INSTITUTO SUPERIOR DE OMBAKA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
COORDENAÇÃO DE ENSINO PRIMÁRIO
TRABALHO INVESTIGATIVO DE PSICOLOGIA DA
EDUCAÇÃO
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
GRUPO Nº. 03
2º. ANO
TURMA:
CURSO:
DOCENTE
______________________
BENGUELA, MAIO DE 2025
INSTITUTO SUPERIOR DE OMBAKA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
COORDENAÇÃO DE ENSINO PRIMÁRIO
TRABALHO INVESTIGATIVO DE PSICOLOGIA DA
EDUCAÇÃO
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
ELEMENTOS DO GRUPO Nº.03
Ana Kassinda
Ângela Valente Quintino
Carla Manuel
Custódio Tchigando José
Justina Nalueyo Kalussinga
Natália Tchiyela
Rosa Kale
Domingas Nascimento Sampaio
BENGUELA, MAIO DE 2025
PENSAMENTO
“Avaliar é muito mais do que medir resultados: é reconhecer trajetórias,
respeitar ritmos e acreditar que todo ser humano é capaz de aprender, desde
que seja acolhido, orientado e incentivado no seu próprio caminho.”
— Inspirado em Hoffmann e Luckesi
DEDICATÓRIA
Dedicamos o presente trabalho aos Professores, especialmente a
Professora da Cadeira, Judith Mortagua que tem nos passado conhecimento, e
aos colegas que deram contributos para a realização deste trabalho.
AGRADECIMETO
Agradecemos, com imensa consideração e respeito, à professora Judith
Mortagua pela dedicação, orientação e partilha de conhecimentos ao longo do
desenvolvimento deste trabalho. Sua condução pedagógica e incentivo
constante foram fundamentais para a construção deste aprendizado. Que seu
compromisso com a educação continue inspirando e transformando vidas.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 7
1. CONCEITOS: DE PALAVRAS-CHAVES:.....................................................8
1.1. AVALIAÇÃO:.............................................................................................8
1.2. APRENDIZAGEM:........................................................................................8
1.3. PRINCIPÍOS DA AVALIAÇÃO..................................................................8
1.4. FUNÇÕES E MODALIDADES DA AVALIAÇÃO.......................................9
1.5. PROPOSITO DA AVALIAÇÃO..................................................................9
1.6. A INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO.................10
1.7. A REPROVAÇÃO....................................................................................11
1.8. A AUTO-AVALIAÇÃO..............................................................................11
CONCLUSÃO....................................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................13
INTRODUÇÃO
A avaliação e a aprendizagem são elementos indissociáveis no processo
educativo, desempenhando papéis fundamentais na construção do
conhecimento e no desenvolvimento das competências dos alunos. Enquanto a
aprendizagem representa o processo contínuo de aquisição de saberes,
habilidades e atitudes, a avaliação atua como instrumento de verificação,
acompanhamento e orientação desse percurso. Mais do que um simples
mecanismo de medição de resultados, a avaliação deve ser compreendida
como um recurso pedagógico que possibilita ao educador identificar as
dificuldades, potencialidades e necessidades dos estudantes, permitindo a
adaptação das estratégias de ensino. Nesse contexto, reflectir sobre as
práticas avaliativas e sua relação com a aprendizagem é essencial para
promover uma educação mais significativa, inclusiva e transformadora.
1. CONCEITOS: DE PALAVRAS-CHAVES:
1.1. AVALIAÇÃO:
De acordo com Luckesi, citado por Neto e Aquino (2009) a avaliação
deve ser vista como um ato de amor, de aceitação, de acolhimento. Aceitação
de uma situação, seja ela qual for e, a partir daí, buscar uma situação melhor,
mais favorável à construção do conhecimento; tal construção do conhecimento
deve ser vista enquanto ação conjunta, participativa.
A escola tem um papel crucial na formação e desenvolvimento do ser
humano, é através dela e da aprendizagem que nela se busca e adquire que a
criança inicia o processo de construção de si mesma e da sociedade na qual
está inserida (DARSIE, 1996).
Nesse sentido, A educação escolar é orientada por metas constituídas
de intenções que se fazem presentes em todo o processo de ensino-
aprendizagem. Tais intenções da acção educativa tomam determinado sentido
se considerarmos a natureza social e a função socializadora da educação
escolar, que terá como razão última promover o desenvolvimento humano
(DARSIE, 1996, p. 48).
