Segurança
do Trabalho
em Indústrias:
Riscos e Prevenções
por Eng. João Paulo Tissi
Introdução
Imagine um mundo sem
acidentes de trabalho...
Parece utopia?
Pois saiba que essa é a realidade que buscamos alcançar!
Neste ebook, vamos juntos desvendar os segredos para construir um ambiente de trabalho
mais seguro e saudável para todos. Você vai descobrir como a segurança no trabalho impacta
diretamente a vida de cada colaborador, desde o auxiliar administrativo até o CEO, e como
pequenas ações podem gerar grandes resultados.
Prepare-se para uma jornada repleta de conhecimentos essenciais sobre:
Normas Regulamentadoras (NRs):
O "beabá" da segurança no trabalho e as principais leis que protegem você e seus colegas
Riscos e Perigos:
Aprenda a identificar os vilões ocultos no ambiente de trabalho e como combatê-los de forma
eficaz
Doenças Ocupacionais:
Conheça as doenças silenciosas que podem surgir no dia a dia profissional e saiba como
preveni-las
Cultura de Segurança:
Descubra como criar um ambiente onde a segurança é valorizada por todos e os acidentes se
tornam cada vez mais raros
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Diálogos Diários de Segurança (DDS):
Ferramentas poderosas para blindar a saúde dos trabalhadores e promover a conscientização.
Com uma linguagem clara e exemplos práticos, este ebook é o seu guia completo para dominar os
conceitos e as práticas da segurança no trabalho. Ao final da leitura, você estará apto a contribuir
ativamente para um ambiente profissional mais seguro, produtivo e, acima de tudo, humano.
Vamos juntos construir um futuro onde o trabalho seja sinônimo de saúde e bem-estar?
Este ebook é baseado no webinar "Segurança do Trabalho em
Indústrias: Riscos e Prevenções", ministrado por João Tissi. Ele é
Engenheiro da Leporte Engenharia e especialista em Engenharia de
Segurança do Trabalho com vasta experiência na área.
O especialista compartilhou conosco alguns insights valiosos que
podemos aplicar em nosso dia a dia. Neste ebook exclusivo, você
encontra cada tópico abordado no webinar de forma expositiva e
aprofundada.
Introdução
Capítulo 1: Normas e Regulamentaçõe 5
1.1 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT
1.2 Normas Regulamentadoras (NRs)
Capítulo 2: Riscos e Acidentes 8
2.1 Risco e Perigo
2.2 Acidente e Incidente
2.3 Pirâmide de Bird
2.4 Estatísticas de Acidentes de Trabalho
Capítulo 3: Doenças Ocupacionais 11
3.1 Tipos de Doenças Ocupacionais
3.2 Fatores Contribuinte
3.3 Papel do Profissional Capacitado
3.4 Prevenção e Gestão de Doenças Ocupacionais
Capítulo 4: Cultura de Segurança do Trabalho
17
Capítulo 5: Recursos e Ferramentas para a Segurança do Trabalho 20
5.1 Ficha de EP
5.2 DDS (Diálogos Diários de Segurança)
O papel da tecnologia como apoio à segurança do trabalho
Capítulo 6: Dúvidas frequentes
24
Conclusã 27
Quadro-resumo
capítulo 1
Normas e Regulamentações
A segurança do trabalho em indústrias no Brasil é regida por uma ampla gama de normas
e regulamentações que visam garantir condições adequadas e seguras para trabalhadores
e empregadores.
Leia em nosso blog:
Segurança do Trabalho: Manual Completo para Empresas | Blog | Videnci
Este capítulo explora os principais aspectos das normas técnicas e regulamentadoras, destacando
sua origem, propósito e aplicação prática no ambiente industrial.
5
1.1 Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT)
A Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) é a principal entidade responsável pela "A ABNT trabalha pegando normas
normalização técnica no Brasil. Fundada em internacionais e trazendo aqui para
1940, trata-se de uma organização privada, sem nós, adaptando, no Brasil."
fins lucrativos, de utilidade pública, que João Tissi.
desempenha um papel crucial na adaptação de Engenheiro da Leporte Engenharia
normas internacionais ao contexto brasileiro.
A ABNT trabalha com diretrizes estabelecidas por organismos globais, como a ISO (International
Organization for Standardization), que cria padrões amplamente reconhecidos, incluindo a ISO
9000, voltada à gestão da qualidade, e a ISO 14000, que aborda a gestão ambiental.
