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Aula - Resol - Sistem - Hiperg

O documento discute o Método dos Deslocamentos e a definição de deslocabilidades, que são componentes de deslocamentos e rotações nodais livres em uma estrutura. Apresenta o conceito de Sistema Hipergeométrico (SH), que isola os efeitos das deslocabilidades, e descreve a metodologia de análise através de exemplos numéricos. O texto também aborda as condições de equilíbrio e os esforços nas barras resultantes das deslocabilidades.

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O documento discute o Método dos Deslocamentos e a definição de deslocabilidades, que são componentes de deslocamentos e rotações nodais livres em uma estrutura. Apresenta o conceito de Sistema Hipergeométrico (SH), que isola os efeitos das deslocabilidades, e descreve a metodologia de análise através de exemplos numéricos. O texto também aborda as condições de equilíbrio e os esforços nas barras resultantes das deslocabilidades.

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Deslocabilidades e Sistema Hipergeométrico

A solução pelo Método dos Deslocamentos pode ser vista como uma superposição de soluções
cinematicamente determinadas, isto é, de configurações deformadas conhecidas, conforme ilustra a
Figura. Essa figura mostra a configuração deformada de um pórtico plano formada pela superposição
de configurações deformadas elementares, cada uma associada a um determinado efeito que é
isolado.

Na Figura, a configuração deformada elementar do caso (0) isola o efeito da solicitação externa
(carregamento), sendo que essa configuração deformada é tal que os nós (extremidades das barras)
da estrutura apresentam deslocamentos e rotações nulos. A configuração deformada nesse caso
corresponde à situação de engastamento perfeito da viga (barra horizontal) devida à carga
uniformemente distribuída aplicada. As demais configurações deformadas mostradas nessa figura,
dos casos (1) a (7), correspondem a imposições de deslocamentos e rotações nodais isolados, isto é,
cada caso apresenta uma configuração deformada elementar em que somente uma componente de
deslocamento ou rotação nodal tem um valor não nulo.

Com base nisso, a seguinte definição é feita:

Deslocabilidades são as componentes de deslocamentos e rotações nodais que estão livres, isto é,
que devem ser conhecidas para determinar a configuração deformada de uma estrutura.
Dessa forma, as deslocabilidades são os parâmetros que definem (completamente) a configuração
deformada de uma estrutura. As deslocabilidades são as incógnitas do Método dos Deslocamentos.

Di deslocabilidade de uma estrutura: componente de deslocamento ou rotação livre (não restrita por
apoio) em um nó da estrutura, na direção de um dos eixos globais.

No exemplo mostrado, D1 e D4 são deslocamentos horizontais dos nós superiores, D2 e D5 são


deslocamentos verticais dos nós superiores, D3 e D6 são rotações dos nós superiores e D7 é a rotação
do nó inferior direito. As demais componentes de deslocamentos e rotação não são deslocabilidades
livres pois são restritas por apoios.

Adaptado de: Método dos deslocamentos – cap. 06 - Luiz Fernando Martha.


O modelo estrutural utilizado nos casos básicos é obtido a partir da estrutura original pela adição de
vínculos na forma de apoios fictícios. Esse modelo é chamado de Sistema Hipergeométrico (SH).
O SH correspondente à estrutura é mostrado na Figura a seguir. Os apoios fictícios adicionados à
estrutura para impedir (prender) as deslocabilidades são numerados de acordo com a numeração das
deslocabilidades. Isto é, o apoio 1 impede a deslocabilidade D1, o apoio 2 impede a deslocabilidade
D2, e assim por diante.

Sistema Hipergeométrico (SH)

O SH é utilizado para isolar os efeitos de cada uma de suas deslocabilidades. Em cada um dos casos
básicos da solução pelo Método dos Deslocamentos, no máximo uma deslocabilidade assume um
valor não nulo.

Metodologia de análise pelo Método dos Deslocamentos


Com base em um exemplo numérico, apresenta-se a descrição da metodologia de análise estrutural
do Método dos Deslocamentos.

Adaptado de: Método dos deslocamentos – cap. 06 - Luiz Fernando Martha.


No exemplo em estudo, existem três casos básicos – casos (0), (1) e (2) – descritos a seguir.

Caso (0) – Solicitação externa (carregamento) isolada no SH


O caso (0), isola o efeito da solicitação externa, isto é, do carregamento aplicado. A carga externa é a
aplicada no SH com D1 = 0 e D2 = 0. As forças e ou momentos que aparecem nos apoios fictícios do
SH são chamados de termos de carga βi0. Um termo de carga é definido formalmente como:

βi0 -reação no apoio fictício associado à deslocabilidade Di para equilibrar o SH quando atua a
solicitação externa isoladamente, isto é, com deslocabilidades com valores nulos.

