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Portifólio Ciclo2

O documento aborda a importância de Ferdinand de Saussure na linguística, destacando sua definição de língua como um sistema social de valores e a distinção entre língua e linguagem. Além disso, apresenta as dicotomias saussurianas, como sincronia versus diacronia e significante versus significado, e discute a dupla articulação da linguagem segundo André Martinet e a noção de norma segundo Eugênio Coseriu. A obra de Saussure, especialmente o 'Curso de Linguística Geral', é reconhecida como fundamental para o desenvolvimento da linguística como ciência autônoma.

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Verônica Pinto
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O documento aborda a importância de Ferdinand de Saussure na linguística, destacando sua definição de língua como um sistema social de valores e a distinção entre língua e linguagem. Além disso, apresenta as dicotomias saussurianas, como sincronia versus diacronia e significante versus significado, e discute a dupla articulação da linguagem segundo André Martinet e a noção de norma segundo Eugênio Coseriu. A obra de Saussure, especialmente o 'Curso de Linguística Geral', é reconhecida como fundamental para o desenvolvimento da linguística como ciência autônoma.

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LICENCIATURA EM LETRAS - PORTUGUÊS

Disciplina: Fundamentos da Teoria Linguística


Tutor: Adriana Sertori Sandrin RA: 8149097
Maria Verônica Silva Pinto Formação
Aluno(a): Turma: Pedagógica para
não licenciados
Ciclo: Atividade – Portfólio – Ciclo II

Descrição da atividade
Desenvolva a atividade, seguindo os passos elencados a seguir:
1) Leia novamente as obras:
• RODRIGUES, R. da S. V. Saussure e a definição da língua como objeto de estudos.
ReVEL. Edição especial n. 2, 2008.
• PIETROFORTE, Antonio Vicente; A língua como objeto da Linguística. In: FIORIN,
José Luiz (org.). Introdução à linguística: I: objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2010.
2) Faça um resumo desses textos de modo que fiquem somente suas principais ideias.
3) Ao fazer isso, lembre-se de respeitar as ideias expostas pelos autores do texto, ou seja,
é preciso ser fiel às ideias expostas por eles. Não modifique nenhuma ideia nem
acrescente em seu resumo ideias extras ou de outros autores que abordam o mesmo
assunto.
4) Organize seu resumo em 5 parágrafos seguindo esta ordem:
1° parágrafo: Saussure e a definição da língua como objeto de estudos. Destacar como
Saussure concebe as noções de língua e linguagem e explicar o caráter social da língua
para o autor.
2º parágrafo: Exposição da importância de Saussure e do Curso de Linguística Geral.
3° parágrafo: Demonstração com breve explicação de cada uma das dicotomias
saussurianas.
4º parágrafo: Explanação do que é dupla articulação da linguagem segundo André
Martinet.
5° parágrafo: Explanação do que é norma segundo Eugenio Coseriu.

