade
uterina; a eutanásia voluntária; os negócios fraudulentos que provocam a morte
ou a fome; a instituição de leis que atentem contra a vida; a criação de estruturas
sociais que promovem a exclusão, a fome e o abandono; o desrespeito à integri-
dade corporal e a promoção da guerra, entre muitos outros. Jesus, em suas pala-
vras, mostra claramente a abrangência do quinto mandamento quando diz: “Ou-
vistes o que foi dito aos antigos: “Não matarás. Aquele que matar terá de respon-
der ao tribunal”. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra seu
irmão terá de responder no tribunal” (Mt 5,21-22). Toda atitude contra a vida
promove a morte. O cristão deve sempre nortear-se pela declaração de Jesus: “O
ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a
tenham plenamente” João 10,10.

6º MANDAMENTO:
“Não cometerás adultério” (Cf. Ex 20, 14): Disse Jesus: “Ouvistes que foi
dito: “Não cometerás adultério”. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que olhar para
uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mt 5,
27-28). Deus é amor e vive em Si mesmo um mistério de comunhão pessoal de
amor. Ao criar a humanidade do homem e da mulher à sua imagem [...] Deus
inscreveu nela a vocação para o amor e para a comunhão e, portanto, a capacida-
de e a responsabilidade correspondentes. Assim, a sexualidade afeta todos os
aspectos da pessoa humana, na unidade do seu corpo e da sua alma. Diz respeito
particularmente à afetividade, à capacidade de amar e de procriar, e, de um modo
mais geral, à aptidão para criar laços de comunhão com outrem. (CIC 2331 e
2332).
A castidade significa a integração conseguida da sexualidade na pessoa, e daí a
unidade interior do homem no seu ser corporal e espiritual. A sexualidade, na qual
se exprime a pertença do homem ao mundo corporal e biológico, torna-se pessoal
e verdadeiramente humana quando integrada na relação de pessoa a pessoa, no
dom mútuo total e temporalmente ilimitado, do homem e da mulher. A virtude da
castidade engloba, portanto, a integridade da pessoa e a integralidade da doação
e implica na aprendizagem do autodomínio e da fidelidade. A Igreja deu ao matri-
mônio a dignidade de Sacramento, portanto, “O adultério e o divórcio, a poligamia
e a união livre são ofensas graves à dignidade do matrimônio” (cf. CIC 2337 e
2400). A Tradição da Igreja entendeu o sexto mandamento como norma para todo

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o conjunto da sexualidade humana. Cristo é o modelo da castidade e todo o bati-


zado é chamado a levar uma vida casta, cada um segundo o seu próprio estado de
vida (CIC 2394). É preciso evitar todo pecado que fere a castidade.

7º MANDAMENTO:
“Não roubarás” (Cf. Ex 20, 15): “O sétimo mandamento proíbe tomar ou reter
injustamente os bens do próximo ou lesá-lo, de qualquer modo, nos mesmos
bens. Prescreve a justiça e a caridade na gestão dos bens terrestres e dos frutos
do trabalho dos homens. Exige, em vista do bem comum, o respeito à destinação
universal dos bens e ao direito de propriedade privada. A vida cristã procura orde-
nar para Deus e para a caridade fraterna os bens deste mundo” CIC 2401.
Este mandamento também prescreve o respeito pela integridade da criação.
Assim, tudo o que foi criado por Deus, animais, plantas e seres inanimados, estão
naturalmente destinados ao bem comum da humanidade, pois o domínio que
Deus deu ao homem sobre estas criaturas não foi absoluto. Ele deve ser pautado
pela preocupação e profundo respeito pela integridade da vida e de toda a criação
(cf. CIC 2415).

8º MANDAMENTO:
“Não apresentarás falso testemunho contra teu próximo” (Cf. Ex 20, 16):
“O oitavo mandamento proíbe falsificar a verdade nas relações com os outros.
Esta prescrição moral decorre da vocação do povo santo para ser testemunha do
seu Deus, que é e que quer a verdade. As ofensas à verdade exprimem, por pala-
vras ou por atos, a recusa em empenhar-se na retidão moral: são infidelidades
graves para com Deus e, nesse sentido, minam os alicerces da Aliança” (CIC
2464). Este mandamento proíbe a mentira e ensina que devemos respeitar a
integridade da reputação do caráter do próximo. Quem crê em Deus deve amar a
verdade que nos torna livres e nos santifica. Assim, o 8º mandamento proíbe que
se levante falso testemunho e perjúrio (jurar falso, falar inverdades). Podemos
prejudicar o outro por falsidade e omissão da verdade; por propagar qualquer
informação que cause prejuízo ao próximo. Isto inclui admitir como verdadeiro,
mesmo em silêncio, um defeito moral do próximo, bem como, sem razão ou
conhecimento, revelar os defeitos dos outros a pessoas que não o sabem (maledi-
cência). Estas condutas denigrem e desvalorizam a pessoa e por isso também é
pecado. Em Jesus Cristo, a verdade de Deus manifestou-se na sua totalidade.

9º MANDAMENTO:
“Não desejarás a mulher do próximo” (Cf. Ex 20, 17): O Catecismo da Igreja
Católica nos números 22514 à 2517, apresenta o 9º mandamento como a verda-
deira norma do amor, tanto o amor nos relacionamentos humanos como o amor a
Deus, pois não seremos fiéis a um se não o formos ao outro, ou seja, o amor puro e
verdadeiro para com as pessoas demonstra também o nosso verdadeiro amor a
Deus que é fonte de tudo. Hoje podemos afirmar que este mandamento se refere
a ambos os sexos. Tanto ao homem como à mulher, não é permitido o ato de cobi-
ça. E em seu conteúdo está contida a valorização e a dignidade da sexualidade
humana, onde deve haver respeito mútuo. Um não possui maior dignidade que o
outro.
Viver o nono mandamento não significa apenas expressar ao próximo um amor
puro e sadio, significa também que me relaciono indistintamente com todos. É
uma busca de não nos deixarmos vencer pelas tentações da carne. Esta vitória é

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

possível pela purificação do coração e pela prática da virtude da temperança. O


fim último deste mandamento é visualizarmos na beleza humana a grandiosidade
de Deus.

10º MANDAMENTO:
“Não cobiçarás ...coisa alguma que pertença a teu próximo”(Cf Ex 20, 17):
Este mandamento completa o anterior ensinando que não podemos cobiçar ou ter
inveja do que pertence ao outro, seja um bem material no sentido de propriedade
ou de qualquer outra natureza. “O décimo mandamento exige banir a inveja do
coração humano (CIC 2538). Não cobiçar as coisas alheias significa trabalhar em
si o sentimento de inveja e de desejo de possuir o que é do outro. A pessoa que
valoriza e reconhece o valor do que possui, não tem tempo de cobiçar ou desejar o
que não é seu, o que não lhe pertence. Aquele que cobiça os bens do próximo não
dá valor aos seus próprios bens e não valoriza a si mesmo. Aquele, porém, que
reconhece o que Deus lhe ofereceu está livre do sentimento e do olhar cobiçoso
(cf. CIC 2534-2540). “O desapego das riquezas é necessário para entrar no Reino
dos Céus. “Bem-aventurados os pobres de coração”, diz o Senhor Jesus (CIC
2556).

3. PARA PENSAR
Você já conhecia os 10 Mandamentos?
Para você o que eles representam?
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4. VIVER A PALAVRA:
De posse dessa orientação divina que são os Mandamentos, você é desafiado a
vivê-los e ensiná-los a outros.
Como você fará isso (faça um projeto de ação):
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5. ORAÇÃO FINAL.

Pai nosso....
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

6ª CATEQUESE
DEUS FALA AO SEU POVO ATRAVÉS DOS PROFETAS

1 - CANTICO: Antes que te formasses

2 - PROCLAMACÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Jr 1,4-10 - Leitura Orante.

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:
No contexto bíblico, os profetas são aqueles que anunciam a Palavra de Deus e
denunciam o pecado. Eles trazem em uma das mãos a vida do povo, e na outra, o
sentido desta vida diante de Deus. As “verdades” reveladas por eles são como
setas direcionadas ao céu, mostrando que a essência do homem vem de Deus e
não do mundo. Mas, os profetas costumam aparecer mais em épocas de crises
sociais ou de fé. Por isso, eles foram e ainda são pessoas enviadas por Deus com a
missão de fazer o povo ser fiel à aliança. E vivendo essa aliança com Deus, o povo
iria se preparando para a aliança definitiva a ser realizada em Jesus Cristo, o
Ungido de Deus. Assim tudo que foi relevado e prometido por Deus através deles
se cumpriu.

Se os profetas se caracterizam por terem sido pessoas tomadas pela Palavra,


Jesus, sendo a Palavra em pessoa, realiza em si mesmo, em sua vida, atitudes,
gestos e pregação à plenitude da profecia.
Jesus, em sua existência histórica, sua morte e ressurreição devem ser entendi-
das não só como cumprimento das profecias, mas elas mesmas como profecia,
como testemunho permanente do mistério de Deus, como anúncio de seu desíg-
nio de amor, como convite à conversão, como luz que revela o segredo de toda a
história e de cada momento. Vejamos nos textos a seguir:
Ex 4,10-17: Deus coloca as palavras que Moisés há de falar na sua boca.
Jr 1,4-10: Deus constitui Jeremias como profeta e anuncia sua missão.
Ez 2; 3, 1-10: Deus ensina a Ezequiel como deve profetizar.
Is 6,1-7.15-2; 61, 1-2: Isaías profetiza sobre a infidelidade de Israel e já
anuncia a vinda do Messias.
Lc 1, 67-69: João Batista, “Profeta do Altíssimo” anuncia a chegada do Salvador.

Ainda hoje existem profetas. Todos os batizados têm essa missão: de anunciar a
Palavra de Deus, de denunciar inúmeras injustiças sociais, principalmente as que
atingem os menos favorecidos. Foi o que Jesus fez naquela época criticando as leis
farisaicas e seus líderes. Do povo, Jesus teve compaixão, por serem como ovelhas
sobrecarregadas e sem pastor.

FATO DA VIDA:
(Um dos exemplos dos profetas de hoje).
Dorothy Mae Stang, conhecida como Irmã Dorothy foi uma religiosa norte-
americana naturalizada brasileira, que iniciou sua caminhada na Victor School
(Calumet City, Illinois), St. Alexander School (Villa Park, Illinois) e Most Holy
Trinity School (Phoenix, Arizona). E, em 1966 iniciou seu ministério no Brasil, na
cidade de Coroatá, no Estado do Maranhão.
Irmã Dorothy estava presente na Amazônia desde a década de setenta junto aos
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

trabalhadores rurais da Região do Xingu. Sua atividade pastoral e missionária


buscava a geração de emprego e renda com projetos de reflorestamento em áreas
degradadas.
Atuou ativamente nos movimentos sociais no Pará. Defensora de uma reforma
agrária justa e consequente, Irmã Dorothy mantinha intensa agenda de diálogo
com lideranças camponesas, políticas e religiosas, na busca de soluções duradou-
ras para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra na Região
Amazônica.
Irmã Dorothy recebeu diversas ameaças de morte, sem deixar intimidar-se.
Pouco antes de ser assassinada declarou: “Não vou fugir e nem abandonar a luta
desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o
sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com
dignidade sem devastar”.
A Irmã Dorothy Stang foi assassinada no dia 12 de fevereiro de 2005, aos 73 anos
de idade, por ordem dos fazendeiros da região.

4 - PARA PENSAR:
O que você entende por profeta? Qual é a missão do profeta?
Existem profetas hoje? Você conhece algum? Nomeie-os.
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5 - VIVER A PALAVRA:
Ler e meditar a leitura do Livro do Profeta Jeremias (Jr 1,4-10) com sua família.
Conversar sobre as dificuldades que Jeremias apresenta ao Senhor.
Isso acontece com você quando é incumbido de uma missão? Como?

6 - ORAÇÃO FINAL

Cateq.: Encerremos o encontro de hoje rezando um pequeno trecho do Livro de


Isaías, no qual o profeta anuncia a missão de Jesus:

Todos: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu. Enviou-me
para dar a boa notícia aos pobres, para curar os corações feridos, para proclamar a
libertação dos escravos e pôr em liberdade os prisioneiros, para promulgar o ano
da graça do Senhor” (Is 61,1-2).

Cateq.: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo...


Todos: Para sempre seja louvado!
Cateq.: Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém!

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

7ª CATEQUESE
O NASCIMENTO DE JESUS E A FIGURA DE MARIA

1 - CÂNTICO: Jesus de Nazaré

2 - PROCLAMACÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Lc 2, 1-20 - Leitura Orante.

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA

O nascimento de Jesus é o momento em que Deus Se revela à humanidade como a


última e definitiva aliança na história da salvação. Ele se apresenta a todos nós, no
rosto de Jesus que nasce em Belém, como Filho de Deus. Ele foi concebido pelo
Espírito Santo, nasceu de uma jovem judia da cidade de Nazaré da Galiléia, e o
nome da virgem era Maria. O povo de Israel esperava o Messias ungido pelo
Espírito do Senhor que estabeleceria definitivamente o seu Reino aqui. Assim,
Jesus realizou a expectativa messiânica de Israel na sua tríplice função de sacer-
dote, profeta e rei. Maria, mulher de fé, tornou-se com o seu “Sim” a corredentora
na história da Salvação. E assim, o Verbo se fez Carne em seu seio, Jesus nasceu
como um homem e teve uma infância comum a todas as crianças: mamou em
Maria, brincou, cresceu, chorou, ajudou seu pai José na carpintaria. Maria foi
agraciada por Deus e é a bem aventurada entre todas as mulheres na terra e no
céu.
Deus totalmente condescendente Se fez pequeno e humano, mas sem pecado, só
para estar conosco e redimir toda a humanidade. Assim, temos um Deus miseri-
cordioso na pessoa de Jesus Cristo que viveu e viverá conosco, caminhando sem-
pre na nossa história pessoal e atemporal.
O Catecismo da Igreja católica elucida que, em hebraico, “Jesus” quer dizer:
“Deus salva”; foi como aconteceu na Anunciação, quando o anjo Gabriel alerta
Maria que seu filho se chamaria “Jesus”, nome que já exprimia a identidade e a
missão Dele aqui na terra. Na genealogia de Jesus a denominação “Cristo” vem
da tradução grega do termo hebraico “Messias”, que quer dizer “ungido” e que faz
parte do nome próprio de Jesus, que cumpre perfeitamente a missão divina. Em
Israel eram ungidos, em nome de Deus, somente aqueles que Lhe eram consagra-
dos para uma missão vinda Dele; eram os reis, os sacerdotes e, em raros casos, os
profetas.

4 - PARA PENSAR
Depois de termos ouvido e meditado a Palavra de Deus e estudado o texto sobre a
vinda de Jesus, reflita:
-Segundo o texto escrito pelo Evangelista Lucas, para quem Jesus nasceu?
-Para quê Jesus nasceu?
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5 - PARA VIVER:

Rezar com a família o Terço - os Mistérios Gozosos: 1º. O Anjo Anuncia a Maria, 2º.
Maria visita Izabel, 3º. Jesus nasce, 4º. Jesus é apresentado ao Templo e 5º. Jesus
entre os doutores no Templo.
- Sugestão de textos de aprofundamento para o catequizando conhecer mais
sobre o nascimento de Jesus.
Lc 1, 26-38: Anunciação à Virgem Maria.
Mt 1,18 ss: Anuncio a José.
Lc 1,39-56: Maria Visita sua prima Isabel.
Lc 2,1-7: Jesus nasce em Belém.
Lc 2, 8-21: Anúncio dos anjos e visita dos pastores.
Mt 2,1-12: Visita dos Reis Magos.
Lc 2, 21-39: Jesus apresentado no Templo.
Mt 2,13-23: Jesus, Maria e Jose fogem para Egito.
Lc 3, 23-38 e Mt1,1-17: Genealogia de JESUS
Lc 3, 41-52: Jesus entre os Doutores da Lei.

6 - ORAÇAO FINAL
Rezemos a oração do ângelus, lembrando o momento em que o Anjo Gabriel
anunciou à Maria o nascimento do Salvador.
Cateq.: O anjo do Senhor anunciou à Maria.

