ANÁLISE
o eu lírico masculino;
a vassalagem amorosa (submissão e dependência
amorosa de um homem);
a coyta de amor (dor do amor não realizado);
a impossibilidade amorosa.
Com exceção da segunda estrofe, as estrofes do poema
seguem a estrutura de hepteto, ou seja, com 7 versos.
ANÁLISE
presença de paralelismos:
Trecho com exemplo:
"que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi."
ANÁLISE
o eu lírico masculino;
a vassalagem amorosa (submissão e dependência
amorosa de um homem);
a coyta de amor (dor do amor não realizado);
a impossibilidade amorosa.
Com exceção da segunda estrofe, as estrofes do poema
seguem a estrutura de hepteto, ou seja, com 7 versos.
ANÁLISE
Cantiga de amigo (voz feminina, escrita por homem);
Eu lírico feminino que fala com a irmã sobre o amado;
Memória de um momento passado com o amado;
Natureza como cenário;
O amado aparece como caçador, mas não mata as aves
que cantam → metáfora para a delicadeza do amor.
ANÁLISE
presença de paralelismos.
convite + local + ação do amigo:
“Vamos, irmã, vamos dormir
nas margens do lago, onde eu vi andar,
a caçar as aves o meu amigo.
Vamos, irmã, vamos descansar
nas margens do lago, onde eu vi andar,
a caçar as aves o meu amigo.(...)”
Dom Fulano, que eu sei que tem fama de covarde
(Afonso Mendes de Besteiros)
Dom Fulano, que eu sei
que tem fama de covarde,
vejam o que fez durante a guerra
– disto estou certo:
logo que viu os cavaleiros mouros, como boi ferroado por
moscão,
sacudiu-se e remexeu-se, levantou o rabo e fugiu
para Portugal.
Dom Fulano, que eu sei Dom Fulano, que eu sei
que tem fama de leviano, que tem fama de medroso,
vejam o que fez durante a guerra vejam o que fez durante a guerra
– disto estou certo:
– saibam que é verdade:
Logo que viu os cavaleiros mouros,
logo que viu os cavaleiros mouros,
como um bezerro novo,
como um cão que sai da corrente,
sacudiu-se e remexeu-se,
levantou o rabo e fugiu sacudiu-se e remexeu-se,
para Portugal. levantou o rabo e fugiu
para Portugal.
ANÁLISE
Contexto Histórico
Cristandade vs. mouros: cenário de guerras religiosas
na Península Ibérica. Esperava-se que os nobres
cristãos demonstrassem bravura nas batalhas.
Ridicularizar um nobre covarde era uma forma de
reforçar os valores cavaleirescos.
ANÁLISE
Crítica Social
Exposição da hipocrisia da nobreza: a fama de
valentia nem sempre condiz com a realidade.
Denúncia de comportamento indigno por meio
da sátira.
ANÁLISE
presença de paralelismos.
Início de cada estrofe:
“Dom Fulano, que eu sei / que tem fama
de...”
Varia apenas o adjetivo final: covarde,
leviano, medroso.
ANÁLISE
presença de paralelismos.
“logo que viu os cavaleiros mouros,/ como [animal
comparado],/ sacudiu-se e remexeu-se,/ levantou
o rabo e fugiu/ para Portugal.”
➡️ Essa parte é quase idêntica nas três estrofes,
mudando apenas o animal da comparação:
“boi ferroado por moscão”
“bezerro novo”
“cão que sai da corrente”
ANÁLISE
Cantiga de maldizer
Maria Peres é representada como uma mulher que:
Se reconhece pecadora
busca “redenção” por meio da religião
troca uma suposta relação com o demônio por uma
relação com um clérigo
sua “conversão” religiosa é ambígua, pois continua a
agir de forma sensual e interesseira.
ANÁLISE
Ironia central: Maria troca o demônio por um clérigo,
mas continua nos mesmos hábitos.
Ex: “deu-lhe a cama em que costumava dormir só” —
gesto que soa como acolhimento cristão, mas revela
conotação sexual.
O “amor entre ambos” é maior que o que havia entre
ela e o demônio, invertendo a expectativa religiosa.
O poema simula tom piedoso, mas ridiculariza a
personagem com sutileza.
ANÁLISE
Antítese:
Deus vs. Demônio, salvação vs. pecado, aparência
de santidade vs. desejo.
Expressões como “ter um clérigo sob sua
proteção”, “deu-lhe a cama” são construídas
com duplo sentido — aparentemente
espirituais, mas com implicações sensuais.
ANÁLISE
Encadeamento de orações com “e”):
Ex: “E depois que viu bem seus pecados, / ela
teve muito medo de sua morte / e teve muito
prazer em pedir esmolas. / E logo então um
clérigo arranjou…”
A conjunção aditiva cria um ritmo fluido,
narrativo e cumulativo.
Tendo como referência as obras de Fernando Esquio e de J. Borges,
apresentadas anteriormente, julgue os itens:
67 No segundo verso da última estrofe, é opcional o emprego do
acento indicativo de crase no vocábulo “as” em ambas as suas
ocorrências.
68 A xilogravura é uma técnica artística popular de reprodução de
imagens e textos a partir de uma matriz de madeira entalhada cujas
partes em relevo são entintadas para impressão sobre papel, à
maneira de um carimbo.
69 Na literatura de cordel, devido à técnica artística empregada, cada
folheto é único.
70 No contexto histórico de produção do texto de Fernando
Esquio, a voz feminina, que predomina nas cantigas de
amigo, é parte de um movimento de afirmação das mulheres
como escritoras no meio literário.
71 No texto Vamos, irmã, vamos dormir, identifica-se a
repetição da estrutura das frases em paralelo, o que é uma
característica recorrente na composição das cantigas de
amigo.
72 Tanto na obra Sereias quanto na cantiga Vamos irmã, vamos dormir,
observa-se
A a presença de seres mitológicos dos contextos em que as obras foram
produzidas, com referência aos espaços do lago e do mar.
B a representação de figuras femininas em meio à natureza e aos
pássaros, aos quais estão ligadas.
C a metáfora da submissão feminina, expressa, no texto, pela fragilidade
das aves e, na imagem, pela dimensão da sereia em relação às demais
figuras.
D o contraste bem delimitado entre masculino e feminino, seja na
descrição do amigo no poema, seja nos contornos das figuras na gravura.