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Resumo

Para Saussure, língua e linguagem não se confundem. A língua é uma espécie de


linguagem usada na comunicação e que, também, pode ser chamada de linguagem
natural. Para que o homem possa falar é necessário aprender a língua. Por outro lado, a
linguagem é uma faculdade que é oferecida ao homem por natureza, Istoé, o homem já
nasce com a possibilidade de se comunicar. Para Saussure, a língua não é nada mais que
um sistema de valores puros. Ele enfoca a língua como um fator social, produto de
coletividade, que estabelece os valores desse sistema através da convenção social. Para
ele, a língua não é senão um sistema de valores. O que Saussure classifica como um
sistema de valores é o fato social, que é representado pelas interações de uma sociedade.
Conforme afirma Saussure, os sons de que se serve a língua, tampouco se encontram
organizados de alguma forma. Porém a língua seria o intermediário entre o pensamento e
os sons, o que possibilita que entre o pensamento humano e a profusão dos sons, surja
uma espécie de faixa de organização à qual se chamaria língua.
Ferdinand de Saussure foi um linguista suíço que trouxe uma grande importância
para a ciência linguística, pois suas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento
para esta ciência e desencadeou o surgimento do estruturalismo. Além disso, o
pensamento de Saussure estimulou muitos dos questionamentos que comparecem na
linguística do século XX. Filho de um eminente naturalista, foi logo introduzido aos
estudos linguísticos por um filólogo e amigo da família, Adolphe Pictet. Saussure estudou
Física e Química, mas continuou fazendo cursos de gramática grega e latina. Por fim,
convenceu-se que sua carreira estava nos estudos da linguagem e ingressou na Sociedade
Linguística de Paris. Estudou línguas européias em Leipzig e aos vinte e um anos
publicou uma dissertação sobre o primitivo sistema das vogais nas línguas indo-
européias, a qual foi muito bem aceita. Defendeu sua tese sobre o uso do caso genitivo
em sânscrito, em Berlim, e depois retornou à Paris, onde passou a ensinar Sânscrito,
Gótico e Alto Alemão e depois Filologia Indo-Européia. Retornou a Genebra, onde
lecionou sânscrito e linguística histórica em geral. Em 1906 foi encarregado de ensinar
Linguística Geral, e com isso realizou conferências que apresentaram conceitos que
mudaram completamente o modo de encarar a linguística. Morreu em 1913, ainda muito
jovem. Após sua morte, seus alunos buscaram o arquivo de notas do mestre no intuito de
publicar um livro que apresentasse a doutrina exposta em seus cursos e que abria novos

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horizontes para a linguística. Dessa forma, as buscas foram frustradas e nenhuma nota foi
encontrada. Assim, liderados por Charles Bally e Albert Sechehaye, resolveram compilar
e comparar as notas dos alunos feitas durante as aulas. Esse trabalho resultou na obra
Curso de Linguística Geral. A publicação do Curso de Linguística Geral¸ de Ferdinand
de Saussure, na primeira década do século XX, mais precisamente em 1916, atualmente
cumpre 100 anos, e seu legado é definitivo, pelo papel fundador que assume na definição
de novos rumos para os estudos linguísticos, ao abrir caminho para a afirmação da
Linguística como ciência autônoma.
Saussure traz quatro pares de dicotomias, sendo eles: sincronia versus diacronia,
língua versus fala, significante versus significado, e paradigma versus sintagma.
Trataremos separadamente de cada um. Sincronia versus Diacronia (Saussure, 1969:94-
116): Antes de Saussure, “a linguística estudava e classificava as línguas em grupos de
famílias, tratando-as em termos de graus de parentescos” (Pietroforte, p. 78). Através
desse trabalho é possível perceber como a língua muda com o tempo e como dessas
mudanças “nascem” outras línguas. Tomemos como exemplo o latim que resultou ao
português, ao espanhol, ao francês e ao italiano, sendo assim a “língua-mãe” dessas. Os
linguistas do século XIX organizavam e reconstruíam as línguas em seus respectivos
grupos. Esse estudo que se preocupa com o desenvolvimento histórico e com as
mudanças que ocorreram na língua ao longo de um período, Saussure denominou
linguística diacrônica (1969:96). Opondo-se a este, temos a linguística sincrônica, que
estuda os elementos linguísticos dentro de um dado período de tempo, não tendo
relevância o desenvolvimento histórico. É determinada por ele uma distinção entre os
fatos sincrônicos e diacrônicos. Os fatos sincrônicos são gerais e não imperativos, pois
estabelecem princípios de regularidade, que podem ser modificados na diacronia. Fatos
diacrônicos são imperativos, pois se impõe à língua em todo sistema. Língua versus Fala
(Saussure, 1969: 26-28): “Para Saussure, língua opõe-se a fala, porque a língua é coletiva
e a fala é particular, portanto, a língua é um dado social e a fala é um dado individual.
Além disso, a língua é sistemática e a fala é assistemática.”(Pietroforte, p. 81). Logo,
podemos nos comunicar na mesma língua apesar de diferentes tipos de fala. Vale lembrar
que Saussure reconhece esse lado individual, mas concentra- se na língua como seu
objeto de estudos, pois ela é definida como um sistema de elementos, um conjunto
organizado de signos. Um signo linguístico é a unção de conceito e imagem acústica,
sendo conceito uma ideia que serve de interpretação do mundo, e imagem acústica, a