8ª CATEQUESE
A MENSAGEM DO REINO DE DEUS:
O MANDAMENTO DO AMOR

1 - CÂNTICO: Oração da Paz, São Francisco

2 - PROCLAMACÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Mt 22, 34-40 - Leitura Orante.
3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:
Jesus explicou a Pilatos: “o meu reino não é deste mundo” (Jo 18,36). O que
Pilatos, nem os judeus e fariseu conseguiram entender foi que a vinda de Jesus já
tinha inaugurado e estabelecido o Reino Deus aqui e para sempre. Depois de Seu
batismo, por João Batista que pregava a conversão, Jesus dá início à sua missão
de anunciar o Reino de Deus. Reino este que não era um reino de poder humano,
de coisas materiais e nem tão pouco como o povo judeu esperava: um “rei podero-
so” envolvido de regalias, como já era de costume ver as sucessões cheias de
sinais de nobreza. Por isso, tanto os judeus como os fariseus nunca aceitaram a
ideia de ter um rei nascido em uma manjedoura e procedente da pequenina cida-
de de Belém. E nem tão pouco todos imaginavam que “esse reino” viesse do céu e
que seu governo com suas leis, seu modo de vida, eram diferentes na maneira de
ver e adorar a Deus.
Junto ao mar da Galileia, Jesus viu pescadores e os chamou para serem os seus
primeiros discípulos: 'Vinde e vos farei pescadores de homens' (Mt 4,19). Mas,
outros seguidores também deixavam tudo para trás, comprometendo-se na
formação do Reino com o Mestre Jesus, que fazia tudo conforme a vontade de
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

Deus Pai. E assim Jesus percorreu toda a Galileia e muitos outros lugares; foi ao
encontro das pessoas, “ensinando nas sinagogas, pregando a Boa Nova do Reino,
curando todo tipo de doenças e libertando as pessoas da escravidão” (Mt 4,23).
Com a vinda de Jesus, o seu reinado testemunha que a maneira de ganhar a glória
é servir o próximo, essa foi a grande novidade. Jesus falava e realizava ações com
amor e para o amor do Pai que atingia diretamente os corações e as suas necessi-
dades mais profundas. Seus ensinamentos eram direcionados preferencialmente
para aqueles que eram marginalizados e excluídos pela sociedade opressora da
época e ainda nos dias de hoje. Nas bem-aventuranças, Jesus declara “Bem aven-
turados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5,3).
Ainda acrescenta: “porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes
de beber; era peregrino e me acolhestes” (Mt 25,35).
Em seus ensinamentos, Jesus afirmava que não veio para abolir a Lei, mas par a
dar vida à Lei, dar um verdadeiro sentido à vivência da Lei. “Novo mandamento
vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei (...). Nisto, conhecerão
todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13,34-35;
15, 12-17). Porém, Jesus nunca impôs o Reino de Deus a ninguém, mas demons-
trou o Seu amor em atitudes, dando ênfase no acolhimento aos pequenos, aos
pobres, aos excluídos tais como: os gentios, as mulheres e outros pecadores no
ponto de vista dos fariseus.
O Reino de Deus é o centro da pregação de Jesus (Mc 1.15; Mt 4, 23; Lc 4, 43).
Ofilho de Deus vem para anunciar e realizar o Reino.
4 - PARA PENSAR:
-Como o mundo compreende o amor nos dias atuais?
-Vivemos o Reino de Deus que já está entre nós?
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5 - VIVER A PALAVRA:
- Na prática dos mandamentos é que são conhecidos os discípulos de Jesus e a
vivência do Reino, que não é um Reino de poder, e sim, de amor, obediência e
temor a Deus, de partilha, justiça e perdão...
- Leia Mt 25, 34-36 e escolha uma ação para pôr em prática durante a semana e
partilhe com o grupo na próxima catequese.

6 - ORAÇÃO FINAL:
Podem ser rezadas preces espontâneas agradecendo a Deus por nos ter enviado
Jesus, Nosso Senhor, perfeita face do amor do Pai.
Cateq.: Que o Senhor seja a vossa força e a vossa luz. Ide em paz e que o Senhor
vos acompanhe.
Todos: Amém
Cateq.: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo...
Todos: Para sempre seja louvado!
Cateq.: Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

9ª CATEQUESE
JESUS NOS REVELA O PAI

1 - CÂNTICO:
De acordo com o tema.

2 - PROCLAMACÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Jo 14, 6-11 - Leitura Orante.

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:
Ao longo da história, o homem tem em mente numerosas interrogações sobre o
seu relacionamento com Deus, a ponto de duvidar da Sua condescendência aos
pequenos e aos pecadores. Essas inquietações são respondidas ao longo do
tempo nas manifestações do amor de Deus aos homens, num diálogo amoroso
que só o coração do homem pode responder, conforme Jo 3, 16: “Deus tanto amou
o mundo que enviou seu Filho único”. E, segundo a carta aos Filipenses, o Filho de
Deus não se prevaleceu de sua condição divina, mas “esvaziou-se a si mesmo,
vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens” e se fez obediente até
morte e morte de cruz (Fl. 2,6-8); para nos salvar igualou-se a nós, exceto no
pecado. Mostra-nos que Deus é bom, que Deus é amor, é “Pai”, é misericórdia. Não
acreditamos apenas em Jesus Cristo, mas no Deus revelado e seguido por Jesus.
Cremos, adoramos e seguimos o Deus de amor que foi revelado por Jesus e deve-
mos procurar fazer o mesmo caminho dEle. Jesus foi norteando sua vida a partir
da intimidade com o Pai, através de uma comunhão profunda com Ele e os irmãos,
principalmente os excluídos.

“Deus vai se revelando sutilmente ao olhar do homem, mas Se revela em plenitu-


de através do Seu Filho Jesus. O próprio discípulo Dele, Filipe, que caminhava com
o Mestre num aprendizado de amor, não conseguiu ter o discernimento que Deus
estava presente ali. Pede a Jesus para mostrar-lhe Deus. Jesus chama a sua aten-
ção: “Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste?”.

São Paulo, na sua carta aos Colossenses, diz: “Cristo é a imagem do Deus invisí-
vel”, um Deus que se torna acessível através de Jesus, o Filho que se encarnou no
mundo e na história. A encarnação de Jesus confirma a dimensão real e palpável
da revelação de Deus. Ele ensinou com palavras, mas a revelação realiza-se nEle
principalmente através de sua prática libertadora (Lc4,18), pela sua morte e
ressurreição: prenúncios da copiosa redenção para a humanidade. Jesus após sua
ressurreição mostra que não caminhamos sozinhos, sem o Seu amor. Na expe-
riência que tiveram os discípulos a caminho de Emaús, meio desanimados, Jesus
entra na conversa, entretanto os discípulos, ainda fechados na realidade cotidia-
na, não percebem a presença do Mestre entre eles durante algum tempo. Mas
quando O reconhecem pedem “fica conosco Senhor” (Lc24,13-35), e Ele perma-
nece com sua presença viva na Eucaristia, doando-se por todos nós e por puro
amor ao Pai.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

4 - PARA PENSAR:
Releia os textos bíblicos citados na catequese de hoje: Jo 14,6-11; Fl 2,6-8; Col
1,15a e responda:
1 – O que as leituras nos ensinaram sobre Deus e sobre Jesus?
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5 - VIVER A PALAVRA:
Numa de suas canções o Padre Zezinho assim escreveu: “Amar como Jesus amou,
sonhar como Jesus sonhou, pensar como Jesus pensou, viver como Jesus viveu.
Sentir o que Jesus sentia...”. Procure traduzir e colocar em prática os sentimentos
de Jesus nos ambientes em que você convive: família, trabalho, lazer...

6 - ORAÇÃO FINAL:
Todos:Senhor Jesus Cristo, que nos revelastes o amor do Pai, escutai as nossas
súplicas que enriqueceis com a vossa graça e guardai-nos com a vossa contínua
proteção, no conhecimento de tuas verdades, na fé, na caridade e perseverança,
na esperança do vosso Reino. Amém!
Cateq.: Que o Senhor seja a vossa força e a vossa luz. Ide em paz e que o Senhor
vos acompanhe.
Todos: Amém
Cateq.: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo...
Todos: Para sempre seja louvado!
Cateq.: Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém!

10 CATEQUESE
DISCIPULADO E O SEGUIMENTO DE JESUS

1 - CÂNTICO:
A barca (Pe. Zezinho)

2 - PROCLAMACÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Mc 1, 16-20 - Leitura Orante

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:

Jesus, ao iniciar sua caminhada para anunciar a Boa Nova, convidou doze homens
pessoalmente para segui-Lo e os instruiu tornando-os seus discípulos. Eles aten-
deram esse chamado de forma radical, deixaram tudo e foram servi-Lo, testemu-
nhá-Lo na implantação do Novo Reino no qual imperava como lei maior o manda-
mento do amor. Amor este que atraía multidões para estar junto ao Mestre, num

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

reino sem localização geográfica, sem palácio; apenas um “reino caminhante”


que ia ao encontro daqueles que sofriam. Desta forma, Jesus com seus discípulos,
“desenhava” na mente e nos corações das pessoas o rosto de um Deus amoroso e
misericordioso que acolhia a todos.
A transformação que aconteceu na vida dos primeiros discípulos quando encon-
traram Jesus e aceitaram seu convite para segui-lo continua acontecendo hoje.
Neste encontro com Jesus acontece o nascimento de um novo sujeito a quem
chamamos discípulo, como Dom Geraldo define em sua homilia: “Não se começa a
ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas através do encontro
com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com
isso, uma orientação decisiva” (CNBB, doc. 87, 61, 2008). Esta Pessoa é Jesus, e
ao atender seu chamado, o discípulo se conscientiza da fidelidade do Seu amor. É
então despertado para uma nova realidade: sua nova caminhada de fé, junto ao
Mestre. Ao iniciar o discipulado, o “sim” dado a Jesus é comprometedor. É uma
resposta de amor e de entrega a quem amou primeiro 'até o extremo' (cf. Jo
13,1). E é no seguimento que a resposta do discípulo amadurece e se fortalece no
amor de Jesus, ao ponto de entregar a sua vida totalmente à vontade de Deus: 'Te
seguirei por onde quer que vás' (Lc 9,57), (DA136).
“Com a parábola da Videira e dos ramos (cf. Jo 15,1-8), Jesus revela o tipo de
vínculo que Ele oferece e que espera dos seus. Não quer um vínculo como “servos”
(cf. Jo 8, 33-36), porque “o servo não conhece o que faz seu senhor” (Jo 15,15). O
servo não tem entrada na casa de seu amo, muito menos em sua vida. Jesus quer
que seu discípulo se vincule a Ele como “amigo” e como “irmão”. O “amigo” ingres-
sa em sua Vida, fazendo-a própria. O amigo escuta Jesus, conhece o Pai e faz fluir
sua Vida (Jesus Cristo) na própria existência (cf. Jo 15,14), marcando o relaciona-
mento com todos (cf. Jo 15,12). O “irmão” de Jesus (cf. Jo 20,17) participa da vida
do Ressuscitado, Filho do Pai celestial, porque Jesus e seu discípulo compartilham
a mesma vida que procede do Pai: Jesus, por natureza (cf. Jo 5,26; 10,30) e o
discípulo, por participação (cf. Jo 10,10). A consequência imediata deste tipo de
vínculo é a condição de irmãos que os membros de sua comunidade adquirem.
Jesus faz dos discípulos seus familiares, porque compartilha com eles a mesma
vida que procede do Pai e lhes pede, como discípulos, uma união íntima com Ele,
obediência à Palavra do Pai, para produzir frutos de amor em abundância. Dessa
forma o testemunho de São João no prólogo de seu Evangelho: “A todos aqueles
que creem em seu nome, deu-lhes a capacidade para serem filhos de Deus”, e são
filhos de Deus que “não nascem por via de geração humana, nem porque o
homem o deseje, mas sim nascem de Deus” (Jo 1,12-13), (DA 132 e 133).
Enquanto discípulos de Jesus Cristo, somos chamados a intensificar nossa respos-
ta de fé e a anunciar a todos, em todos os momentos da vida, com palavras e
testemunho fiel, que Cristo redimiu todos os pecados e males da humanidade.
Como colaboradores do mestre “No seguimento de Jesus Cristo, aprendemos e
praticamos as bem-aventuranças do Reino, o estilo de vida do próprio Jesus: seu
amor e obediência filial ao Pai, sua compaixão entranhável frente à dor humana,
sua proximidade aos pobres e aos pequenos, sua fidelidade à missão encomenda-
da, seu amor serviçal até a doação de sua vida” (DA 139) e, contemplando Jesus e
conhecendo tudo o que Ele foi e fez, entendemos o que devemos ser e fazer. O
discípulo deve identificar-se com Jesus Cristo e também compartilhar seu destino:
“Onde eu estiver, aí estará também o meu servo” (Jo 12,26), (DA 140).
Exemplo perfeito de discípula foi Maria. Ela, através de uma fé radical, aceitou a
proposta de Deus e tornou-se a mãe de Jesus. Foi a primeira discípula missionária

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

que se fez “colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos. Sua figura de


mulher forte, emerge do Evangelho conscientemente orientada para o verdadeiro
seguimento de Cristo. Ela viveu completamente toda a peregrinação da fé como
mãe de Cristo e depois dos discípulos” (Doc. Ap. 266). Por sua fé, Maria chega a
ser o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo. (...) ela cooperou
com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a
identifica profundamente. O “sim” que brotou de Maria foi um dos eventos funda-
mentais da Igreja. Ela é a grande missionária, continuadora da missão de seu
Filho e formadora de missionários, pois ensina o primado da escuta da Palavra na
vida do discípulo missionário. A Palavra de Deus se revela a ela. O Papa Bento XVI
ensinou: 'Permaneçam na escola de Maria. Inspirem-se em seus ensinamentos.
Procurem acolher e guardar dentro do coração as luzes que ela, por mandato
divino, envia a vocês a partir do alto' (DA 284, 285, 286, 287, 288). Como em
Maria, essa fé radical também moveu os nossos Santos que já estão nos altares. O
encontro com Jesus, dessa forma, também acontece aqui e agora com os fiéis que
estão a caminho da santidade. É um convite e oportunidade que o Mestre, em seu
amor, dá a todos os seus discípulos: sermos colaboradores na sua missão de
salvação do mundo.

4 - PARA PENSAR:
No nosso encontro duas palavras aparecem fortes: DISCIPULADO E SEGUIMENTO
– Releia o texto bíblico que ilumina o nosso encontro e o aprofundamento e procu-
re definir essas duas palavras:
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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Jesus atrai, entusiasma, mas exige compromisso, ruptura, conversão. Você está
disposto a fazer essa experiência?

5 - VIVER A PALAVRA:
Examine-se, olhe para dentro de você e descubra o que você tem que mudar,
converter, para que livre do todas as amarras possa seguir Jesus, ser um discípulo
dEle.

6 - ORAÇÃO FINAL
Cateq.: “Jesus, Mestre Divino, que chamastes os Apóstolos a vos seguirem,
continuai a passar pelos nossos caminhos, pelas nossas famílias, pelas nossas
escolas e continuai a repetir o convite a muitos de nossos jovens.
Dai coragem às pessoas convidadas. Dai força para que vos sejam fiéis como
apóstolos leigos, como sacerdotes, como religiosos e religiosas, para o bem do
povo de Deus e de toda humanidade”. Amém! (Paulo VI).

Cateq.: Que o Senhor seja a vossa força e a vossa luz. Ide em paz e que o Senhor
vos acompanhe.
Todos: Amém
Cateq.: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo...
Todos: Para sempre seja louvado!
Cateq.: Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém!

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

11ª CATEQUESE:
Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo

1 - CÂNTICO: Um certo Galileu.(Pe. Zezinho)

2 - PROCLAMACÃO DA PALAVRA
Jo 16, 25-33; 17, 1-3 - Leitura Orante

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA

Ensinam-nos as Sagradas Escrituras que no tempo estabelecido por Deus, o Filho


Unigênito do Pai, o Verbo Divino, encarnou. Sem perder a natureza divina, assu-
miu a natureza humana. Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e sua
encarnação é, portanto, o mistério da união admirável da natureza divina e da
natureza humana, na única Pessoa do Verbo. Assim, toda a vida de Cristo é reve-
lação do Pai, é mistério de redenção (cruz) e é mistério de recapitulação (liberta-
ção do homem do pecado e da morte). Tudo o que Jesus fez, disse e sofreu tinha
como objetivo restabelecer o homem decaído à sua vocação originária de viver em
harmonia com o Criador e todas as criaturas; o projeto amoroso do Reino de Deus.
Depois de ser batizado por João no Rio Jordão, Jesus iniciou sua vida pública e
anunciava que o Reino de Deus havia chegado. Ele ensinava que o Reino é dos
pobres e pequenos, quer dizer, dos que O acolhem com um coração humilde.
Jesus foi enviado para trazer a Boa-Nova aos pobres (Lc 4, 18). Assim, partilhou a
vida dos pobres, desde o presépio até à cruz: soube o que é sofrer a fome, a sede,
a indigência e a injustiça. Assumindo em seu nascimento a nossa humanidade,
experimentou todas as dores e angústias dos homens e viveu plenamente a vida
humana, menos no pecado. Mais ainda: identificou-se com todas as formas de
pobreza, e fez do amor preferencial e ativo para com eles a condição de se entrar
no seu Reino (CIC 279).

