Alergênicos
Alergênicos
Gerência-Geral de Alimentos
Abril/2025
Elaboração
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Sumário
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Lista de abreviaturas.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA
Agenda Regulatória – AR
Análise de Impacto Regulatório – AIR
Audiência Pública – AP
Barreiras Técnicas ao Comércio – TBT
Codex Code of Practice – CXC
Codex Standard – CXS
Comissão do Codex Alimentarius – CAC
Comitê do Codex Alimentarius no Brasil – CCAB
Comitê do Codex Alimentarius sobre Higiene dos Alimentos – CCFH
Comitê do Codex Alimentarius sobre Métodos de Análise e Amostragem – CCMAS
Comitê do Codex Alimentarius sobre Rotulagem de Alimentos – CCFL
Consulta Pública – CP
Coordenação-Geral de Vinho e Bebidas – CGVB
Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal – DIPOV
Diretoria Colegiada – DICOL
Food Standards Agency – FSA
Food Standards Australia New Zealand – FSANZ
Gerência-Geral de Alimentos – GGALI
Grupo de Trabalho – GT
Grupo Técnico sobre Rotulagem de Alimentos – GTFL
Informe Técnico – IT
Instrução Normativa – IN
Laboratório Central de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais – LACEN/MG
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Organização Mundial do Comércio – OMC
Regulamento Técnico Mercosul – RTM
Resolução de Diretoria Colegiada – RDC
Reunião Ordinária Interna – ROI
Reunião Ordinária Pública – ROP
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS
Subgrupo de Trabalho – SGT
Termo de Abertura de Processo Administrativo de Regulação – TAP
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1. Introdução.
As alergias alimentares são reações adversas desencadeadas por uma resposta
imunológica específica, que ocorrem de forma reprodutível em indivíduos sensíveis após
o consumo de determinado alimento. Essas reações variam em gravidade e tempo de
manifestação, podendo afetar os sistemas cutâneo, gastrointestinal, respiratório ou
cardiovascular.
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Durante esse período, a temática foi mantida na Agenda Regulatória da Anvisa,
como forma de garantir a transparência aos agentes afetados e indicar a intenção da
GGALI de retomar a revisão da regulamentação nacional após a conclusão das discussões
internacionais.
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2. Contextualização sobre a regulamentação da rotulagem de alergênicos.
Essa seção traz um panorama da regulamentação nacional sobre rotulagem de
alimentos alergênicos, abordando seu processo de elaboração e os requisitos relativos à
lista dos principais alimentos alergênicos, tipos de advertências exigidas, legibilidade das
informações e atualização da lista de alimentos alergênicos e isenção de derivados.
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Os resultados das etapas de participação social foram reunidos no Relatório de
Consolidação da Consulta Pública nº 29/2014 e da Audiência Pública nº 1/2015.
Como essa norma tratava as oleaginosas de forma coletiva (tree nuts), abrangendo
uma variedade de espécies vegetais sem classificação taxonômica única, a GGALI utilizou
como referência normas de outros países para detalhar as oleaginosas alergênicas.
Além disso, o látex natural foi incluído nessa lista devido à Lei nº 12.849/2013, que
determina a advertência sobre sua presença em embalagens, e ao seu potencial uso
como ingrediente em gomas de mascar, matéria-prima em enzimas para produção de
alimentos ou em materiais que entram em contato com alimentos, como luvas, materiais
para selagem de embalagens e equipamentos de processamento.
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2.3 Tipos de informações sobre alergênicos regulamentadas.
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No que se refere à localização, exige-se que as advertências estejam agrupadas
imediatamente após ou abaixo da lista de ingredientes, exceto nos alimentos compostos
por um único ingrediente e que não apresentem lista de ingredientes, situação em que
essa exigência não se aplica. Ademais, as advertências não podem estar declaradas em
locais encobertos, removíveis pela abertura do lacre ou de difícil visualização, como
áreas de selagem e de torção.
No tocante à apresentação dos caracteres, estes devem ser legíveis, possuir cor
contrastante com o fundo do rótulo e estar em caixa alta, negrito, com altura mínima de
2 milímetros e nunca inferior à altura de letra utilizada na lista de ingredientes. Para
embalagens com área de painel principal igual ou inferior a 100 cm 2, a altura mínima dos
caracteres das advertências é de 1 milímetro.
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2.6 Regulamentação da declaração de glúten em alimentos.