No âmbito da segurança do trabalho, a ABNT assegura que normas internacionais sejam
ajustadas às especificidades das indústrias brasileiras, garantindo que os padrões sejam
aplicáveis e eficazes na realidade local.
1.2 Normas Regulamentadoras (NRs)
As Normas Regulamentadoras (NRs) são instrumentos fundamentais para a segurança do trabalho
no Brasil. Criadas com base na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), elas estabelecem um
conjunto de requisitos mínimos para garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores.
"As NRs foram criadas em 1977 e consistem em um grupo de obrigações, direitos e
deveres que trabalhadores e empregadores têm que seguir."
João Tissi.
Engenheiro da Leporte Engenharia
Atualmente, existem 38 NRs em vigor, enquanto duas normas (NR-2 e NR-27) foram revogadas.
6
As NRs abrangem uma vasta gama de áreas, como
Condições de trabalho em eletricidade
Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
Normas para edificações e transporte
Segurança em atividades com máquinas, mineração, inflamáveis e explosivos
Prevenção de acidentes em setores como construção civil e combate a incêndios.
Essas normas são de acesso público e podem ser consultadas no site do Ministério do Trabalho.
As normas são frequentemente revisadas e atualizadas, sendo essencial que empresas e
profissionais estejam atentos a mudanças que possam impactar seus processos.
O principal objetivo das NRs é proporcionar um ambiente de trabalho seguro e saudável,
reduzindo a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais. Elas definem parâmetros mínimos,
responsabilidades de empregadores e trabalhadores, e ações específicas que devem ser
adotadas em diferentes tipos de atividades e setores industriais.
A obrigatoriedade de cumprimento das NRs ressalta sua relevância, pois elas não apenas
promovem a segurança, mas também garantem o cumprimento da legislação trabalhista, evitando
sanções legais e prejuízos financeiros.
A aplicação das NRs nas indústrias é vasta e multifacetada. Por exemplo, a NR-12 trata da
segurança no uso de máquinas e equipamentos, enquanto a NR-33 aborda espaços confinados, e
a NR-35 regula trabalhos em altura.
Essas normas asseguram que cada setor industrial atenda a requisitos específicos, contemplando
as particularidades de cada operação e mitigando riscos.
capítulo 2
Riscos e Acidentes
A segurança no ambiente de trabalho é um desafio constante que envolve a identificação, o
controle e a mitigação de riscos. Este capítulo explora os conceitos de risco e perigo, a diferença
entre acidentes e incidentes, e como essas definições são fundamentais para a compreensão de
dinâmicas que levam a acidentes no trabalho.
Serão apresentados tópicos relevantes como a Pirâmide de Bird e estatísticas recentes sobre
acidentes de trabalho no Brasil, destacando a importância de ações preventivas.
8
2.1 Risco e Perigo
O entendimento das diferenças entre risco e perigo é essencial para prevenir acidentes. O perigo
é definido como uma condição ou agente potencialmente prejudicial, ou seja, é a fonte do risco.
No entanto, o risco surge da exposição ou interação com esse perigo. Por exemplo, um tubarão
no mar representa perigo; contudo, enquanto alguém permanece na areia, o risco é inexistente.
Ao entrar no mar onde o tubarão está presente, a pessoa se expõe ao perigo, criando um risco.
Essa diferenciação é crucial porque,
"Não conseguimos excluir o perigo da enquanto é impossível eliminar todos os
nossa vida, mas podemos aumentar perigos, é viável minimizar ou eliminar os
ou diminuir a nossa exposição a ele." riscos por meio de medidas de controle e
João Tissi.
comportamento seguro.
Engenheiro da Leporte Engenharia
2.2 Acidente e Incidente
Outro ponto importante é a distinção entre acidente e incidente. Um acidente ocorre quando há
perda, seja material, física ou ambiental. Por exemplo, um trabalhador que cai de uma escada ou
um equipamento que falha e provoca ferimentos enquadram-se como acidentes.
Já o incidente é uma ocorrência inesperada que não resulta em danos materiais ou físicos, sendo
muitas vezes chamado de "quase acidente". Por exemplo, se um trabalhador escorrega mas
consegue evitar a queda, trata-se de um incidente.
A compreensão desses termos permite avaliar e prevenir situações de risco antes que se
transformem em acidentes.