Em sua vida pública Jesus acolheu, curou e reintegrou ao convívio os que eram
escravizados e discriminados pela lei; pessoas que não tinham reconhecidas sua
dignidade humana ou cidadã. As autoridades religiosas dos judeus reunia o povo
nas sinagogas e, com pretensão de organizar o povo, ensinava a tradição dos
antigos. Porém, em vez de revelar a verdadeira face do Pai, escravizava o povo
com normas e obrigações absurdas e sem sentido, que condenavam os pobres,
pois eles não conseguiam observar tanta prescrição. Jesus colocou-se do lado
daqueles que eram excluídos do sistema (político, econômico e religioso) –
pobres, prostitutas, publicanos, leprosos, doentes, crianças, viúvas, órfãos,
samaritanos, possessos, estrangeiros, mendigos, pescadores, mulheres, cobra-
dores de impostos, e tantos outros marginalizados. A todos acolhe, propõe o
Reino de Deus, a conversão do coração e a mudança de vida. Quem não tem lugar
no convívio social, passa a ter lugar na convivência com Jesus que lhes transforma
a vida.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

Com suas palavras e atitudes Jesus ensinava e praticava a abertura para com
todos: igualdade no relacionamento humano, ternura para com as crianças e os
doentes, abnegação em relação aos bens materiais, partilha, serviço, misericór-
dia, perdão, conversão, humildade, acolhida, amor ao templo, enfim.
Questionava veementemente e repreendia toda ganância, hipocrisia, exploração,
falsidade, dominação e o acúmulo de riqueza injusta. Denunciava o uso do nome
de Deus pelas autoridades religiosas para excluir, explorar e escravizar o povo.
O Filho de Deus foi esperado pelo povo judeu como Messias - um rei guerreiro e
poderoso - que se encaixasse em suas próprias expectativas; mas veio como um
Messias Servo. Ele mesmo ensinou aos discípulos desde o início que, no Reino de
Deus, toda vida tem de ser colocada a serviço – especialmente dos pobres, dos
que mais sofrem. Contrariou assim o ideal que os próprios discípulos tinham do
Messias, querendo que Jesus se convertesse a eles e não o contrário. Jesus porém
foi fiel ao Pai e ficou do lado dos pequenos. Com estas atitudes foi acendendo uma
luz na escuridão da mente dos discípulos: não haveria reino de amor e justiça, não
haveria Messias, se não houvesse a cruz. E a figura do Rei foi substituída pela do
Servo que entrou em Jerusalém montado em um jumentinho.
Jesus sabia que sua opção pelos pequenos iria incomodar os grandes e que eles
iriam querer matá-lo, mas não voltou atrás. Suas posturas e ideias entraram em
choque com os que preferiam o privilégio e a dominação – por isso sofreu e foi
maltratado – foi condenado e morto. Aquele mundo, mergulhado no pecado, não
podia suportar Jesus: o mundo do fanatismo religioso (Mc 2, 27), da sede de
poder (Jo 11, 47-48), da ambição (Mt 23, 6-7), da violência (Mc 15, 7), da hipocri-
sia (Lc 11, 46), e de tantos outros graves pecados religiosos, morais e sociais. Mas
Ele viera para cumprir uma missão e dela não se desviou em nenhum momento,
mesmo diante da perseguição, das calúnias, da violência e, por fim, da morte que
teve de enfrentar. Firme em seus propósitos, entrou em Jerusalém pronto para o
que lá iria acontecer. Já tinha anunciado mais de uma vez aos discípulos sua pai-
xão e ressurreição. E ao dirigir-se para Jerusalém, declara: “não convém que um
profeta morra fora de Jerusalém” Lc 13, 33, (cf. CIC 557).
É claro, as autoridades queriam matá-lo. Como Jesus rompeu com toda forma de
poder escravizante, tornou-se um homem perigoso. Os grandes sentiam sua
autoridade ameaçada por Jesus. Ele, com suas palavras e gestos, encheu o cora-
ção das pessoas de paz, amor, esperança e sede de justiça. Condenou os atos de
dominação política, econômica, intelectual e religiosa e plantou no coração e nas
mentes do povo ideias e ideais de liberdade e igualdade. Então, em nome da
tradição dos antigos, das normas e das leis, num julgamento injusto e desumano,
prenderam, condenaram e mataram Jesus numa cruz. Acusação: ser ele o Rei dos
Judeus, contra o imperador romano. A morte de Jesus foi sendo preparada ao
longo de toda a sua vida. Foi um assassinato religioso-político, abuso da justiça.
Foi condenado como subversivo aquele que só amou e ensinou a amar. Sua
Paixão tornou-se o sacrifício que o Filho de Deus feito homem ofereceu, “uma vez
por todas” (Hb 7,27), pela salvação da humanidade. E Jesus preferiu morrer
livremente a renunciar sua missão de salvação. Ele era, afinal, o enviado do Pai
Misericordioso, mas o mundo não O reconheceu assim.
A cruz hoje tem para o mundo o sentido do mistério e da dignidade de um amor
que foi levado às últimas consequências – a entrega e o sacrifício de Cristo –
porém, na época em que Jesus foi morto significava a condenação mais violenta e
injuriosa, destinada aos piores malfeitores. Não bastou a condenação à morte,
Jesus morreu como um pobre, um delinquente; como o mais miserável dos
homens. Morreu clamando pela misericórdia do Pai pois sabia que Deus escuta o
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clamor dos pobres. Porém, mesmo na dor e imensa agonia, Jesus pede ao Pai que
seja feita a vontade de Deus e não a sua. E aquele que não teve casa para nascer,
também não teve um túmulo ao morrer. Nasceu num estábulo, num “berço” que
não era seu e, ao morrer, foi sepultado em um túmulo emprestado. Porém Deus,
em seu imenso amor paternal, escuta e exalta seu Filho: a ressurreição é a res-
posta de amor do Pai à fidelidade de Jesus. Eis a grandeza do Mistério Pascal.
Deus não planejou nem desejou a cruz. Ele não ama o sofrimento. Ela foi antes um
grande gesto de ingratidão e injustiça por parte dos homens. Jesus Cristo não a
desejou, mas também não fugiu dela. Ele a vivenciou como prova de amor e
determinação; entregou-se livremente, pois nem mesmo a morte O afastou da
missão de salvar a humanidade. Existe Cruz porque existe o pecado. Mas, sobre-
tudo, existe cruz porque existe amor. Ela é fruto do amor de Deus diante do peca-
do dos homens, e tornou-se prova da misericórdia de nosso Deus; do seu amor à
justiça; da remissão dos pecados; sinal de salvação; da opção preferencial de
Deus pelos pobres; do sacrifício pleno e definitivo; da libertação total do homem;
vitória da vida sobre a morte, pois, após a cruz, veio a ressurreição. A Paixão de
Jesus existe em função da sua ressurreição.
A morte de Jesus não teria valor se não precedesse a Ressurreição. “E, se Cristo
não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E, se Cristo
não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E
também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só
nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo
ressuscitou dentre os mortos. Porque assim como a morte veio por um homem,
também a ressurreição dos mortos veio por um homem”. (Cor 15,14.17-
19.20ª.21).
A grande pedra rolada, o sepulcro aberto e vazio, a mensagem do anjo, as apari-
ções e os sinais e gestos do ressuscitado confirmaram o que Jesus lhes tinha dito
antes aos discípulos: “Mas, depois de ressuscitar, eu irei à frente de vocês para a
Galileia” (Mc 14,28). O medo das mulheres que foram no domingo de manhã
visitar o sepulcro deu lugar à alegria e elas foram correndo contar aos apóstolos.
Jesus havia ressuscitado! Vitória triunfal da vida sobre a morte! E sua
Ressurreição é verdadeiramente o maior dos alicerces da nossa fé.
A Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão de Cristo, constituem o Mistério Pascal.
“O Mistério Pascal da Cruz e Ressurreição de Cristo está no centro da Boa Nova que
os Apóstolos, e depois deles a Igreja, devem anunciar ao mundo. O desígnio
salvífico de Deus cumpriu-se “uma vez por todas” (Hb.9,26), pela morte redento-
ra de seu Filho Jesus Cristo” (CIC nº 571). O acontecimento celebrado na Páscoa
Judaica, isto é, a libertação do povo israelita da escravidão do Egito, é a antecipa-
ção da completa libertação conquistada por Cristo para a raça humana. Assim, o
Mistério Pascal é o Mistério central da fé Cristã, celebrado no Tríduo da Páscoa com
uma solenidade única e sublime. Foi deste Mistério que nasceu a Igreja e, com ela,
a vida sacramental. E “Jesus Cristo, cabeça da Igreja, precede-nos no Reino glori-
oso do Pai, para que nós, membros do seu corpo, vivamos na esperança de estar-
mos um dia eternamente com Ele. E tendo entrado, uma vez por todas, no santuá-
rio dos céus, intercede incessantemente por nós, como mediador que nos garante
permanentemente a efusão do Espírito Santo. (CIC 666 e 667)
Ressuscitado, Cristo ordenou aos então seus discípulos e a nós, seus discípulos
hoje: “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, vão e façam
com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai,
e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a
vocês.Eis que eu estarei com vocês todos os dias,até o fim do mundo”(Mt 28,18-20).
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

Todo o texto do encontro de hoje está fundamentado no Catecismo da Igreja


Católica, nº 422 ao 655.

4 - PARA PENSAR:
Deus nos deu seu Filho único, que teve por missão: fazer o Pai conhecido e amado
por todos, para que todos tivessem a vida eterna. Jesus, por amor aos homens e
por obediência ao Pai, dá sua vida na cruz. Deus Pai ressuscita Jesus. Ele é o Deus
da vida. Responda:
- O que é ressurreição?
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- Você seria capaz de dar a sua vida para salvar alguém?


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5 - VIVER A PALAVRA:
Valorize sua vida ela é preciosa, é dom de Deus.
Fale com alguém sobre a ressurreição de Jesus.
Veja na sua vida em quê você precisa ressuscitar, respondendo:
- Como vivo ressuscitado com Jesus no dia a dia?
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6 - ORAÇÃO FINAL:
Rezar juntos a Oração do Credo

Cateq.: Senhor Jesus Cristo Ressuscitado, seja companheiro de jornada destes


nossos catequizandos nos caminhos da vida. Aumente e alimente neles a fé e a
coragem de testemunhar-te ao mundo. Acenda em seus corações o desejo de
conhecer e proclamar Tua Palavra e ajudar a construir teu reino de amor.

Cateq.: Que o Senhor seja a vossa força e a vossa luz. Ide em paz e que o Senhor
vos acompanhe.
Todos: Amém
Cateq.: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo...
Todos: Para sempre seja louvado!
Cateq.: Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém!

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12ª CATEQUESE:
ESPÍRITO SANTO (CREIO NO ESPÍRITO SANTO)

1 - CÂNTICO:
Um mantra: “Ó luz do Senhor que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece
em nós” (4x).

2 - PRCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


At 2,1-13 - Leitura Orante
Cantar celebrando a Palavra ouvida:
Vem (3x) Vem Espírito Santo de Amor. Vem a nós, traz à Igreja um novo vigor!

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:

Sabemos que a Fé Cristã que professamos é a fé Trinitária: Deus Pai Criador, Deus
Filho Redentor e Deus Espírito Santo santificador. Nesta catequese de hoje iremos
conhecer um pouco mais sobre a terceira pessoa da Santíssima Trindade, o
Espírito Santo. Muito mais que um conhecimento com a nossa razão o que quere-
mos neste encontro é deixar que o Espírito Santo ilumine o nosso coração, a nossa
mente e todo o nosso ser. Pois é ele quem nos fortalece para bem vivermos os
nossos propósitos.
Foi o Espírito Santo quem despertou você e te conduziu até aqui, talvez o bom
testemunho de alguém ou alguma necessidade pessoal tua, pode até ter contribu-
ído, mas sem a ação do Espírito Santo, que te anima e te da força, você não teria
chegado até aqui.
É Jesus que nos revela que enviará o Espírito Santo Paráclito (Defensor), o espírito
que está junto a Ele e o Pai para fortalecer e consolar a todos (Jo16,13). O Espírito
Santo em ação desde a criação e presente em todo o decorrer da história, nos
santos e profetas, agora presente nos discípulos a fim de ensiná-los e conduzi-los
à verdade. É este Espírito Santo que está desde o início dos tempos junto do Pai e
do Filho e que continuará presente na Igreja nascente, até os dias de hoje e eter-
namente.
Para compreendermos o Espírito Santo è necessário que nos aproximemos e
cultivemos um relacionamento de intimidade com Deus Pai criador e o Deus Filho
Redentor. Pois só poderemos falar do Espírito Santo enquanto relação de amor
entre as pessoas Divinas. O Catecismo da Igreja Católico (cf. CIC, 241) nos diz: É
por isso que os apóstolos confessam Jesus como “o Verbo” que “no início estava
junto de Deus” e que “é Deus” (Jo1,1) como a imagem do Deus invisível (Cl. 1,15),
como o resplendor de sua glória e a expressão do seu ser” (Hb. 1,3).
É importante destacarmos que é a partir do ano 381, com o Concílio Ecuménico de
Constantinopla, que a Igreja professa a Fé no Espirito Santo: “Cremos no Espírito
Santo, que é Senhor e que dá a vida; Ele procede do Pai”. Com isso a Igreja reco-
nhece o Pai como fonte e origem de toda a divindade. Mas a origem eterna do
Espírito não deixa de estar vinculada à do Filho. O Espírito Santo, que é a Terceira
Pessoa da Trindade, é Deus, Uno e igual ao Pai e ao Filho, da mesma substância e
também da mesma natureza. E portanto recebe a mesma adoração e a mesma
glória (cf. CIC 245).

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

Na leitura bíblica que ilumina o nosso encontro de hoje, vemos que após sua morte
e ressurreição, Jesus envia o Espírito Santo aos apóstolos que estavam no templo,
provavelmente com medo e sem saber ao certo o que iria acontecer. È o Espirito
Santo quem os impulsiona, a partir de então, a continuar a missão de Jesus de
anunciar o reino de Deus em todos os lugares do mundo. Portanto, é o Espírito
Santo quem dá ânimo e impulso para saírem em missão e enfrentar os medos e
inseguranças. É o mesmo Espírito que continua a impulsionar a Igreja até hoje,
até aqui e neste momento onde você está. As falhas e limites humanos não impe-
dem a ação do espírito Santo, podemos perceber isso com clareza em nossa
Igreja.

OBS: Cada catequizando pode expressar com uma palavra o que foi mais marcan-
te nesta catequese. O que lhe chamou a atenção.

4 - PARA PENSAR:
Podemos ver no texto bíblico que proclamamos que as comunidades cristãs já
haviam se espalhado por todas as regiões mencionadas.
Lucas, o autor do Ato dos Apóstolos, quer mostrar que é o Espírito Santo que faz os
discípulos lembrar, compreender e continuar testemunhando Jesus.
Leia: Jo14, 26 e 16,12-15 e pense no que nos ensina esses textos; compare-os
com At 2,1-13. Faça um registro do que você descobriu.
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5 - VIVER A PALAVRA:
Durante esta semana, reserve um tempo do seu dia para meditar o tema do
encontro e rezar a oração a baixo:

6 - ORAÇÃO E BÊNÇÃO FINAL:


Todos: Senhor, conduzido pelo Espírito Santo ensina-me a reconhecê-lo nas
pequenas coisas deste mundo, no encontro com os nossos semelhantes, e em
especial naqueles que não contam com ninguém. Amém!
- (Olhe, observe as pessoas, procure ver nelas a imagem de Jesus, amá-las e
aceitá-las como são).

Oremos: “Infundi Senhor, como Vos pedimos, a Vossa graça nas nossas almas,
para que nós, que pela Anunciação do Anjo conhecemos a Encarnação de Cristo,
Vosso Filho, pela sua Paixão e Morte na Cruz sejamos conduzidos à glória da res-
surreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo.”
Todos: Amém.

Cateq.: Que o Senhor seja a vossa força e a vossa luz.


Ide em paz e que Ele sempre vos acompanhe.
Todos: Graças a Deus! Amém

Cântico final: (Gloria eterna).


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13ª CATEQUESE
SANTÍSSIMA TRINDADE

1 - CÂNTICO: Ó Trindade vos Louvamos

2 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Mt 3, 13-17 - Leitura Orante

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:

SANTÍSSIMA TRINDADE

“O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o


mistério de Deus em si mesmo. E, portanto, a fonte de todos os outros mistérios
da fé e a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na
«hierarquia das verdades da fé»”. “Toda a História da Salvação não é senão a
história do caminho e dos meios pelos quais o Deus verdadeiro e único, Pai, Filho e
Espírito Santo, se revela, reconcilia consigo e une a si os homens que se afastam
do pecado” (CIC 234). Só Deus pode se dar a conhecer e Ele revelou-se no
Mistério da Salvação como Pai, Filho e Espírito Santo. O Mistério central da Fé
cristã é o de que há um só Deus, com a mesma natureza; único, mas em três
pessoas distintas.
Deus revelou-se muitas vezes e de muitas formas ao povo do Antigo Testamento,
porém, nunca se apresentou como uma “Trindade”. Entretanto, a existência da
trindade já havia sido evidenciada desde o texto da narrativa da criação, assim
como, ao longo da história do povo de Israel, em muitas outras passagens do
Antigo Testamento. Na verdade, quem revela plenamente a Trindade é o próprio
Jesus, em seus ensinamentos e ações. No Novo testamento a Trindade é perfeita-
mente identificada e pode ser facilmente formulada por inúmeras passagens. A
existência do Espírito Santo e sua ação na obra da salvação é afirmada por Jesus
quando ensina aos discípulos, “Mas quando vier o Consolador, que vos hei de
enviar da parte do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, Ele dará teste-
munho de Mim. (Jo 15,26). Ou ainda “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas
não sois capazes de as compreender por agora. Quando Ele vier, o Espírito da
Verdade, há de guiar-vos para a Verdade completa. Ele não falará por si próprio,
mas há de dar-vos a conhecer quanto ouvir e anunciar-vos o que há de vir” (Jo 16,
12-13). No Batismo de Jesus (Mt 3, 16 - 17).
“Antes da sua Páscoa, Jesus anuncia o envio de um «outro Paráclito» (Defensor),
o Espírito Santo. Agindo desde a criação e tendo outrora «falado pelos profetas»,
o Espírito Santo estará agora junto dos discípulos, e neles, para os ensinar e os
guiar «para a verdade total» (Jo 16, 13). E assim, o Espírito Santo é revelado
como uma outra pessoa divina, em relação a Jesus e ao Pai.” – CIC 243. “Os cris-
tãos são batizados «em nome» do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e não «nos
nomes» deles porque não há senão um só Deus – o Pai Onipotente, o Seu Filho
Unigénito e o Espírito Santo: a Santíssima Trindade” (CIC 233).
“A Santíssima Trindade é um Dogma, isto é, uma verdade de fé, como afirma o
Catecismo da Igreja Católica: A Trindade é una. São três pessoas, mas uma só
natureza. Cada uma das três pessoas faz parte da pessoa una e inteira de Deus,
na substância, na essência e natureza divina (CIC 253). Apesar de ser um só
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Deus, pessoa una, estas pessoas são distintas entre si (Deus é único, mas não é
solitário), pois “aquilo que é o Filho não é o Pai e aquilo que é o Pai não é o Filho,
nem o Espírito Santo é o que é o Pai e o Filho. São distintos entre si por suas rela-
ções de origem: “É o Pai que gera, o Filho que é gerado, o Espírito Santo que pro-
cede”. A Unidade divina é Trina” (CIC 254) e as três pessoas divinas são relativas
umas às outras e entre estas pessoas não há oposição de relação. “Por causa
desta unidade, o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o
Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo, todo
inteiro no Pai, todo inteiro no Filho” (CIC 256). Assim, a vida íntima de um Deus
Trino é a vida de pura inter-relação mútua de conhecimento e de amor.
“A origem eterna do Espírito revela-se na sua missão temporal. O Espírito Santo é
enviado aos Apóstolos e à Igreja, tanto pelo Pai, em nome do Filho, como pessoal-
mente pelo Filho, depois do seu regresso ao Pai. O envio da pessoa do Espírito,
após a glorificação de Jesus revela em plenitude o mistério da Santíssima
Trindade” – (CIC 244).
Vimos que o Pai é Revelado pelo Filho. Vimos também que O Pai e o Filho são
revelados pelo Espírito: é a Trindade que se revela enquanto comunidade de amor.
Para além do fato de crermos em Deus, cremos em Deus que é Pai. E se Deus é Pai,
logicamente, tem um Filho. Contudo, a fé da Igreja vai ainda mais além: Cremos
num Deus que é Pai que é Filho e que é Espírito Santo. Portanto, crer em Deus Pai
implica em acolher a revelação de Deus Trindade. Assim, ao Pai atribui-se a cria-
ção; ao Filho atribui-se a Redenção e ao Espírito Santo atribui-se a Santificação.
Assim sendo, a comunhão com a Santíssima Trindade é a meta da fé e da vida
cristã. E nós, cristãos, “Pela graça do Batismo “em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo” (M 28,19) somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima
Trindade, aqui na terra, na obscuridade da fé, e para além da morte, na luz eterna”
(CIC 265). E também convocados por este mesmo Cristo que nos diz: “Portanto
ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho,
e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos sécu-
los” (Mt 28, 19-20).