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impressão psíquica de uma sequência articulada de sons. “Ao conceito, Saussure chamou
significado e à imagem acústica, significante (1969:81). O significado e o significante são
as duas faces do signo linguístico” (Pietroforte, p. 83). Como exemplo disto temos a
metáfora da moeda, em que ambas as faces formam a moeda em si e uma não “funciona”
sem a outra. Para ele, os signos na língua se definem pelos demais signos do conjunto.
Para isso, desenvolveu o conceito de valor, que é o sentido de uma unidade definida por
suas relações com as da mesma natureza. Exemplificando o conceito de valor, Saussure
usa a metáfora do xadrez, em que uma pedra pode substituir uma rainha exercendo a
mesma função da peça original. A relevância se deve ao valor ou a função da peça, não à
sua forma. Nessa dicotomia, os autores separam os fatos de língua e de fala: “os fatos de
língua dizem respeito à estrutura do sistema linguístico e os fatos de fala dizem respeito
ao uso desse sistema” (Pietroforte, p. 84). Significante versus Significado (Saussure,
1969:79-93): Tendo em vista o conceito já mostrado de signo, que é a relação entre o
conceito (significado) e à imagem acústica (significante), Saussure nos leva à uma nova
definição de língua, a de um sistema de signos. Entretanto, Pietroforte apresenta em sua
obra que há outra concepção de língua, uma que está fora dos eixos, em que há uma
relação entre coisas e palavras de modo que se entende que a língua não passa de uma
nomenclatura. Logo, com a nova definição de Saussure, a língua é “um princípio da
classificação (1969:17)” (Pietroforte, p.85). Significantes e significados formam um
signo que é definido dentro de um sistema, desse modo, um signo ganha valor entre
outros signos. Paradigma versus Sintagma (Saussure, 1969:142-147): As relações entre
os elementos linguísticos se estabelecem em dois domínios diferentes. Ao observarmos
uma frase podemos ver que um signo se alinha a outro distribuindo combinações e se
relacionando com eles, a essas relações Saussure chama de sintagmáticas. Além dessas,
existe a relação de seleção dos signos através de seus significados, com sinônimos e
antônimos; de seus significantes; e de outros signos por meio de processos morfológicos.
A essa última relação, Saussure denomina relações associativas, a qual a Linguística
consagrou como paradigmáticas.
Como já foi mencionado, Saussure foi quem primeiro desenvolveu a linguística
estruturalista. É através dela que obtém-se a base para os aprofundamentos na língua
enquanto ciência, como um de seus princípios mais importantes denominado “Dupla
Articulação da Linguagem”. Segundo o autor francês André Martinet, a dupla articulação
da linguagem compõe-se em uma organização específica da língua, em que todo

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enunciado se articula em dois planos. Logo, para a primeira articulação se constitui “nas
experiências a transmitir, nas necessidades que se pretende revelar a outrem”. Em outras
palavras, a primeira articulação está para as ideias, assim como a segunda está para os
sons.
Em relação a noção de norma segundo Eugênio Coseriu, entende-se que Coseriu
reformulou a dicotomia saussuriana língua e fala. Para descrever as variantes linguísticas,
onde ele propõe que a dicolomia língua e fala, seja redefinida para o sistema versus
norma versus fala, de modo que as variantes linguísticas sejam descritas nos domínios da
norma. Para Coseriu normas são as variantes linguísticas de uma mesma língua, que são
de domínio de grupos sociais, regionais, etc. Assim, ele determina quatro tipo de
variantes linguísticas, são elas: as diatópicas ( variantes regionais de uso da língua); as
diastráticas (variantes de uso de diferentes grupos sociais); as diafásicas ( variantes de uso
formal ou informal do discurso) e as diacrônicas (diferenças linguísticas que, em
determinado grupo, aparecem em decorrência da faixa etária dos falantes). Portanto, com
o conceito denorma, os estudos linguísticos fundam uma Sociolinguística, que observa as
relações entre a língua e os fatores sociais, geográficos e históricos que determinam sua
realização.

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