Além disso, foi ponderado que Lei nº 10.674/2003 não estabelece um limite para
a declaração “Não contém glúten”, enquanto a Portaria SVS/MS nº 29/1998 determinava
que os alimentos especialmente formulados para indivíduos com doenças relacionadas
a proteínas deveriam ser completamente isentos do componente associado ao distúrbio.
Outro fator relevante considerado durante as discussões foi que a inclusão do tema
no marco normativo para rotulagem de alimentos alergênicos estava criando obstáculos
para a harmonização no âmbito do Mercosul, pois os demais Estados Partes não exigiam
a declaração obrigatória da ausência de glúten como requisito para rotulagem de
alimentos.
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Para auxiliar na aplicação coerente das advertências relativas a cereais alergênicos
e das declarações sobre glúten, a GGALI incluiu orientações sobre o tema no documento
de perguntas e respostas sobre rotulagem de alergênicos.
Dessa forma, como parte do tema 11.2 da Agenda Regulatória 2015/2016, a Anvisa
conduziu um processo regulatório para regulamentar o tema, que incluiu uma proposta
normativa para declaração obrigatória da presença de lactose nos rótulos dos alimentos.
Essa proposta foi submetida à CP nº 255/2016 e resultou na RDC nº 136/2017.
Essa norma exigiu que os alimentos com teor de lactose superior a 100 mg por 100
g ou ml, no produto tal como exposto à venda, devem veicular a advertência “CONTÉM
LACTOSE” nos seus rótulos.
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2.8 Regulamentação da declaração sobre nova fórmula.
Essa norma exigiu que os alimentos que sofreram alterações na sua composição
apresentassem uma das seguintes expressões no seu rótulo, por um período mínimo de
90 dias: “NOVA FÓRMULA”, “NOVA COMPOSIÇÃO” ou “NOVA RECEITA”.
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Essa informação deve ser declarada no painel principal dos alimentos, sendo que
os demais requisitos de legibilidade foram alinhados aos padrões para a declaração de
alimentos alergênicos.
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3. Recomendações do Codex Alimentarius.
Essa seção aborda as recomendações do Codex Alimentarius para rotulagem de
alimentos alergênicos, incluindo seu processo de revisão. Também são apresentadas as
orientações relacionadas à declaração de sulfitos e de ausência de glúten.
As normas aprovadas pela CAC são reconhecidas pela legislação brasileira como
referências internacionais para solicitação de revisão de atos normativos infralegais que
estejam desatualizados por força de desenvolvimento tecnológico consolidado em nível
internacional, conforme art. 6º, III, do Decreto nº 10.229/2020.
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Em 2018, durante a 44ª Reunião do CCFL, concordou-se que a Austrália, com
auxílio dos Estados Unidos e do Reino Unido, elaboraria um documento de discussão
sobre a rotulagem de alimentos alergênicos.
Dessa forma, Comitê concordou em iniciar um novo trabalho sobre o tema com
os seguintes objetivos:
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Como resultado dessas consultas, foram publicados cinco documentos técnicos
entre 2022 e 2023, que foram compartilhados com o CCFL para subsidiar a revisão da
rotulagem de alimentos alergênicos:
Ainda nesse ano, durante a 47ª Reunião do CCFL, houve avanço significativo na
revisão das disposições sobre alimentos alergênicos do CXS 1-1985, em contraste com o
trabalho para elaboração das diretrizes sobre rotulagem de precaução de alérgenos. Na
ocasião, o Comitê decidiu consultar o CCMAS acerca da disponibilidade de métodos
analíticos e de planos de amostragem adequados para avaliação de risco de alérgenos,
para subsidiar a elaboração das diretrizes sobre rotulagem de precaução.
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Nesse sentido, acordou-se solicitar à FAO e OMS:
Ademais, o GT eletrônico que havia sido instituído para condução desse trabalho
teve sua coordenação transferida para os Estados Unidos, que terá auxílio da Austrália e
do Reino Unido.
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As principais alterações realizadas na revisão da lista foram:
No que diz respeito aos critérios para isenção de derivados de alergênicos, a nova
seção 4.2.1.6 do CXS 1-1985 estabelece que as autoridades nacionais podem isentar da
declaração obrigatória como alimentos alergênicos derivados dos alimentos listados nas
seções 4.2.1.4 e 4.2.1.5, desde que submetidos à avaliação de risco que comprove sua
segurança.