4 - PARA PENSAR:
No trecho lido em nossa Catequese (Mt 3,13-17) o escritor sagrado faz menção à
Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, unidos para que a justiça
seja cumprida.
Medite durante a semana o texto que iluminou a nossa Catequese.
5 - VIVER A PALAVRA:
Rezar durante a semana a Oração do Espírito Santo.
Falar com um amigo sobre seus sentimentos ao ler (Mt 3, 13-17).
Seja também um Filho amado de Deus no seu dia a dia, colocando em prática tudo
aquilo que Ele revela a você nos encontros de catequese.
6 - ORAÇÃO E BÊNÇÃO FINAL:
ORAÇÃO: Que o Senhor abra vosso coração à Sua Palavra. Que ela seja para vós
Caminho, Verdade e Vida. Que a luz possa dar sentido e rumo para vossa vida; que
nela vós encontreis coragem, esperança e, principalmente, aprendais a amar.
Aumentai a fé desses vossos filhos, para que vivais mais intensamente a vida, que
consiste em vos conhecer e a vosso Filho que enviastes e o Espirito Santo que age
em nós.
Todos: Amém.
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14ª CATEQUESE:
A IGREJA - CORPO DE CRISTO –
POVO DE DEUS – TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

1 - CÂNTICO: O Povo de Deus.

2 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Mt 16,13-20 - Leitura Orante

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:

A IGREJA, POVO DE DEUS.

A Igreja, que nasceu do amor do Coração de JESUS, por obra do Espírito Santo e
tem por centro a vocação missionária, é chamada a existir como o Sacramento
vivo de JESUS no tempo. A Igreja de Cristo tem sua origem na natureza divina e
humana. É formada por DEUS e pelos homens, em vista dos méritos da Redenção
de Cristo, na ação do Espírito Santo.
Pelo Batismo somos incorporados à Vida de Cristo e neste sentido, fazer parte da
Igreja de Cristo é viver uma realidade de vida em que DEUS e o homem, na Pessoa
de JESUS Cristo, por obra do Espírito Santo, constituem-se um organismo vivo de
vida e de salvação.
O Evangelista Mateus descreve o surgimento da Igreja: Mt 16,13-20.
“Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (foi sobre a fé que Pedro
demonstrou que JESUS construiu a sua Igreja). Com estas palavras, JESUS indi-
cava o serviço, o trabalho que Ele confiava a Pedro. Alguém já viu uma imagem de
São Pedro? O que ele tem nas mãos? Ele tem chaves nas mãos (às vezes falamos
que são as chaves da porta do céu, mas não é isso). A chave significa autoridade,
pois só quem tem as chaves pode abrir, não é isso? JESUS deu autoridade a Pedro
para zelar, cuidar e levar adiante a sua Igreja. Só o papa pode dar ordens na
Igreja. As chaves são símbolo de autoridade, não queremos dizer que o céu tenha
chaves! São Pedro foi o primeiro Papa, e hoje quem é o Papa?
Vimos no texto que JESUS se fixa num homem: Simão Pedro. Como um artista,
que retrata na tela a beleza da criação, Pedro fala inspirado por DEUS, escuta no
coração aquilo que o Pai lhe disse: “Tu és o Cristo, o Filho de DEUS Vivo”.
Nele, JESUS viu a pedra sobre a qual iria edificar a sua Igreja, que desde então se
mantém viva, resistindo aos séculos e ao poder do inferno, sempre empenhado
em derrotá-la. A Simão, agora chamado Pedro, JESUS o declara feliz, não porque
fala, mas porque foi capaz de escutar. A fé que JESUS elogia nele é aquela que o
faz atento à revelação do Pai.
Cristo, “a pedra angular”, edificará a sua Igreja sobre a fé de Pedro, “a rocha”, não
uma casa de pedras e vigas, mas de pedras vivas, os fiéis, que estreitamente
unidos como as pedras de uma construção, tendo por base Jesus Cristo - a pedra
angular -formarão o grande edifício espiritual da Igreja. É um mistério que só a Fé
e o Amor podem explicar. Que nós sejamos pedras vivas colaborando na edifica-
ção da Igreja
Você sabe o que significa a palavra Papa? Pai, Pastor. O Papa é o bispo de
Roma e é o Pai de todos os bispos. Ele, junto com os bispos, é responsável pela
Igreja no mundo inteiro.
A nossa Igreja é Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana.
a) Una = Um só DEUS: Pai, Filho e Espírito Santo. Pelo seu fundador o Filho de

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DEUS encarnado, pela sua Cruz reconciliou toda humanidade com DEUS unindo a
todos num só povo que é um só corpo. Reúne a totalidade dos discípulos de JESUS
em todos os tempos e denominações, inclusive os que já estão junto do Pai.
A Igreja é una pela sua alma: o Espírito Santo é quem rege e realiza a comunhão
de todos.
b) Santa = Seu fundador é o Santo dos Santos. JESUS Cristo nos deixou a sua
única Igreja. JESUS Cristo, o Filho de DEUS com o Pai e o Espírito Santo é procla-
mado o único Santo. Igreja é por Ele, Nele e para Ele. E também pecadora, pois
todos os seguidores são pecadores.
c) Católica (palavra que vem do grego) = universal, igual, única, no mundo
inteiro. Aberta ao mundo inteiro. A Igreja tem dois aspectos: TOTALIDADE - Onde
está JESUS Cristo, esta sua Igreja o Corpo unido a JESUS Cristo nos dá a salvação
através da fé correta e completa. Temos a nossa profissão de Fé e vida sacramen-
tal que são os meios de santificação para toda nossa vida. INTEGRIDADE - a Igreja
era Católica no dia de Pentecostes e será sempre, isto é, até o final dos tempos
(parusia).
d) Apostólica = Apóstolo que quer dizer enviado. JESUS fundou a sua Igreja e a
entregou aos apóstolos. A Igreja continua através dos sucessores dos apóstolos.
O colégio dos bispos em união com o Papa, os presbíteros, diáconos e leigos.
e) Romana = porque a sua sede fica em Roma. Porque foi lá que foi derramado o
Sangue das Colunas da Igreja, Pedro e Paulo.
Vamos conhecer agora mais um pouco sobre a nossa Igreja.
O que quer dizer Igreja?
Quer dizer Eclésia, que significa assembleia do povo de DEUS, reunião, convoca-
ção. Então concluímos que Igreja é:
a) Reunião de batizados na fé cristã: comunidade dos discípulos (At 9,31; Rm
16,5)
b) É formada por uma realidade humana e divina. O lado humano apresenta
dificuldade, pois somos pecadores, limitados. Cada um tem seus defeitos e
qualidades. O lado Divino é Deus mesmo que é perfeição em tudo e comunica
o seu ser a nós que somos limitados.
c) Um povo formado por todos aqueles que responderam à convocação, isto é, ao
chamado (1Cor 11, 22; l2,28; Ap 1, 4.20). JESUS criou uma comunidade de
discípulos. Essa comunidade, pouco a pouco, foi se sentido parte de uma
realidade maior que congrega todos aqueles que fazem a vontade de DEUS
(Hb 12, 22-24);
d) Igreja é uma assembleia universal da qual fazem parte todos os filhos de
DEUS, em todos os tempos e lugares. Com o passar do tempo as comunidades
foram sentindo a necessidade de se organizarem melhor;
e) Igreja também é o nome que, em geral, damos ao local onde acontecem as
reuniões dos cristãos.
f) Temos também outros nomes: templo, casa de oração, centro comunitário;
g) Temos também na Igreja a palavra clero para denominar o grupo dos ministros
ordenados. O clero é formado pelos Diáconos (permanentes), os Presbíteros e
os Bispos.
IGREJA, POVO DE DEUS.
O que é povo?
É um grupo de pessoas unidas por laços de solidariedade, mesmo tendo culturas
ou modos de vida diferentes, essas pessoas se apoiam, formando como que uma
só família. Na prática da solidariedade é revelado o rosto de DEUS.
É muito importante saber que DEUS não salva as pessoas isoladamente, Ele salva
chamando-as para fazer parte do seu Povo.
Após esta reflexão podemos nos perguntar: o que aprendemos com a catequese
de hoje?
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4 - PARA PENSAR:
Em Pedro Jesus viu a pedra sobre a qual iria edificar a sua Igreja. Ele concede a
Pedro o exercício da autoridade de ensinar e de excluir ou introduzir os homens
nela. Releia Mt 16,13-20, o texto de aprofundamento e responda:
- Para você o que é ser Igreja?
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- Qual é a sua dificuldade de participar da Igreja, a comunidade dos seguidores de
Jesus?
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5 - PARA VIVER:
Assim como Jesus precisou de Pedro para cuidar da sua Igreja, levar adiante o seu
povo, Ele também precisa de mim, de você e de tantos outros. Você conhece as
pastorais, os movimentos da sua Paróquia? Conhece as pessoas que coordenam,
que dão o tempo para ajudar nas atividades pastorais? Procure conhecê-las e
rezar por elas todos os dias. Vá observando e procure uma pastoral, um movimen-
to para você participar e ajudar a Igreja continuar viva. Coloque aqui o nome da
pastoral ou movimento que você mais se identificou.
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6 - ORAÇÃO FINAL:
Cateq.: Rezemos em intenção do Santo Padre o Papa..., pelo nosso Bispo
Diocesano..., pelos padres, diáconos de nossa comunidade. E todo o povo que
forma a grande assembléia dos escolhidos. De mãos dadas, rezemos a oração

que o próprio Cristo nos ensinou: Pai nosso... E saudemos a Maria, nossa mãe:
Ave Maria...

ORAÇÃO: Que o Senhor abra vosso coração à Sua Palavra. Que ela seja para vós
Caminho, Verdade e Vida. Que a luz possa dar sentido e rumo para vossa vida; que
nela vós encontreis coragem, esperança e, principalmente, aprendais a amar.
Aumentai a fé desses vossos filhos, para que conheçam cada dia mais a vossa
Igreja e vivam mais intensamente a vida, que consiste em vos conhecer e a vosso
Filho que enviastes.
Todos: Amém.

Cateq.: Que o Senhor seja a vossa força e a vossa luz. Em nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo. Ide em paz e que Ele sempre vos acompanhe.
Todos: Amém!

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15ª CATEQUESE:
MARIA MÃE E MODELO DE IGREJA.

1 - ORAÇÃO INICIAL:
Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
Rezemos a “Oração do Angelus”. Ela foi inspirada no diálogo de Maria e o Anjo
Gabriel no momento da Anunciação.
V. O Anjo do Senhor anunciou a Maria.
R. E ela concebeu do Espírito Santo.
Ave Maria…
V. Eis a escrava do Senhor.
R. Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra.
Ave Maria…
V. E o Verbo se fez carne.
R. E habitou no meio de nós.
Ave Maria…
V. Rogai por nós Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos.
Infundi, Senhor, como Vos pedimos, a Vossa graça nas nossas almas, para que
nós, que pela Anunciação do Anjo conhecemos a Encarnação de Cristo, Vosso
Filho, pela sua Paixão e Morte na Cruz sejamos conduzidos à glória da ressurrei-
ção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho que é Deus convosco na unidade
do Espírito Santo. Amém!

2 - CÂNTICO – Santa Mãe Maria ou outro a escolher.

3 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Jo 19, 25-27 - Leitura Orante.

4 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:

O QUE VOCÊ JÁ SABE OU CONHECE SOBRE MARIA?

“Eis a tua mãe!” (Lc 19, 27). Esta frase Jesus disse ao discípulo João e a Igreja
sempre acreditou que estas palavras de Jesus foram dirigidas aos discípulos de
todos os tempos. Desde o começo, os cristãos amam, veneram e invocam Maria
como Mãe do povo de Deus e da Igreja (cf. Zorzi. 2005, p. 167). Portanto, ao
celebrar o ciclo anual dos mistérios de Cristo, a Santa Igreja venera com amor a
bem-aventurada Mãe de Deus. Maria está unida à obra salvífica de seu filho: em
Maria a Igreja admira e exalta o mais excelente fruto da redenção (cf. CIC. n.
1172). A Igreja celebra assim o culto a Maria em íntima unidade com a história da
salvação, pois dela nasceu o salvador e redentor de toda a humanidade. Ela viveu
toda peregrinação da fé como mãe de Cristo e dos discípulos, sem estar livre da
incompreensão humana e numa busca constante da vontade do Pai. O seu sim foi
definitivo e ao longo da caminhada guardava em seu coração e meditava todas as
coisas, buscando compreender a vontade do Pai em cada momento de sua vida
(cf. Lc 2,19; 2, 51).

Imaculada desde antes de seu nascimento, em vista do nascimento de seu filho


Jesus, Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito Santo, como a “mãe de meu
Senhor” (Lc 1,43).
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Como na família humana, a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe que


confere “alma” e ternura à convivência familiar. O sim brotado de Maria é um dos
eventos fundamentais da igreja; ela atrai multidões à comunhão com Jesus e sua
Igreja. Assim, podemos dizer que Maria é a grande missionária continuadora da
missão de seu filho e formadora de missionários também. Finalmente, por sua
doação total à vontade do Pai, à obra redentora de seu Filho, a cada ação do
Espírito Santo, a Virgem Maria é para a Igreja modelo de Fé, Esperança e Caridade
(cf. CIC. 967- 968).

Colaborando na grande obra de evangelização de seu Filho, Maria mantém seus


discípulos reunidos no Templo, para que através do Espírito Santo sejam fortaleci-
dos e impulsionados a anunciar o evangelho a todo o mundo, continuando o man-
dato de Jesus.

É grande a alegria ao percebermos que Maria tem feito parte do caminhar de cada
um de nossos povos, entrando profundamente em sua história e acolhendo as
ações mais nobres e significativas de sua gente. Os diversos títulos, santuários
espalhados por todo o mundo, testemunham a presença próxima de Maria às
pessoas, e ao mesmo tempo manifestam a fé e a confiança que os devotos sentem
por ela (cf. DA. 269).

5 - PARA PENSAR:
Maria Mãe e modelo de Igreja, Mãe de Deus, Mãe de Jesus, nossa mãe e mãe da
Igreja. A virtude mais destacada de Maria nos Evangelhos é o silêncio.
Nos dias que antecederem a próxima Catequese leia e medite as seguintes cita-
ções e descubra outras virtudes de Maria: Lc1,34; 1,38; 1,39; 1,43; 1,51; e Jo
2,3; 2,5 e em poucas palavras faça um relato sobre suas virtudes.
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6 - VIVER A PALAVRA:
Dentre as citações encontradas destaque uma e procure vivenciá-la no seu dia a
dia. Escreva-a aqui.
Reze um terço durante a semana que antecede a próxima Catequese, percorrendo
todos os mistérios: da Alegria, da Dor, da Glória e da Luz, oferecendo pelas voca-
ções sacerdotais e pela santificação da Igreja.
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7 - ORAÇÃO E BÊNÇÃO FINAL:


Rezar juntos o Magnificat Lc 1, 46-55 (separe os grupos pelas traduções das
bíblias e cada grupo reza um versículo)
Oração: Ó Deus, criador e redentor de vosso povo santo, que em vosso amor
atraístes estes teus filhos, lançai hoje sobre eles o vosso olhar e, purificando seus
corações, realizai neles vosso plano de salvação, para que, seguindo fielmente o
Cristo, a exemplo de Maria, sejam fortalecidos no seu amor salvador. Por Cristo,
nosso Senhor.
Todos: Amém!

