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06 Atualidades

O documento aborda atualidades políticas e sociais, incluindo eventos recentes como o naufrágio de imigrantes na Mauritânia, a entrada da Bolívia no Mercosul e uma tentativa de assassinato de Donald Trump. Também menciona um apagão cibernético global que afetou diversos setores, como transporte e serviços bancários. As informações destacam a complexidade das questões humanitárias, políticas e tecnológicas enfrentadas atualmente.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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06 Atualidades

O documento aborda atualidades políticas e sociais, incluindo eventos recentes como o naufrágio de imigrantes na Mauritânia, a entrada da Bolívia no Mercosul e uma tentativa de assassinato de Donald Trump. Também menciona um apagão cibernético global que afetou diversos setores, como transporte e serviços bancários. As informações destacam a complexidade das questões humanitárias, políticas e tecnológicas enfrentadas atualmente.
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CORE-BA

Conselho Regional dos Representantes Comerciais da


Bahia

Auxiliar Administrativo

Atualidades
Obra

CORE-BA – Conselho Regional dos Representantes


Comerciais da Bahia
Auxiliar Administrativo

Autores

ATUALIDADES • Heitor Vinicius Ferreira

Edição: Fevereiro/2025

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
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Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site
www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e www.novaconcursos.com.br/contato
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SUMÁRIO

ATUALIDADES.........................................................................................................................5
POLÍTICA NACIONAL E INTERNACIONAL.......................................................................................... 5

EVENTOS POLÍTICOS RECENTES NO BRASIL E NO MUNDO; RELAÇÕES INTERNACIONAIS,


TRATADOS, ACORDOS, CONFLITOS ETC.; ECONOMIA: EVENTOS ECONÔMICOS RELEVANTES;
SOCIEDADE E CULTURA: QUESTÕES SOCIAIS, COMO SAÚDE, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA, MEIO
AMBIENTE; TENDÊNCIAS CULTURAIS E SOCIAIS; AVANÇOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS; MEIO
AMBIENTE: MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SUSTENTABILIDADE, EVENTOS AMBIENTAIS
SIGNIFICATIVOS, QUESTÕES RELACIONADAS À CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL;
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO: NOVAS TECNOLOGIAS E INOVAÇÕES, DESENVOLVIMENTOS NA
ÁREA DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO, INTERNET E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL; RELAÇÕES
INTERNACIONAIS: DISCUSSÕES SOBRE QUESTÕES GLOBAIS......................................................................5
ATUALIDADES

POLÍTICA NACIONAL E INTERNACIONAL

EVENTOS POLÍTICOS RECENTES NO BRASIL E NO MUNDO; RELAÇÕES


INTERNACIONAIS, TRATADOS, ACORDOS, CONFLITOS ETC.; ECONOMIA: EVENTOS
ECONÔMICOS RELEVANTES; SOCIEDADE E CULTURA: QUESTÕES SOCIAIS, COMO
SAÚDE, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE; TENDÊNCIAS CULTURAIS E SOCIAIS;
AVANÇOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS; MEIO AMBIENTE: MUDANÇAS CLIMÁTICAS
E SUSTENTABILIDADE, EVENTOS AMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS, QUESTÕES
RELACIONADAS À CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL; TECNOLOGIA E
INOVAÇÃO: NOVAS TECNOLOGIAS E INOVAÇÕES, DESENVOLVIMENTOS NA ÁREA
DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO, INTERNET E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL; RELAÇÕES
INTERNACIONAIS: DISCUSSÕES SOBRE QUESTÕES GLOBAIS

Julho de 2024

z Mundo

„ Tragédia na costa da Mauritânia: naufrágio deixa pelo menos 89 imigrantes mortos1

Pelo menos 89 imigrantes perderam a vida após o naufrágio de um barco na costa da Mau-
ritânia em 1º de julho de 2024, segundo informações da agência de notícias estatal maurita-
na. A Guarda Costeira da Mauritânia recuperou os corpos das vítimas, que estavam a bordo
de um grande barco de pesca tradicional quando a embarcação naufragou. Nove pessoas
foram resgatadas, entre elas uma menina de cinco anos.

ATUALIDADES

Mauritânia, oficialmente República Islâmica da Mauritânia, é um país situado no noroeste da África. Fonte: Google
Maps.

1 NAUFRÁGIO na costa da Mauritânia deixa pelo menos 25 migrantes mortos. O Tempo, 2024. Disponível em:
https://tinyurl.com/4bz6a8d2. Acesso em: 29 ago. 2024. 5
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O acidente ocorreu a cerca de 4 km ao largo da cidade de Ndiago, localizada no sudoeste
do país, no Oceano Atlântico. O barco havia partido da fronteira entre Gâmbia e Senegal seis
dias antes, com destino à Europa, transportando pelo menos 170 imigrantes, conforme rela-
tos de sobreviventes.
Milhares de pessoas da África Ocidental enfrentam, anualmente, perigosas travessias pelo
Oceano Atlântico e pelo Mar Mediterrâneo em busca de melhores oportunidades na Europa.
Segundo um relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM) de 2024, a tra-
vessia do Oceano Atlântico é considerada extremamente arriscada devido à longa duração
da viagem. A OIM alerta que “migrantes frequentemente ficam à deriva em barcos inadequa-
dos por longos períodos em áreas do Oceano Atlântico sem operações de resgate dedicadas”.

„ Busca por refúgio

A busca por refúgio é uma questão humanitária complexa que reflete as condições adver-
sas enfrentadas por milhões de pessoas em todo o mundo. Milhares de indivíduos, espe-
cialmente de regiões da África Ocidental, empreendem jornadas perigosas na esperança
de encontrar segurança, estabilidade e oportunidades em outros países, principalmente na
Europa.
Essa busca por refúgio é motivada por uma combinação de fatores, como conflitos arma-
dos, perseguições, pobreza extrema, desastres ambientais e falta de perspectivas econômicas
em suas nações de origem.
No entanto, a travessia para um novo começo raramente é fácil. Muitos optam por rotas
altamente perigosas, como a travessia do Oceano Atlântico em embarcações improvisadas e
superlotadas, enfrentando riscos enormes de naufrágios, desidratação, fome e até violência.
A jornada é particularmente traiçoeira, pois muitas dessas rotas carecem de operações de
resgate adequadas, deixando os migrantes vulneráveis e expostos a condições letais.
As mortes de imigrantes em naufrágios, como o ocorrido na costa da Mauritânia, são trá-
gicas e destacam a urgência de abordar as causas profundas da migração forçada e melhorar
as respostas internacionais para proteger essas populações vulneráveis. A crise dos refugia-
dos é um lembrete doloroso da desigualdade global e da necessidade de soluções colaborati-
vas que garantam o direito à vida e à dignidade para todos.

z Entrada da Bolívia no Mercosul e 64ª Reunião de Cúpula em Assunção2

A 64ª reunião de cúpula do Mercado Comum do Sul (Mercosul), realizada em Assunção, no


Paraguai, no dia 8 de julho de 2024, marcou um momento histórico com a incorporação da
Bolívia como o sexto membro pleno do bloco econômico. Além disso, ocorreu a transição da
presidência temporária do grupo do Paraguai para o Uruguai.

2 CÚPULA do Mercosul em Assunção sela entrada da Bolívia. Agência Brasil, 2024. Disponível em: https://agen-
ciabrasil.ebc.c om.br/internacional/noticia/ 2024-07/cupula-do-mercosul-em -assuncao-sela-entrada-da -bolivia.
6 Acesso em: 29 ago. 2024.
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„ Discursos e diplomacia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou à imprensa após o encontro, antes de
seguir para a Bolívia, no qual reafirmou seu apoio ao presidente boliviano Luiz Arce, que,
recentemente, superou uma tentativa de golpe contra seu governo.
Na reunião de chanceleres do Mercosul, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mau-
ro Vieira, declarou que “a democracia venceu”, referindo-se à tentativa frustrada de golpe na
Bolívia.

„ Ausência notável e compromissos firmados

Um fato significativo desta cúpula foi a ausência do presidente argentino, Javier Milei, o
que representa a primeira vez que um chefe de Estado não comparece à cúpula do Mercosul.
Apesar disso, a chanceler argentina, Diana Mondino, reafirmou o compromisso da Argentina
com o bloco, destacando sua importância para as exportações e a internacionalização das
empresas argentinas.
Durante a presidência do Paraguai, um destaque foi a assinatura de um acordo com Sin-
gapura, rompendo uma década de estagnação em negociações para ampliar o acesso dos
produtos do Mercosul a novos mercados.
O chanceler uruguaio, Omar Paganini, parabenizou o Paraguai por iniciar negociações
com os Emirados Árabes Unidos e indicou que o Uruguai, em sua presidência temporária,
focará em aproximar o bloco de uma zona de livre comércio, não apenas eliminando tarifas,
mas também resolvendo barreiras administrativas, financeiras e cambiais.

„ Contexto e futuro do Mercosul

A entrada da Bolívia no Mercosul reflete a contínua expansão e fortalecimento do bloco,


que busca aumentar sua influência e integração econômica na América do Sul.
As novas negociações com países de fora da região, como Singapura e os Emirados Árabes
Unidos, indicam uma estratégia de diversificação de mercados e internacionalização das eco-
nomias dos países-membros.
A transição da presidência do Paraguai para o Uruguai também sinaliza a continuidade
dos esforços para fortalecer o bloco e ampliar suas parcerias globais.
O foco do Uruguai em reduzir barreiras não tarifárias e promover um ambiente mais favo-
rável ao comércio interno e externo do Mercosul será crucial para o futuro desenvolvimento
econômico da região.
Atenção: A 64ª reunião de cúpula do Mercosul em Assunção não só celebrou a entrada da Bolívia como
membro pleno, mas também demonstrou o comprometimento dos países-membros em enfrentar desafios e
buscar novas oportunidades de integração e cooperação internacional. A ausência do presidente argentino
ATUALIDADES

Javier Milei foi um evento notável, mas não diminuiu o espírito de colaboração e progresso que marcou o
encontro.

7
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z Tentativa de assassinato de Trump reabre capítulo sombrio da política americana3

A tentativa de assassinato de Donald Trump marcou o início de um novo e inquietante


capítulo na turbulenta história da violência política dos Estados Unidos, abalando uma nação
já profundamente dividida em um de seus períodos mais tensos.
O ataque, ocorrido durante um comício de campanha poucos dias antes de Trump aceitar
oficialmente a nomeação republicana, foi um golpe direto à democracia e ao direito dos ame-
ricanos de escolher seus líderes.
O ex-presidente, que estava no palco com seus apoiadores segurando cartazes e vestindo
trajes com o slogan MAGA (Make America Great Again), foi surpreendido por tiros disparados
por um atirador posicionado no telhado, fora do perímetro do evento.
Trump se encolheu, segurou a orelha ferida e desapareceu atrás de seu púlpito enquanto
a confusão tomava conta do local. Mais tarde, ele relatou sentir uma bala rasgar sua orelha,
que sangrou enquanto era evacuado rapidamente.
A cena, registrada por Evan Vucci, da Associated Press, capturou Trump com o rosto ferido
e sangue visível, sendo levado para fora por agentes do Serviço Secreto, com o punho erguido
e uma bandeira americana ao fundo. Esta imagem se tornou um ícone, simbolizando a era
política tensa e o pesadelo que uma tarde ensolarada se tornou.

z Associações históricas e impacto

O som dos tiros e a visão de um líder político caindo no chão evocaram traumas históricos
profundos. Apesar de Trump não estar mais na posição de presidente, o ataque destacou a
constante ameaça que paira sobre aqueles que ocupam ou aspiram ao cargo.
O presidente Joe Biden, o 46º presidente dos EUA, viu seus antecessores como alvo de
assassinatos, incluindo John F. Kennedy, em 1963.
A tentativa contra Trump encerrou um período de 40 anos em que muitos acreditavam
que o Serviço Secreto havia reduzido significativamente o risco de tais ataques. Esse evento
lançará uma sombra sobre a segurança presidencial por anos.
O ataque a Trump durante uma campanha presidencial lembrou o assassinato de Robert
F. Kennedy, em 1968, um ano marcado pela violência política e pelos assassinatos de Martin
Luther King Jr. e pela violência na Convenção Nacional Democrata em Chicago. Desde então,
a violência política continuou, com episódios notáveis como o ataque a Gabrielle Giffords, em
2011, e o ataque ao Capitólio, em 2021.
Joseph Meyn, um apoiador presente no comício, testemunhou o ataque e expressou sua
preocupação com o clima de raiva política crescente. “Parece que todos estão muito zangados.
Não estou chocado que isso tenha acontecido, mas sim que aconteceu ao meu lado”, disse ele.
Meyn destacou que a política não deveria ser um campo de batalha onde alguém ganha
tudo e perde tudo, lembrando os episódios trágicos da história política dos EUA.

3 GRAÇA, E. Análise: Tentativa de assassinato contra Trump transforma candidato em vítima de fato e muda eleição
8 nos EUA. O Globo, 2024. Disponível em: https:// tinyurl.com/5ybxr332. Acesso em: 29 ago. 2024.
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z Apagão cibernético global impactou voos, serviços bancários e de saúde4

Um apagão cibernético na madrugada de sexta-feira, 19 de julho de 2024, atingiu compu-


tadores e afetou vários setores, incluindo aeroportos, serviços bancários e de saúde em todo
o mundo.
As principais companhias aéreas dos Estados Unidos cancelaram todos os voos. Problemas
técnicos foram reportados em aeroportos da Europa, Índia, Hong Kong e Singapura.

„ O que causou o apagão?

Informações iniciais apontaram que o problema estava relacionado a uma falha em siste-
mas operacionais da CrowdStrike, uma empresa de segurança cibernética dos Estados Uni-
dos com mais de 20 mil assinantes em todo o mundo e que presta serviço para a Microsoft. O
CEO da CrowdStrike, George Kurtz, informou em sua conta no X que a empresa sofreu uma
interrupção nos serviços por conta de uma atualização no sistema.
Segundo alerta enviado pela CrowdStrike, a falha se deu no software amplamente utiliza-
do conhecido como sensor “Falcon” e atingiu o Azure, plataforma de computação em nuvem
da Microsoft, usada para armazenar informações e contratada por diversas empresas.
O Falcon serve para dar mais segurança para os sistemas como o Azure e ajuda a detectar
possíveis invasões hacker. A falha fez com que o Microsoft Windows travasse e exibisse uma
tela azul. Com isso, os aplicativos da Microsoft Teams, PowerBI e Fabric começaram a apre-
sentar instabilidade.

„ Qual foi o impacto em voos e serviços de transporte?

Nos Estados Unidos, as companhias aéreas American Airlines, United e Delta cancelaram
todos os voos. A JetBlue, que opera principalmente voos domésticos, não foi atingida. Proble-
mas técnicos foram reportados nos maiores aeroportos da Europa e da Índia, com atrasos de
voos.
Em Berlim, na Alemanha, todas as decolagens ficaram suspensas por algumas horas. No
aeroporto de Singapura, um dos maiores do mundo, diversas companhias aéreas estão fazen-
do o check-in de forma manual. A Autoridade Aeroportuária de Hong Kong disse que as com-
panhias aéreas também mudaram o procedimento de check-in para manual e que voos não
foram afetados.

„ Reflexos nos Brasil

No Brasil, clientes de alguns bancos relataram que serviços e aplicativos estavam fora do
ar. O site Downdetector, que acusa problemas em canais digitais, apontava reclamações em
ATUALIDADES

pelo menos quatro instituições financeiras: Banco Pan, Bradesco, Neon e Next.

4 APAGÃO cibernético global interrompe voos e afeta bancos, telecomunicações e mídia. Forbes, 2024. Disponível
em: https://tinyurl.com/4tnywssy. Acesso em: 29 ago. 2024. 9
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Houve atraso de voos no Aeroporto de Viracopos, em Campinas. Segundo a empresa que
administra o terminal, o problema global atingiu o sistema da Azul Linhas Aéreas, que tem
95% dos voos em Viracopos.

„ Qual foi o impacto em sistemas de saúde?

No Reino Unido, sistemas de computadores do serviço público de saúde caíram, como o de


agendamento de consultas e o de farmácias. Na Alemanha, cirurgias eletivas precisaram ser
canceladas em dois hospitais. Nos Estados Unidos, o serviço de emergência 911 ficou fora do
ar no Alasca.

„ Como serviços de comunicação foram afetados?

Canais de TV no Reino Unido e na Austrália foram afetados. No Reino Unido, a Sky News,
um dos principais canais de notícias do país, ficou fora do ar. TF1 e Canal+, duas das maiores
emissoras britânicas, também foram afetadas. Na Austrália, a rede estatal ABC ficou com a
programação totalmente paralisada e a Sky News Austrália, parcialmente fora do ar.

„ Impactos do apagão

No sábado, 20 de julho de 2024, a Microsoft divulgou que o apagão tecnológico global afe-
tou 8,5 milhões de dispositivos com Windows, seu sistema operacional. Esse número repre-
senta menos de 1% do total de processadores da empresa, conforme relatado pela própria
companhia.
Embora a porcentagem impactada tenha sido pequena, os efeitos econômicos e sociais
foram significativos, refletindo o uso extensivo do CrowdStrike por empresas que dependem
de serviços críticos, explicou a Microsoft em um blog.
O apagão foi causado por uma atualização realizada pela CrowdStrike, uma empresa inde-
pendente de segurança cibernética, que resultou na interrupção dos sistemas de Tecnologia
da Informação (TI) mundialmente.
Desde o início do incidente, a Microsoft tem mantido comunicação constante com seus
clientes, a CrowdStrike e desenvolvedores externos, reunindo informações para acelerar as
soluções. A empresa reconheceu os transtornos causados às empresas e à rotina diária de
muitas pessoas.
Além disso, a Microsoft informou que está colaborando com a CrowdStrike para criar uma
solução, mobilizando “centenas de engenheiros e especialistas” para trabalhar diretamente
com os clientes e restaurar os serviços. Outros provedores de nuvem, como Google Cloud
Platform e Amazon Web Services (AWS), também participaram da recuperação.

Importante!

A Microsoft destacou que o apagão evidenciou a interconexão dos sistemas no ambiente


cibernético e reforçou a importância de priorizar a operação segura e a recuperação de
desastres dentro do ecossistema tecnológico.
10
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z Fóssil de tatu gigante sugere que as Américas foram habitadas há mais de 25 mil
anos5

Mais de 20 mil anos atrás, na região que hoje é a Argentina, os primeiros habitantes das
Américas caçaram e mataram uma criatura semelhante a um tatu gigante utilizando ferra-
mentas de pedra, de acordo com um estudo recente.
A descoberta, baseada em marcas de corte nos restos fossilizados do animal da Era do
Gelo, foi importante porque contribuiu para uma crescente evidência de que as Américas
foram povoadas muito antes do que se pensava anteriormente — possivelmente, há mais de
25 mil anos.
O estudo, publicado na revista PLOS One, revelou que os ossos e conchas de bivalves
encontrados na mesma camada de sedimento tinham entre 20.811 e 21.090 anos. Embora as
marcas de corte não fossem imediatamente visíveis, a análise dos fósseis revelou 32 marcas
lineares.
A equipe descartou a possibilidade de que essas marcas fossem causadas por roedores,
predadores ou outros fatores naturais, como o pisoteio, e concluiu que as marcas eram con-
sistentes com aquelas feitas por ferramentas de pedra. A localização das marcas sugeriu que
os animais foram abatidos com uma série deliberada de cortes focados em áreas musculares
densas, como a pelve e a cauda.
Briana Pobiner, paleoantropóloga do Museu Nacional de História Natural Smithsonian,
comentou que o estudo oferece “evidências convincentes” de que o tatu extinto foi abati-
do por humanos há cerca de 21 mil anos. Ela elogiou a pesquisa por demonstrar, por meio
de análises qualitativas e quantitativas, que as marcas de corte nos fósseis provavelmente
foram feitas por humanos.
A questão de quando e como os primeiros humanos chegaram à América do Norte e do Sul
tem sido amplamente debatida e ainda é pouco compreendida. As estimativas atuais variam
de 13 mil a mais de 20 mil anos atrás, mas as evidências arqueológicas mais antigas são escas-
sas e frequentemente controversas.
Descobertas recentes, como pegadas fossilizadas no Novo México datadas de 21 mil a 23
mil anos atrás, e ossos de preguiça gigante encontrados no Brasil, que datam de 25 mil a 27
mil anos atrás, sugerem que os primeiros habitantes podem ter chegado às Américas muito
antes do que se pensava.
O planeta estava sob o Último Máximo Glacial, entre 19 mil e 26 mil anos atrás, quando
camadas de gelo cobriam grandes partes da América do Norte, tornando a travessia da Ásia
para o Alasca impossível. Isso indica que os humanos que deixaram essas pegadas provavel-
mente chegaram bem antes desse período.

Dica
ATUALIDADES

Os ossos de tatu abatido, juntamente com outras evidências, apontam para uma chegada
surpreendentemente antiga dos humanos na América do Sul, desafiando o modelo tradi-
cional, que sugeria uma entrada no continente há cerca de 16 mil anos.

5 HUNT, K. Fóssil de tatu gigante indica que Américas foram povoadas há mais de 25 mil anos. CNN Brasil, 2024.
Disponível em: https://tinyurl.com/4f7bse82. Acesso em: 29 ago. 2024. 11
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Segundo Delgado, os resultados do estudo, em conjunto com outras descobertas, indicam
que a primeira entrada humana na América pode ter ocorrido entre 21 mil e 25 mil anos
atrás ou até antes.

z Níveis de fome permanecem altos por três anos consecutivos enquanto crises globais
se agravam6

Em 2023, cerca de 733 milhões de pessoas enfrentaram a fome, representando uma em


cada 11 pessoas globalmente e uma em cada cinco na África, de acordo com o relatório O
Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo (SOFI), publicado por cinco agências
especializadas da ONU.
O relatório anual, divulgado durante a reunião ministerial do G20 no Brasil, alertou que o
mundo está longe de alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2, que visa
erradicar a fome até 2030. A situação da fome mundial retrocedeu aos níveis de 2008–2009,
destacando um retrocesso significativo de 15 anos.
Embora tenha havido alguns avanços em áreas como a redução do atraso no crescimento
infantil e a promoção da amamentação exclusiva, ainda assim um número alarmante de pes-
soas continua a enfrentar insegurança alimentar.
Os níveis globais de fome estagnaram por três anos consecutivos, com entre 713 e 757
milhões de pessoas desnutridas em 2023, cerca de 152 milhões a mais do que em 2019.
As tendências regionais variam: a fome aumentou na África (20,4%), permaneceu estável
na Ásia (8,1%) e diminuiu na América Latina (6,2%). De 2022 a 2023, a fome cresceu na Ásia
Ocidental, no Caribe e em várias sub-regiões africanas.
Se as tendências atuais persistirem, 582 milhões de pessoas estarão cronicamente subnu-
tridas em 2030, metade delas na África, conforme alertam a Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura (FAO); o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrí-
cola (FIDA); o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF); o Programa Mundial de
Alimentos (WFP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta projeção aproxima-se dos
níveis de 2015, quando os ODS 2 foram adotados, evidenciando uma preocupante estagnação.

„ Descobertas além da fome

O acesso a alimentos adequados continua fora do alcance de bilhões de pessoas. Em 2023,


aproximadamente 2,33 bilhões de pessoas enfrentaram insegurança alimentar moderada ou
grave, um número que se manteve estável desde o aumento observado em 2020 devido à
pandemia da covid-19. Dessas, mais de 864 milhões de pessoas sofreram insegurança alimen-
tar grave, ficando sem comida por um dia inteiro ou mais.
A falta de acesso econômico a dietas saudáveis também é um problema crítico, afetando
mais de um terço da população global. Novos dados revelam que mais de 2,8 bilhões de pes-
soas não puderam pagar por uma dieta saudável em 2022.
Essa disparidade é mais pronunciada em países de baixa renda, onde 71,5% da população
não pode pagar por uma dieta saudável, em comparação com 6,3% nos países de alta renda.

6 NÚMEROS da fome permanecem altos por três anos consecutivos à medida que as crises globais se aprofundam,
12 destaca relatório da ONU. OPAS, 2024. Disponível em: https:// tinyurl.com/2 dty2hpm. Acesso em: 29 ago. 2024.
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„ Desafios na nutrição

Apesar do progresso em algumas áreas, alcançar as metas globais de nutrição permanece


um desafio. As taxas de amamentação exclusiva aumentaram para 48%, mas a prevalência
de baixo peso ao nascer estagnou em 15%.
O atraso no crescimento em crianças menores de cinco anos caiu para 22,3%, mas ainda
está longe das metas. A prevalência de baixo peso em crianças não apresentou melhora sig-
nificativa e a anemia em mulheres de 15 a 49 anos aumentou.
A obesidade adulta também cresceu na última década, passando de 12,1% em 2012 para
15,8% em 2022. As projeções indicam que até 2030, mais de 1,2 bilhão de adultos serão obe-
sos. A coexistência da subnutrição com o sobrepeso e a obesidade aumentou globalmente em
todos os grupos etários.

„ Financiamento para erradicar a fome

O tema do relatório deste ano, “Financiamento para acabar com a fome, a insegurança
alimentar e todas as formas de má nutrição”, enfatizou que atingir o ODS 2 requer uma
abordagem multifacetada, incluindo a transformação e o fortalecimento dos sistemas agroa-
limentares, a luta contra as desigualdades e a garantia de dietas saudáveis acessíveis para
todos. O relatório pede maiores e mais eficientes investimentos em segurança alimentar e
nutrição.
Os líderes das agências da Organização das Nações Unidas (ONU) destacaram a neces-
sidade urgente de estimar o déficit de financiamento e encontrar maneiras inovadoras de
superar esse desafio.
Políticas, legislação e intervenções para erradicar a fome e garantir o acesso a alimentos
seguros e nutritivos precisam de uma mobilização significativa de recursos, sendo esta uma
obrigação não só para o futuro, mas para garantir o direito à alimentação adequada das gera-
ções presentes.
O relatório também ressaltou a importância de soluções inovadoras e equitativas para
enfrentar o iminente déficit de financiamento, especialmente em países com altos níveis de
fome e desnutrição exacerbados pelos impactos climáticos.
Esforços coordenados para harmonizar dados, aumentar a tolerância ao risco e melhorar
a transparência são essenciais para fortalecer os arcabouços globais de segurança alimentar
e nutricional.

z Venezuela expulsa diplomatas de sete países após controvérsias eleitorais7

A Venezuela anunciou a expulsão dos diplomatas da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru,
Panamá, República Dominicana e Uruguai após esses países contestarem os resultados das
ATUALIDADES

eleições presidenciais realizadas no domingo.

7 CHAGAS, P. Venezuela expulsa diplomatas de países que contestam eleição. Agência Brasil, 2024. Disponível em:
https://age nciabrasil.ebc.com.br/internacional /noticia/2024-07/venezuela-expulsa-diplomatas- de-paises-que-
-contestam- eleicao. Acesso em: 29 ago. 2024 13
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O governo venezuelano declarou que a decisão será implementada imediatamente e
acusou esses países de fazerem parte de um “grupo de governos de direita subordinados à
Washington”, que estariam comprometidos com “posições ideológicas fascistas”.
Segundo o comunicado oficial, a decisão refletiu uma reação contra a negação da sobera-
nia da Venezuela e o desrespeito aos resultados anunciados pelo órgão eleitoral alinhado a
Nicolás Maduro.

„ Proclamação de Nicolás Maduro

Na segunda-feira, 29 de julho de 2024, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela


proclamou Nicolás Maduro como reeleito presidente para o período de 2025 a 2031. Segundo
o CNE, Maduro obteve 51,2% dos votos, enquanto seu principal adversário, Edmundo Gonzá-
lez, recebeu 44,2%. Essa é a terceira vez que Maduro é reeleito presidente.

„ Denúncias de fraude e protestos

A oposição venezuelana denunciou a eleição como fraudulenta, alegando que Edmundo


González foi o verdadeiro vencedor com cerca de 70% dos votos. Em resposta ao resultado
oficial, protestos eclodiram em várias cidades, incluindo a capital, Caracas.
Os manifestantes, muitos dos quais são apoiadores da oposição, realizaram passeatas e
reuniões espontâneas. Durante as manifestações, que se intensificaram ao longo do dia, os
participantes carregaram bandeiras e bateram panelas na Avenida Francisco de Miranda,
em direção à praça Altamira.
A situação atual na Venezuela é um reflexo das tensões políticas e sociais que o país tem
enfrentado nos últimos anos. A expulsão dos diplomatas e as alegações de fraude eleitoral
são indicativos das crescentes divisões internas e externas em relação ao governo de Nicolás
Maduro.
As reações internacionais e as manifestações internas apontam para um ambiente político
conturbado, que poderá influenciar as futuras relações diplomáticas da Venezuela e a esta-
bilidade interna do país.

z Bangladesh em crise: protestos estudantis e toque de recolher8

Em julho de 2024, Bangladesh foi palco de intensos protestos liderados por estudantes,
que se opuseram a um polêmico sistema de cotas. Esse sistema reserva mais da metade das
vagas em empregos públicos para grupos específicos, como os descendentes dos veteranos
da guerra de independência de 1971. A situação exacerbou as já existentes tensões políticas
e sociais do país.
As manifestações, que se alastraram por diversas cidades, representaram um sério desafio
ao governo da primeira-ministra Sheikh Hasina. Em resposta, o governo impôs um toque de
recolher e convocou as forças armadas para restaurar a ordem.

8 BANGLADESH decreta toque de recolher e mobiliza militares após onda de protestos deixar mais de 100 mortos.
14 O Globo, 2024. Disponível em: https://tinyurl. com/5n6znv28. Acesso em: 29 ago. 2024.
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Importante!
A decisão de mobilizar o Exército ilustra a gravidade da crise. Segundo a secretaria de
imprensa da primeira-ministra, a presença militar tem como objetivo apoiar as autoridades
civis no controle dos distúrbios.

„ A origem dos protestos estudantis

O sistema de cotas, considerado injusto e discriminatório pelos estudantes, favorece certos


segmentos da sociedade em detrimento de uma igualdade mais ampla.
A intensificação dos protestos levou à proibição de reuniões públicas, medida que as auto-
ridades de Daca julgaram necessária para garantir a segurança. No entanto, apesar das res-
trições, novos confrontos continuaram a ocorrer.
A polícia, comandada por Habibur Rahman, relatou que a proibição do acesso à internet,
destinada a impedir a organização de novos protestos, não desmotivou os manifestantes.

„ Impacto dos confrontos e resposta internacional

A recente onda de violência incluiu um ataque a uma prisão, resultando na fuga de deten-
tos e grandes danos. O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker
Türk, condenou a resposta violenta do governo, classificando-a como “chocante e inaceitável”.
Somente hoje, os confrontos resultaram em 52 mortes, segundo relatórios hospitalares.

„ Perspectivas futuras

Com o aumento da violência, a crise em Bangladesh não só revelou as dificuldades inter-


nas de governabilidade e direitos sociais, como também colocou o país sob os holofotes da
comunidade internacional. As semanas seguintes determinarão se o diálogo prevalecerá
sobre a repressão.
O mundo permanece atento ao desenrolar dessa disputa turbulenta entre o governo e seu
povo, especialmente a juventude acadêmica, que clama por mudanças substanciais na estru-
tura política e social do país.

z Israel pressiona OTAN pela expulsão da Turquia após declarações de Erdogan

Israel Katz, o ministro das Relações Exteriores de Israel, solicitou que os países-membros
da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) expulsassem a Turquia da aliança,
após o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sugerir que invadiria Israel se tivesse acesso
a mais armamentos.
ATUALIDADES

Katz classificou as ameaças de Erdogan como uma retórica perigosa e instruiu os diplo-
matas israelenses a dialogarem urgentemente com os membros da OTAN, apelando para que
condenassem a Turquia e exigissem sua exclusão da organização.
Em resposta às críticas de Israel, a Turquia alertou que reagiria de forma rápida e decisiva.
“Aqueles que governam Israel condenam nossa região a uma guerra permanente. As tentativas
de manipular a opinião pública não irão encobrir os seus crimes de guerra”, declarou Fahrettin
Altun, porta-voz da presidência turca.
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Katz afirmou que o governo turco violou os princípios fundamentais da OTAN ao ameaçar
invadir um país democrático ocidental sem provocação. Ele comparou Erdogan a Saddam
Hussein, ex-presidente do Iraque, e alertou sobre as consequências dessas ameaças, desta-
cando que a Turquia abriga o quartel-general do Hamas.
Katz ainda acrescentou que a Turquia se alinhou ao que chamou de “eixo do mal irania-
no”, incluindo grupos como Hamas, Hezbollah e os Houthis no Iêmen.
Erdogan, por sua vez, insinuou que poderia invadir Israel para resolver o conflito palesti-
no se tivesse maior poderio militar. Afirma:

Precisamos ser muito fortes, assim Israel não poderia causar os problemas que causa na
Palestina. Assim como entramos em Karabakh e na Líbia, faremos o mesmo com Israel. Nada
nos impede. Precisamos ser fortes para dar esses passos.

A Turquia, que, historicamente, foi um aliado de Israel e um dos principais parceiros


comerciais no Oriente Médio, rompeu relações diplomáticas com Tel Aviv em outubro, no
início do conflito na Faixa de Gaza. Além disso, em abril, a Turquia impôs restrições às expor-
tações para Israel.
Atenção! Membro da OTAN desde 1952, a Turquia não considera o Hamas uma organiza-
ção terrorista e, por anos, acolheu alguns de seus líderes políticos no exílio.

z Líder supremo do Irã promete vingança pela morte de líder do Hamas9

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, declarou que é “dever de Teerã” vingar a morte de
Ismail Haniyeh, líder do Hamas, que foi assassinado na capital iraniana. Khamenei afirmou
que Israel, ao realizar este ato, criou motivos para uma “punição severa”.
Haniyeh, que normalmente reside no Catar, estava no Irã participando da cerimônia de
posse do novo presidente iraniano e de negociações internacionais para um possível cessar-
-fogo na Faixa de Gaza quando foi assassinado.
O assassinato de Haniyeh, confirmado pela Guarda Revolucionária do Irã, intensificou as ten-
sões já elevadas na região, onde a guerra em Gaza e o conflito no Líbano estão em pleno curso.
Em resposta ao ocorrido, o braço armado do Hamas declarou que o ataque “levaria a bata-
lha a novas dimensões e teria grandes repercussões”. O Irã, por sua vez, anunciou três dias de
luto nacional e prometeu retaliar.
Até o momento, Israel não comentou o incidente e não assumiu responsabilidade pelo ata-
que. O exército israelense informou que está monitorando a situação, mas não emitiu novas
orientações de segurança para os civis.

9 MORTE de chefe do Hamas: Irã acusa Israel e promete vingança, e ministro israelense diz estar preparado. G1,
2024. Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/07/31/morte-de-lider-do-hamas-ira-diz-que-vai-
16 -vingar-israel-e-territorios-palestinos-fazem-greve-geral.ghtml. Acesso em: 30 ago. 2024.
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z Morte do líder do Vietnã, Nguyen Phu Trong, aos 80 anos: implicações para o futuro
do partido comunista

Nguyen Phu Trong, chefe do Partido Comunista do Vietnã e figura mais poderosa do país,
faleceu na sexta-feira, 19 de julho de 2024, aos 80 anos. A notícia foi confirmada pelo partido,
que informou que a morte ocorreu devido à “idade avançada e a uma doença grave”, sem
fornecer detalhes adicionais sobre a condição de saúde do líder.
No comunicado oficial, o partido afirmou que Trong faleceu após um período de enfermi-
dade, apesar do tratamento intensivo recebido de médicos, especialistas e do próprio partido.
O presidente do Vietnã, To Lam, assumiu temporariamente as funções de Trong na quin-
ta-feira, 18 de julho, após o partido anunciar que o líder precisava se concentrar em seu tra-
tamento médico.
O futuro imediato do Partido Comunista está em questão, com a organização precisando
decidir se Lam continuará como secretário-geral interino até o próximo congresso em 2026,
ou se será escolhido um novo líder antes disso. Nguyen Phu Trong, que estava no cargo de
secretário-geral desde 2011, desempenhou um papel crucial como a figura de maior autori-
dade no Vietnã, embora o país não tenha um governante supremo oficialmente.
Trong foi reeleito para um terceiro mandato em 2021, quando a regra que limitava os
mandatos dos líderes do partido a dois foi dispensada. Isso destacou sua influência política e
o seu poder dentro do partido, que governa o Vietnã há quase 50 anos. No entanto, nos últi-
mos meses de sua vida, Trong estava visivelmente debilitado e ausente em vários eventos de
alto nível.
Educado na antiga União Soviética, Trong era conhecido por seu pensamento marxista-
-leninista e por sua forte campanha anticorrupção, conhecida como “fornalha ardente”, que
levou a investigações sobre corrupção envolvendo centenas de funcionários de alto escalão,
incluindo ministros e presidentes.
To Lam, anteriormente chefe da poderosa agência de segurança interna, desempenhou
um papel significativo na campanha anticorrupção e foi eleito presidente em maio, suceden-
do um antecessor que renunciou sob acusações de irregularidades não especificadas.
A continuidade do governo e as futuras diretrizes do Partido Comunista agora dependem
das próximas decisões e movimentos políticos em resposta à morte de Nguyen Phu Trong.

z China e Rússia realizam exercícios navais no Mar do Sul da China: implicações e con-
texto geopolítico10

A China e a Rússia conduziram exercícios navais conjuntos no Mar do Sul da China na


semana passada, sinalizando um aprofundamento na colaboração militar entre os dois paí-
ses. Os exercícios, chamados de “Cooperação Marítima — 2024”, ocorreram no porto chinês
de Zhanjiang e envolveram pelo menos três navios de cada país durante três dias.
ATUALIDADES

Os exercícios incluíram operações de defesa aérea e antissubmarinas, com a participação


de aviação naval antissubmarina chinesa e disparos de artilharia, conforme relatado pelos
Ministérios da Defesa da China e da Rússia.

10 RÚSSIA e China juntas em novo exército militar. EuroNews, 2024. Disponível em: https://pt.euronews.
com/2024/07/16/russia-e-china-juntas-em-novo-exercicio-militar. Acesso em: 30 ago. 2024. 17
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A realização desses exercícios seguiu uma patrulha naval conjunta no Pacífico Norte, que
envolveu destacamentos da Frota Russa do Pacífico. A China e a Rússia têm intensificado sua
cooperação militar e comercial nos últimos anos, em parte como resposta às sanções ociden-
tais e ao crescente envolvimento militar dos EUA na região.

z Contexto e relevância

„ Aprofundamento da parceria Sino-Russa: a parceria “sem limites” entre a China e


a Rússia foi formalizada em 2022, pouco antes da invasão russa na Ucrânia. A China
não condenou a invasão e tem apoiado economicamente a Rússia, com as exportações
chinesas para o país aumentando significativamente. O comércio bilateral alcançou um
recorde de US$ 240,1 bilhões em 2023, um crescimento de 26,3% em relação ao ano
anterior;
„ Tensões no mar do sul da China: a China reivindicou quase todo o Mar do Sul da Chi-
na, incluindo áreas disputadas como o Second Thomas Shoal, onde as Filipinas mantêm
um navio de guerra encalhado para reforçar suas reivindicações. Essas áreas disputa-
das têm sido fonte de tensão entre a China e outros países da região, incluindo as Fili-
pinas e os EUA;
„ Resposta internacional: em resposta às ações da China no Mar do Sul da China, as for-
ças dos EUA e das Filipinas realizaram recentemente um exercício conjunto de busca
e resgate na mesma região. O capitão da Marinha dos EUA, Tyson Scofield, destacou a
importância desses exercícios para promover a interoperabilidade entre marinhas alia-
das e preservar um Indo-Pacífico livre e aberto;
„ Implicações geopolíticas: a intensificação dos laços militares e comerciais entre China
e Rússia pode ser vista como um movimento para contrabalançar a influência dos EUA
e seus aliados na região do Indo-Pacífico. Além disso, os exercícios conjuntos refletem
a crescente capacidade dos dois países de realizar operações coordenadas em regiões
estratégicas.

Esses eventos destacaram o crescente alinhamento estratégico entre a China e a Rússia e


as complexas dinâmicas de poder no Indo-Pacífico, onde a competição por influência e con-
trole marítimo continua a moldar as relações internacionais.

Brasil

z Câmara dos Deputados aprova marco legal para hidrogênio verde no Brasil11

No dia 11 de julho de 2024, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei nº 2.308, de
2023, estabelecendo a política nacional do hidrogênio de baixa emissão de carbono — tam-
bém conhecido como hidrogênio verde. O projeto, que já havia passado pelo Senado com
emendas, agora seguirá para sanção presidencial.