9
2.3 Pirâmide de Bird
A Pirâmide de Bird é uma ferramenta amplamente utilizada na análise de incidentes e acidentes.
Ela revela a proporção de eventos inesperados em relação à gravidade de seus desfechos.
Segundo essa pirâmide, para cada 600 incidentes (ou quase acidentes), ocorrem:
1 acidente
que leva a lesões graves ou fatalidade.
10 acidentes
que resultam em lesões leves.
30 acidentes
com danos materiais mas sem lesões.
Essa distribuição destaca a importância de prevenir incidentes menores, pois eles frequentemente
precedem eventos graves. A redução de pequenos incidentes é uma estratégia eficaz para evitar
acidentes mais severos.
2.4 Estatísticas de Acidentes de Trabalho
As estatísticas de acidentes de trabalho no Brasil são alarmantes. Em 2023, foram registrados
quase 500.000 acidentes de trabalho por meio do sistema eSocial, sendo 2.888 deles fatais. Os
setores mais afetados foram a construção civil e o transporte rodoviário de cargas e passageiros.
Na construção civil, os principais
No transporte rodoviário, as principais
fatores de risco incluem causas de acidentes são
Queda de altura Fadiga devido a jornadas excessivas
Soterramento Riscos ergonômicos e psicossociais
Choque elétrico, muitas vezes associado Uso de medicamentos ou drogas
à altura, resultando em quedas fatais. estimulantes.
Esses números, provenientes do eSocial, reforçam a urgência de ações preventivas, tanto por
parte das empresas quanto dos trabalhadores. O sistema, implementado pelo Governo Federal,
centraliza informações sobre saúde, segurança e relações de trabalho, facilitando a análise e o
monitoramento de riscos.
10
capítulo 3
Doenças Ocupacionais
As doenças ocupacionais representam um dos principais desafios no ambiente de trabalho,
afetando a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores. São condições de saúde que se
desenvolvem devido às atividades laborais ou à exposição a agentes nocivos presentes no
ambiente de trabalho.
No contexto das doenças ocupacionais, há uma série de problemas de saúde que podem ser
desencadeados pelas condições de trabalho, o que torna a prevenção e o monitoramento dessas
condições essenciais para a segurança do trabalhador.
Este capítulo abordará os principais tipos de doenças ocupacionais, os fatores que as causam e a
importância do profissional capacitado na prevenção e gestão desses problemas.
11
3.1 Tipos de Doenças Ocupacionais
As doenças ocupacionais são extremamente variadas e podem afetar diferentes partes do corpo e
sistemas. Entre as mais frequentes, encontramos as lesões musculoesqueléticas, como a
tendinite e a síndrome do túnel do carpo.
Essas condições geralmente surgem devido a movimentos repetitivos ou a posturas inadequadas,
comuns em ambientes de trabalho que exigem atividades repetitivas.
Além disso, doenças respiratórias também são bastante prevalentes, especialmente entre
trabalhadores que lidam com substâncias tóxicas, como gases e poeiras, que podem danificar os
pulmões e as vias aéreas.
Trabalhadores expostos a ambientes ruidosos podem desenvolver problemas de perda auditiva,
uma vez que a exposição a níveis elevados de som sem proteção adequada compromete
gradualmente a audição.
Outra condição frequentemente associada a ambientes de trabalho são os problemas
dermatológicos, como o câncer de pele, especialmente entre aqueles expostos a luzes intensas
ou produtos químicos agressivos.
Ainda, doenças psicológicas, como depressão e estresse, também são bastante comuns, muitas
vezes geradas por sobrecarga de trabalho, ambientes hostis ou situações de pressão excessiva
no local de trabalho.
Esses problemas de saúde são causados
por diferentes fatores presentes nos
ambientes de trabalho, e a sua ocorrência é
um reflexo de condições inadequadas que
comprometem o bem-estar dos
trabalhadores.
As leis e normas trabalhistas buscam
proteger os trabalhadores contra esses
riscos, mas a conscientização e a vigilância
contínua são necessárias para garantir que
as condições de trabalho sejam seguras.
3.2 Fatores Contribuintes
Os fatores que contribuem para o surgimento de doenças ocupacionais são amplos e, muitas
vezes, estão relacionados à negligência ou à falta de ações preventivas no ambiente de trabalho.