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16ª CATEQUESE
VIDA DE COMUNIDADE E OFERTA DO DÍZIMO

1 - CÂNTICO:

2 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


At 4, 32-37 - Leitura Orante.
3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:
Na verdade, hoje temos dois temas: Comunidade e Dízimo. O cristianismo só é
possível de viver em Comunidade; e o verdadeiro cristão não se omite em ajudar
sua Igreja, quer oferecendo sua participação nos trabalhos pastorais, quer no
custeio das despesas da comunidade através do Dízimo.
COMUNIDADE: O texto bíblico que ouvimos nos apresentou um modelo de comu-
nidade cristã que colocava todos os seus bens em comum: 'Ninguém dizia serem
seus os bens que possuíam”. Ali está a descrição de uma comunidade perfeita.
Também o trecho nos apresentou um modelo de cristão exemplar: “José, que os
Apóstolos chamavam de Barnabé, nome que significa: Aquele que consola, que dá
ânimo”. Foi um cristão que manteve acesa a vela do seu batismo, ou a luz da fé.
Barnabé foi aquele que introduziu Paulo na vida missionária, na formação de
novas comunidades. Era um homem humilde. Diante da capacidade e carismas de
Paulo, ele se tornou, depois, seu auxiliar nas andanças missionárias.
Mas, nem todo cristão era assim zeloso e disponível. Basta continuar a leitura e
entrar no capítulo 5 de Atos que vem a narração sobre o casal Ananias e Safira,
que fingiam ser leais e verdadeiros. É o que acontece até hoje. Quantos batizados
que não participam bem da sua Igreja, da sua comunidade!
Para nos ajudar a entender a importância da vida comunitária, vamos apresentar
mais dois trechos da Bíblia que nos falam fortemente desse assunto: Jo 15, 1-8;
1Cor 12, 12-30.
Na primeira citação Jesus apresenta a Igreja como uma videira sob os cuidados de
Deus Pai. Jesus é o tronco e os cristãos são os ramos. A parte mais importante é
aquela que nos diz que para os ramos darem frutos é necessário que permaneçam
ligados ao tronco. E o Senhor afirma com muita precisão: “porque, sem mim nada
podeis fazer... Nisto meu Pai será glorificado, se derdes muitos frutos e vos tornar-
des meus discípulos”.
Na segunda citação São Paulo compara a Igreja com o corpo humano. O sentido
das duas é semelhante. Aqui São Paulo nos lembra que o corpo é um, mas com-
posto de muitos membros; e cada membro tem a sua função no corpo. Ele fala dos
carismas, isto é, os dons que cada um recebe de Deus para o bem de todo o corpo.
Por isso se algum batizado não faz a sua parte na Igreja ou na pequena comunida-
de, ele é semelhante a um membro ou órgão atrofiado, que não cumpre sua
missão e embaça a beleza e a saúde do corpo.
É bom que todos leiam e reflitam nestas duas citações para entender bem o
sentido da Igreja ou Comunidade.
DÍZIMO: Depois de o povo cristão experimentar a partilha, nas primeiras comu-
nidades, ele foi enfraquecendo na fé e foi deixando de partilhar. Para subsistir e
continuar a ter meios para dar continuidade à missão de Cristo nesse mundo a
Igreja introduziu o sistema das taxas e espórtulas, para cada coisa que os cristãos
pediam. Este sistema de cobrar, por exemplo, uma taxa pela administração de um
sacramento, foi condenado já pelos Apóstolos: “Maldito seja o teu dinheiro e tu
também por querer comprar as coisas sagradas, os dons de Deus por dinheiro.
Não tens direito a esse ministério!” (Cf. At 8, 12-22). Este pecado de Simão, o
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mago, passou para o catecismo da Igreja com o nome de Simonia.


A Igreja Católica no Brasil, desde a década de 1970, vem incentivando o abandono
das taxas e a implantação do dízimo. A Diocese de Umuarama se tornou pioneira
na conscientização e implantação do dízimo no Brasil. Onde o dízimo é vivido na
sua integridade ele não apenas atende às três dimensões do dízimo - Religiosa,
Missionária e Social – mas torna-se fator de um grande sentimento de pertença à
Igreja e responsabilidade pela comunidade.
O Dízimo é questão de Fé! Quem cresce no conhecimento das verdades de fé e
orienta sua vida através da fé, tem alegria de ofertar o seu dízimo. E seria bom que
além de ofertar a décima parte do que recebeu no mês, a gente aprendesse a
ofertar também a décima parte do nosso tempo para as coisas de Deus: participa-
ção na vida da sua paróquia, oração, ações de caridade, estudo da Bíblia e da
religião, trabalhos de pastoral... Isto seria o cumprimento do primeiro manda-
mento, oferecendo com amor um pouco do muito que recebemos de Deus.

4 - PARA PENSAR:
A leitura de At 4,32-37 mostra um retrato da vivência da comunidade, onde vivia-
se a união, a partilha e o testemunho.
- Você já participa de uma comunidade? Por quê?
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- Quais os desafios que encontramos para participar da comunidade?


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- Você oferta o dizimo?


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5 - PARA VIVER A PALAVRA:


A união do povo em comunidade provoca vida, fraternidade, partilha, solidari-
edade que gera uma nova sociedade.
- Leia o Salmo 133 (132) durante esta semana e reflita os versículos 1 e 3b,
procure vivê-los no seu dia a dia. Anote essa experiência.
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6 - ORAÇÃO FINAL: Pai nosso...

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17ª CATEQUESE - SACRAMENTOS


SINAIS SENSÍVEIS DA GRAÇA

1 – CÂNTICO: escolhido pelo catequista.

2 - PROCLAMACÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Ef 1, 3-14 - Leitura Orante.

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:

SACRAMENTOS – SINAIS SENSÍVEIS DA GRAÇA.

O homem não só se expressa verbalmente ou na escrita; utiliza-se dos gestos,


mímicas e outros atos simbólicos para se expressar e se relacionar concretamente
no seu meio social: o sorriso, o olhar, o beijo, o abraço. Assim também Jesus se
utilizou de gestos e sinais para manifestar o seu amor por nós e transmitir a men-
sagem do Pai, na cura dos doentes, no ato de perdoar os pecadores, na maneira
de falar e de se aproximar das crianças e dos excluídos.
O texto que ilumina o nosso encontro, hoje, mostra que Jesus é o sacramento
(sinal) do Pai que, por Ele nos abençoou, nos escolheu, nos adotou por filhos; nos
fez herdeiros das promessas. Dele recebemos a Boa Nova da salvação, a fé, a
esperança. E fomos marcados com os seus sinais.
Os sacramentos são frutos do amor do Pai que vem até nós através de Jesus.
“São sinais eficazes da graça instituídos por Cristo e confiados à Igreja, através
dos quais nos é dispensada a vida divina” (CIC 1131).
A Igreja é responsável em despertar e transmitir a fé; e a fé é experimentada nos
gestos salvíficos, nas palavras de Jesus Cristo vividas e comunicadas na Igreja
através do testemunho de vida, da Palavra e dos sacramentos.

A fé precisa ser:
n Professada (Credo);

n Celebrada – Sacramentos;

n Vivida (Bem aventuranças, Mandamentos);

n Orada – Pai Nosso

Como Sacramento de Cristo a Igreja revela e realiza a glorificação de Deus e a


santificação da humanidade através de elementos naturais (água, fogo, sal, óleo e
outros). A liturgia recupera assim o sentido do mundo criado expressando simbo-
licamente a bondade do Criador.
A palavra Sacramento não está na Bíblia Sagrada. Ela vem do latim
Sacramentum, que significa juramento. Para nós, então, os Sacramentos devem
ser sinais do nosso compromisso com Deus e com a comunidade. Como exemplo,
podemos citar o matrimônio quando os noivos fazem um ao outro suas promes-
sas.
O centro dos Sacramentos é Cristo. Cristo é o verdadeiro sacramento porque Ele é
o instrumento e o sinal eficaz da divinização da humanidade. É por meio dos
sacramentos que são lançados os fundamentos de toda vida cristã. “Os fiéis, de
fato, renascidos no batismo são fortalecidos pelo Sacramento da Confirmação, e
nutridos com o alimento da vida eterna na eucaristia” (cf CIC 1212).
“A igreja conserva em sua tradição os Sete Sacramentos instituídos por Cristo.
São eles: Batismo, Eucaristia, Crisma, Penitência ou Reconciliação, Unção dos
Enfermos, Ordem e Matrimônio. Eles são sinais sensíveis do amor de Deus para
nossa santificação” (CIC 1131). “Cada um deles atualiza de modo original e
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específico a ação da graça para uma determinada situação da vida humana” (cf.
Catequese Renovada 221). Assim como os sacramentos são para uma determina-
da fase da vida eles têm também sua simbologia, seus sinais próprios. Exemplos:
Batismo, a água; Eucaristia: o pão e o vinho; a Crisma: Unção com óleo da
Crisma; Penitência: Estola; Unção dos Enfermos: Óleo de benção e imposição das
mãos; Matrimônio: aliança; Ordem: prostração, diálogo, unção e estola.
A obra da salvação realizada por Cristo é constantemente atualizada pela igreja,
por obra do Espírito Santo, que revela o Mistério Divino por gestos concretos,
palavras e símbolos.
Os Sacramentos são sinais eficazes da atuação Divina nos momentos mais mar-
cantes da vida humana: do primeiro acontecimento vital do ser humano, o nasci-
mento, pelo Sacramento do Batismo, até o último, o envelhecimento, definha-
mento físico e doenças, pelo Sacramento da Unção dos Enfermos.
Para facilitar nossa compreensão sobre os Sacramentos podemos classificá-los
em três categorias:
1 - Iniciação: Batismo, Eucaristia e Crisma;
2 - Cura: Penitência ou Reconciliação e Unção dos Enfermos;
3 - Serviço: Matrimônio e Ordem.
Os sacramentos não são gestos mágicos, pois exigem a fé e a participação sincera
de quem acolhe a Graça Divina que se convertem em ações concretas na vida
(produzir frutos).
São sempre eficazes porque é o próprio Cristo que age neles, mas, dependem
igualmente das disposições de quem os recebe (CIC 1127-1128).
O Sacramento é uma consequência de uma adesão à proposta do Reino, vivida na
Igreja. Quanto mais nos comprometemos com Deus, mais crescemos na fé e no
amor como seus discípulos e discípulas.
Podemos comparar os sacramentos com uma fonte que jorra da terra. Muitas
vezes nós vamos até ela para beber de sua água, com a mão fechada ou com um
copo virado para baixo. Precisamos acolher com gratidão esta Água Viva que se dá
gratuitamente a cada um de nós.
A Igreja afirma que para os crentes os Sacramentos da nova aliança são necessá-
rios à salvação (CIC 1129).
È o Espírito Santo que prepara para a recepção dos Sacramentos através da
Palavra de Deus e da fé de quem acolhe a Palavra. Os Sacramentos fortalecem e
expressam a fé. Eles, por si só, já são celebrações de vida e de fé, por isso só tem
sentido recebê-los se Cristo tiver sentido em nossas vidas.
Toda comunidade, a Igreja, (Corpo de Cristo), unida a Cristo (Cabeça) é quem
celebra. Celebramos com tudo o que temos: inteligência, afeto, vontade, fé,
memória, imaginação, expressão e ação.

4 - PARA PENSAR:
Releia o texto do aprofundamento da nossa catequese que tem como tema:
SACRAMENTOS – SINAIS SENSIVEIS DA GRAÇA, pense e responda:

- O que são os Sacramentos? Quais são eles?


- Podemos classificá-los em três categorias. Quais são elas?
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5 - VIVER A PALAVRA:
Pedimos que as leituras do aprofundamento da nossa 22ª Catequese, tanto o
texto bíblico como os textos do Catecismo da Igreja Católica (CIC) e Catequese
Renovada (CR) que são citados sejam lidos e relidos; você é convidado a descobrir
e refletir sobre a importância dos Sacramentos para nossa caminhada. Se possível
anote a sua descoberta.
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6 - ORAÇÃO FINAL:
Todos: Oh, Senhor Deus, fonte de vida, continue revelando teus sinais de amor
através dos Sacramentos. Fecunda nossos corações para que sejamos capazes de
produzir bons frutos e que esses frutos permaneçam no coração de nossas comu-
nidades, alimentando a todos que deles necessitarem. Amém!

Cateq.: Deus nos abençoe e nos guarde.


Todos: Amém.

Cateq.: Que Ele nos mostre sua face e se compadeça de nós.


Todos: Amém.

Cateq.: Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz.


Todos: Amém.

Cateq.: Abençoe-nos o Deus misericordioso em nome do Pai e do Filho e do


Espírito Santo.
Todos: Amém!

18ª CATEQUESE:
SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ
BATISMO
1 - ORAÇÃO INICIAL:

Todos: Senhor, agradecidos por mais este dia te pedimos que nos abençoe com a
graça de poder compreender cada vez mais os motivos de nossa fé através dos
sacramentos, em especial hoje, o do batismo. Amém!
Oração invocando o Espírito Santo.

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2 - CÂNTICO: Es água viva.

3 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Mt 28, 19s e Jo 3, 1-6 - Leitura Orante.

4 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:
O aprofundamento do tema do nosso encontro de hoje visa o conhecimento de:
- O que é iniciação?
- O que é iniciação cristã?
- O que é iniciação à vida cristã?
- O que é o Sacramento do Batismo?
O termo iniciação designa a introdução de uma pessoa em determinado grupo
humano, associação ou religião, através de ensinamentos, da vivência e de ritos.
Visa uma renovação, uma mudança profunda do ser, uma entrada num novo
estado de vida, uma pertença a um determinado grupo. A iniciação é antiga como
o homem é antigo, tem suas raízes nos povos e culturas diferentes, é comum a
todas as culturas e religiões.
Na vida cristã não é diferente...

INICIAÇÃO CRISTÃ
Para responder voltemos ao passado: um dos principais problemas dos primeiros
cristãos foi a formação dos novos membros. Inspirados em práticas antigas e
adotadas por outras religiões, os cristãos elaboraram um processo iniciático, com
o qual os novos membros eram verdadeiramente iniciados aos mistérios e à vida
de fé e da comunidade. Podemos definir que iniciação cristã é o processo catequé-
tico pelo qual o cristão se torna comprometido e incorporado no mistério de Cristo
e da Igreja. Esse processo iniciático recebeu o nome de Catecumenato, e tinha por
objetivo o aprofundamento da fé, com adesão pessoal a Jesus Cristo e tudo o que
Ele revelou. O catecumenato era o caminho comum para conduzir os adultos aos
mistérios divinos, à plena conversão, à profissão de fé e participação na comuni-
dade. O catecumenato tinha um determinado itinerário (caminho) a seguir que
integra os seguintes elementos essenciais: a pregação do Evangelho, a acolhida
da fé e a conversão, a catequese, a verificação das condições dos candidatos ao
batismo, o dom do Espírito (Crisma), a incorporação ao povo de Deus e a partici-
pação no Corpo de Cristo, a Eucaristia (cf. Mc 16,15; At 2, 37- 41; Ef 13,14; Hb
6,1).
Desde os tempos apostólicos para chegar a ser cristão segue-se um caminho e
uma iniciação que consta de várias etapas. Este caminho pode ser percorrido
rápida ou lentamente e compreendia sempre alguns elementos essenciais: O
anúncio da Palavra, a acolhida do Evangelho, que leva à conversão, a profissão de
fé, o batismo, a efusão do Espírito Santo, o acesso à comunhão eucarística (CIC
1229).
A INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ
O processo educativo continuava no seio da comunidade como é revelado em At 2,
42- 47 e compreendia quatro dimensões básicas:
1) O ensinamento dos apóstolos (escuta da Palavra);
2) A vida em comunhão (a fraternidade);
3) a assiduidade na fração do pão e na celebração do dom da salvação de Deus
(Eucaristia);
4) A perseverança na oração e no louvor a Deus.
Até então a Igreja vivia a fé ao molde das primeiras comunidades.
A partir do século quinto até os dias de hoje, muita coisa mudou na sociedade e
também na maneira de viver a fé. A iniciação cristã passou por longos períodos de
obscuridade, não havendo na Igreja uma preocupação clara com a iniciação cris-
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tã, especialmente quando catequese e liturgia se separaram.


Nos últimos tempos a atenção à iniciação recobrou a atualidade devida, diversos
fatores contribuíram para isso. As transformações socioculturais, a renovação
catequética e litúrgica, o estudo dos Santos Padres, sobretudo o Concílio Vaticano
II, realizado no século passado (1962 a 1965) que trouxe esperança de renovação
para a Igreja com os seus documentos e a partir deles muitos documentos vieram
iluminar essa modalidade de catequese: Ad Gentes, o Código de direito Canônico,
Evangelho EN, CT, CR (Catequese Renovada), CIC (Catecismo da Igreja Católica),
Diretório Geral de Catequese, RICA, Documento de Aparecida e outros.
Ao longo da história da Igreja, a iniciação cristã variou em suas formas. Em nossos
dias existem duas formas de realizar a iniciação cristã:

1) “O catecumenato pós-batismal, que diz respeito aos pequenos (crianças), que


são incorporados nos primeiros meses de vida no mistério de Cristo e na Igreja
pelo Batismo.” Por sua própria natureza o Batismo de criança exige uma cateque-
se pós-batismal. Não se trata somente de necessidade posterior ao Batismo, mas
do desenvolvimento da graça batismal no crescimento da pessoa. É o momento
próprio da catequese” (cf. CIC 1231).

2) A iniciação cristã de pessoas não batizadas, sejam crianças, jovens ou adultos


batizados, porém, não catequizadas ou afastadas da fé, que se realiza por meio de
Catecumenato e culmina com a celebração dos três Sacramentos de Iniciação
Cristã. (CIC 1232, 1233, D Ap 289, DDC Cap.IV).
De acordo com o RICA (Ritual de Iniciação Cristã para Adultos), a Igreja elaborou
a Catequese de inspiração catecumenal para adultos que consta do seguinte
itinerário:
A) O tempo do anúncio missionário – pré-catecumenato.
B) A entrada no catecumenato – onde os que desejam receber os sacramentos são
apresentados à Igreja.
C) O tempo do catecumenato – tempo da formação cristã integral, da aprendiza-
gem da fé, da vida cristã, da maturação e da conversão e adesão a Deus.
D) A eleição e a inscrição do nome.
E) O tempo de purificação e de iluminação – Essa etapa coincide com a quaresma
e conclui-se com a vigília pascal. Os catecúmenos se preparam de modo inten-
sivo para as celebrações pascais e para receber os Sacramentos de Iniciação
Cristã.
F) Celebração dos Sacramentos da Iniciação Cristã – a celebração unitária destes
sacramentos cristã coroa a Vigília Pascal expressando assim a unidade do
mistério pascal e a participação no Corpo de Cristo que é a Igreja.
G) O tempo da mistagogia, em que recebidos os três sacramentos, são incorpora-
dos à comunidade onde exercerão a prática da fé cristã e darão o seu testemunho.
Essa caminhada é coroada por momentos fortes de celebrações e de ritos (cate-
quese e liturgia) em cada etapa do processo.