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• a exceção à abertura da composição de ingredientes compostos na lista de
ingredientes que tenham denominação de venda definida em um padrão no
Codex Alimentarius ou na legislação nacional e que estejam em quantidades
inferiores a 5% não se aplica quando estes ingredientes forem derivados de
alimentos alergênicos ou contiverem sulfitos;
• os nomes de classe na lista de ingredientes devem incluir o nome específico
dos alimentos alergênicos ou sulfitos, quando aplicável;
• a exceção à declaração de coadjuvantes na lista de ingredientes não se aplica
a coadjuvantes derivados de alimentos alergênicos ou com sulfitos;
• a exceção à declaração de aditivos na lista de ingredientes que estejam
abaixo da quantidade para exercer uma função tecnológica não se aplica a
aditivos derivados de alimentos alergênicos ou com sulfitos; e
• a exceção à declaração de algumas informações obrigatórias para alimentos
em embalagens cuja maior superfície seja inferior a 10 cm 2 não se aplica à
declaração de alimentos alergênicos e sulfitos.
Os alimentos com baixo teor de glúten, por sua vez, são aqueles elaborados com
ingredientes derivados de cereais com glúten e que foram processados para reduzir seu
teor de glúten a quantidades acima de 20 até 100 mg/kg, no alimento tal como ofertado.
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4. Demandas sobre alergênicos e planejamento regulatório do tema
Essa seção traz informações sobre demandas para revisão da regulamentação de
rotulagem de alergênicos e de outras substâncias que foram recebidas pela GGALI e o
planejamento da unidade para tratamento normativo do tema.
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Ademais, alguns derivados são adicionados intencionalmente aos alimentos, ao
passo que outros são usados durante o processamento e podem ser completamente
removidos do produto final ou permanecer em quantidades residuais.
A seção 4.2.1.6 do CXS 1-1985 reconhece que os derivados podem ser excetuados
da declaração como alimentos alergênicos mediante avaliação de risco, o que está em
consonância com as premissas já adotadas na legislação. Além disso, o documento do
Comitê Conjunto de Especialistas da FAO/OMS sobre Avaliação de Risco de Alérgenos
Alimentares sobre revisão e estabelecimento de exceções para alérgenos alimentares é
reconhecido como uma referência para essa avaliação, o que pode proporcionar maior
clareza quanto à documentação técnico-científica que deve ser apresentada pelas partes
interessadas e às abordagens que podem ser usadas pela GGALI nas análises.
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O reconhecimento, pelo Codex Alimentarius, de que alimentos de ingrediente
único que tragam o nome do alergênico na denominação estão isentos da declaração da
advertência e os avanços obtidos nas negociações do Mercosul para o aprimoramento
dos critérios de legibilidade da denominação de venda — em curso no âmbito do tema
3.24 da Agenda Regulatória 2024/2025 sobre a revisão da rotulagem geral de alimentos
embalados — respaldam uma internalização efetiva e proporcional dessa exceção, sem
comprometer o acesso dos consumidores com alergias a informações qualificadas e
contribuindo para a redução de barreiras ao comércio internacional de alimentos.
Por outro lado, considerando que a lista de alimentos alergênicos adotada pelo
Brasil foi baseada nas recomendações desse órgão, existe a oportunidade de atualizar a
regulamentação nacional para incorporar os novos alimentos alergênicos reconhecidos
pelo Codex Alimentarius. Essa atualização contribuiria para a convergência internacional,
a ampliação do nível de proteção da população com alergia alimentar e a redução de
barreiras ao comércio internacional.
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4.1.5 Aprimoramento das informações sobre alergênicos
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4.2 Demandas sobre rotulagem de glúten
Em resposta, a GGALI tem reafirmado que atualmente não há respaldo legal para
aplicação do limite de 20 mg de glúten por quilo de alimento. Dessa forma, os alimentos
devem ser considerados isentos de glúten somente quando não for possível detectar sua
presença por meio de análise, considerando que a Lei nº 10.674/2003 não define um
limite para a declaração da informação “Não contém glúten”, e que a RDC nº 715/2022 1
estabelece que os alimentos especialmente formulados para indivíduos com doenças
relacionadas a proteínas devem ser isentos do componente associado ao distúrbio.