11 ALMEIDA, D. Câmara dos Deputados aprova marco legal para hidrogênio verde no Brasil. Agência Brasil, 2024.
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/ geral/noticia/2024-07/camara-aprova-defini cao-do-projeto-mar-
18 co-legal-de-hidrogenio-verde. Acesso em: 30 ago. 2024.
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A nova legislação estabeleceu diretrizes para a produção, transporte e uso do hidrogênio
verde, além de criar um sistema de certificação voluntária e oferecer incentivos tributários
federais para fomentar a indústria e a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono
no Brasil. Veja quais são os pontos principais da legislação:

„ Definição do conceito: o hidrogênio de baixa emissão de carbono é produzido a partir


de fontes renováveis;
„ Incentivos fiscais: criação do Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidro-
gênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro), que inclui a suspensão de PIS/Pasep e
Cofins;
„ Crédito fiscal: concessão de crédito fiscal para produtores ou compradores de hidrogê-
nio de baixo carbono entre 2028 e 2032;
„ Certificação voluntária: criação do Sistema Brasileiro de Certificação do Hidrogênio
(SBCH2);
„ Regulação: a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) será
responsável pela regulação da produção de hidrogênio; e
„ Objetivos ambientais: contribuição significativa para a descarbonização da matriz
energética brasileira e combate às mudanças climáticas.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que o marco legal se mostrou
um avanço crucial para a transição energética do Brasil, proporcionando segurança jurídica
e previsibilidade para investimentos no setor.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Brasileira da Indústria do
Hidrogênio (ABIHV) também comemoraram a aprovação, ressaltando o potencial do Brasil
em liderar a produção de energias verdes e o papel estratégico do hidrogênio verde na des-
carbonização industrial.
Portanto, esse marco legal foi visto como um passo fundamental para que o Brasil possa
aproveitar seu vasto potencial em energias renováveis e posicionar- se como um líder global
na produção de hidrogênio verde, considerado o “combustível do futuro”.

Importante!
Produzido a partir de fontes como biocombustíveis, energia eólica, solar, hidrelétrica e
nuclear, o hidrogênio verde é uma alternativa sustentável que pode contribuir para a redu-
ção das emissões de carbono, ajudando a mitigar as mudanças climáticas globais.

z Cerimônia celebra a chegada do manto sagrado tupinambá ao Brasil em agosto12

O Ministério dos Povos Indígenas prevê uma cerimônia de celebração entre os dias 29 e 31
ATUALIDADES

de agosto para marcar a chegada do manto sagrado Tupinambá ao Brasil. O evento, em cola-
boração com o Museu Nacional e representantes do povo indígena tupinambá, acontecerá no
próprio Museu, localizado no Rio de Janeiro.

12 CERIMÔNIA de chegada do manto Tupinambá ao Brasil será no final de agosto. Agência Gov, 2024. Disponível
em: https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202407 /cerimonia-de-chegada-do-manto-tupinamba-ao-brasil- sera-
-celebrada-no-final-de-agosto. Acesso em: 30 ago. 2024. 19
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„ Manto tupinambá retorna ao Brasil após 300 anos na Dinamarca

O manto tupinambá, uma peça sagrada de grande importância cultural, retornou ao Brasil
após mais de 300 anos no Museu Nacional da Dinamarca. O Museu Nacional da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) confirmou a chegada do artefato na quinta-feira, 11 de julho
de 2024.
Esse manto, utilizado em rituais religiosos e cerimônias indígenas, foi levado para a Dina-
marca durante a ocupação holandesa no século XVII. A peça é um testemunho significativo
da cultura material e das tradições artesanais dos tupinambás.
O Museu Nacional do Rio de Janeiro planejava reexibir o manto nas semanas seguintes,
após a realização dos procedimentos necessários para garantir a sua perfeita conservação.
Em nota, o museu destacou a importância de preservar e respeitar o caráter sagrado da peça
para os povos originários brasileiros.
A devolução do manto resultou de negociações entre a embaixada brasileira em Cope-
nhague, o Museu Nacional do Rio de Janeiro e o Museu Nacional da Dinamarca. Além disso,
contou com o apoio do Ministério das Relações Exteriores; Ministério da Cultura; Ministério
da Educação; e Ministério dos Povos Indígenas.
A repatriação do manto tupinambá é vista como um exemplo de boas práticas para outras
nações, refletindo um crescente movimento global em favor da devolução de patrimônios
culturais.

„ Programação da cerimônia

A celebração terá início em 29 de agosto com uma cerimônia privada, na qual lideran-
ças espirituais tupinambá e pajés realizarão rituais de acolhimento, proteção e bênçãos ao
manto sagrado. Esta cerimônia de “reza ao manto” ocorrerá na Biblioteca Central do Horto
Botânico e será exclusiva para essas lideranças.
Os planos são de que no dia 31 de agosto, às 10h, o manto seja oficialmente apresentado ao
público no mesmo local. A cerimônia contará com a presença da ministra dos Povos Indíge-
nas, Sonia Guajajara; representantes do povo tupinambá; autoridades dos governos do Brasil
e da Dinamarca; e membros do Museu Nacional.
O evento está sendo organizado pelo cerimonial do governo brasileiro e, durante os três dias,
povos indígenas estarão em vigília nos jardins do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista.

„ Outros mantos tupinambás

O manto tupinambá, medindo 1,80 m e feito com milhares de penas vermelhas de pássa-
ros guará, esteve armazenado junto a outros quatro mantos no Museu Nacional da Dinamar-
ca. Ele chegou a Copenhague em 1689, mas, provavelmente, foi produzido quase um século
antes.
A pesquisadora norte-americana Amy Buono, da Universidade de Chapman, identificou
outros 10 mantos semelhantes em museus europeus. Além dos quatro mantos no Museu
Nacional da Dinamarca, há dois no Museu de História Natural da Universidade de Florença,
na Itália, outros no Museu das Culturas em Basileia, na Suíça, no Museu Real de Arte e His-
tória em Bruxelas, na Bélgica, no Museu do Quai Branly, em Paris, na França, e na Biblioteca
20 Ambrosiana em Milão, na Itália.
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Desde as primeiras expedições portuguesas ao Brasil, artefatos tupinambás foram levados
à Europa, onde se tornaram valiosas peças de coleções.
O Ministério dos Povos Indígenas trabalha em protocolos para garantir que povos indígenas
tenham acesso a bens culturais em museus, tanto no Brasil quanto no exterior. Este processo é
coordenado pelo Grupo de Trabalho de Restituição de Artefatos Indígenas, criado em 2023.

z Fóssil descoberto no Rio Grande do Sul pode esclarecer a origem dos dinossauros13

Pesquisadores do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa) da


Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, fizeram uma descoberta
significativa no município de São João do Polêsine.
Após as intensas chuvas de maio que causaram enchentes e destruição na região, eles
encontraram um fóssil quase completo de um dinossauro do grupo Herrerasauridae, datado
do Período Triássico, com aproximadamente 233 milhões de anos. Rodrigo Müller, paleontó-
logo da UFSM, informou em entrevista:

É um dos dinossauros mais antigos já encontrados, o que é crucial para compreender a origem
dos dinossauros. Além disso, o esqueleto está quase completo e bem preservado, o que nos
proporcionará uma grande quantidade de informações anatômicas.

Descrevendo o dinossauro, Müller informou que ele era um carnívoro bípede, com aproxima-
damente 2,5 metros de comprimento, embora alguns indivíduos desse grupo pudessem atingir até
seis metros. “Ele provavelmente ainda estava em crescimento quando morreu”, acrescentou.
A descoberta enriquecerá a coleção do Cappa, considerado um dos centros mais importan-
tes do mundo para o estudo da origem dos dinossauros.
“Temos aqui os principais espécimes do mundo. Este fóssil irá se somar ao nosso acervo e
contribuir para uma melhor compreensão dos primeiros dinossauros, especialmente os preda-
dores”, destacou Müller.

„ Descoberta facilitada pelas chuvas

As chuvas intensas de maio ajudaram a expor o fóssil. “Já escavávamos o sítio paleontoló-
gico de São João do Polêsine há duas décadas, mas as chuvas aceleraram o processo de erosão
e revelaram novos materiais”, explicou Müller.
Os pesquisadores estão agora em uma corrida contra o tempo para resgatar outros possí-
veis fósseis expostos.
“A chuva nos ajuda ao longo do ano, expondo fósseis através da erosão natural. No entanto,
chuvas intensas podem destruir esses materiais rapidamente. Estamos monitorando e visitan-
do o sítio regularmente para recuperar tudo o que for possível”, afirmou.
ATUALIDADES

Após ser recolhido, o fóssil foi levado para o Cappa, onde os pesquisadores iniciaram o
trabalho minucioso de extração e análise. “Esse processo pode levar meses, e só então faremos
comparações, investigações e publicaremos os resultados em um artigo científico, onde o fóssil
será formalmente nomeado”, explicou Müller.

13 LOPES, J. Espécie de 233 milhões de anos com 2,5 metros de comprimento: o que se sabe sobre o fóssil achado
no interior do RS. G1, 2024. Disponível em: https://tinyurl.com/26xmh9eb. Acesso em: 30 ago. 2024. 21
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„ Contexto e importância da descoberta

A descoberta de um fóssil quase completo foi um grande avanço, já que dinossauros com-
pletos dessa idade são raros.
“Esses fósseis são essenciais para guiar outros estudos. Se encontrarmos um osso isolado,
podemos compará-lo com esse fóssil e obter uma melhor compreensão do animal incompleto”,
disse Müller.
A região central do Rio Grande do Sul já havia sido palco de outra descoberta significativa:
o dinossauro herbívoro Macrocollum itaquii, datado em torno de 225 milhões de anos.
“O primeiro dinossauro completo do Brasil foi encontrado aqui também. Embora antigo, ele
é mais recente do que o fóssil recém-descoberto, que tem 233 milhões de anos”, acrescentou
Müller.

„ Determinação da idade do fóssil

A idade de um fóssil é determinada pela rocha em que ele está inserido, que se forma jun-
tamente com o fóssil quando o animal é soterrado.
“O sedimento frequentemente contém elementos radioativos que podem ser datados. Isso
envolve um cálculo complexo do peso atômico dos elementos, realizado através de uma análise
detalhada”, explicou Müller.
A região da descoberta inclui os municípios de Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno,
Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Sêca, São João do Polêsine e Silveira Martins.
Parte do Geoparque Quarta Colônia, essa área é rica em material paleontológico, com
rochas do Triássico repletas de fósseis de vertebrados, invertebrados, plantas e icnofósseis.

z Estudo da NASA alerta para áreas inabitáveis no Brasil em 50 anos14

Um estudo divulgado pela NASA revelou que algumas áreas do Brasil podem tornar-se
inabitáveis nos próximos 50 anos devido ao aumento das temperaturas, uma consequência
direta das mudanças climáticas.
O professor Pedro Côrtes, analista de clima e meio ambiente, destacou que o estudo leva
em consideração não apenas o aumento da temperatura, mas também a umidade. A combi-
nação de calor extremo e alta umidade pode dificultar a evaporação do suor, essencial para a
regulação térmica do corpo humano, tornando certas áreas potencialmente inabitáveis.

„ Evolução do aquecimento

A análise das últimas décadas mostrou um aumento contínuo das áreas afetadas pelo calor
intenso no Brasil. Desde 1984, as regiões indicativas de altas temperaturas expandiram-se,
especialmente no centro do país, avançando para o sul e até chegando aos Andes.

14 ÁREAS do Brasil podem ficar inabitáveis em 50 anos, segundo estudo da Nasa. CNN Brasil, 2024. Disponível
em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/ areas-do-brasil-podem-ficar -inabitaveis-em-50-anos-segundo-estudo
22 -da-nasa/. Acesso em: 30 ago. 2024.
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O aquecimento não é exclusivo do Brasil; nos Estados Unidos, a Califórnia enfrenta tem-
peraturas crescentes e maior incidência de incêndios florestais, enquanto o norte da África
também experimenta padrões similares de aquecimento.

„ Soluções e perspectivas futuras

Para enfrentar esse cenário alarmante, o professor Côrtes sugeriu medidas drásticas, como
a interrupção do desmatamento e a recuperação florestal para restaurar áreas degradadas e
repor a umidade atmosférica. Essas ações são vistas como essenciais para preservar os recur-
sos hídricos e manter o Brasil como um país rico em recursos naturais.
No cenário internacional, a possível candidatura de Kamala Harris à presidência dos Esta-
dos Unidos é considerada promissora devido à sua atuação anterior em questões ambientais.
No entanto, o forte lobby da indústria de petróleo e gás representa um obstáculo significativo
para a implementação de políticas ambientais mais rigorosas.

Dica
O estudo da NASA serve como um alerta urgente para a necessidade de ações imediatas
para combater as mudanças climáticas, não apenas no Brasil, mas em uma escala global.
A preservação dos recursos naturais e a adoção de práticas sustentáveis são fundamen-
tais para garantir um futuro habitável para as próximas gerações.

z Lula sanciona lei que estende Plano Nacional de Educação até dezembro de 202515

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que estende a vigência do Plano
Nacional de Educação (PNE) até 31 de dezembro de 2025. O plano, originalmente implemen-
tado em 2014 durante o governo de Dilma Rousseff (PT), teve sua validade encerrada em 25
de julho de 2024.
De acordo com a legislação aprovada em 2014, o governo deveria ter apresentado uma
nova proposta para o PNE ao Congresso Nacional até junho de 2023, o que não ocorreu.
Diante disso, a senadora professora Dorinha Seabra (União-TO) propôs um projeto de lei
que previa a extensão do plano até 31 de dezembro de 2028. No entanto, em votação na
Câmara dos Deputados, em 3 de julho, os parlamentares decidiram por uma prorrogação até
o final de 2025.
A lei sancionada por Lula contou com relatórios favoráveis do senador Esperidião Amin
(PP-SC) na Comissão de Educação.

„ O que é o PNE?
ATUALIDADES

O Plano Nacional de Educação é um programa previsto na Constituição Federal, de 1988,


que estabelece diretrizes, objetivos e estratégias para o desenvolvimento da educação no
Brasil. Entre os principais objetivos do PNE estão:

15 LEI prorroga vigência do Plano Nacional de Educação até dezembro de 2025. Senado Notícias, 2024. Disponível
em: https://www12.senado.leg.br/noticias/ materias/2024/07/26/lei-prorroga -vigencia-do-plano-nacional-de- edu-
cacao-ate-dezembro-de-2025. Acesso em: 30 ago. 2024. 23
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„ erradicação do analfabetismo;
„ universalização do acesso à educação;
„ melhoria da qualidade do ensino;
„ formação para o trabalho;
„ promoção do desenvolvimento humanístico, científico e tecnológico; e
„ definição de metas para a aplicação de recursos públicos em educação como proporção
do PIB.

z O novo PNE

Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, o novo PNE sancionado pelo presidente
Lula foi elaborado para ser mais “objetivo” e conta com 58 metas, 253 estratégias e 18 objeti-
vos principais. Entre esses objetivos estão:

1 - Ampliar a oferta de matrículas em creche e universalizar a pré-escola


2 - Garantir a qualidade da oferta de educação infantil
3 - Assegurar a alfabetização ao final do 2º segundo ano do ensino fundamental para todas as
crianças, com inclusão e redução de desigualdades
4 - Assegurar que crianças, adolescentes e jovens em idade escolar obrigatória concluam o ensino
fundamental e o ensino médio na idade regular, em todas as modalidades educacionais, com inclu-
são e redução de desigualdades
5 - Garantir a aprendizagem dos estudantes no ensino fundamental e no ensino médio, em todas
as modalidades educacionais, com inclusão e redução de desigualdades
6 - Ampliar a oferta de educação integral em tempo integral para a rede pública
7 - Promover a educação digital para o uso crítico, reflexivo e ético das tecnologias da informação
e da comunicação, para o exercício da cidadania
8 - Garantir o acesso, a qualidade da oferta e a permanência em todos os níveis, etapas e moda-
lidades na educação escolar indígena, na educação do campo e na educação escolar quilombola
9 - Garantir o acesso, a oferta de atendimento educacional especializado e a aprendizagem dos
estudantes público-alvo da educação especial e dos estudantes público-alvo da educação bilíngue
de surdos, em todos os níveis, etapas e modalidades
10 - Assegurar a alfabetização e ampliar a conclusão da educação básica para todos os jovens,
adultos e idosos
11 - Ampliar o acesso e a permanência na educação profissional e tecnológica, com inclusão e
redução de desigualdades
12 - Garantir a qualidade e a adequação da formação às demandas da sociedade, do mundo do tra-
balho e das diversidades de populações e seus territórios na educação profissional e tecnológica
13 - Ampliar o acesso, a permanência e a conclusão na graduação, com inclusão e redução de
desigualdades
14 - Garantir a qualidade de cursos de graduação e instituições de ensino superior
15 - Ampliar a formação de mestres e doutores, de forma equitativa e inclusiva, com foco na pros-
pecção e solução dos problemas da sociedade

24
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16 - Garantir formação e condições de trabalho adequadas aos profissionais da educação básica
17 - Assegurar a participação social no planejamento e gestão educacional
18 - Assegurar a qualidade e equidade nas condições de oferta da educação básica16

z Estudo revela alta percentagem de adolescentes em pobreza no Brasil17

Um levantamento recente do Todos Pela Educação revelou que cerca de 60% dos estu-
dantes brasileiros entre 15 e 17 anos estavam em algum grau de pobreza em 2023. Mais de
4,8 milhões de jovens dessa faixa etária viviam com até meio salário mínimo por mês, o que
corresponde a, no máximo, R$ 706.
Embora o número tenha diminuído em relação aos anos anteriores, ainda é alarmante,
especialmente considerando o momento crucial de preparação para o ensino superior.

z Impactos da baixa renda

A baixa renda afeta significativamente o processo de ensino-aprendizagem, já que muitos


jovens precisam trabalhar para ajudar suas famílias, o que compromete seu foco nos estudos.
Jackson Almeida, analista de políticas educacionais do Todos Pela Educação, ressaltou que
esse cenário de vulnerabilidade socioeconômica fragiliza tanto o processo educativo quanto
o engajamento dos estudantes em seus projetos de vida, principalmente em relação no acesso
ao ensino superior.
Em 2017, a situação era ainda mais grave, com quase 5,6 milhões de adolescentes nessa
condição, representando 65% da população escolar dessa faixa etária.

z Regionalização da pobreza

A pobreza extrema afeta particularmente as regiões Nordeste e Norte do Brasil. Os estados


com maior porcentagem de estudantes em extrema pobreza são:

„ Maranhão: 34%;
„ Acre: 33%;
„ Ceará: 32%;
„ Pernambuco: 31%;
„ Rio Grande do Norte: 30%;
„ Sergipe: 30%;
„ Paraíba: 29%; e
„ Piauí: 29%.
ATUALIDADES

16 GOVERNO encaminha projeto do novo PNE ao Congresso Nacional. Agência Gov, 2024. Disponível em: https://
agenciagov.ebc.com.br/noticias/202406/governo -encaminha-projeto-do- novo-pne-ao-congresso-nacional-1.
Acesso em: 30 ago. 2024.
17 GAMA, G.; TEIXEIRA, B. Cerca de 6 a cada 10 estudantes adolescentes estão em algum grau de pobreza, aponta
levantamento. CNN Brasil, 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/noticias/cerca-de-6-a-cada-10 -estu-
dantes-adolescentes-estao-em -algum-grau-de-pobreza-aponta-levantamento/. Acesso em: 30 ago. 2024. 25
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z Iniciativas de apoio

Para enfrentar essa realidade, diversas organizações estão se mobilizando para oferecer
assistência a estudantes em situação de vulnerabilidade.
A associação Projeto Gauss é um exemplo, visto que oferece bolsas de estudo em cursos
preparatórios, mentoria e apoio multidisciplinar para alunos que desejam ingressar no ensi-
no superior.
Paulo Funari, diretor presidente do Projeto Gauss, explicou que a organização propor-
ciona bolsas para cursinhos pré-vestibulares, auxílio transporte e alimentação, além de um
programa de mentoria. A associação foi nomeada em homenagem a Johann Carl Friedrich
Gauss, um renomado matemático que superou dificuldades financeiras para alcançar suces-
so acadêmico.
No ano passado, o Projeto Gauss atuou em cinco estados brasileiros, oferecendo apoio
a mais de 100 estudantes com a ajuda de mais de 300 voluntários e investiu mais de R$ 5
milhões em educação desde 2015.

z Histórias de sucesso

O projeto tem impactado positivamente a vida de muitos jovens. Keiko Hanashiro, de 19


anos, é uma das beneficiadas e está se preparando para o vestibular de medicina.
Analice Nato, de 18 anos, também teve sua vida transformada pelo projeto. Ela venceu
um concurso de redação da Universidade de Harvard e atualmente cursa Relações Interna-
cionais na Universidade de São Paulo (USP), após receber apoio do Projeto Gauss. Para ser
beneficiado pelo Projeto Gauss, o estudante deve:

„ ser da rede pública ou bolsista integral em escola particular;


„ ter uma renda média familiar mensal correspondente a 1,5 salário mínimo por pessoa;
e
„ dedicar-se exclusivamente aos estudos durante o período da bolsa.

As inscrições para o ano de 2025 começam no dia 2 de agosto e podem ser feitas no site da
associação, envolvendo provas e entrevistas com os estudantes e suas famílias. Essa mobili-
zação é crucial para garantir que mais jovens possam superar as barreiras socioeconômicas
e alcançar seus objetivos educacionais.

Crescimento notável do e-commerce no Brasil18

Entre 2019 e 2022, o faturamento nominal do e-commerce brasileiro experimentou um


impressionante crescimento de 225%, de acordo com uma análise da Confederação Nacional
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

18 IVO, D. E-commerce no Brasil: conheça os principais dados, o market share, o crescimento e as principais esta-
tísticas, com atualização mensal. Conversion, 2024. Disponível em: https://www.conversion. com.br/blog/relatorio-
26 -ecommerce-mensal/. Acesso em: 30 ago. 2024.
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A análise, baseada na Pesquisa Anual do Comércio (PAC) divulgada pelo Instituto Brasilei-
ro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revelou uma mudança significativa no comportamento
do consumidor, refletida no aumento das receitas do comércio eletrônico.

z Impacto da digitalização e do atacarejo

O estudo aponta que o número de empresas com receitas exclusivamente on-line cresceu
79,2% no mesmo período. Esse crescimento é um reflexo direto da digitalização e da popula-
rização do atacarejo, um modelo que combina características do atacado e do varejo, ofere-
cendo preços diferenciados para compras em maior quantidade.
O setor atacadista, impulsionado por essa tendência, viu um aumento de 68% na receita
operacional líquida entre 2019 e 2022.

z Situação do comércio tradicional

Apesar do crescimento do e-commerce e do atacarejo, o comércio varejista e o setor auto-


motivo ainda estão se recuperando do impacto da pandemia. O número de pontos de venda
no Brasil caiu 7% em 2020 em comparação com o ano anterior, refletindo os desafios econô-
micos impostos pela crise econômica de 2015–2016 e pela pandemia da covid-19.

z Perspectivas futuras

Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo, observou que a digitalização e
o crescimento do atacarejo são tendências que vieram para ficar. No entanto, ele alertou para
os desafios macroeconômicos que ainda podem impactar o setor.
A continuidade da digitalização e a adaptação ao novo comportamento do consumidor
serão cruciais para a sustentabilidade e o crescimento contínuo do comércio eletrônico no
Brasil.
A seguir, estão destacados os principais pontos do estudo:

„ Crescimento do e-commerce: 225% de aumento no faturamento nominal entre 2019


e 2022;
„ Expansão das empresas on-line: aumento de 79,2% no número de empresas com
receitas exclusivamente digitais;
„ Popularização do atacarejo: crescimento de 68% na receita operacional líquida do
setor atacadista;
„ Desafios do comércio tradicional: queda de 7% no número de empresas em operação
em 2020 em comparação com o ano anterior;
„ Perspectivas futuras: necessidade de adaptação às novas tendências e atenção aos
ATUALIDADES

desafios macroeconômicos.

Dica
Esses dados destacam a transformação significativa no setor varejista e a necessidade de
estratégias adaptativas para enfrentar os desafios futuros.

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z Relatório SOFI 2024: insegurança alimentar no Brasil19

Na edição de 2024 do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimen-
tar Mundial (SOFI 2024), divulgada em 24 de julho no Rio de Janeiro, foi revelado um signifi-
cativo progresso na redução da insegurança alimentar severa no Brasil.
Em 2023, houve uma diminuição de 85% nesse índice, refletindo uma queda expressiva no
número de pessoas afetadas.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Welling-
ton Dias, comentou sobre os resultados: “Os dados das Nações Unidas indicam que estamos no
caminho certo. Em apenas um ano de governo, reduzimos a insegurança alimentar severa em
85%, retirando 14,7 milhões de brasileiros dessa condição”.
Os dados apresentados mostram que, em termos absolutos, 14,7 milhões de brasileiros
deixaram de enfrentar fome severa. Em 2022, 17,2 milhões de pessoas viviam nessa situação,
número que caiu para 2,5 milhões em 2023. Percentualmente, a insegurança alimentar seve-
ra reduziu de 8% para 1,2% da população.

„ Definição de insegurança alimentar severa

De acordo com a metodologia da FAO, a insegurança alimentar severa se caracteriza pela


falta total de acesso a alimentos, levando a pessoa a passar um dia inteiro ou mais sem comer.
Essa condição causa graves danos à saúde física e mental, especialmente na primeira
infância, comprometendo o desenvolvimento e a formação cognitiva.

„ Avanços no combate à fome

O relatório elaborado por agências da Organização das Nações Unidas (ONU) como FAO,
FIDA, UNICEF, Programa Mundial de Alimentos (PMA) e OMS atualiza anualmente o “Mapa
da Fome”. A publicação coincidiu com a Reunião Ministerial da Força-Tarefa do G20 para a
criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

„ Comparação de períodos trienais

O SOFI 2024 também destacou uma redução na insegurança alimentar severa no Brasil,
que passou de 8,5%, no triênio 2020–2022, para 6,6%, no período 2021–2023. Isso corresponde
a uma diminuição de 18,3 milhões para 14,3 milhões de brasileiros.
Em termos absolutos, quatro milhões de pessoas saíram da insegurança alimentar severa
na comparação entre esses períodos trienais.
Atenção! O Brasil saiu do “Mapa da Fome” em 2014, mantendo essa posição até 2018. No
entanto, entre 2019 e 2022, houve um aumento na pobreza, extrema pobreza e insegurança
alimentar. O país retornou ao “Mapa da Fome” no triênio 2019–2021, mantendo-se lá até o
triênio 2020–2022.

19 INSEGURANÇA alimentar severa cai 85% no Brasil em 2023, conforme dados extraídos de Relatório da ONU
sobre a Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024). Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e
28 Combate à Fome, 2024. Disponível em: https://tinyurl.com/36dztw6v. Acesso em: 30 ago. 2024.
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„ Impacto de 2023 e dados comparativos

Os dados individualizados para 2023 indicaram uma convergência entre a escala da FAO
e a utilizada pelo IBGE.
A redução da insegurança alimentar grave, medida pela Escala Brasileira de Insegurança
Alimentar (EBIA), foi significativa, com uma diminuição de cerca de 24 milhões de pessoas
entre 2022 e 2023, ou de 20 milhões ao ajustar os resultados da Pesquisa Nacional por Amos-
tra de Domicílios Contínua (PNADc) do IBGE para a escala da Rede PENSSAN em 2022.

z Novo ETF “Amazônia para Todos” busca financiamento sustentável para a região
amazônica20

O Banco do Brasil (BB), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Nacio-


nal de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal estão
unindo forças para criar um ETF (Exchange Traded Fund) chamado “Amazônia para Todos”.
Esse fundo, que será operado na B3, tem como objetivo financiar projetos sustentáveis
na Amazônia, promovendo investimentos que conciliem retornos financeiros e impactos
ambientais positivos.
O ETF “Amazônia para Todos” visa democratizar o acesso aos investimentos sustentáveis,
permitindo que tanto pequenos quanto grandes investidores participem da iniciativa. Com
planos de lançamento antes da COP 30, que acontecerá em Belém em 2025, o fundo espera
criar uma base sólida de investimentos que contribuam para o desenvolvimento sustentável
da região.
O fundo será estruturado com base em uma nova carteira de ativos de renda fixa, focada
em empréstimos sustentáveis na Amazônia.
As cotas do ETF serão acessíveis ao público em geral, com valores estimados em torno de
R$ 100, proporcionando liquidez e transparência, pois a composição da carteira será divul-
gada diariamente. Isso permitirá que investidores saibam exatamente em quais ativos estão
aplicando seu dinheiro.

„ Parcerias e apoio

O desenvolvimento do ETF será realizado de forma colaborativa entre BB, BNDES e Caixa,
com suporte técnico e financeiro do BID. Essa parceria está alinhada aos objetivos da Coali-
zão Verde, uma aliança internacional de bancos públicos de desenvolvimento que visa pro-
mover iniciativas sustentáveis na Amazônia.
O ETF “Amazônia para Todos” não busca apenas retorno financeiro, mas também visa
construir um futuro mais promissor e ambientalmente responsável para a Região Amazôni-
ca. As autoridades envolvidas destacam a importância da inovação financeira como um meio
ATUALIDADES

para enfrentar desafios como mudanças climáticas e promover a bioeconomia e a sustenta-


bilidade na região.

20 BNDES, BID, Banco do Brasil e Caixa planejam ETF Amazônia para Todos. BNDES, 2024. Disponível em: https://
tinyurl.com/5c4bmd8w. Acesso em: 30 ago. 2024. 29
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O fundo representa um passo significativo na mobilização de recursos para a preservação
e desenvolvimento sustentável da Amazônia, oferecendo uma oportunidade para investido-
res se unirem a esse esforço global.

z Investigação sobre transmissão vertical de febre oropouche no Brasil após mortes


inéditas21

O Ministério da Saúde do Brasil está monitorando com atenção seis casos suspeitos de
transmissão vertical da febre oropouche, uma condição em que gestantes infectadas podem
transmitir o vírus para seus fetos durante a gravidez.
Esses casos estão sendo investigados em três estados: Pernambuco, Acre e Bahia. Se confir-
mados, serão os primeiros registros mundiais de transmissão vertical da doença.
O Brasil registrou um aumento alarmante no número de casos de febre oropouche em
2024, com mais de 7 mil casos confirmados até julho, o que representa um aumento de 769%
em comparação ao ano anterior. Além disso, o país registrou as primeiras mortes relaciona-
das à doença, com dois óbitos confirmados na Bahia.

„ Possíveis implicações para a saúde pública

Estudos anteriores em animais sugeriram que a infecção pelo vírus oropouche durante
a gravidez pode resultar em abortamento e teratogenicidade fetal, condições que afetam o
desenvolvimento do feto.
Essa preocupação está sendo investigada no Brasil, onde foram detectados anticorpos con-
tra a febre oropouche em recém-nascidos com microcefalia e material genético do vírus em
um feto que morreu com 30 semanas de gestação.
Como não há vacina ou tratamento específico para a febre oropouche, a principal medida
de prevenção continua sendo o uso de repelentes para evitar picadas dos mosquitos trans-
missores. O Ministério da Saúde também emitiu uma nota técnica recomendando que esta-
dos e municípios intensifiquem a vigilância para possíveis casos de transmissão vertical, a
fim de prevenir futuras complicações.
Originalmente restrita à Região Norte do Brasil, a febre agora se espalhou por todos os
estados do país. A disseminação rápida da doença e o aumento significativo no número de
casos têm preocupado as autoridades de saúde, que estão tomando medidas para lidar com
essa ameaça emergente à saúde pública.
Por fim, esse cenário destaca a urgência de novas pesquisas e intervenções para com-
preender melhor a doença e desenvolver estratégias eficazes de controle e prevenção.

21 OROPOUCHE: casos de transmissão de gestante para bebê em investigação no Brasil. OPAS, 2024. Disponível
em: https://www.paho.org/pt/noticias/18-7-2024-oropouche-casos-transmissao- gestante-para-bebe-em-investiga-
30 cao-no-brasil. Acesso em: 30 ago. 2024.
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z Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é declarado Patrimônio Natural da Huma-
nidade pela UNESCO22

O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses foi recentemente declarado Patrimônio


Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura (UNESCO). Esse reconhecimento destaca o valor ambiental e turístico do parque,
reforçando a importância da sua preservação.
O anúncio foi feito na sexta-feira, 26 de julho de 2024, pelo comitê da UNESCO, elevando o
parque ao lado de outras sete áreas brasileiras que também têm essa prestigiosa designação.
A distinção foi concedida com base em critérios que valorizam a beleza singular e o cará-
ter único do fenômeno natural que o parque representa, segundo afirmou o ministro do
turismo, Celso Sabino:

O Brasil é conhecido por suas vastas belezas naturais, e o reconhecimento do Parque Nacio-
nal dos Lençóis Maranhenses como Patrimônio Mundial aumentará sua visibilidade no cená-
rio global, atraindo turistas de todo o mundo. Este título não apenas enaltece o prestígio
internacional do local, mas também traz benefícios tangíveis, especialmente em termos de
conservação.

Com uma área de 155 mil hectares, o parque está localizado em uma região de transição
entre os biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia e abriga ecossistemas variados, incluindo res-
tingas, campos de dunas móveis e costa oceânica.
Conhecido por suas dunas de areia branca e lagoas formadas pela água da chuva, o parque é
um destino popular entre ecoturistas por suas paisagens deslumbrantes e rica biodiversidade.
O status de Patrimônio Natural da Humanidade trará maior atenção à conservação dos
recursos naturais e da biodiversidade do parque, assegurando que suas paisagens e ecossis-
temas únicos sejam preservados para as gerações futuras.
O Ministério do Turismo tem trabalhado em um plano de ação para promover o desenvol-
vimento sustentável do turismo na região e em seu entorno, com o objetivo de fomentar a
inclusão social, gerando emprego e renda para a população local.
Além disso, o ministério lidera o Comitê Interministerial de Gestão Turística do Patrimô-
nio Mundial, iniciativa que visa desenvolver e promover o turismo com altos padrões de
sustentabilidade e preservação.
Agora, além dos Lençóis Maranhenses, o Brasil tem outras sete áreas reconhecidas como
Patrimônio Natural da Humanidade:

„ o Pantanal (MT/MS);
„ a Amazônia Central (AM);
„ a Costa do Descobrimento (BA/ES);
ATUALIDADES

„ o complexo Ilhas Atlânticas (Fernando de Noronha e Atol das Rocas);


„ o Parque Nacional do Iguaçu (PR);
„ o Vale do Ribeira (PR/SP); e
„ o complexo Chapada dos Veadeiros/Parque das Emas (GO).

22 MARQUES, F. Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é reconhecido como Patrimônio Natural da Humanida-
de. Ministério do Turismo, 2024. Disponível em: https://tinyurl.com/4pyten4b. Acesso em: 30 ago. 2024. 31
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z Histórico do processo de reconhecimento

O processo de reconhecimento do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses teve início


em 2023, quando uma equipe da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN)
visitou o Maranhão para avaliar os atributos técnicos da área e determinar se atendia aos
critérios necessários para ser incluída na lista de Patrimônios Naturais da Humanidade.

Lençóis Maranhenses. Foto: Divulgação.

Representantes dos governos federal e estadual, junto com o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e uma consultoria contratada pela UNESCO, reali-
zaram visitas a pontos estratégicos e comunidades nos municípios de Santo Amaro do Mara-
nhão e Barreirinhas.
Durante a avaliação, foram considerados fatores como a beleza natural, a proteção e os
limites da área, a atuação dos prestadores de serviços turísticos e a situação do plano de
manejo do parque.

z Copom mantém taxa Selic em 10,5% ao ano23

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, por unanimidade, man-
ter a taxa Selic, que define os juros básicos da economia, em 10,5% ao ano. A decisão foi anun-
ciada na quarta-feira, 31 de julho de 2024.
Na reunião anterior, realizada em junho, o Copom interrompeu o ciclo de cortes na taxa
de juros que havia começado quase um ano antes. De agosto do ano passado até março des-
te ano, o comitê havia reduzido a Selic em 0,5 ponto percentual a cada reunião. Em maio, a
redução foi de 0,25 ponto percentual.
Em comunicado, o Copom justificou a manutenção da taxa devido a um ambiente externo
desafiador e a indicadores econômicos e do mercado de trabalho doméstico que continuam
apresentando um dinamismo maior do que o esperado.

O Comitê, por unanimidade, optou por manter a taxa de juros inalterada, ressaltando que o
cenário global incerto e o cenário doméstico marcado pela resiliência na atividade, elevação
das projeções de inflação e expectativas desancoradas exigem um acompanhamento cuidado-
so e uma postura ainda mais cautelosa.

23 CRAIDE, S. Copom mantém juros básicos em 10,5% ao ano. Agência Brasil, 2024. Disponível em: https://tinyurl.
32 com/28wesp4v. Acesso em: 30 ago. 2024.
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O objetivo da decisão, segundo o comitê, foi consolidar o processo de desinflação. “A polí-
tica monetária deve permanecer contracionista pelo tempo necessário para assegurar não ape-
nas a continuidade da desinflação, mas também a ancoragem das expectativas de inflação em
torno da meta”, acrescentou.
O Copom reiterou que continuará vigilante e que eventuais ajustes futuros na taxa de juros
serão pautados pelo compromisso firme de convergir a inflação para a meta estabelecida.

„ Processo inflacionário

A taxa Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a infla-
ção oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em junho, o
IPCA registrou uma alta de 0,21%, abaixo do índice de 0,46% observado em maio.
No acumulado do ano, o IPCA apresentou uma alta de 2,48%. Nos últimos 12 meses, a taxa
é de 4,23%, acima dos 3,93% registrados no período anterior de 12 meses.
Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu uma meta de inflação de 3%,
com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. De acordo
com o Relatório de Inflação divulgado pelo Banco Central em junho, a inflação deve fechar
2024 em 4%. Já o boletim Focus, que reúne as expectativas do mercado financeiro, prevê uma
inflação oficial de 4,1% para o ano.

z Apenas 6,9% das áreas urbanas no Brasil são cobertas por vegetação24

Apenas 6,9% das áreas urbanas das cidades brasileiras são cobertas por vegetação, totali-
zando 283,7 mil hectares, o equivalente a metade da extensão territorial do Distrito Federal.
Esse dado foi revelado em um estudo do MapBiomas, uma rede ambiental composta por uni-
versidades, ONGs e empresas de tecnologia.
Julio Pedrassoli, coordenador da Equipe Urbano do MapBiomas, destacou que a cobertura
verde nas áreas urbanas é insuficiente. Ele mencionou a recomendação da Sociedade Brasi-
leira de Arborização Urbana de 15 metros quadrados (m²) de vegetação por habitante como
ideal.
No entanto, o estudo indicou uma média de apenas 13 m² por habitante. “A distribuição
desigual da vegetação pode tornar a situação ainda mais crítica”, observou Pedrassoli, ressal-
tando que áreas urbanas com menos de 30% de vegetação enfrentam aumento das tempera-
turas locais.
Para Pedrassoli, a vegetação urbana desempenha papéis cruciais, como regular o micro-
clima, contribuir para o sistema de drenagem e fornecer habitat para a fauna urbana. Além
disso, oferece espaços verdes importantes para lazer e atividades físicas, impactando positi-
vamente o bem-estar humano.
Os dados foram obtidos por meio da análise de imagens de satélites, que identificaram
ATUALIDADES

manchas de vegetação de pelo menos 1.000 m², incluindo vegetação rasteira, trepadeiras e
árvores de diferentes portes.

24 MOURA, B. Só 6,9% das áreas urbanas do país são cobertas por vegetação. Agência Brasil, 2024. Disponível em:
https:// agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-07/so-69-das-areas-urbanas- do-pais-sao-cobertas-por-vege-
tacao. Acesso em: 30 ago. 2024. 33
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As informações referem-se ao ano de 2022. A vegetação foi localizada em diversos espaços
urbanos, como parques, praças, unidades de conservação, áreas de preservação permanente
(APP), jardins, cemitérios, campos esportivos, hortas, calçadas, telhados e paredes verdes,
além de áreas abandonadas.

„ Distribuição por bioma e estado

O levantamento revelou que a Mata Atlântica abriga 61,5% da vegetação urbana no Brasil;
o Cerrado segue com 22%; a Amazônia com 6,6%; a Caatinga com 5,7%; o Pampa com 4%; e
o Pantanal com 0,2%.
Em termos estaduais, o Rio de Janeiro conta com a maior proporção de vegetação urbana,
com 13,1% em 39,7 mil hectares. O Distrito Federal tem 10,1% e São Paulo, 7,8%. As menores
coberturas estão no Norte, com Amapá (2,6%), Roraima (3%) e Rondônia (3,1%).
No Rio de Janeiro, as cidades com maior cobertura verde são Mesquita (65,99%), Nilópolis
(48,38%) e Nova Iguaçu (35,68%), todas localizadas no Parque do Mendanha. A cidade do
Rio de Janeiro, com parques naturais como Pedra Branca e Parque Nacional da Tijuca, tem a
maior área de Mata Atlântica, totalizando 12,3 mil hectares.
Das 10 cidades com maior cobertura verde, sete estão no Sudeste. As menores cobertu-
ras são encontradas em Lizarda, Tocantins (1,002%), e Jerônimo Monteiro, Espírito Santo
(1,002%).
Apenas nove municípios têm mais de 1.000 hectares de praças e parques no país, com
Brasília liderando, seguida por São Paulo. Sorocaba é a única cidade desse grupo que não é
capital.