BATISMO
A palavra Batismo vem do grego, que quer dizer “mergulhar na água”. Com o
Batismo mergulha-se na vida nova em Cristo.
O Batismo é o selo (marca) da vida de Deus em nossa vida. Esse selo capacita e
compromete os cristãos a servirem a Deus através de uma vida ativa na comuni-
dade eclesial. É o nascimento à vida divina e faz o ser humano, portanto, verdade-
iro filho de Deus. Pelo Batismo o cristão é colocado diante de três dimensões
essenciais da vida cristã.
SACERDOTE, isto é, o batizado torna-se uma pessoa capacitada para oferecer
sua vida a Deus e pedir pela vida da humanidade inteira, especialmente na liturgia
da Igreja.
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

REI (PASTOR), isto é, o batizado é feito executor do plano de Deus e continuador


da missão iniciada por Jesus Cristo, especialmente da defesa da vida para todos.
Por isso se diz que o batizado é um continuador da vida, da missão, da pregação de
Jesus Cristo e membro do Corpo de Cristo, a Igreja. Cada batizado, todo batizado
incorporado ao corpo eclesial deve estar atento às necessidades de todos os
irmãos na fé, especialmente dos mais necessitados.
Batismo é o Sacramento pelo qual o ser humano, por meio da água e da Palavra de
Deus, renasce espiritualmente e nasce no Reino de Deus. Nenhum outro sacra-
mento pode ser validamente recebido se não for precedido pelo Batismo.
A necessidade do Batismo é afirmada por Jesus, de modo universal para todos. É
evidente que apenas o rito de batizar não salva ninguém, quem salva é Jesus
Cristo e somente se salva quem aceita Cristo (Jo 15, 5-7).
A matéria para o Batismo é a água. A forma consiste na invocação das três pesso-
as da Santíssima Trindade. Os dois módulos do Batismo são: por imersão e infu-
são. O rito essencial é mergulhar ou derramar água na cabeça do candidato pro-
nunciando a invocação da Santíssima Trindade.
Os efeitos do Batismo são: remissão dos pecados (original, pessoais, mortais e
veniais); impressão do caráter batismal e da infusão da graça santificante.
Pelo batismo o ser humano foi enxertado em Cristo, foi marcado -selado a fogo-
com a impressão do Espírito; transformado em pedra vida, torna-se templo de
Deus. A unção do Espírito, dada pelo Batismo, converte o ser humano em cidadão
do povo de Deus, membro da família de Deus. Cidadão do céu destinado a ser
herdeiro da vida eterna.
Além da água como principal elemento tem a benção da fonte batismal, a veste
branca, a luz, o óleo, o sal, a imposição das mãos.

5 - PARA PENSAR:
Ler o aprofundamento e os textos bíblicos e responder:
Quais são os efeitos dos Sacramentos de Iniciação Cristã?
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- De acordo com o RICA (Ritual da Iniciação Cristã para adultos), o que ele consta
que é o Batismo e quais são seus efeitos?
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6 - VIVER A PALAVRA:
Se já sou batizado, como viver o meu Batismo? O que significa nascer de novo,
segundo Jo 3,1-6?
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

Leia mais uma vez Mt 28,19s e descubra: o que significa “observar o que ordenei a
vocês?”
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Não adianta ser batizado e não viver os ensinamentos de Jesus.


- Como você se compromete a viver o seu Batismo? Registre:
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6- ORAÇÃO FINAL:
Pai nosso...

19ª CATEQUESE
SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ
EUCARISTIA
1 - CÂNTICO:
- Refrão: O pão da vida, és tu Jesus...
2 - PROCLAMACÃO DA PALAVRA DE DEUS:
Jo 6, 53-58 - Leitura Orante.

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:
O texto bíblico ilumina a nossa mente ajudando-nos a compreender o que significa
a Eucaristia.
A palavra “Eucaristia” significa ação de graças que quer dizer “muito obrigado”. É a
ação de graças que Jesus faz ao Pai. É o agradecimento que a Igreja dirige a Deus,
pois Jesus se tornou alimento de vida eterna. Depois que Jesus disse à Igreja.
“Tomai e comei isto é meu corpo...” o nosso “muito obrigado” tornou-se infinito.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a Sagrada Eucaristia culmina a
Iniciação Cristã. Os que são elevados à dignidade do sacerdócio real pelo Batismo
e configurados mais profundamente com Cristo pela Confirmação, participam por
meio da Eucaristia, com toda a comunidade, no próprio sacrifício do Senhor”
(CIC1322).
Conforme o Vaticano II, a Eucaristia é “fonte e cume de toda a vida cristã” (LG 11),
“centro e ápice” (AG 9), “raiz e eixo” da comunidade cristã (PO 6). Desta forma, o
caminho de incorporação ao mistério pascal do cristão, iniciado com o batismo e
enriquecido com a confirmação, chega à sua plenitude sacramental com a partici-
pação no banquete eucarístico, no qual se saboreiam de antemão os bens da vida
eterna.
Dessa forma os batizados e confirmados alcançam sua identificação com Cristo,
são incorporados à comunhão eclesial e, através desta primeira participação
eucarística, “encontram a coroação de sua iniciação” (RICA 36). Conseguem
assim, aquela maturidade cristã que lhes permite viver e exercer por inteiro a
nova vida à qual renasceram.
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

Resumindo: A Eucaristia é a Ceia do Senhor. Trata-se da Ceia que Jesus fez com
seus discípulos na véspera de sua Paixão. “Isto é o meu corpo, que é dado por
vós...” (Lc 22,19a).
A Eucaristia é sacrifício. É o gesto sagrado de Jesus que se entrega como vítima de
salvação. Na celebração da Eucaristia revive-se e atualiza-se o gesto salvador de
Jesus de se entregar como vítima nas mãos do Pai, para a salvação da humanida-
de.
O pão e o vinho, frutos da terra e do trabalho do homem, dons do Criador, são
elementos visíveis da Eucaristia. No passado o povo escolhido também usava
esses elementos nas suas liturgias (CIC 1334).
Jesus instituiu a sua Eucaristia dando um sentido novo e definitivo à bênção do
Pão e do Cálice. A Eucaristia é memorial. Toda vez que se celebra a Eucaristia, faz-
se memória, ou seja, atualiza-se, torna-se presente o que Jesus fez para a salva-
ção do mundo. A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, isto é, da obra da
salvação realizada pela Vida, Morte e Ressurreição de Cristo; obra esta tornada
presente pela ação litúrgica.
A Eucaristia é mistério de fé. Duas coisas garantem que Jesus está presente no
pão e no vinho consagrados:
A própria Palavra de Jesus. (Jo 6, 53-58)
A fé. Sem a fé ninguém entende a Eucaristia, que é o grande gesto salvador de
Cristo. Aquele que comunga está confirmando sua fé em Jesus. A fé exige
compromisso: crer apoiando-se em quem se crê. Comungar significa aceitar o
que Cristo é e procurar viver Sua vida.
A Eucaristia é o pão dos fortes na fé, mas também alimento dos fracos, daqueles
que precisam de forças para firmar a própria fé. É o coração e o ápice da vida da
Igreja, pois nela Cristo associa sua Igreja a seu sacrifício de louvor e de ação de
graças oferecido uma vez por todas na cruz a seu Pai. Pelo seu sacrifício, Cristo
derrama as graças da salvação sobre o seu povo, que é a Igreja.
“A Liturgia é o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, é a
fonte de onde emana toda a sua força. Pois os trabalhos apostólicos se ordenam a
isto: que todos sejam feitos pela fé e pelo Batismo, filhos de Deus; juntos se
reúnam, louvem a Deus no meio da Igreja, participem do sacrifício e comam a
Ceia do Senhor” (SC 10).
A Celebração Eucarística é comporta sempre de:
A proclamação da Palavra de Deus;
A ação de graças a Deus Pai, por todos os seus benefícios, pelo dom de seu
Filho;
A consagração do pão e do vinho com a participação do banquete litúrgico pela
recepção do Corpo e do Sangue do Senhor.
Estes elementos constituem um só e mesmo ato de culto.
A santa comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo aumenta a união do comun-
gante com o Senhor; perdoa-lhe os pecados veniais e o preserva dos pecados
graves. Por serem reforçados os laços de caridade entre o comungante e Cristo, a
recepção deste sacramento reforça a unidade da Igreja, Corpo místico de Cristo.
Visto que Cristo está presente no sacramento do altar, é preciso honrá-lo como
culto de adoração. “Temos muito trabalho. Por todo o lado estão cheios os nossos
hospitais e as nossas casa mortuárias. Quando começamos com a adoração diá-
ria, o nosso amor a Cristo torna-se mais íntimo; o nosso amor uns aos outros,
mais compreensivo; o nosso amor aos pobres, mais compassivo, e o número das
vocações duplicou” (Santa Teresa de Calcutá).
Comer o Corpo de Cristo significa deixar-se vivificar já no tempo presente pela
vida que brota de sua ressurreição. Por isso “a Eucaristia é símbolo sacramental
que expressa e produz a solidariedade com a vida que Jesus levou, e a solidarieda-
de também entre os crentes que participam do mesmo sacramento.” Desta forma
a Eucaristia se converte no alimento da vida compartilhada: compartilhada com
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

Cristo, graças ao dom de seu corpo e compartilhada com outros comensais que
participam do mesmo dom.

4 - PARA PENSAR:
O que a Palavra de Deus e o aprofundamento do tema me ensinou sobre a
EUCARISTIA? (Releia-os e responda)
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5 - VIVER A PALAVRA:
Com os textos Jo 6,53-58 e Lc 22,7-20, faça durante o período que antecede a
próxima catequese a Leitura Orante conforme aprendemos na 2ª Catequese e
como vivência da Palavra procure comungar o irmão (tratando-o com respeito,
cordialidade, afetividade, partilhando com ele os bens e a vida).

6 - ORAÇÃO FINAL:
Cateq.: Ó Deus da vida e da resistência, dê-nos a graça de vivermos em fraterni-
dade, na comunhão, no amor, na solidariedade e na justiça. Abençoe estes ali-
mentos e estes teus filhos e filhas aqui reunidos. Amém!
(segue a partilha dos alimentos)

20ª CATEQUESE:
SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ
CONFIRMAÇÃO (CRISMA)

1 - CÂNTICO:
Vem Espírito (Hamilton Com. Boa Nova)

2 - LEITURA DA PALAVRA DE DEUS.


At 8, 14- 17 - Leitura Orante.

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:
O Catecismo da Igreja Católica ensina que “Juntamente com o Batismo e a
Eucaristia, o Sacramento da Confirmação constitui o conjunto dos “Sacramentos
da Iniciação Cristã”, cuja unidade deve ser salvaguardada. Por isso, é preciso
explicar aos fiéis que a recepção deste sacramento é necessária à consumação da
graça batismal. Com efeito, “pelo sacramento da Confirmação” (os fiéis) são
vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos de força especial do Espírito
Santo, e assim mais estritamente obrigados à fé que, como verdadeiras testemu-
nhas de Cristo, devem difundir e defender tanto por palavras como por obras”
(CIC 1285).
O termo confirmação vem do latim confirmare e tem o sentido de consolidar,
firmar o cristão na fé. Chama-se Confirmação porque confirma e consolida a graça
batismal.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

No Antigo Testamento os profetas anunciaram que o Espírito do Senhor repousa-


ria sobre o Messias esperado, em vista da sua missão salvífica. Jesus foi concebido
por obra do obra do Espírito Santo no seio de Maria. Por ocasião do seu Batismo
por João Batista, ele recebeu a plenitude do Espírito que o apresentou como filho
de Deus e toda sua missão foi realizada em comunhão total com o mesmo Espírito.
Toda esta unção não devia ser apenas do Messias, mas se estendia a todo o povo
messiânico. Por várias vezes Jesus prometeu essa efusão do Espírito, promessa
que se realizou no dia da Páscoa (Jo 20,22), e de maneira mais marcante no dia de
Pentecostes (At 2,11). Desde então, os apóstolos comunicavam aos que abraça-
ram a fé, pela imposição das mãos, o dom do Espírito Santo que leva a graça do
Batismo à sua consumação. A imposição das mãos é com razão reconhecida pela
Tradição Católica como origem do Sacramento da Confirmação que perpetua, de
certo modo, na Igreja, a graça de Pentecostes.
Mais tarde para melhor significar o dom do Espírito Santo, acrescentou-se à
imposição das mãos uma unção com óleo perfumado (Crisma). Esta unção dá um
sentido ao nome de cristão que significa “ungido” liga o cristão ao próprio nome de
Cristo.
Jesus antes de voltar ao Pai promete o Espírito Santo: “Agora eu lhes enviarei
aquele que meu pai prometeu. Fiquem esperando... até que vocês sejam
revestidos pela força do alto”! (Lc 24, 49)

“Mas o Espírito Santo descerá sobre vocês e receberão forças para serem
minhas testemunhas...” (At 1, 8a).

Foi em Pentecostes que Jesus enviou o Espírito Santo. Para o povo de Deus do
passado, Pentecostes era a festa da partilha dos bens e da unidade. Para os cris-
tãos Pentecostes é o marco da nova Aliança em Jesus. Pentecostes é a festa que
marca o início da missão da Igreja.
O Espírito Santo é o doador dos dons. O dom é um carinho de Deus para conosco, é
um talento ou capacidade que deve ser colocado a serviço dos outros, pois nin-
guém se basta a si mesmo (1Cor 12,7-11).
Receber os dons do Espírito Santo é o mesmo que receber uma missão.
São muitos os dons do Espírito Santo. Entretanto, a Igreja destaca sete dons:
Sabedoria, Entendimento, Ciência, Conselho, Fortaleza, Piedade e Temor de
Deus.

Vejamos os dons recebidos no sacramento da Crisma e o quê esses


dons imprimem em nós:

1. Sabedoria: é a ação do Espírito Santo que nos faz reconhecer e julgar, com a
visão e a sabedoria de Deus, o que d'Ele se diz e de seus planos de salvação.

2. Entendimento ou Inteligência: nos ajuda a penetrar mais profundamente a


Palavra de Deus, para reforçar e confortar nossa caminhada de fé no Deus que nos
salva, principalmente nos momentos de incertezas e dúvidas desta vida. Este
dom produz em nós uma luz clara para iluminar as verdades e os mistérios a nós
revelados.

3. Ciência: beneficia a fé, traz uma constante visão sobrenatural (além da visão
humana) das coisas. O homem/mulher de fé encontram Deus em toda a criação e
nos acontecimentos, principalmente, o dos sinais dos tempos (Ef 3,18-19 e
Hb11,1).

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

4. Conselho: aperfeiçoa a virtude da prudência; o pensar no que pode fazer, fazer


as coisas com cautela. Este dom dá à pessoa prontidão para resolver os casos
difíceis, a tomar as grandes decisões, os gestos seguros. Ele produz em nós os
frutos do Espírito Santo (At 5,9).

5. Fortaleza: é a energia divina para superar os maiores obstáculos na defesa da


fé e dos mandamentos. É coragem para darmos testemunho autêntico de Jesus
Cristo. É um dom muito presente nos mártires da Igreja (Ef 3,10-13).

6. Piedade: dispõe a pessoa ao espontâneo respeito a tudo que se refere a Deus:


templo, pessoas consagradas, objeto de culto, etc. Faz-nos amar e adorar a Deus
como Pai e compreender os outros como nossos irmãos em Cristo.

7. O Temor de Deus: imprime em nós respeito pela presença Deus, o cuidado em


evitar o pecado. Coloca-nos diante da grandeza de um Deus que está conosco,
que se compromete conosco (Sl 110,10 e Provérbios 9-10).

O Espírito Santo nos dá a conhecer Cristo, suscita em nós a fé, constrói, anima e
santifica a Igreja; é a força que impulsiona o mundo. O sacramento da Crisma é o
nosso Pentecostes, cabe a nós nos abrirmos à ação do Espírito Santo, aperfeiçoar-
mos os nossos sentidos e a nossa fé, para assim sermos capazes de perceber os
sinais do Espírito Santo em nossa vida. Porque todos os que são guiados pelo
Espírito Santo procuram viver libertos e são fortes para a luta contra o mal. Aquele
que é portador do Espírito Santo vive segundo o espírito e não segundo a carne.
“Uma vez que o Espírito de Deus habita em vocês, já não estão sobre o
domínio dos instintos egoístas mas, sob o Espírito, pois quem não tem o
Espírito de Cristo não pertence a Ele” (Ro 8,9).
A vida no Espírito produz frutos. A Palavra de Deus diz “o justo é como uma árvore
plantada junto a riachos: produz frutos...” (Sl 1,3): Fé, Mansidão e Domínio de si
(que faz nascer e desenvolver o amor); Alegria e Paz (sinais da presença do
amor); Paciência, Bondade e Benevolência (são as manifestações ativas do
amor).
Na liturgia, o Sacramento da Crisma é administrado logo após a profissão de fé
dentro da celebração eucarística. São realizados dois gestos que constituem o
Ritual da Confirmação: a imposição das mãos e a unção com óleo.
Primeiramente o bispo impõe as mãos sobre os crismandos e faz a invocação do
Espírito Santo.
O segundo gesto sacramental é unção com óleo consagrado, chamado de “óleo do
crisma”, símbolo da escolha preferencial divina, de força e de alegria.
Com esse óleo consagrado, o bispo traça uma cruz na fronte do crismando para
lembrá-lo que ele está associado ao mistério da morte de cruz e ressurreição de
Cristo. Cada crismando se aproxima e o bispo faz o sinal da cruz na sua fronte
dizendo “N... recebe, por este sinal, o Espírito Santo, o dom de Deus!” O crisman-
do responde: “Amém!” O bispo ainda diz: “A paz esteja contigo!” O crismando
responde: “E contigo também!”
Celebrar a Crisma é atingir a maturidade cristã. É a confirmação de nossa cami-
nhada na fé. Nela recebemos os dons para que sua ação em nós seja em favor do
povo de Deus, para proveito da comunidade, a Igreja

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

5 - PARA PENSAR:
Leia e medite este texto: Celebrar a Crisma é atingir a maturidade cristã. Nela
recebemos os dons para que sua ação em nós seja em favor do povo de Deus, e
proveito da comunidade, a Igreja. Os dons recebidos produzem frutos: Fé,
Mansidão, Domínio de si, (que faz nascer e desenvolver o amor); Alegria e Paz
(sinais da presença do amor); Paciência, Bondade e Benevolência (são as mani-
festações ativas do amor).
Você está preparado para essa transformação em sua vida? Você acha que ela é
fruto de mágica ou exige conversão, esforço de sua parte?