Foi informado que o art. 2º, §2º, da IN MAPA nº 65/2019, permite a declaração da
expressão "cerveja sem glúten" para aquelas elaboradas com cereais isentos dessa
proteína ou que apresentem teor de glúten inferior ao estabelecido em regulamento
técnico específico;
1
Essa RDC revisou e consolidou, sem alteração de mérito, a Portaria SVS/MS nº 29/1998 e outras
normas de alimentos para fins especiais.
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Desde então, diversas cervejas rotuladas como "sem glúten" foram registradas no
MAPA, sendo elaborados a partir de matérias-primas que naturalmente contêm glúten,
mas que passam por tratamento com proteases, reduzindo o teor dessa proteína a níveis
inferiores a 20 mg/kg.
Após esse diálogo, a GGALI pretende submeter à DICOL uma proposta de revisão
das condições processuais aprovadas para esse processo regulatório, com indicação de
dispensa de AIR, para manutenção da convergência internacional ao Codex Alimentarius,
e realização de CP.
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Durante o 2º e 3º trimestre de 2025, serão conduzidas atividades para elaboração
da proposta de incorporação ao ordenamento jurídico nacional das recomendações do
Codex Alimentarius, com envolvimento dos agentes afetados, por meio de diálogos
setoriais e outros mecanismos de participação social.
Nesse contexto, a GGALI vem trabalhando para que essa proposta seja submetida
à CP de forma simultânea ou próxima às CPs referentes às propostas de revisão da
rotulagem geral e nutricional de alimentos, atualmente em discussão no Mercosul, no
âmbito dos temas 3.24 e 3.25 da Agenda Regulatória 2024/2025.
A GGALI entende que a sincronização dos prazos de CPs para medidas normativas
relacionadas a diferentes requisitos de rotulagem obrigatória de alimentos embalados,
que são motivadas por ações de convergência internacional que visam empoderar os
consumidores com informações qualificadas para escolhas alimentares mais saudáveis e
reduzir barreiras ao comércio internacional, oferece diversos benefícios, tais como:
Cabe esclarecer que a GGALI não pretende contemplar todas as demandas sobre
rotulagem de alergênicos nesse processo, concentrando-se naquelas relacionadas às
atualizações recentemente promovidas pelo Codex Alimentarius. Assim, outras questões
deverão ser tratadas por meio de outras intervenções, como:
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• revisão dos requisitos para rotulagem de precaução de alérgenos, exceto no
que tange ao aprimoramento da apresentação e legibilidade da advertência,
considerando que o tema ainda está em discussão no Codex Alimentarius;
• revisão dos requisitos e orientações relativas ao Programa de Controle de
Alergênicos, também em discussão no Codex Alimentarius;
• regulamentação dos requisitos de rotulagem de alimentos embalados com
materiais elaborados a partir de derivados de alergênicos, tendo em vista
sua relação com os limites alérgenos em discussão no Codex Alimentarius e
as orientações já existem sobre a matéria;
• regulamentação da transmissão de informações sobre alergênicos em
serviços de alimentação; e
• revisão dos requisitos para rotulagem de ausência de alérgenos alimentares,
exceto o glúten para fins de doença celíaca para o qual o Codex Alimentarius
possui valor de referência estabelecido.
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Anexo I. Comparação da rotulagem de alergênicos e outras substâncias no Brasil e no Codex Alimentarius.
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Crustáceos e derivados.
Crustáceos.
Ovos e derivados. Alimentos mantidos na lista de alergênicos de
Ovos.
Peixes e derivados. relevância global pelo Codex Alimentarius e
Peixes.
Amendoim e derivados. sem diferenças com a legislação sanitária.
Amendoim.
Avelãs (Corylus spp.) e derivados.
Avelãs (Corylus spp.).
Castanha-de-caju (Anacardium occidentale) e A menção aos derivados na legislação sanitária
Castanha-de-caju (Anacardium occidentale).
derivados. é realizada nos dispositivos normativos.
Nozes (Juglans spp.).
Nozes (Juglans spp.) e derivados.
Cereais que contêm glúten e seus derivados:*
− trigo e outras espécies de Triticum Na relação do Codex Alimentarius, a aveia não
− centeio e outras espécies de Secale está listada como um cereal com glúten e de
Trigo, centeio, cevada, aveia e suas estirpes − cevada e outras espécies de Hordeum relevância global. Ademais, a menção aos
hibridizadas. * Inclui espelta, Khorasan e outros cereais gêneros das espécies listadas fornece maior
Lista de alimentos e específicos que contêm glúten, pertencentes precisão, e os requisitos sobre estirpes
ingredientes a espécies ou variedades híbridas sob os hibridizadas estão mais detalhados.
alergênicos de nomes de gênero Triticum, Secale e Hordeum.
relevância global A legislação sanitária menciona que todos os
Leites de todas as espécies de animais
Leite e derivados. tipos de leite são alergênicos, mas o conceito
mamíferos.
de leite do Codex Alimentarius é similar.