„ Mudanças climáticas e recomendações

Pedrassoli ressaltou que a baixa cobertura de vegetação dificulta a adaptação às mudan-


ças climáticas. Ele defende a preservação das áreas verdes existentes e a ampliação equitati-
va da vegetação urbana.
“Não adianta ter uma grande área verde em um ponto e acreditar que isso beneficiará toda
a cidade. É essencial pensar na distribuição e aumentar a vegetação por habitante”, afirmou à
Agência Brasil.
O MapBiomas está desenvolvendo uma série temporal para monitorar a cobertura de
vegetação nos municípios. Isso permitirá avaliar não apenas a quantidade de vegetação per-
dida ou ganhada, mas também o ritmo das mudanças e o uso do solo associado.
“Relacionar essas mudanças com áreas de risco e prejuízos causados por eventos extremos
fornecerá um panorama do impacto da falta de infraestrutura verde nas cidades”, conclui
Pedrassoli.

34
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z Exposição imersiva de Tarsila do Amaral chega à estação Oscar Freire em São Paulo25

A partir de 16 de julho de 2024, a estação Oscar Freire da Linha 4–Amarela do Metrô de São
Paulo será o cenário de uma exposição gratuita e imersiva das obras de Tarsila do Amaral,
ícone da Semana de Arte Moderna de 1922.
A mostra, organizada pelo Instituto CCR, parte do Grupo CCR, responsável pela adminis-
tração da Via Quatro, promete envolver os visitantes na produção artística de Tarsila, com
ênfase nos anos de 1922 e 1923. Entre as obras apresentadas, destaca-se uma instalação ins-
pirada em “As Margaridas de Mário de Andrade”, em homenagem ao poeta e amigo próximo
da artista.

Importante!
A exposição também se destaca por sua abordagem inclusiva, oferecendo vídeos em
Libras, textos em braille, fonte ampliada, narração, audiodescrição e quadros táteis, garan-
tindo que a arte seja acessível a todos os visitantes.

„ Projeto Centenários

A exposição integra o Projeto Centenários, que visa aproximar renomados artistas da cul-
tura brasileira do público que utiliza o transporte público paulista, oferecendo acesso gratuito
à arte. Esta iniciativa já levou mostras de obras de Cândido Portinari à Estação Higienópolis–
Mackenzie e de Tomie Ohtake à Estação Faria Lima.
Renata Ruggiero, diretora-executiva do Instituto CCR, ressaltou a importância de trans-
formar a infraestrutura de mobilidade em espaços culturais como forma de democratizar o
acesso à cultura e à educação; conforme comentado:

Estamos proporcionando uma nova experiência cultural para os usuários da Linha 4-Amarela
do Metrô, conectando-os a figuras que deixaram um legado duradouro na sociedade brasilei-
ra, como Tarsila do Amaral.

Tarsilinha do Amaral, sobrinha-neta da artista, expressou sua satisfação com a iniciati-


va, que também inclui o patrocínio da temporada carioca do musical “Tarsila, a brasileira”,
estrelado por Claudia Raia; sobre a mostra, comentou Tarsilinha:

É uma alegria imensa ver o legado de minha tia-avó ser celebrado de maneira tão grandiosa e
acessível. A exposição não só mantém viva a memória de Tarsila como também assegura que
sua importância para a arte brasileira seja amplamente reconhecida. A inclusão de recursos
de acessibilidade na mostra é um avanço crucial para que todos possam apreciar e se conectar
ATUALIDADES

com sua obra. Que essas ações culturais continuem a enriquecer nossa identidade e a vida de
todos que as experimentam.

25 GRUPO CCR homenageia Tarsila do Amaral com exposição imersiva e inclusiva na Estação Oscar Freire, em
São Paulo. Grupo CCR, 2024. Disponível em: https://www.grupoccr.c om.br/noticias /grupo-ccr-homenageia-tarsi-
la/. Acesso em: 30 ago. 2024. 35
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z Brasil pode ganhar universidade no ponto mais setentrional do país26

Uma proposta recentemente aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do


Senado sugeriu a transformação do campus de Oiapoque da Universidade Federal do Amapá
(Unifap) na Universidade Federal da Fronteira Norte (Unifron). O projeto agora será analisa-
do pela Câmara dos Deputados.
O município de Oiapoque, situado no extremo norte do Amapá, na Região Amazônica bra-
sileira e próximo à fronteira com a Guiana Francesa, pode em breve ser o lar de uma nova
instituição de ensino superior.
A Unifap iniciou suas atividades em 1970, inicialmente como Núcleo Avançado de Ensino
(NEM) vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA). Em 2013, o campus de Oiapoque foi
convertido em um campus binacional, adquirindo uma direção geral e estrutura administra-
tiva próprias.
Se a proposta for aprovada, a nova Universidade Federal da Fronteira Norte (Unifron) ofe-
recerá cursos de graduação e pós-graduação, além de focar no desenvolvimento de pesquisas
e no fortalecimento do desenvolvimento regional. Todos os alunos atualmente matriculados
no campus de Oiapoque serão transferidos para a nova universidade a partir da data de
publicação da lei.
O projeto, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (sem partido), recebeu o apoio do
relator, senador Davi Alcolumbre (União–AP). Segundo Alcolumbre, a criação da Unifron
reforça a relação entre o Brasil e a Guiana Francesa. Afirma Davi: “Estamos promovendo
encontros para estreitar ainda mais esses laços, que são benéficos tanto para o Brasil quanto
para o Amapá”.
A nova instituição funcionará de forma autônoma, mas continuará vinculada ao Minis-
tério da Educação. O senador Randolfe Rodrigues acredita que a autonomia do campus de
Oiapoque é essencial para o avanço da educação no estado.

z Mostra ecofalante exibirá 122 filmes sobre temas socioambientais em São Paulo27

A 13ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, um dos principais eventos sul-americanos


voltados para a produção audiovisual com foco em questões socioambientais, ocorrerá em
São Paulo.
O festival exibirá 122 filmes de 24 países, abordando a relação entre o homem e o meio
ambiente.
“O evento ocupa um lugar especial no calendário cultural de São Paulo”, destacou o diretor
da mostra, Chico Guariba. Em entrevista à Agência Brasil, ele acrescentou que a programação
deste ano abrange temas cruciais, como a preservação da Amazônia, os direitos dos povos
indígenas, a desigualdade social e o racismo estrutural.
Entre os destaques da edição estão:

26 BRASIL poderá ter universidade no ponto mais ao norte do país. ANDIFES, 2024. Disponível em: https://tinyurl.
com/. Acesso em: 30 ago. 2024.
27 13ª MOSTRA Ecofalante de Cinema tem produções socioambientais. Observatório do Terceiro Setor, 2024. Dis-
36 ponível em: https://tinyurl.com/bdfe2atv. Acesso em: 30 ago. 2024.
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„ Especial emergência climática: com filmes como Arrasando Liberty Square, de Katja
Esson, que explora a gentrificação climática; Filhos do Katrina, de Edward Buckles Jr.,
premiado no Festival de Tribeca e que discute os impactos do furacão Katrina em Nova
Orleans; e o longa francês Uma Vez Que Você Sabe, de Emmanuel Cappelin, que aborda
o iminente colapso ambiental do planeta.
„ Mostra histórica: inclui obras clássicas de cineastas mulheres latino-americanas, como
De Certa Maneira da cubana Sara Gómez; Araya da venezuelana Margot Benacerraf e
Amor, Mulheres e Flores da colombiana Marta Rodríguez e Jorge Silva.

A edição deste ano traz a nova Mostra Competitiva Territórios e Memória, com 27 filmes
nacionais focados em questões socioambientais e temas territoriais brasileiros. Sobre essa
questão, Guariba disse: “Essa competição é uma plataforma para obras audiovisuais brasileiras
que exploram questões locais e socioambientais, enriquecendo a diversidade de perspectivas”.
A Competição Latino-Americana também continua, com a exibição de filmes de sete países
da América Latina e o tradicional Concurso Curta Ecofalante, que apresentará curtas-metra-
gens de estudantes de cinema de nove estados brasileiros.
Além disso, a mostra fará uma homenagem aos 30 anos do Instituto Socioambiental (ISA),
com a estreia mundial de Mapear Mundos, de Mariana Lacerda, e uma roda de conversa com
a equipe do filme marcada para o dia 3 de agosto. “Essa retrospectiva destaca o papel vital das
organizações da sociedade civil na defesa dos direitos dos povos indígenas e do meio ambiente
no Brasil”, afirmou o diretor do festival.

„ Debates centrais dos eventos

O festival incluirá seis debates sobre temas como inteligência artificial, emergência cli-
mática, cidades resilientes, direitos trabalhistas e taxação dos super-ricos. Haverá também
bate-papos com especialistas da área cinematográfica e estreias de filmes brasileiros com a
presença de suas equipes e atores.
Um destaque adicional é o encontro A Sustentabilidade na Indústria Audiovisual, que
ocorrerá na manhã do dia 9 de agosto. O evento discutirá práticas sustentáveis na indústria
cinematográfica brasileira reunindo profissionais para compartilhar experiências e desafios.
Após São Paulo, a Mostra Ecofalante seguirá para Brasília, Belém, Belo Horizonte, Porto
Alegre e cidades do interior paulista. “Queremos democratizar o acesso ao cinema e alcançar
um público diversificado em todo o país”, concluiu Guariba.
A Mostra Ecofalante é gratuita e será exibida em diversos locais, incluindo o Reserva Cul-
tural; Circuito Spcine Lima Barreto (Centro Cultural São Paulo); Cine Satyros Bijou; Nave
Coletiva; Circuito Spcine Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes; e 15 unidades do
Circuito Spcine nos Centros Educacionais Unificados (CEUs). Mais informações e a programa-
ção completa estão disponíveis no site da mostra.
ATUALIDADES

37
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AGOSTO DE 2024

Mundo

z Negociações complexas levam à maior troca de prisioneiros entre EUA e Rússia des-
de a Guerra Fria28

A troca de prisioneiros entre os Estados Unidos (EUA) e a Rússia, concluída em agosto de


2024, envolveu meses de negociações meticulosas, incluindo a oferta de Vadim Krasikov, um
assassino russo condenado, em troca de dois americanos detidos na Rússia, sendo eles Paul
Whelan, ex-fuzileiro naval, e Evan Gershkovich, repórter do Wall Street Journal.
A proposta, inicialmente discutida em uma reunião secreta entre agentes da Central Intel-
ligence Agency (CIA) e a inteligência russa, representou o ponto culminante de anos de esfor-
ços por parte dos EUA para garantir a libertação de americanos acusados injustamente de
espionagem na Rússia.
A complexidade das negociações foi intensificada pelo fato de que Krasikov estava preso
na Alemanha, e sua liberação foi essencial para que o acordo fosse aceito por Moscou. O pre-
sidente Joe Biden desempenhou um papel crucial ao persuadir o chanceler alemão Olaf
Scholz a liberar Krasikov, que era altamente desejado pelo presidente russo Vladimir Putin.
O acordo, que envolveu 24 prisioneiros e sete países, incluiu não apenas Whelan e Ger-
shkovich, mas também a libertação da jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva e do
crítico de Putin, Vladimir Kara-Murza. A troca marcou o maior acordo deste tipo desde a
Guerra Fria, simbolizando um delicado equilíbrio diplomático entre as nações envolvidas.
A prisão de Gershkovich, em março de 2023, por espionagem, após a rejeição de várias
ofertas de troca envolvendo Whelan, forçou os EUA a intensificarem suas negociações.
Com a prisão de Viktor Bout, anteriormente trocado pela estrela do basquete Brittney Gri-
ner, o governo dos EUA teve que buscar outros prisioneiros russos de alto valor ao redor
do mundo, recorrendo a aliados como Alemanha, Polônia e Eslovênia para consolidar uma
oferta atraente.
Finalmente, em julho de 2024, a Rússia aceitou a proposta dos EUA, resultando na troca
realizada em Ancara, Turquia.

„ Convencendo a Alemanha e outros aliados para a maior troca de prisioneiros


entre EUA e Rússia

Antes que a CIA pudesse apresentar uma proposta concreta à Russia, envolvendo Vadim
Krasikov, o governo Biden precisou obter o acordo da Alemanha. Antony Blinken, secretário
de Estado, soube por meio de James Rubin, funcionário do departamento de Estado, que o
governo alemão poderia concordar com a troca, caso houvesse um imperativo moral convin-
cente. Essa informação impactou a estratégia dos EUA ao buscar o apoio alemão.

28 EVANS. G. Os bastidores da maior troca de prisioneiros entre EUA e Rússia desde a Guerra Fria. BBC News Bra-
38 sil, 2024. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/ articles/c51y1qqevvqo. Acesso em: 13 set. 2024.
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Em abril de 2023, Blinken sugeriu a troca de Krasikov, durante uma reunião do Grupo dos
7 (G7), à ministra das relações exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, que expressou
preocupações, especialmente sobre a possibilidade de Navalny retornar à Rússia.
Ainda assim, Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional, continuou a tratar da ques-
tão com seu homólogo alemão, enquanto Biden e Kamala Harris também fizeram apelos
diretamente ao chanceler alemão, Olaf Scholz.
O presidente Biden discutiu a questão com Scholz várias vezes, incluindo em uma ligação,
em janeiro, e em uma reunião no salão oval, em fevereiro de 2024. Nessa reunião, Scholz
finalmente se comprometeu a ajudar, respondendo a Biden: “por você, eu farei isso”. Sullivan,
então, foi encarregado de fazer o acordo acontecer.

„ A morte de Navalny e o impacto nas negociações

Em fevereiro de 2024, Alexey Navalny morreu em uma prisão russa, o que esfriou momen-
taneamente os esforços para a troca. Navalny era parte das negociações iniciais e sua morte
durante a Conferência de Segurança de Munique complicou o processo.
Kamala Harris, que estava presente na conferência, aproveitou a oportunidade para pres-
sionar Scholz pessoalmente. Em uma reunião privada, Harris enfatizou a importância da
liberação de Krasikov para avançar o acordo.
Apesar do contratempo com a morte de Navalny, Sullivan e sua equipe continuaram tra-
balhando em Washington. Em março, eles finalizaram uma nova lista de prisioneiros, que
incluía o crítico russo Vladimir Kara-Murza e outros sete prisioneiros políticos. A inclusão
desses prisioneiros foi fundamental para convencer a Alemanha a liberar Krasikov em junho.
Além da Alemanha, os EUA também precisaram persuadir a Eslovênia, que mantinha dois
russos presos. Harris se encontrou com o primeiro-ministro esloveno, Robert Golob, durante
a conferência em Munique e Biden também fez pressão, ligando para Golob momentos antes
de anunciar o fim de sua campanha de 2024.

z Região de Belgorod, na Rússia, entra em estado de emergência após ataques da


Ucrânia29

A região de Belgorod, na Rússia, declarou estado de emergência em resposta aos contínuos


ataques das forças ucranianas, conforme anunciado pelo governador Vyacheslav Gladkov,
em 14 de agosto de 2024.
A situação na região, que faz fronteira com a Ucrânia, foi descrita como “extremamente
difícil e tensa”, com bombardeios diários, resultando em destruição de casas e vítimas civis.
Em resposta à escalada dos ataques, que incluíram a destruição de 117 drones e quatro
mísseis táticos pelas defesas aéreas russas, o governo regional decidiu declarar a emer-
gência em toda Belgorod, com a possibilidade de apelar ao governo federal para uma
ATUALIDADES

declaração de emergência em nível nacional.


As regiões de Kursk e Voronezh também foram alvo de drones ucranianos, indicando uma
ampliação da ofensiva aérea da Ucrânia.

29 BALDUINO, I. Rússia declara estado de emergência em Belgorod após ataque ucraniano. Agência Brasil, 2024.
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional /internacional/audio/2024-08/russia-decla-
ra- estado-de-emergencia-em-belgorod-apos-ataque -ucraniano. Acesso em 13 set. 2024. 39
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Essa intensificação dos confrontos reflete a gravidade do conflito em curso entre a Rússia
e a Ucrânia, com impactos diretos sobre as populações civis nas áreas de fronteira. A situa-
ção na região de Belgorod exemplifica os desafios humanitários e de segurança enfrentados
em meio à guerra, à medida que as hostilidades se aproximam cada vez mais das fronteiras
russas.

z OMS declara emergência de saúde pública global devido ao surto de mpox na África30

Em 14 de agosto de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de


mpox na África como uma emergência de saúde pública global. A decisão foi tomada após
preocupações sobre a propagação de uma cepa mais letal do vírus, o clado Ib, que atingiu
quatro províncias africanas anteriormente não afetadas. Anteriormente, essa cepa havia
sido controlada na República Democrática do Congo.
O comitê de emergência da OMS, composto por especialistas independentes, reuniu-se
virtualmente para assessorar o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus,
sobre a situação.
Após a reunião, Ghebreyesus declarou o surto como uma emergência de saúde pública de
preocupação internacional (PHEIC, na sigla em inglês), o mais alto nível de alerta previsto
pelo direito internacional de saúde. Este status é aplicado a eventos que representam um ris-
co de disseminação internacional de doenças e exigem uma resposta coordenada.
Na véspera dessa declaração, os centros africanos de controle e prevenção de doenças já
haviam classificado o surto como uma emergência de saúde pública de segurança continen-
tal, a primeira desde a criação da agência, em 2017.
Desde o início de 2024, mais de 17 mil casos de mpox foram relatados em 13 países africa-
nos, resultando em mais de 500 mortes. A República Democrática do Congo é a mais afeta-
da, com 14 mil casos confirmados e responsável por 96% dos novos registros.
A mpox, anteriormente chamada varíola dos macacos, é uma doença viral que pode ser
transmitida entre humanos e animais por contato direto, como toque físico ou relação sexual,
além de objetos contaminados, como roupas e agulhas. Os sintomas incluem febre, erupções
dolorosas, dor de cabeça, dores musculares, fadiga e inchaço dos gânglios linfáticos.

Dica

A mpox foi predominantemente detectada na África Central e Ocidental por décadas, mas
em 2022 houve uma propagação para a Europa e América do Norte. A OMS já havia decla-
rado uma emergência global por causa do vírus, em julho de 2022, mas a medida foi encer-
rada em maio de 2023.

A doença é caracterizada por dois clados genéticos, sendo o clado Ib mais transmissível
e responsável por formas mais graves. A OMS reforçou que o vírus pode ser controlado se
ações adequadas forem tomadas de maneira oportuna.

30 OMS declara mpox como emergência em saúde pública global; saiba o que isso significa. Brasil de Fato, 2024.
40 Disponível em: https://tinyurl.com/3wkxkcjc. Acesso em 13 set. 2024.
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Para isso, a organização assinou um processo de lista de uso de emergência para vacinas
contra a mpox e desenvolveu um plano de resposta regional, com um orçamento de US$ 15
milhões, dos quais US$ 1,45 milhão já foi liberado do fundo de contingência para emergên-
cias da OMS.

z Resposta à mpox na África enfrenta déficit de financiamento, afirma CDC africano31

A África garantiu menos de 10% dos US$ 245 milhões necessários para combater o cres-
cente surto de mpox no continente, segundo o centro africano de controle e prevenção de
doenças (CDC da África).
Em 28 de agosto de 2024, o chefe de gabinete do CDC africano, Ngashi Ngongo, revelou que,
apesar dos esforços, os recursos financeiros disponíveis estão longe do ideal.
Atenção! O surto de mpox, classificado pela Organização Mundial da Saúde como uma
emergência de saúde global em meados de agosto, intensificou-se com a propagação de uma
nova cepa do vírus que se espalhou da República Democrática do Congo para países vizinhos.
Segundo Ngongo, até o momento cerca de US$ 20 milhões foram garantidos, com US$ 10
milhões provenientes do governo da República Democrática do Congo e US$ 10,4 milhões
aprovados pela União Africana. No entanto, ainda resta um déficit de US$ 224 milhões, que o
CDC da África está tentando captar para suprir a lacuna no financiamento.
Jean Kaseya, diretor-geral do CDC africano, informou que o continente está em processo
de assegurar quase 1 milhão de doses da vacina contra a mpox. Entre as fontes confirmadas
estão 215 mil doses da Bavarian Nordic, 100 mil da França, 100 mil da Alemanha e 500 mil
da Espanha.
No entanto, ainda não há previsão para a chegada das vacinas à República Democrática do
Congo, o país mais afetado pela doença.
A mpox é uma infecção viral que, embora geralmente leve, pode ser fatal. Ela causa lesões
dolorosas e sintomas semelhantes aos da gripe, exigindo uma resposta rápida e eficaz, que
depende diretamente do financiamento adequado.

z Equipe de refugiados marca presença na Olimpíada de Paris32

Durante duas semanas de celebração esportiva em Paris, que começaram com alegria à
beira do Rio Sena, a Equipe Olímpica de Refugiados encerrou com um sentimento de orgulho
e conquista, incluindo a conquista de sua primeira medalha olímpica.
Formada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pela Fundação Refúgio Olímpico
(ORF), com apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a equipe surgiu para propor-
cionar aos atletas deslocados a oportunidade de brilhar no maior evento esportivo global. A
estreia da equipe ocorreu nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Kelly Clements,
vice-alta comissária das Nações Unidas para Refugiados, que assistiu à cerimônia de encerra-
ATUALIDADES

mento no domingo, 11 de agosto de 2024, afirmou:

31 RESPOSTA à mpox tem menos de 10% do financiamento necessário, diz centro africano. CNN Brasil, 2024. Dis-
ponível em: https://www. cnnbrasil.com.br/internacional/resposta-a -mpox-tem-menos-de-10-do-financiamento-ne-
cessario-diz-centr o-africano. Acesso em 13 set. 2024.
32 EQUIPE de Refugiados inspira e faz história na Olimpíada de Paris. ACNUR, 2024. Disponível em: https://www.
acnur.org/ portugues/2024/08/13/equipe-de-refugiados -inspira-e-faz-historia -na-olimpiada-de-paris. Acesso em
13 set. 2024. 41
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Esses atletas refugiados superaram enormes desafios, e seu sucesso é um lembrete poderoso
do que pode ser alcançado quando os refugiados recebem o suporte necessário para realizar
seus sonhos.

“Após uma performance histórica, é evidente que esses 37 atletas mostraram o que é possível
quando os refugiados têm a chance de prosperar”, comentou Jojo Ferris, diretora da ORF.
A boxeadora Cindy Ngamba conquistou a medalha de bronze na categoria de 75 kg femini-
no, tornando-se a primeira atleta da Equipe Olímpica de Refugiados a subir ao pódio.

Cindy Ngamba chegou até as semifinais no boxe 75kg feminino, conquistando a primeira medalha da equipe de
refugiados. Foto: David Burnett/COI

Cindy afirmou:

Representar a equipe de refugiados e ser a primeira a ganhar uma medalha olímpica é uma
grande honra. Espero que esta medalha seja a primeira de muitas para refugiados em futuros
Jogos Olímpicos.

“Sou apenas uma entre milhões forçada a se deslocar, e espero que minha história possa ofe-
recer esperança e inspirar outros a acreditar que tudo é possível”, acrescentou. O desempenho
de Ngamba foi uma das várias conquistas notáveis da equipe.
No atletismo, Dominic Lokinyomo Lobalu ficou a poucos segundos de uma medalha na
final dos 5.000 m masculinos, terminando em quarto lugar. Perina Lokure Nakang e Jamal
Abdelmaji também se destacaram com seus melhores resultados pessoais nos 800 m femini-
no e 10.000 m masculino, respectivamente.
Na canoagem, três refugiados chegaram às quartas de final: Fernando Dayan Jorge Enri-
quez, na canoa masculina de 1.000 m, Saeid Fazloula, no caiaque masculino de 1.000 m e
Saman Soltani, no caiaque feminino de 500 m.
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, 29 atletas refugiados competiram, incluindo a ciclista
Masomah Ali Zada, que liderou a equipe em Paris, como chefe de missão e porta-voz.
Na cerimônia de abertura em Paris, Ngamba e Yahya Al Ghotany, competidor de taekwon-
do, foram os porta-bandeiras. Durante a cerimônia de encerramento, Farida Abaroge e Kasra
Mehdipournejad representaram a equipe, enquanto Ngamba se juntou a outros atletas para
apagar a chama olímpica com o presidente do COI, Thomas Bach.

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Além dos competidores sob a bandeira do COI para Refugiados, outros atletas também
destacaram a força e a resiliência dos deslocados. Kimia Alizadeh, refugiada iraniana, con-
quistou a primeira medalha da Bulgária no taekwondo, após competir pela Equipe Olímpica
de Refugiados, em Tóquio.
O time de basquete masculino do Sudão do Sul, composto por ex-refugiados, incluindo
Wenyen Gabriel, representou o continente africano em Paris, derrotando Porto Rico antes de
enfrentar a Sérvia e os Estados Unidos.
Desde a cerimônia de abertura até as competições e conquistas, a Equipe Olímpica de Refu-
giados evidenciou o poder do esporte para inspirar e dar esperança aos deslocados. “Embora
a chama olímpica se apague em Paris, o legado da Equipe Olímpica de Refugiados continuará a
inspirar a todos nós”, concluiu Clements.

z NASA lança satélite para monitorar emissões de gases de efeito estufa33

Na sexta-feira, 16 de agosto de 2024, a National Aeronautics and Space Administration


(NASA), em parceria com a SpaceX, lançou o satélite Tanager-1 a bordo de um foguete Falcon
9. Este satélite foi projetado para identificar e medir as emissões de gases de efeito estufa,
como metano e dióxido de carbono, na atmosfera terrestre.
No mesmo dia em que entrou em órbita, o Tanager-1 estabeleceu comunicação com os
controladores na Terra, marcando o início de uma nova era no monitoramento climático.

Fonte: Agência Espacial dos Estados Unidos.

Equipado com um espectrômetro de imagem avançado, desenvolvido pelo Jet Propulsion


Laboratory, da NASA, o Tanager-1 é capaz de detectar os “rastros” característicos deixados
pelos gases de efeito estufa ao absorverem diferentes comprimentos de onda de luz.
Essa tecnologia permitirá identificar com precisão as concentrações de metano e dióxido de
carbono na atmosfera, fornecendo dados cruciais para a mitigação das mudanças climáticas.
Os dados coletados pelo Tanager-1 serão disponibilizados ao público, permitindo que
cientistas, formuladores de políticas e organizações globais acessem informações detalhadas
ATUALIDADES

sobre as emissões de gases de efeito estufa. Essa transparência é fundamental para promo-
ver ações concretas na redução das emissões em escala global.
O projeto é liderado pela Carbon Mapper Coalition, uma organização sem fins lucrativos
dedicada a promover a redução de emissões de gases de efeito estufa. Riley Duren, CEO da
organização, destacou a importância do satélite ao afirmar:

33 PAQUES, G. Nasa lança satélite para monitorar gases de efeito estufa. Antena 1, 2024. Disponível em: https://
www. antena1.com.br/noticias/nasa-lanca-satelite-para-monitorar-gases-de-efeito-estufa. Acesso em 13 set. 2024. 43
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Ao detectar, identificar e quantificar grandes emissores, e tornar esses dados acessíveis aos
tomadores de decisão, podemos catalisar ações significativas para reduzir as emissões agora.

O Tanager-1 está programado para escanear cerca de 130 mil km² da superfície terrestre
diariamente, contribuindo para pesquisas científicas e oferecendo dados abertos ao público
por meio do portal de dados da Carbon Mapper.
Com o aumento contínuo de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, que atual-
mente está 50% acima dos níveis de 1750, a necessidade de monitoramento rigoroso é mais
urgente do que nunca.
Atenção! A Carbon Mapper Coalition planeja lançar um segundo satélite Tanager, equi-
pado com um espectrômetro de imagem ainda mais avançado, para aprofundar os estudos
sobre os gases de efeito estufa e reforçar as ações globais de mitigação.

z Supremo da Venezuela confirma reeleição de Maduro34

Na quinta-feira, 22 de agosto de 2024, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela


anunciou sua decisão final sobre a eleição presidencial de 28 de julho de 2024, ratificando a
vitória de Nicolás Maduro para o mandato de 2025 a 2031.
A presidente do TSJ, Caryslia Rodríguez, declarou que a decisão é inapelável e confirma
os resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Ela afirmou que não há
possibilidade de recorrer da decisão, e que o CNE deve publicar os resultados definitivos no
diário oficial até o dia 30 de agosto de 2024. A decisão ainda menciona que o CNE foi alvo de
um ataque cibernético que dificultou seu trabalho.
A publicação dos resultados no diário oficial é exigida pelo art. 155, da Lei Orgânica dos
Processos Eleitorais, que estipula um prazo de até 30 dias após a proclamação do vencedor.
Esse prazo é mais longo do que o procedimento habitual de divulgação imediata na internet,
o que tem gerado questionamentos sobre a transparência e a confirmação dos resultados.
Atenção! O TSJ também divulgou trechos dos relatórios de peritos nacionais e internacio-
nais, como o Conselho de Especialistas Eleitorais da América Latina (Ceela) e o Observatório
do Pensamento Estratégico para a Integração Regional, que confirmam a consistência dos
resultados eleitorais com os registros das máquinas de votação e os centros de totalização.
A oposição, que havia anunciado sua rejeição à decisão, argumenta que a decisão do TSJ
valida uma suposta fraude eleitoral e que os magistrados violam direitos eleitorais e podem
incorrer em responsabilidades legais.
A presidente do TSJ mencionou ainda uma investigação em andamento sobre alegações
de usurpação de funções e falsificação de documentos, associadas a um site da oposição que
publicou atas que indicariam a vitória do opositor Edmundo González.
Caryslia Rodríguez destacou a competência do TSJ para resolver disputas eleitorais, citan-
do exemplos de eleições controversas em outros países, como Brasil, México e EUA. Ela refor-
çou que tribunais com jurisdição eleitoral são a última instância para a resolução de tais
disputas, conforme garantias do estado de direito.

34 GALÃO, F. Supremo da Venezuela, dominado pelo chavismo, confirma vitória de Maduro. Gazeta do Povo, 2024.
Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/ supremo-venezuela-confirma-vitoria-maduro. Acesso
44 em 13 set. 2024.
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Além disso, Rodríguez apontou que vários partidos e o candidato Edmundo González não
forneceram a documentação solicitada pelo TSJ, o que foi interpretado como uma recusa em
reconhecer a autoridade judicial e pode acarretar sanções legais.
O secretário-geral do partido Movimento Por Venezuela, Simón Calzadilla, criticou a deci-
são do TSJ, alegando que a falta de divulgação dos dados eleitorais impede a verificação dos
resultados e caracteriza uma tentativa de ocultação por parte das instituições governamen-
tais e judiciais.

z Convenção democrata: Kamala Harris é oficializada como candidata à presidência35

Na terça-feira, 20 de agosto de 2024, Kamala Harris, atual vice-presidente dos Estados


Unidos, foi formalmente confirmada como candidata à presidência durante o segundo dia
da Convenção Nacional Democrata, em Chicago. A oficialização foi feita por unanimida-
de pelos delegados estaduais presentes, em um evento que simbolicamente ratificou sua
candidatura.
A confirmação de Harris já havia ocorrido de forma inédita em 2 de agosto de 2024, por
meio de uma votação virtual, um marco na história das convenções partidárias.
Quatro dias após, o governador de Minnesota, Tim Walz, foi anunciado como companhei-
ro de chapa e teve sua candidatura confirmada durante a convenção.
Kamala Harris expressou sua gratidão e entusiasmo em um discurso transmitido ao vivo
de Milwaukee, Wisconsin. Enquanto a plateia assistia a uma transmissão parcial em telões
na convenção, afirmou Harris:

Estamos imensamente orgulhosos de sermos os seus indicados. Esta é uma campanha que
representa o poder do povo e juntos, vamos traçar um novo caminho rumo a um futuro de
liberdade, oportunidade e esperança. Agradecemos a todos em Chicago e em todo o país

„ Desistência de Biden

Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, obteve o número necessário de dele-
gados para tornar-se a candidata presidencial do Partido Democrata para as eleições de 2024.
A confirmação oficial ocorreu após a desistência do presidente Joe Biden de concorrer
à reeleição e sua subsequente declaração de apoio a Harris. Com a desistência de Biden, a
vice-presidente emergiu como a única candidata relevante para a indicação do partido.
O apoio a Harris foi quase unânime dentro do partido, incluindo de potenciais adversá-
rios, permitindo que ela garantisse o suporte necessário de delegados em menos de 36 horas.
Esse processo foi significativamente mais rápido e direto em comparação com sua campanha
de 2020, quando a disputa se estendeu por 11 meses e Harris retirou sua candidatura antes
das primárias de Iowa.
ATUALIDADES

Após a saída de Biden, que havia escolhido Harris como sua companheira de chapa na
eleição anterior, ela foi preparada para liderar o partido. Nos últimos dias, Harris e sua equi-
pe ajustaram a campanha para adequar-se ao novo cronograma.

35 KAMALA Harris é oficializada como candidata do Partido Democrata à presidência dos EUA. GAUCHAZH, 2024.
Disponível em: https://tinyurl.com/3vk6h7zn. Acesso em 13 set. 2024. 45
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Em julho, a campanha de Harris arrecadou impressionantes US$ 310 milhões, um valor
que supera o montante arrecadado pela campanha do ex-presidente Donald Trump no mes-
mo período. A arrecadação reflete a renovada energia e apoio dentro do Partido Democrata
para sua candidatura.

z Zelensky sanciona lei que proíbe grupos religiosos com vínculos russos na Ucrânia36

No Dia da Independência da Ucrânia, 24 de agosto de 2024, o presidente Volodymyr


Zelensky sancionou uma lei que proíbe grupos religiosos com laços com a Rússia, marcando
dois anos e seis meses desde o início da invasão russa.
O principal alvo da legislação é a Igreja Ortodoxa Ucraniana (IOU), historicamente ligada
ao Patriarcado de Moscou, da Igreja Ortodoxa Russa.
Em seu discurso noturno, Zelensky destacou a importância da medida: “A ortodoxia ucra-
niana está se libertando dos demônios de Moscou”. A nova lei concede um prazo de nove
meses para que a IOU e outros grupos religiosos rompam qualquer conexão com a Rússia,
sob pena de fechamento por ordem judicial. A legislação foi aprovada pelo parlamento ucra-
niano em 20 de agosto, com 265 votos favoráveis e 29 contrários.
Embora a IOU tenha afirmado que cortou vínculos com o Patriarcado de Moscou em
2022, as autoridades ucranianas afirmam que os laços ainda persistem. Segundo o Ser-
viço Estatal de Política Étnica e Liberdade de Consciência da Ucrânia, a igreja permanece na
órbita de Moscou.
O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) acusou a IOU de espalhar propaganda pró-Rús-
sia, abrindo processos criminais contra mais de 100 clérigos desde o início da invasão. Quase
50 já foram formalmente acusados, e 26 condenados, incluindo um clérigo que usou seus
sermões para apoiar a invasão e encorajar paroquianos a colaborarem com os russos. Ele foi
sentenciado a cinco anos de prisão.
Mykyta Poturaiev, parlamentar que patrocinou a lei, afirmou que o Patriarcado de Mos-
cou não é apenas uma influência, mas um “participante direto da guerra”. A Ucrânia, pre-
dominantemente ortodoxa, foi por séculos subordinada ao patriarcado de Moscou, mas a
anexação da Crimeia, em 2014, intensificou as divisões entre as igrejas ortodoxas do país.
Em 2019, o Patriarca Bartolomeu I de Constantinopla reconheceu oficialmente a Igreja
Ortodoxa da Ucrânia como independente, com sede em Kiev.
Para o líder da igreja de Kiev, Metropolitano Epiphanius, a nova lei é uma oportunidade de
“proteger o espaço espiritual ucraniano do jugo do mundo russo”, referindo-se à influência
que o Kremlin exerce sobre várias instituições religiosas na Rússia. Ele ressaltou que muitos
líderes religiosos russos justificam a guerra como uma “guerra santa” e veem a destruição da
Ucrânia como um dever moral.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev (KIIS), em abril
de 2024, revelou que 83% dos ucranianos apoiam a intervenção estatal nas atividades da IOU,
e 63% acreditam que a igreja deveria ser completamente proibida. Apesar do apoio popular
à lei, há críticas. O metropolita Clement, porta-voz da IOU, declarou que a medida divide a
população em “cidadãos certos e errados”.

36 MONIN, S. Ucrânia aprova lei que proíbe atividades da Igreja Ortodoxa Russa no país. Brasil de Fato, 2024. Dis-
ponível em: https://www.brasildefato.com.br/2024/08/20/ ucrania-aprova-lei-que-proibe-atividades-da-igreja -orto-
46 doxa-russa-no-pais. Acesso em 13 set. 2024.
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Em Kiev, um paroquiano da IOU expressou seu descontentamento com a intervenção do
governo, afirmando que “a decisão de como orar é pessoal”. Outros, como Ihor, um oficial
ucraniano, deixaram de frequentar a IOU devido ao apoio de alguns clérigos à Rússia, embo-
ra acredite que a política não deveria interferir na religião.
Em síntese, a lei representa um marco no esforço da Ucrânia para romper com a influên-
cia russa, tanto no âmbito político quanto religioso, enquanto o país busca afirmar sua
soberania em meio à guerra.

z Aquecimento e aumento dos níveis do Oceano Pacífico alcançam níveis alarmantes,


segundo ONU37

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) e as Nações Unidas (ONU) emitiram um


alerta sobre os efeitos do aquecimento global no Oceano Pacífico e nas comunidades locais,
conforme descrito em um novo relatório com tom alarmante.
O documento, intitulado “O Estado do Clima no Sudoeste do Pacífico 2023”, destaca que o
aumento do nível do mar nas ilhas do sudoeste do Pacífico está superando a média global. O
relatório aponta que o aquecimento e a acidificação dos oceanos estão tornando as popula-
ções costeiras vulneráveis e ameaçando sua sobrevivência.
O relatório foi divulgado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e pela secretá-
ria-geral da OMM, Celeste Saulo, durante o Fórum das Ilhas do Pacífico em Tonga, em agosto
de 2024. O documento alerta que “as ondas de calor marinhas dobraram de frequência desde
1980 e são agora mais intensas e duradouras” na região. Guterres adverte: “Estamos diante
de uma catástrofe global que ameaça este paraíso do Pacífico”.

„ O que está acontecendo com o nível do mar no Oceano Pacífico?

De acordo com o comunicado da OMM, o nível do mar no Pacífico tropical ocidental subiu
de 10 a 15 cm, quase o dobro da taxa global registrada desde 1993. No Pacífico tropical cen-
tral, o aumento foi de aproximadamente 5 a 10 cm.

Dica

Em comparação, o aumento médio global do nível do mar foi de cerca de 3,4 mm por ano
durante o período de 1993 a 2023.

Os efeitos diretos desse aumento incluem inundações costeiras, recuo da linha de costa,
contaminação de água doce por água salgada e deslocamento de comunidades, conforme
explicado pelo secretário-geral da OMM.
O impacto do aumento do nível do mar se estende além do Pacífico, afetando cerca de um
ATUALIDADES

bilhão de pessoas que vivem em áreas costeiras ao redor do mundo e enfrentam a ameaça
crescente do aquecimento dos oceanos.

37 AQUECIMENTO e aumento dos níveis do Oceano Pacífico atingem níveis alarmantes, diz ONU. National Geogra-
phic, 2024. Disponível em: https://tinyurl.com/3h9sx3v6. Acesso em 13 set. 2024. 47
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„ Aquecimento das águas do Pacífico e seus efeitos

Entre 1981 e 2023, a superfície do mar no sudoeste do Pacífico aqueceu a uma taxa de mais
de 0,4 °C por década, especialmente ao nordeste da Nova Zelândia e ao sul da Austrália. Esse
ritmo é aproximadamente três vezes mais rápido do que o aumento médio global da tempe-
ratura da superfície do oceano, que foi de cerca de 0,15 °C por década nas últimas décadas,
conforme destacado pela Organização Meteorológica Mundial.
O relatório da OMM também revela que as ondas de calor marinhas na região estão se
tornando mais intensas e duradouras. Entre 1980 e 2000, a duração média desses eventos
variava de cinco a 16 dias. Atualmente, as ondas de calor marinhas duram entre oito e 20
dias ou até mais.
Além do aquecimento, a acidificação dos oceanos, que tem se intensificado globalmente
nas últimas quatro décadas, está afetando a cadeia alimentar marinha.