6 - VIVER A PALAVRA:
Muitos textos bíblicos foram citados no aprofundamento do tema: Leia-os e esco-
lha alguns e a cada dia faça a Leitura Orante: (At 8,14-17; At.1,8ª; 1Cor 12,7-11;
Rm 8,9).

7 - ORAÇÃO FINAL:

Vinde Espirito santo e ...


Louvor ao Espirito Santo

21ª CATEQUESE
SACRAMENTOS DE CURA –
PENITÊNCIA (RECONCILIAÇÃO)
E UNÇÃO DOS ENFERMOS

1- CÂNTICO: A Ti meu Deus

2- PROCLAMACÃO DA PALAVRA:
(Lc 15,11-32) ou (Tg 5,13-20) Leitura Orante.

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:
De acordo com o (CIC), existem dois sacramentos de Cura: Penitência ou
Reconciliação e Unção dos Enfermos, cujas finalidades estão expressas nas
seguintes palavras: “O Senhor Jesus Cristo, médico de nossas almas e de nossos
corpos, Ele que remiu os pecados do paralítico e restituiu-lhe a saúde do corpo,
quis que sua Igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e
salvação, também junto de seus próprios membros” (CIC 1421).
Com a celebração do Sacramento da Penitência, ocorre a reconciliação com Deus
e com os irmãos. É o momento de experimentar a misericórdia divina, como
aquele filho pródigo que recebeu o abraço paterno depois de ter esbanjado todos
os bens e voltado sem merecimento algum e foi recebido pelo Pai com amor e
ternura (Lc 15,20-21). É o sacramento que restitui a alegria de viver, como filhos
do Deus que ama e como irmãos na construção do Reino de Deus. Neste sacra-
mento, o sacerdote, em nome de Deus, perdoa os pecados ao pecador verdadei-
ramente arrependido (cf. CIC1422ss).
Eis algumas denominações deste sinal: sacramento da Conversão, da Penitência,

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

da Confissão; do Perdão e da Reconciliação.


É um sacramento instituído por Cristo, quando disse aos apóstolos: “Recebei o
Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoados;
àqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos (Jo 20,22-23). Assim percebe-se
a origem divina da Reconciliação e por isso a Igreja exortou e exorta seus fiéis
para a necessidade da conversão e da reconciliação (cf. Lc 15 e Lc 7, 36-50), entre
outros.
O próprio Jesus iniciou o seu ministério na terra, pregando a penitência dizendo:
“Fazei penitência e crede no Evangelho” (Mc 1-15).
Diz São Gregório de Nazianzo que: “A Penitência é o segundo Batismo, batismo
das lágrimas”. No mesmo sentido, São Ambrósio afirma que: “existem a água e as
lágrimas: a água do Batismo, e as lágrimas da Penitência”.
Nós somos limitados em conhecimento, em saúde e na realização da própria vida.
Entre essas limitações está a fraqueza: o pecado.
Jesus instituiu o Sacramento da Reconciliação como sinal de libertação para o
homem e a mulher, e como perdão de seus pecados.
A graça de Deus recebida no Batismo, uma vez perdida, é reconquistada, pelo
arrependimento. Todas as nossas ações boas ou más, atingem a sociedade e a
comunidade. A Confissão alivia a angústia, o remorso do pecado que nos ator-
menta e nos ajuda a descobrir novos caminhos.

O pecado é uma atitude que diminui a comunhão e pode romper totalmente com
Deus. Pecar gravemente é abandonar Deus e colocar-se contra Ele, é querer ser
autossuficiente, não sentir necessidade Dele. Pecar é também distanciar-se da
Igreja. O pecado é uma ofensa à Igreja. Por isso o perdão vem pela Igreja, cujos
representantes são os ministros ordenados. “...Cristo confiou aos seus apóstolos
o ministério da Reconciliação, os bispos, seus sucessores, e os presbíteros, cola-
boradores dos bispos, continuam a exercer esse ministério” (CIC 1461).

É necessária uma referência sobre as partes que compõem o sacramento da


Penitência:
1. O exame de consciência é uma condição indispensável para a confissão. Um
bom exame de consciência é feito através de um confronto sincero e sereno
com os 10 mandamentos, com as orientações propostas pela Igreja e em espe-
cial, com as palavras de Cristo, nosso Mestre e modelo de vida.
2. A contrição é um arrependimento, que “consiste numa dor de alma e detesta-
ção do pecado cometido, com a resolução de não mais pecar no futuro” (CIC
1451). É então o firme propósito de não voltar a pecar, e a recusa do pecado.
3. A confissão dos pecados é caracterizada pela acusação espontânea de todos os
pecados ao confessor. É uma atitude de entrega, de confiança plena na miseri-
córdia de Deus.
4. O perdão é o momento em que se experimenta o contato com o poder e a mise-
ricórdia de Deus, através do sacerdote e do ministério a ele confiado. O sacer-
dote, ao pronunciar a absolvição: “Deus, Pai de misericórdia, que pela morte e
ressureição de seu Filho reconciliou o mundo consigo, enviou o Espírito Santo
para remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da Igreja, o perdão e a
paz. Eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo”, perdoa o penitente na condição de uma nova vida.
5. A penitência é a reparação pelos pecados cometidos, imposta, ordenada pelo
confessor. O CIC, no nº1460, afirma que é a aceitação paciente da cruz. As
penitências ajudam o penitente a configurar-se com Cristo que, sozinho expiou
todos os pecados uma vez por todas. Tais penitências levam o ser humano a
serem coerdeiros de Cristo Ressuscitado.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

O SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS – “a cura das doenças” (cf. CIC


1499), é um sinal que ajuda o doente e seus familiares a descobrirem a paz. Todos
os seres humanos experimentam na vida os limites da doença e da velhice. Deus
que acompanha a vida de cada um de nós está presente por meio do Sacramento
da Unção dos Enfermos.
O Sacramento da Unção dos Enfermos era chamado de Extrema Unção, antes do
Concilio Vaticano II, porque dava a ideia que era um sacramento para pessoas
sem esperança de vida, receber a Extrema Unção era morrer. A mudança do nome
foi feita para ajudar a entender o verdadeiro sentido deste sacramento. É um
Sacramento que a pessoa recebe por ocasião de uma doença grave, perigo de
morte, antes de uma cirurgia e na idade avançada. Este Sacramento apaga as
faltas, perdoa os pecados não confessados, dá alívio, conforto ao doente ameni-
zando a dor pela fé. Desperta a confiança na misericórdia divina e dá saúde para o
corpo. Este sacramento pode ser recebido várias vezes na vida.
“A Igreja Católica professa e ensina que ele é um dos sete sacramentos do Novo
Testamento, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Mc 6,13), promulgado e
recomendado aos fiéis por São Tiago, apóstolo e irmão do Senhor”.
São Tiago pergunta: “Alguém de vós está enfermo? Mande chamar os (padres) da
Igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. A
oração da fé salvará o doente e o Senhor o colocará de pé, e se tiver cometido
pecados estes lhe serão perdoados” (Tg 5,13-15).
São sinais fundamentais na celebração deste sacramento: a imposição das mãos
na cabeça, a unção com o óleo (óleo de oliveira ou outro óleo extraído de plantas
acompanhada da oração litúrgica do celebrante, abençoado pelo bispo, na Quinta
Feira Santa, ou pelo padre, em caso de necessidade, que consiste na unção da
fronte e das mãos de quem recebe o sacramento, ela é acompanhada da seguinte
oração: “Por esta santa unção e pela sua infinita misericórdia, o Senhor venha em
teu auxilio com a graça do Espírito Santo, (R: Amém) para que, liberto de teus
pecados, Ele te salve e, na sua bondade, alivie os teus sofrimentos” (R: Amém).

4 - PARA PENSAR:
Necessitamos de corações reconciliados. Às vezes carregamos muitas magoas,
marcas do passado que não foram curadas. Meditar e responder sobre a impor-
tância de curar o coração:
- Com está a nossa participação no sacramento da Reconciliação? (para os batiza-
dos).
- O que tenho que curar em mim?
- Como vemos a enfermidade? Nossa fé nos leva a enfrentá-la com paciência,
pedindo sempre o auxílio de Deus?

5 - VIVER A PALAVRA:
De posse dos textos: Lc 5,11-32 e Tg 5,13-20 – Leia-os e faça Leitura Orante.
O texto de Lucas chama à conversão e fala dos passos para chegar a ela. Descubra
esses passos e os coloque em prática.
Já o de Tiago fala da confissão dos pecados, da oração pelo outro e sobre a ajuda,
o esforço de auxiliar alguém a se converter.
- Prepare-se para a confissão não esquecendo que sou perdoado na medida que
perdôo o meu irmão.

- Reze durante a semana por alguém que está enfermo. Vá visitá-lo e pergunte se
a pessoa quer a visita do sacerdote; oriente a família a procurar o ministro da
comunidade para pedir a visita.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

6 - ORAÇÃO FINAL:
T.: Senhor Jesus, somos teus filhos. Ajuda-nos a permanecermos unidos, dai-nos
a fé para compreendermos os Teus Sacramentos como sinais do Teu amor por
nós, em especial os Sacramentos, da Reconciliação e da Unção dos Enfermos, que
nos ajudam a estar ligados a Ti nos momentos de dificuldades e dor. Que sejamos
luzes, sinal da Tua presença no mundo!
Cateq.: Deus nos abençoe e nos guarde.
Todos: Amém.

Cateq.: Que Ele nos mostre sua face e se compadeça de nós.


Todos: Amém.
Cateq.: Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz.
Todos: Amém.
Cateq.: Abençoe-nos o Deus misericordioso em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo.
Amém!
22ª CATEQUESE:
SACRAMENTOS DE SERVIÇO
ORDEM E MATRIMÔNIO

1- CÂNTICO:
Ainda que eu fale

2 - PROCLAMACÃO DA PALAVRA:
Ef 5, 25-33 - Leitura Orante.

3 - APROFUNDAMENTO DO TEMA:
Segundo o (CIC 1533ss), existem dois sacramentos do serviço e da comunhão: a
Ordem e o Matrimônio.
Inicialmente é preciso dizer que todo cristão é chamado pelo Batismo e pela
Confirmação a doar a sua vida no serviço aos irmãos existindo assim um sacerdó-
cio comum a todos os cristãos. Contudo, na Igreja existem consagrações especifi-
cas dadas a alguns fiéis. “Os que recebem o sacramento da Ordem, são consagra-
dos para ser em nome de Cristo, pela palavra e pela graça de Deus, os pastores da
Igreja. Por sua vez, os esposos cristãos, para cumprir dignamente os deveres de
seu estado são fortalecidos e como que consagrados por um sacramento especial”
(CIC 1535).

SACRAMENTO DA ORDEM – consagração ao serviço da comunidade


O específico deste sacramento é a investidura que o homem recebe para estar a
serviço das comunidades cristãs. “Ninguém se arvora este direito, mas quem se
sente chamado para tal” (Hb 5,4). A instituição do sacramento da Ordem baseia-
se nas palavras de Cristo que disse aos apóstolos ao instituir a Eucaristia: “Fazei
isto em memória de mim” (Lc 22,19).
Os ministros ordenados da Igreja desempenham cada um, segundo o seu grau o
tríplice múnus: o ensino, o culto divino e o governo pastoral. O ministério ordena-
do, portanto, se efetiva no serviço da Palavra da santificação e no pastoreio dos
fiéis.
Todo o povo é sacerdotal, desempenhando o seu serviço dentro e fora da Igreja,
vivendo a vocação de sacerdote, profeta e rei. O ministro ordenado, por sua vez,
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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

está a serviço do sacerdócio comum, ou seja, está a serviço de todo o povo cris-
tão, para que vivam a graça batismal (CIC 1547).
O ministro age em nome da comunidade e em nome de Cristo – na pessoa de
Cristo (in persona Christi). Ou seja, embora seja humano e repleto de fraquezas,
suas ações sacramentais são ações do próprio Senhor: é Ele que preside, absolve,
abençoa, etc...
O sacramento da Ordem pode ser ministrado em três graus: episcopado, presbite-
rado e diaconado.
a) Episcopado: Os bispos têm a plenitude do Sacramento da Ordem, sendo
verdadeiros sucessores dos apóstolos. Fazem parte do colégio episcopal, tendo
a responsabilidade apostólica de toda a Igreja, agindo em comunhão com o
Papa. Seu serviço está em função de uma Igreja particular (diocese);
b) Presbiterado: Os Presbíteros, (chamados comumente de padres), unidos aos
bispos, depende do episcopado para o exercício de seu ministério. Por isso, são
chamados de colaboradores da ordem episcopal, inseridos nos vários serviços
diocesanos e no trabalho das comunidades.
c) Diaconado: Os diáconos não recebem o ministério sacerdotal. Por isso, não
têm as mesmas atribuições dos presbíteros (não presidem a Eucaristia, nem
são ministros da Reconciliação, e da Unção dos Enfermos). A principal tarefa é o
ministério da caridade, e também exercer ministério de leitor, batizar, e assistir
ao Sacramento do Matrimônio, agindo sob a autoridade do bispo. Homens
casados podem receber o primeiro grau do Sacramento da Ordem.
O rito da ordenação nos ajuda a compreender o significado deste sacramento,
Sendo sempre inserido na celebração eucarística, depois da proclamação do
Evangelho. É composto por quatro momentos:
A eleição do candidato: manifesta-se a escolha divina do candidato;
O propósito do eleito e preces (em forma de ladainha);
A imposição das mãos e prece de ordenação;
A entrega das insígnias(objetos, vestimentas a serem usadas nos cultos) , própri-
as para cada grau e abraço de acolhida.

São símbolos próprios do rito de ordenação:


- Prostração: gesto de humildade. O sacerdote é frágil, como todo o homem. É
Cristo que o torna forte.
- Diálogo: publicamente o candidato diz o seu sim e faz a promessa de fidelidade à
nova missão.
- Unção: o novo ministro é escolhido e consagrado para o serviço de Deus.
- Entrega da patena e do cálice: o novo padre recebe os objetos de sua principal
atividade: a celebração da Eucaristia.
- Estola: sinal do poder sacerdotal de perdoar os pecados, consagrar...
Na ordenação o bispo impõe as mãos sobre o eleito, comunicando a graça do
Espírito Santo que transmite o ministério e envia para a missão. Gesto este usado
nos tempos apostólicos “(cf. At 6,6 e 2Tm 1,6). Na ordenação diaconal o gesto da
imposição das mãos é feito somente pelo bispo ordenante. Na ordenação presbi-
teral, o eleito recebe também a imposição das mãos dos outros presbíteros, como
sinal de acolhida no ministério sacerdotal. E na ordenação episcopal este gesto é
repetido pelos outros bispos presentes na celebração.

SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO - Deus presente no amor do casal


O sacramento do Matrimônio é o sacramento do amor. Todo o ser humano foi
criado por amor e é por amor que duas pessoas desejam se unir e formar um novo
lar. É o único encontro repleto de futuro. É a continuação da vida presente em dois
seres que se amam.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

É Deus que abençoa e faz crescer o amor do casal. Como Matrimônio Cristo santifi-
ca e abençoa esse amor. São Paulo diz: “Maridos, amai as vossas mulheres com
Cristo amou a Igreja... É grande este mistério: refiro-me à relação de Cristo e a
sua Igreja” (Ef 5, 25-32). Trata-se de um sacramento, sobretudo, porque são
sinais visíveis do amor de entrega que Cristo tem por sua Igreja.
O pacto matrimonial, pelo qual um homem e uma mulher constituem entre si uma
intima comunidade de vida e de amor, foi fundado e dotado de suas leis próprias
pelo Criador. O Sacramento do Matrimônio concede aos esposos a graça de ama-
rem-se com o mesmo amor com que Cristo amou a sua Igreja. A graça do sacra-
mento leva à perfeição do amor humano dos esposos, consolida a sua unidade
indissolúvel e o santifica no caminho da vida eterna. “O que Deus uniu o homem
não separe” (Mt 19,6).
São os esposos que, como ministros da graça de Cristo se conferem mutuamente
o Sacramento do Matrimônio expressando diante da Igreja seu consentimento (cf.
CIC. 1623).
O Matrimônio baseia-se no consentimento dos contraentes, isto é, na vontade de
doar-se mutuamente e definitivamente para viver uma aliança de amor fiel e
fecunda. “O consentimento consiste num ato humano pelo qual os cônjuges se
doam e se recebem mutuamente 'Eu te recebo por minha mulher' – 'Eu te recebo
por meu marido'. Este consentimento que liga os esposos entre si faz com que os
dois se tornem uma só carne” (cf. CIC. 1627).
Os cônjuges devem estar abertos à fecundidade. Com os filhos, o casal forma uma
Igreja doméstica e desempenha um verdadeiro ministério (serviço) na educação
cristã dos filhos e estimula a comunhão familiar.
Há várias distorções na análise que se faz do Matrimônio, porque há várias distor-
ções na experiência do amor. Muitos acham que amar é gostar de. Mas gostar de
uma pessoa comporta gostar de um ser livre, com seus temperamentos, com seus
defeitos, suas limitações, suas doenças. A sociedade de consumo não educa os
jovens para saber amar. Sabe amar quem sabe renunciar a si mesmo. Ou melhor,
está apto a amar quem souber aceitar a renúncia de si mesmo em benefício do
bem do outro. Amor é como semente; só dá fruto se morre debaixo da terra. O
Matrimônio como sacramento vai além do humano, psicológico, pois sendo sacra-
mento há nele o mistério divino, o sagrado.
Como sacramento, o Matrimônio tem a finalidade salvífica: santificar os esposos,
os filhos e toda a família.