A exposição a agentes nocivos, como substâncias
químicas, poeiras, ruídos excessivos ou radiação, é um dos
principais fatores que aumentam o risco de doenças
ocupacionais.
Trabalhadores que não utilizam equipamentos de
proteção individual (EPIs) adequados ou que não os
utilizam corretamente estão expostos a uma série de
riscos que podem afetar sua saúde a longo prazo.
A sobrecarga de trabalho, com jornadas excessivas ou
condições inadequadas de ergonomia, também é um fator
determinante para o desenvolvimento de doenças.
Por exemplo, a falta de pausas para descanso pode levar ao aparecimento de problemas
musculoesqueléticos, enquanto um ambiente de trabalho estressante pode causar doenças
psicológicas.
O estresse ocupacional, em particular, merece destaque por sua crescente incidência. Um estudo
da CNN, publicado em janeiro deste ano, revelou que 67% dos brasileiros estão afetados pelo
estresse, e ele pode ser considerado uma "porta de entrada" para outras doenças.
O estresse compromete o sistema imunológico, tornando os trabalhadores mais vulneráveis a
problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, infecções e até distúrbios psiquiátricos.
Embora o estresse seja uma questão pessoal, ele é fortemente influenciado pelas condições de
trabalho, como excesso de pressão, prazos apertados e ambiente de trabalho desfavorável.
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3.3 Papel do Profissional Capacitado
A prevenção e o manejo de doenças ocupacionais dependem, em grande parte, da atuação de um
profissional capacitado.
Esse profissional precisa possuir uma série de habilidades e competências para garantir a
segurança no ambiente de trabalho e a saúde dos trabalhadores. A comunicação eficiente é uma
dessas habilidades essenciais, pois o profissional deve ser capaz de transmitir claramente as
normas de segurança e as orientações sobre o uso correto dos EPIs.
O planejamento é fundamental, já que garantir que os trabalhadores sigam as normas de
segurança, ao mesmo tempo em que executam suas tarefas de forma eficaz, é essencial para a
prevenção de doenças.
14
A liderança também é um aspecto importante, pois o profissional deve ser capaz de gerenciar sua
equipe, promover o respeito às normas e garantir que todos trabalhem de maneira integrada para
atingir os objetivos de segurança.
Além de ser responsável por liderar e coordenar, o profissional deve ser capacitado para trabalhar
em equipe, pois a segurança no trabalho é um esforço coletivo, o que significa que o
conhecimento técnico, como o entendimento das normas de segurança e dos riscos específicos
do trabalho, é essencial para que o profissional possa avaliar o ambiente e implementar mudanças,
quando necessário, para reduzir os riscos de doenças ocupacionais.
O profissional também precisa ter capacidade de identificar e gerir riscos, além de garantir que
todas as atividades sejam realizadas de acordo com os procedimentos estabelecidos.
Outro aspecto importante da atuação desse profissional é a sua capacidade de educar e
conscientizar a equipe sobre os riscos e sobre a importância da segurança no trabalho, o que
inclui realizar treinamentos periódicos, garantir que os trabalhadores compreendam as práticas
seguras e utilizar a documentação, como checklists, para monitorar a conformidade com as
normas e identificar áreas de melhoria contínua.
A documentação não só serve para garantir que todos os procedimentos de segurança sejam
seguidos, mas também para registrar incidentes e quase acidentes, o que ajuda a melhorar os
processos e evitar a repetição de falhas.
3.4 Prevenção e Gestão
de Doenças Ocupacionais
A prevenção das doenças ocupacionais passa pela implementação de práticas de segurança e
pela educação contínua dos trabalhadores. O uso regular de checklists e a realização de auditorias
no ambiente de trabalho são fundamentais para garantir que os procedimentos de segurança
sejam seguidos.
[Download complementar]
Baixe gratuitamente o ebook "Checklists:
o que é e porque utilizar na sua gestão".
15
Além disso, é essencial promover a gestão de mudanças dentro das empresas, permitindo ajustes
nos processos de trabalho quando necessário, sempre com foco na redução dos riscos à saúde
dos trabalhadores.
Relatar e documentar incidentes e quase acidentes também desempenha um papel importante
na prevenção de doenças ocupacionais, pois, ao identificar falhas nos processos, é possível
implementar melhorias que garantam um ambiente de trabalho mais seguro.
