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Direito

O direito é um sistema de normas que regula as relações sociais, podendo ser entendido como direito objetivo, direitos subjetivos ou como uma ciência social. Ele é essencial para a vida em sociedade, definindo direitos e obrigações, e é dividido em ramos como direito civil, penal e comercial, variando conforme a jurisdição de cada país. A palavra 'direito' tem origem no latim e sua natureza é caracterizada pela imposição de sanções em caso de descumprimento, diferenciando-se de normas morais e religiosas.

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O direito é um sistema de normas que regula as relações sociais, podendo ser entendido como direito objetivo, direitos subjetivos ou como uma ciência social. Ele é essencial para a vida em sociedade, definindo direitos e obrigações, e é dividido em ramos como direito civil, penal e comercial, variando conforme a jurisdição de cada país. A palavra 'direito' tem origem no latim e sua natureza é caracterizada pela imposição de sanções em caso de descumprimento, diferenciando-se de normas morais e religiosas.

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Direito

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A escultura A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, em Brasília, Brasil, segue a tradição de representá-


la com os olhos vendados, para demonstrar a sua imparcialidade, e a espada, símbolo da força de
que dispõe para impor o direito. Algumas representações da Justiça possuem também uma
balança, que representa a ponderação dos interesses das partes em litígio.[1]

A palavra direito possui mais de um significado correlato:

 sistema de normas de conduta imposto por um conjunto de instituições para regular as


relações sociais:[2] o que os juristas chamam de direito objetivo, a que os leigos se
referem quando dizem "o direito proíbe a poligamia". Neste sentido, equivale ao conceito
de "ordem jurídica". Este significado da palavra pode ter outras ramificações:
o como o sistema ou conjunto de normas jurídicas de um determinado país ou
jurisdição ("o direito português"); ou
o como o conjunto de normas jurídicas de um determinado ramo do direito ("o
direito penal", "o direito de família").
 faculdade concedida a uma pessoa para mover a ordem jurídica a favor de seus interesses:
[2]
o que os juristas chamam de direitos subjetivos, a que os leigos se referem quando
dizem "eu tenho o direito de falar o que eu quiser" ou "ele tinha direito àquelas terras".
 ramo das ciências sociais que estuda o sistema de normas que regulam as relações
sociais: o que os juristas chamam de ciência do direito, a que os leigos se referem
quando dizem "eu preciso estudar direito comercial para conseguir um bom emprego".

Apesar da existência milenar do direito nas sociedades humanas e de sua estreita relação com a
civilização[3] (costuma-se dizer que "onde está a sociedade, ali está o direito"), há um grande
debate entre os filósofos do direito acerca do seu conceito e de sua natureza. Mas, qualquer que
sejam estes últimos, o direito é essencial à vida em sociedade, ao definir direitos e obrigações
entre as pessoas e ao resolver os conflitos de interesse. Seus efeitos sobre o cotidiano das pessoas
vão desde uma simples corrida de táxi até a compra de um imóvel, desde uma eleição
presidencial até a punição de um crime, dentre outros exemplos.

O direito é tradicionalmente dividido em ramos, como o direito civil, direito penal, direito
comercial, direito constitucional, direito administrativo e outros, cada um destes responsável por
regular as relações interpessoais nos diversos aspectos da vida em sociedade.

No mundo, cada Estado adota um direito próprio ao seu país, donde se fala em "direito
brasileiro", direito português", "direito chinês" e outros. Aqueles "direitos nacionais" costumam
ser reunidos pelos juristas em grandes grupos: os principais são o grupo dos direitos de origem
romano-germânica (com base no antigo direito romano; o direito português e o direito brasileiro
fazem parte deste grupo) e o grupo dos direitos de origem anglo-saxã (Common Law, como o
inglês e o estadunidense), embora também haja grupos de direitos com base religiosa, dentre
outras (ver Direito comparado). Há também direitos supranacionais, como o direito da União
Europeia. Por sua vez, o direito internacional regula as relações entre Estados no plano
internacional.