„ Causas do aumento do nível do mar no Pacífico

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apontou os gases de efeito estufa, gerados


principalmente pela queima de combustíveis fósseis, como a principal causa do aumento
acelerado das métricas oceânicas no Pacífico.
Segundo Celeste Saulo, secretária-geral da OMM, “O oceano absorveu mais de 90% do excesso
de calor retido pelos gases de efeito estufa e está passando por mudanças que serão irreversíveis
por séculos”. Ela acrescenta que as atividades humanas reduziram a capacidade do oceano de
sustentar e proteger a vida, transformando-o de um aliado em uma crescente ameaça.
Atenção! O relatório também destaca que, além das mudanças climáticas, a variabilidade
natural, como o fenômeno El Niño/La Niña, influencia o aquecimento das camadas superio-
res do oceano, redistribuindo grandes quantidades de calor entre a superfície e as camadas
mais profundas.
Embora as ilhas do Pacífico contribuam com apenas 0,02% das emissões globais de gases
de efeito estufa, seus habitantes são extremamente vulneráveis devido à sua baixa altitude
média, que é de apenas um a dois metros acima do nível do mar.
Cerca de 90% da população vive a menos de 5 km da costa, e metade da infraestrutura está
localizada a menos de 500 m do litoral.

z Inundações em Bangladesh deixam 23 mortos e mais de um milhão de famílias


isoladas38

As inundações provocadas pelas intensas chuvas de monções e o transbordamento de rios


em Bangladesh elevaram o número de mortos para 23, com cerca de 1,24 milhão de famílias
isoladas em 11 distritos, de acordo com as autoridades na segunda-feira, 26 de agosto de 2024.
Em 2015, uma análise do Instituto do Banco Mundial estimou que 3,5 milhões de pessoas
no país corriam risco de enfrentar inundações anuais, o que torna Bangladesh um dos países
mais vulneráveis às mudanças climáticas. Cientistas apontam o aumento de eventos extre-
mos como resultado direto dessas alterações.

38 PAUL, R. Enchentes em Bangladesh matam 20 e atingem 5,2 milhões de pessoas. UOL, 2024. Disponível em:
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/ 2024/08/25/enchentes-em-bangladesh- matam-20-e-atin-
48 gem-52-milhoes-de-pessoas.htm. Acesso em 13 set. 2024.
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Farah Kabir, diretora da ActionAid Bangladesh, afirmou:

Bangladesh, com emissões globais insignificantes e uma população resiliente, precisa urgente-
mente de fundos para enfrentar os impactos das mudanças climáticas e os desastres frequentes.

Kabir reforçou a necessidade de recuperação das perdas e danos enfrentados pela popula-
ção, além de destacar a importância de construir resiliência para futuros desastres e promo-
ver um desenvolvimento sustentável.
Entre as vítimas está Shukuri Begum, de 56 anos, moradora do distrito de Noakhali, que
teve sua casa arrastada para um lago pelas enchentes. Em desespero, fugiu com seus netos
para a casa de um vizinho, que também se mostrou insegura.
Shukuri relatou à ActionAid:

Tenho um filho com deficiência física e não pudemos trazê-lo. Tivemos que empilhar as camas
e deixá-lo no topo, torcendo para que ficasse seguro. Não sei o que nos espera.

z ONU inicia campanha emergencial de vacinação contra poliomielite para mais de 640
mil crianças em Gaza39

O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou que a Organização das Nações Uni-
das lançará uma campanha de vacinação em duas fases contra a poliomielite na Faixa de
Gaza, visando proteger mais de 640 mil crianças menores de 10 anos. Guterres também ape-
lou por uma “trégua contra a pólio” em meio ao cenário de destruição causado pelos conflitos
na região.
Atenção! O Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas, confirmou o primeiro
caso de poliomielite em Gaza, ocorrido em um bebê de 10 meses na cidade de Deir Al-Balah,
que não havia recebido a vacina.
Em discurso na sede da ONU em Nova York, Guterres revelou que o vírus foi detectado em
amostras de esgoto nas cidades de Khan Younis e Deir al-Balah, indicando que a poliomielite
está se espalhando pela região, colocando em risco centenas de milhares de crianças.
Para conter essa ameaça, a OMS aprovou o envio de 1,6 milhão de doses da vacina, enquan-
to o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) está coordenando a logística de entre-
ga e armazenamento adequado das vacinas.
Além disso, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no
Próximo Oriente (UNRWA) mobilizou suas equipes médicas para administrar as vacinas e
apoiar a campanha. No entanto, Guterres alertou para os desafios enormes enfrentados em
Gaza, onde os sistemas de saúde, água e saneamento foram severamente afetados, e a maio-
ria dos hospitais está com funcionamento limitado.
A campanha, que exige uma cobertura vacinal de 95% para interromper a disseminação
ATUALIDADES

do vírus, contará com 708 equipes médicas distribuídas entre hospitais e centros de saúde de
toda a região.

39 ONU lançará campanha de vacinação contra pólio para mais de 640 mil crianças em Gaza. CNN Brasil, 2024.
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br /internacional/onu-lancara-campanha-de- vacinacao-contra-polio-pa-
ra-mais-de-640-mil- criancas-em-gaza/. Acesso em 13 set. 2024. 49
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Guterres reforçou o apelo por um cessar-fogo humanitário, destacando que a luta contra
a poliomielite deve estar acima de quaisquer divisões políticas. Ele enfatizou que erradicar
o vírus é uma responsabilidade coletiva, que exige cooperação e união, especialmente em
tempos de conflito.

z ONU interrompe ajuda humanitária em Gaza após aviso de militares israelenses40

Em 26 de agosto de 2024, a ONU suspendeu temporariamente a entrega de ajuda humani-


tária em Gaza devido a preocupações de segurança, após novos avisos dos militares israelen-
ses. A interrupção ocorre num momento crítico, quando a ONU se preparava para iniciar
uma campanha de vacinação contra a poliomielite, uma doença altamente contagiosa que
recentemente reapareceu no território.

„ Situação atual em Gaza

Os militares israelenses ordenaram a evacuação de civis em partes de Deir Al-Balah, no


centro de Gaza, em 25 de agosto de 2024. Essa medida forçou milhares de palestinos desloca-
dos a fugir novamente, complicando ainda mais a situação humanitária.
A ONU tinha planos de vacinar mais de 640 mil crianças contra a poliomielite, especial-
mente após a confirmação do primeiro caso em 25 anos em Gaza, envolvendo uma criança
de 10 meses que não havia sido vacinada.

„ Campanha de vacinação

Apesar dos desafios, a ONU e a OMS continuam a se preparar para a campanha de vacina-
ção. Até o momento, 1,2 milhão de doses da vacina chegaram em Gaza, e a operação será
conduzida em coordenação com as Forças de Defesa de Israel (IDF). No entanto, as novas con-
dições impostas pelos militares israelenses resultaram na suspensão temporária das entre-
gas de ajuda, o que poderá atrasar a campanha.

„ Desafios humanitários

O ressurgimento da poliomielite em Gaza destaca as dificuldades enfrentadas pelos 2


milhões de residentes do enclave, que estão sob intenso bombardeio desde outubro do ano
anterior.
Muitos vivem sem acesso a alimentos, suprimentos médicos e água potável, com até 90%
da população deslocada internamente. A ONU e outras agências humanitárias enfrentam um
cenário cada vez mais desafiador para prestar assistência.
A UNRWA e o Ministério da Saúde palestino afirmam que a campanha de vacinação deve-
rá começar dentro de alguns dias, com esforços para garantir 400 mil doses adicionais para
vacinar 95% das crianças com menos de 10 anos. No entanto, as operações militares israelen-
ses continuam a representar um risco significativo para a execução dessas operações.

40 ONU interrompe ajuda humanitária em Gaza após aviso de militares israelenses. CNN Brasil, 2024. Disponível
em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/onu-interrompe- ajuda-humanitaria-em-gaza-apos-aviso-de-milita-
50 res-israelenses. Acesso em 13 set. 2024.
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z Paralimpíadas 2024: abertura exalta inclusão, arte e superação nas ruas de Paris41

As Paralimpíadas de 2024 tiveram início de forma grandiosa, com um espetáculo de cores,


música e dança no coração de Paris. Pela primeira vez, a cerimônia de abertura dos Jogos
Paralímpicos extrapolou as fronteiras de um estádio, tomando as ruas da cidade, com os atle-
tas marchando pela icônica Champs-Élysées até a Praça La Concorde.
O desfecho foi marcado por uma deslumbrante coreografia de tochas que iluminaram a
noite, culminando no acendimento da pira paralímpica na base do mesmo balão que ante-
riormente recebeu o fogo olímpico.

Cerimônia de abertura das Paralimpíadas de Paris 2024. Foto: Steph Chambers/Getty Images.

O evento começou com um curta-metragem protagonizado pelo nadador Théo Curin, que
competiu nos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016. Na narrativa, Curin dirigia um táxi enfeita-
do com miniaturas do mascote das Paralimpíadas, Phryges, abrindo caminho para um espe-
táculo deslumbrante na Praça La Concorde, onde 35 mil espectadores estavam presentes.
A cerimônia contou com apresentações que exaltaram o esporte, a arte e a inclusão. Um
dos momentos mais impactantes foi a performance de 140 dançarinos, vestidos de preto, sim-
bolizando a rigidez de uma sociedade excludente, que foram contrastados por 16 dançarinos
com deficiência, trajados de roupas coloridas e fluidas, simbolizando liberdade e a luta por
inclusão.
O tema “Paradoxo” guiou essa parte da cerimônia, representando a tensão entre esses dois
grupos, que ao final se uniram em uma dança de conciliação, simbolizando harmonia.
Ao som de uma versão contemporânea de “Non, je ne regrette rien”, clássico de Edith Piaf,
a Praça La Concorde se preparou para receber as 168 delegações de atletas. A chegada das
equipes foi precedida por uma explosão de fumaça nas cores da bandeira francesa e pelo
sobrevoo dos aviões da Patrouille de France.
O Brasil, liderado pelos porta-bandeiras Gabriel Araújo e Beth Gomes, foi recebido com
entusiasmo e contagiou o público com sua energia e alegria.
ATUALIDADES

41 DANTAS, M. Paralimpíadas de Paris começam nesta quarta-feira. Rádio Senado, 2024. Disponível em: https://
www12. senado.leg.br/radio/1/noticia/2024/08/27/ paralimpiadas-de-paris-comecam-nesta-quarta-feira-28. Aces-
so em 13 set. 2024. 51
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Após o desfile, os dançarinos retornaram ao palco para uma nova apresentação intitulada
“Minha habilidade”, que celebrava a redescoberta e aceitação do corpo com deficiência. A
cerimônia seguiu com o hasteamento da bandeira francesa ao som de “A Marselhesa”, e dis-
cursos que ecoaram os valores da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.
Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador, exaltou a coragem dos atletas para-
límpicos, comparando sua determinação à dos revolucionários históricos. Andrew Parsons,
presidente do Comitê Paralímpico Internacional, destacou o papel dos atletas como verdadei-
ros competidores, capazes de quebrar recordes e impulsionar uma revolução pela inclusão.
O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou oficialmente abertos os Jogos Paralímpi-
cos de 2024. O ponto alto foi a entrada da tocha paralímpica, carregada por 12 atletas históricos,
incluindo a americana Oksana Masters, sobrevivente de Chernobyl e detentora de 17 medalhas.
Ao som do Bolero de Ravel, a chama foi acesa, lançando luz sobre Paris e inaugurando
uma jornada de 4.400 atletas que, até o dia 8 de setembro, competirão nos jogos em busca de
superação, inclusão e glória.

Oksana Masters, vítima de Chernobyl, carrega a chama olímpica na cerimônia de abertura das Paralimpíadas de
Paris 2024. Foto: Naomi Baker/Getty Images

A cerimônia de abertura não apenas marcou o início dos jogos, mas também deixou uma
mensagem poderosa sobre a importância de um mundo mais inclusivo, onde o esporte se
torna um símbolo de resistência e união.

Brasil

z Reforma do novo Ensino Médio: mudanças e vetos42

A Lei nº 14.945, sancionada em 31 de setembro de 2024 pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), implementa a reforma do Novo Ensino Médio (NEM). Originada do PL nº 5.230,
de 2023, a nova legislação visa a atualizar a estrutura do Ensino Médio no Brasil para melhor
atender às necessidades dos alunos e escolas. No entanto, o presidente vetou dois trechos
específicos relacionados ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e, agora, o Congresso
decidirá sobre esses vetos.

42 NOVO ensino médio vira lei, mas mudanças no Enem são vetadas. Agência Câmara de Notícias, 2024. Disponí-
vel em: https://www.camara.leg.br/noticias/1086127-novo-ensino-medio- vira-lei-mas-mudancas-no-enem-sao-ve-
52 tadas. Acesso em 13 set. 2024.
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z Principais alterações na reforma

A reforma, que substituirá a Lei nº 13.415, de 2017, começa a ser implementada em 2025
para novos alunos do ensino médio. Os estudantes atuais terão um período de transição.
Entre as mudanças mais significativas, estão:

„ Carga horária: a carga horária da formação geral básica aumentará de 1,8 mil para 2,4
mil horas ao longo dos três anos de ensino médio para alunos que não optarem pelo
ensino técnico. A carga horária total permanece em 3 mil horas, distribuídas ao longo
dos três anos letivos;
„ Itinerários formativos: os alunos escolherão uma área para aprofundar seus estudos
em 600 horas adicionais, podendo optar entre linguagens e suas tecnologias, matemá-
tica e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ou ciências humanas e
sociais aplicadas.

z Vetos presidenciais

O presidente Lula vetou as mudanças que incluíam os itinerários formativos no Enem a


partir de 2027. O Senado havia removido essa proposta, mas ela foi reinserida pela Câmara. O
Executivo argumentou que a inclusão poderia comprometer a equidade das provas e aumen-
tar as desigualdades no acesso ao ensino superior.

z Formação técnica e profissional

Para cursos técnicos e profissionais, a lei determina uma formação geral básica de 1.800
horas e outras 300 horas para aprofundamento de estudos em disciplinas da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC). As 900 horas restantes serão dedicadas às disciplinas específicas
do curso técnico escolhido.

z Ensino noturno e tecnologias

O novo texto prevê a manutenção de uma escola pública de ensino médio regular no turno
noturno em cada município, dependendo da demanda. O ensino médio continuará predomi-
nantemente presencial, mas poderá ser mediado por tecnologia conforme regulamentação
futura.

z Formação e itinerários

Os sistemas de ensino deverão oferecer pelo menos dois itinerários formativos distintos,
ATUALIDADES

adaptados ao contexto local. As diretrizes nacionais serão estabelecidas pelo Conselho Nacio-
nal de Educação, incluindo especificidades para a educação indígena e quilombola.

53
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z Outras disposições

„ Espanhol: introduzida como disciplina não obrigatória, podendo ser ofertado como
uma língua estrangeira opcional;
„ Educação do campo: estudantes de escolas comunitárias do campo terão direito a bol-
sas integrais no Prouni e inclusão na cota de 50% de vagas em instituições federais de
ensino superior;
„ Prioridade de recursos: escolas que oferecem ensino médio articulado com educação
profissional e tecnológica terão prioridade no recebimento de recursos federais através
do Programa Escola em Tempo Integral e do Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec).

Rebeca Andrade, a maior medalhista olímpica do Brasil43

Rebeca Andrade, a maior medalhista olímpica do Brasil, acumula até hoje dois ouros, três
pratas e um bronze ao longo de sua carreira olímpica. Suas conquistas nos Jogos Olímpicos
de Paris 2024 solidificaram sua posição como a atleta brasileira com o maior número de
medalhas, superando os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, que tem cinco medalhas
cada.
Confira um resumo das impressionantes conquistas de Rebeca, tanto em Paris 2024 quan-
to em Tóquio 2020:

z Ouro (Solo) — Paris 2024

No solo em Paris 2024, Rebeca Andrade brilhou com uma performance memorável. Com
a presença de Beyoncé e Anitta em sua apresentação, ela superou Simone Biles e conquistou
o ouro com uma nota de 14.166. Este foi o primeiro título olímpico da ginástica brasileira no
aparelho mais popular.

z Prata (Salto) — Paris 2024

Rebeca Andrade também teve um desempenho notável no salto, onde apresentou um


Cheng e um Amanar. Com uma nota de 15.100 no primeiro salto e 14.833 no segundo, sua
média final foi de 14.966. Apesar de sua excelente performance, ela ficou atrás apenas da
americana Simone Biles.

z Prata (Individual Geral) — Paris 2024

Na final do individual geral, Rebeca repetiu a prata de Tóquio, com uma pontuação de
57.932 nos quatro aparelhos. Ela teve notas superiores a Biles em barras assimétricas e nas
avaliações de execução no salto, barras assimétricas e solo, mas ficou atrás da americana no
total.

43 RELEMBRE todas as medalhas olímpicas de Rebeca Andrade. Comitê Olimpíco do Brasil, 2024. Disponível
em: https://www.cob.org.br/comunicacao/noticias/relembre-todas -as-medalhas-olimpicas-de-rebeca -andrade-2.
54 Acesso em 13 set. 2024.
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z Bronze (Equipes) — Paris 2024

Rebeca desempenhou um papel crucial na conquista da primeira medalha olímpica por


equipes da ginástica brasileira. Junto com Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e
Julia Soares, a equipe brasileira obteve uma nota de 164.497, garantindo o bronze. A equipe
ficou atrás apenas dos Estados Unidos e da Itália.

z Ouro (Salto) — Tóquio 2020

Em Tóquio 2020, Rebeca Andrade garantiu seu primeiro ouro olímpico no salto. Com uma
nota de 15.083, ela foi a única a ultrapassar a barreira dos 15 pontos, superando a competição
e tornando-se a primeira ginasta brasileira a conquistar um ouro olímpico.

z Prata (Individual Geral) — Tóquio 2020

Rebeca conquistou a prata no individual geral em Tóquio 2020, com uma pontuação de
57.298. Esta foi a primeira vez que uma ginasta artística brasileira subiu ao pódio olímpico. A
americana Sunisa Lee levou o ouro com 57.433, enquanto a russa Angelina Melnikova ficou
com o bronze, com 57.199.

z Brasil expulsa embaixadora da Nicarágua em resposta à medida semelhante de


Ortega44

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) confirmou na quinta-feira, 8 de agosto de 2024,


a expulsão do embaixador brasileiro Breno Souza da Costa pela Nicarágua. Em resposta, o
governo de Luiz Inácio Lula da Silva decidiu, seguindo o princípio da reciprocidade, expulsar
a embaixadora nicaraguense no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matu.
A decisão foi tomada durante uma reunião entre Lula e o ministro das Relações Exteriores,
Mauro Vieira. A imprensa nicaraguense havia noticiado a expulsão de Breno da Costa, com
base em fontes diplomáticas.
O Brasil inicialmente tentou argumentar contra a expulsão, afirmando que essa medida
não levaria a resultados produtivos.
No entanto, após a insistência de Manágua em retirar o diplomata brasileiro, Brasília res-
pondeu com base no princípio de reciprocidade. Até o momento, as autoridades nicaraguen-
ses não se pronunciaram sobre o ocorrido.
O atrito entre os países se intensificou após a ausência do embaixador brasileiro, Breno
de Souza, em um evento oficial em 19 de julho, que comemorava o aniversário da Revolução
Sandinista, o que gerou descontentamento no governo nicaraguense. Apesar de Souza não
ter sido o único diplomata a faltar, a sua ausência foi notada.
ATUALIDADES

44 LEÓN, L. Brasil adota a reciprocidade e expulsa embaixadora da Nicarágua. Agência Brasil, 2024. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional /noticia/2024-08/brasil-adota-reciprocidade -e-expulsa-embaixado-
ra-da- nicaragua. Acesso em: 13 set. 2024 55
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A relação entre os dois países começou a se deteriorar quando Daniel Ortega ignorou as
tentativas de Lula de mediar, a pedido do papa Francisco, a libertação de um bispo preso na
Nicarágua. Lula declarou em julho que Ortega não atendeu suas ligações e, desde então, não
houve mais contatos entre eles.
Atenção! Em janeiro, o governo nicaraguense libertou dois bispos católicos, incluindo o
monsenhor Rolando Álvarez, e outros religiosos, enviando-os para Roma, segundo fontes de
imprensa e opositores no exílio.
Ortega, que governou a Nicarágua na década de 1980 após a vitória da Revolução Sandi-
nista e retornou ao poder em 2007, é acusado por críticos e opositores de instaurar um regi-
me autoritário.
Em 2018, manifestações em massa contra seu governo, nas quais mais de 300 pessoas mor-
reram segundo a ONU, foram classificadas pelas autoridades como uma tentativa de golpe
patrocinada pelos Estados Unidos.

z Silvio Santos: um legado de sucesso na TV e nos negócios45

O icônico empresário e apresentador de TV, Silvio Santos, faleceu no sábado, 17 de agosto


de 2024, em São Paulo, aos 93 anos, devido a complicações de uma broncopneumonia agrava-
da por uma infecção de influenza (H1N1). Ele foi sepultado no domingo, 18 de agosto de 2024,
no Cemitério Israelita do Butantã, também em São Paulo.
Com um patrimônio estimado em R$ 1,6 bilhão, Silvio Santos deixou um legado que trans-
cende o entretenimento, estendendo-se ao mundo dos negócios e ao seu sonho de se tornar
presidente da República.
Nascido como Senor Abravanel, ele começou sua jornada como camelô e, ao longo de déca-
das, construiu um império com negócios diversificados, incluindo cosméticos, capitalização,
mídia, incorporação imobiliária e hotelaria.
O Grupo Silvio Santos, fundado em 1965, foi a base de suas operações empresariais, reu-
nindo marcas amplamente reconhecidas pelo público.
O SBT, fundado por Silvio em 1981, é um dos principais canais de televisão do Brasil, e ele
utilizava sua influência na TV para promover suas empresas, como o Baú da Felicidade e a
Jequiti, sua marca de cosméticos lançada em 2006, que atualmente possui mais de 700 produ-
tos distribuídos por 170 mil consultoras em todo o país.

„ Um ícone da televisão brasileira

Embora tenha se aventurado em diversos setores, a televisão foi onde Silvio Santos deixou
sua marca mais indelével. Ele consoliDou o SBT como uma das principais emissoras do Bra-
sil, especialmente por sua presença carismática nos programas dominicais, que se tornaram
parte da cultura popular brasileira.

45 PETRY, R. Silvio Santos deixa legado da TV ao mundo dos negócios – e sonho de ser presidente. InfoMoney,
2024. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/business/silvio-santos- legado-tv-negocios-sonho- presiden-
56 te. Acesso em 13 set. 2024.
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Sua carreira televisiva começou na década de 1960, como apresentador na TV Paulista
e na TV Tupi. Em 1963, estreou o “Programa Silvio Santos”, que permanece no ar até hoje.
Quando a TV Paulista foi adquirida pela TV Globo, Silvio continuou a apresentar seu progra-
ma na maior emissora do país, tornando-se um dos principais nomes da televisão brasileira.
Em 1976, Silvio deixou a Globo e passou a apresentar seu programa em outras emissoras,
como a Record, a Tupi e a TVS Rio, até fundar o SBT em 1981, onde se estabeleceu como o
principal concorrente da Globo.

„ Desafios nos negócios: o caso panamericano

Nem tudo foi sucesso na trajetória de Silvio Santos. Em 2011, ele vendeu o Banco Paname-
ricano ao BTG após a descoberta de um rombo de R$ 4 bilhões, resultante de fraudes contá-
beis entre 2006 e 2010.
Executivos do banco estavam vendendo carteiras de crédito para outras instituições, mas
mantinham esses ativos nos balanços do Panamericano de forma irregular, criando uma
valorização fictícia das ações.
Atenção! Diante das inconsistências contábeis, o Grupo Silvio Santos, controlador do ban-
co, foi obrigado a injetar R$ 2,5 bilhões na instituição em novembro de 2010, valor obtido por
meio de uma operação financeira com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), garantida pelos
bens do Grupo, incluindo o SBT, a Jequiti e o Baú da Felicidade.
Em janeiro de 2011, foi necessário um aporte adicional de R$ 1,3 bilhão após a revelação
de um rombo extra de R$ 1,5 bilhão.
Anos depois, em 2017, a Operação Conclave, da Polícia Federal, revelou que Silvio Santos
chegou a reunir-se com o então presidente Lula para buscar uma solução para salvar o banco.

„ Início no entretenimento

A carreira de Silvio Santos no entretenimento começou entre as décadas de 1940 e 1950,


quando ele criou um comércio de bebidas, shows e bingo na Barca da Cantareira, que fazia a
travessia entre o Rio de Janeiro e Niterói.
O sucesso foi imediato, levando-o a criar a revista “Brincadeiras Para Você”, como comple-
mento às suas atividades de entretenimento.
Em 1954, mudou-se para São Paulo, onde foi contratado como locutor comercial na Rádio
Nacional, graças à recomendação de Fernando de Nóbrega, irmão de Manoel de Nóbrega.
No ano seguinte, começou sua carreira na televisão, ingressando na TV Paulista (atual
Rede Globo) e, em 1957, comandou sua primeira atração televisiva.
Com o Grupo Silvio Santos e o Baú da Felicidade já estabelecidos, ele lançou em 1960 o
programa “Vamos Brincar de Forca”, uma gincana que alavancou as vendas do carnê do Baú.
Em 1963, Silvio inovou ao tornar-se o primeiro grande produtor independente da TV bra-
ATUALIDADES

sileira, alugando espaço na programação dominical da TV Paulista e estreando o “Programa


Silvio Santos”, que se tornaria um marco na televisão brasileira.
Ao longo dos anos, Silvio Santos criou inúmeros quadros que se tornaram ícones, como
“Show de Calouros”, “Domingo no Parque”, “Qual é a Música?”, “Porta da Esperança”, “Topa
Tudo por Dinheiro”, “Roletrando” entre muitos outros, deixando um legado inesquecível na
história da televisão e nos corações dos brasileiros.
57
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z Segundo IBGE, população 60+ duplicou em duas décadas no Brasil46

Uma pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada


em 22 de agosto de 2024, revela que o número de pessoas idosas no Brasil mais que dobrou
entre 2000 e 2023.
A população com 60 anos ou mais passou de 15,2 milhões para 33 milhões de pessoas em
pouco mais de duas décadas.

„ Projeções futuras

O IBGE projeta que, até 2070, o Brasil poderá ter 75,3 milhões de idosos, representando
37,8% do total da população. Este crescimento reflete um envelhecimento acelerado da socie-
dade brasileira, o que terá implicações significativas para políticas públicas, especialmente
nas áreas de saúde, previdência e assistência social.

„ Mudanças no padrão etário

A idade média da população brasileira também aumentou consideravelmente, passando


de 28,3 anos, em 2000, para 35,5 anos, em 2023.
Em 2070, espera-se que a média etária atinja 48,4 anos, evidenciando um envelhecimento
ainda mais acentuado da população.
Este processo de envelhecimento não ocorre de forma homogênea em todo o país. O Rio
Grande do Sul possui a maior idade média (38,1 anos), seguido pelo Rio de Janeiro (37,5 anos)
e Minas Gerais (37,1 anos). Em contraste, os estados mais jovens, como Amapá (29,3 anos) e
Roraima (28,7 anos), estão localizados na região Norte.

„ Esperança de vida

A esperança de vida dos brasileiros nascidos em 2023 é estimada em 76,4 anos, um aumen-
to em relação aos 71,1 anos observados em 2000. A expectativa de vida varia entre homens e
mulheres, sendo de 73,1 anos para homens e 79,7 anos para mulheres.
A pandemia da covid-19 causou uma queda temporária na expectativa de vida, que caiu
de 76,2 anos, em 2019, para 72,8 anos, em 2021.
No entanto, dados preliminares de 2023 mostram uma recuperação para 76,4 anos. Para
2070, o IBGE estima que a esperança de vida chegue a 83,9 anos, com 81,7 anos para homens
e 86,1 anos para mulheres.
O rápido envelhecimento da população brasileira traz desafios significativos para o país. A
necessidade de adaptar políticas públicas e infraestrutura para atender uma população cada
vez mais idosa será crucial nos próximos anos.
Isso inclui investimentos em saúde, previdência social e programas de apoio ao idoso, além
de estratégias para lidar com as desigualdades regionais no processo de envelhecimento.

46 PROJEÇÃO do IBGE mostra que população do país vai parar de crescer em 2041. Agência Gov, 2024. Disponí-
vel em: https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202408/populacao- do-pais-vai-parar-de-crescer-em-2041. Acesso
58 em 13 set. 2024.
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z Acidente em Vinhedo: um dos mais mortais da aviação brasileira desde 200747

Na sexta-feira, 9 de agosto de 2024, um trágico acidente aéreo ocorreu em Vinhedo (SP),


envolvendo uma aeronave com 62 ocupantes — 58 passageiros e 4 tripulantes. Este acidente
é o mais letal do Brasil desde 2007, quando um voo da TAM resultou na morte de 199 pessoas.
Não houve sobreviventes no desastre recente.
Desde o ano 2000, o Brasil registrou dez acidentes aéreos com mais de dez mortes cada,
conforme dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Entre esses eventos, destaca-se o trágico voo AF447, que partiu do Rio de Janeiro com
destino a Paris e caiu no Oceano Atlântico, resultando na morte de 228 pessoas, muitas delas
brasileiras. Confira as maiores tragédias da aviação civil brasileira:

z 2002: acidente em Rio Branco

„ Data: 30 de agosto de 2002;


„ Local: Rio Branco (AC);
„ Fatalidades: 23 mortes;
„ Descrição: uma aeronave da Rico Linhas Aéreas caiu em Rio Branco, resultando em 23
vítimas fatais.

z 2004: acidente na Floresta Amazônica

„ Data: 14 de maio de 2004;


„ Local: Floresta Amazônica, a 40 km de Manaus (AM);
„ Fatalidades: 33 mortes;
„ Descrição: um voo da Rico Linhas Aéreas caiu na Floresta Amazônica, causando 33 mortes.

z 2006: acidente em Rio Bonito

„ Data: 31 de março de 2006;


„ Local: Rio Bonito (RJ);
„ Fatalidades: 19 mortes;
„ Descrição: um avião da TEAM colidiu com o pico da Pedra Bonita e explodiu, resultando
na morte de 19 pessoas.

z 2006: acidente na Serra do Cachimbo

„ Data: 29 de setembro de 2006;


„ Local: Serra do Cachimbo (PA);
ATUALIDADES

„ Fatalidades: 154 mortes;


„ Descrição: um voo da Gol, que ia de Manaus para o Rio de Janeiro, desintegrou no ar,
matando todos os 154 ocupantes.

47 SALDANHA, R. Queda de avião em Vinhedo é o 6° acidente mais letal da história do Brasil. CNN Brasil, 2024. Dis-
ponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/ queda-de-aviao-em-vinhedo-e-o-6-acidente-mais -letal-da-his-
toria-do-brasil. Acesso em 13 set. 2024. 59
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z 2007: acidente em São Paulo

„ Data: 17 de julho de 2007;


„ Local: São Paulo (SP);
„ Fatalidades: 199 mortes;
„ Descrição: um avião da TAM não conseguiu pousar no Aeroporto de Congonhas e coli-
diu com um prédio da TAM Express, resultando em 199 óbitos.

z 2009: acidente em Manacapuru

„ Data: 7 de fevereiro de 2009;


„ Local: Manacapuru (AM);
„ Fatalidades: 24 mortes;
„ Descrição: um avião da Embraer sofreu uma pane e caiu, deixando quatro sobreviven-
tes e 24 mortos.

z 2011: acidente em Recife

„ Data: 13 de julho de 2011;


„ Local: Recife (PE);
„ Fatalidades: 16 mortes;
„ Descrição: falhas técnicas e humanas levaram à queda de uma aeronave da Noar,
matando 16 pessoas.

z 2023: acidente em Barcelos

„ Data: 16 de setembro de 2023;


„ Local: Barcelos (AM);
„ Fatalidades: 14 mortes;
„ Descrição: um pequeno avião da Embraer com turistas caiu, resultando em 14 mortes.

z 2023: acidente em Rio Branco

„ Data: 29 de outubro de 2023;


„ Local: Rio Branco (AC);
„ Fatalidades: 12 mortes;
„ Descrição: um voo da Cessna caiu logo após a decolagem, resultando em 12 mortes.

z Brasil registra 135 acidentes aéreos em 2024, com 110 mortes confirmadas

Em 2024, o Brasil já contabilizou 135 acidentes aéreos, segundo informações do site Rede
de Segurança da Aviação (ASN), gerido pela Flight Safety Foundation, uma renomada orga-
nização internacional dedicada à segurança da aviação. Até o momento, esses incidentes
resultaram na morte de 110 pessoas no país.

60
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Os dados incluem o recente acidente em Vinhedo, ocorrido na sexta-feira, 9 de agosto, que
resultou na morte de 62 pessoas — 58 passageiros e quatro tripulantes. Inicialmente, a Voe-
pass informou que havia 62 ocupantes a bordo, mas posteriormente ajustou o número para
61 antes de confirmar novamente a cifra de 62 fatalidades neste desastre, que é o mais grave
do ano em termos de vítimas.
Dos 135 acidentes registrados em 2024, 26 resultaram em fatalidades. Comparando com o
mesmo período do ano anterior, 2023 ainda supera o número de acidentes com um total de
148 ocorrências.

Dica

Globalmente, o site ASN registrou 2.963 acidentes aéreos e 819 fatalidades até agora em
2024.

z Brasil tem população de 212,6 milhões, aponta IBGE48

O IBGE divulgou no dia 29 de agosto de 2024 as estimativas populacionais para os 5.570


municípios brasileiros. Com base nos dados de 1º de julho de 2024, a população total do Brasil
é de 212,6 milhões de habitantes.
Esse levantamento é utilizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para calcular o Fun-
do de Participação de Estados e Municípios, além de servir como referência para diversos
indicadores sociais, econômicos e demográficos.
O Brasil possui 15 municípios com mais de 1 milhão de habitantes, dos quais 13 são capi-
tais estaduais. Esses municípios concentram 42,7 milhões de pessoas, o que corresponde a
20,1% da população total do país. Dentre os cinco maiores municípios, destacam-se:

z São Paulo: continua sendo o município mais populoso, com 11,9 milhões de habitantes;
z Rio de Janeiro: com 6,7 milhões;
z Brasília: 3 milhões;
z Fortaleza: 2,6 milhões;
z Salvador: 2,6 milhões.

Vejamos os municípios com mais de 1 milhão de habitantes:

ORDEM UF MUNICÍPIO POPULAÇÃO 2024


1º SP São Paulo 11.895.578
2º RJ Rio de Janeiro 6.729.894
3º DF Brasília 2.982.818
ATUALIDADES

4º CE Fortaleza 2.574.412
5º BA Salvador 2.568.928
6º MG Belo Horizonte 2.416.339

48 BELANDI, C. População estimada do país chega a 212,6 milhões de habitantes em 2024. Agência de Notícias –
IBGE, 2024. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/ 2012-agencia-de-noticias/noti-
cias /41111-populacao-estimada-do-pais-chega-a-212-6-milhoes-de -habitantes-em-2024. Acesso em 13 set. 2024. 61
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ORDEM UF MUNICÍPIO POPULAÇÃO 2024
7º AM Manaus 2.279.686
8º PR Curitiba 1.829.225
9º PE Recife 1.587.707
10º GO Goiânia 1.494.599
11º PA Belém 1.398.531
12º RS Porto Alegre 1.389.322
13º SP Guarulhos 1.345.364
14º SP Campinas 1.185.977
15º MA São Luís 1.088.057
Total 42.766.437
% em relação ao total do Brasil 20,1%
Total — Brasil 212.583.750

Ademais, além das capitais, Guarulhos e Campinas, ambos no estado de São Paulo, estão
entre os municípios mais populosos, com 1,3 milhão e 1,2 milhão de habitantes, respectiva-
mente. Eles são os únicos não-capitais a figurar na lista dos municípios com mais de 1 milhão
de habitantes.
São Gonçalo, no Rio de Janeiro, é o terceiro município mais populoso fora da lista das capi-
tais, com 961 mil habitantes.
Na parte inferior da lista, 26 municípios têm populações inferiores a 1.500 habitantes.
Serra da Saudade (MG) é o município com o menor número de habitantes, totalizando 854
pessoas. Anhanguera (GO) e Borá (SP) seguem com 921 e 928 habitantes, respectivamente,
completando a lista dos municípios com menos de mil habitantes.
Vejamos os municípios com menos de 1.500 habitantes:

ORDEM UF MUNICÍPIO POPULAÇÃO 2024


1º MG Serra da Saudade 854
2º GO Anhanguera 921
3º SP Borá 928
4º MT Araguainha 1.006
5º SP Nova Castilho 1.074
6º MG Cedro do Abaeté 1.091
7º RS André da Rocha 1.157
8º RS União da Serra 1.186
9º TO Oliveira de Fátima 1.211
São Sebastião do Rio
10º MG 1.248
Preto
11º RS Coqueiro Baixo 1.311
12º RS Engenho Velho 1.317
62
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ORDEM UF MUNICÍPIO POPULAÇÃO 2024
13º PR Nova Aliança do Ivaí 1.327
14º PI Miguel Leão 1.352
15º PR Jardim Olinda 1.353
16º RS Carlos Gomes 1.387
17º RS Tupanci do Sul 1.398
18º SP Uru 1.419
19º GO Cachoeira de Goiás 1.419
20º MG Grupiara 1.426
21º GO Lagoa Santa 1.426
22º RS Guabiju 1.442
23º SP Flora Rica 1.492
24º MG Doresópolis 1.496
25º MG Paiva 1.498
26º TO Crixás do Tocantins 1.499
Total 33.238
% em relação ao total do Brasil 0,02%
Total — Brasil 212.583.750

Entre as unidades da Federação (UFs), São Paulo é a mais populosa, concentrando 21,6%
da população do país, com 46 milhões de habitantes. Minas Gerais vem em segundo lugar,
com 10% da população total, ou 21,3 milhões de pessoas, e o Rio de Janeiro ocupa o terceiro
lugar, com 8,1% e 17,2 milhões de habitantes.
Opostamente, cinco estados têm menos de 1% da população nacional: Rondônia (0,8%),
Tocantins (0,7%), Acre (0,4%), Amapá (0,4%) e Roraima (0,3%).
Quando analisamos a população das regiões metropolitanas, regiões integradas de desen-
volvimento e aglomerações urbanas, há 30 áreas com mais de um milhão de habitantes, tota-
lizando mais de 100 milhões de pessoas.
São Paulo lidera com 21,5 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro com 12,9
milhões. Belo Horizonte vem em terceiro com 6 milhões, seguido pela região do DF e entorno
(DF/GO/MG) com 4,7 milhões, Fortaleza com 4,2 milhões e Porto Alegre com 4,1 milhões.
Vejamos a população das regiões metropolitanas, regiões integradas de desenvolvimento
e aglomerações urbanas com mais de um milhão de habitantes:

ORDEM REGIÃO METROPOLITANA POPULAÇÃO EM 2024


ATUALIDADES

1º São Paulo (SP) 21.518.955


2º Rio de Janeiro (RJ) 12.936.629
3º Belo Horizonte (MG) 5.997.565
4º DF e Entorno (DF/GO/MG) 4.732.087
5º Porto Alegre (RS) 4.167.025
63
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ORDEM REGIÃO METROPOLITANA POPULAÇÃO EM 2024
6º Fortaleza (CE) 4.137.255
7º Recife (PE) 3.954.323
8º Curitiba (PR) 3.697.928
9º Salvador (BA) 3.623.647
10º Campinas (SP) 3.305.102
11º Manaus (AM) 2.783.002
12º Goiânia (GO) 2.724.808
Vale do Paraíba e Litoral Norte
13º 2.593.344
(SP)
14º Belém (PA) 2.539.097
15º Sorocaba (SP) 2.258.150
16º Grande Vitória (ES) 2.025.668
17º Baixada Santista (SP) 1.862.976
18º Grande São Luís (MA) 1.722.253
19º Ribeirão Preto (SP) 1.702.452
20º Natal (RN) 1.607.422
Norte/Nordeste Catarinense
21º 1.569.222
(SC)
22º Piracicaba (SP) 1.568.246
23º Florianópolis (SC) 1.461.218
24º João Pessoa (PB) 1.380.923
25º Maceió (AL) 1.347.703
Entorno do Distrito Federal
26º 1.313.792
(GO)
27º Grande Teresina (PI/MA) 1.298.453
28º Vale do Rio Cuiabá (MT) 1.134.425
29º Londrina (PR) 1.125.446
30º São José do Rio Preto (SP) 1.006.051
Total 103.095.167
% em relação ao total do Brasil 48,5%
Total — Brasil 212.583.750

z Mais de 30% da população brasileira está em 48 cidades com mais de 500 mil habitantes

O estudo também revelou como a população brasileira está distribuída entre os municí-
pios conforme suas classes populacionais.
Um total de 65,7 milhões de pessoas, representando 30,9% da população total, reside em 48
municípios com mais de 500 mil habitantes, que correspondem a apenas 0,9% dos municípios
64
brasileiros. Outra parcela significativa, cerca de 27,3% (58 milhões), vive em 339 municípios
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com população entre 100 mil e 500 mil habitantes, que correspondem a 6,1% do total de
municípios.
Esse padrão reflete a concentração populacional nos grandes centros urbanos, explica
Marcio Minamiguchi, gerente de projeções e estimativas populacionais do IBGE:

Embora os maiores centros urbanos não estejam mais crescendo tão rapidamente como no
passado, eles ainda concentram um grande peso demográfico devido a décadas de crescimento
concentrado. Muitos municípios alcançaram a marca de 500 mil habitantes ao longo dos anos

Por outro lado, os municípios com até 5 mil habitantes, que representam 23,1% do total de
municípios (1.288), abrigam apenas 2% da população total, ou seja, 4,3 milhões de pessoas.

z Senado aprova PEC que reestrutura punições e benefícios a partidos políticos49

Em 15 de agosto de 2024, o Senado Federal aprovou em dois turnos uma proposta de


emenda à constituição (PEC), popularmente conhecida como “PEC da Anistia”, que aborda o
descumprimento de cotas raciais por partidos políticos em eleições anteriores.
A proposta agora segue para promulgação. Aprovada com 51 votos a favor e 15 contra no
primeiro turno, e com 54 votos favoráveis e 16 contrários no segundo, a matéria exige a ade-
são de, no mínimo, 49 senadores em cada turno.
A PEC estabelece que os partidos que não cumpriram as cotas para candidatos negros
e pardos deverão compensar esses valores nas próximas quatro eleições, a partir de 2026.
Esses recursos serão destinados exclusivamente a candidaturas de pessoas negras.
O senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator da proposta, manteve o texto previamente
aprovado pela Câmara dos Deputados, fazendo apenas ajustes de redação. O relator ressaltou
que a PEC não perdoa os partidos, mas cria um mecanismo de refinanciamento para regula-
rização dos débitos.
Além disso, a proposta estipula que os partidos políticos deverão destinar 30% dos recur-
sos dos fundos eleitoral e partidário para candidatos pretos e pardos, uma alteração que
visa a corrigir a sub-representação histórica desses grupos nos espaços de poder.