A excelência na operação e na manutenção de equipamentos e ferramentas também é uma
medida preventiva crucial. Equipamentos danificados ou mal mantidos podem causar lesões aos
trabalhadores, e a revisão regular é essencial para garantir que as condições de trabalho sejam
seguras.
O engajamento do trabalhador na segurança do trabalho é vital. Cada profissional deve ser
consciente da importância de seguir as normas, mas também de ajudar seus colegas, educando-
os e conscientizando-os sobre a importância de adotar práticas seguras no trabalho.
capítulo 4
Cultura de
Segurança do Trabalho
A cultura de segurança do trabalho é um conceito essencial que reflete o conjunto de crenças,
atitudes, normas e práticas compartilhadas tanto pelos trabalhadores quanto pela administração
de uma empresa.
Ela vai além do simples cumprimento das normas e regulamentos; é uma filosofia de trabalho em
que todos os envolvidos têm a consciência de sua responsabilidade, não apenas pela sua
própria segurança, mas também pela segurança dos colegas que estão ao seu redor.
17
Cada trabalhador desempenha um papel essencial no ambiente de trabalho, já que suas atitudes
impactam diretamente as dos colegas, formando um ciclo de proteção que promove o bem-estar
coletivo.
É fundamental entender que a segurança no ambiente de trabalho não deve ser vista como uma
obrigação ou uma regulamentação rígida, mas como um compromisso mútuo e comum.
Ao adotar práticas de trabalho seguro, os trabalhadores não apenas protegem a si mesmos, mas
também garantem que os outros estejam protegidos.
Quando todos no ambiente de trabalho estão comprometidos com a segurança, é possível criar
um espaço mais seguro para todos, o que deve ser uma prática contínua e não uma imposição,
pois a segurança no trabalho deve ser encarada como um valor compartilhado e incorporado à
rotina das empresas.
Embora o foco deste capítulo seja nas indústrias, a
cultura de segurança se aplica a todos os setores,
incluindo escritórios, comércios e qualquer outro tipo
de organização.
No entanto, é nas empresas que lidam com fontes de
risco elevados, como indústrias, construção civil,
mineração e postos de gasolina, que a
implementação de uma cultura de segurança assume
uma importância ainda maior.
Nesses setores, onde os riscos são mais evidentes e as consequências de um acidente podem
ser graves, a promoção de uma cultura de segurança do trabalho é crucial.
Para estabelecer uma cultura de segurança eficaz, é necessário adotar uma abordagem de
equipe, com a participação ativa de todos os trabalhadores.
Todos devem assumir o compromisso com a proteção no ambiente de trabalho, agindo de forma
proativa para torná-lo mais seguro para todos. Isso vai além do simples cumprimento das normas,
envolvendo também a conscientização contínua sobre os riscos e a adoção de atitudes
preventivas.
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Um exemplo de como a segurança é tratada dentro das empresas pode ser visto em negócios de
médio e grande porte, como uma indústria com 200 trabalhadores e classificação de risco 4, onde
a Norma Regulamentadora número 6 (NR-6) exige a implementação do SESMT – Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho.
Esse serviço é fundamental para garantir que os trabalhadores estejam protegidos de riscos que
podem afetar sua saúde e integridade física. Para uma empresa desse porte, o SESMT deve ser
composto por dois técnicos de segurança do trabalho, um engenheiro de segurança do trabalho e
um médico do trabalho.
O objetivo do SESMT é promover ações que assegurem um ambiente de trabalho saudável e
seguro, de forma que o trabalhador não esteja exposto a riscos que possam comprometer sua
saúde ou segurança.
A NR-5 estabelece a obrigatoriedade da criação da CIPA, a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes e Assédio. A CIPA desempenha um papel fundamental na promoção da segurança do
trabalho, sendo composta tanto por representantes indicados pela empresa quanto por
representantes eleitos pelos trabalhadores.
Essa comissão tem como principal função a prevenção de acidentes e doenças no ambiente de
trabalho, visando sempre compatibilizar a atividade laboral com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador.
A atualização recente da NR-5 reflete a constante evolução das práticas de segurança e a
importância da participação ativa dos trabalhadores na criação de um ambiente seguro.
Portanto, para que uma cultura de segurança do trabalho seja bem-sucedida, é necessário que
todos na organização, desde a alta administração até os colaboradores da linha de frente, se
comprometam com a segurança. Isso implica em treinamento contínuo, conscientização sobre os
riscos e a importância da prevenção, e a criação de ambientes de trabalho nos quais todos se
sintam responsáveis pela segurança uns dos outros.