Índice
 1 Etimologia
 2 Natureza
o 2.1 Natureza da norma jurídica
o 2.2 Direito positivo e direito natural
 3 Fontes
 4 Classificação
o 4.1 Direito público e direito privado
o 4.2 Ramos do direito
 5 História
o 5.1 O papel do Estado
 6 Teoria do direito
o 6.1 Escolas
o 6.2 Famílias do direito
o 6.3 Interpretação
o 6.4 Outros temas de teoria do direito
 7 Referências
o 7.1 Bibliografia
 8 Ver também

[editar] Etimologia
A palavra "direito" vem do latim directus, a, um, "que segue regras pré-determinadas ou um
dado preceito", do particípio passado do verbo dirigere. O termo evoluiu em português da forma
"directo" (1277) a "dereyto" (1292) até chegar à grafia atual (documentada no século XIII).[4]

Para outros autores,[5] a palavra faz referência à deusa romana da justiça, Justitia, que segurava
em suas mãos uma balança com fiel. Dizia-se que havia justiça quando o fiel estava
absolutamente perpendicular em relação ao solo: de rectum.

As línguas românicas compartilham a mesma origem para a palavra "direito": diritto, em


italiano, derecho, em espanhol, droit, em francês, dret, em catalão, drech, em occitano, drept, em
romeno. Os vocábulos right, em inglês, e Recht, em alemão, têm origem germânica (riht), do
indo-europeu *reg-to- "movido em linha reta".[6] O termo indo-europeu é a origem do latim
rectus, a, um (ver acima) e do grego ὀρεκτός.

Em latim clássico, empregava-se o termo IVS (grafado também ius ou jus), que originalmente
significava "fórmula religiosa"[7] e que por derivação de sentido veio a ser usado pelos antigos
romanos na acepção equivalente aos modernos "direito objetivo" (ius est norma agendi) e
"direito subjetivo" (ius est facultas agendi). Segundo alguns estudiosos, o termo ius relacionar-
se-ia com iussum, particípio passado do verbo iubere,[8] que quer dizer "mandar", "ordenar", da
raiz sânscrita ju, "ligar". Mais tarde, ainda no período romano, o termo directum (ver acima)
passou a ser mais empregado para referir o direito. Como já se viu, directum vem do verbo
dirigere que, por sua vez, tem origem em regere, "reger", "governar", donde os termos latinos
rex, regula e outros.[9]

O latim clássico ius, por sua vez, gerou em português os termos "justo", "justiça", "jurídico",
"juiz" e muitos outros.[7]

[editar] Natureza
Ver artigo principal: Anexo:Lista de definições do direito

[editar] Natureza da norma jurídica


O direito difere das demais normas de conduta pela existência de uma sanção pelo seu
descumprimento. Na foto, policiais da Baviera prendem um suspeito.

A vida em sociedade e as consequentes inter-relações pessoais exigem a formulação de regras de


conduta que disciplinem a interação entre as pessoas,[3] com o objetivo de alcançar o bem comum
e a paz e a organização social. Tais regras, chamadas normas éticas ou de conduta, podem ser de
natureza moral, religiosa e jurídica. A norma do direito, chamada "norma jurídica", difere das
demais, porém, por dirigir-se à conduta externa do indivíduo, exigindo-lhe que faça ou deixe de
fazer algo, objetivamente, e atribuindo responsabilidades, direitos e obrigações. Compare-se com
as normas morais e religiosas, dirigidas precipuamente à intenção interna, ao processo
psicológico.

Outra característica a distinguir a norma jurídica é a existência de uma sanção[2] obrigatória para
o caso de seu descumprimento, imposta por uma autoridade constituída pela sociedade
organizada, enquanto que a sanção aplicada pelo descumprimento da regra moral não é
organizada, sendo, ao revés, difusa por toda a sociedade.[10]

Nem toda norma de conduta, portanto, é jurídica. A sociedade atribui a proteção máxima do
direito a apenas alguns valores que ela julga essenciais e que os juristas chamam de "o mínimo
ético".[11]

O direito constitui, assim, um conjunto de normas de conduta estabelecidas para regular as


relações sociais e garantidas pela intervenção do poder público (isto é, a sanção que a autoridade
central - no mundo moderno, o Estado - impõe). É pois da natureza da norma de direito a
existência de uma ameaça pelo seu não-cumprimento (sanção) e a sua imposição por uma
autoridade pública (modernamente, o Estado) com o objetivo de atender ao interesse geral (o
bem comum, a paz e a organização sociais). Alguns juristas, entretanto, discordam da ênfase
conferida à sanção para explicar a natureza da norma jurídica.

