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Aula 4 - Avaliaçao de Impactos Ambientais

A aula aborda conceitos fundamentais sobre avaliação de impactos ambientais, incluindo definições de meio ambiente, aspectos e impactos ambientais, e a diferença entre impactos e poluição. Também discute a legislação ambiental brasileira, destacando a Política Nacional do Meio Ambiente e o licenciamento ambiental, além de mencionar a importância do Estudo de Impacto de Vizinhança. O conteúdo enfatiza a interconexão entre as atividades humanas e a qualidade ambiental, bem como a responsabilidade legal na proteção do meio ambiente.

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Aula 4 - Avaliaçao de Impactos Ambientais

A aula aborda conceitos fundamentais sobre avaliação de impactos ambientais, incluindo definições de meio ambiente, aspectos e impactos ambientais, e a diferença entre impactos e poluição. Também discute a legislação ambiental brasileira, destacando a Política Nacional do Meio Ambiente e o licenciamento ambiental, além de mencionar a importância do Estudo de Impacto de Vizinhança. O conteúdo enfatiza a interconexão entre as atividades humanas e a qualidade ambiental, bem como a responsabilidade legal na proteção do meio ambiente.

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Aula 4 – Avaliação de Impactos Ambientais – AIA

4.1 Conceitos básicos


A seguir, serão apresentados alguns conceitos básicos visando a uma melhor compreensão dos
mecanismos de avaliação de impactos ambientais.
4.1.1 Meio ambiente
Uma visão interdisciplinar define ambiente incluindo os objetos materiais e seu meio, assim como as
relações, condições e limites que devem ser conhecidos e interpretados pela sociedade. Nesse contexto, o
ambiente natural engloba fatores bióticos (meio biológico), fatores abióticos (meio físico) e o ambiente
antrópico (relações sociais, econômicas e culturais).
4.1.2 Aspectos e impactos ambientais
Aspecto ambiental (ABNT ISO 14001:2004) – elementos das atividades ou produtos ou serviços de uma
organização que podem interagir com o meio ambiente.
Impacto ambiental (ABNT ISO 14001:2004) – alterações induzidas pelas atividades humanas. O impacto
deve ser entendido como uma alteração no valor de um determinado parâmetro ambiental ao longo do
tempo, com relação ao seu valor, caso nenhuma atividade humana tivesse sido realizada.

Inclui, tanto alterações negativas ou adversas como positivas ou benéficas, em consequência das ações de
determinado projeto ou empreendimento.
Também, qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada
por qualquer forma de matéria ou energia, resultante das atividades humanas, que direta ou indiretamente,
afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população nas atividades sociais e econômicas. As condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais, que estão atreladas ao ponto
de vista legal da Resolução 001/1986 em seu Artigo 1 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.
4.1.3 Impactos ambientais × poluição
Impactos ambientais não estão vinculados somente a fluxos energéticos e de materiais. Podem estar
associados a fatores de ordem social ou cultural e assumir conotações benéficas.
Poluição refere-se a grandezas físicas, por meio de fluxos de matéria e energia, que podem promover
alterações das propriedades químicas, físicas e biológicas do meio ambiente (conotação negativa ou
adversa). Os tipos de poluição são oriundos do elemento natural atingido. O ar é poluído por emissões de
gases e poeiras. A água é poluída por despejo de efluentes. E o solo é poluído por deposição de resíduos
(sólidos ou líquidos).
Movimentos naturais como intempéries, transformações químicas ou ações biológicas fazem com que o
agente poluidor seja propagado, anulado ou potencializado.
4.1.4 Qualidade, degradação, recuperação e dano ambiental
Qualidade ambiental é medida com base em indicadores da condição de um determinado ambiente em
relação aos requisitos e necessidades humanas e de outras espécies.
A degradação é qualquer alteração adversa dos processos, funções ou componentes ambientais ou, ainda,
alteração da qualidade ambiental.
A recuperação ambiental é uma ação humana que restitui os níveis da qualidade de um componente
ambiental, quando o grau de degradação ultrapassou os limites de auto recuperação do sistema ambiental.