„ Programa de Recuperação Fiscal (Refis) para partidos

Outra medida importante prevista pela PEC é a criação de um programa de recuperação


fiscal para partidos políticos, que permitirá o parcelamento de dívidas sem juros e multas,
com prazos diferenciados para obrigações previdenciárias (até 60 meses) e demais dívidas
(até 180 meses). Os partidos também poderão utilizar recursos do fundo partidário para qui-
tar multas eleitorais e outras penalidades.
ATUALIDADES

49 SENADO aprova PEC que perdoa multas de partidos políticos. Agência Brasil, 2024. Disponível em: https://agen-
ciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2024-08/senado -aprova-pec-que-perdoa-multas-de -partidos-politicos. Aces-
so em 13 set. 2024. 65
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„ Imunidade tributária

A PEC reforça a imunidade tributária das legendas e cancela sanções aplicadas a proces-
sos que desrespeitem esse princípio, exceto em casos de dívidas previdenciárias. Processos
administrativos ou judiciais com decisões há mais de cinco anos também serão encerrados,
resultando na exclusão dos partidos de cadastros de inadimplência.

„ Negociações e ajustes

Inicialmente, a proposta perdoava partidos que não haviam cumprido cotas de gênero e
raça. No entanto, após negociações na Câmara, foi mantido apenas o pagamento retroativo
referente a candidatos pretos e pardos, com as cotas femininas sendo retiradas do texto.

z Rio de Janeiro cria comitê para estudar elevação do nível do mar50

Em resposta ao alerta da Organização das Nações Unidas sobre a elevação do nível do mar,
a prefeitura do Rio de Janeiro estabeleceu o “Comitê Rio de Estudos Científicos de Elevação
dos Mares”.
O comitê, criado por meio de uma publicação no Diário Oficial do município em 28 de
agosto de 2024, tem como objetivo avaliar e mitigar os impactos do aumento do nível do mar
na cidade.

z Objetivos e composição do comitê

O Comitê será liderado pela Secretaria Municipal de Coordenação Governamental (SMCG)


e contará com a participação da Secretaria de Meio Ambiente e Clima, além de outros cinco
órgãos municipais. Suas principais funções incluirão:

„ Promoção de políticas públicas: desenvolver e implementar políticas para enfrentar


os desafios impostos pela elevação do nível do mar;
„ Estudos e pesquisas: conduzir estudos científicos sobre as mudanças no nível do mar
e suas consequências para a cidade;
„ Organização de dados: criar e manter um banco de dados com informações atualiza-
das sobre as pesquisas realizadas;
„ Consultoria: consultar órgãos científicos nacionais e internacionais para apoio e reco-
mendações sobre ações a serem tomadas.

z Contexto e alerta da ONU

O alerta da ONU, divulgado em 26 de agosto de 2024, baseia-se em um estudo sobre o ocea-


no Pacífico que revelou que a taxa de aumento do nível do mar mais que dobrou na última
década em comparação com a anterior.

50 RIO cria comitê sobre elevação das marés após alerta da ONU. Poder 360, 2024. Disponível em: https://www.
poder360.com. br/meio-ambiente/rio-cria-comite-sobre-elevacao-das-mares-apos-alerta-da-onu. Acesso em 13
66 set. 2024.
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O relatório indica que o nível do mar pode aumentar em até 21 centímetros até 2050 no
Rio de Janeiro.
Além disso, o estudo aponta que, entre 1990 e 2020, Atafona (RJ) já registrou um aumento
de 13 centímetros no nível do mar, com uma projeção de aumento adicional de 16 centíme-
tros até 2050.
Os riscos associados a essa elevação incluem inundações costeiras e afundamento de ter-
ras em áreas afetadas pela construção de represas e pela extração de água subterrânea e
combustíveis fósseis.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou a urgência da situação, chamando
a atenção global para a necessidade de ações imediatas para enfrentar a crise humanitária
provocada pela elevação do nível do mar. O comitê formado pela prefeitura do Rio de Janeiro
será crucial para enfrentar esses desafios e proteger a cidade dos impactos previstos.

z Queimadas no Brasil aumentam 78% em 2024, revela Inpe51

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou dados alarmantes sobre o


aumento das queimadas no Brasil em 2024. Entre 1º de janeiro e 26 de agosto de 2024, foram
registrados 109.943 focos de incêndio em todo o país, um aumento de 78% em relação ao
mesmo período do ano anterior, que contou com 61.720 ocorrências.

z Distribuição por biomas

A análise dos dados por biomas revela um cenário preocupante:

„ Amazônia: o bioma mais afetado, com 47% dos focos de queimadas;


„ Cerrado: segundo mais afetado, com 32% dos incêndios;
„ Mata Atlântica: 10% dos focos de incêndio;
„ Pantanal: 8% dos casos;
„ Caatinga: 3% dos incêndios;
„ Pampa: apenas 0,3% dos focos.

z Estados mais afetados

Os estados mais críticos, de acordo com o estudo do Inpe, são:

„ Mato Grosso: 21.694 ocorrências, liderando o ranking nacional;


„ Pará: aproximadamente 15 mil casos. O governo do Pará declarou emergência ambiental
em 27 de agosto de 2024, proibindo o uso de fogo para limpeza de terrenos e pastagens;
„ Amazonas: cerca de 13 mil focos de incêndio;
ATUALIDADES

„ Mato Grosso do Sul: aproximadamente 9,6 mil incêndiOs;


„ Tocantins: cerca de 7,3 mil focos.

51 INPE: Queimadas aumentaram 78% em 2024 no Brasil. CNN Brasil, 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.
com.br/ nacional/inpe-queimadas-aumentaram-78-em-2024- no-brasil. Acesso em 13 set. 2024. 67
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z Impacto ambiental e necessidade de ação

O aumento significativo das queimadas em 2024 levanta sérias preocupações sobre o


impacto ambiental e a eficácia das políticas de preservação. Especialistas alertam para a
necessidade urgente de medidas para conter o avanço dos incêndios e proteger os ecossiste-
mas brasileiros, com um foco especial na Amazônia, que é crucial para o equilíbrio climático
global.
O governo e as autoridades ambientais enfrentam um desafio complexo para mitigar
os danos e implementar estratégias eficazes para prevenir futuros incêndios, preservando
assim a rica biodiversidade e a função ambiental dos biomas afetados.

z Queimadas na Amazônia superam 50 mil focos em 2024, e fumaça afeta várias regiões
do Brasil

A Amazônia enfrenta uma crise sem precedentes em 2024, com mais de 50 mil focos de
incêndio registrados, agravados pela seca extrema que assola o bioma. A fumaça das quei-
madas, que se intensificaram ao longo de agosto, se espalhou para outras partes do país,
atingindo 11 estados e cobrindo vastas áreas com poluição atmosférica.
Em julho, houve uma explosão de queimadas, mas a situação se agravou ainda mais em
agosto. Somente entre os dias 1º e 27 de agosto, foram contabilizados 28.697 focos de fogo, um
aumento de 83% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Esses números representam um aumento de 38% em relação à média dos últimos dez
anos. Os dados são do Programa Queimadas, coordenado pelo Inpe.
Até o final de agosto, 2024 já acumulava 53.620 focos de queimadas, um aumento de 80%
em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 29.826 focos. Esse é o maior
número registrado para esse período desde 2010. Em agosto, mais de 80% das queimadas
ocorreram nos estados do Pará (36%), Amazonas (29%) e Mato Grosso (16%).
Especialistas alertam que, com o aumento das queimadas, os “rios voadores” — um fenô-
meno climático responsável pelo transporte de vapor d›água da Amazônia para outras partes
da América do Sul — se transformaram em corredores de fumaça.
Esses corredores, formados por massas de ar carregadas de partículas suspensas, já são
visíveis até mesmo do espaço, segundo o Inpe.

Dica
No dia 22 de agosto de 2024, imagens de satélite revelaram que a fumaça proveniente da
Amazônia, combinada com incêndios no Pantanal e na Bolívia, já havia atingido 11 esta-
dos, incluindo Amazonas, Rondônia, Pará e Acre, além de outras áreas como Mato Grosso,
Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e São Paulo.

Helga Correa, especialista em conservação do WWF-Brasil, explica que os dados de saté-


lite mostram grandes concentrações de fumaça sobre áreas do Amazonas, Rondônia e Pará.
Essas regiões coincidem com o chamado “Arco do Desmatamento”, indicando a influência de
atividades humanas, como desmatamento, na ampliação das queimadas.
Helga destaca que, além dos efeitos imediatos no meio ambiente, as queimadas também
impactam a saúde humana nas áreas afetadas.
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Em resposta à situação crítica, o governo federal anunciou medidas de combate às quei-
madas em 21 municípios da Amazônia, que concentram mais da metade dos focos de incên-
dio. Além disso, foi liberado mais de R$ 11 milhões para ações de defesa civil e decretada
situação de emergência em diversas localidades afetadas pela estiagem.

z Pantanal e Cerrado também sofrem com queimadas

No Pantanal, o número de focos de incêndio em agosto de 2024 foi alarmante. Entre os dias
1º e 27, foram registrados 3.845 focos, um aumento de 3,707% em relação ao mesmo período
de 2023. No acumulado do ano, o bioma já registra 8.601 focos, o segundo maior valor desde
1998.
O Cerrado também enfrenta uma situação crítica, com 15.190 focos de queimadas regis-
trados entre 1º e 27 de agosto, um aumento de 127% em relação ao mesmo período de 2023.
No total acumulado do ano, o bioma já registrou 35.882 focos, colocando 2024 como o quarto
pior ano, em termos de queimadas, na história recente.
Daniel Silva, especialista do WWF-Brasil, alerta para a perda acelerada de áreas no Cer-
rado e destaca a necessidade de uma abordagem sistêmica para a preservação dos biomas.
Segundo ele, não adianta proteger a Amazônia e negligenciar o Cerrado, pois os ecossiste-
mas estão interligados e seus benefícios dependem da conservação integrada.

z STF suspende emendas impositivas até que o Congresso estabeleça regras de


transparência52

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender todas as
emendas impositivas propostas por deputados federais e senadores ao orçamento da União.
A suspensão permanecerá em vigor até que o Congresso Nacional estabeleça novos proce-
dimentos que garantam a liberação dos recursos, em conformidade com critérios de transpa-
rência, rastreabilidade e eficiência.
No entanto, a medida não afeta os recursos destinados a obras em andamento ou a ações
emergenciais relacionadas a calamidades públicas formalmente reconhecidas.
A decisão, de caráter liminar, foi proferida no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionali-
dade (ADI) nº 7.697 e será submetida ao referendo do Plenário do STF.
Em razão da urgência do caso, o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, aco-
lheu o pedido do relator e agendou uma sessão virtual extraordinária para deliberar sobre a
questão, com início às 0 h da sexta-feira, 16 de agosto de 2024, e duração de 24 horas.
As emendas impositivas incluem todas as emendas individuais de transferência espe-
cial (conhecidas como PIX), emendas individuais com destinação específica e emendas de
bancadas.
Na ADI, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) questiona dispositivos das Emendas Cons-
ATUALIDADES

titucionais nº 86, de 2015, nº 100, de 2019, nº 105, de 2019, e nº 126, de 2022, que tornaram
obrigatória a execução dessas emendas parlamentares.

52 MENDES, L. Emendas: STF, Congresso e governo anunciam “consenso” por transparência. CNN Brasil, 2024.
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/emendas- stf-congresso-e-governo-anunciam-consenso-p
or-transparencia. Acesso em 13 set. 2024. 69
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Em sua análise preliminar, o ministro Dino destacou que a execução de emendas ao orça-
mento que não atendam a critérios técnicos de eficiência, transparência e rastreabilidade
contraria a Constituição Federal.
Flávio ressaltou que as emendas impositivas devem ser executadas conforme os limites e
termos estabelecidos pela ordem jurídica, sem que os parlamentares tenham liberdade abso-
luta na sua aplicação.
Dino também observou que o rito imposto pelas emendas constitucionais limita a autono-
mia do Poder Executivo na implementação de políticas públicas, convertendo os parlamen-
tares em uma espécie de “coordenadores de despesas”. Além disso, o ministro afirmou que
mudanças na Constituição não podem violar cláusulas pétreas, como o princípio da separa-
ção dos poderes.

z O ministro Alexandre de Moraes dá prazo de 24 horas para Musk nomear represen-


tante legal no Brasil53

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, intimou o bilionário norte-americano Elon Musk,


proprietário da rede social X (anteriormente conhecida como Twitter), a nomear um repre-
sentante legal no Brasil dentro de um prazo de 24 horas.
A intimação foi emitida na quarta-feira, 28 de agosto de 2024, com a advertência de que o
não cumprimento poderá resultar na suspensão da plataforma no país.
A notificação foi realizada por meio do perfil oficial do STF na própria rede social. No dia
17 de agosto, Musk havia anunciado o fechamento da sede da empresa no Brasil e acusou
Moraes de fazer ameaças.
A decisão do ministro visa assegurar o cumprimento de suas ordens anteriores, que deter-
minavam o bloqueio do perfil do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e de outros investiga-
dos. De acordo com informações do gabinete de Moraes, essas ordens não foram atendidas.
O senador Marcos do Val havia sido alvo de medidas cautelares no dia 13 de agosto, em
decorrência das investigações relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro. As medidas
incluíram o bloqueio de suas redes sociais e o congelamento de suas contas bancárias até o
valor de R$ 50 milhões, ação que foi divulgada pelo próprio senador em uma postagem na
plataforma.
Em resposta à intensificação das medidas, Musk decidiu fechar o escritório da empresa no
país, deixando a rede social sem representante legal no Brasil.
Ademais, após a rede social X não cumprir a determinação de bloqueio, Moraes elevou a
multa diária imposta à empresa de R$ 50 mil para R$ 200 mil, advertindo que novo descum-
primento poderia configurar crime de desobediência pelo representante legal do X no
Brasil.

53 STF intima Elon Musk e X a indicarem representante legal em até 24 horas sob pena de suspensão de ativida-
70 des no Brasil. STF, 2024. Disponível em: https://tinyurl.co m/bdhxs9h9. Acesso em 13 set. 2024.
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SETEMBRO DE 2024

Mundo

z Google implementa novas medidas para combater desinformação nas eleições dos
EUA54

A Google anunciou um conjunto de iniciativas para enfrentar a desinformação duran-


te a eleição presidencial nos Estados Unidos, prevista para novembro. A empresa pretende
expandir sua estratégia de combate a notícias falsas, além de moderar conteúdos gerados
por inteligência artificial e aumentar a proteção para usuários considerados “de alto risco”
de ataques cibernéticos.
Laurie Richardson, vice-presidente de Confiança e Segurança da Google, declarou:

Estamos orgulhosos de que nossas plataformas sejam usadas por pessoas e campanhas de
todas as origens e crenças. Criamos ferramentas para garantir a segurança das campanhas
online e continuaremos a agir para proteger os usuários antes, durante e após as eleições
deste ano.

„ Acesso a informações confiáveis

A Google informou que suas principais plataformas foram ajustadas para assegurar que
os usuários tenham acesso a informações confiáveis. Para isso, a empresa estabeleceu parce-
rias com entidades não partidárias que fornecerão dados sobre locais de votação e orienta-
ções sobre como se registrar para votar.
Nas pesquisas da Google, essa iniciativa resultará em um agregador de informações para
todos os usuários que buscarem dados eleitorais nos Estados Unidos. No YouTube, a plata-
forma implementará ações que direcionarão os usuários para fontes oficiais ao buscarem
informações relacionadas às eleições.
Além disso, a empresa limitará o uso de sua inteligência artificial generativa, chamada
Gemini, para impedir que ela responda a perguntas sobre candidatos ou a eleição. A Google
reconheceu que não consegue garantir a precisão das respostas geradas automaticamente
pela IA.

„ Reforço na segurança digital

Para as campanhas políticas, a Google reforçou a opção de adesão ao Programa Avançado


de Proteção, que visa usuários com alto risco de ataques cibernéticos. Esse programa oferece
treinamento para os gestores e funcionários das campanhas com o objetivo de reduzir o risco
ATUALIDADES

de invasões. A Google também integrará medidas de segurança e permitirá que o Workspace


seja configurado automaticamente para proteger os dados sensíveis das campanhas.

54 SPADONI, P. Google prepara sua IA para enfrentar desinformação nas eleições dos EUA. Olhar Digital, 2024. Dis-
ponível em: https://olhardigital.com.br/2024/09/02/ internet-e-redes-sociais/google-prepara - sua-ia-para-enfren-
tar-desinformacao-nas -eleicoes-dos-eua/. Acesso em: 17 out. 2024. 71
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Importante!
Recentemente, a equipe de segurança da Google divulgou informações sobre uma série
de ataques realizados pelo grupo APT42, um coletivo de hackers apoiados pelo governo
iraniano, que visaram contas associadas a militares israelenses, funcionários do governo
e indivíduos envolvidos na eleição presidencial dos EUA.

z Macron nomeia Michel Barnier como primeiro-ministro após semanas de impasse


político55

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou em 5 de setembro de 2024 a nomeação


de Michel Barnier, ex-negociador da União Europeia *EU) para o Brexit, como seu novo pri-
meiro-ministro. A decisão ocorreu após semanas de negociações frustradas em busca de uma
formação de governo estável, resultado de uma eleição antecipada inconclusiva.
Barnier, de 73 anos, desempenhou um papel crucial nas conversações da UE com o Reino
Unido sobre sua saída do bloco entre 2016 e 2021. Com uma longa trajetória política, o con-
servador também ocupou diversos cargos em governos franceses e foi comissário da UE.
Apesar de Barnier ter sido escolhido após um período de considerações sobre vários can-
didatos, não há garantias de que sua administração conseguirá aprovar reformas em um
parlamento fragmentado. Contudo, o partido de ultradireita Reunião Nacional (RN), um dos
maiores na Assembleia Nacional após as eleições de julho, indicou que não rejeitaria Barnier
imediatamente, desde que certas condições fossem atendidas.
Embora Barnier seja um pró-europeu convicto e tenha um histórico de moderado, ele
endureceu seu discurso durante sua tentativa de obter a candidatura presidencial pelo par-
tido conservador em 2021, expressando preocupações sobre a imigração, um ponto que tam-
bém ressoa com a agenda do RN.
A decisão de Macron de convocar eleições parlamentares antecipadas em junho resultou
em uma derrota para sua coligação centrista, que perdeu dezenas de assentos, deixando o
cenário político sem um partido com maioria absoluta. A aliança de esquerda Nova Frente
Popular obteve a maior quantidade de votos, mas Macron descartou a possibilidade de solici-
tar que formassem um governo, já que outros partidos expressaram resistência a essa ideia.
Apesar da nomeação de Barnier, a paralisia política na França pode continuar, uma vez
que Macron não pode convocar novas eleições até julho do ano que vem. O legislador do RN,
Sebastien Chenu, afirmou que o partido aguardará as declarações de Barnier sobre imigra-
ção e a reforma do sistema eleitoral francês. Seu colega de partido, Laurent Jacobelli, acres-
centou que o RN gostaria de ver a dissolução do parlamento rapidamente e a implementação
de um sistema de representação proporcional para as próximas eleições parlamentares.
Atenção! Apesar das esperanças de um novo governo, o RN não demonstra entusiasmo
por Barnier, com Jacobelli criticando a escolha ao afirmar que o presidente está reavivando
figuras que governaram a França nas últimas quatro décadas.

55 MACRON indica premiê após semanas de impasse em formação de governo. CNN Brasil, 2024. Disponível em:
https://www.cnnbrasil. com.br/internacional/ macron-indica-premie-apos-semanas -de- impasse-em-formacao-de-
72 -governo/. Acesso em: 17 out. 2024.
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z EUA, Reino Unido e UE firmam primeiro tratado internacional de inteligência
artificial56

Em 5 de setembro de 2024, foi aberto para assinatura o primeiro tratado internacional de


inteligência artificial (IA) juridicamente vinculativo, negociado por países como os membros
da União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido, conforme anunciado pela organização de
direitos humanos do Conselho da Europa.
Denominada Convenção sobre IA, a proposta foi desenvolvida ao longo de anos e adota-
da em maio, após discussões entre 57 países. O tratado visa abordar os riscos associados à IA,
ao mesmo tempo em que busca promover a inovação responsável.
Afirmou Shabana Mahmood, ministra da Justiça do Reino Unido:

Essa convenção é um passo importante para garantir que essas novas tecnologias possam ser
aproveitadas sem comprometer nossos valores fundamentais, como os direitos humanos e o
Estado de direito.

A Convenção de IA se concentrou na proteção dos direitos humanos das pessoas impacta-


das pelos sistemas de IA e é distinta da Lei de IA da UE, que entrou em vigor no mês passado.
Esta última contém regulamentações abrangentes sobre o desenvolvimento, a implantação e
o uso de sistemas de IA no mercado interno da União Europeia.
O Conselho da Europa, fundado em 1949, é uma organização internacional independen-
te da UE, cujo objetivo é proteger os direitos humanos. Composta por 46 países, a entidade
inclui todos os 27 Estados-Membros da UE.
Atenção! Um comitê ad hoc iniciou, em 2019, a avaliação da viabilidade de um acordo-
-quadro sobre IA. Em 2022, um Comitê de Inteligência Artificial foi formado para elaborar e
negociar o texto do tratado.
Os países signatários têm a opção de adotar ou manter medidas legislativas, administra-
tivas ou outras para efetivar as disposições acordadas. Entretanto, Francesca Fanucci, espe-
cialista jurídica do European Center for Not-for-Profit Law (ECNL) — que contribuiu para a
elaboração do tratado ao lado de outros grupos da sociedade civil —, criticou o acordo, afir-
mando que ele foi “diluído” em um conjunto amplo de princípios.
Comentou Fanucci:

A formulação de princípios e obrigações nessa convenção é tão vaga e cheia de ressalvas que
levanta sérias preocupações sobre sua segurança jurídica e aplicabilidade efetiva.

Fanucci também apontou falhas nas isenções para sistemas de IA utilizados em segurança
nacional e na supervisão limitada das empresas privadas em comparação ao setor público,
descrevendo esse duplo padrão como “decepcionante.”
ATUALIDADES

56 EUA, REINO Unido e UE assinam 1º tratado internacional de IA. CNN Brasil, 2023. Disponível em: https://www.
cnnbrasil.com.br/ economia/macroeconomia/ eua-reino-unido-e-ue-assinam-1o-tratado- internacional-de-ia/.
Acesso em: 17 out. 2024. 73
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z OEA classifica saída de Edmundo González da Venezuela como “exílio forçado”57

No dia 8 de setembro de 2024, a Organização dos Estados Americanos (OEA) declarou a


saída de Edmundo González, candidato presidencial da oposição na Venezuela, como um
“exílio forçado”.
Em um comunicado oficial, a OEA destacou que, após um mês e 10 dias das eleições pre-
sidenciais no país, o regime não apresentou evidências do resultado eleitoral e, simultanea-
mente, forçou o exílio de González por meio de intimações infundadas e ameaças de prisão.

„ Contexto da situação

Edmundo González, que era visto como um dos principais opositores do governo venezue-
lano, havia sido intimado pela Procuradoria-Geral da República antes de deixar o país. A OEA
afirmou que, considerando os eventos que se desenrolaram desde a eleição, era evidente que
González teria vencido as eleições se elas fossem conduzidas de maneira justa.

„ Condenação do regime

A OEA não hesitou em condenar as ações do governo venezuelano, classificando-as como


um ato de autoritarismo. A organização expressou que essa manobra foi “evidentemente con-
denável e repudiável”, enfatizando a violação dos direitos políticos e humanos na Venezuela.
Até o momento, o governo venezuelano não emitiu qualquer declaração oficial sobre os
comentários da OEA. A situação na Venezuela tem sido marcada por uma crescente repres-
são a vozes dissidentes, e a saída de González foi mais um exemplo das dificuldades enfren-
tadas pela oposição no país.

„ Implicações da declaração da OEA

A declaração da OEA sobre o exílio forçado de González ressaltou as tensões políticas na


Venezuela e a luta contínua pela democracia e direitos humanos. A situação também colocou
mais pressão sobre o regime de Nicolás Maduro, que vinha enfrentando críticas internas e
externas por suas práticas autoritárias.
Essa recente classificação da OEA pode ter intensificado os esforços internacionais para
abordar a crise política e humanitária na Venezuela, enquanto a comunidade global conti-
nua a monitorar a situação dos direitos humanos e as condições políticas no país.

57 OEA CLASSIFICA saída de Edmundo Gonzalez da Venezuela como “exílio forçado”. Notícias do Brasil, 2024. Dis-
ponível em: https://edup.ecowas.int/new/oea-classifica -saida-de-edmundo-gonzalez- da- venezuela-como-exilio-
74 -forcado/. Acesso em: 17 out. 2024.
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z Musk chama governo australiano de “fascista” após nova lei sobre desinformação58

Em resposta à nova legislação do governo australiano que visa combater a desinformação,


Elon Musk, proprietário da plataforma X (antigo Twitter), usou a rede social para descrever
o governo trabalhista da Austrália como “fascista”.
A legislação, divulgada no dia 12 de setembro de 2024, permite que as plataformas de
internet sejam multadas em até 5% de suas receitas globais se forem consideradas responsá-
veis por permitir a disseminação de desinformação.

„ Detalhes da legislação

A nova lei exige que as plataformas tecnológicas criem códigos de conduta para impe-
dir a propagação de informações falsas, os quais devem ser aprovados por um regulador.
Caso uma plataforma não estabeleça tais códigos, o regulador irá implementar seus próprios
padrões, podendo aplicar multas em caso de não conformidade.
A ministra das Comunicações, Michelle Rowland, defendeu a proposta, afirmando que ela
promove a transparência e a responsabilidade das plataformas em relação aos usuários e à
população australiana.

„ Reação de Musk e críticas

Musk, conhecido por sua postura de defensor da liberdade de expressão, respondeu a uma
postagem que mencionava a lei com um simples comentário: “Fascistas”. Sua declaração pro-
vocou reações críticas de legisladores australianos, incluindo o ministro dos Serviços Gover-
namentais, Bill Shorten, que afirmou que Musk tem mudado de opinião sobre a liberdade de
expressão conforme suas conveniências comerciais.
Shorten disse ao Channel Nine:

Elon Musk teve mais posições sobre a liberdade de expressão do que o Kama Sutra. Quando
é do seu interesse comercial, ele é o defensor da liberdade de expressão e quando não gosta…
ele vai acabar com tudo.

O tesoureiro assistente, Stephen Jones, também comentou que as plataformas de mídia


social não deveriam publicar conteúdo fraudulento, materiais falsos e violência ao vivo em
nome da liberdade de expressão.

„ Conflitos anteriores com o governo australiano

Este não foi o primeiro embate entre Musk e o governo australiano. Em abril, o X entrou
ATUALIDADES

com uma ação judicial para contestar uma ordem de um regulador cibernético que pedia a
remoção de postagens sobre o esfaqueamento de um bispo em Sydney. O primeiro-ministro
Anthony Albanese havia previamente se referido a Musk como um “bilionário arrogante” em
resposta a esse conflito.

58 MUSK chama governo da Austrália de ‘fascista’ por nova lei sobre desinformação em redes sociais. O Globo,
2024. Disponível em: https://oglobo.globo.com/ economia/tecnologia/noticia/2024/09/13/musk- chama-governo-
-da-australia-de-fascista-por-nova-lei- sobre-desinformacao-em-redes-sociais.ghtml. Acesso em: 17 out. 2024. 75
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Embora o regulador tenha desistido da contestação após um revés no tribunal, o X decidiu
bloquear usuários australianos de ver as postagens sobre o incidente, argumentando que as
regras de um país não deveriam governar a internet.

„ Implicações da nova lei

A nova legislação sobre desinformação na Austrália se insere em um contexto global de


crescente pressão sobre plataformas de tecnologia para que sejam mais responsáveis pela
veracidade do conteúdo que hospedam. Com a forte reação de Musk e as controvérsias em
torno da liberdade de expressão, o debate sobre como regular a desinformação na internet
promete continuar a ser um tema polêmico e decisivo.

z Explosões de pagers e walkie-talkies do Hezbollah deixam dezenas de mortos no


Líbano59

Pelo menos 32 pessoas morreram e milhares ficaram feridas no Líbano após a explosão de
pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah nos dias 17 e 18 de setembro de 2024. O grupo
armado libanês utilizou esses dispositivos para comunicações internas, e as explosões, atri-
buídas a uma operação sofisticada, espalharam o caos no país.
No dia 17, as primeiras explosões resultaram na morte de 12 pessoas, incluindo duas
crianças, e feriram cerca de três mil. Já no dia 18, novos ataques mataram mais 20 pessoas e
deixaram pelo menos 450 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano. A Reuters
informou que o segundo ataque atingiu especificamente walkie-talkies.
Esses equipamentos teriam sido adquiridos pelo Hezbollah cinco meses antes, na mesma
época em que os pagers, também conhecidos como “bipes”, foram comprados. A natureza
exata de como os explosivos foram plantados e ativados permanece obscura, mas o Hezbol-
lah atribuiu a responsabilidade a Israel.
Fontes de segurança dos EUA e do Líbano, citadas por veículos de imprensa, sugeriram
que o Mossad, serviço de inteligência israelense, teria implantado explosivos nos dispositivos
do Hezbollah, causando a onda de explosões.
As explosões do dia 18 aconteceram durante o funeral de algumas das vítimas do ataque
anterior, o que gerou uma atmosfera de pânico. Relatos indicaram que ambulâncias tiveram
dificuldades de acesso aos feridos, e a desconfiança entre os moradores em relação a qual-
quer pessoa com dispositivos de comunicação aumentou.
Empresas de Taiwan e Hungria, mencionadas como possíveis fabricantes dos pagers, nega-
ram qualquer envolvimento. O governo israelense, por sua vez, não comentou oficialmente
o caso.
Em resposta aos ataques, o Hezbollah declarou, em um comunicado via Telegram, que
lançou foguetes contra uma posição de artilharia israelense, marcando o primeiro confronto
transfronteiriço desde as explosões. No entanto, o conflito entre o Hezbollah e Israel já vinha
se intensificando desde outubro, com trocas de fogo constantes, incluindo mais de oito mil
foguetes lançados pelo Hezbollah contra o norte de Israel e retaliações israelenses com ata-
ques aéreos e de artilharia.

59 BENNETT, T. 6 incógnitas sobre explosões de pagers e walkie-talkies no Líbano. BBC News Brasil, 2024. Dispo-
76 nível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cy0l5j71v4zo. Acesso em: 17 out. 2024.
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O incidente levantou suspeitas sobre uma possível infiltração nas redes de comunicação
do Hezbollah por parte de Israel, o que representaria uma séria vulnerabilidade para o gru-
po, tradicionalmente apoiado pelo Irã.

z Cúpula do Futuro: oportunidade para reformar a Cooperação Global60

Nos dias 22 e 23 de setembro de 2024, os líderes mundiais se reuniram na Cúpula do Futu-


ro, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. O evento teve como
objetivo forjar um novo consenso internacional para que o sistema multilateral esteja mais
preparado para responder a desafios e oportunidades atuais, como o aumento do nível do
mar, a resistência antimicrobiana e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs).
Com muitas das instituições e ferramentas globais datando da década de 1940, a cúpula repre-
sentaria uma oportunidade única para criar sistemas mais eficazes e inclusivos que enfrentem
as crises de segurança emergentes, acelerem o cumprimento dos ODSs, preencham lacunas de
financiamento e abordem as ameaças e oportunidades trazidas pelas tecnologias digitais.

„ Resultados esperados

A cúpula resultou na elaboração do Pacto para o Futuro, um documento orientado para


a ação que visa reforçar a cooperação global. Outros documentos importantes que foram
apresentados incluem o Pacto Digital Global e a Declaração sobre as Gerações Futuras,
que foram adotados na sessão de abertura em 22 de setembro.

„ Dias de Ação: 20–21 de setembro

Os Dias de Ação, de 20 a 21 de setembro, proporcionaram uma plataforma para o envol-


vimento de diversos atores, incluindo chefes de Estado, ministros, representantes do setor
privado, jovens e sociedade civil.
O evento estava previsto para iniciar com uma tarde dedicada à juventude, seguida por
um programa que abordaria três temas principais: digital e tecnologia, paz e segurança e
desenvolvimento sustentável e financiamento.

„ Abertura da cúpula

A Cúpula do Futuro foi inaugurada com um recital da cantora de ópera Renée Fleming,
seguido por discursos do presidente da Assembleia Geral da ONU, Philémon Yang, do secre-
tário-geral da ONU, António Guterres, e de três representantes da juventude. O Brasil partici-
pou durante os diálogos interativos focados em inovação inclusiva e cooperação digital.
Após a abertura, haveria quatro diálogos interativos focados em questões de governança
ATUALIDADES

global, aceleração dos ODSs e aprimoramento do multilateralismo. O Brasil participou do


Diálogo Interativo 3, que tratou do fortalecimento da inovação inclusiva e da cooperação
para superar as lacunas digitais.

60 CÚPULA do Futuro: Oportunidade única para reformar a cooperação global e enfrentar novas e urgentes ameaças.
Nações Unidas, 2024. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/278786- c%C3%BApula-do-futuro-oportunidade-%
C3%BAnica-para-reformar- coopera%C3%A7%C3%A3o-global- e-enfrentar -novas-e. Acesso em: 17 out. 2024. 77
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z Semana de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU

Durante a Semana de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU, de 22 a 30 de setembro,


houve uma série de eventos significativos. O Debate Geral ocorreu com líderes explorando
soluções para desafios globais interconectados.

z Momento dos ODSs

No dia 24 de setembro, o Momento ODS proporcionou uma plataforma para os líderes


apresentarem ações necessárias para acelerar o cumprimento dos ODSs. Esse evento se
basearia nos resultados da Cúpula do Futuro.

z Reuniões de alto nível

„ Reunião sobre o Aumento do Nível do Mar (25 de setembro): tratou da crescente


ameaça do aumento do nível do mar e buscou soluções abrangentes;
„ Reunião sobre Resistência Antimicrobiana (26 de setembro): focou na promoção do
uso responsável de antimicrobianos e no desenvolvimento de novos tratamentos;
„ Reunião sobre Desarmamento Nuclear (26 de setembro): comemorou o Dia Inter-
nacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares e discutiu a descontinuação das
armas nucleares.

Dica

A Cúpula do Futuro e a Semana de Alto Nível representaram momentos cruciais para a


diplomacia global, oferecendo uma plataforma para abordar questões críticas que afetam
a comunidade internacional e buscar soluções colaborativas para os desafios do século
XXI.

Fórum da ONU sobre sustentabilidade no turismo evidencia crescimento e desafios do setor


no pós-pandemia61

Durante o G20 Turismo, realizado em Belém (PA), representantes das maiores economias
globais se reuniram para debater o futuro do setor. Um dos pontos altos foi o Fórum de Sus-
tentabilidade, intitulado “Turismo: Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”,
conduzido pela diretora executiva da ONU Turismo, Zoritsa Urosevic. No evento, Urosevic
destacou a resiliência do turismo no cenário pós-pandêmico e apresentou dados que indicam
uma recuperação significativa da indústria.
Após os desafios impostos pela pandemia de covid-19, o turismo internacional mostrou
sinais robustos de recuperação, alcançando quase os níveis de 2019. De acordo com a ONU
Turismo, o setor pode gerar mais de US$ 4 trilhões do PIB mundial, evidenciando seu papel
crucial na economia global. Afirmou Urosevic:

61 FÓRUM de Sustentabilidade da ONU Turismo destaca força do setor no pós-pandemia. Agência Gov, 2024. Dis-
ponível em: https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/ 202409/no-segundo-dia-do-g20-forum- de-sustentabilidade-
78 -da-onu-turismo- destaca-resiliencia-do-setor-no-pos- pandemia. Acesso em: 17 out. 2024.
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As economias do G20 têm liderado essa recuperação, com um crescimento de 3,1% projetado
para 2024, consolidando o turismo como o principal gerador de empregos no mundo.

Embora os números sejam animadores, o setor ainda enfrenta obstáculos, como o aumen-
to dos custos de hospedagem e transporte, além de incertezas econômicas e crises huma-
nitárias. Em resposta, iniciativas como o programa “Um Planeta”, da ONU, têm promovido
a integração de práticas sustentáveis no turismo, combatendo as mudanças climáticas e
fomentando um desenvolvimento mais responsável.
Outro ponto discutido foi o papel do turismo no desenvolvimento rural, especialmente em
países mais pobres, onde a atividade é uma fonte essencial de renda. Estima-se que 83% das
pessoas em situação de pobreza vivam em áreas rurais, e o turismo tem desempenhado um
papel vital no desenvolvimento econômico e na inclusão social dessas regiões.

z Debate ministerial e o futuro sustentável do turismo

Após a apresentação de Urosevic, ministros de diferentes delegações participaram de um


diálogo ministerial para compartilhar os principais desafios enfrentados por seus países. O
objetivo foi adotar e promover melhores práticas de turismo sustentável, contribuindo para
o desenvolvimento global. Destacou a diretora:

O turismo vai além de ser uma atividade econômica; é uma força para construir um mundo
mais justo e sustentável. Promover uma economia regenerativa dentro do turismo é funda-
mental para atingir esses objetivos.

Com a aproximação da Cúpula da ONU para o Futuro, nos Estados Unidos, a criação de um
pacto pelo futuro do turismo se tornou prioridade, posicionando o setor no centro das discus-
sões sobre sustentabilidade, desenvolvimento econômico e justiça social.
O fórum contou com a participação de representantes de diversos países, incluindo Esta-
dos Unidos, Espanha, Chile, Azerbaijão, Canadá, Índia, Indonésia e Arábia Saudita, além de
instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

z Programação do G20 Turismo

Presidido pelo Brasil, o G20 Turismo de 2024 contou com uma série de painéis, discussões
ministeriais e reuniões bilaterais. O evento enfatizou o diálogo entre os setores público e pri-
vado, buscando soluções inovadoras para o desenvolvimento de um turismo responsável e
sustentável, tanto na Amazônia quanto em outras regiões do mundo.

z Quase 530 mil crianças em Gaza são imunizadas contra a poliomielite, informa ONU62
ATUALIDADES

A ONU anunciou que aproximadamente 530 mil crianças na Faixa de Gaza, uma região
profundamente afetada por conflitos contínuos, foram vacinadas contra a poliomielite até
o momento. A vacinação é coordenada pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos

62 QUASE 530 mil crianças em Gaza são vacinas contra a poliomielite, diz ONU. CNN Brasil, 2024. Disponível em:
https://tinyurl.com/42upu4y8. Acesso em: 17 out. 2024. 79
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Refugiados da Palestina (UNRWA) e faz parte de uma ampla campanha de saúde pública, que
inclui iniciativas no norte de Gaza.
A crise humanitária se agravou com a mais recente onda de violência entre israelenses
e palestinos, que já se arrastava há quase um ano, levando à deterioração das condições de
vida no enclave.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta em 22 de agosto, após o primei-
ro caso de poliomielite em Gaza em 25 anos ser confirmado. Pouco depois, as campanhas de
vacinação foram iniciadas, em 1º de setembro, seguindo um cronograma dividido em três
fases — cada uma com duração de três a quatro dias —, cobrindo as regiões central, sul e
norte de Gaza.

