UNIVERSIDADE FERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
Campus Alto Paraopeba
Química Geral Experimental
Roteiros de aulas práticas para os cursos de
Engenharia do Campus Alto Paraopeba
Profa. Ana Cláudia Bernardes Silva
Profa. Ana Paula Fonseca Maia de Urzedo
Profa. Elídia Maria Guerra
Prof. Dane Tadeu Cestarolli
Prof. Rafael Mafra de Paula Dias
ATENÇÃO: Este material é um resumo de várias obras
2025-1
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Cronograma de aulas
Aula Semana Matéria
1 11/04 Apresentação do curso
2 25/04 Determinação do teor de álcool na
gasolina
3 09/05 Estudo de detergentes
4 16/05 Reações Químicas
5 23/05 Soluções e diluições
6 30/05 Determinação do teor de ácido
acético no vinagre
7 06/06 Prova teórica*
8 27/06 Prova prática*
9 04/07 Prova Substitutiva*
*Detalhes das provas estão descritos no Programa da disciplina enviado pela
docente pelo Portal Didático
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Instruções Gerais
O trabalho em um laboratório requer cuidados especiais, quanto à SEGURANÇA, ao
manipular, armazenar ou transferir reagentes e materiais, e também exige
PLANEJAMENTO e ATENÇÃO, para executar procedimentos previamente estipulados.
Recomenda-se que você leia atentamente os roteiros das práticas e utilize a bibliografia
sugerida para auxiliá-lo no desenvolvimento dos trabalhos. Durante todo o período você
será treinado nas técnicas básicas de laboratório e adquirirá confiança na manipulação de
reagentes e vidrarias. É recomendável que você consulte antes as referências específicas
sobre toxidade de substâncias, especialmente se você for alérgico ou bastante sensível a
determinados tipos de compostos. Observe sempre no rótulo do reagente dados sobre sua
toxidade para manuseá-lo de forma apropriada. Use sempre os equipamentos e
dispositivos de segurança recomendados (óculos, luvas, capela, etc.).
Em um laboratório químico, seja com finalidade industrial ou acadêmica, procure
sempre realizar seus experimentos com PRECISÃO, de acordo com as especificações ou
instruções nos roteiros, anotando todas as observações que possam ser úteis na descrição
posterior de seus resultados, através de um RELATÓRIO. Não se esqueça de anotar as
características dos instrumentos utilizados, as quantidades e as especificações dos
reagentes. Recorra sempre ao professor ou ao técnico para tirar dúvidas.
Como procedimento usual, trabalhe sempre em uma bancada limpa, com vidraria
limpa e ao terminar seu trabalho, LAVE todo o material utilizado. Use sempre água destilada
para preparar suas soluções. DESCARTE soluções e materiais, de acordo com as
instruções de sua professora ou de bibliografia especializada.
Finalmente, esteja sempre ATENTO ao que está ocorrendo no laboratório.
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Noções Elementares de Segurança
A ocorrência de acidentes em laboratórios, infelizmente, não é tão rara como possa
parecer. É muito importante que todas as pessoas que trabalham em um laboratório tenham
uma noção bastante clara dos riscos existentes e de como minimizá- los. Nunca é demais
repetir que O MELHOR COMBATE AOS ACIDENTES É A PREVENÇÃO. O descuido de
uma única pessoa pode pôr em risco outras pessoas no laboratório e por esta razão, as
normas de segurança descritas abaixo têm seu cumprimento exigido. Acima disto, espera-
se que todos tenham consciência da importância de se trabalhar em segurança, o que
resultará em benefícios para todos.
(1) É OBRIGATÓRIO o uso de JALECO no laboratório.
(2) É OBRIGATÓRIO o uso de ÓCULOS DE PROTEÇÃO.
(3) É terminantemente PROIBIDO FUMAR em qualquer laboratório.
(4) É PROIBIDO trazer COMIDA ou BEBIDA para o laboratório. Da mesma forma, não se
deve provar qualquer substância do laboratório, mesmo que inofensiva.
(5) NÃO USAR SANDÁLIAS OU CHINELOS NO LABORATÓRIO. Usar sempre algum tipo
de calçado que cubra todo o pé.
(6) Não usar lentes de contato durante o trabalho no laboratório, devido ao perigo de, num
acidente, ocorrer a retenção de líquido corrosivo entre a lente e a córnea;
(7) Conservar os cabelos sempre presos ao realizar qualquer experimento no laboratório.
(8) Não deixar livros, blusas, etc., sobre as bancadas. Colocá-los no local apropriado para
isso.