As normas jurídicas têm por objetivo criar direitos e obrigações para pessoas, quer sejam pessoas
naturais, quer pessoas jurídicas.[12] Isto não significa que o direito não discipline as coisas e os
animais, por exemplo, mas o faz com o propósito de proteger direitos ou gerar obrigações para
pessoas, ainda que, modernamente, o interesse protegido possa ser o de toda uma coletividade
ou, até mesmo, da humanidade abstratamente.

[editar] Direito positivo e direito natural


Ver artigo principal: Positivismo jurídico, Direito natural

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, promulgada durante a Revolução Francesa,


é exemplo da incorporação de princípios do direito natural ao direito positivo.

Dá-se o nome de "direito positivo" ao conjunto de normas em vigor ditadas e impostas por um
Estado em dado território. É portanto um conceito muito próximo aos de ordem jurídica e de
direito objetivo. O direito positivo, gerado por um determinado Estado, é necessariamente
peculiar àquele Estado e varia segundo as condições sociais de uma determinada época. [13]

Os filósofos gregos foram os primeiros a postular uma distinção entre o direito positivo, fundado
na lei posta pelos homens, e o direito natural, que teria em toda parte a mesma eficácia e não
dependeria da opinião dos homens para ser efetivo.[14] O direito romano também acolheu a
distinção, contrapondo o ius civile (posto pelos cidadãos de um lugar e apenas a estes aplicável)
ao ius gentium, definido como o direito posto pela razão natural, observado entre todos os povos
e de conteúdo imutável, o que corresponde à definição de direito natural.[15] Na Idade Média, os
juristas identificavam a natureza ou Deus como fundamento do direito natural, e São Tomás de
Aquino, dentre outros, afirmava que as normas de direito positivo derivariam do direito natural.
[16]

Embora o conceito de direito natural surja na Grécia antiga e seja tratado pelos juristas romanos,
sua importância para o direito contemporâneo advém do movimento racionalista jurídico do
século XVIII, que concebia a razão como base do direito[17] e propugnava a existência de um
direito natural (por exemplo, os direitos fundamentais do homem) acima do direito positivo. Este
direito natural seria válido e obrigatório por si mesmo.[18] Defendido pelos iluministas, o direito
natural representou, historicamente, uma forma de libertação em relação à ordem jurídica
imposta pelas autoridades das monarquias absolutistas. Com as Revoluções Liberais,
capitaneadas pela Revolução Francesa (1789), iniciou-se um processo de codificação orientado
pela razão, apontada, naquela altura, como base do direito natural.
A codificação de normas tidas como imutáveis e eternas - cerne da teoria do direito natural - foi
parcialmente responsável pelo surgimento de uma nova teoria e prática do direito que dava
primazia ao direito positivo e procurava conferir independência à ciência do direito, em meio às
demais ciências sociais. Surge assim o juspositivismo.

Os que defendem a existência do direito natural e o estudam denominam-se "jusnaturalistas".


Contrapõem-se a estes os "juspositivistas", que só reconhecem a existência do direito positivo.
Rejeitam, portanto, a tese da existência de um direito eterno, imutável e geral para todos os
povos, afirmando que direito é apenas o que é imposto pela autoridade.

No século XX, surgiram correntes do pensamento jurídico que procuram conciliar ou sintetizar
os pontos de vista jusnaturalista e juspositivista, como a jurisprudência dos conceitos, a
jurisprudência dos interesses e a jurisprudência dos valores. De qualquer forma, a distinção em
pauta perdeu parte de sua força após a incorporação dos direitos e liberdades fundamentais ao
direito positivo (em geral, nas constituições modernas) e com a consolidação do Estado moderno
e o seu monopólio sobre a produção jurídica.[19][20]

[editar] Fontes
Ver artigo principal: Fontes do direito

Nos países de tradição romano-germânica, a lei escrita é a principal fonte do direito. Na imagem,
a Lei Áurea do Brasil.

As normas do direito são criadas, modificadas e extintas por meio de certos tipos de atos,
chamados pelos juristas de fontes do direito.

Historicamente, a primeira manifestação do direito é encontrada no costume, consubstanciado no


hábito de os indivíduos se submeterem à observância reiterada de certos usos, convertidos em
regras de conduta. Com o tempo, os grupos sociais passaram a incumbir um chefe ou órgão
coletivo de ditar e impor as regras de conduta, o que fez com que o direito passasse a ser um
comando, uma lei imposta coativamente e, a partir de certo momento, fixada por escrito.[21] Em
maior ou menor grau, ambas as fontes - o costume e a lei - convivem no direito moderno,
juntamente com outras importantes formas de produção das normas jurídicas, como a
jurisprudência.