„ Meta é imunizar 640 mil crianças

A vacinação tem como alvo crianças desde recém-nascidos até 10 anos de idade. O obje-
tivo é alcançar um total de 640 mil crianças em Gaza. As autoridades de saúde continuam a
intensificar os esforços para conter a propagação do vírus e garantir a proteção da população
infantil.

„ A importância da vacinação contra a poliomielite

A poliomielite, também conhecida como pólio, é uma doença infecciosa aguda causada
pelo poliovírus, que afeta principalmente crianças menores de cinco anos. Nos casos graves,
a infecção pode causar paralisia permanente ou até mesmo levar à morte. Como não existe
cura, a vacinação é o meio mais eficaz e acessível para prevenir a doença, desempenhando
um papel crucial na saúde pública, especialmente em regiões com infraestrutura de saúde
comprometida.
Com a aproximação do inverno e as condições adversas em Gaza, a vacinação massiva é
vital para reduzir o risco de surtos e proteger a saúde das crianças no território.

z 79ª Assembleia Geral da ONU: compromisso global para erradicar a Aids até 203063

Durante um evento especial da 79ª Assembleia Geral da ONU, lideranças de vários países
se comprometeram a adotar ações ousadas para erradicar a Aids até 2030.
O evento foi co-organizado pelo UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/Aids), pelo Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da Aids
(PEPFAR) e pelo Fundo Global Contra a Aids, Tuberculose e Malária.
Os participantes enfatizaram a importância de manter e acelerar os investimentos, além
de realizar reformas políticas essenciais para continuar o progresso na luta contra a Aids.

63 79ª ASSEMBLEIA Geral da ONU: Lideranças comprometem-se com ações ousadas para acabar com a AIDS até
80 2030. UNAIDS, 2024. Disponível em: https://tiny url.com/3kwb9ky3. Acesso em: 17 out. 2024.
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z Avanços na resposta global ao HIV

Os avanços significativos na resposta global ao HIV são frequentemente considerados uma


das grandes histórias de sucesso do multilateralismo. Os dados mais recentes demonstram o
impacto positivo dos esforços conjuntos:

„ Tratamento antirretroviral: no final de 2023, 30,7 milhões de pessoas que vivem com
HIV estavam em tratamento com antirretrovirais, representando um aumento signifi-
cativo em relação aos 7,7 milhões em 2010. Isso significa que o número de pessoas em
tratamento é quatro vezes maior que há uma década;
„ Redução de mortes: as mortes relacionadas à Aids foram reduzidas em 50% desde
2010, refletindo a eficácia das iniciativas de tratamento e prevenção;
„ Novas infecções em crianças: o número de novas infecções por HIV entre crian-
ças diminuiu em 62%, um indicativo do progresso na proteção das populações mais
vulneráveis.

z Compromissos futuros

As lideranças presentes na Assembleia Geral destacaram a necessidade de continuar com


o impulso necessário para não apenas erradicar a Aids, mas também para assegurar que o
progresso alcançado seja mantido após 2030. O evento simbolizou um passo crucial em dire-
ção à criação de um mundo sem Aids, reforçando a importância da cooperação internacional
e do compromisso coletivo na luta contra o HIV.

z Compromissos globais para erradicar a Aids até 2030

Dados recentes do UNAIDS apontam que o fim da Aids até 2030 é uma meta viável, desde
que países, comunidades e parcerias atuem para fechar as lacunas que ainda impedem o
progresso na luta contra o HIV.
Durante a 79ª Assembleia Geral da ONU, a vice-secretária-geral das Nações Unidas, Amina
Mohammed, destacou o movimento contra a Aids como um “farol de esperança e resiliên-
cia”. Ela expressou sua gratidão às lideranças por seu compromisso em erradicar a Aids até
2030, ressaltando a importância de uma resposta coletiva e integrada.

z Testemunho de ativistas

A ativista queniana Jerop Limo, que vive com HIV, compartilhou um poderoso testemunho
sobre o impacto transformador da resposta ao HIV, enfatizando que as conquistas dos líderes
globais não podem ser medidas apenas em números. “Eu sou esses números”, disse ela, res-
ATUALIDADES

saltando a importância de ver as pessoas além das estatísticas.

z Novos compromissos

Durante o evento, países, comunidades e parcerias de todo o mundo fizeram novos com-
promissos significativos, incluindo:
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„ Acesso universal ao tratamento e prevenção: garantir que todos que necessitam de
prevenção e tratamento do HIV tenham acesso a esses serviços essenciais;
„ Combate ao estigma e discriminação: trabalhar para eliminar o estigma e a discri-
minação associados ao HIV, criando um ambiente mais inclusivo e acolhedor para as
pessoas afetadas;
„ Aceleração da pesquisa e inovação: impulsionar pesquisas e inovações que possam
levar a novas soluções e tratamentos para o HIV;
„ Mobilização de recursos internos: reforçar a mobilização de recursos internos adicio-
nais para apoiar os esforços contínuos na resposta ao HIV, assegurando a sustentabili-
dade do progresso alcançado.

Os compromissos assumidos durante a Assembleia Geral da ONU foram passos essenciais


em direção à erradicação da Aids. A mensagem clara é que, ao unir esforços, combater desi-
gualdades, proteger os direitos humanos e apoiar políticas baseadas na ciência, é possível
transformar a luta contra o HIV em um sucesso coletivo. O desafio, agora, é manter a pressão
e o compromisso para garantir que essas promessas se concretizem e beneficiem as comuni-
dades ao redor do mundo.

z Extrema-Direita ganha força na Áustria: uma vitória histórica com impactos na


Europa64

O Partido da Liberdade (FPÖ), de extrema-direita, obteve uma vitória expressiva nas elei-
ções austríacas, conquistando 29% dos votos, o que representou um marco significativo no
cenário político do país. Essa ascensão tem levantado preocupações a respeito do fortaleci-
mento de movimentos extremistas na Europa, especialmente em regiões com histórico liga-
do ao nazismo. Américo Martins, analista sênior de direito internacional, alertou sobre o
perigo que esse avanço pode representar para a estabilidade democrática na Áustria e no
continente.

„ Contexto histórico: a Áustria e o legado nazista

Martins destacou que a história da Áustria é particularmente preocupante no que diz res-
peito ao crescimento da extrema-direita. Observa o analista:

A Áustria foi incorporada pela Alemanha nazista em 1938 e compartilhou do regime do Ter-
ceiro Reich. Adolf Hitler, inclusive, nasceu na Áustria, e até hoje há um saudosismo perigoso
em relação às políticas nazistas no país.

Esse contexto histórico contribuiu para uma atmosfera de tensão em torno do sucesso
eleitoral do FPÖ, que tem sido associado a uma retórica nacionalista e xenófoba. A vitória do
partido reacendeu debates sobre as raízes do extremismo e sua persistência em determina-
das regiões da Europa.

64 DILEMA político na Áustria após vitória da extrema-direita. Euronews, 2024. Disponível em: https://pt.euronews.
82 com/m y-europe/2024/09/30/dilema-politico-na-austria-apos -vitoria-da-extrema- direita. Acesso em: 17 out. 2024.
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„ Fatores que impulsionam a extrema-direita

O crescimento dos partidos de extrema-direita na Europa pode ser atribuído a dois fatores
centrais: a imigração e o declínio econômico da União Europeia em relação a outras potên-
cias globais, como China e Estados Unidos. A crise migratória, com grande fluxo de imigran-
tes provenientes da África e do Oriente Médio, tem sido manipulada por esses partidos para
promover uma narrativa xenófoba.
Martins ressaltou que essa interpretação é distorcida. Explica o analista:

Nos países da Europa, como no Reino Unido, a economia depende dos imigrantes para fun-
cionar. No entanto, esses partidos transformam o medo do outro em uma ferramenta política.

A questão da imigração, portanto, tornou-se um catalisador para o fortalecimento de movi-


mentos de extrema-direita, que exploram ansiedades sociais para obter ganhos eleitorais.

„ Reação dos partidos democráticos: um caminho para conter o extremismo

Apesar das preocupações com o avanço da extrema-direita, há sinais encorajadores de


resistência por parte dos partidos democráticos tradicionais. “A boa notícia é que outros parti-
dos têm mostrado relutância em formar alianças com o Partido da Liberdade”, afirma Martins.
Ele destacou a importância de uma frente unida entre partidos de centro-direita, centro-es-
querda e centro para combater posições extremistas.
Martins sugeriu que o diálogo e a cooperação entre partidos democráticos são essenciais
para enfrentar o desafio do extremismo. Conclui:

Os partidos democráticos precisam superar suas diferenças e formar governos de coalizão


que reflitam a diversidade política, combatendo o extremismo em todas as suas formas.

„ O futuro da democracia na Europa

A vitória do Partido da Liberdade na Áustria sinalizou uma tendência preocupante para a


política europeia. No entanto, a resposta dos partidos democráticos será crucial para deter-
minar se o extremismo será contido ou se continuará a crescer. A cooperação entre diferentes
forças políticas pode ser a chave para proteger a democracia e os valores fundamentais da
Europa em um momento de grandes desafios.

Importante!
Cinco anos após um fracasso eleitoral, o Partido da Liberdade (FPÖ), liderado por Herbert
ATUALIDADES

Kickl, registrou um crescimento impressionante, mas ainda não tem garantias de que con-
seguirá formar um governo.

83
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z União Europeia destina ativos russos congelados para apoiar a Ucrânia65

Em 19 de setembro de 2024, a União Europeia anunciou a destinação de aproximadamen-


te € 160 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) em ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia
a enfrentar a crise humanitária e a se preparar e para o inverno rigoroso que se aproxima.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, explicou que os fundos serão
usados prioritariamente para reforçar a rede de energia do país, que sofreu grandes danos
devido aos ataques russos.
Von der Leyen detalhou que a Rússia danificou cerca de 9 gigawatts da infraestrutura
elétrica ucraniana — uma perda equivalente à capacidade de geração de energia combinada
dos três países bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia.

„ Esforços para restaurar a infraestrutura e aumentar a capacidade energética

Além do financiamento destinado à recuperação da infraestrutura elétrica, a União Europeia


também se comprometeu a apoiar com reparos e exportações adicionais de energia, visando
restaurar 2,5 gigawatts, o que corresponde a 15% das necessidades energéticas da Ucrânia. A
meta é minimizar os impactos dos apagões e garantir que as cidades ucranianas tenham acesso
suficiente a eletricidade, especialmente em um contexto de destruição generalizada.
Um relatório da Missão de Direitos Humanos da ONU destacou a gravidade dos ataques
à infraestrutura energética ucraniana, sugerindo que essas ações podem constituir violações
do direito humanitário internacional. O documento enfatizou que muitas áreas ficaram sem
eletricidade por dias ou semanas após os bombardeios, o que aumenta a vulnerabilidade da
população.

„ Desafios do inverno e a urgência da ajuda internacional

Com a chegada do inverno, as condições de vida na Ucrânia se tornam ainda mais desa-
fiadoras, já que as temperaturas podem cair para –10 °C ou menos. Essa realidade torna a
recuperação da rede elétrica uma questão urgente para assegurar a sobrevivência da popu-
lação nos meses mais frios. A assistência da União Europeia é, portanto, crucial para garantir
aquecimento, fornecimento de água e outros serviços essenciais durante essa estação crítica.

z Brasil e China convocam aliança internacional “Amigos pela Paz” para resolver con-
flito na Ucrânia66

Em 27 de setembro de 2024, durante um evento paralelo à Assembleia Geral da ONU em


Nova York, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o assessor especial
da presidência, Celso Amorim, reuniram-se com representantes chineses para propor uma

65 UE IRÁ enviar 160 mi de euros em ativos russos congelados para a Ucrânia. Valor, 2024. Disponível em: https://
valor.globo.com/mundo/noticia/2024/09/19/ue-ir-enviar- 160-mi-de-euros-em-ativos- russos-congelados-para-a
-ucrnia.ghtml. Acesso em: 17 out. 2024.
66 JANJÁCOMO, M. Na ONU, Brasil e China chamam países para aliança de “amigos pela paz” na Ucrânia. CNN Bra-
sil, 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/ internacional/na-onu-brasil-e-china- chamam-paises-para-
84 alianca-de-amigos -pela-paz-na-ucrania/. Acesso em: 17 out. 2024.
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aliança diplomática chamada “Amigos pela Paz” (“Friends for Peace”). O objetivo da iniciati-
va foi mobilizar apoio internacional para encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia por meio
de negociações diplomáticas, evitando o uso de soluções militares.
Brasil e China buscaram ampliar a adesão à aliança, envolvendo o maior número possí-
vel de países. A reunião contou com a participação de representantes de diversas nações,
incluindo França, Suíça, Vietnã, Tailândia, México, Etiópia e Colômbia.

„ Declarações de Celso Amorim sobre o envolvimento de Zelensky

Após o encontro, Celso Amorim comentou sobre as críticas do presidente ucraniano Volo-
dymyr Zelensky à proposta de paz defendida por Brasil e China. Questionado se Zelensky
estaria “incomodado” com a iniciativa, Amorim afirmou não ter recebido qualquer sinal
nesse sentido e destacou que não houve divergências significativas durante as discussões.
Entretanto, ele mencionou que os Emirados Árabes Unidos não puderam apoiar o documen-
to devido ao seu envolvimento em negociações paralelas, e o México levantou preocupações
relacionadas à segurança.
Amorim considerou a reunião um avanço significativo:

Já havíamos firmado o acordo em maio, mas apenas Brasil e China estavam envolvidos. Ago-
ra temos uma participação mais ampla, e a presença do ministro Mauro Vieira trouxe maior
institucionalidade ao movimento.

Ele ressaltou que a iniciativa é composta por países que desejam a paz, e não por “amigos
da Rússia” ou “amigos da Ucrânia”.

„ Críticas de Zelensky e posição de Lula

No dia 25 de setembro, em discurso na Assembleia Geral da ONU, Zelensky criticou a pro-


posta de Brasil e China, argumentando que qualquer tentativa de buscar alternativas à sua
“fórmula de paz” para o conflito com a Rússia seria um sinal de apoio ao que ele caracterizou
como as ações do presidente russo Vladimir Putin.
Em resposta, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva reiterou, em uma coletiva de
imprensa no mesmo dia, que a guerra na Ucrânia não pode ser solucionada pela via militar.
Afirmou Lula:

Há uma proposta sendo discutida, elogiada por alguns, que inclui o Brasil e a China. Estamos
abertos ao diálogo, mas isso só será possível se ambos os lados estiverem dispostos a negociar.
ATUALIDADES

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z Crise política na Bolívia: marcha de Evo Morales atinge La Paz, e governo de Arce
responde com rigor67

A recente marcha liderada por Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, gerou tensões signi-
ficativas entre ele e o governo atual de Luis Arce. Morales exigiu a troca de ministros “corrup-
tos e traficantes” em um prazo de 24 horas, dando início à “Marcha para salvar a Bolívia”, que
mobilizou milhares de bolivianos em direção à capital, La Paz. Os confrontos com a polícia
resultaram em 36 feridos e levaram o governo a descrever as exigências de Morales como um
“ultimato” que ameaça a ordem democrática.
A crise em questão tem raízes profundas, incluindo a escassez de combustíveis que a Bolí-
via enfrenta desde o ano passado, levando a uma situação econômica precária. O governo de
Arce enfrenta críticas, especialmente em relação à importação de combustíveis e ao uso de
reservas internacionais para cobrir gastos, o que provocou desvalorização do peso boliviano.
Esse cenário econômico instável é um dos fatores que alimentam a insatisfação popular e a
mobilização de grupos em favor de Morales.
Além disso, a disputa política entre Morales e Arce se intensificou à medida que se apro-
ximam as eleições presidenciais de 2025. A inabilitação de Morales pelo Tribunal Constitu-
cional, que o impede de concorrer, complica ainda mais a situação. Enquanto isso, a divisão
interna no partido Movimiento al Socialismo (MAS) reflete a tensão entre os dois líderes,
que anteriormente eram aliados.
As manifestações e a resposta do governo são um indicativo de um clima político polari-
zado na Bolívia, com implicações significativas para o futuro do país. As reivindicações de
Morales por mudanças no governo e o foco em questões de corrupção ressoam com um elei-
torado que se sente frustrado com a situação econômica e política atual. A resposta do gover-
no Arce, que incluiu um apelo ao diálogo, será crucial para determinar como essas tensões
evoluirão nos próximos meses.

Brasil

z Exposição em Brasília celebra capital como obra de arte coletiva e reafirma sua rele-
vância contemporânea68

A exposição “Brasília, a Arte do Planalto”, em cartaz no Museu Nacional da República,


destacou a capital federal como uma obra de arte coletiva que permanece atual e vibrante.
Desde sua concepção, Brasília foi planejada com um olhar atento ao urbanismo, aos edifícios
públicos e à integração harmoniosa com a paisagem do Cerrado.
O antropólogo e primeiro reitor da Universidade de Brasília (UnB), Darcy Ribeiro, des-
creveu Brasília como o ápice da cultura carioca em termos de arquitetura e planejamento
urbano. Esse caráter cosmopolita é reforçado pela influência de diversas regiões do Brasil,
refletida desde os tempos da construção da cidade pelos candangos, que também têm seu

67 GALÃO, F. Marcha de Evo Morales acirra crise política na Bolívia três meses após “golpe”. Gazeta do Povo,
2024. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/ mundo/marcha-evo-morales-acirra- crise-politica-boli-
via/. Acesso em: 17 out. 2024.
68 MUSEU Nacional da República recebe exposição gratuita sobre a arte do Planalto Central. Agência Brasília,
2024. Disponível em: https://agenciabrasilia.df.gov.br/2024/ 09/24/museu-nacional-da- republica-recebe-exposi-
86 cao-gratuita- sobre-a-arte-do-planalto-central/. Acesso em: 17 out. 2024.
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legado registrado na exposição, incluindo o diploma concedido pelo presidente Juscelino
Kubitschek, que reconhecia sua contribuição à construção da nova capital.
Entre as peças em destaque, estão reproduções do croqui original do Plano Piloto, criado
pelo urbanista Lúcio Costa, além de manuscritos do arquiteto Oscar Niemeyer, que projetou o
Memorial JK. Junto ao paisagista Roberto Burle Marx e ao artista plástico Athos Bulcão, esses
nomes são frequentemente associados à identidade visual e arquitetônica de Brasília.
Uma das instalações de maior impacto é “Imemorial”, de Rosângela Rennó, que presta
uma homenagem aos trabalhadores da construção da cidade, incluindo adultos e crianças
que perderam a vida no processo, classificados como “dispensados por motivo de morte”. A
obra reflete a complexidade e os desafios enfrentados durante a criação da nova capital.
A exposição também deu espaço a artistas contemporâneos, como Adriana Vignoli, Anto-
nio Obá, Cildo Meireles e Maria Bonomi, entre outros. Segundo o curador Paulo Herkenhoff,
todas as obras são de artistas brasilienses ou com alguma conexão profunda com a cidade.
Afirmou:

Brasília é única na história do Brasil. Ela nasceu com o propósito de ser extraordinária, e essa
característica levou ao seu tombamento pela Unesco. Ao mesmo tempo, simboliza o ápice da
modernidade brasileira na metade do século XX.

Sara Seilert, co-curadora da mostra, reforçou que o ambiente de Brasília, com seus amplos
espaços, terra vermelha e céu imenso, influencia a produção artística local. “O contexto histó-
rico, ambiental e político se reflete diretamente na arte produzida aqui”, comentou.

Importante!
A mostra é fruto de uma parceria entre a Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Instituto Brasi-
leiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) e oferece uma perspectiva rica sobre o
legado e a contínua relevância de Brasília como centro de inovação cultural e urbanística.

z Barroso defende liberdade de expressão e a necessidade de regulação digital na


ONU69

Durante um evento realizado na ONU em Nova York, no dia 20 de setembro de 2024, o


ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou o
compromisso com a liberdade de expressão, destacando, ao mesmo tempo, a urgência de
regulamentar as plataformas digitais e a inteligência artificial.
Em suas declarações, Barroso ressaltou que, apesar de os avanços tecnológicos terem
ampliado o acesso à informação e democratizado o espaço público, eles também abriram
portas para a propagação de desinformação, discursos de ódio e teorias conspiratórias.
ATUALIDADES

69 BARROSO defende liberdade de expressão e regulação de IA em evento da ONU. Metro1, 2024. Disponível em:
https://www.metro1 .com.br/noticias/brasil/155427,barroso- defende-liberdade-de- expressao-e-regulacao-de-ia-
em-evento-da-onu. Acesso em: 17 out. 2024. 87
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„ A liberdade de expressão como pilar democrático

Barroso foi enfático ao afirmar que a liberdade de expressão é fundamental para a vida demo-
crática e precisa ser protegida. No entanto, ele destacou que o modelo de negócios das platafor-
mas digitais, orientado pelo engajamento, frequentemente valoriza conteúdo baseados em ódio,
mentira e sensacionalismo, pois geram maior envolvimento dos usuários. “O trágico da condição
humana é que o ódio e a mentira geram mais engajamento do que o diálogo educado”, lamentou o
ministro, apontando para os desafios que isso impõe à qualidade do debate público.

„ O desafio da desinformação: a verdade em crise

Em um momento crítico de sua fala, Barroso destacou que, atualmente, as pessoas estão
criando suas próprias narrativas, desafiando o conceito de verdade. “Precisamos restabelecer
a ideia de que mentir deliberadamente é errado”, comentou o ministro, sugerindo que a socie-
dade deve retomar o compromisso ético com a verdade. Para ele, a solução passa por uma
regulação cuidadosa das plataformas digitais, que deve se concentrar em limitar a propaga-
ção de conteúdos prejudiciais sem comprometer os princípios democráticos.

„ Inteligência artificial: oportunidades e ameaças

Barroso também abordou os desafios e oportunidades relacionados à inteligência artificial.


Ele reconheceu os aspectos positivos dessa tecnologia, como a automação e a inovação, mas
advertiu sobre os riscos associados, incluindo impactos no mercado de trabalho, uso para fins
bélicos e, principalmente, a massificação da desinformação. Ele destacou o fenômeno do deep
fake, no qual IA é usada para criar vídeos e áudios falsos que podem enganar o público.
“A liberdade de expressão perde completamente o sentido quando não podemos mais acre-
ditar no que vemos ou ouvimos”, afirmou Barroso, alertando sobre os danos que o deep fake
pode causar à confiança pública.

„ A regulação da IA: desafios futuros

Para Barroso, o maior desafio na regulação da IA está na velocidade com que a tecnologia
avança. Segundo ele, a transformação é tão rápida que é difícil prever como a IA afetará o
futuro próximo. Contudo, ele enfatizou que a regulamentação é essencial para garantir que
a IA seja usada de forma ética e responsável.

„ Bloqueio do X no Brasil: uma questão legal

Ao final do evento, Barroso comentou sobre a recente suspensão da plataforma X (antigo


Twitter) no Brasil, explicando que a decisão foi tomada com base em uma questão legal clara:
a empresa não tem um representante oficial no país, como exige a legislação brasileira.
Sem essa representação, a plataforma não pode ser notificada formalmente para cumprir deci-
sões judiciais, como a remoção de postagens que incitem violência ou hostilização de autoridades.
Barroso reforçou que a medida não foi uma questão política, mas uma aplicação simples da lei: “A
legislação é clara: para operar no Brasil, é necessário ter um representante no país”, afirmou.
88
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„ Conclusão: o futuro da liberdade e regulação digital

A participação de Barroso no evento da ONU trouxe à tona questões cruciais para o futuro
da comunicação e da tecnologia. Ao defender a liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, a
regulação das plataformas digitais e da IA, o ministro ressaltou a necessidade de equilibrar
inovação com responsabilidade ética. Em um mundo em que a tecnologia avança rapidamen-
te, garantir que a verdade e a justiça prevaleçam é, para Barroso, uma das maiores tarefas
da sociedade contemporânea.

z Senado celebra 200 anos: história do Brasil através da ótica do Legislativo70

Em 2024, o Senado Federal celebra 200 anos de atuação, relembrando a trajetória da Casa
do Povo e seu papel na construção da história do Brasil. Para marcar a data, a exposição
“Senado 200 Anos: Conectando Passado e Futuro” foi inaugurada no Salão Negro do Palácio
do Congresso no dia 10 de setembro de 2024, às 15h30. O evento combina história e tecnolo-
gia para proporcionar uma experiência interativa ao público.

„ O Senado e a história do Brasil

Segundo a diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, a história da Casa Alta está profunda-
mente entrelaçada com a história nacional. Afirmou Trombka:

Por meio desses 200 anos do Senado, queremos explicar para as pessoas a história do Brasil,
a história do Legislativo, falar de democracia e participação. Mostramos que é interessante
estudar isso.

A exposição refletiu o compromisso do Senado em garantir o equilíbrio entre os Poderes,


uma característica marcante da Casa ao longo dos séculos.

„ O papel do Senado na política brasileira

O historiador José Dantas destaca que o Senado, desde sua criação, tem sido composto por
figuras experientes da vida pública. Observou Dantas:

É raro que um político tenha o Senado como primeiro mandato. Normalmente, eles passam
pela Câmara ou ocupam outras posições importantes na sociedade brasileira antes de chegar
ao Senado.

Isso reforçou a ideia de que a Casa sempre foi composta por políticos com sólida experiência.
ATUALIDADES

70 MEDEIROS, T. 200 anos: Senado comemora aniversário relembrando história brasileira sob ótica do Legislativo.
CNN Brasil, 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/200-anos-senado- comemora-aniversario-
-relembrando- historia-brasileira-sob-otica-do -legislativo/. Acesso em: 17 out. 2024. 89
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„ Inteligência artificial traz nova perspectiva à história

Um dos principais atrativos da exposição foi a utilização da inteligência artificial para


contar a história de momentos cruciais do Brasil, como a assinatura da Constituição, de 1891,
a primeira da República. Essa tecnologia transforma registros históricos antes estáticos em
experiências dinâmicas, oferecendo uma nova perspectiva sobre os eventos.

„ O acervo da exposição: palácios e antiguidades

Além das inovações tecnológicas, a exposição apresentou maquetes dos três palácios que
abrigaram o Senado ao longo de sua história: o Palácio Conde dos Arcos e o Palácio Monroe,
ambos no Rio de Janeiro, e o Congresso Nacional, em Brasília. Também foram expostos itens
históricos, como móveis antigos, bustos de personalidades políticas, urnas de prata, lustres
monumentais e uma parte do vitral de 1930 que representa a Proclamação da República.

z Exposição “Senado 200 Anos: Conectando Passado e Futuro”

„ Abertura: 10 de setembro de 2024, às 15h30;


„ Período: 10 de setembro a 10 de dezembro de 2024;
„ Horário: de segunda a sexta, das 9h às 17h — última entrada às 16h30;
„ Local: Salão Negro do Congresso Nacional.

A exposição oferece uma oportunidade única de revisitar a história do Brasil através dos
olhos do Senado, destacando o papel essencial do Legislativo na preservação da democracia
e no desenvolvimento do país.

z Queimadas em setembro de 2024 superam média histórica em 30%71

Dados recentes do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais


(Inpe), indicam que 2024 está a caminho de ser um dos anos com mais focos de queimadas
da última década no Brasil.
Em setembro, já foram registrados mais de 80 mil focos, o que representou um aumento
de 30% em relação à média histórica para o mês, monitorada desde 1998.
Mesmo que os números não ultrapassem as médias dos últimos meses do ano, 2024 já se
posicionou como o ano com o maior número de queimadas desde 2010, quando foram con-
tabilizados 319.383 focos.

„ Aumento significativo em relação a 2023

Comparando com setembro de 2023, que registrou 18 mil focos de queimadas, os dados
deste ano revelaram um aumento impressionante de 311%, com 75 mil focos identificados
até o momento. Esse aumento acentuado reforça as preocupações em relação às queimadas
no Brasil e seus impactos ambientais.

71 JERONYMO, G. Registro de queimadas em setembro é 30% maior que a média do mês. Agência Brasil, 2024. Dis-
90 ponível em: https://tinyurl.com/9nw6furu. Acesso em: 17 out. 2024.
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„ Centro-Oeste lidera o crescimento nas queimadas

O Centro-Oeste é a região que mais se destacou no aumento de queimadas em 2024, com


três estados apresentando os maiores aumentos em relação a 2023. Mato Grosso do Sul regis-
trou um aumento de 601%, com 11.990 focos, seguido pelo Distrito Federal, com 269% e 318
focos, e Mato Grosso, que teve 217% de crescimento, alcançando 45 mil focos, o maior núme-
ro entre os estados brasileiros. O Pará, tradicionalmente afetado por queimadas, também
registrou números altos, com 17.297 focos apenas em setembro, representando 21,2% do
total nacional.

„ Sudeste também registra crescimento

Embora menos expressivo em números totais, o Sudeste também apresentou aumentos


significativos. São Paulo teve um crescimento de 428% em setembro, com 7.855 focos ativos,
enquanto o Rio de Janeiro registrou um aumento de 184%, com 1.074 focos. Em São Paulo, o
mês de setembro concentrou a maior parte das queimadas, com 2.445 focos ativos, represen-
tando 3% do total de queimadas no Brasil.

„ Mobilização de esforços no combate às queimadas

No estado de São Paulo, as autoridades intensificaram os esforços para combater os incên-


dios. A defesa civil estadual mobilizou uma força-tarefa que incluiu 133 agentes, 42 veículos
e seis aeronaves, atuando principalmente na Estação Ecológica do Jataí, na região de Ribeirão
Preto.

„ Retrospectiva e previsão para 2024

Desde o início das medições em 1998, o Brasil ultrapassou a marca de 300 mil focos de
queimadas em apenas seis anos: 2002, 2003, 2004, 2005, 2007 e 2010. Com os 208 mil focos
registrados até setembro de 2024, o país caminha para alcançar essa marca novamente,
ficando atrás apenas dos totais de 2020 (222.797 focos) e 2015 (216.778 focos), considerando
os últimos 10 anos.

Importante!
A crescente tendência nas queimadas gera preocupações em relação às consequências
ambientais e climáticas, exigindo uma resposta urgente e coordenada para controlar a
situação e minimizar os danos ambientais.
ATUALIDADES

91
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z 47% dos brasileiros avaliam a educação como ruim, revela pesquisa da Global Edu-
cation Monitor 202472

De acordo com a pesquisa Global Education Monitor 2024, apenas 26% dos brasileiros
consideram o sistema educacional do país como bom. Esse número representa uma queda
em relação ao ano anterior, quando 34% dos entrevistados tinham uma visão positiva sobre
a qualidade da educação, evidenciando uma redução de oito pontos percentuais na avaliação
positiva. Em contraste, países como Singapura (74%) e Índia (69%) demonstram uma percep-
ção mais favorável em relação aos seus sistemas educacionais.
Em termos de insatisfação, 47% dos brasileiros classificam a educação como ruim. A Hun-
gria ocupa a liderança desse ranking, com 65% de avaliações negativas, seguida pela Romê-
nia (54%) e Argentina (51%). Apesar disso, 49% dos brasileiros reconhecem a importância da
educação na redução das desigualdades sociais.

„ Desafios do sistema educacional brasileiro

Os entrevistados destacaram diversos desafios enfrentados pelo sistema educacional no


Brasil. O acesso desigual à educação foi apontado como o principal obstáculo por 38% dos
participantes. Outros problemas significativos incluíam a falta de financiamento público,
mencionada por 35%, e a infraestrutura inadequada das escolas, citada por 33%.
Esses desafios divergiram entre os países: na Argentina, 41% dos entrevistados acreditam
que um currículo desatualizado é o maior problema, enquanto na França, 45% identificam
salas de aula superlotadas como a principal questão. Nos Estados Unidos, a segurança nas
escolas é uma preocupação significativa, com 31% das menções.

„ Cautela em relação à tecnologia e IA na educação

A pesquisa também revelou uma crescente preocupação sobre o impacto da tecnologia na edu-
cação. Aproximadamente 28% dos brasileiros acreditam que os avanços tecnológicos, incluindo
a inteligência artificial, terão um impacto mais negativo do que positivo no futuro educacional.
Em relação ao uso de IA, como o ChatGPT, 30% apoiam a proibição, enquanto 34% são
contrários. Em comparação, mais de 50% dos entrevistados em países como Canadá e França
apoiam a restrição do uso de IA nas escolas.

„ Restrições ao uso de redes sociais por menores

No que diz respeito ao uso de redes sociais por crianças menores de 14 anos, a opinião
pública no Brasil é similar à de outros países. A pesquisa indica que 60% dos brasileiros
apoiam a proibição do uso dessas plataformas por crianças, tanto dentro quanto fora das
escolas, refletindo uma preocupação global sobre os efeitos negativos das redes sociais no
desenvolvimento infantil. Esse apoio é levemente inferior ao observado na França, onde 80%
dos entrevistados são favoráveis a essa proibição.

72 GOMES, T. 47% dos brasileiros consideram a educação no Brasil ruim, diz pesquisa. CNN Brasil, 2024. Dispo-
nível em: https://www.cnnbrasil.com.br/educacao/47-dos-brasileiros-consideram-a-educacao-no- brasil-ruim-diz-
92 -pesquisa/. Acesso em: 17 out. 2024.
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O Global Education Monitor 2024 do Ipsos entrevistou 23.754 pessoas em 30 países, incluin-
do 1,5 mil brasileiros, entre 21 de junho e 5 de julho de 2024. A pesquisa foi realizada on-line
e os dados foram ponderados para refletir o perfil da população de cada país, com uma mar-
gem de erro de 3,5 pontos percentuais para o Brasil.

z Brasil entre os 10 maiores desperdiçadores de alimentos, revela estudo da ONU73

Um recente estudo da Organização das Nações Unidas colocou o Brasil entre os 10 países
que mais desperdiçam alimentos no mundo. Esse dado é alarmante, especialmente consi-
derando o contexto da fome e a contribuição significativa do desperdício alimentar para o
aquecimento global. O estudo, realizado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNU-
MA), também evidenciou a estreita conexão entre a perda de alimentos e a crise climática
global.

„ Impacto ambiental: desperdício de alimentos e emissões de gases

De acordo com o levantamento, o desperdício de alimentos é responsável por 8% a 10%


das emissões globais de gases de efeito estufa. Esse impacto ambiental é diretamente relacio-
nado às práticas inadequadas na produção e no consumo de alimentos, que contribuem para
a degradação ambiental e intensificação da crise climática. A quantidade de alimentos des-
perdiçados representa uma significativa perda de recursos, além de ser um fator agravante
para o aquecimento global.

„ Causas do desperdício alimentar no Brasil

O estudo revelou que quase 87% dos alimentos são desperdiçados antes mesmo de chega-
rem ao consumidor final. Problemas como transporte inadequado, falta de infraestrutura e
falhas no armazenamento são apontados como os principais fatores que levam à perda de
grandes quantidades de alimentos no Brasil.
Outro ponto destacado pelo relatório é o comportamento dos consumidores brasileiros. A
tendência de comprar mais do que o necessário cria um ciclo de desperdício, alimentado pela
“cultura do desperdício”. Esse hábito de consumo exagerado não só contribui para o aumen-
to do descarte de alimentos, como amplia o impacto ambiental negativo.

„ Soluções para reduzir o desperdício e mitigar a crise climática

A organização Pacto Contra a Fome, que atua na erradicação da fome no Brasil, reforça
que o combate ao desperdício alimentar pode ter impactos positivos tanto no meio ambiente
quanto na segurança alimentar. De acordo com a instituição, uma redução pela metade do
ATUALIDADES

desperdício de alimentos poderia reduzir em até 4% as emissões globais de gases de efeito


estufa provenientes da agricultura.

73 CAMPOS, P. Campeão no desperdício: Brasil é um dos 10 países que mais desperdiçam comida, revela estu-
do da ONU. Pádua Campos, 2024. Disponível em: https://paduacampos.com.br /2024/09/15/campeao-no-desper-
dicio- brasil-e-um-dos-10-paises-que- mais-desperdicam-comida-revela-estudo-da-onu/. Acesso em: 17 out. 2024. 93
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Essa mudança também teria um impacto direto na luta contra a fome, já que uma gestão
mais eficiente dos alimentos poderia garantir que mais pessoas tivessem acesso a recursos
alimentares. Especialistas afirmam que o primeiro passo para essa mudança está na trans-
formação de comportamentos e na adoção de práticas de consumo mais conscientes.

„ Caminhos para um futuro sustentável

O combate ao desperdício de alimentos no Brasil exige a colaboração de diversos seto-


res: governo, iniciativa privada e sociedade civil. Algumas das ações recomendadas incluem
campanhas educativas para conscientizar a população sobre a importância do consumo
responsável, melhorias na cadeia de produção e distribuição, além de incentivos a práticas
sustentáveis.
A implementação dessas estratégias é fundamental para reverter o cenário alarmante e
contribuir para um futuro mais sustentável, em que a fome e o desperdício de recursos sejam
problemas do passado. Além de mitigar os impactos ambientais, essas ações podem promo-
ver uma sociedade mais justa e equilibrada, garantindo acesso equitativo aos alimentos e
uma melhor gestão dos recursos naturais.

z STF decide que testemunhas de Jeová podem recusar transfusão de sangue por moti-
vos religiosos74

Em uma decisão unânime, o Supremo Tribunal Federal determinou, no dia 25 de setem-


bro de 2024, que as testemunhas de Jeová têm o direito de recusar tratamentos médicos que
envolvam transfusão de sangue em virtude de suas crenças religiosas. Essa decisão reafir-
mou a autonomia do paciente e a liberdade religiosa, garantindo que a recusa seja respeitada
em tratamentos médicos.
Os ministros também concordaram que as pessoas que optam por não receber transfusões
de sangue por razões religiosas têm direito a tratamentos alternativos disponíveis no Siste-
ma Único de Saúde (SUS), mesmo que isso signifique buscar serviços fora de sua cidade de
residência.

z Direitos e condições da recusa

A decisão do STF estabeleceu algumas condições para que um paciente possa recusar um
tratamento médico por motivos religiosos:

„ o paciente deve ser maior de idade, e sua escolha deve ser livre, informada e expressa;
„ a recusa deve ser feita antes do procedimento médico, podendo ser estabelecida
previamente;
„ a decisão é pessoal e não se aplica a terceiros, incluindo filhos menores, cuja opção de
tratamento alternativo deve ser eficaz e aprovada por avaliação médica.

74 TESTEMUNHAS de Jeová têm direito de recusar procedimento que envolva transfusão de sangue, decide STF.
Supremo Tribunal Federal, 2024. Disponível em: https://noticias.stf.jus.br/postsnoticias/ testemunhas-de-jeova-
94 -tem-direito-de-recusar-procedimento- que-envolva-transfusao-de-sangue-decide-stf/. Acesso em: 17 out. 2024.
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z Processos judiciais e tese de julgamento

A decisão do STF decorreu de dois casos judiciais envolvendo testemunhas de Jeová, com
repercussão geral, o que significa que a definição deverá ser aplicada em casos semelhantes
em todo o país. Os relatores dos processos, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, apresen-
taram as seguintes teses de julgamento:

Testemunhas de Jeová, quando maiores e capazes, têm o direito de recusar procedimento


médico que envolva transfusão de sangue, com base na autonomia individual e na liberdade
religiosa. [...]

Pacientes têm o direito de recusar tratamento de saúde por motivos religiosos, desde que a
decisão seja inequívoca, livre e informada, podendo optar por procedimentos disponíveis no
SUS que não incluam transfusões de sangue.

z Segurança jurídica e repercussões

Após a decisão, as testemunhas de Jeová no Brasil expressaram que a nova determinação


oferece segurança jurídica tanto para pacientes quanto para médicos e hospitais. A entidade
destacou que decisões semelhantes foram tomadas em tribunais de outros países, como Rei-
no Unido, Itália, Canadá, Estados Unidos, África do Sul, Argentina, Colômbia e Chile.
A religião das testemunhas de Jeová, que tem cerca de 8,8 milhões de adeptos globalmente,
baseia sua recusa às transfusões de sangue na crença de que Deus ordena a abstenção de san-
gue, considerando-o sagrado. Essa posição é respaldada pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), que recomenda a abordagem centrada no desejo do paciente, utilizando práticas que
evitem a necessidade de transfusões.

z Casos em análise

Um dos processos envolve uma paciente que se negou a assinar um termo de consenti-
mento que permitia transfusões durante uma cirurgia de substituição de válvula aórtica, ale-
gando estar ciente dos riscos. O outro caso se refere a uma condenação da União e do estado
do Amazonas para cobrir os custos de uma cirurgia sem transfusão em outro estado, já que
esse procedimento não estava disponível localmente.

Dica
Os casos analisados pelo STF surgiram após a recusa de custeio de tratamentos alterna-
tivos para testemunhas de Jeová, que buscaram na Justiça garantir a realização de cirur-
ATUALIDADES

gias sem transfusão de sangue, afirmando seu direito à liberdade religiosa.