(9) SIGA RIGOROSAMENTE AS INSTRUÇÕES do professor. Não tente nenhuma reação
aleatoriamente pois, reações desconhecidas podem causar resultados desagradáveis.
(10) Evite contato de qualquer substância com a pele. Seja particularmente cuidadoso ao
manusear substâncias corrosivas como ácidos ou bases concentrados.
(11) Ao testar um produto químico pelo odor, não coloque o frasco diretamente sob o nariz.
Os vapores devem ser deslocados para a sua direção com o auxílio de uma das mãos
enquanto a outra segura o frasco.
(12) Nunca use o paladar para testar substâncias.
(13) Nunca acenda o bico de gás próximo a frascos contendo solventes orgânicos
inflamáveis.
(14) NUNCA coloque água num ácido concentrado, mas sim o ácido sobre a água. O
ácido deve ser adicionado lentamente, com agitação constante. Quando se adiciona
o ácido sobre a água, o ácido tende a ionizar-se, liberando uma grande quantidade
de calor (reação exotérmica), sendo o calor liberado distribuído uniformemente na
água – que deve ser em maior quantidade. Devido a isso a reação não se torna tão
violenta quanto a adição de água sobre o ácido. Neste caso, água sobre o ácido, a
reação será rápida e incontrolável pois a superfície de contato do ácido será maior,
tendo o suficiente para aquecer a água em pouco tempo. Portanto, NUNCA coloque
água em ácido concentrado.
(15) Todos os experimentos que envolvam a liberação de gases e/ou vapores tóxicos
devem ser realizados na capela (câmara de exaustão).
(16) Ao aquecer um tubo de ensaio contendo qualquer substância, não voltar a extremidade
aberta do mesmo para si ou para outra pessoa próxima.
(17) Não abandone sobre a bancada recipientes quentes, coloque-o sobre uma tela de
amianto. Lembrar que o vidro quente tem o mesmo aspecto do vidro frio. Coloque um aviso:
“recipiente quente”.
(18) Dedique especial atenção a qualquer operação que envolva aquecimento prolongado.
(19) Nunca abra um frasco de reagente antes de ler o rótulo.
(20) Ao retirar-se do laboratório, verifique se não há torneiras abertas (gás ou água).
Desligue todos os aparelhos, deixe todos os equipamentos limpos e LAVE BEM AS MÃOS.
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(21) Comunicar imediatamente ao professor ou ao técnico qualquer acidente ocorrido.
(22) Utilize apenas a quantidade exigida de reagentes. Nunca introduza sobras dos
reagentes nos seus respectivos frascos de origem, isso evitará desperdícios e
contaminações.
(23) Identifique a localização e aprenda utilizar o extintor de incêndio existente nas
proximidades do laboratório.
(24) Ao retirar-se do laboratório verifique se não há torneiras (de água ou gás) abertas.
Desligue todos os equipamentos e deixe as vidrarias sempre limpas.
(25) LAVE SEMPRE SUAS MÃOS antes de deixar o laboratório.
Obs.: Normas de segurança específicas serão apresentadas na medida em que forem
necessárias durante a realização dos experimentos.
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Noções Elementares de Primeiros Socorros em Caso de Pequenos Acidentes
1) Queimaduras:
a) Queimaduras causadas por calor seco (chama ou objetos aquecidos):
Queimaduras leves, refrescar com água fria, secar e aplicar pomada de picrato de butesina.
No caso de queimaduras graves, refrescar com água fria e cobrir com gaze esterilizada
umedecida com solução aquosa de bicarbonato de sódio 5%. Contatar um médico
imediatamente.
b) Queimaduras por agentes corrosivos como ácidos ou álcalis:
Lavar imediatamente o local com água corrente em abundância. Em seguida, lavar com
solução de bicarbonato de sódio (para neutralizar ácidos) ou ácido acético (para neutralizar
bases). Esta última etapa deve ser suprimida se a queimadura for muito severa, pois o calor
da reação resultante poderá piorar a situação. Neste caso use apenas água corrente e
chame a professora.
2) Ácidos nos olhos: Lavar com água corrente em abundância durante quinze minutos.
Depois disso, aplicar solução aquosa de bicarbonato de sódio 1%.
3) Álcalis nos olhos: Lavar com água corrente em abundância durante quinze minutos.
Depois disso, aplicar solução aquosa de ácido bórico 1 %.
4) Intoxicações por inalação de gases: Remover a vítima para um ambiente arejado,
deixando-a descansar.
