A.L. 2.1.
Características de uma pilha
Física 10º ano - Prof. António Viveiros
Santiago Antunes, n.º21
Sarah Rodrigues, n.º22
Tiago Castro, n.º23
Questões Pré-Laboratoriais
1.As pilhas podem ser compostas por diferentes tipos de elétrodos e eletrólitos, e a escolha desses
componentes depende do tipo de pilha e da sua aplicação. Alguns exemplos de elétrodos são os
metais como zinco, cobre, carbono, prata, cobre e lítio. Os exemplos de eletrólitos seriam soluções
iónicas como as de ácido sulfúrico (H₂SO₄), de Cloreto de Sódio (NaCl) ou de Ácido Clorídrico (HCl).
2. Uma pilha é um dispositivo que converte energia química em energia elétrica e, para compreender
o seu funcionamento vamos analisar as grandezas físicas que a caracterizam. A resistência interna (r)
representa a resistência ao fluxo de corrente dentro da própria pilha e pode causar uma perda de
energia na forma de calor, efeito joule, especialmente quando a corrente é elevada, assim ela indica a
quantidade de energia dissipada na pilha por corrente elétrica e por carga que atravessa. A força
eletromotriz (ε) é a grandeza física que mede a capacidade que um gerador tem para gerar uma
corrente elétrica quando está ligada a um circuito. Ela é medida quando o circuito está aberto, ou seja
quando não há corrente elétrica (I) a passar no circuito, e é a energia elétrica que passa no gerador
por corrente elétrica.
Questões Pré-Laboratoriais
3.
a) A força eletromotriz de uma pilha pode ser medida diretamente quando não há corrente circulando
pelo circuito.Isso pode ser feito ligando aos seus polos um voltímetro. O voltímetro possui uma
resistência elétrica muito elevada, logo, ao ligá-lo diretamente aos terminais da pilha, a corrente
elétrica é quase nula, podendo então considerar que os valores obtidos na medida da tensão pelo
voltímetro, equivalem ao valor da força eletromotriz da pilha.
b) Quando há corrente elétrica podemos aplicar a Lei de Ohm ao circuito, levando em consideração as
grandezas elétricas do gerador. Logo, a equação que irá medir a diferença de potencial será:
U=ε−rI
Em que:
U-> diferença de potencial elétrico nos terminais de uma pilha
ε é a força eletromotriz da pilha
I é a corrente que circula no circuito
r é a resistência interna da pilha
Questões Pré-Laboratoriais
3.
c) Curva característica da pilha d) Para obter a curva característica da pilha, é
necessário variar a corrente e, consequentemente, a
diferença de potencial nos terminais da pilha. Para isso,
é necessário variar a resistẽncia num circuito, pois
assim a corrente no circuito também será alterada. O
potenciômetro é um dispositivo utilizado para variar a
resistência de forma contínua, ajustando a posição de
um cursor que altera o valor da resistência entre dois
pontos. Pode ser usado para controlar a corrente e,
assim, obter a curva característica de uma pilha. Ou o
reostato, um tipo de resistor variável que permite
controlar a corrente em um circuito, ajustando a
resistência, é comum em experimentos de laboratório
para ajustar a intensidade da corrente.
Questões Pós-Laboratoriais
1.O gráfico construído mostra que existe uma relação linear entre a tensão (U) e a corrente elétrica (I), tal
como previsto pela teoria. O valor de R² = 0,998 indica que os pontos experimentais se ajustam muito
bem a uma linha reta, o que confirma que a correlação entre as variáveis é bastante forte
Questões Pós-Laboratoriais
2. U = 9,574-7,476 × I
Esta expressão segue o mesmo formato da equação teórica da curva característica de um gerador:
U = ε-r × I ,
em que U representa a tensão nos terminais da pilha, I é a corrente elétrica que percorre o circuito, r
corresponde à resistência interna da pilha e ε à força eletromotriz.
Ao comparar os coeficientes, conclui-se que:
A resistência interna da pilha é de 7,48 ohms (Ω);
A força eletromotriz é de 9,57 volts (V), respeitando o número adequado de algarismos
significativos.