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Todos os direitos são reservados à Nova Concursos.
z Declaração do presidente Lula na abertura da 79ª Assembleia Geral da ONU em Nova
York75

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumprimentou o presidente da Assembleia Geral,


Philémon Yang, e o secretário-geral, António Guterres, além de saudar os chefes de Estado,
governos e representantes presentes na 79ª Assembleia Geral da ONU. Ele fez uma men-
ção especial à delegação palestina, que estava participando pela primeira vez como membro
observador, e ao presidente Mahmoud Abbas.
Em 23 de setembro, foi aprovado o Pacto para o Futuro. De acordo com o presidente Lula,
a dificuldade em chegar a um consenso revela a fragilidade das capacidades de diálogo e
negociação. O limitado alcance desse acordo reflete um paradoxo atual: seguimos em círcu-
los entre compromissos modestos que geram resultados insuficientes. Nem mesmo a tragédia
da covid-19 uniu os países para formalizar um tratado sobre pandemias na OMS, destacou o
presidente.
Lula ainda ressaltou a necessidade de fortalecer a ONU com os meios necessários para
enfrentar as rápidas mudanças globais. Ele observou que enfrentamos tensões crescentes e
um cenário de disputas geopolíticas intensas. Em 2023, registrou-se o maior número de con-
flitos desde a Segunda Guerra Mundial, com os gastos militares globais subindo pelo nono
ano consecutivo, chegando a US$ 2,4 trilhões. Parte desses recursos, incluindo mais de US$
90 bilhões direcionados a arsenais nucleares, deveria ser utilizada para combater a fome e
mitigar a crise climática. Em vez disso, o que se vê é a expansão das capacidades bélicas e o
uso da força sem respaldo no direito internacional.
O presidente alertou que dois conflitos simultâneos ameaçam se tornar confrontos gene-
ralizados. Na Ucrânia, a guerra segue sem perspectivas de paz. O Brasil condena firmemente
a invasão territorial ucraniana e considera evidente que nenhuma das partes alcançará seus
objetivos por meio militar. A escalada do uso de armamentos destrutivos remete aos piores
tempos da Guerra Fria, ressaltando a necessidade urgente de retomar o diálogo.
A crise humanitária em Gaza e na Cisjordânia atinge proporções históricas, com conse-
quências também para o Líbano. O que começou como um ataque terrorista se transformou
em punição coletiva para todo o povo palestino, resultando em mais de 40 mil mortes, prin-
cipalmente de mulheres e crianças.
O presidente enfatizou que a defesa legítima não pode ser confundida com vingança, que
inviabiliza o cessar-fogo e a liberação de reféns.
Além disso, conflitos esquecidos no Sudão e no Iémen impõem sofrimentos a milhões, e o
número de pessoas precisando de ajuda humanitária em 2023 alcançará 300 milhões. A pola-
rização crescente e a discussão sobre “desglobalização” contrastam com a realidade de inter-
dependência, especialmente em relação à mudança climática. De acordo com o presidente
Lula, o planeta está cansado de acordos não cumpridos, de metas de redução de emissões
negligenciadas e da falta de auxílio financeiro aos países pobres. A evidência do aquecimento
global é inegável, com 2024 se aproximando como o ano mais quente da história moderna.
Eventos climáticos extremos, como furacões, secas, inundações e incêndios florestais, estão
ocorrendo em várias regiões, incluindo o Brasil, que enfrenta a maior enchente desde 1941 e a
pior estiagem na Amazônia em 45 anos. O governo brasileiro assume suas responsabilidades

75 DISCURSO do presidente Lula na abertura da 79ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Planalto, 2024. Dis-
ponível em: https://www.gov.br/planalto/pt-br/ acompanhe-o-planalto/discursos-e- pronunciamentos/2024/09/dis-
96 curso-do- presidente-lula-na-abertura-da-79a-assembleia-geral-da-onu- em-nova-york. Acesso em: 17 out. 2024.
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e luta contra crimes ambientais, garimpo ilegal e degradação. O desmatamento na Amazônia
foi reduzido em 50% no último ano, e o governo pretende erradicá-lo até 2030. As soluções
devem incluir a participação dos povos indígenas e comunidades locais.
A visão brasileira de desenvolvimento sustentável está baseada na bioeconomia. Em 2025,
o Brasil sediará a COP-30, defendendo o multilateralismo como a única forma de enfrentar a
crise climática. A Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil será apresenta-
da em breve, visando limitar o aumento da temperatura global a 1,5 °C.
O Brasil desponta como um líder em transição energética, com 90% da eletricidade pro-
venientes de fontes renováveis. Desde os anos 1970, o país apostou nos biocombustíveis, e,
hoje, lidera a produção de hidrogênio verde. O presidente destacou que é hora de acelerar a
descarbonização e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
Desde 2014, a América Latina enfrenta uma segunda década perdida, com crescimen-
to médio de 0,9%, metade da taxa observada na década de 1980. A combinação de cresci-
mento baixo e desigualdade elevada enfraquece a cooperação regional e a vocação para o
entendimento.
O presidente considerou inaceitável que Cuba ainda figure em listas unilaterais de pro-
motores de terrorismo e sofra sanções que afetam os mais vulneráveis. No Haiti, é urgente
restaurar a ordem pública e promover o desenvolvimento.
No Brasil, a defesa da democracia exige ações constantes contra ameaças extremistas e
totalitárias. Conforme Lula, o povo brasileiro continuará resistindo a tentativas de minar as
instituições, e a democracia deve atender às aspirações legítimas por igualdade, emprego e
segurança.
O presidente afirmou que não há espaço para falsos patriotas ou ultraliberalismo em um
continente empobrecido. O futuro da América Latina passa pela construção de um Estado
sustentável, inclusivo e eficiente; um Estado que respeite os direitos de todos e regule plata-
formas digitais que se julgam acima da lei.
Na área de inteligência artificial, a concentração de poder e conhecimento acentua desi-
gualdades. O presidente destacou a necessidade de uma IA que represente o Sul Global, res-
peite os direitos humanos e sirva como ferramenta de paz. Ele defendeu uma governança
global da IA que inclua todos os Estados.
O acesso a financiamento, segundo o presidente, continua proibitivo para países de rendas
baixa e média. A dívida impede investimentos em áreas cruciais como saúde e educação. É
necessário reformar o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial para garantir
a participação dos países em desenvolvimento.
Enquanto os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ficam para trás, grandes corpora-
ções e bilionários aumentam sua riqueza, enquanto a maioria da população empobrece, des-
tacou o presidente. Para combater essa injustiça, o Brasil propõe cooperação internacional
para estabelecer padrões mínimos de tributação global.
A fome afeta 733 milhões de pessoas e a insegurança alimentar aumentou desde 2019.
ATUALIDADES

O presidente enfatizou que o problema é político e não de produção, pois o mundo produz
alimentos suficientes para todos. A prioridade do Brasil é erradicar a fome, como foi feito em
2014. A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza será lançada no Rio de Janeiro e visa unir
esforços para enfrentar esse desafio, especialmente durante a presidência brasileira no G20.
O presidente concluiu que, prestes a completar 80 anos, a Carta da ONU permanece sem
uma reforma substancial. Apenas quatro emendas foram aprovadas desde 1965. Hoje, com
193 membros, a ONU precisa de uma revisão abrangente para enfrentar os desafios atuais.
97
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Ele ressaltou a necessidade de transformar o Conselho Econômico e Social em um órgão
central para o desenvolvimento sustentável, revitalizar a Assembleia Geral e reformar o Con-
selho de Segurança, tornando-o mais eficaz e representativo. O desequilíbrio de gênero e a
exclusão de regiões como a América Latina e a África precisam ser corrigidos para restaurar
a relevância da ONU no cenário global.

z Fósseis brasileiros revelam nova perspectiva sobre a evolução dos mamíferos76

Pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, utilizaram fósseis encontrados


no Brasil para desvendar aspectos inesperados sobre a evolução dos mamíferos. A pesqui-
sa, publicada na revista científica Nature em 25 de setembro de 2024, envolveu a análise
de fósseis das espécies Brasilodon quadrangularis e Riograndia guaibensis, revelando que
os “experimentos” evolutivos ocorreram milhões de anos antes do que se acreditava. Essas
descobertas trazem novos insights sobre a origem das características únicas dos mamíferos.
Entre os vertebrados, os mamíferos se destacam pela estrutura diferenciada da mandí-
bula e pela presença de três ossos no ouvido médio. O processo de desenvolvimento dessas
características intrigou os cientistas por décadas. Com a nova pesquisa, foi possível entender
melhor como os ancestrais dos mamíferos, conhecidos como cinodontes, adquiriram ossos
adicionais no ouvido médio em comparação com os vertebrados mais antigos.

„ Reconstrução digital e novas descobertas

Utilizando tomografia computadorizada, os cientistas reconstruíram digitalmente a arti-


culação da mandíbula desses cinodontes pela primeira vez. Uma descoberta significativa foi
a identificação de uma ligação típica dos mamíferos entre o crânio e a mandíbula inferior em
Riograndia guaibensis, que viveu 17 milhões de anos antes da espécie mais antiga anterior-
mente conhecida a apresentar essa estrutura.
Entretanto, essa conexão não foi encontrada no Brasilodon quadrangularis, uma espécie
mais próxima dos mamíferos modernos. Isso sugere que a evolução da mandíbula caracte-
rística dos mamíferos ocorreu várias vezes em diferentes linhagens de cinodontes, contradi-
zendo a hipótese de que essa transformação teria sido única e linear.

„ Evolução complexa e diversificada

As evidências indicam que os ancestrais dos mamíferos passaram por diferentes adapta-
ções da mandíbula, o que levou ao surgimento de características “mamíferas” em múltiplos
grupos de forma independente. A nova perspectiva sugeriu uma evolução mais complexa e
diversificada do que se pensava, com diferentes linhagens experimentando variações anatô-
micas ao longo do tempo.
“O desenvolvimento do contato típico da mandíbula dos mamíferos foi um marco crucial
na sua evolução”, explica James Rawson, principal autor do estudo e membro da Escola de
Ciências da Terra de Bristol.

76 ALMEIDA, I. Análise de fósseis brasileiros mostra a evolução dos mamíferos. Correio Braziliense, 2024. Disponí-
vel em: https://www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/ 2024/09/6950605-analise-de- fosseis-brasileiros-
98 -mostra-a-evolucao-dos- mamiferos.html. Acesso em: 17 out. 2024.
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Os fósseis brasileiros mostram que diferentes grupos de cinodontes exploraram várias formas
de articulação mandibular, demonstrando que certas características evoluíram repetidamente
em linhagens distintas.

A professora Marina Soares, do Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do


Rio de Janeiro (UFRJ), acrescentou: “Em nenhum outro lugar do mundo existe uma diversida-
de tão ampla de formas de cinodontes intimamente relacionados aos primeiros mamíferos”.
Essas descobertas tornam os fósseis brasileiros fundamentais para entender a história evo-
lutiva dos mamíferos, revelando uma evolução mais experimental e menos linear do que
imaginávamos.

z UFF é a primeira universidade federal do RJ a adotar cotas para pessoas trans77

A Universidade Federal Fluminense (UFF) se destacou como a primeira instituição federal


de ensino superior no estado do Rio de Janeiro a estabelecer cotas específicas para pessoas
transgênero em cursos de graduação.
A medida foi aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão em 19 de setembro
de 2024. A partir de 2025, 2% das vagas nos cursos de graduação serão reservadas para estu-
dantes trans, beneficiando mais de 300 pessoas já no primeiro ano de implementação.
A pró-reitora de Assuntos Estudantis, Alessandra Siqueira Barreto, celebrou a iniciativa,
destacando que a proposta surgiu a partir do envolvimento dos coletivos de estudantes trans
e das discussões com a administração da universidade. Afirmou Barreto:

Foi um processo de construção coletiva, com os estudantes apresentando suas demandas e


contribuindo para a formulação da política.

Atualmente, 18 programas de pós-graduação na UFF já oferecem vagas reservadas para


pessoas trans. Com a nova política, todos os cursos de mestrado e doutorado deverão disponi-
bilizar ao menos uma vaga a partir do próximo ano. A UFF, localizada em Niterói, conta com
cerca de 66 mil alunos e nove campi em diversas cidades do estado.

Importante!

Para assegurar a integridade do processo de seleção, a instituição implementará uma ban-


ca de heteroidentificação, complementando a autodeclaração dos candidatos. Esse pro-
cedimento visa garantir a transparência e a inclusão nas ações afirmativas.

„ Políticas de permanência e apoio aos cotistas


ATUALIDADES

Alessandra Barreto também destacou o compromisso da universidade de acompanhar os


estudantes cotistas trans, promovendo um ambiente acolhedor que ajude a mitigar práticas
discriminatórias. Atualmente, metade das bolsas acadêmicas são direcionadas a estudantes

77 UFF APROVA reserva de vagas para pessoas trans na graduação e pós. UFF, 2024. Disponível em: https://www.
uff.br/ 19-09-2024/uff-aprova-reserva-de-vagas-para-pessoas-trans-na-graduacao-e-pos/. Acesso em: 17 out. 2024. 99
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beneficiados por políticas afirmativas. “Nosso compromisso vai além do ingresso; estamos
desenvolvendo protocolos específicos para assegurar a permanência dos alunos na universida-
de”, disse a pró-reitora.
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) apoiou a iniciativa, enfatizando
que a luta é por condições justas para ingresso, permanência e sucesso acadêmico. Bruna
Benevides, presidente da organização, anunciou que em breve será divulgada uma carta com
diretrizes para a implementação das cotas, abordando temas como segurança e políticas de
permanência.

„ Outras universidades consideram a implementação de cotas

A UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) também está discutindo a adoção
de cotas para pessoas trans em seus cursos de graduação. Outras universidades federais do
estado, como a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a Unirio (Universidade Fede-
ral do Estado do Rio de Janeiro), ainda não têm políticas semelhantes em vigor.
Com a inclusão da UFF, pelo menos 12 instituições federais de ensino superior no Brasil
adotam políticas de ação afirmativa para pessoas trans. A Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo) foi a mais recente a anunciar essa decisão, em 11 de setembro de 2024. Já em
2018, a UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia) foi pioneira ao implementar a reserva
de vagas específicas para essa população.

„ Cotas para grupos específicos já previstas em lei

A legislação federal (Lei nº 14.723, de 2023) estabelece que instituições de ensino superior
reservem vagas para grupos como pessoas negras, indígenas, quilombolas e pessoas com
deficiência, além daqueles que tenham cursado a educação básica integralmente em escolas
públicas.

OUTUBRO DE 2024

Mundo

z Conflito entre Israel e Líbano: intensificação e promessas de apoio da Turquia78

A recente escalada de violência entre Israel e Líbano gerou preocupação internacional,


especialmente após ataques israelenses ao sul do Líbano, atingindo também a capital, Bei-
rute. Como resposta, o presidente turco Tayyip Erdogan declarou apoio irrestrito ao Líbano,
prometendo auxílio em meio à crise humanitária e militar.
Entenda o contexto do conflito: Israel intensificou os ataques ao Líbano, tendo como prin-
cipal alvo o Hezbollah, um grupo paramilitar libanês que conta com o apoio do Irã. Essa
ofensiva ocorreu simultaneamente à guerra na Faixa de Gaza, onde o Hamas, aliado do Hez-
bollah, deu início a ataques em 2023. Em meio à escalada do conflito, o chefe do Hezbollah,

78 KUCUKGOCMEN, A. Erdogan promete apoiar o Líbano após ataques de Israel. CNN Brasil, 2024. Disponível em:
https://www. cnnbrasil.com.br/internacional/erdogan -promete-apoiar-o-libano- apos- ataques-de-israel/. Acesso
100 em: 20 nov. 2024.
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Hassan Nasrallah, foi morto durante um ataque aéreo israelense em Beirute, o que contri-
buiu para aumentar ainda mais as tensões na região.
No Líbano, o impacto dos bombardeios resultou em mais de 500 mortes, tornando-se o dia
mais mortal desde 2006. Além disso, milhares de civis libaneses foram deslocados, buscando
refúgio em abrigos para escapar da violência.
Os ataques levaram ao deslocamento de moradores do norte de Israel, e o primeiro-minis-
tro, Benjamin Netanyahu, reiterou que garantir o retorno desses cidadãos é um objetivo de
guerra.
O posicionamento da Turquia frente aos acontecimentos foi o seguinte: Erdogan expres-
sou preocupação com a ampliação do conflito, afirmando que “Israel enfrentará uma resistên-
cia mais forte no Líbano do que em Gaza”. Ele sugeriu que a Turquia pode vir a ser alvo futuro
de Israel, aumentando o tom diplomático contra os ataques israelenses.
Houve uma grande repercussão internacional, inclusive com impactos no Brasil, uma vez
que, entre as vítimas dos ataques, dois adolescentes brasileiros foram mortos, o que levou
o Itamaraty a condenar as hostilidades e avaliar missões de resgate.
O agravamento do conflito demonstrou a complexidade e a interligação dos fatores polí-
ticos, religiosos e geoestratégicos na região. A promessa de apoio da Turquia ao Líbano pode
ter marcado um novo capítulo de intervenções externas no Oriente Médio.

z Morte de Yahya Sinwar: Israel confirma eliminação do líder máximo do Hamas e


intensifica ofensiva na Faixa de Gaza79

Israel confirmou a morte de Yahya Sinwar, líder máximo do Hamas em Gaza, durante uma
operação militar. O Exército israelense afirmou que Sinwar foi identificado por meio de regis-
tros dentários e exames de DNA, encerrando semanas de especulação sobre seu paradeiro.
Sinwar, considerado o principal estrategista dos ataques de 7 de outubro, era uma das
figuras mais procuradas pelas autoridades israelenses, acusado de comandar o “massacre de
7 de outubro”, que gerou um novo ciclo de violência entre Israel e Hamas.
Yahya Sinwar nasceu em 1962 no campo de refugiados de Khan Younis, no sul da Faixa
de Gaza. Ele era um dos fundadores do braço militar do Hamas e foi eleito para o politburo
do grupo em 2017, assumindo a liderança política do Hamas em Gaza. Designado terrorista
pelo Departamento de Estado dos EUA desde 2015, ele era sancionado por diversas nações,
incluindo o Reino Unido e a França, devido ao seu papel no desenvolvimento de alianças
regionais e na articulação de ataques contra Israel.
Sinwar havia passado mais de duas décadas em prisões israelenses, onde desenvolveu
relações próximas com outras lideranças do Hamas. Ele assumiu um papel de liderança fun-
damental ao organizar o grupo na Faixa de Gaza e estabelecer conexões estratégicas com
países árabes. Desde os ataques de outubro, não havia sido visto em público, e a inteligência
israelense acreditava que ele estava escondido nos túneis subterrâneos do Hamas, que for-
ATUALIDADES

mam uma vasta rede na Faixa de Gaza.


A morte de Sinwar cria um vácuo de liderança no Hamas, e os próximos passos do grupo
dependem de quem assumirá o comando. Mohammed Sinwar, seu irmão, e Khalil Al Hay-
ya, um dos principais negociadores do Hamas, são cotados como sucessores. Segundo fontes

79. YAHYA Sinwar: Hamas confirma morte de líder e avisa que nenhum refém será libertado antes de um cessar-
-fogo. O Globo, 2024. Disponível em: https://oglobo .globo.com/mundo/noticia/2024/10/18/sem- confirmar-morte-
-de-sinwar-hamas- afirma-que-grupo-nao-pode-ser-eliminado.ghtml. Acesso em: 20 nov. 2024. 101
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americanas, a escolha do novo líder terá um impacto significativo sobre a disposição do
Hamas para negociar cessar-fogo e tratar da libertação de reféns.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, comemorou a morte de Sinwar como
um golpe importante contra o “mal” representado pelo Hamas, mas alertou que a guerra na
Faixa de Gaza não está encerrada. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou que Israel con-
tinuaria sua ofensiva para “perseguir e eliminar” seus inimigos. Essa postura foi reforçada
pelo ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, que descreveu Sinwar como responsável
por “atrocidades e massacres”.
As forças israelenses continuam as operações no sul de Gaza, onde, segundo informações
de inteligência, membros importantes do Hamas se esconderiam em uma complexa rede de
túneis. Essa estratégia de repressão também foi impulsionada pelo apoio dos Estados Unidos,
que viam a morte de Sinwar como uma possível oportunidade para uma abertura diplomáti-
ca no conflito, caso surja um novo líder disposto a negociar.
A operação israelense contra Yahya Sinwar gerou questionamentos sobre o futuro da esta-
bilidade regional. Sua morte, além de representar uma vitória tática para Israel, destacou as
tensões em torno da liderança do Hamas e das relações do grupo com outros países árabes.
Apesar disso, a resposta do Hamas e de seus apoiadores poderia resultar em uma nova esca-
lada no conflito, dificultando uma solução pacífica de longo prazo. O Oriente Médio perma-
neceu em alerta, com países da região monitorando os desdobramentos e suas potenciais
repercussões.

z Organização japonesa Nihon Hidankyo ganha Nobel da Paz por luta contra armas
nucleares80

O Comitê Norueguês do Nobel laureou, em 11 de outubro de 2024, a organização japonesa


Nihon Hidankyo com o Prêmio Nobel da Paz, reconhecendo seus esforços na luta contra a
disseminação de armas nucleares. A entidade, que representava os Hibakusha — sobrevi-
ventes das bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945 —, tinha sido
fundamental para a conscientização global sobre os perigos das armas nucleares.
Desde sua fundação, a Nihon Hidankyo trabalha para compartilhar as histórias dos Hiba-
kusha com o objetivo de sensibilizar a opinião pública e consolidar uma forte oposição às
armas nucleares. Por meio de campanhas educativas e testemunhos, a organização alerta
para os riscos da proliferação nuclear e defende a abolição total desse tipo de armamento.
A entrega do prêmio ocorreu em um momento de crescente tensão internacional, marca-
do pela ampliação do número de ogivas nucleares prontas para uso, segundo o comitê. Ape-
sar disso, o comitê destacou que nenhuma arma nuclear foi usada em conflitos nos últimos
80 anos, um marco atribuído, em parte, ao trabalho de organizações como a Nihon Hidankyo.
O comitê enfatizou que a preservação da paz nuclear depende de esforços coletivos e da
conscientização global sobre os impactos devastadores de armas desse tipo. Ao celebrar o tra-
balho da Nihon Hidankyo, a premiação também serviu como um chamado à ação para que
líderes globais priorizassem o desarmamento e a segurança internacional.

80 STARIOLO, M. Comitê premia organização japonesa que milita contra armas nucleares desde os anos 1950 com
102 Nobel da paz. Jornal da Unesp, 2024. Disponível em: https://tinyurl.com/5 x5ryaeb. Acesso em: 20 nov. 2024.
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A honraria posicionou Nihon Hidankyo como um símbolo de resistência e esperança em
meio a um cenário geopolítico desafiador, reafirmando o papel crucial de iniciativas civis na
busca por um futuro livre de armas nucleares.

z Expansão do Brics e o novo cenário geopolítico81

Na Cúpula do Brics, realizada em 23 de outubro de 2024, o bloco composto por Brasil,


Rússia, Índia, China e África do Sul anunciou a aprovação da entrada de 13 novos países, que
foram convidados como “Estados parceiros”. Esses novos integrantes incluem:

z Turquia;
z Indonésia;
z Argélia;
z Belarus;
z Cuba;
z Bolívia;
z Malásia;
z Uzbequistão;
z Cazaquistão;
z Tailândia;
z Vietnã;
z Nigéria; e
z Uganda.

A inclusão oficial desses países, na data, dependia de um processo formal, em que cada um
deveria aceitar o convite antes de dar início ao procedimento de adesão.
A inclusão da Turquia e da Indonésia como Estados parceiros gerou dúvidas entre os
membros do bloco. A Turquia ficou vista como uma potência regional, especialmente no
Oriente Médio e na Europa, e havia quem acreditasse que sua entrada como parceiro, em vez
de membro pleno, seria insuficiente para a sua relevância geopolítica.
Já a Indonésia, que já havia sido convidada no ano anterior para ser membro pleno, gerou
ruídos ao ser classificada como parceira, o que representou uma redução de sua expectativa
de participação.
Durante a cúpula, a Venezuela não foi inclusa na lista de países convidados. A diplomacia
brasileira trabalhou para evitar o convite ao país sul-americano, alegando o princípio de con-
senso dentro do bloco. Esse posicionamento reflete uma abordagem cautelosa em relação ao
governo de Nicolás Maduro, considerando a situação política e econômica da Venezuela e os
impactos que sua entrada poderia trazer para o bloco.
Os membros do Brics reforçaram a necessidade de criar um sistema alternativo de paga-
ATUALIDADES

mentos internacionais, propondo uma alternativa ao Swift, que atualmente domina as tran-
sações globais. A substituição do Swift foi vista como uma forma de reduzir a dependência do
dólar nas operações internacionais e proteger economias, como a da Rússia, que enfrentam

81 MATOSO, F. Ampliação do Brics aumenta influência de Rússia e China e contrapõe G7; especialistas divergem
sobre efeito econômico. G1, 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2024/1 0/24/ampliacao-
-do-brics-aumenta-influencia-de-russia- e- china-e-contrapoe-g7-especialistas-divergem- sobre-efeito-econ omico.
ghtml. Acesso em: 20 nov. 2024. 103
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sanções impostas pelos Estados Unidos e pela Europa. O novo sistema de pagamentos em
moedas dos países do bloco poderia aumentar a autonomia financeira do grupo e potencial-
mente enfraquecer o papel dominante do dólar no comércio internacional.
Brasil e China apresentaram um plano de seis pontos para buscar o fim do conflito entre
Rússia e Ucrânia. A proposta enfatizou a importância de uma negociação direta entre os
governos russo e ucraniano. Embora a iniciativa sino-brasileira sugerisse uma mediação
neutra, o governo ucraniano e seus aliados ocidentais enxergaram o plano como tendencioso
em favor da Rússia. Mesmo assim, a proposta sinalizou o papel ativo do Brics em questões
globais e refletiu o desejo de alguns de seus membros de mediar conflitos e influenciar a paz
mundial.

Importante!

A expansão e os novos posicionamentos do Brics indicaram uma mudança no equilíbrio


geopolítico global, com o bloco emergindo como uma força significativa na busca por
maior autonomia financeira e diplomática.

z Furacão Milton: êxodo em massa na Flórida em meio a conflitos de trânsito e escas-


sez de combustível82

Com o furacão Milton se aproximando das costas da Flórida, um êxodo em massa foi ini-
ciado. As autoridades alertaram que o tempo para evacuar com segurança estava se esgotan-
do, enquanto os engarrafamentos nas principais rodovias se mostraram uma realidade para
aqueles que buscavam deixar as áreas de maior risco. Kevin Guthrie, diretor do Departamen-
to de Gerenciamento de Emergências da Flórida, destacou a gravidade do cenário: “O trânsito
ficará ruim enquanto as pessoas se retiram”, alertando para horas de congestionamento que
poderiam dificultar o acesso a locais seguros.
Para aliviar o fluxo de saída, o Departamento de Transporte da Flórida implementou “Pla-
nos de Uso de Emergência no Acostamento” em algumas das principais rodovias. Motoristas
na I-4 e na I-75 poderiam utilizar o acostamento esquerdo em algumas seções, facilitando o
escoamento do trânsito e permitindo que suprimentos de emergência e equipes de resposta
rápida alcançassem áreas vulneráveis. A sinalização nas estradas e o suporte policial garan-
tiram que o uso do acostamento ocorresse de forma ordenada e segura.
A alta demanda por combustível e o pânico generalizado levaram a uma crise de abasteci-
mento nos postos de gasolina. Segundo o GasBuddy, 14,5% dos postos no estado estavam sem
combustível em uma terça-feira, um aumento substancial em relação aos 3% do dia anterior.
Em áreas como Fort Myers, na Costa do Golfo, a situação era ainda mais grave, com 70% dos
postos indisponíveis. Para mitigar a escassez, o governador Ron DeSantis anunciou a chega-
da de reservas emergenciais, incluindo 110 mil galões de gasolina e 268 mil galões de óleo
diesel, além de uma remessa adicional de 1,2 milhão de galões.
Em Treasure Island, localizada no Golfo do México, moradores de Sunset Beach que haviam
retornado após a passagem do furacão Helene precisaram deixar suas casas novamente. A

82 FLÓRIDA enfrenta escassez de combustível depois do furacão Milton. VOA, 2024. Disponível em: https://www.
voaportugues.com/ a/fl%C3%B3rida-enfrenta-escassez- de-combust%C3%ADvel-depois-do- furac% C3%A3o-mil-
104 ton/7820738.html. Acesso em: 20 nov. 2024.
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ilha sofreu danos significativos com Helene, que cobriu as ruas de areia e escombros, limi-
tando o acesso somente a pé.
As autoridades locais pediram que a população levasse a ameaça do furacão Milton a
sério, lembrando o impacto devastador de Helene, que causou a morte de quatro moradores
e prejuízos extensos.

z Exercícios nucleares da Otan aumentam tensões com a Rússia em meio ao conflito


na Ucrânia83

O início dos exercícios nucleares anuais da Organização do Tratado do Atlântico Norte


(Otan), Steadfast Noon, realizado em 14 de outubro de 2024, gerou fortes reações do Kremlin,
que acusou a aliança militar ocidental de intensificar as tensões em um cenário já marcado
pela guerra na Ucrânia.
Organizado pela Bélgica e Holanda, o exercício contou com a participação de cerca de 60
aeronaves de 13 países, incluindo caças F-35A e bombardeiros B-52, demonstrando as capaci-
dades de dissuasão nuclear da Otan. Segundo Mark Rutte, secretário-geral da Otan, o evento
ocorreu em resposta à retórica nuclear intensificada de Vladimir Putin.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, criticou os exercícios, afirmando que, no contexto de
uma “guerra quente” na Ucrânia, iniciativas como essa apenas aumentariam a escalada. Ele
também reiterou a impossibilidade de negociações sobre armas nucleares com os EUA devi-
do ao envolvimento direto ou indireto das potências ocidentais no conflito contra a Rússia.
Peskov enfatizou que qualquer diálogo futuro sobre segurança nuclear precisará abordar
um escopo mais amplo, incluindo questões relacionadas ao estado atual das relações inter-
nacionais e à presença militar ocidental próxima às fronteiras russas.
O presidente dos EUA, Joe Biden, reafirmou a disposição americana para negociações com
Rússia, China e Coreia do Norte, sem pré-condições, com o objetivo de reduzir a ameaça
nuclear. Biden mencionou o papel de iniciativas como a Nihon Hidankyo, organização japo-
nesa vencedora do Nobel da Paz, que luta pela conscientização sobre os impactos das armas
nucleares.
Por outro lado, o chefe de inteligência da Alemanha, Bruno Kahl, afirmou que a Rússia
poderia estar apta a atacar territórios da Otan até o final da década, declaração que foi pron-
tamente rejeitada por Peskov, que acusou a Otan de mover sua infraestrutura militar em
direção às fronteiras russas.
Os exercícios da Otan e a resposta russa refletiram uma escalada no confronto indireto
entre potências nucleares. A falta de avanços em negociações sobre segurança e desarma-
mento apontou para um cenário de crescente militarização e desconfiança.
A realização de diálogos multilaterais, que incluíssem todos os aspectos da segurança
global, será essencial para evitar que essas tensões alcancem níveis irreversíveis. Enquanto
isso, a comunidade internacional observou com apreensão os desdobramentos das ações de
ATUALIDADES

ambos os lados.

83 MAIS de 60 caças, 13 países e 2 mil soldados: Otan inicia exercício militar nuclear na Europa, e Rússia acusa
escalada de tensões. G1, 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia /2024/10/15/mais-de-60-ca-
cas -13-paises-e-2-mil-soldados-otan- inicia-exercicio- militar-nuclear-na-europa-e- russia-acusa-escalada-de-t
ensoes.ghtml. Acesso em: 21 nov. 2024. 105
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z População da Ucrânia cai 10 milhões desde o início da guerra com a Rússia, diz ONU84

A população da Ucrânia diminuiu em cerca de 10 milhões de pessoas, ou aproximadamente


um quarto do total, desde o início da guerra com a Rússia, segundo informações da Organiza-
ção das Nações Unidas (ONU) divulgadas em 22 de outubro de 2024. A redução populacional se
deve à saída de refugiados, à queda nas taxas de natalidade e ao impacto direto do conflito, que
começou em fevereiro de 2022. Florence Bauer, chefe da seção da Europa Oriental do Fundo de
População da ONU, destacou que a guerra agravou uma situação demográfica já frágil.
Segundo Bauer, a taxa de natalidade ucraniana caiu para um dos níveis mais baixos do mun-
do, com média de apenas um filho por mulher, bem abaixo dos 2,1 filhos necessários para man-
ter a estabilidade populacional. O êxodo de 6,7 milhões de ucranianos que buscaram refúgio
em outros países, sobretudo na Europa, representou a maior parcela da perda populacional.
Além disso, a guerra resultou em um número significativo de mortes, embora estimativas exa-
tas sejam difíceis de obter, variando em torno de dezenas de milhares de vítimas.
O impacto do conflito é mais evidente em regiões afetadas diretamente pelos combates e na
composição etária do país. As áreas mais devastadas da Ucrânia, incluindo vilarejos habitados
predominantemente por pessoas idosas, enfrentaram um despovoamento ainda mais intenso.
Jovens casais se encontram impossibilitados de formar novas famílias, o que contribui ainda
mais para a queda das taxas de natalidade.
A Ucrânia já enfrentava desafios demográficos desde a dissolução da União Soviética em
1991, quando sua população ultrapassava os 50 milhões. Em 2021, antes da invasão russa em
grande escala, o número de habitantes já havia caído para cerca de 40 milhões. Enquanto isso,
a Rússia, que iniciou o conflito com uma população de aproximadamente 140 milhões, também
enfrenta uma crise demográfica. Em 2024, o país registrou sua menor taxa de natalidade desde
1999, que o próprio Kremlin descreveu como “catastrófica”.
A ONU apontou que uma avaliação completa das consequências demográficas da guerra só
seria possível após o fim do conflito, quando um censo adequado puder ser realizado. Enquan-
to isso, os impactos imediatos afetaram tanto a estrutura etária da Ucrânia quanto seu “capital
humano”, reduzindo as perspectivas de recuperação rápida do país em um cenário pós-guerra.

z Guerra em Gaza provoca retrocesso de 70 anos no desenvolvimento humano, aponta


ONU85

Um relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)
revelou que a guerra em Gaza devastou a economia palestina e levou os níveis de desenvol-
vimento da região a retrocederem para o patamar de 1955. Segundo Chitose Noguchi, repre-
sentante do Pnud, a economia da Palestina é agora 35% menor em comparação ao início da
invasão israelense há um ano, enquanto o desemprego atingiu 80% e a pobreza se aproxi-
mou de 100%.
A guerra, que autoridades palestinas afirmam ter causado mais de 42,5 mil mortes, gerou
uma crise sem precedentes na região. O relatório destaca que a interrupção das atividades

84 POPULAÇÃO da Ucrânia encolheu em 10 milhões de pessoas desde invasão russa, diz ONU. Veja, 2024. Dispo-
nível em: https://veja.abril.com.br/mundo/populacao- da-ucrania-encolheu-em-10-milhoes-de- pessoas-desde-inva-
sao-russa- diz-onu. Acesso em: 21 nov. 2024.
85 GUERRA atrasou desenvolvimento palestino em quase 70 anos, diz Pnud. ONU News, 2024. Disponível em:
106 https://news.un.org/pt/story/2024/ 10/1839536. Acesso em: 21 nov. 2024.
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econômicas e sociais agravou drasticamente as condições de vida, com retrocessos em
infraestrutura, acesso à saúde e educação e nas oportunidades de emprego.
Chitose Noguchi classificou a situação em Gaza como um retrocesso de 70 anos. “Para
Gaza, o que ocorreu foi o recuo do desenvolvimento em cerca de 70 anos, para 1955”, afirmou
durante coletiva realizada de Deir Al-Balah.
O cenário alarmante também acentuou a crise humanitária. Com níveis de pobreza e
desemprego em ascensão, os habitantes enfrentaram dificuldades extremas para acessar
recursos básicos, como alimentos e medicamentos.
O relatório enfatizou a necessidade de ações coordenadas e urgentes da comunidade inter-
nacional para mitigar os danos e reconstruir Gaza. Medidas sugeridas incluem:

„ aumento da ajuda humanitária imediata;


„ reconstrução da infraestrutura básica;
„ investimentos na geração de emprego e renda;
„ esforços diplomáticos para um cessar-fogo sustentável.

A guerra em Gaza não apenas destruiu vidas, mas também apagou décadas de progresso
social e econômico. O relatório do Pnud destacou a importância de um compromisso global
para reverter esse retrocesso e garantir condições de vida dignas para a população palestina.

z Descoberta em Pompeia revela casa decorada com afrescos detalhados e de temática


erótica86

Arqueólogos desenterraram em Pompeia, na Itália, uma pequena residência com afrescos


minuciosamente pintados, incluindo representações de cenas eróticas, proporcionando uma
visão mais aprofundada do gosto decorativo dos antigos romanos.
Situada na área central da cidade, a casa é menor do que o padrão usual e se destaca por
não contar com o típico pátio aberto, chamado átrio, que caracterizava a arquitetura romana
da época, conforme o comunicado do Parque Arqueológico de Pompeia divulgado em 24 de
outubro de 2024.

Dica
Segundo especialistas, a ausência do átrio pode refletir mudanças nas preferências e na
arquitetura residencial em Pompeia durante o primeiro século d.C.

Pompeia foi destruída pela erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C., e a cidade ficou preser-
vada sob camadas de cinzas e pedra-pomes, o que permitiu a conservação de seus edifícios e
de objetos do cotidiano, oferecendo aos arqueólogos uma janela única para a vida dos roma-
ATUALIDADES

nos da época.
Essa recente descoberta destacou as decorações elaboradas que adornavam as casas
dos romanos abastados. Os afrescos incluíam cenas da mitologia, além de detalhes com
temas vegetais e animais sobre fundos brancos. Em uma parede azul, uma pequena pintura

86 ARQUEÓLOGOS encontram arte erótica preservada em casa de Pompeia. Galileu, 2024. Disponível em: https://
revistagalileu .globo.com/ciencia/arqueologia/ noticia/2024/10/arqueologos-encontram- arte- erotica-preservada-
-em-casa-de-pompeia.ghtml. Acesso em: 21 nov. 2024. 107
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mostrava um sátiro e uma ninfa em cena íntima, enquanto outra ilustra Hipólito, filho do
herói Teseu, e sua madrasta Fedra, que se apaixonou por ele e se suicidou após ser rejeitada.
Outro afresco, embora danificado, parecia retratar o Julgamento de Paris, e havia, ainda,
uma cena de Vênus com seu amante, Adônis.
Descobertas de afrescos eróticos não são novas em Pompeia. Em 2023, uma casa com pin-
turas de teor similar foi reaberta ao público após 20 anos fechada, e, em 2018, foi encontrado
um afresco erótico do mito de “Leda e o Cisne”.
Em outra seção da casa, rituais realizados antes da erupção ainda estavam preservados
no larário, o santuário doméstico. Segundo Gabriel Zuchtriegel, diretor do parque, ainda res-
tam vestígios queimados do último sacrifício realizado, incluindo a faca usada no ritual. Ele
explicou que o público pode acompanhar as escavações ao vivo, observando o trabalho dos
arqueólogos por meio de passarelas elevadas.

z Enchentes súbitas no sudeste da Espanha deixam 64 mortos, afirmam equipes de resgate87

Pelo menos 64 vidas foram perdidas em consequência de enchentes repentinas que atin-
giram o sudeste da Espanha, conforme informou o governo regional da Valência em 30 de
outubro de 2024. Algumas localidades do sul e leste do país registraram até 300 mm de chuva
em apenas algumas horas no dia 29.
Imagens da cidade de Valência revelaram ruas inundadas com água lamacenta, der-
rubando muros e arrastando veículos estacionados. O presidente regional, Carlos Mazón,
comunicou que alguns corpos foram descobertos à medida que as equipes de resgate alcan-
çaram áreas antes isoladas pelas enchentes, pedindo respeito às famílias e evitando fornecer
detalhes adicionais. Ele também alertou que o número de vítimas poderia aumentar, pois as
informações atuais são consideradas “provisórias”.
Mazón solicitou que os moradores das províncias de Valência e Castellón evitassem as estra-
das. Devido às inundações, serviços de trem para Madri e Barcelona foram suspensos, e esco-
las e outros serviços essenciais foram paralisados nas áreas mais afetadas. As autoridades de
emergência pediram aos cidadãos que evitassem viagens de carro e seguissem as orientações
oficiais. Uma unidade militar especializada foi mobilizada para auxiliar nos esforços de resgate.
As equipes de socorro usaram botes para resgatar pessoas presas nas águas, enquanto os
serviços de emergência continuavam a trabalhar em áreas severamente atingidas. O primei-
ro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, afirmou que o governo empregará todos os recursos
necessários para apoiar as vítimas, expressando solidariedade àqueles que ainda buscam
entes queridos: “Toda a Espanha chora com vocês”, prometendo reconstruir as comunidades
afetadas.
Carlos Mazón, responsável por uma região que é uma das maiores produtoras de laranja
do mundo, revelou que algumas pessoas permanecem isoladas em locais de difícil acesso. Ele
destacou que as dificuldades enfrentadas pelos serviços de emergência não se devem à falta
de recursos, mas, sim, aos problemas de acesso a certas áreas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ofereceu assistência à Espanha,
descrevendo a situação como devastadora. Disse von der Leyen em uma coletiva em Bruxelas:

87 MAÑEZ, E.; LATONA, D. Sobe para 95 o número de mortos em enchentes no sudeste da Espanha. CNN Brasil,
2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/ internacional/sobe-o-numero-de-mortos- em-decorrencia-das-
108 -enchentes-no- sudeste-da-espanha/?hidemenu=true. Acesso em: 21 nov. 2024.
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Vilarejos inteiros estão cobertos de lama, e pessoas buscam abrigo em árvores, enquanto car-
ros são arrastados pela força das águas. Nossa solidariedade está com as vítimas e suas famí-
lias, assim como com as equipes de resgate, que trabalham incansavelmente para salvar o
maior número possível de pessoas.