4 - PARA PENSAR:
Refletir e despertar para a importância dos Sacramentos de Serviço em nossas
comunidades. Rever o aprofundamento da catequese de hoje, escolher algumas
palavras importantes de cada Sacramento e partilhar com as pessoas próximas a
você: Ex: pastores, fecundidade...

5 - VIVER A PALAVRA:
Rezar pelas vocações sacerdotais e religiosas e pela santificação das famílias,
para que sejam células vivas no mundo atual. Ler, meditar e rezar os textos bíbli-
cos que iluminaram o nosso encontro de hoje. Amar a Deus e respeitar os sacer-
dotes. Se casado, viver o Matrimônio em santidade.

6 - ORAÇÃO FINAL:
Cantar é rezar duas vezes: “Famílias do Brasil. Um lar onde os pais ainda se
amam...” (Sugestão) Nossa oração será o canto.
Cateq.:Rezemos juntos pelo nosso clero diocesano e pelas vocações sacerdotais.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

23ª CATEQUESE:
A MISSA PARTE POR PARTE

1 - PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS:


Mt 26, 17-20.26-29 - Leitura Orante

2 - CÂNTICO: Escolher um cântico adequado ao tema.

3 - APROFUNDAMENTO DO CONTEÚDO DA CATEQUESE:

A Missa consta de duas grandes partes: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística.


E os ritos (iniciais e finais) que abrem e encerram a Missa e têm o objetivo de
preparar a assembleia para a celebração e para a missão após a celebração.

I - RITOS INICIAIS DA MISSA

1.1 - ACOLHIDA NA PORTA E ENTRADA NO CLIMA CELEBRATIVO

A acolhida fraterna dos fiéis na porta da Igreja significa reconhecer o valor de cada
um, manifestando que todos, sem exceção, são importantes diante de Deus e da
Igreja. Esperando o início da celebração, a preparação mais oportuna para iniciá-
la é o silêncio.

1.2 - PROCISSÃO, CÂNTICO DE ENTRADA E BEIJO DO ALTAR

Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com diáconos, ministros, leitores e


coroinhas, começa o canto de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebra-
ção, promover a união da assembleia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou
da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros. Para iniciar, o
padre beija o altar.

1.3 - SINAL DA CRUZ E SAUDAÇÃO BÍBLICA

O presidente com a assembleia faz o sinal da cruz e em seguida faz a saudação.


Esta saudação é um jeito de cumprimentar, de acolher a assembleia para a cele-
bração.

1.4 - ATO PENITENCIAL

Momento de examinar a consciência para nos reconciliar com Deus e com os


irmãos. O sentido do ato penitencial não é em primeiro lugar pedir perdão pelos
pecados cometidos na vida de cada dia para poder participar de modo puro da
celebração. Mas, trata-se, sobretudo, de se reconhecer pecador, isto é, partici-
pante de uma natureza frágil e fraca, na consciência de que, sem Deus, nada
podemos fazer. Termina com a absolvição dada pelo celebrante, porém, os peca-

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

dos graves serão perdoados somente através do Sacramento da Reconciliação


(Confissão).
Em algumas celebrações festivas é comum ter a aspersão da água benta, que tem
o mesmo sentido de lavar, de purificar.

1.5 - HINO DE LOUVOR OU HINO DO GLÓRIA

O Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no


Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não
pode ser substituído por outro. Vem logo após o ato penitencial porque o perdão
de Deus nos faz felizes e agradecidos.
Este hino tem no início as palavras dos anjos aos pastores por ocasião do nasci-
mento de Jesus Cristo: “Glória a Deus nas Alturas” (Lc 2,14). Reza-se ou canta-se
nos domingos, festas e solenidades.

1.6 - ORAÇÃO DA COLETA

Reúne numa só oração todas as orações da Assembleia. É por isso que após o
“Oremos” segue uma pequena pausa, para que cada um coloque as suas inten-
ções mentalmente.
OBS: Aqui não se trata das intenções do povo para a Missa.

II - LITURGIA DA PALAVRA

A Liturgia da Palavra tem um conteúdo da maior importância. Nesta hora, Deus


fala solenemente a uma comunidade reunida como “Povo de Deus” e fala intima-
mente a cada um dos presentes. A Palavra deve ser ouvida com interesse e fé. As
leituras são uma preparação para a proclamação do Santo Evangelho. Estas leitu-
ras são escolhidas e foram preparadas após longo estudo durante séculos, com
indicação das três leituras e o salmo para cada domingo. A preocupação funda-
mental foi a de possibilitar ao cristão que participa regularmente da missa domini-
cal conhecer os quatro evangelhos completos e grande parte dos vários outros
livros da Bíblia, tanto do AT e NT. Estas leituras são iguais no mundo inteiro. A
Igreja Católica é Universal, isto é, igual no mundo inteiro. Estas leituras são cartas
de amor de nosso Pai, portanto, pedem de nós uma resposta.

2.1 - A LITURGIA DA PALAVRA AOS DOMINGOS

A Liturgia da palavra aos domingos é composta de 4 textos bíblicos, sendo:


Primeira Leitura: Uma leitura tirada do AT.
Salmo Responsorial: É a resposta à primeira leitura; é a nossa resposta à Palavra
de Deus.

Segunda Leitura: Uma leitura do NT tirada, normalmente, das cartas, sendo as


mais comuns das cartas de São Paulo, ou outros livros do NT.
Evangelho: Os evangelhos proclamados são: segundo São Mateus (no ano A),
São Lucas (no ano B) e São Marcos (no ano C). O evangelho escrito por São João é
proclamado nos tempos fortes da Igreja, isto é, Advento, Quaresma, Tempo
Pascal, e em dias de festas. Os evangelhos fazem ligação com a Primeira Leitura.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

2.2 - ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO

O evangelho é ouvido em pé e aclamado por um cântico. É Palavra de Deus igual


às outras, só que no Evangelho é Jesus (a palavra de Deus que se revestiu da
carne humana) quem nos fala diretamente. Daí a nossa reverência maior.

2.3 - HOMILIA

É a explicação das leituras bíblicas proclamadas. A palavra homilia quer dizer o


pai fala aos filhos. Sentados, como estivéssemos aos pés de Jesus, vamos abrir os
nossos ouvidos e o coração. Deixemos que Deus faça em nós seu trabalho criador,
renovador; que cure nossas feridas, desperte nosso desejo, reanime nossas
forças.

2.4 - CREDO OU PROFISSÃO DE FÉ

Ao final da homilia somos convidados a dar a nossa resposta de fé, recitando o


Credo, também chamado “Profissão de Fé” ou “Símbolo”, afirmando acreditar no
que foi dito e que confiamos naquilo que professamos. É possível utilizar dois
textos do Credo. Um, mais breve, chamado “Símbolo dos Apóstolos” e o outro,
mais extenso, denominado “Símbolo Niceno-Constantinopolitano”.

2.5 - ORAÇÃO UNIVERSAL OU ORAÇÃO DOS FIÉIS

O encerramento da Liturgia da Palavra é marcado por meio de uma prece: a


Oração Universal ou Oração dos fiéis. Depois que Deus se dirigiu a seu povo nas
lições da Sagrada Escritura e na homilia, o povo, em pé e em forma de oração,
responde à mensagem do Senhor através da prece. A comunidade pede pelas
necessidades da Igreja, pelos poderes públicos, pela salvação do mundo, pelos
que sofrem e também pelas necessidades da comunidade local ou específicas para
aquela celebração (Crisma – Matrimônio – Exéquias e outras).

III - LITURGIA EUCARÍSTICA

3.1 - APRESENTAÇÃO DOS DONS

3.1.1 - Procissão com os dons

A preparação do altar e a apresentação das oferendas constituem em tempos


oportunos para manifestar a participação da assembleia dos fiéis, seja na procis-
são com a qual se conduz o pão e o vinho para o sacrifício, seja no recolhimento
dos donativos ou outras dádivas oferecidas aos pobres ou para a Igreja.

3.1.2 - Pão e vinho para o sacrifício

Jesus, em sua última ceia usou o pão que era prescrito para tal banquete: pão sem
fermento ou ázimo, feito de flor de farinha. Na preparação do cálice para a Missa, o
padre junta ao vinho umas gotas de água. As gotas de água representam o povo e
o vinho, Cristo. Assim, ao misturar água e vinho, se “mistura” a nossa humanida-
de à divindade de Cristo. Por isso, quando o padre mistura a água ao vinho diz a

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

oração: “Pelo mistério desta água e deste vinho possamos participar da divindade
do vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade”.

3.1.3 - Apresentação dos dons (propriamente dita)

É uma oração de bênção feita pelo sacerdote, elevando o pão e o vinho aos céus,
que diz: “Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão (pelo vinho) que
recebemos de vossa bondade, fruto da terra (da videira) e do trabalho humano,
que agora vos apresentamos e para nós se vai tornar pão da vida (vinho da salva-
ção)”. Tal oração mostra que estes frutos da terra e da fadiga humana, se orientam
na Eucaristia a um destino salvífico.

3.1.4 - Purificação das mãos do sacerdote

O rito de apresentação das oferendas inclui o ato de purificação das mãos do


sacerdote (ablução), porque antes de tocar coisas santas e preciosas e também
de participar de um ato festivo, é preciso estar limpo e purificado.

3.2 - ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS

3.2.1 - Convite à oração: “orai, irmãos [...]”

O sacerdote dirige-se aos fiéis presentes, pedindo que orem para que aquele
concreto sacrifício seja recebido pelo mesmo Deus Pai, onipotente. A resposta dos
fiéis, característica e muito expressiva, indica que o povo se reconhece presente e
participante no sacrifício: “Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para
glória do seu nome, para nosso bem e de toda a Santa Igreja”.

3.2.2 - Oração sobre as oferendas (propriamente dita)

Na Oração sobre as Oferendas, a Igreja implora para que o Senhor, recebendo a


oferta ali apresentada, aceite também os pedidos e a vida dos ofertantes: assim
como a oferta sobe, que desça sobre o povo fiel as bênçãos de Deus.

3.3 - ORAÇÃO EUCARÍSTICA

3.3.1 - Diálogo inicial

A tríplice invocação de abertura: “O Senhor esteja convosco”; “Corações ao alto”;


“Demos graças ao Senhor, nosso Deus”, mostra bem qual deve ser o comporta-
mento fundamental de quem entra em oração: todo e qualquer sentimento, preo-
cupação e pensamento deve desaparecer porque, nesse momento, o nosso cora-
ção está totalmente orientado para Deus.

3.3.2 - Prefácio

O prefácio é um hino de “abertura” que abre solenemente a Oração Eucarística.


Por isso o celebrante convida a Assembleia para elevar os corações a Deus, dizen-
do “Corações ao alto”! É um hino que proclama a Santidade de Deus e dá graças ao
Senhor. Existem inúmeros prefácios que abordam temas variados.

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

3.3.3 - Santo
Com a aclamação do hino do Santo, toda a assembleia louva o Senhor Deus,
retomando aquelas palavras que se inspiram fundamentalmente em dois impor-
tantes textos do Antigo Testamento: Is 6,3 e Ez 39,7: “Santo, Santo, Santo,
Senhor Deus do Universo. O céu e a terra proclamam a Vossa glória”, e a aclama-
ção do povo diante de Jesus quando de sua última entrada em Jerusalém no “dia
de Ramos”: Mt 21,9: “Hosana nas alturas. Bendito o que vem em nome do Senhor.
Hosana nas alturas”.

3.3.4 - Primeira epiclese


É a invocação que se eleva a Deus para que envie o seu Espírito Santo e transfor-
me as coisas ou as pessoas.

Segue-se então a primeira epiclese de consagração. É uma invocação que o sacer-


dote dirige a Deus, pedindo que envie o Espírito Santo para transformar pessoas
ou coisas. No caso da Missa, pedindo para transformar o pão e o vinho, em Corpo e
sangue de Cristo.

3.3.5 - Narração da instituição


Na narração da instituição, como o próprio nome indica, repetem-se aquelas
mesmas palavras que, conforme as Escrituras, Jesus Cristo usou na sua última
ceia quando, abençoando o pão e o vinho, instituiu a Eucaristia: “Estando para ser
entregue e abraçando livremente a paixão, ele tomou o pão, deu graças, e o partiu
e deu a seus discípulos dizendo: Tomai, todos, e comei [...]” Esta narração é o
coração e o centro da Oração Eucarística.

3.3.6 - Aclamação do povo


Após apresentar o corpo e o sangue de Jesus para a adoração, quem preside
suscita a aclamação do povo com estas palavras: “Eis o mistério da fé”. O povo
responde não se dirigindo a Deus, como se faz ao longo de toda Oração
Eucarística, mas a Jesus Cristo: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclama-
mos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”

3.3.7 - Ofertório
As palavras que se seguem correspondem exatamente ao ofertório da Missa:
“Celebrando [...] nós vos oferecemos, ó Pai, o pão da vida e o cálice da salvação”.
Assim, o verdadeiro “ofertório” eucarístico não se encontra na apresentação dos
dons, mas nessa parte central da Oração Eucarística.

3.3.8 - Segunda epiclese


(Invocação que se eleva a Deus para que envie o seu Espírito Santo e transforme
as coisas ou as pessoas).
“E nós vos suplicamos que, participando do Corpo e Sangue de Cristo, sejamos
reunidos pelo Espírito Santo num só corpo”. De novo se invoca Deus Pai para que
envie o seu Santo Espírito, dessa vez sobre a comunidade reunida para a
Eucaristia.

3.3.9 - Intercessões
Depois temos as intercessões, geralmente em número de três, nas quais se implo-
ra pela Igreja aqui na terra, pela Igreja dos que já faleceram na esperança da

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

ressurreição e pela Igreja celestial, que intercedam por nós lá no céu.

3.3.10 - Doxologia e amém conclusivo


É um resumo de toda a oração eucarística “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a
vós Deus Pai [...]”. Nela, o sacerdote tendo o Corpo e Sangue de Cristo em suas
mãos louva ao Pai e toda assembleia responde com um grande “amém”, que
significa: “assim seja”, “estou de acordo”, e confirma tudo aquilo que viveu.

3.4 - RITO DA COMUNHÃO

3.4.1 - Pai-nosso
O rito da comunhão tem início na recitação do Pai-Nosso. Trata-se de uma oração
sumamente importante porque não foi elaborada por nós criaturas, mas tecida no
coração do próprio Cristo. Ela prepara dignamente para o sublime sacramento da
comunhão.

3.4.2 - Rito e saudação da paz


Através da saudação da paz toda a assembleia exprime a comunhão eclesial e a
mútua caridade, antes de comungar do Sacramento.

3.4.3 - Fração do pão


É o ato de o celebrante partir a hóstia e depositar no cálice uma parte. Mesmo
gesto de Jesus que partiu o pão e o deu aos seus discípulos na Ceia.

3.4.4 - Cordeiro de Deus


A exclamação de João Batista quando vê Jesus vir ao seu encontro: “Eis o Cordeiro
de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29) é repetida sempre que celebra-
mos a Santa Missa, no convite do sacerdote para nos abeirarmos do altar, de Jesus
que é o verdadeiro cordeiro pascal da nova e eterna aliança.

3.4.5 - Rito da comunhão


Comungar é participar da divindade de Jesus. Quem comunga deve meditar nesse
mistério da presença real do Senhor em sua vida. Para comungar é necessário que
cada um se examine bem. Não pode comungar e já sair da Igreja, ou ficar conver-
sando e se distraindo, nem ir rezar diante de alguma imagem de sua devoção, pois
Jesus deve ser o centro de sua atenção e piedade. Ele é o hóspede divino que
acaba de ser recebido.
Se você por algum motivo não pode ainda receber o Corpo de Jesus, deve recebê-
lo espiritualmente, isto é, ter um desejo profundo de se unir a Ele.

3.4.6 - Silêncio após a comunhão


Este é um tempo para louvor e agradecimento. Momento de silêncio em que
devem cessar todo movimento, toda palavra e todo canto para dar lugar apenas à
meditação. Este tempo de silêncio é seguido pela Oração Após a Comunhão, que
conclui a última parte da Missa.

IV – RITOS FINAIS E ENVIO À MISSÃO

4.1 – Bênção Final


O Celebrante invoca a bênção de Deus sobre toda a assembleia. Há várias bênçãos

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

no Missal Romano e são tiradas da Bíblia. Para as festas litúrgicas há bênçãos


solenes.

4.2 - Despedida
O Celebrante despede pedindo que o Senhor nos acompanhe no exercício de
nossa Missão: levar Deus àqueles que nos foram confiados e testemunhar Seu
amor em nossos gestos, palavras e ações.
Uma coisa muito importante que deve ser lembrada é que a Missa começa com a
entrada do presidente e termina com a bênção final.

7- PARA PENSAR
- A Missa é o mais importante momento na sua vida cristã? Por quê participar da
Missa?
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8. VIVER A PALAVRA
- Releia com muita atenção o aprofundamento do TEMA do nosso encontro e faça a
Leitura Orante do texto que o iluminou (Mt 26,17-20.26-29).

9. ORAÇÃO FINAL

Cateq.: Rezemos em intenção do Santo Padre, o Papa, pelo nosso Bispo


Diocesano e pelo(s) padre(s) de nossa comunidade e por todo o povo de Deus. De
mãos dadas, rezemos a oração que o próprio Jesus nos ensinou:
Todos: Pai Nosso......
Cateq.: E saudemos a Maria, nossa mãe:
Todos: Ave Maria .....

Cateq.: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo...


Todos: Para sempre seja louvado!
Cateq.: Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém!

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CRISMA DE ADULTOS - ÁREA PASTORAL SAG. CORAÇÃO DE JESUS TORITAMA -PE

REFERÊNCIAS

Bíblia Sagrada de Jerusalém. Edições Paulus, 2012;

Catecismo da Igreja Católica. Edições Loyola, 11ª ed., 2001;

Catequese Renovada;

Dicionário de Catequética. São Paulo: Paulinas, 2004;

Diretório Geral para Catequese. Congregação para o Clero. Paulinas, 1997;

Diretório Nacional para Catequese. Documentos da CNBB 84, 2005;

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