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Esses alimentos, que são tratados como
Soja. Soja e derivados.
alergênicos pela legislação sanitária, foram
Castanha-do-brasil ou castanha-do-pará Castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa) e
relacionados como alergênicos de relevância
(Bertholletia excelsa). derivados.
regional pelo Codex Alimentarius, ficando a
Macadâmias (Macadamia spp.). Macadâmias (Macadamia spp.) e derivados.
cargo das autoridades nacionais exigir sua
Pinoli (Pinus spp.). Pinoli (Pinus spp.) e derivados.
rotulagem.
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Alterações na lista dos principais alimentos O Codex Alimentarius reconhece a
que causam alergias alimentares definida no As autoridades competentes regionais ou possibilidade de as autoridades nacionais
Anexo III desta Resolução devem ser nacionais podem isentar ingredientes isentarem certos derivados alergênicos da
solicitadas mediante petição específica, de derivados de alimentos listados na Seção identificação como alergênico na rotulagem
acordo com os procedimentos estabelecidos 4.2.1.4 e, quando aplicável, na Seção 4.2.1.5, mediante avaliação de risco.
na Resolução - RES nº 17, de 30 de abril de de serem declarados como alimentos
Isenção de derivados 1999, ou outra que lhe vier a substituir. alergênicos. Tais isenções devem estar A abordagem desenvolvida e testada pelo
alergênicos da sujeitas a uma avaliação de risco* para Comitê de Especialistas da FAO e OMS sobre o
identificação como Parágrafo único. As alterações de que trata o estabelecer a segurança do derivado do tema é reconhecida como referência.
alergênico na caput desse artigo incluem os pedidos para alimento alergênico.
rotulagem exclusão da declaração das advertências de Além disso, os avanços recentes dos critérios e
que tratam os arts. 13 e 14 desta Resolução *Por exemplo, FAO e OMS (2024). Avaliação procedimentos para divulgação de pareceres
para os ingredientes, os aditivos alimentares e de risco de alérgenos alimentares: Parte 4: públicos de avaliação, publicação de
os coadjuvantes de tecnologia derivados dos Estabelecendo isenções da declaração especificações de ingredientes e
principais alimentos que causam alergias obrigatória para alérgenos alimentares procedimentos de atualização periódica podem
alimentares listados no Anexo III desta prioritários https://doi.org/10.4060/cc9554en auxiliar no aperfeiçoamento da
Resolução. regulamentação do tema.
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Os alimentos que contenham ou sejam
derivados dos principais alimentos que O nome especificado para os alimentos e
causam alergias alimentares devem conter ingredientes listados na Seção 4.2.1.4, Seção O Codex Alimentarius reconhece a
advertências. 4.2.1.7 e, quando aplicável, na Seção 4.2.1.5 possibilidade de as autoridades competentes
deve ser declarado: definirem se a identificação de alergênicos
As advertências devem ser iniciadas pelo deve ser realizada exclusivamente na lista de
termo “ALÉRGICOS” e incluir o nome comum - de forma clara e distinta, como, por ingredientes, por meio de uma declaração
dos alimentos que causam alergias e, quando exemplo, por meio do uso de tipo, estilo ou separada ou utilizando ambas as formas.
pertinente, o termo “derivados”. cor de fonte que contraste com o texto ao
redor; e A utilização simultânea das duas formas de
No caso dos crustáceos, a declaração das declaração pode trazer benefícios adicionais
advertências deve incluir o termo - na lista de ingredientes, em uma declaração para o gerenciamento de riscos por parte dos
“CRUSTÁCEOS” e o nome comum das espécies separada, ou em ambas, conforme consumidores sensíveis.