Essas ações, quando integradas à cultura organizacional, resultam em um ambiente mais seguro,
produtivo e saudável para todos.
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capítulo 5
Recursos e Ferramentas para
a Segurança do Trabalho
A implementação de uma cultura de segurança do trabalho eficaz depende de diversos recursos e
ferramentas que ajudam a promover a conscientização e a prática diária da segurança no
ambiente de trabalho.
Essas ferramentas não apenas garantem que os trabalhadores estejam protegidos, mas também
reforçam o compromisso da empresa com o bem-estar de seus colaboradores.
O uso de recursos como fichas de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), debates diários de
segurança (DDS), simulações e treinamentos, além da análise de riscos, são estratégias
essenciais para promover a segurança de forma contínua e engajante.
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5.1 Ficha de EPI
A ficha de EPI é um documento fundamental na gestão de segurança no trabalho, pois formaliza
a entrega e o uso correto dos equipamentos de proteção pelos trabalhadores. Registra as
informações sobre os EPIs fornecidos, certificando-se de que o colaborador foi orientado e
treinado sobre sua correta utilização.
Leia em nosso blog:
Controle de EPI: como fazer uma gestão eficiente? | Blog | Videnci
Esse documento também deixa claro que é responsabilidade tanto do empregador quanto do
empregado garantir a segurança no uso dos equipamentos. A companhia deve fornecer os EPIs
adequados à atividade desenvolvida, com garantia de qualidade e certificação.
O trabalhador, por sua vez, se compromete a utilizá-los corretamente, zelando por sua integridade
e pelo bom estado dos itens.
A ficha de EPI traz cláusulas importantes, como a obrigatoriedade de comunicar qualquer dano ou
defeito nos equipamentos, pois o uso desses itens danificados pode comprometer sua eficácia e
colocar o trabalhador em risco.
Em situações em que o trabalhador se recusa a utilizar o EPI fornecido, a ficha também registra
que esse ato é passível de punição legal e disciplinar. Esse controle, que deve ser realizado de
forma sistemática, fortalece a cultura de segurança ao criar uma rotina de vigilância constante
quanto ao uso adequado dos equipamentos.
Além disso é uma ferramenta valiosa para a empresa, pois comprova que o treinamento e as
orientações foram fornecidos, protegendo a organização em casos de eventualidades e
garantindo que todos os trabalhadores estejam devidamente equipados.
21
5.2 DDS (Diálogos Diários de Segurança)
Os Diálogos Diários de Segurança (DDS) são uma das ferramentas mais eficazes para promover a
cultura de segurança no dia a dia das equipes de trabalho. Consistem em reuniões curtas,
geralmente com duração de 5 a 15 minutos, realizadas antes do início das atividades.
O objetivo principal do DDS é reforçar os
"Os DDS podem ser realizados cuidados com a segurança nas atividades que
todos os dias antes do expediente serão desempenhadas naquele dia.
e o seu objetivo é reforçar a
cultura de segurança sobre as Diferente de um treinamento formal, o DDS não
atividades que serão exercidas." visa ensinar novas habilidades ou técnicas de
trabalho, mas sim reforçar as boas práticas de
João Tissi.
segurança e aumentar a conscientização dos
Engenheiro da Leporte Engenharia
trabalhadores sobre os riscos que podem surgir
durante a execução de suas tarefas.
Essas reuniões funcionam como um lembrete diário da importância da segurança, evitando que o
trabalhador se acomode ou perca a atenção ao realizar atividades repetitivas.
Leia em nosso blog:
Como funciona o DDS e como aplicar? | Blog | Videnci
Ao reforçar constantemente a necessidade de seguir os protocolos de segurança, o DDS ajuda a
prevenir acidentes e incidentes que muitas vezes acontecem devido à negligência ou à
familiaridade com o ambiente de trabalho.
O ambiente do DDS deve ser informal e descontraído, permitindo uma troca aberta de
informações e experiências sobre segurança. Esse tipo de encontro diário mantém a cultura de
segurança viva, ativa e presente na rotina dos trabalhadores.