5) Na boca: Os sólidos ou líquidos que atingem a boca podem ou não ser deglutidos. Caso
não sejam engolidos, retirar imediatamente e lavar repetidamente com bastante água. Caso
sejam engolidos, não induza o vômito se a pessoa estiver inconsciente. Caso a substância
seja ácida, dê água, leite, ou leite de magnésia (uma colher de sopa para cada copo de
água). Caso a substância não seja corrosiva ou derivada do petróleo, dê leite ou água
morna e induza o vômito. Quando o vômito começar, abaixe o rosto e coloque a cabeça do
acidentado mais baixa que o quadril.
6) Mercúrio: Cuidado com mercúrio entornado (de termômetros quebrados, por exemplo). O
mercúrio, além de corrosivo, é muito tóxico. Deve-se coletá-lo ou cobri-lo com enxofre ou zinco
em pó.
7) Toxidez: Procurar conhecer a toxidez dos vários reagentes usados e tratá-los com a
devida seriedade.
8) Cortes: Em caso de cortes provocados por vidrarias, retire os resíduos de vidro que
estiverem no local com uma pinça, lave o local com bastante água e aplique antisséptico
tópico.
9) Incêndios: Em caso de incêndio, lembrar que na ausência de um extintor, um jaleco
pode servir como um cobertor para abafar as chamas.
10) Atenção adequada: Evita a maioria dos acidentes. É muito importante ter a certeza de
que se sabe perfeitamente bem o que se está fazendo.
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EXPERIMENTO 1: Determinação do teor de álcool na gasolina
OBJETIVOS
Determinar o teor de álcool na gasolina, considerando a natureza das duas substâncias.
INTRODUÇÃO
As diferentes ligações químicas levam a interações interatômicas/intermoleculares
distintas. Como consequência, as diversas substâncias químicas apresentam propriedades
físicas características. Assim, os sólidos iônicos apresentam interações elestrostáticas
entre os íons tão fortes que a fusão só é possível a temperaturas muito elevadas e sua
vaporização só a temperaturas altíssimas. Entretanto, é preciso considerar a presença de
solvente nos sólidos, o que normalmente alarga a faixa de fusão. Por esse motivo, a
temperatura de fusão (Tf) constitui um dos critérios de pureza mais utilizados para
substâncias sólidas. Para as substâncias líquidas, geralmente utiliza-se como critérios de
pureza a temperatura de ebulição (Te) e o índice de refração. Os compostos com ligações
covalentes apresentam em geral temperaturas de fusão (Tf) e de ebulição (Te) menores,
uma vez que as interações intermoleculares são bem mais fracas: dipolo-dipolo nos
compostos polares (ligações covalentes polares) e dipolo-dipolo induzido nos compostos
apolares (ligações covalentes apolares ou momento dipolo nulo). A solubilidade, isto é, a
possível dissolução (de um sólido) ou miscibilidade (de um líquido) em um líquido qualquer,
também é influenciada pelo tipo de interação molecular existente. Substâncias polares e
apolares se dissolvem em solventes quimicamente semelhantes. Portanto, a dissolução ou
não de uma substância em um determinado solvente indica a sua natureza química. A
cristalização é um processo físico usado para purificar ou separar sólidos com base em sua
solubilidade, sendo favorecida para sólidos iônicos, onde as forças eletrostáticas facilitam
a formação de cristais. Além das propriedades físicas já mencionadas, também são
importantes a densidade, o aspecto físico (cor, por exemplo), a viscosidade, dentre outras.
MATERIAIS E REAGENTES
- Provetas de 25 mL com tampa
- Pipetas de 10 mL
- Água destilada
- Amostras comerciais de gasolina
PARTE EXPERIMENTAL
1) Em uma proveta graduada de 25 mL adicione 10 mL da amostra de gasolina e transfira
para o funil de separação.
2) Em seguida, meça 10 mL de água destilada em uma outra proveta e transfira para o funil
de separação.
3) No funil de separação, agite e deixe em repouso até a separação das camadas líquidas
imiscíveis.
4) Colete a fase separada em uma proveta limpa e faça a leitura do volume de gasolina
5) Após a leitura do volume, calcule a porcentagem de álcool na gasolina
7
7) Por que se adiciona álcool anidro à gasolina e não álcool hidratado? Trazer a
resposta de casa
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, P.G.V. (org). Química Geral – Práticas Fundamentais. 9ª reimpressão.
Editora UFV, 2010, 111p.
BATISTA, M. S. Apostila Experimental para Alunos, 2009.
HARRIS, D.C. Análise Química Quantitativa. 6ª edição, Rio de Janeiro: LTC, 2005.
876 p.