Tradicionalmente, consideram-se fontes do direito as seguintes:

 a lei: entendida como o conjunto de textos editados pela autoridade superior (em geral, o
poder Legislativo ou a Administração pública), formulados por escrito e segundo
procedimentos específicos. Costuma-se incluir aqui os regulamentos administrativos.
 o costume: regra não escrita que se forma pela repetição reiterada de um comportamento
e pela convicção geral de que tal comportamento é obrigatório (isto é, constitui uma
norma do direito) e necessário.
 a jurisprudência: conjunto de interpretações das normas do direito proferidas pelo poder
Judiciário.
 os princípios gerais de direito: são os princípios mais gerais de ética social, direito natural
ou axiologia jurídica, deduzidos pela razão humana, baseados na natureza racional e livre
do homem e que constituem o fundamento de todo o sistema jurídico.
 a doutrina: a opinião dos juristas sobre uma matéria concreta do direito.

Outra escola enxerga na vontade (individual, de um grupo ou da coletividade como um todo) o


elemento essencial da teoria das fontes do direito. Este critério reconhece, a par das fontes
tradicionais, todos os outros atos jurídicos lato sensu como fontes do direito: um negócio
jurídico, uma sentença e a vontade unilateral, por exemplo.[21] Outros estudiosos, porém,
consideram-nos uma simples decorrência das fontes tradicionais.

Cada direito nacional atribui importância maior ou menor a cada uma das fontes. Como regra
geral, os países de tradição romano-germânica consideram a lei como principal fonte do direito,
deixando às demais o papel de fontes secundárias, na ausência de norma decorrente da lei. Já os
países que adotam o sistema da Common Law atribuem maior importância à jurisprudência[21]
(ver Direito comparado).

[editar] Classificação
Ver artigo principal: Classificação decimal de direito

[editar] Direito público e direito privado

A tradicional dicotomia do direito em direito público e direito privado remonta aos antigos
romanos,[22] com base na distinção entre os interesses da esfera particular, entre duas ou mais
pessoas, e os interesses públicos, que são relativos ao Estado e à sociedade e que merecem ter
posição privilegiada.[23] Trata-se de distinção que perdura até hoje, por vezes nebulosa, em
especial na zona limítrofe entre os dois grupos.
Há diversos critérios para diferenciar regras de direito público e de direito privado. Os três mais
difundidos são:

 critério do interesse: predominância do interesse público ou do interesse privado;


 critério da qualidade dos sujeitos: intervenção do Estado ou de outros entes públicos na
relação jurídica; e
 critério da posição dos sujeitos: se o Estado age como ente soberano, com ius imperii, ou
se age de igual para igual com os demais sujeitos da relação jurídica.

Como regra geral, entendem-se como pertencentes ao direito público as normas que regulam as
relações em que o Estado exerce a soberania, imperium, em que o indivíduo é um súdito. Por
outro lado, quando o Estado age de igual para igual com o indivíduo (por exemplo, no caso de
empresas estatais), a matéria poderá ser da alçada do direito privado. Pertencem ao direito
público ramos como o direito constitucional, o direito administrativo, o direito penal e o direito
processual.

Já o direito privado não cuida apenas dos interesses individuais mas inclui também a proteção de
valores caros à sociedade e de interesse coletivo, como a família. Pertencem ao direito privado
ramos como o direito civil e o direito comercial.

O direito privado baseia-se no princípio da autonomia da vontade, isto é, as pessoas gozam da


faculdade de estabelecer entre si as normas que desejarem. Já o direito público segue princípio
diverso, o da legalidade estrita, pelo qual o Estado somente pode fazer o que é previsto em lei. A
autonomia da vontade também está sujeita ao princípio da legalidade, mas em menor grau - em
direito privado, tudo que não é proibido é permitido.

Alguns ramos do direito são considerados mistos, por ali coincidirem interesses públicos e
privados, como o direito do trabalho.