Neste exemplo, são 02 os termos de carga, sendo que β10 é a reação horizontal, β20 é a reação vertical
nos dois apoios fictícios do nó interno.
Caso (1) – Deslocabilidade D1 isolada no SH
Isola-se o efeito da deslocabilidade D1, mantendo nulo o valor da deslocabilidade D2.

As forças que aparecem nos apoios fictícios do SH quando é imposta uma configuração D1 são
chamados de coeficientes de rigidez Kij. Formalmente, o coeficiente de rigidez é definido como:

Kij força ou momento que deve atuar na direção de Di para manter a estrutura (na verdade, o SH)
em equilíbrio quando é imposta uma configuração deformada onde Dj = 1 e as demais
deslocabilidades são nulas.

Adaptado de: Método dos deslocamentos – cap. 06 - Luiz Fernando Martha.


No caso (1), os coeficientes de rigidez são a força horizontal K11 e a força vertical K21.

∆𝑙1𝑥 = 𝐷1 . cos 𝜃 ∆𝑙2𝑥 = 𝐷1


∆𝑙1𝑦 = 𝐷1 . sen 𝜃

Adaptado de: Método dos deslocamentos – cap. 06 - Luiz Fernando Martha.


Definindo as equações:
𝐸. 𝐴 . ∆𝑙1
𝑁1 =
𝑙1

𝐸. 𝐴 . ∆𝑙2
𝑁2 =
𝑙2

𝐸.𝐴 .∆𝑙1𝑥 .cos 𝜃 𝐸.𝐴 .∆𝑙2𝑥


Direção (x) => 𝑁1 = + 𝑁2 =
𝑙1 𝑙2

𝐸.𝐴 .∆𝑙1𝑦 .cos 𝜃


Direção (y) => 𝑁1 = 𝑙1

𝐸.𝐴 𝐸.𝐴
Direção (x) => 𝐾11 = . ∆𝑙1𝑥 . cos 𝜃 + . ∆𝑙2𝑥
𝑙1 𝑙2
𝐸.𝐴
Direção (y) => 𝐾21 = . ∆𝑙1𝑦 . cos 𝜃
𝑙1

𝐸. 𝐴 𝐸. 𝐴
𝐾11 = . cos 𝜃. D1. cos θ + 𝐷1
𝑙1 𝑙2
𝐸. 𝐴
𝐾21 = . cos 𝜃. 𝐷1. 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝑙1

K11 rigidez que atua na direção de D1, quando é imposta uma configuração deformada D1.
K21  rigidez que atua na direção de D2, quando é imposta uma configuração deformada D1.

Adaptado de: Método dos deslocamentos – cap. 06 - Luiz Fernando Martha.


Caso (2) – Deslocabilidade D2 isolada no SH
De maneira análoga, no caso (2), a deslocabilidade D2 é colocada em evidência, mantendo nulo o
valor da deslocabilidade D1.

K12  rigidez que atua na direção de D1, quando é imposta uma configuração deformada D2.
K22  rigidez que atua na direção de D2, quando é imposta uma configuração deformada D2

Adaptado de: Método dos deslocamentos – cap. 06 - Luiz Fernando Martha.


∆𝑙1𝑥 = 𝐷2 . cos 𝜃 ∆𝑙2 = 0
∆𝑙1𝑦 = 𝐷2 . sen 𝜃

Adaptado de: Método dos deslocamentos – cap. 06 - Luiz Fernando Martha.


Definindo as equações:
𝐸. 𝐴 . ∆𝑙1
𝑁1 =
𝑙1

𝐸.𝐴 .∆𝑙1𝑥 .𝑠𝑒𝑛 𝜃


Direção (x) => 𝑁1 = 𝑙1

𝐸.𝐴 .∆𝑙1𝑦 .sen 𝜃


Direção (y) => 𝑁1 = 𝑙1

𝐸.𝐴
Direção (x) => 𝐾12 = . ∆𝑙1𝑥 . sen 𝜃
𝑙1
𝐸.𝐴
Direção (y) => 𝐾22 = . ∆𝑙1𝑦 . sen 𝜃
𝑙1

𝐸. 𝐴
𝐾12 = . sen 𝜃. D2 . cos 𝜃
𝑙1

𝐸. 𝐴
𝐾22 = . sen 𝜃. 𝐷2. 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝑙1

Adaptado de: Método dos deslocamentos – cap. 06 - Luiz Fernando Martha.


Condições de equilíbrio
Utiliza-se a superposição dos casos para restabelecer as condições de equilíbrio do nó. A resultante
de forças externas neste nó deve ser nula.