REZENDE, C. M. e BRAIBANTE, H.T.S., A Química perto de você, 1ª Edição,
Sociedade Brasileira de Química, 2010, 146p.
SHRINER, R.L. Identificação Sistemática dos Compostos Orgânicos – Manual de
Laboratório.
SILVA, G.D.F. Práticas de Química Orgânica (UFMG).
SKOOG, D.A.; WEST, D.M.; HOLLER, F.J.; CROUCH, S.R. Fundamentos de
Química Analítica. 8a Edição, São Paulo: Thomson, 2007. 999 p.
SOLOMONS, T.W.G. Organic Chemistry. 6 ed.
TARANTO, M.A. Práticas de Química Orgânica (CEFET-MG).
VOGEL, A.I. Química Analítica Qualitativa. 5. ed. rev. São Paulo: Mestre Jou, 1981.
VOGEL, A.I. Química Orgânica – Análise Orgânica Qualitativa, Volumes 1 e 2.
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EXPERIMENTO 2: Reações Químicas
INTRODUÇÃO:
Neste experimento será abordado o assunto sobre Reações Químicas. A realização do
experimento consiste na queima de uma mistura de açúcar cristal branco, bicarbonato de
sódio e álcool. Inicialmente serão realizados testes experimentais conforme o roteiro,
buscando assim todas as informações que podem ser abordadas com a prática, como
tempo de combustão, peso do material formado, entre outros. Ainda, para avaliar os
resultados das reações, serão utilizados três diferentes tipos de açúcares: mascavo, cristal
e refinado.
Esse experimento envolve a combustão da sacarose:
C12H22O11(s) + 12O2 (g) → 12CO2(g) + 11H2O(g)
Ao colocarmos fogo no sistema, também ocorre a combustão incompleta, originando
o carbono, que constitui a estrutura porosa. Em razão do gás carbônico liberado pela
decomposição do bicarbonato de sódio e da própria combustão da sacarose, a estrutura de
carbono “infla”, dando origem ao resíduo da queima. Veja a reação de decomposição
térmica do bicarbonato de sódio:
2NaHCO3(s) → Na2CO3(s) + CO2(g) + H2O(g)
Na2CO3(s)→ Na2O(s) + CO2(g)
O experimento é realizado com diferentes açucares, sendo eles: o açúcar mascavo caseiro
ou também chamado de açúcar que tem uma coloração semelhante ao caramelo e possui
um aspecto mais úmido. O seu sabor remete a rapadura e é extraído do cozimento e da
cristalização do caldo da cana. A sua qualidade nutricional e bem melhor, conforme a
Sociedade Brasileira de Diabetes (2004) pois afirmam que ele conserva o ferro, os sais
minerais e o cálcio em maiores quantidades. O açúcar mascavo industrializado, também
conhecido como demerara, tem um processo de extração muito parecido ao mascavo
artesanal, porém a sua limpeza e secagem fazem com que ele tenha uma coloração mais
clara e ainda ocorre a perda de água, isso o torna ainda mais doce. Ele não possui aditivos
químicos e apresenta altos valores nutricionais, porém é o mais caro entre os tipos de
açucares e é usado principalmente para a exportação. O açúcar cristal para ser obtido,
utiliza-se o caldo de cana que passa por processos de purificação, cristalização,
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evaporação, centrifugação e secagem, onde nestes processos são perdidos cerca de 90%
de seus sais minerais, sendo o resultado pequenos grânulos transparentes que são difíceis
de serem dissolvidos. A partir deste açúcar são obtidos outros tipos de açucares como o
refinado e o confeiteiro. O açúcar branco ou refinado é o açúcar mais comum nos
supermercados e, também, o mais prejudicial a saúde, pois é extraído das últimas etapas
do processo e por isso sobram poucos nutrientes, os quais são anulados pelos aditivos
químicos que são usados para dar a coloração branca e, também, para dar o sabor
característico. O açúcar refinado contém cristais bem finos que são de rápida dissolução, o
qual e muito usado na culinária e, também, para o consumo doméstico.
Tabela 1: Exemplos de açúcares, peso e tempo de queima
Objetivo
- Realizar o experimento utilizando diferentes açucares;
- Analisar os produtos obtidos após a conclusão da Reação Química;
- Levantar dados quantitativos e qualitativos das amostras e realizar a tabulação dos dados;
- Refletir sobre as propriedades de cada amostra para levantar questionamentos referentes
a manipulação dos açucares.