Apresentação e entre parêntesis. determinado pela autoridade competente.
legibilidade dos O Codex Alimentarius não é prescritivo em
alimentos alergênicos As advertências devem estar agrupadas Caso utilizada, a declaração separada deve: relação aos requisitos de legibilidade, de forma
na rotulagem imediatamente após ou abaixo da lista de que as autoridades nacionais devem definir os
ingredientes e serem declaradas com caixa - começar com a palavra ‘contém’ (ou critérios pertinentes.
alta, negrito, cor contrastante com o fundo do equivalente);
rótulo e altura mínima de 2 mm e nunca Nesse sentido, há possibilidade de
inferior à altura de letra utilizada na lista de - ser posicionada diretamente abaixo ou implementação de melhorias para tornar as
ingredientes. próxima à lista de ingredientes, quando advertências mais concisas, padronizadas e
presente; e com critérios de legibilidade semelhantes
As advertências não podem estar dispostas àqueles já exigidos para a tabela de informação
em locais encobertos, removíveis pela - conter o nome especificado, mesmo que nutricional e atualmente em discussão para a
abertura do lacre ou de difícil visualização, esse nome já esteja apresentado na lista de lista de ingredientes, fornecendo uma
como áreas de selagem e de torção. ingredientes. identidade visual específica às informações de
Para embalagens com área de painel principal composição dos alimentos.
igual ou inferior a 100 cm2, a altura mínima
dos caracteres é de 1 mm.
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Os alimentos e ingredientes listados nas
Seções 4.2.1.4, 4.2.1.7 e, quando aplicável, na
Seção 4.2.1.5 devem ser declarados utilizando
o nome especificado, adicionalmente ou
como parte do nome do ingrediente. A legislação sanitária não estabelece requisitos
para identificação de alimentos e ingredientes
Os seguintes alimentos e ingredientes são reconhecidos por desencadear alergias
reconhecidos por desencadear alergia alimentares ou doença celíaca na lista de
alimentar ou doença celíaca e devem sempre ingredientes.
ser declarados como alimentos alergênicos,
utilizando o nome especificado Esses requisitos estão sendo discutidos como
Identificação de adicionalmente ou como parte do nome do parte do processo de revisão da
alimentos alergênicos ingrediente, quando estiverem regulamentação de rotulagem geral de
-
na lista de intencionalmente presentes no alimento. alimentos embalados no Mercosul e as
ingredientes atualizações implementadas no Codex
Além dos alimentos e ingredientes listados na Alimentarius podem ser utilizadas como
Seção 4.2.1.4, a declaração de quaisquer referência.
outros alimentos e ingredientes como
alimentos alergênicos, incluindo aqueles A incorporação desses requisitos será
listados abaixo, também pode ser exigida, importante caso a declaração de alimentos
utilizando um nome especificado alergênicos passe a ser exigida tanto na lista de
adicionalmente ou como parte do nome do ingredientes quanto por meio da advertência.
ingrediente. Isso deve se basear nos dados
disponíveis de avaliação de risco para a
respectiva população, levando em
consideração as medidas de gestão de risco.
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Os ingredientes compostos definidos em Quando um ingrediente composto (para o
normas específicas ou do Codex Alimentarius qual um nome tenha sido estabelecido em
Identificação de
que representem menos do que 25% (vinte e um padrão do Codex ou na legislação
alimentos alergênicos
cinco por cento) do alimento não precisam nacional) representar menos de 5% do
em ingredientes
ser declarados com a relação, entre alimento, não é necessário declarar seus
compostos na lista de
parênteses, dos seus ingredientes, exceto ingredientes, exceto para os alimentos e O Codex Alimentarius revisou os requisitos para
ingredientes
pelos aditivos alimentares que desempenham ingredientes listados nas Seções 4.2.1.4, declaração de derivados de alergênicos
uma função tecnológica no produto acabado. 4.2.1.7 e, quando aplicável, na Seção 4.2.1.5 presentes em ingredientes compostos, aditivos
e coadjuvantes transferidos ao alimento e
ingredientes identificados por meio de nomes
Quando um nome de classe for utilizado, para genéricos, para assegurar que os alergênicos
Identificação de Os ingredientes podem ser declarados por
os alimentos e ingredientes listados nas sejam sempre declarados.
alimentos alergênicos meio dos nomes genéricos estabelecidos no
Seções 4.2.1.4, 4.2.1.7 e, quando aplicável, na
em nomes genéricos Anexo II desta Resolução, desde que
Seção 4.2.1.5, o nome especificado deverá ser Esses requisitos estão sendo tratados no
na lista de correspondam à respectiva classe de
declarado adicionalmente ou como parte do processo de revisão da regulamentação de
ingredientes ingredientes.