[editar] Ramos do direito

O direito divide-se em ramos de grande diversidade. A relação a seguir não é exaustiva:

 Direito Administrativo  Direito Internacional


o Direito Aeronáutico o Direito comunitário
 Direito Alternativo  Direito da União
 Direito Ambiental Europeia
o Direito de Águas  Direito do Mercosul
 Direito Bancário o Direito Internacional Penal
 Direito Canônico  Direito Internacional Privado
 Direito Civil  Direito Judiciário
o Direito de Família o Direito de Execução Penal
o Direito das Obrigações o Direito de Execução Civil
o Direito das Sucessões o Direito de Execução Fiscal
o Direito das Coisas  Direito Militar
 Direito Imobiliário  Direito Penal
 Direito do Consumidor  Direito Processual
 Direito da Criança e do Adolescente o Teoria Geral do Processo
 Direito Constitucional o Direito Processual Civil
o Direito do Estado o Direito Processual Penal
 Direito Desportivo o Direito Processual do
 Direito Econômico Trabalho
 Direito Eleitoral  Direito da Propriedade Intelectual
 Direito Eletrônico o Direito autoral
 Direito Empresarial ou Comercial  Direito Registral e Notarial
o Direito Societário  Direito Sanitário
o Direito Marítimo  Direito dos Seguros
 Direito Financeiro o Direito Previdenciário
o Direito Fiscal o Direito da Segurança Social
o Direito Tributário  Direito do Trabalho
 Direitos Humanos o Direito Individual do Trabalho
 Direito Indígena o Direito Coletivo do Trabalho
 Direito da Informática o Direito Sindical
 Direito Urbanístico
 Direito dos Valores Mobiliários

[editar] História
Ver artigo principal: História do direito

Parte superior da estela do Código de Hamurábi.

A história do direito está ligada ao desenvolvimento das civilizações. O direito do antigo Egito,
que data de pelo menos 3000 a.C., incluía uma compilação de leis civis que, provavelmente
dividida em doze livros, baseava-se no conceito de Ma'at e caracterizava-se pela tradição, pela
retórica, pela igualdade social e pela imparcialidade.[24][25] Em cerca de 1760 a.C., o rei Hamurábi
determinou que o direito babilônio fosse codificado e inscrito em pedra para que o povo pudesse
vê-lo no mercado: o chamado Código de Hamurábi.[26] Neste caso, tal como o direito egípcio,
poucas fontes sobreviveram e muito se perdeu com o tempo. A influência destes exemplos
jurídicos antigos nas civilizações posteriores foi, portanto, pequena. O mais antigo conjunto de
leis ainda relevante para os modernos sistemas do direito é provavelmente a Torá do Velho
Testamento. Na forma de imperativos morais, como os Dez Mandamentos, contém
recomendações para uma boa sociedade. A antiga cidade-Estado grega de Atenas foi a primeira
sociedade baseada na ampla inclusão dos seus cidadãos, com exceção das mulheres e dos
escravos. Embora Atenas não tenha desenvolvido uma ciência jurídica nem tivesse uma palavra
para o conceito abstrato de "direito", o antigo direito grego continha grandes inovações
constitucionais no desenvolvimento da democracia.[27]

Primeira página da edição original (1804) do Código Napoleônico, um dos primeiros e mais
influentes códigos civis da história.

Considerado uma ponte entre as antigas experiências do direito e o mundo jurídico moderno, o
direito romano foi fortemente influenciado pelos ensinamentos gregos, mas suas regras
detalhadas e sofisticadas foram desenvolvidas por juristas profissionais.[28][29] Ao longo dos
séculos transcorridos entre a ascensão e a queda do Império Romano, o direito foi adaptado para
lidar com as mudanças sociais e passou por um grande esforço de codificação por ordem do
Imperador Justiniano I, o que resultou no Corpus Iuris Civilis. O conhecimento do direito
romano perdeu-se na Europa Ocidental durante a Idade Média, mas a disciplina foi redescoberta
a partir do século XI, quando juristas medievais, posteriormente conhecidos como "glosadores",
começaram a pesquisar os textos jurídicos romanos e a usar os seus conceitos. O direito romano -
e o sistema jurídico nele baseado - afetou o desenvolvimento do direito em todo o mundo. É o
fundamento dos códigos da maior parte dos países da Europa e desempenhou um importante
papel no surgimento da ideia de uma cultura europeia comum.[30]
Na Inglaterra medieval, os juízes reais começaram a desenvolver um conjunto de precedentes
que viria a tornar-se a Common Law.