Durante a realização do experimento é possível realizar análises, por exemplo, do
tempo de combustão para cada tipo de açúcar, a quantidade de material inicial e final, o
tamanho das chamas, etc. Elaborando assim quadros comparativos, quantificado assim
cada item durante o experimento. Após o término, ainda será possível comparar tamanho
do resíduo formado, dureza do material formado, quantidade de cinzas criadas na
combustão, entre outros.
Materiais
- Bicarbonato de sódio;
- Álcool;
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- Açúcar mascavo, refinado e cristal.
- Areia
- Bequer de 100 mL
- cronômetro
- Bastão de vidro
- Vidro de relógio
- Fosforo ou isqueiro;
- Bico de uma garrafa de pet com a tampa.
Procedimentos:
- Corte o bico da garrafa pet utilizando um estilete ou tesoura;
- Para preparar uma pastilha, será utilizado uma colher de sopa bicarbonato de sódio e
cinco colheres de sopa açúcar a ser utilizado para a amostra. Adicione os ingredientes em
um brquer de 100 mL e misture bem os componentes, fazendo um pó fino e homogêneo;
- Coloque uma quantidade suficiente para encher a tampinha da garrafa de pet e adicione
algumas gotas de álcool e misture para que a mistura forme uma liga;
- Posteriormente, pressione com força de forma a formar uma pastilha com a mistura;
- Retire cuidadosamente a pastilha e deixe-a secar;
Realizando a reação química:
- Coloque a areia no vidro de relógio.
- Coloque a pastilha parcialmente sob a areia, deixando metade dela para fora;
- Derrame uma quantidade de álcool sobre as pastilhas e a areia;
- Coloque fogo, conte o tempo de queima e observe. E importante tomar cuidado para que
não haja substâncias inflamáveis próximas ao fogo.
Figura 01: Pastinha Figura 02: Pastilha queimando
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Figura 03: Pastilhas após a queima com o uso dos diferentes açucares (mascavo, cristal e
refinado).
Questões para serem trazidas de casa
1) Descreva as reações envolvidas que ocorrem durante o processo de queima
2) Apresente uma tabela com o tempo de queima de cada tipo de açúcar
3) Discuta o porquê que cada açúcar apresentou uma velocidade diferente de queima
REFERÊNCIAS
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Açúcar Mascavo. Disponivel em:
< http://www.diabetes.org.br/publico/perguntas-e-respostas/592-acucar-mascavo >.
Tribuna do Reconcavo, Açúcar: refinado, demerara ou mascavo?.
Disponivel em: < http://tribunadoreconcavo.com/acucar-refinado-demerara-
oumascavo/
>.
M.A. Ullmann et al. "Pharaoh's Snakes" - História de um divertido experimento
pirotécnico e sua aplicabilidade no ensino de princípios químicos básicos.
Disponivel em: <file:///D:/Cliente/Downloads/Pharaohs_Snakes_-
_History_of_a_fun_pyrotechnical_.pdf > .
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EXPERIMENTO 3: Estudo de Detergentes
OBJETIVOS:
1) Entender algumas propriedades de detergentes.
2) Identificar componentes e suas funções em detergentes.
3) Compreender a natureza e a importância das forças intermoleculares.
INTRODUÇÃO
O termo detergente refere-se a substâncias orgânicas que facilitam o processo de
lavagem, ou seja, remoção de sujeiras, por meio de sua ação emulsificante.
A função do detergente no processo de lavagem baseia-se em sua propriedade
tensoativa ou surfactante, isto é, a capacidade de diminuir a tensão superficial da água,
facilitando a penetração da água nos tecidos das roupas.
O sabão representa um tipo de detergente constituído em geral por sais sódicos de
diversos ácidos carboxílicos de cadeia longa (12 a 18 carbonos), tais como o palmitato de
sódio CH3(CH2)14COO- Na+ ou estearato de sódio CH3(CH2)16COONa+ . Ele é
produzido pela reação de soda cáustica (NaOH) com óleos ou gorduras, processo
denominado de saponificação (representado pela equação geral abaixo).
Já os componentes tensoativos dos detergentes sintéticos são produzidos a partir
de compostos provenientes do petróleo ou gás natural. Os alquilsulfatos de sódio (1) e os
alquilbenzenosulfonatos de sódio (2) de cadeia linear são exemplos de surfactantes
sintéticos.
Como apresentado, os detergentes apresentam em sua estrutura um grupo apolar
constituído de cadeias carbônicas longas (apolar) e um grupo catiônico ou aniônico (polar)
em sua extremidade. Nos sabões, a propriedade polar é dada por um grupo carboxilato (-
COO-) e, em detergentes sintéticos, por grupos sulfatos (-OSO3 - ), sulfonatos (-SO3 - ),
ou sais de amônio. A parte lipofílica geralmente é representada por cadeias hidrocarbônicas
lineares [CH3(CH2)n - ]
Os agregados moleculares formados a partir do contato dos detergentes com as
gorduras levam à formação de micelas. Este fenômeno é a chave para a compreensão da
ação dos detergentes.