3. Quando se liga apenas o voltímetro à pilha, sem qualquer carga externa (circuito aberto), obteve-se
uma leitura de 7,98 V, que corresponde à força eletromotriz da pilha.
Comparando com o valor determinado através da equação da reta (9,57 V), verifica-se uma diferença
de apenas 0,2V, que é uma diferença quase insignificativa. Por isso, esta pequena discrepância é
considerada insignificante.
Questões Pós-Laboratoriais
4.
Grupos 1 e 2
Grupos 3 e 4
Questões Pós-Laboratoriais
4. Ao analisar ambas as tabelas e ambos os gráficos, concluímos que a pilha usada era a pilha dos grupos 1
e 2, pois possui uma força eletromotriz maior e uma resistência interna menor, do que a pilha usada pelos
grupos 3 e 4.
5. A quantidade de energia transferida (num certo intervalo de tempo) para um circuito com resistência
constante está diretamente ligada ao quadrado da corrente elétrica. Isso significa que quanto maior for a
corrente, mais energia é transferida — e isso acontece quando a resistência do circuito é mais baixa.
Se forem utilizadas pilhas novas (com resistência interna menor que a de pilhas usadas), a energia é
enviada mais rapidamente para o circuito. É por isso que, nessas situações, as pilhas são trocadas com
mais frequência.
Em circuitos onde a resistência externa é semelhante à resistência interna da pilha, grande parte da energia
dissipa-se no interior da pilha, o que resulta num maior aquecimento e menor aproveitamento da energia,
pois é quase toda transformada em calor.
A potência elétrica que a pilha fornece ao circuito não para de diminuir à medida que a corrente aumenta.
Em circuitos com baixa resistência externa, essa queda na potência útil é mais visível.
Por outro lado, quando a resistência externa é igual à resistência interna da pilha, a quantidade de energia
que é fornecida ao circuito é a maior possível.
Questões Pós-Laboratoriais
6. A relação teórica entre a tensão e a corrente é dada por:
U = E - r·I
Com base na equação da reta ajustada experimentalmente, conclui-se que a resistência interna da pilha é cerca de
0,52 Ω. Ao analisar o gráfico da potência P(I), que representa a potência fornecida ao circuito em função da corrente,
observa-se que existe um valor máximo de potência quando a resistência externa é igual à resistência interna da
pilha. Isso confirma o que se espera teoricamente. O valor do coeficiente de correlação mostra que os dados
experimentais estão muito próximos da reta ajustada, o que comprova a validade do modelo.
7. O LED é muito eficiente a emitir luz. Ao contrário das lâmpadas de filamento de tungsténio, ele consegue funcionar
com pouca energia. Isto acontece porque os LEDs, feitos com materiais semicondutores (como o germânio ou o
silício), emitem luz com uma tensão e corrente muito baixas. Por exemplo, uma pequena corrente (na ordem de uma
ou duas dezenas de miliampères) já é suficiente para acender um LED. No caso das lâmpadas de tungsténio, é
necessário muito mais — correntes da ordem de várias centenas de miliampères — para que comecem a emitir luz, o
que torna os LEDs muito mais adequados quando se utilizam fontes fracas, como pilhas de limão.
Síntese Crítica
A Atividade Laboratorial 2.1 teve como objetivo principal determinar as características elétricas de uma pilha,
nomeadamente a sua força eletromotriz (ε) e a sua resistência interna (r). Para isso, construiu-se a curva
característica da pilha, ou seja, o gráfico da diferença de potencial nos seus terminais (U) em função da corrente
elétrica que atravessa o circuito (I). Esta atividade permitiu aplicar conhecimentos teóricos sobre geradores reais
e perceber como a tensão fornecida por uma pilha varia em função da corrente elétrica, algo que difere do
comportamento idealizado de um gerador perfeito, pois neste, a resistência é nula.
A experiência consistiu na montagem de um circuito elétrico simples, utilizando uma pilha, uma resistência
variável (reostato), um interruptor de pressão, um amperímetro para medir a corrente elétrica, e um voltímetro
para medir a tensão nos terminais da pilha. Com o circuito montado, foram registados diferentes pares de valores
de corrente (I) e tensão (U), variando a resistência externa. Os dados obtidos foram organizados numa tabela e
usados para construir um gráfico de U em função de I.