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O papel da tecnologia como
apoio à Segurança do Trabalho
A tecnologia desempenha um papel fundamental na segurança do
trabalho, oferecendo soluções que garantem a integridade dos
trabalhadores e a conformidade com as normas de segurança.
Plataformas como o Videnci contribuem significativamente para
esse processo ao melhorar a gestão de equipamentos, equipes e
documentos dentro das empresas e indústrias.
Com funcionalidades simples e dinâmicas, o Videnci permite um
controle mais eficiente dos EPIs, treinamentos e manutenções,
reduzindo riscos e aumentando a produtividade.
Ao integrar a tecnologia à segurança, a plataforma facilita o
acompanhamento de processos e otimiza a comunicação,
promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e organizado.
capítulo 6
Dúvidas frequentes
Durante as discussões sobre segurança no trabalho, surgem muitas dúvidas e questionamentos
sobre as práticas e os desafios do dia a dia nas empresas.
Neste capítulo, vamos responder a algumas das perguntas mais frequentes que recebemos de
trabalhadores e gestores, para ajudar a esclarecer pontos importantes sobre a segurança no
ambiente de trabalho.
24
"Sabemos da importância da comunicação na segurança do trabalho.
Poderia nos dar exemplos práticos de como ela pode prevenir acidentes?"
A comunicação eficaz é um dos pilares mais importantes para garantir a segurança no
ambiente de trabalho. A comunicação precisa ser clara e objetiva, de modo a evitar mal-
entendidos que podem levar a acidentes.
Por exemplo, se um operador de máquinas recebe uma instrução técnica complexa,
escrita de forma difícil de entender, ele pode cometer erros durante a operação, o que
pode resultar em acidentes.
No entanto, quando a comunicação é feita de forma simples, direta e, se necessário,
acompanhada de demonstrações práticas, a chance de erro diminui significativamente.
Outro ponto crucial é a comunicação entre os próprios trabalhadores.
Caso um colega identifique um risco, como uma ferramenta danificada, ele deve se sentir
à vontade para informar imediatamente o supervisor ou outro colega. Uma comunicação
aberta e eficiente evita que pequenos problemas se transformem em acidentes graves.
"Ao que podemos creditar o alto número de acidentes de trabalho?"
Não é possível afirmar a principal razão da ocorrência de acidentes de trabalho. Mas se
todos os métodos de segurança fossem rigorosamente seguidos, com certeza teríamos
um cenário com menos acidentes.
"Qual a relação entre os desvios e os acidentes nos postos de trabalho?"
O desvio é uma ação incorreta que, se não corrigida, pode se repetir e se tornar uma má
prática, aumentando o risco de incidentes e acidentes.
"Quais as ações preventivas mais eficazes na redução
de acidentes em setores de alto risco?"
A conscientização sobre os perigos e riscos, aliada a uma forte cultura de segurança, são
as ações preventivas mais eficazes. Os Diálogos Diários de Segurança (DDS) também são
importantes para reforçar a prevenção.
25
"Quais os maiores desafios na implementação de uma política
de SST em empresas com grande rotatividade de funcionários?"
Manter a segurança do trabalho como uma questão relevante e importante para a diretoria
e os funcionários, com constante cobrança e interesse na implementação e controle das
medidas de segurança.
"Como garantir que as empresas estejam sempre atualizadas e em
conformidade com as normas regulamentadoras mais recentes?"
As empresas devem consultar o site do Ministério do Trabalho, onde as normas
regulamentadoras estão sempre atualizadas. O SESMT e a CIPA devem se manter
informados e buscar aprimoramento constante. É importante lembrar que as NRs trazem
as medidas mínimas de segurança, sendo possível e recomendado adotar medidas mais
restritivas para garantir maior segurança.
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Conclusão
Quadro-resumo
Os principais pontos abordados neste material:
Capítulo 1: Normas e Regulamentações
1.1 ABNT e ISO
As normas, aqui no Brasil, são controladas pela ABNT, a Associação Brasileira de Normas
Técnicas. A ABNT é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil. É uma entidade
privada sem fins lucrativos e de utilidade pública, fundada em 1940.
A ABNT trabalha pegando normas internacionais e trazendo aqui para nós, adaptando para nós, no
Brasil. Um desses órgãos internacionais que criam essas normas é a ISO, sigla para International
Organization for Standardization.