nome de classe. rotulagem geral de alimentos embalados no
Mercosul e as atualizações implementadas no
Codex Alimentarius podem ser utilizadas como
No caso de aditivos alimentares presentes no Um aditivo alimentar transferido para os referência.
alimento em função do princípio da alimentos em um nível inferior ao necessário
transferência, sua declaração na lista de para exercer uma função tecnológica, e A incorporação desses requisitos será
Identificação de
ingredientes não é obrigatória quando: coadjuvantes de tecnologia, estão isentos de importante caso a declaração de alimentos
aditivos e
- estiverem presentes em um nível declaração na lista de ingredientes. alergênicos passe a ser exigida tanto na lista de
coadjuvantes
significativamente menor do que o requerido Essa isenção não se aplica a aditivos ingredientes quanto por meio da advertência.
derivados de
para exercer uma função tecnológica no alimentares e coadjuvantes de tecnologia que
alergênicos na lista
alimento; e contenham os alimentos e ingredientes
de ingredientes
a declaração do aditivo não for obrigatória em listados na Seção 4.2.1.4 e, quando aplicável,
função de questões de risco à saúde. na Seção 4.2.1.5, e sujeitos às disposições da
Seção 4.2.1.6.
36
A legislação sanitária não possui requisitos para
Sulfitos, quando presentes em concentrações
declaração compulsória de sulfitos quando
iguais ou superiores a 10 mg/kg* em um
presentes no alimento em concentrações iguais
alimento, devem sempre ser declarados
ou superiores a 10 mg/kg.
utilizando o nome especificado ‘sulfito’ ou
Sulfitos - ‘sulfitos’, adicionalmente ou como parte do
A adoção dos limites estabelecidos pelo Codex
nome do ingrediente.
Alimentarius e a padronização dos requisitos
de apresentação e legibilidade das informações
*Sulfito medido com base em equivalentes de
sobre sulfitos contribui para proteção da saúde
dióxido de enxofre (SO₂).
da população brasileira.
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Alimentos isentos de glúten são alimentos
para fins dietéticos:
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Alimentos compostos por um ou mais
ingredientes provenientes de trigo, centeio,
cevada, aveia ou suas variedades híbridas,
que foram especialmente processados para
reduzir o teor de glúten a um nível superior a
20 mg/kg e até 100 mg/kg no total, com base
A legislação sanitária não estabelece requisitos
no alimento tal como vendido ou distribuído
específicos para alimentos para fins especiais
ao consumidor.
com baixo teor de glúten.
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Um alimento que, por sua natureza, seja
adequado para uso como parte de uma dieta
isenta de glúten não deve ser designado
como “especial para dieta”, “dietético A legislação sanitária não estabelece requisitos
especial” ou qualquer outro termo específicos para a declaração “Não contém
equivalente. glúten” em alimentos naturalmente isentos
Todos os alimentos industrializados deverão dessa proteína.
Rotulagem de
conter em seu rótulo e bula, No entanto, tal alimento pode apresentar no
alimentos
obrigatoriamente, as inscrições "contém rótulo a declaração “este alimento é, por sua A adoção dos limites estabelecidos pelo Codex
naturalmente isentos
Glúten" ou "não contém Glúten", conforme o natureza, isento de glúten”, desde que atenda Alimentarius e a padronização dos requisitos
de glúten
caso. às disposições essenciais de composição para de apresentação e legibilidade dessas
alimentos isentos de glúten e desde que tal informações podem contribuir para uma
declaração não induza o consumidor a erro. aplicação mais consistente dessas informações
e das advertências de alergênicos.
Regras mais detalhadas para assegurar que o
consumidor não seja induzido a erro podem
ser estabelecidas em nível nacional.
Os alimentos com teor de lactose maior
superior a 100 mg por 100 g ou ml, no
produto tal como exposto à venda, devem
veicular a advertência “CONTÉM LACTOSE”
A manutenção da padronização dos requisitos
nos seus rótulos. Para fórmulas infantis O Codex Alimentarius não possui requisitos
de apresentação e legibilidade dessas
destinadas a necessidades dietoterápicas específicos sobre a declaração de lactose na
Lactose informações com as advertências de
específicas e fórmulas para nutrição enteral, rotulagem de alimentos, além daquelas
alergênicos é importante para uma aplicação
há critérios específicos. relativas à declaração de derivados de leite.
consistente dessas informações.
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