Segundo o modelo teórico de um gerador real, a equação que relaciona U e I é dada por:
U=ε−rI,
onde U é a tensão nos terminais da pilha (em volts), I é a corrente elétrica no circuito (em amperes), r é a
resistência interna da pilha (em ohms), e ε é a força eletromotriz da pilha (em volts). Este modelo mostra que,
quanto maior for a corrente elétrica, menor será a tensão disponível nos terminais da pilha, devido à queda de
tensão provocada pela resistência interna.
Síntese Crítica
Com base na reta ajustada ao gráfico experimental, obteve-se a equação:
U = -7,476 × I + 9,574,
o que permite concluir que a resistência interna da pilha é aproximadamente 7,48 Ω e que a força
eletromotriz é de 9,57 V. Estes valores são coerentes com os dados recolhidos e com a previsão teórica.
A leitura do voltímetro em circuito aberto, ou seja, quando o circuito está desligado e não circula
corrente elétrica, foi de 9,58 V, valor praticamente igual ao da força eletromotriz determinada
graficamente, o que confirma a validade da experiência. A diferença entre os dois valores, de apenas
0,01 V, está dentro da margem de erro dos instrumentos de medição utilizados e, por isso, é considerada
desprezável.
A elevada qualidade da regressão linear é comprovada pelo valor de R² = 0,998, o que indica que existe
uma fortíssima correlação entre os dados experimentais e a reta ajustada, confirmando o
comportamento linear previsto. Este resultado evidencia que a pilha se comporta de acordo com o
modelo do gerador real, e que os dados foram obtidos com rigor e cuidado.
Durante a experiência, foi importante adotar certos cuidados experimentais. Por exemplo, o circuito só
deveria estar fechado durante o tempo estritamente necessário para realizar a leitura dos valores de
corrente e tensão, a fim de evitar o sobreaquecimento dos componentes e a descarga prematura da
pilha. Além disso, evitou-se usar resistências externas muito pequenas, pois estas originam correntes
elevadas, que podem afetar a linearidade da curva e levar a erros. Foi igualmente importante garantir
que todas as ligações estavam corretas e que os instrumentos de medição estavam bem calibrados.
Síntese Crítica
Apesar dos resultados satisfatórios, esta atividade poderia ser melhorada com algumas adaptações. Por exemplo, seria
interessante repetir a experiência utilizando diferentes tipos de pilhas (alcalinas, recarregáveis, usadas, novas), para se
comparar os seus desempenhos. Também seria útil recorrer a sensores digitais ligados a um sistema de aquisição de dados, de
modo a tornar a recolha de valores mais precisa, rápida e automatizada. Outro aspeto que poderia melhorar o rigor da experiência
seria aumentar o número de medições para abranger uma gama mais ampla de correntes.
Esta atividade permitiu desenvolver aprendizagens essenciais no âmbito da física elétrica, como a distinção entre geradores
ideais e reais, a aplicação da 2.ª Lei de Ohm para o cálculo da força eletromotriz (ε = U + r × I), a utilização de gráficos para extrair
grandezas físicas e a análise quantitativa e qualitativa dos resultados obtidos. Além disso, reforçou a importância da resistência
interna num circuito e a forma como esta afeta o funcionamento dos dispositivos alimentados por pilhas.
Do ponto de vista prático, os conhecimentos adquiridos nesta atividade são aplicáveis a várias situações do quotidiano. A
resistência interna de uma pilha influencia diretamente a eficiência dos aparelhos elétricos portáteis, como comandos,
brinquedos, lanternas e até dispositivos móveis. Compreender este fenómeno permite, por exemplo, perceber porque é que
certos aparelhos deixam de funcionar corretamente mesmo quando a pilha ainda não está completamente descarregada. Além
disso, esta noção é essencial para o dimensionamento e manutenção de sistemas de alimentação com baterias, como em
veículos elétricos ou sistemas de energia renovável.
Em suma, esta atividade laboratorial permitiu consolidar conhecimentos teóricos através da experimentação, interpretar dados
com rigor, compreender o funcionamento real de uma pilha e relacionar os conceitos físicos com o mundo real, desenvolvendo
simultaneamente competências de análise crítica, trabalho experimental e comunicação científica.