Aos poucos, formou-se na Europa medieval a Lex Mercatoria, que permitia aos mercadores
comerciar com base em práticas padronizadas. A Lex Mercatoria, precursora do direito
comercial moderno, enfatizava a liberdade de contratar e a alienabilidade da propriedade. [31]
Quando o nacionalismo recrudesceu nos séculos XVIII e XIX, a Lex Mercatoria foi incorporada
ao direito interno dos diversos países do continente em seus respectivos códigos civis. O Código
Napoleônico e o Código Civil Alemão tornaram-se as leis civis mais conhecidas e influentes.

A Índia e a China antigas possuíam tradições distintas em matéria de direito, com escolas
jurídicas historicamente independentes. O Arthashastra, datado de cerca de 400 a.C., e o
Manusmriti, de 100, constituíam tratados influentes na Índia e que eram consultados em questões
jurídicas.[32] A filosofia central de Manu, tolerância e pluralismo, era citada de um lado ao outro
do sudeste da Ásia.[33] Esta tradição hinduísta, juntamente com o direito muçulmano, foi
suplantada pelo Common Law quando a Índia se tornou parte do Império Britânico.[34] A Malásia,
Brunei, Singapura e Hong Kong também o adotaram. A tradição jurídica do leste da Ásia reflete
uma mistura singular entre o religioso e o secular.[35] O Japão foi o primeiro país da área a
modernizar o seu sistema jurídico conforme o exemplo ocidental, ao importar partes dos códigos
civis francês e alemão.[36] Do mesmo modo, o direito chinês tradicional foi modernizado segundo
o padrão ocidental nos anos finais da dinastia Qing, na forma de seis códigos de direito privado
baseados no modelo japonês do direito alemão.[37] O direito da República Popular da China
sofreu forte influência do direito socialista soviético, que basicamente hipertrofia o direito
administrativo às expensas do direito privado.[38] Hoje, entretanto, a China tem promovido
reformas na sua ordem jurídica, ao menos no que se refere aos direitos econômicos, como no
caso do novo código de contratos de 1999.

[editar] O papel do Estado

A sociedade medieval constituía-se de uma diversidade de agrupamentos sociais, cada um com


uma ordem jurídica própria, local. Na alta Idade Média, o direito era um fenômeno produzido
não pelo Estado (que ainda não existia em sua acepção moderna), mas pela sociedade civil, por
meio do costume jurídico, que vem a ser um tipo de consenso manifestado pelo povo quanto a
uma certa conduta social, ou até mesmo com o recurso à equidade. Com a formação do Estado
moderno, este concentrou todos os poderes da sociedade, como o de criar o direito com
exclusividade (quer diretamente, por meio da lei, quer pelo reconhecimento e controle das
demais fontes do direito). Bobbio chama este processo de monopolização da produção jurídica
por parte do Estado.[20]

A partir da Idade Moderna, portanto, os conceitos de direito e de Estado se confundem, pois se


este último é estabelecido e regulado pelo direito (como pessoa jurídica de direito público), o
primeiro passa a ser ditado e imposto pelo Estado. À consolidação do Estado moderno
corresponde o paulatino fortalecimento do direito positivo (posto pelo Estado), em detrimento do
chamado direito natural.

[editar] Teoria do direito


[editar] Escolas

 Escola de Viena: diz que o Estado é a personificação da Ordem Jurídica.


 Escola Alemã: supremacia do Estado sobre o Direito.
 Escola do Direito Natural: surgiu entre os séculos XVII e XVIII, e diz que o Direito é
natural do ser humano, algo inato e universal.
 Escola Histórica de Savigny: apresenta uma visão histórica do Direito.
 Teoria do Direito Divino: segundo a qual as leis humanas são de inspiração divina,
inefáveis.

[editar] Famílias do direito

Ver artigo principal: Direito comparado

O estudo das semelhanças e diferenças entre os ordenamentos jurídicos dos vários Estados
permite agrupá-los em grandes famílias, conforme as suas características mais relevantes. [39] As
duas principais famílias do direito são a do sistema romano-germânico e a da Common Law.

A família romano-germânica é formada pelo conjunto dos direitos nacionais que sofrem forte
influência do direito romano e do seu estudo ao longo dos tempos.[40] Em termos geográficos,
pertencem a esta família os direitos da maioria dos países europeus (mas não o do Reino Unido e
o da Irlanda), de toda a América Latina, de grande parte da África, do Oriente Médio, do Japão e
da Indonésia. São romano-germânicos os direitos nacionais do Brasil e de Portugal.
Caracterizam-se pelo fato de a regra de direito ser genérica, para aplicação ao caso concreto
pelos tribunais. Esta regra de direito genérica costuma ser criada por meio de lei escrita. A
generalização permitiu o fenômeno da codificação do direito, pelo qual as regras genéricas são
compiladas em códigos de leis e posteriormente aplicadas pelos juristas e tribunais.