MATERIAIS E REAGENTES
Béqueres de 50mL e 100 mL
Pipetas graduadas de 5 mL e de 10 mL
Provetas de 5 mL
Peras
Pissetas
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Espátulas
Tubos de ensaio
Estante para tubos de ensaio
Indicadores Fenolftaleína e Azul de Bromotimol
Óleo Comestível
Soluções de detergentes a 1% m/v (1 sabão comum, 2 detergentes lava-louça
e 2 lava-roupas de fabricantes diferentes)
Carvão ativo
Parte 1: Estudo do Efeito de Detergentes sobre a Tensão Superficial da Água
Tópico A
1. Preencha um béquer de 100 mL pela metade com água da torneira.
2. Espalhe uma ponta rasa de espátula de carvão ativo sobre a superfície de água, sem
agitar.
3. Escolha qualquer uma das soluções de detergentes disponíveis e, com o auxílio de
uma pipeta de Pasteur, adicione três gotas da solução de detergente ao béquer.
4. Observe/explique o comportamento das partículas sólidas.
Tópico B
1. Em uma placa de Petri, adicione uma solução de um detergente a sua escolha. A
quantidade de líquido a ser colocada deve ser suficiente para cobrir apenas o fundo da
placa.
2. Em outra placa de Petri, adicione água da torneira o suficiente para cobrir o fundo da
placa.
3. Adicione, com o auxílio de uma pipeta de Pasteur, uma gota de óleo comestível em
cada uma das placas.
4. Observe e comente o comportamento do óleo nos dois casos.
Parte 2: Emulsificação de Óleos
1. Com o auxílio de uma proveta, coloque 5 mL de água da torneira em um tubo de ensaio
e 5 mL de solução de um detergente a sua escolha em outro tubo.
2. Adicione 15 gotas de óleo comestível em cada um dos tubos.
3. Agite os tubos vigorosamente.
4. Coloque os tubos em repouso e observe o efeito da emulsificação (não considere a
formação de espuma).
Parte 3: Alcalinidade
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1. Separe 5 tubos de ensaio e, com o auxílio de uma pipeta, adicione 2 mL de água
destilada em cada um.
2. Em cada tubo com água, adicione 2 gotas do indicador fenolftaleína.
3. Adicione 5 gotas da solução de detergente conforme tabela abaixo:
Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 Tubo 4 Tubo 5
Solução de Solução de Solução de Solução de Solução de
detergente 1 detergente 2 detergente 3 detergente 4 detergente 5
(sabão comum) (lava-louças 1) (lava-louças 3) (lava-roupas 4) (lava-roupas 5)
4. Observe e interprete a reação de acordo com o ponto de viragem e com a variação de
cor, como mostrado na Tabela 4.1.
5. Caso haja dúvida quanto à alcalinidade ou acidez de algum dos detergentes, utilize o
indicador azul de bromotimol.
Figura x. Faixa de viragem e cores dos indicadores que serão utilizados nessa prática
QUESTÕES
Trazer as respostas de casa, exceto as que são necessárias do experimento para responder
Explique, com detalhes, a ação dos detergentes na remoção da sujeira. Faça uso de palavras
chave como tensão superficial, ação surfactante, micelas e caráter anfifílico.
Explique o que é emulsão e correlacione sua resposta com os resultados obtidos na Parte 2 do
experimento.
A partir dos resultados obtidos de alcalinidade, explique se a solução detergente testada é
ácida, básica ou neutra. Por que encontramos diferenças de acordo com o tipo de detergente
testado?
Com base nos conhecimentos adquiridos, argumente a frase popular: “O sabão só é bom se faz
espuma!”
REFERÊNCIAS
- MICHELACCI, Y.M. OLIVA, M.L.V. Manual de práticas e estudos dirigidos: química,
bioquímica e biologia molecular. São Paulo: Blucher. 2014. 1 recurso online.
- ALMEIDA, P.G.V. (org) Química Geral - práticas fundamentais. Viçosa: Editora UFV.
2010.
- BESSLER, K. E.; NEDER, A. V. F. Química Em Tubos de Ensaios – Uma Abordagem para
Principiantes. 1a edição, Edgard Blucher. 2004.
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EXPERIMENTO 4: Soluções e diluições
OBJETIVOS:
1) Entender o que são soluções e diluições.