Dano ambiental é um termo utilizado na área jurídica, assumindo a conotação de uma lesão aos recursos
ambientais com a consequente degradação da qualidade ambiental. Para caracterizar um dano, o recurso
ambiental deve estar protegido por uma regulamentação legal.
4.2 Legislação ambiental
O passo inicial para a legislação ambiental brasileira foi dado em 1934, com a criação do Código de Águas
e do Código Florestal. Porém, houve uma grande evolução das leis ambientais brasileiras a partir da Lei
6.938 da Política
Nacional de Meio Ambiente e, estão, atualmente, ela encontra-se entre as mais completas e avançadas do
mundo. Essas legislações criaram órgãos regulatórios, ferramentas punitivas, figuras jurídicas diferenciadas,
assim como, o licenciamento e zoneamento ambiental, além das áreas de preservação permanente, entre
outros mecanismos de preservação ambiental.
4.2.1 Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA
A Lei Federal 6.938 de 31 de agosto de 1981 criou a política nacional do meio ambiente, apresentando seus
fins e mecanismos de formulação e aplicação, além de contemplar outras providências. O Sistema Nacional
do Meio Ambiente – SISNAMA, também foi instituído pela Lei 6.938 regulamentada pelo Decreto 99.274, de
06 de junho de 1990, sendo constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da
qualidade ambiental, e tem a seguinte estrutura:

4.2.2 Constituição Federal de 1988


A Constituição Federal de 1988 inseriu o Brasil entre os países com legislação mais avançada na esfera
ambiental, dedicando um capítulo exclusivo às questões ambientais.
O Artigo 225 estabeleceu o direito fundamental de todos os cidadãos, das presentes e futuras gerações, a
um ambiente sadio e responsabilizou o Poder Público e a coletividade de protegê-lo adequadamente.
4.2.3 Licenciamento ambiental
O licenciamento ambiental federal foi instrumentalizado pela PNMA (Lei 6.938/1981), Artigo 9. O
licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras foi instituído pelo Decreto
99274/1990, Capítulo IV, Artigo 17.
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de
recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem com as capazes, sob qualquer
forma de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente,
integrante do SISNAMA, sem prejuízo de outras licenças exigíveis.
O licenciamento ambiental é de incumbência compartilhada entre a União e os Estados da Federação,
Distrito Federal e os Municípios, de acordo com as respectivas competências.
O objetivo do licenciamento ambiental é regulamentar as atividades e os empreendimentos que utilizam os
recursos naturais e que podem causar degradação ambiental. É realizado em 3 partes: licença prévia,
licença de instalação e licença de operação.
A licença prévia é concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade. O Estudo
de Impactos Ambientais (EIA) pode ser exigido ou não.
O início da instalação do empreendimento ou atividade só deve ocorrer após a expedição da licença de
instalação.
A licença de operação é a que finalmente autoriza o início das operações do empreendimento ou atividade
objeto do projeto, após a verificação do atendimento das condicionantes.
O Decreto 99.274/1990: em seu Artigo 23 estabelece a vinculação do licenciamento ambiental à aprovação
de financiamentos e incentivos governamentais para projetos.
O licenciamento ambiental, como uma autorização conferida pelo Poder Público deve ter um caráter
temporário. E, também, o órgão que expediu uma licença poderá modificar suas condições e medidas de
controle, ou ainda suspender ou cancelar uma licença em vigor diante de algumas situações.
Nesse contexto, a temporalidade e a possibilidade de suspensão ou cancelamento da licença, atuam no
sentido de desestimular o relaxamento das condições estabelecidas na fase inicial de licenciamento, após
a expedição da licença.
Pelo Artigo 11 da Resolução CONAMA 237/1997, os estudos necessários ao processo de licenciamento
deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados, às custas do empreendedor.
O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos, para efeito de licenciamento, serão
responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais.
4.2.4 Vinculação do Licenciamento Ambiental (LA) e Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
O Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e respectivos relatórios (RIMA) são exigidos no processo de
licenciamento ambiental em função da dimensão e da significância dos impactos relacionados às atividades
do empreendimento.
São de caráter obrigatório em:
• Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento.
• Ferrovias.
• Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos.
• Aeroportos.
• Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários.
• Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230 kV.
• Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima
de 10 MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação,
retificação de cursos d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques.
• Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão).
• Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração.
• Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos.
• Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10 MW.
• Complexo e unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias
de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos).
• Distritos industriais e Zonas Estritamente Industriais – ZEI.
• Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando
atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental.
• Projetos urbanísticos, acima de 100 hectares, ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental
a critério do IBAMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes.
• Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia.
Cabe ao Instituo Brasileiro do Meio Ambiente – IBAMA, o licenciamento de empreendimentos de significativo
impacto ambiental, de âmbito nacional e regional CONAMA 237/97, tais como:
• Localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na plataforma
continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio
da União.
• Localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados.
• Cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais Estados.
• Destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em
qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante
parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.
• Bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação específica.
Os empreendimentos ou atividades de competência de Estados e Distrito Federal são definidos pela
Resolução CONAMA 237/1997, e são:
• Localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de conservação de domínio
estadual ou do Distrito Federal.
• Localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação
permanente relacionadas no Artigo 2º da Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim
forem consideradas por normas federais, estaduais ou municipais.
• Cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios.
• Delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio.
4.2.5 Licenciamento Ambiental (LA) municipal
Na outra ponta estão os Municípios que, por delegação do estado, podem licenciar empreendimentos e
atividades de menor porte e com potencial de impacto ambiental local, cujas alterações ambientais
restringem-se aos limites do município. A Resolução CONAMA 237/1997 regulamentou essa questão.
No Rio Grande do Sul, a aprovação do Código Estadual de Meio Ambiente pela Lei Estadual 11.520/2000,
estabelece em seu Artigo 69 que caberá aos municípios o licenciamento ambiental dos empreendimentos e
atividades consideradas como de impacto local, bem como aquelas que lhe forem delegadas pelo Estado
por instrumento legal ou convênio.
As atividades cujo impacto é local, estão descritas no Anexo I da Resolução 102/2005 do Conselho Estadual
do Meio Ambiente (CONSEMA). Os Anexos II e III referem-se ao manejo florestal e foram adicionados pela
Resolução 110/2005. Foram adicionadas atividades pela Resolução 111/2005, e atividades de mineração
pela Resolução 168/2007. E as atividades de criação de animais pela Resolução 232/2010.
4.2.6 Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)
O Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV) é um instrumento de política urbana instituído pela Lei
10.257/2001, conhecida como Estatuto da Cidade.
Pelo Artigo 36, uma lei municipal definirá os empreendimentos e atividades privados ou públicos em área
urbana que dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV) para obter as
licenças ou autorizações de construção, ampliação ou funcionamento a cargo do Poder Público municipal.
O Artigo 37 informa que o EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do
empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas
proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões:
• Adensamento populacional.
• Equipamentos urbanos e comunitários.
• Uso e ocupação do solo.
• Valorização imobiliária.
• Geração de tráfego e demanda por transporte público.
• Ventilação e iluminação.
• Paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
Em parágrafo único informa que dar-se-á publicidade aos documentos integrantes do EIV, que ficarão
disponíveis para consulta, no órgão competente do Poder Público municipal, por qualquer interessado.
Resumo
Nessa aula, aprendemos os principais conceitos, definições e termos utilizados na legislação ambiental
brasileira. Estudamos sobre os órgãos brasileiros que compõem o sistema nacional do meio ambiente e
seus objetivos e competências.

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