Já a família da Common Law é formada a partir do direito originário da Inglaterra, com as


atividades dos tribunais reais de justiça,[41] após a conquista normanda. Além do direito britânico,
este sistema inclui todos os países de língua inglesa, inclusive os Estados Unidos (exceto pelo
estado da Luisiana). A base desta família do direito é jurisprudencial (a case law, em inglês),
cujo cerne é a regra do stare decisis (ou regra do precedente), pela qual as decisões judiciais
anteriores (os precedentes) devem ser respeitadas quando da apreciação de um caso concreto. [42]

[editar] Interpretação

A norma jurídica existe para ser aplicada - no mundo moderno, como regra, pelas autoridades
administrativas e pelos órgãos judiciários. Sua aplicação exige o trabalho prévio de entendimento
e pesquisa do seu conteúdo. É o processo de interpretação que permite aplicar, nos dias de hoje,
preceitos jurídicos estabelecidos há anos ou séculos, mas ainda em vigor, como a Constituição
estadunidense de 1789 ou o Código Napoleônico de 1804.[43]

Toda norma jurídica sujeita-se a interpretação, razão pela qual o brocardo in claris cessat
interpretatio (e suas variações) não é procedente.[43]
A atividade interpretativa pode ser classificada em dois grandes grupos:[43]

 quanto à origem: interpretação autêntica, judicial e doutrinária; e


 quanto aos elementos: interpretação gramatical, lógica e sistemática.

A interpretação autêntica ou pública é a realizada pelo próprio legislador, caso reconheça a


eventual ambiguidade do preceito jurídico. A interpretação judicial é a efetuada pelo poder
Judiciário, no exercício de sua função específica de aplicar o direito ao caso concreto. A
interpretação doutrinária é a empreendida pelo jurisconsulto, em parecer ou trabalho teórico ou,
ainda, em sala de aula.

A interpretação gramatical ou literal da norma é realizada pela análise filológica do texto e pela
observação da sua linguagem. Estudam-se aqui o significado de vocábulos, sua posição na frase
e o uso de sinônimos. Cabe ressaltar que o direito reserva para si um vocabulário técnico, por
vezes de significado diferente do comum. Ademais, na suposição de que o legislador não
emprega expressões inúteis, o esforço interpretativo não pode descartar qualquer termo contido
no texto nem concluir que a norma contém um conceito absurdo.

A interpretação lógica ou racional vale-se da comparação com outros dispositivos jurídicos, das
razões que ditaram o preceito, da transformação por que o direito passou com a nova norma e das
"condições ambientes que a inspiraram".[43] Pesquisa-se a razão da norma.

Designa-se como interpretação sistemática o esforço de entender a norma com base na sua
subordinação ao conjunto de disposições jurídicas. O intérprete parte do princípio de que a
norma a ser analisada não existe sozinha e, portanto, não pode ser entendida isoladamente.

Alguns autores referem-se também à interpretação histórica, baseada na averiguação dos


antecedentes da norma e no seu processo de produção.

[editar] Outros temas de teoria do direito

 Crítica Jurídica
 Teoria Geral do Direito
 Filosofia do Direito
 História do Direito
 Sociologia do Direito
 Antropologia do Direito
 Hermenêutica Jurídica
 Direito Comparado
 Law and Economics
 Direito e Moral
 Critical Legal Studies