1.2. APRENDIZAGEM
Segundo Libâneo (2013), a aprendizagem na educação é compreendida
como um processo activo e contínuo de construção de conhecimentos,
habilidades, valores e atitudes, que ocorre a partir da interacção do aluno
com o meio, com os outros e com os conteúdos escolares, mediada pela acção
do professor. Para o autor, aprender não é apenas memorizar informações,
mas sim compreender, relacionar e aplicar os saberes de forma significativa na
realidade do educando.
1.3. PRINCIPÍOS DA AVALIAÇÃO
Os princípios da Avaliação são usados para garantir que os processos
avaliativos sejam justos, coerentes e contribuam com o desenvolvimento dos
estudantes, esses princípios são:
Formatividade: Avaliação deve orientar o aprendizado.
Diagnóstico contínuo: Monitorar o progresso do aluno.
Diversidade de instrumentos: Não se limitar a provas.
Participação ativa: O aluno deve compreender e participar da
avaliação.
Ética e respeito: Avaliar com justiça, considerando o contexto de cada
aluno.
Segundo José Carlos Libâneo (1994), a avaliação deve ser diagnóstica,
formativa e somativa. Seus princípios são:
Diagnóstico das dificuldades: Identificar onde o aluno encontra dificuldades.
Intervenção pedagógica: Ajustar o ensino com base nos resultados.
Acompanhamento contínuo: Avaliação não se limita a provas, mas ocorre ao
longo do processo.
Cipriano Carlos Luckesi (1995) critica a avaliação como instrumento de
punição e defende uma abordagem formativa, diagnóstica e libertadora:
Princípio da melhoria da aprendizagem: A avaliação serve para ajudar o aluno
a aprender, e não para classificá-lo.
Não punitiva: Avaliar é um ato de amor e deve contribuir para o crescimento do
educando.
Processualidade: A avaliação é parte do processo, não um momento isolado.
1.4. FUNÇÕES E MODALIDADES DA AVALIAÇÃO
Segundo Luckesi (2011), a avaliação da aprendizagem pode ser dividida
em três modalidades principais: diagnóstica, formativa e somativa. Cada
uma delas cumpre funções específicas no processo educacional:
Avaliação diagnóstica: ocorre antes ou no início do processo de ensino
e tem a função de identificar os conhecimentos prévios dos alunos, suas
dificuldades e potencialidades. Serve para orientar o planejamento do
professor.
Avaliação formativa: é realizada durante o processo de ensino-
aprendizagem e tem como objectivo acompanhar o desenvolvimento do
aluno, fornecendo feedback contínuo para ajustar práticas pedagógicas
e promover melhorias.
Avaliação somativa: acontece ao final de um período lectivo ou de uma
unidade de ensino, e tem a função de verificar os resultados alcançados.
Geralmente, está ligada à atribuição de notas ou conceitos.
Para Luckesi, a avaliação deve ser prioritariamente formativa e voltada
para a promoção do aprendizado, e não apenas para classificação. Ele
critica práticas avaliativas punitivas e defende uma abordagem mais humanista,
centrada no crescimento do aluno.
1.5. PROPOSITO DA AVALIAÇÃO
Um dos propósito da avaliação é mensurar o desempenho dos estudantes e
verificar se estão aprendendo os conteúdos propostos. No entanto, ela vai além
ao avaliar se competências e habilidades sugeridas estão sendo desenvolvidas
da maneira adequada. Ao estabelecer uma avaliação escolar aliada às
concepções pedagógicas de ensino, também é possível verificar o nível de
aprendizagem de cada aluno, se estão acompanhando a programação
curricular e, caso existam, quais são as dificuldades apresentadas. Por isso,
podemos dizer que os propósitos da avaliação escolar incluem:
Aprimoramento da qualidade do ensino;
Facilitação do processo de ensino e aprendizagem;
Identificação de necessidades de formação ou actualização para o corpo
docente;
Oferecimento de meios para promover o engajamento e a participação
dos alunos;
Possibilidade de construir um Registro histórico bem elaborado que
aborde todo o desempenho dos estudantes.
1.6. A INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO
Segundo Hoffmann (2014), a interpretação dos resultados da avaliação
deve ir além da simples atribuição de notas e classificações. Para a autora,
interpretar os resultados significa analisar os dados colectados de forma
crítica e pedagógica, com o objectivo de compreender o nível de
aprendizagem dos alunos, suas dificuldades, avanços e as possíveis causas do
desempenho apresentado. Essa interpretação deve servir como base para
replanejar as estratégias de ensino, oferecer intervenções adequadas e
promover o desenvolvimento integral do estudante. Hoffmann destaca que a
avaliação precisa ser compreendida como um processo reflexivo, no qual o
professor não apenas verifica, mas também compreende e intervém. Dessa
forma, a interpretação dos resultados deve estar ligada a uma prática
pedagógica sensível, ética e transformadora.