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1.2 Normas Regulamentadoras (NRs)
Dentro da ABNT, temos as Normas Regulamentadoras (NRs), criadas com a consolidação das leis
do trabalho, a CLT. As NRs foram criadas em 1977 e consistem em um grupo de obrigações,
direitos e deveres que trabalhadores e empregadores têm que seguir.
O objetivo é garantir sempre o trabalho seguro e sadio, prevenindo a ocorrência de doenças e de
acidentes de trabalho. Hoje em dia, temos 38 NRs que tratam dos mais diversos assuntos do
trabalho e da saúde e segurança no trabalho.
Capítulo 2: Riscos e Acidentes
2.1 Risco e Perigo
O perigo é uma condição que é a fonte do risco, o próprio agente perigoso. Não conseguimos
excluir o perigo da nossa vida, mas podemos aumentar ou diminuir a nossa exposição a ele.
2.2 Acidente e Incidente
Um acidente é uma ocorrência em que ocorre perda material ou perda física a alguém, à empresa,
ao ambiente de trabalho ou ao próprio trabalhador.
Um incidente é uma ocorrência também inesperada, mas sem dano nem material nem físico.
2.3 Pirâmide de Bird
A Pirâmide de Bird é uma representação gráfica da proporção de incidentes e acidentes. De 600
incidentes ou quase acidentes, 30 serão sem lesões e com danos materiais, 10 causarão lesões
leves e um causará uma lesão grave ou até morte.
2.4 Estatísticas de Acidentes de Trabalho
No Brasil, foram registrados 2.888 acidentes fatais em 2023, segundo dados do eSocial. Em São
Paulo, aconteceram 373 acidentes típicos com morte.
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Capítulo 3: Doenças Ocupacionais
Doenças ocupacionais são doenças adquiridas pelo trabalhador por ocupar o posto de trabalho
dele. Exemplos de doenças ocupacionais incluem perda de voz, depressão, câncer de pele,
síndrome do túnel do carpo, surdez e tendinite.
Capítulo 4: Cultura de Segurança do Trabalho
A cultura de segurança do trabalho é um conjunto de valores, crenças e comportamentos que
afetam a segurança no trabalho. Uma cultura de segurança positiva promove a segurança no
trabalho e reduz o risco de acidentes e doenças ocupacionais.
Capítulo 5: Recursos e Ferramentas para a Segurança do Trabalho
Entre os recursos e ferramentas mencionados, destacam-se: ficha de EPI e DDS (Diálogos Diários
de Segurança).
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Chegamos ao fim da nossa jornada pelo universo da segurança no trabalho! Esperamos que este
ebook tenha te inspirado e equipado com o conhecimento necessário para construir um ambiente
profissional mais seguro e saudável.
Lembre-se: a segurança no trabalho não é apenas uma obrigação legal, mas um compromisso
com a vida e o bem-estar de cada indivíduo. Ao investir em prevenção, você contribui para a
construção de uma sociedade mais justa e humana, onde o trabalho é sinônimo de realização e
não de risco.
Agora é a hora de colocar em prática tudo o que aprendeu! Comece hoje mesmo a implementar
as medidas de segurança na sua empresa e promova uma cultura de prevenção.
Para te auxiliar nessa missão, o Videnci oferece uma plataforma completa para gestão de equipes
externas, que inclui funcionalidades para garantir a segurança dos seus colaboradores em campo.
Com o nosso sistema, você pode criar checklists de segurança personalizados.
Que tal conhecer na prática todas as funcionalidades do Videnci?
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João Paulo Tissi da Silva, nasceu em Curitiba/PR e é Engenheiro
Eletricista formado pela UFPR em 2016, com especialização em
Engenharia de Segurança do Trabalho pela UTFPR, concluída em 2020.
Possui 10 anos de experiência em projetos elétricos e na condução de
treinamentos voltados à segurança do trabalho, destacando-se pela sua
expertise técnica e compromisso com a excelência nas suas áreas de
atuação.
A Leporte foi criada em janeiro de 2015, e desde então, se dedicou a
solucionar questões amplamente discutidas no âmbito da segurança do
trabalho e de processos automatizados no estado da arte. Com foco no
desenvolvimento de projetos complexos, a empresa entregou soluções
criativas e personalizadas para superar desafios tecnológicos. Dessa
forma, conquistaram espaço no mercado nacional, e hoje a Leporte une
segurança do trabalho e eletricidade com a convicção de fortalecer os
pilares da engenharia.
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