Somatório das forças externas horizontais que atuam no nó (direção x):


1) β10 K11 K12 0
Somatório das forças externas verticais que atuam no nó (direção y):
2) β20 K21 K22 0
𝐸.𝐴 𝐸.𝐴 𝐸.𝐴
1) -10 + ( 𝑙 . 𝑐𝑜𝑠𝜃. 𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑙2
) . 𝐷1 + ( 𝑙 . 𝑠𝑒𝑛𝜃. 𝑐𝑜𝑠𝜃) . 𝐷2 = 0
1 1

𝐸.𝐴 𝐸.𝐴
2) 6 + ( 𝑙 . 𝑐𝑜𝑠𝜃. 𝑠𝑒𝑛𝜃) . 𝐷1 + ( 𝑙 . 𝑠𝑒𝑛𝜃. 𝑠𝑒𝑛𝜃) . 𝐷2 = 0
1 1

𝑙1 = √22 + 42 𝑙2 = 6,0 𝑚 𝐴 = (0,05𝑥0,05) 𝐸 = 205𝑥106 𝑘𝑁/𝑚²

𝑙1 = 4,47 𝑚 𝐴 = 0,0025 𝑚²

2 4
cos 𝜃 = 4,47 = 0,447 sen 𝜃 = 4,47 = 0,895

𝐸.𝐴 𝐸.𝐴
𝑙1
= 114.653,24 𝑘𝑁/𝑚 𝑙2
= 85.416,67 𝑘𝑁/𝑚

Substituindo os valores nas equações 1 e 2


1) -10 + (114653,24 × 0,447² + 85416,67). 𝐷1 + (114653,24 × 0,447 × 0,895). 𝐷2 = 0
1) -10 + 108325,419. 𝐷1 + 45868,748. 𝐷2 = 0
−45868,748.𝐷2 +10
1) 𝐷1 = 108325,419

1) 𝐷1 = −0,423𝐷2 + 9,23𝑥10−5

2) 6 + (114653,24 × 0,447 × 0,895). 𝐷1 + (114653,24 × 0,895²). 𝐷2 = 0


2) 6 + 45868,748. 𝐷1 + 91840,11. 𝐷2 = 0

2) 6 + 45868,748 × (−0,423. 𝐷2 + 9,23𝑥10−5 ) + 91840,11. 𝐷2 = 0

2) 6 + 4,234 − 19402,48. 𝐷2 + 91840,11. 𝐷2 = 0

−10,234
2) 𝐷2 = 72437,63 𝐷2 = −1,412𝑥10−4 𝑚

−45868,748×(−1,412𝑥10−4 )+10
1) 𝐷1 = 108325,419
𝐷1 = 1,521𝑥10−4 𝑚

Esforços nas barras


- Barra 1: componente horizontal (eixo x)

Adaptado de: Método dos deslocamentos – cap. 06 - Luiz Fernando Martha.


𝐸. 𝐴 𝐸. 𝐴
𝐹1𝑥 = ( . 𝑐𝑜𝑠𝜃. 𝑐𝑜𝑠𝜃. 𝐷1 ) + ( . 𝑠𝑒𝑛𝜃. 𝑐𝑜𝑠𝜃. 𝐷2 )
𝑙1 𝑙1

𝐹1𝑥 = (114653,24 × 0,4472 × 1,521𝑥10−4 ) + (114653,24 × 0,447 × 0,895. (−1,412𝑥10−4 )

𝐹1𝑥 = 3,484 − 6,48 𝐹1𝑥 = −3,0 𝑘𝑁

- Barra 1: componente vertical (eixo y)

𝐸. 𝐴 𝐸. 𝐴
𝐹1𝑦 = ( . 𝑐𝑜𝑠𝜃. 𝑠𝑒𝑛𝜃. 𝐷1 ) + ( . 𝑠𝑒𝑛𝜃. 𝑠𝑒𝑛𝜃. 𝐷2 )
𝑙1 𝑙1

𝐹1𝑦 = (114653,24 × 0,447 × 0,895 × 1,521𝑥10−4 ) + (114653,24 × 0,895². (−1,412𝑥10−4 )

𝐹1𝑦 = 6,98 − 12,97 𝐹1𝑦 = −6,0 𝑘𝑁

𝐹1𝑅 = √32 + 62 𝐹1𝑅 = 6,71 𝑘𝑁 (𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜)

- Barra 2: componente horizontal (eixo x)

𝐸. 𝐴
𝐹2𝑥 = ( . 𝐷1 )
𝑙2

𝐹2𝑥 = 85416,67 × 1,521𝑥10−4 𝐹2𝑥 = 13,0 𝑘𝑁

𝐹2 = 13,0 𝑘𝑁(𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜)

Adaptado de: Método dos deslocamentos – cap. 06 - Luiz Fernando Martha.


Reações nos vínculos

Resultados Ftool

Adaptado de: Método dos deslocamentos – cap. 06 - Luiz Fernando Martha.

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