Referências
1. ↑ Sarmento, p. 19.
2. ↑ a b c Hermes Lima, capítulo III.
3. ↑ a b Hermes Lima, capítulo I.
4. ↑ Dicionário Houaiss, verbete "direito".
5. ↑ Sebastião Cruz.
6. ↑ Wiktionary, verbete "right", acessado em 08/08/2007..
7. ↑ a b Dicionário Houaiss, verbete "jur-".
8. ↑ Valpy, verbete "ius".
9. ↑ Enciclopédia Mirador Internacional, verbete "direito".
10. ↑ Hermes Lima, capítulo XII.
11. ↑ Kelsen, Hans. Paulson, Bonnie Litschewski. Paulson, Stanley L. Introduction to the
problems of legal theory: a translation of the first edition of the Reine Rechtslehre or Pure
theory of law. Oxford University Press, 1997, p. 22.
12. ↑ Ferraz Junior, 4.2.5.3.
13. ↑ Hermes Lima, capítulo IV.
14. ↑ Aristóteles, "Ética a Nicômaco", Livro V, capítulo VII, apud Bobbio, introdução.
15. ↑ "Instituições de Justiniano", apud Bobbio, introdução.
16. ↑ "Summa theologica", I, a II. ae, q. 90, apud Bobbio, introdução.
17. ↑ Ferraz Junior, 4.2.6.
18. ↑ Hugo Grócio, "De jure belli ac pacis", 1, 10, apud Bobbio, introdução.
19. ↑ Ferraz Junior.
20. ↑ a b Bobbio, capítulo I.
21. ↑ a b c Pereira, 9.
22. ↑ Ulpiano (Digesto), 1.1.1.2.: Publicum jus est quod ad statum rei romanae spectat,
privatum, quod ad singulorum utilitatem ("o direito público diz respeito ao estado da
coisa romana, o privado à utilidade dos particulares"), apud Ferraz Junior, 4.2.4.
23. ↑ Hermes Lima, capítulo XI.
24. ↑ Théodoridés "law". Encyclopedia of the Archaeology of Ancient Egypt.
25. ↑ VerSteeg, Law in ancient Egypt
26. ↑ Richardson, Hammurabi's Laws, 11
27. ↑ Ober, The Nature of Athenian Democracy, 121
28. ↑ Kelly, A Short History of Western Legal Theory, 39
29. ↑ Stein, Roman Law in European History, 1
30. ↑ Stein, Roman Law in European History, 2, 104–107.
31. ↑ Sealey-Hooley, Commercial Law, 14
32. ↑ Para uma discussão sobre a composição e datação destas fontes, ver Olivelle, Manu's
Code of Law, 18-25.
33. ↑ Glenn, Legal Traditions of the World, 276
34. ↑ Glenn, Legal Traditions of the World, 273
35. ↑ Glenn, Legal Traditions of the World, 287
36. ↑ Glenn, Legal Traditions of the World, 304
37. ↑ Glenn, Legal Traditions of the World, 305
38. ↑ Glenn, Legal Traditions of the World, 307
39. ↑ David, 16.
40. ↑ David, 17.
41. ↑ David, 18.
42. ↑ David, 333.
43. ↑ a b c d Pereira, 38.

[editar] Bibliografia

 Bobbio, Norberto. O Positivismo Jurídico, Ícone editora, 1995.


 Cruz, Sebastião. Jus Derectum (directum), Coimbra, 1971, apud Ferraz Jr., Tercio
Sampaio, "Introdução ao Estudo do Direito", Atlas, 1988.
 David, René. Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo. São Paulo: Martins
Fontes, 2a. ed., 1993.
 Ferraz Jr., Tercio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito, Atlas, 1988.
 Glenn, H. Patrick (2000). Legal Traditions of the World. Oxford University Press. ISBN
0198765754.
 Kelly, J.M. (1992). A Short History of Western Legal Theory. Oxford University Press.
ISBN 0198762445.
 Lima, Hermes. Introdução à Ciência do Direito, Freitas Bastos, 28. ed., 1986.
 Ober, Josiah (1996). The Nature of Athenian Democracy. The Athenian Revolution:
Essays on Ancient Greek Democracy and Political Theory. Princeton University Press.
ISBN 0-691-00190-1.
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Manava-Dharmasastra. New York: Oxford University Press. ISBN 0-19-517146-2.
 Pereira, Caio Mario da Silva. Instituições de Direito Civil, Forense, 10. ed., 1987.
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 Sarmento, Daniel. A Ponderação dos Interesses na Constituição Federal. Lumen Juris,
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 Sealy, L.S.; Hooley, R.J.A. (2003). Commercial Law. LexisNexis Butterworths.
 Stein, Peter (1999). Roman Law in European History. Cambridge University Press. pp.
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 Valpy, Francis Edward Jackson. An Etymological Dictionary of the Latin Language,
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 VerSteeg, Russ (2002). Law in Ancient Egypt. Durham, N.C.: Carolina Academic Press.
ISBN 0-89089-978-9.

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