Apresentação da tabela para interpretação dos resultados da
avaliação, com base teórica na autora Jussara Hoffmann (2014), que
defende uma avaliação qualitativa e formativa.
Nível de Descrição Indicadores de Acções
Pedagógicas
Desempenho Aprendizagem
Sugeridas
O aluno demonstra Participa
Ampliar desafios e
domínio pleno dos activamente, aplica
Excelente aprofundar
conteúdos e o conhecimento
conteúdos.
competências. com autonomia.
O aluno
Realiza actividades Reforçar pontos
compreende bem,
com segurança, específicos e
Bom com pequenas
mas com algumas estimular a
dificuldades
dúvidas. autonomia.
pontuais.
Reforço dos
O aluno atinge Apresenta
conteúdos
parcialmente os entendimento
Satisfatório essenciais e
objectivos de básico, mas com
acompanhamento
aprendizagem. lacunas.
contínuo.
O aluno apresenta
Intervenção
dificuldades Participa pouco,
individualizada e
Insuficiente significativas de erros conceituais
actividades de
compreensão e frequentes.
recuperação.
aplicação.
O aluno não
Replanejamento
demonstra Não consegue
pedagógico e apoio
Fraco compreensão realizar actividades
mais intensivo e
mínima dos propostas.
diversificado.
conteúdos.
1.7. A REPROVAÇÃO
A reprovação escolar é tradicionalmente vista como uma forma de
"corrigir" ou "disciplinar" o aluno que não alcança os objetivos propostos. No
entanto, diversos estudiosos da educação criticam essa prática e propõem
alternativas mais humanas e eficazes.
Critícas sobre a reprovação segundo Cipriano Carlos Luckesi 1995,
Ponto de vista: A reprovação é um ato punitivo, sem função pedagógica.
Crítica: Em vez de ajudar o aluno, a reprovação produz fracasso escolar,
aumenta a evasão e prejudica a autoestima.
Proposta: Avaliação diagnóstica e formativa, voltada para a superação
de dificuldades.
1.8. A AUTO- AVALIAÇÃO
A auto- avaliação é o processo em que o próprio aluno reflete sobre seu
desempenho, progresso, dificuldades e conquistas no processo de
aprendizagem. Ela promove autonomia, senso crítico e responsabilidade sobre
o próprio aprendizado. O objetivo é de desenvolver a consciência crítica do
estudante sobre sua aprendizagem., estimular a autonomia e a
responsabilização do aluno, promover a reflexão sobre estratégias de estudo e
atitudes frente ao conhecimento, favorecer a metacognição (pensar sobre o
próprio pensamento).
Jussara Hoffmann (2001):
Considera a autoavaliação uma prática de diálogo com o aluno.
Permite que o estudante reconheça suas conquistas e limites.
Ressalta o papel do professor como mediador e não como julgador.
CONCLUSÃO
A avaliação da aprendizagem, quando compreendida como um processo
contínuo, formativa e humanizado, torna-se uma ferramenta poderosa na
construção de uma educação mais inclusiva, reflexiva e transformadora. Ao
longo deste trabalho, foi possível perceber que a avaliação não deve ser
limitada à atribuição de notas ou classificações, mas sim utilizada como um
meio para compreender o percurso de aprendizagem dos alunos, identificar
suas dificuldades e potencialidades e, a partir disso, promover intervenções
pedagógicas adequadas. Autores como Cipriano Luckesi, Jussara Hoffmann,
José Carlos Libâneo e Philippe Perrenoud nos mostram que práticas
avaliativas centradas no desenvolvimento do estudante contribuem para a
construção de um ambiente escolar mais justo, ético e participativo. A auto
avaliação, a interpretação qualitativa dos resultados e o repensar da
reprovação como ferramenta pedagógica são elementos fundamentais para um
novo paradigma avaliativo. Portanto, refletir sobre a avaliação é refletir sobre o
próprio ato de educar. A avaliação deve servir como um instrumento de
aprendizagem e crescimento, tanto para o aluno quanto para o professor,
buscando sempre a melhoria do processo educativo e o desenvolvimento
integral do sujeito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 27. ed. São Paulo: Cortez, 2013.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e
proposições. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
https://www.arvore.com.br/blog/avaliacao-escolar
HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. 20. ed.
Porto Alegre: Mediação, 2014.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e
proposições. São Paulo: Cortez, 1995.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar, 1995.
HOFFMANN, J. Avaliar para promover, 2001.