2) Aprender a expressar concentrações.
3) Compreender a natureza e a importância das soluções.
4) Reconhecer as vidrarias usadas no procedimento.
5) Aprender a preparar soluções.
INTRODUÇÃO
Uma solução é um sistema homogêneo e pode ser obtida pela mistura de um solvente
(substância em que se dissolve) e um ou mais solutos (substâncias que se dissolvem). A
água do mar, por exemplo, é uma solução na qual a água é o solvente e o sal é o soluto.
Existem diferentes formas de se apresentar a concentração de um soluto em um
solvente. As mais comuns são:
- Concentração mol.L-1 (concentração mol por litro): número de moles de um soluto
dissolvidos em um litro de solução.
- Gramas por litro (g.L-1): gramas de soluto dissolvidos em um litro de solução.
- Porcentagem em peso (%m/m): gramas de soluto dissolvidos em 100 g de solução.
FÓRMULAS PARA OS CALCULOS:
𝐦
𝐂=
𝐌𝐌 𝐱 𝐕
no qual C é a concentração (mol/L), m é a massa (g), MM é a massa molar (g/mol) e V é o
volume (L)
Ci x Vi = Cf x Vf
no qual Ci é a concentração (mo/L), Vi é o volume inicial (L ou mL), Cf é a concentração
final (mol/L) e Vf é o volume final (L ou mL)
MATERIAIS E REAGENTES
Balança analítica
Balões volumétricos de 50 mL
Bastão de vidro
Béqueres de 50mL e 100 mL
Pipetas graduadas de 1 mL e de 10 mL
Provetas de 25 mL
Funil
Peras
Pissetas
Espátulas
HCl
NaOH
Corante
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PARTE EXPERIMENTAL
ATENÇÃO: TODOS OS CÁLCULOS ABAIXO DEVERÃO SER FEITOS EM CASA E
CADA ALUNO DEVERÁ TRAZER PRONTOS NO PRÉ-RELATÓRIO PARA REALIZAR A
AULA PRÁTICA
1) Calcule a massa de NaOH necessária para preparar 50 mL de solução 4,0 g.L -1
desta substância.
2) Prepare 50 mL de solução 0,1 mol.L-1 de NaOH.
Siga o procedimento abaixo para o preparo desta solução aquosa:
- Pesar o soluto.
- Dissolver o sólido pesado na menor quantidade possível de água destilada;
- Transferir quantitativamente para o balão volumétrico;
(OBS: Transferir quantitativamente significa lavar o béquer por 3 vezes. Em cada
uma das lavagens, usar o mínimo de água destilada possível)
- Lavar o funil com o mínimo de água e retirá-lo;
- Completar o balão com água destilada;
- Homogeneizar a solução.
- Rotular adequadamente a solução.
3) Verifique o pH desta solução, usando papel indicador de pH.
4) Calcule o volume de HCl necessário para preparar 50 mL de solução 0,1 mol.L -1
desta substância.
Dados: densidade da solução concentrada: 1,19 g mL-1
teor: 37%
5) Prepare 50 mL de solução 0,1 mol.L-1 de HCl.
Siga o procedimento abaixo para o preparo desta solução aquosa:
- Medir o volume do soluto.
- Colocar cerca de 10 mL de água destilada no balão volumétrico de 50 mL
- Transferir cuidadosamente para o balão volumétrico;
- Completar o balão com água destilada;
- Homogeneizar a solução.
- Rotular adequadamente a solução.
6) Verifique o pH desta solução, usando papel indicador de pH.
7) Usando uma proveta, transfira 20 mL da solução de NaOH para um béquer.
8) Coloque 1 gota de corante na solução de NaOH que está no béquer.
9) Pipete 5 mL da solução de NaOH colorida e transfira para um balão de 50 mL,
complete o volume e rotule. Qual a concentração desta nova solução?
10) Ao término do experimento, misture as soluções preparadas em um único béquer e
descarte na pia. Verifique o pH da mistura. Por que é permitido fazer o descarte
desta forma?
REFERÊNCIAS
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- MICHELACCI, Y.M. OLIVA, M.L.V. Manual de práticas e estudos dirigidos: química,
bioquímica e biologia molecular. São Paulo: Blucher. 2014. 1 recurso online.
- ALMEIDA, P.G.V. (org) Química Geral - práticas fundamentais. Viçosa: Editora UFV.
2010.
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EXPERIMENTO 5: Determinação do teor de ácido acético no vinagre
OBJETIVO:
- Determinar a concentração de um ácido e uma base por titulação.
- Saber qual é a função de um indicador ácido-base.
- Dominar a técnica de titulação
INTRODUÇÃO:
No trabalho experimental em laboratórios de Química, seja na indústria ou na Universidade,
frequentemente é necessário conhecer com precisão o valor da concentração de soluções
aquosas de ácidos e/ou de bases. Uma opção importante nesses casos é a análise
volumétrica.
A análise volumétrica, também conhecida como volumetria, corresponde a um conjunto de
metodologias analíticas nas quais a quantidade de um constituinte de interesse (amostra)
é determinada através da reação dessa espécie química com uma outra presente em uma
solução (chamada solução padrão) cuja concentração é exatamente conhecida.
Nesse processo, a amostra contendo a espécie de interesse recebe o nome de titulado, o
reagente de concentração conhecida é denominado titulante e a operação de adição do
titulante corresponde à titulação.
A concentração da espécie a ser determinada pode ser calculada a partir do volume de
solução padrão gasto no processo, da sua concentração e da estequiometria da reação
envolvida. No entanto, para encontrar o volume da solução padrão gasto no processo é
necessário determinar exatamente o ponto em que a reação entre titulante e titulado está
completa.
Este ponto, denominado ponto de equivalência, ponto final teórico, ponto de viragem ou
ponto estequiométrico, deve corresponder a uma modificação física na solução que possa
ser visualizada pelo analista. A modificação física pode ser provocada, por exemplo, pela
adição de um reagente auxiliar, denominado indicador, que muda de cor no ponto de
equivalência da reação.
Neste experimento, será utilizada a forma mais simples de análise volumétrica, chamada
volumetria de neutralização ou volumetria ácido-base.
FÓRMULAS PARA OS CALCULOS:
𝐦
𝐂=
𝐌𝐌 𝐱 𝐕
no qual C é a concentração (mol/L), m é a massa (g), MM é a massa molar (g/mol) e V é o
volume (L)
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Ci x Vi = Cf x Vf
no qual Ci é a concentração (mo/L), Vi é o volume inicial (L ou mL), Cf é a concentração
final (mol/L) e Vf é o volume final (L ou mL)
MATERIAIS E REAGENTES
- Pipeta volumétrica de: 5 mL e 10 mL
- Balão volumétrico de 50 mL
- Bureta de 50 mL - Vinagre comercial
- 3 Erlenmeyers de 250 mL - Água destilada
- Proveta de 10 mL - Fenolftaleína
- Pera - Solução de NaOH 0,1 mol.L-1 (preparada
- Pissetas na aula anterior)
- Suporte universal
- 2 garras
PARTE EXPERIMENTAL
1) Utilizando uma pipeta volumétrica, transfira 5 mL de vinagre (4%) para um balão
volumétrico de 50 mL.
2) Adicione água até completar o volume do balão. Feche bem o balão e vire-o de ponta-
cabeça várias vezes, para homogeneizar a solução.
3) Guarde a solução obtida em um frasco rotulado.
4) Estime a concentração molar da solução a partir da porcentagem m/v de ácido acético
disponível no rótulo do vinagre utilizado.
5) Transfira 10 mL da solução preparada a partir do vinagre para um erlenmeyer de 250
mL, com o auxílio de uma pipeta volumétrica. Calcule a nova concentração do ácido.
6) Adicione cerca de 10 mL de água destilada e 3 gotas do indicador fenolftaleína;
7) Preencha a bureta com a solução de NaOH (titulante);
8) Inicie a titulação, abrindo vagarosamente a torneira da bureta, e adicione lentamente a
base sobre a solução contida no erlenmeyer. Segure a torneira com uma das mãos
(esquerda, se você for destro, ou se for canhoto, a direita), para controlar o fluxo do
titulante, e com a outra mão faça movimentos circulares com o erlenmeyer, para agitar a
solução.
9) Prossiga a titulação até que a solução contida no erlenmeyer mude a coloração de
incolor para levemente rosa;
10) Leia o volume do titulante usado, observando a posição do menisco, com o cuidado
de anotar o volume
11) Repita os passos 5 até 10 deste procedimento mais duas vezes.
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12) Calcule a concentração da solução contendo ácido acético.
13) Comparar o valor teórico com o experimental em %
REFERÊNCIAS
• BACCAN, N.; ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S. Química Analítica
Quantitativa Elementar. 2a. ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1979. p.174-179. •
SKOOG, D.A.; WEST, D.M.; HOLLER, F.J. Fundamentals of Analytical Chemistry. 7th ed.
Filadélfia: Saunders College Publishing, 1996.
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