A região de Valência, que normalmente recebe 77 mm de chuva durante o mês de outu-


bro, viu Chiva, a leste da cidade, receber 320 mm em pouco mais de quatro horas, segundo o
Banco de Dados Europeu de Clima Severo. Enchentes também foram relatadas em Múrcia e
Málaga, com mais de 100 mm de chuva caindo em algumas áreas.
Um sobrevivente, Denis Hlavaty, relatou à Reuters que passou “um inferno” ao se refugiar
em uma plataforma durante a noite, preso na água no posto de gasolina onde trabalhava. “O
posto de gasolina desapareceu”, disse ele, sorrindo, apesar da situação angustiante.
Essas enchentes representam a maior catástrofe relacionada à água na Espanha desde
1996, quando 87 pessoas morreram em uma inundação nos Pirineus. Essa tragédia é tam-
bém a mais letal na Europa desde 2021, quando pelo menos 185 pessoas perderam a vida na
Alemanha. Especialistas apontam que a crise climática, resultado da atividade humana, está
tornando eventos climáticos extremos mais frequentes e severos, com o aumento das tempe-
raturas globalmente intensificando as chuvas e tempestades.
As enchentes que resultaram na morte de centenas de pessoas na Espanha foram desen-
cadeadas por um fenômeno climático devastador conhecido localmente como DANA, que
significa Depressão Isolada de Alta Altitude. Esse sistema ocorre quando ar frio e quente se
encontram, gerando intensas nuvens de chuva. Cientistas alertaram que a frequência desse
evento tem aumentado devido às mudanças climáticas.
Diferentemente de tempestades comuns, a DANA pode se desenvolver sem depender de
correntes polares ou subtropicais. Quando o ar frio se sobrepõe às águas quentes do Mediter-
râneo, provoca uma rápida ascensão do ar quente, resultando na formação de nuvens espes-
sas e carregadas de umidade, que podem permanecer estacionárias por longos períodos,
elevando significativamente o risco de desastres.
Esse fenômeno pode ocasionar tempestades severas de granizo e até tornados, como obser-
vado no país. O leste e o sul da Espanha são particularmente vulneráveis à DANA devido à
sua localização entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo, onde massas de ar quente e
úmido se encontram com frentes frias. As montanhas da região também favorecem a forma-
ção de nuvens de tempestade e chuvas intensas.

z Hezbollah nomeia Naim Qassem como novo líder após morte de Hassan Nasrallah88

O Hezbollah anunciou em 29 de outubro de 2024 a nomeação de Naim Qassem como seu


novo secretário-geral. Qassem sucede a Hassan Nasrallah, que foi assassinado em um ataque
atribuído a Israel no mês anterior. O comunicado oficial, divulgado pelo escritório de mídia
ATUALIDADES

do grupo, destacou que a escolha foi realizada pelo Conselho Sênior do Hezbollah, seguindo
os procedimentos internos de seleção de liderança.

88 HEZBOLLAH nomeia Naim Qassem como novo líder. UOL, 2024. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ulti-
mas- noticias/ansa/2024/10/29/hezbollah-nomeia- naim-qassem-como- novo-lider.htm. Acesso em: 21. nov. 2024. 109
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Naim Qassem, que ocupava o cargo de vice-secretário-geral, é um dos principais estrate-
gistas do grupo e há décadas figurava entre seus líderes mais influentes. No comunicado, o
Hezbollah enfatizou o compromisso de Qassem com o “islamismo autêntico do profeta Mao-
mé” e com os princípios ideológicos e políticos que norteiam a organização.
A nomeação ocorreu em meio a um período de alta tensão no Oriente Médio. No início do
mês, Qassem fez declarações duras contra Israel, ameaçando intensificar os ataques se o país
não aceitasse um cessar-fogo no Líbano. A mudança de estratégia do Hezbollah, com ações
mais ofensivas contra alvos israelenses, indicou uma escalada do conflito.
A morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah por quase três décadas, representou uma
perda significativa para o grupo, que enfrentará, agora, o desafio de manter sua coesão inter-
na e a continuidade de suas operações em um cenário de crescente instabilidade regional.
A liderança de Naim Qassem será testada não apenas na manutenção da influência políti-
ca e militar do Hezbollah, mas também na gestão das relações do grupo com aliados estraté-
gicos, como o Irã, e na resposta às ações de Israel e da comunidade internacional.

z Relatório da ONU alerta para risco climático crítico e aponta caminhos para
mitigação89

O mundo caminha para um aumento alarmante da temperatura média global de 3,1 °C,
conforme o relatório “Chega de Ar Quente, Por Favor”, divulgado pelo Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O documento destacou a urgência de uma redução
drástica das emissões de gases de efeito estufa: 42% até 2030 e 57% até 2035, para alcançar a
meta de 1,5 °C prevista no Acordo de Paris, de 2015.
O relatório enfatizou a importância das próximas Contribuições Nacionalmente Determi-
nadas (NDCs), que serão apresentadas em 2025, antes da 30ª Conferência das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima (COP30) no Brasil. No entanto, mesmo com os compromissos atuais,
o aumento da temperatura global seria limitado apenas entre 2,6 °C e 2,8 °C, bem acima do
limite seguro de 1,5 °C.
António Guterres, secretário-geral da ONU, descreveu a situação como uma “corda bamba
planetária”. Ele destacou que as emissões de gases de efeito estufa atingiram um recorde his-
tórico em 2023, crescendo 1,3%. Para evitar impactos climáticos catastróficos, essas emissões
precisarão cair 9% ao ano até 2030.
A relação direta entre o aumento das emissões e a intensificação dos eventos climáticos
extremos foi destacada. Segundo Guterres,

[...] temperaturas recordes do mar impulsionam furacões devastadores, enquanto cidades


enfrentam calor extremo e inundações severas causadas por chuvas intensas.

A COP29, prevista para ocorrer no Azerbaijão em novembro, é vista como um marco cru-
cial para impulsionar esforços de mitigação. O relatório sugere medidas como: a redução da
dependência de combustíveis fósseis, investimento em energia renovável, combate ao des-
matamento e criação de mecanismos financeiros inovadores (como taxação de combustíveis
fósseis).

89 RELATÓRIO da ONU mostra que mundo está na “corda bamba” do clima. ONU News, 2024. Disponível em:
110 https://news.un.org/pt/story/2024/10/ 1839691. Acesso em: 21 nov. 2024.
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O relatório destacou que soluções viáveis já estão disponíveis. Energias renováveis, como
solar e eólica, podem representar até 38% da redução necessária de emissões até 2035. Flo-
restas e ecossistemas também têm papel fundamental, contribuindo com 20% do potencial
de mitigação.

Importante!

A 15ª edição do relatório “Lacuna de Emissões” reforçou a urgência de ações concre-


tas para reduzir emissões e limitar o aquecimento global. Com tecnologias acessíveis e
medidas políticas eficazes, ainda há tempo para evitar os piores efeitos das mudanças
climáticas.

Brasil

z Golpes digitais, endividamento e apostas esportivas: um retrato da população brasi-


leira em 202490

A pesquisa “Panorama Político 2024”, realizada pelo DataSenado, revelou dados alarman-
tes sobre a vulnerabilidade da população brasileira a golpes digitais, o endividamento finan-
ceiro e o uso de aplicativos de apostas esportivas.
Desde o ano de 2023, cerca de 24% dos brasileiros com mais de 16 anos foram vítimas de
crimes cibernéticos, como clonagem de cartão e invasão de contas bancárias. Isso equivale a
40,85 milhões de pessoas.
A pesquisa constatou que a distribuição desses crimes é homogênea em todas as regiões,
com os menores índices no Ceará (17%) e no Piauí (18%).
Não isolaram um perfil específico de vítimas, pois as características socioeconômicas dos
atingidos refletem a diversidade da população brasileira.
O levantamento apontou que 32% dos brasileiros tinham dívidas em atraso havia mais de
90 dias. As mulheres constituíam a maioria nesse grupo (54%), especialmente entre aquelas
que sustentam famílias de até dois salários mínimos e vivem em domicílios com cinco ou
mais pessoas.
Os dados levantados demonstraram que 38% das pessoas que arcavam sozinhas com as
despesas do lar estavam endividadas, contra 33% daquelas que compartilhavam responsabi-
lidades. Ademais, 69% das pessoas endividadas pertenciam a famílias com renda de até dois
salários mínimos.
Santa Catarina apresentou o menor índice de endividamento (22%), enquanto o Amazo-
nas contava com o maior (42%).
Segundo José Henrique Varanda, coordenador da pesquisa, há uma relação direta entre o
ATUALIDADES

endividamento e a renda disponível:

As famílias de menor renda e mais numerosas são as mais endividadas, e muitas vezes, a res-
ponsabilidade recai sobre mulheres chefes de família.

90 GOLPES digitais atingem 24% da população brasileira, revela DataSenado. Senado Notícias, 2024. Disponível
em: https://www12.senado .leg.br/noticias/materias/2024/ 10/01/golpes-digitais-atingem-24 - da-populacao-bra-
sileira-revela-datasenado. Acesso em: 21 nov. 2024. 111
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„ Apostas esportivas: um hábito em ascensão

A pesquisa indicou que 13% dos brasileiros com mais de 16 anos, ou 22,13 milhões de
pessoas, apostaram em aplicativos de apostas esportivas nos últimos 30 dias até a pesquisa.
Os dados mostraram como a população enfrenta desafios em um ambiente de maior digi-
talização, aumento do custo de vida e exploração de novas formas de entretenimento. Medi-
das de proteção financeira, regulação de plataformas de apostas e conscientização digital se
tornaram fundamentais para mitigar os impactos desses fenômenos.

z Vendas da nova safra de soja no Brasil enfrentam desafios climáticos e preços baixos91

A comercialização antecipada da safra 2024/2025 de soja no Brasil atingiu 24,8% de uma


produção estimada em 171,78 milhões de toneladas, de acordo com relatório divulgado pela
consultoria Safras & Mercado em 7 de outubro de 2024. Apesar de uma leve alta em compa-
ração ao mesmo período do ano passado (21,4%), o percentual está abaixo da média histórica
de cinco anos (29,4%).
Os produtores passaram a adotar uma postura cautelosa por dois principais fatores:

„ Condições climáticas adversas: o clima seco, particularmente no Mato Grosso, atra-


sou o plantio;
„ Preços desestimulantes: os valores da nova safra estavam significativamente abaixo
da safra disponível, o que desencorajou a comercialização antecipada.

Segundo Luiz Fernando Roque, analista da Safras & Mercado, a falta de fatores positivos
no mercado futuro manteve os preços pressionados, limitando as vendas para 2025.
Em Mato Grosso, maior estado produtor de soja do país, 35% da safra projetada já foi
comercializada, um desempenho superior ao mesmo período do ano passado (29%), mas
ainda abaixo da média histórica de 37,8%.
A comercialização da safra anterior (2023/2024) avançou para 87,7% da produção total
até 4 de outubro quando em comparação a 82,2% no relatório anterior, de 6 de setembro. No
entanto, esse número também estava abaixo da média histórica de cinco anos, de 90,1%.
Embora os preços da safra disponível tenham apresentado ligeira melhora nas últimas
semanas, o cenário para a nova safra permanece incerto. Produtores ficaram por aguardar
melhores condições climáticas e uma recuperação nos preços para impulsionar as vendas
futuras.
Esse contexto evidenciou a influência do clima e do mercado global sobre o agronegócio
brasileiro, reforçando a necessidade de estratégias para lidar com volatilidades.

91 VENDAS antecipadas de soja no Brasil enfrentam preços baixos e incertezas climáticas. Portal do Agronegócio,
2024. Disponível em: https://www.portaldoagronegocio .com.br/agricultura/soja/noticias/vendas -antecipadas-de-
112 -soja-no- brasil-enfrentam-precos-baixos- e-incertezas-climaticas. Acesso em: 21 nov. 2024.
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z STF mantém operação de aterros sanitários em áreas de preservação permanente
até o fim da vida útil92

Em decisão proferida no dia 24 de outubro de 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF)


autorizou a continuidade do funcionamento de aterros sanitários localizados em áreas de
preservação permanente (APPs) até que seja atingida sua vida útil. Essa permissão abrange
apenas aterros já instalados e com contratos em vigência na data do julgamento.
A possibilidade de desativação imediata dos aterros sanitários em APPs gerou preocu-
pação entre gestores públicos devido aos elevados custos e à falta de alternativas viáveis.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, dois dos três aterros da cidade situados em APPs, até
então, tinham capacidade operacional para 15 anos, processando cerca de 13 milhões de
toneladas de resíduos anuais.
Dados do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima apontaram que a desinstala-
ção desses aterros teria um custo de R$ 49 bilhões, enquanto a implantação de novos aterros
exigiria R$ 52 bilhões nos primeiros quatro anos de operação. Além disso, a Associação Bra-
sileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes estimou que 80% dos aterros no
Brasil estão, total ou parcialmente, em APPs.
Aterros sanitários são instalações planejadas, projetadas para minimizar o impacto
ambiental. Contam com medidas como a impermeabilização do solo para evitar a contami-
nação do lençol freático. Já os lixões são depósitos de lixo a céu aberto, sem qualquer controle
ambiental adequado.
Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os lixões deveriam ser eliminados até
agosto deste ano. Entretanto, dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
(SNIS) indicam que o Brasil ainda tem 1.572 lixões em operação e 598 aterros controlados —
estes últimos não contam com todas as medidas ambientais exigidas nos aterros sanitários.
O relator, ministro Luiz Fux, destacou que forçar a desativação dos aterros em APPs e a
retirada dos resíduos poderia gerar mais danos ambientais e sociais do que benefícios. Ele
defendeu que aterros devidamente licenciados continuem operando até o fim de sua vida
útil, sendo proibida a abertura de novos aterros ou a renovação de concessões em APPs.
O Plenário, por maioria, acatou a proposta de Fux, com votos favoráveis de ministros como
Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. Os votos divergentes, como o
de Edson Fachin, defendiam a desativação dos aterros dentro de um prazo específico, suge-
rindo, por exemplo, um limite de 36 meses.
A decisão revisitou um julgamento de 2018, que havia declarado inconstitucional o fun-
cionamento de atividades de gestão de resíduos em APPs com base no Código Florestal. A
Advocacia-Geral da União (AGU) e o Progressistas (PP) recorreram, alertando para as conse-
quências financeiras e operacionais da desativação imediata.
Luiz Fux enfatizou que a medida busca equilibrar a proteção ambiental com os interesses
sociais, evitando prejuízos significativos tanto para a população quanto para o meio ambien-
ATUALIDADES

te. A decisão, no entanto, estabelece diretrizes claras para a desativação gradual e o encer-
ramento definitivo dessas atividades em APPs visando atender às normas ambientais sem
comprometer a gestão de resíduos no país.

92 STF AUTORIZA permanência de aterros sanitários já instalados até fim do prazo previsto no licenciamento. STF,
2024. Disponível em: https://noticias.stf.jus.br/postsnoticias/stf-autoriza- permanencia-de-aterros-sanitarios-ja-
instalados-ate-fim-do-prazo-previsto no-licenciamento/. Acesso em: 21 nov. 2024. 113
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z Ministério da Educação e Inep anunciam resultados do Censo da Educação Superior
202393

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio-


nais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram, no dia 3 de outubro de 2024, os resultados do Censo
da Educação Superior de 2023. Os dados revelaram avanços significativos no acesso e na con-
clusão dos cursos de graduação, especialmente entre os estudantes beneficiados por políticas
de inclusão.
De acordo com a pesquisa, os alunos que ingressaram na educação superior federal por
meio de cotas em 2014 apresentaram uma taxa de conclusão 10% superior à dos não cotis-
tas ao longo da última década. Os indicadores de trajetória do Censo também destacaram o
impacto positivo do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financia-
mento Estudantil (Fies) nos índices de conclusão.
Em 2023, 51% dos estudantes cotistas da rede federal concluíram seus cursos, em contras-
te com 41% dos não cotistas. A análise dos efeitos do Prouni indica que 58% dos beneficiários
concluíram a graduação quando em comparação a apenas 36% dos não beneficiários. Por sua
vez, a taxa de conclusão entre os alunos que utilizaram o Fies foi 15% superior à daqueles
que não contaram com esse apoio: 49% contra 34%.
Em sua apresentação, o ministro da Educação substituto, Leonardo Barchini, ressaltou a
relevância dos dados coletados pelo Inep, enfatizando que essas informações são fundamen-
tais para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes. Ele destacou que os alunos
beneficiados por cotas, Prouni e Fies demonstraram um desempenho acadêmico superior
quando receberam suporte, especialmente aqueles provenientes de contextos socioeconômi-
cos mais vulneráveis.
Afirmou Barchini, mencionando o aumento no valor da Política Nacional de Assistência
Estudantil (Pnaes):

Esses dados mostram que cuidar desses estudantes é essencial, pois eles respondem positiva-
mente quando têm a oportunidade de acessar a educação superior. Oferecemos uma chance a
estudantes de baixa renda, negros, pardos e indígenas, e eles têm se destacado.

O secretário de Educação Superior do MEC, Alexandre Brasil, também destacou os desa-


fios de garantir o acesso e a permanência dos estudantes nas instituições de ensino superior,
enfatizando a necessidade de investimento em infraestrutura, como a construção de restau-
rantes universitários e moradias estudantis.
Além disso, o Censo de 2023 revelou dados inéditos sobre o acesso à educação superior
imediatamente após a conclusão da educação básica. Entre os concluintes do ensino médio
em 2022, 27% ingressaram na educação superior no ano seguinte, índice que aumentou para
58% entre os alunos de escolas federais e 59% nas instituições privadas. Em contrapartida,
apenas 21% dos alunos de escolas estaduais conseguiram ingressar na graduação no ano
subsequente.

93 MEC E Inep divulgam resultado do Censo Superior 2023. Inep, 2024. Disponível em: https://tinyurl.com/yjd4y97u.
114 Acesso em: 21 nov. 2024.
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O Censo da Educação Superior 2023 registrou 2.580 instituições de ensino, sendo 87,8%
privadas e 12,2% públicas, com a rede privada oferecendo 95,9% das mais de 24,6 milhões
de vagas disponíveis. O número total de matrículas atingiu 9,9 milhões, representando um
crescimento de 5,6% em relação ao ano anterior, com 79,3% das matrículas concentradas nas
instituições privadas.
O MEC também anunciou uma série de medidas estratégicas visando fortalecer a educa-
ção superior, incluindo a recomposição orçamentária e investimentos de R$ 5,5 bilhões até
2026. Essas ações visam à expansão e consolidação das universidades federais e à melhoria
das condições de permanência e acesso dos estudantes.

z Relatório da OEA destaca impacto do crime organizado e violência política nas elei-
ções municipais no Brasil94

A Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou


um relatório preliminar que apontou a atuação de grupos criminosos nas eleições munici-
pais brasileiras de 2024. O documento de 26 páginas destacou a crescente influência do crime
organizado no processo eleitoral, evidenciando coerção de eleitores, restrições à mobilidade
de candidaturas e o uso de recursos ilícitos, especialmente provenientes do tráfico de drogas.
Os principais achados do relatório foram:

„ grupos criminosos impuseram barreiras em áreas sob seu controle, restringindo a atua-
ção de candidatos e influenciando eleitores por meio de ameaças;
„ relatos de financiamento de campanhas eleitorais com dinheiro oriundo do tráfico de
drogas preocupam autoridades e observadores;
„ houve 469 atos de violência contra políticos entre janeiro e outubro de 2024, um aumen-
to de 58,9% em comparação ao mesmo período em 2020. Enquanto em 2020 ocorria um
caso de violência política a cada sete dias, este ano a média foi de um incidente a cada
1,5 dia.

O relatório também mencionou episódios de violência durante debates em São Paulo, como
uma agressão entre candidatos e suas equipes, que incluiu um incidente em que José Luiz
Datena (PSDB) atingiu Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira. Esses eventos foram lamenta-
dos pela OEA, que destacou que episódios como esse comprometem o debate democrático e
desrespeitam a civilidade dos eleitores brasileiros.
Para enfrentar os problemas identificados, o relatório sugeriu medidas que incluem a
criação de um registro público sobre violência política, integração de dados de organizações
sociais e acadêmicas — incorporando suas análises para desenvolver diretrizes mais eficazes
contra a violência política — e a criação de espaços de discussão para compreender a influên-
cia do crime organizado nos processos eleitorais.
ATUALIDADES

94 ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA). Relatório preliminar da Missão de Observação Eleitoral da
OEA no Brasil. OEA, 2024. 115
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z Queimadas no Brasil aumentam 150% em 2024, devastando biomas e agravando crise
ambiental95

Em 2024, o Brasil registrou um aumento de 150% na área queimada em comparação a 2023,


segundo o Monitor do Fogo do MapBiomas. Com 22,38 milhões de hectares devastados entre janei-
ro e setembro, o país enfrentou uma destruição equivalente ao estado de Roraima. Mais da metade
dessa área corresponde à Amazônia, destacando estados como Pará, Mato Grosso e Tocantins.
A seca intensa, principalmente no período de junho a outubro, foi um fator determinante
para a propagação dos incêndios, segundo Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo.
Os principais impactos observados nos biomas brasileiros foram:

„ em setembro, a Amazônia registrou 5,5 milhões de hectares queimados — um aumento


de 196% em relação ao mesmo período do ano anterior. As áreas mais afetadas incluíam
formações florestais e pastagens;
„ com 4,3 milhões de hectares incendiados, o Cerrado teve o maior número de queima-
das em um mês de setembro dos últimos cinco anos, o que piorou a qualidade do ar em
várias regiões, afetando a saúde da população;
„ em 2024, a área queimada no Pantanal aumentou 2.306% em comparação à média dos
cinco anos anteriores, com quase 1,5 milhão de hectares consumidos pelo fogo;
„ foram queimados 896 mil hectares na Mata Atlântica, sendo 283 mil hectares apenas
em setembro, o que representa um aumento de 382% em relação a agosto. As planta-
ções de cana-de-açúcar foram as mais prejudicadas;
„ contrariando a tendência de aumento, esses biomas registraram quedas nas queimadas.
A Caatinga, beneficiada por um período sem secas intensas, e o Pampa, com chuvas aci-
ma da média, apresentaram áreas queimadas inferiores à média dos últimos três anos.

A crise das queimadas no Brasil está diretamente relacionada às mudanças climáticas, que
intensificam secas e prolongam períodos críticos.

z Crescimento da liderança feminina nos lares brasileiros: Censo 2022 revela mudança
de padrões familiares96

Pela primeira vez na história, o número de lares brasileiros comandados por mulheres
superou o de mulheres na posição de esposas ou companheiras, refletindo transformações
profundas nas estruturas familiares e no papel feminino na sociedade.
Dados do Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
em 25 de outubro de 2024, revelaram que 34,1% das mulheres são atualmente as principais
responsáveis pelas finanças do lar, enquanto 25% estão na condição de cônjuges ou compa-
nheiras. Em comparação, em 2010 apenas 22,9% das mulheres lideravam suas casas, enquan-
to 29,7% eram identificadas como esposas do responsável.

95 AQUINO, G. H. Brasil tem aumento de 150% das áreas de queimadas em 2024, aponta levantamento. Sagres
On-line, 2024. Disponível em: https://tinyurl.com/ bc7zfufw. Acesso em: 21 nov. 2024.
96 DURÃES, U. Mulheres são responsáveis por quase metade dos lares brasileiros, diz IBGE. UOL, 2024. Disponível
em: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/ 2024/10/25/ibge-composicao- domiciliar-censo- 2022.
116 htm. Acesso em: 21 nov. 2024.
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No cenário geral dos lares, as mulheres estão à frente de 49,1% dos domicílios, contra
50,9% dos homens. Esse contraste é marcante, considerando que, em 2010, 61,3% dos domi-
cílios tinham homens como chefes de família, enquanto a responsabilidade feminina estava
limitada a 38,7%.
Segundo Jefferson Nascimento, analista socioeconômico do IBGE, esses dados confirma-
ram um aumento progressivo e significativo da presença feminina na liderança doméstica
e econômica, movimento impulsionado, em parte, pela participação crescente das mulheres
no mercado de trabalho.
Nascimento destacou, no entanto, que essa transição vem acompanhada de desafios. Uma
proporção considerável de mulheres responsáveis pelos domicílios vive sozinha ou com
filhos, indicando que, apesar do avanço, as responsabilidades dos cuidados familiares ainda
recaem majoritariamente sobre elas.
O levantamento do IBGE também apontou que em 10 estados brasileiros as mulheres são
maioria entre os chefes de família, com destaque para a Região Nordeste, onde oito estados
registraram essa predominância. Na outra ponta, Rondônia e Santa Catarina apresentaram
os menores percentuais, com 44,3% e 44,6%, respectivamente.
Para Luciene Longo, analista do levantamento, o cenário nacional reflete uma tendência
consistente de aumento da liderança feminina nos lares em quase todas as unidades da Fede-
ração, o que indica uma mudança gradual, mas profunda, na estrutura familiar e no papel da
mulher na sociedade brasileira.

z Aumento da violência política no Brasil em 2024: 76 assassinatos e três vezes mais


ocorrências em relação a 202097

Em 2024, o Brasil viveu um cenário de crescente violência política, com 76 assassinatos


relacionados a esse contexto, segundo levantamento do Grupo de Investigação Eleitoral da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/Unirio).
O estudo revelou uma escalada preocupante nas agressões, que incluem ameaças, agres-
sões físicas e homicídios contra lideranças políticas, pré-candidatos e seus familiares. Com
525 casos registrados de janeiro a setembro, o número é mais que o triplo do contabilizado
em 2020 (168 ocorrências), e mostrou uma alta expressiva quando comparado a 2022, que
teve 174 casos até o mesmo período.
Entre janeiro e março de 2024, foram registrados 59 incidentes, com a Bahia liderando
as ocorrências (oito casos), seguida por Pernambuco (sete) e Minas Gerais (cinco). As amea-
ças e agressões físicas representaram os principais tipos de violência, cada uma com 25,4%
dos casos, enquanto 18 homicídios foram relatados, impactando principalmente lideranças
políticas e seus familiares. Também foram registrados ataques a pré-candidatos, incluindo
quatro pré-candidatos a vereadores e dois a prefeitos, o que indicou um clima tenso para o
ciclo eleitoral de 2024.
ATUALIDADES

Entre abril e junho, a violência política apresentou um salto, com 128 novos casos. O
Sudeste despontou como a região mais afetada, com São Paulo no topo das ocorrências (21
casos), seguido pela Bahia e Rio de Janeiro (15 casos cada). Nesse período, 25 homicídios
foram contabilizados e 33 casos envolveram violência direta contra pré-candidatos a cargos

97 VIOLÊNCIA no pleito de 2024 é mais que o dobro da eleição passada. Agência Brasil, 2024. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com. br/politica/noticia/2024-10/ violencia-no-pleito-de-2024-e-mais-que- o-dobro-da-
-eleicao- passada. Acesso em: 21 nov. 2024. 117
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municipais. Dentre os partidos mais atingidos, o Partido Liberal (PL) registrou 15 casos, segui-
do pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Progressistas (PP), com 11 ocorrências cada, o que
evidenciou a abrangência do problema entre diversos espectros políticos.
De julho a setembro, os episódios de violência política subiram para 338 casos, com des-
taque para 179 ocorrências de violência física, incluindo 33 homicídios. São Paulo e Rio de
Janeiro continuaram como os estados mais afetados, com 58 e 47 registros, respectivamente.
A pesquisa da Unirio mostrou que 267 desses incidentes foram dirigidos contra lideranças
políticas locais concorrendo às eleições municipais, sendo 38 pré-candidatos e 225 candida-
tos. Entre os partidos mais impactados no terceiro trimestre, destacam-se o União Brasil (41
casos), seguido pelo Partido dos Trabalhadores (PT) (39) e Movimento Democrático Brasileiro
(MDB) (37), refletindo o alto custo da polarização política no país.

z Brasil lidera produção de lixo e enfrenta desafios ambientais com poluição plástica,
aponta ONU98

O Brasil está entre os líderes globais na produção de lixo, especialmente resíduos plásticos,
segundo a ONU. O impacto ambiental nas praias e oceanos brasileiros, que abrigam uma rica
biodiversidade, é alarmante. Um estudo recente, publicado na revista científica Plos One,
estima que cerca de 171 trilhões de partículas plásticas estão presentes nos oceanos, totali-
zando mais de dois milhões de toneladas. Esses resíduos representam uma ameaça a pelo
menos 800 espécies marinhas, pois o plástico pode se fragmentar em micro e nanoplásticos
que, ao serem ingeridos, acumulam-se nos organismos.
No Brasil, o Instituto Ecofaxina, fundado em 2008 em Santos, desempenha um papel impor-
tante na limpeza das praias do litoral paulista, removendo quase 100 mil kg de resíduos sóli-
dos até agora. No entanto, a quantidade de lixo encontrado frequentemente surpreende os
voluntários, como aponta Maura Coracini: “À primeira vista, parece que a praia está limpa,
mas logo percebemos o quanto está poluída por resíduos de diversos tipos”.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) relatou que, em 2021,
foram produzidas 139 milhões de toneladas de resíduos plásticos de uso único. Esse material
acaba, muitas vezes, nos rios e oceanos, impactando a saúde aquática e contribuindo para
desastres naturais.
Em resposta, o governo do estado do Rio de Janeiro investiu cerca de R$ 250 milhões em
um programa para limpar rios e prevenir enchentes em 85 municípios. Bernardo Rossi,
secretário de Ambiente e Sustentabilidade, destacou que a iniciativa visa tornar as cidades
mais resilientes a eventos climáticos severos.
O combate à poluição depende de um esforço conjunto entre sociedade civil e poder
público, com políticas de redução e reciclagem de plásticos, além de conscientização sobre
o descarte adequado. Cada ação, como as promovidas pelo Ecofaxina e o governo do Rio de
Janeiro, contribui para a preservação dos ecossistemas e a saúde do planeta.

z Juros do cartão de crédito rotativo alcançam maior nível de 2024 para pessoas físicas99

98 BRASIL é um dos líderes mundiais na produção de lixo, diz ONU. CNN Brasil, 2024. Disponível em: https://www.
cnnbrasil.com.br/ ciencia/brasil-e-um-dos-lideres-mundiais-na-producao-de-lixo-diz-onu/. Acesso em: 21 nov. 2024.
99 JUROS do crédito rotativo chegam a 438,4% e atingem o maior nível do ano. Revista Oeste, 2024. Disponível
em: https://revistaoeste.com /economia/juros-do-credito- rotativo-chegam-a-4384-e- atingem-o-maior-nivel- no-a-
118 no/. Acesso em: 21 nov. 2024.
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Os juros cobrados no crédito rotativo para pessoas físicas atingiram 438,42% ao ano em
setembro de 2024, marcando o maior índice registrado no ano. O aumento de 11,51 pontos
percentuais em relação a agosto, quando a taxa era de 426,91% ao ano, reflete a contínua
pressão sobre os consumidores que utilizam essa modalidade de crédito.
Essa é a maior taxa desde dezembro de 2023, quando chegou a 442,1% ao ano. Os dados
foram divulgados pelo Banco Central no relatório de Estatísticas Monetárias e de Crédito,
publicado em 27 de outubro de 2024.
Os juros do crédito rotativo para pessoas físicas apresentaram variações ao longo do ano,
conforme os tópicos a seguir:

„ Janeiro: 419,18% ao ano;


„ Fevereiro: 412,05% ao ano;
„ Março: 421,27% ao ano;
„ Abril: 423,44% ao ano;
„ Maio: 422,41% ao ano;
„ Junho: 428,68% ao ano;
„ Julho: 432,20% ao ano;
„ Agosto: 426,91% ao ano;
„ Setembro: 438,42% ao ano.

Enquanto os juros para pessoas físicas aumentaram, a taxa para empresas apresentou
queda significativa. Em setembro de 2024, os juros do rotativo empresarial foram de 134,12%
ao ano, uma redução de 28,96 pontos percentuais em relação a agosto, quando estavam em
163,08% ao ano.
Em uma comparação anual, setembro de 2023 registrava juros de 441,11% ao ano para
pessoas físicas e 192,34% para empresas, evidenciando mudanças nos padrões de crédito ao
longo do período.
Desde janeiro de 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) implementou uma regra
limitando a dívida dos clientes no crédito rotativo a 100% do valor original. Isso significa que
o saldo devedor no cartão não pode exceder o dobro do valor da dívida inicial. O objetivo da
medida é evitar o endividamento excessivo, especialmente para consumidores que não con-
seguem quitar o valor total das faturas dentro do prazo de vencimento.
Embora a medida busque oferecer maior controle sobre o endividamento, as altas taxas
de juros no crédito rotativo continuam sendo um desafio para os consumidores.

z Julgamento da tragédia de Mariana no Reino Unido: um marco na busca por justiça


internacional100

O julgamento na Justiça britânica para determinar a responsabilidade da BHP Billiton no


ATUALIDADES

rompimento da barragem em Mariana (MG), em 2015, começou no dia 21 de outubro de 2024


e deve se estender até março de 2025. O caso, conduzido na Corte de Tecnologia e Construção

100 ABDALA, V. Julgamento da tragédia de Mariana no Reino Unido deve durar até março. Agência Brasil, 2024. Dis-
ponível em: https://a genciabrasil.ebc.com.br/geral /noticia/2024-10/julgamento-da- tragedia- de-mariana-no-reino-
-unido-deve-durar- ate-marco. Acesso em: 21 nov. 2024. 119
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de Londres, envolve um grupo de 620 mil pessoas, 46 municípios e 1,5 mil empresas, repre-
sentados pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead (PG).
O escritório de advocacia sustenta que a BHP, enquanto acionista controladora da Samar-
co, tinha conhecimento dos riscos do rompimento devido a:

„ participação ativa nos conselhos da Samarco;


„ aprovação e financiamento de projetos de mineração;
„ relatórios técnicos prévios que alertavam sobre a possibilidade do desastre.

O PG argumenta que a BHP é civilmente responsável pelos danos causados, tanto por ação
quanto por omissão, devendo reparar financeiramente os impactos sociais, ambientais e
econômicos.
A base jurídica do caso é o direito brasileiro, mas segue as leis processuais inglesas. Espe-
cialistas em direito ambiental e societário brasileiro estão explicando as nuances legais à
juíza Finola O’Farrell.
As audiências estão divididas nas seguintes fases:

„ depoimentos das testemunhas da BHP;


„ análise de especialistas técnicos e jurídicos;
„ sustentações finais, previstas para fevereiro e março de 2025.

A estimativa é de que a decisão seja divulgada até o final de junho de 2025. Caso a minera-
dora seja responsabilizada, o valor das indenizações poderá alcançar R$ 230 bilhões.
A BHP argumentou que o processo no Reino Unido duplicou esforços em andamento no
Brasil, destacando os trabalhos da Fundação Renova, criada em 2016 para gerenciar repara-
ções. A fundação já destinou R$ 37 bilhões a vítimas e comunidades afetadas.
Adicionalmente, um processo contra a Vale, sócia da Samarco, tramita na Justiça holandesa.
O caso vem testando a capacidade de tribunais estrangeiros em aplicar o direito brasilei-
ro e responsabilizar multinacionais por suas ações em outros países. A decisão vai refletir a
força das leis ambientais e civis brasileiras, mesmo em cortes internacionais. Além disso, o
processo reforça a luta de milhares de vítimas pela reparação de um dos maiores desastres
socioambientais do Brasil.

z Aumento de crimes ambientais na Amazônia Legal: reflexo da intensificação da


fiscalização101

Entre agosto de 2023 e setembro de 2024, os crimes ambientais na Amazônia Legal regis-
traram um aumento de 88%, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Esse salto
reflete a intensificação das operações de vigilância após a implementação do Plano Amazô-
nia: Segurança e Soberania (Amas), iniciado em julho de 2023.
Os levantamentos por parte da PRF foram os seguintes:

101 RODRIGUES, A. Crimes ambientais na Amazônia Legal aumentam 88%, aponta PRF. Agência Brasil, 2024. Dis-
ponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/ meio-ambiente/noticia/2024-10/crimes- ambientais -na-amazonia-
120 -legal-aumentam-88-aponta-prf. Acesso em: 21 nov. 2024.
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„ as ocorrências de crimes ambientais aumentaram de 932 para 1.754 casos (+88%);
„ o número de pessoas fiscalizadas cresceu de 13.226 para mais de 28 mil (+115%);
„ o número de veículos abordados aumentou de 13.526 para 28.607 (+110%);
„ as apreensões de minérios e madeira cresceram 170% e 65%, respectivamente.

Além disso, a PRF inutilizou equipamentos usados no garimpo ilegal, como balsas, trato-
res, caminhões e até aeronaves, impondo prejuízos ao crime organizado na região.
Com R$ 1,2 bilhão em investimentos do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o plano busca combater práticas ilegais como:
o garimpo ilegal, a extração irregular de madeira, tráfico de animais silvestres e desmata-
mento e queimadas ilegais.
As operações intensificadas aumentaram significativamente o alcance da fiscalização,
refletindo em um maior número de registros.
Com 58% do território nacional, a Amazônia Legal abrange os estados do Acre, Amapá,
Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins (Norte); Mato Grosso (Centro-Oeste); e Mara-
nhão (Nordeste).
Essa área enfrenta desafios críticos, como a pressão pela exploração de recursos naturais e
a atuação de organizações criminosas. Além disso, segundo o Imazon, a degradação florestal
na região é a maior dos últimos 15 anos.
O Plano Amas simboliza uma abordagem estratégica ao alinhar esforços de segurança
com proteção ambiental, mas a eficácia dependerá da articulação entre diferentes esferas de
governo e a sociedade civil na busca por soluções duradouras.

NOVEMBRO DE 2024

Mundo

z Conflitos em Villa Tunari: apoiadores de Evo Morales invadem quartéis e mantêm


militares reféns na Bolívia102

A Bolívia enfrenta uma escalada de tensões políticas e sociais na região de Cochabamba,


onde apoiadores do ex-presidente Evo Morales invadiram instalações militares e mantêm
tropas reféns. Entre as unidades ocupadas estão o Regimento “Cacique Juan Maraza”, em
Villa Tunari, e uma base naval. A ação é uma resposta direta às intervenções governamentais
contra os bloqueios de estradas organizados pelos simpatizantes de Morales, que protestam
contra sua possível prisão.
Imagens que circularam nas redes sociais mostraram pelo menos 20 militares cercados
por camponeses armados com bastões pontiagudos de madeira. Em um vídeo, um dos sol-
dados denunciou que os invasores cortaram o fornecimento de água e energia elétrica das
ATUALIDADES

unidades ocupadas, intensificando a pressão. O militar apelou às autoridades superiores por


medidas que garantam sua segurança e a de seus colegas.

102 APOIADORES de Evo Morales ocupam quartel e mantêm 20 militares como reféns na Bolívia. Exame, 2024.
Disponível em: https://exame.com/mundo/apoiadores-de-evo- morales-ocupam-quartel-e-mantem-20- militares-
como-refens-na-bolivia/. Acesso em: 26 dez. 2024. 121
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“Estamos em perigo. Nossas vidas, as de nossos instrutores e soldados, estão ameaçadas.
Peço ao meu general que considere nossas condições”, implorou no vídeo.
Em um comunicado oficial, as Forças Armadas bolivianas condenaram as ações dos apoia-
dores de Morales, classificando-as como atos criminosos que violam direitos fundamen-
tais. As autoridades exortaram os invasores a abandonarem os quartéis de forma pacífica e
imediata.
“O pessoal mantido refém são filhos do povo, cumprindo seu dever de defender a pátria”,
destacou o texto. A declaração também mencionou o roubo de armamentos e munições, o
que aumentou a gravidade da situação.
O ministro da Defesa, Edmundo Novillo, reforçou que as operações do governo tinham
como objetivo garantir a livre circulação no país, interrompida pelos bloqueios durante
semanas. Na sexta-feira, 1º de novembro de 2024, ele afirmou que “a paciência tem limites” e
que as autoridades precisaram intervir para restabelecer a ordem.
A crise atual reflete a crescente rivalidade entre Evo Morales e o presidente Luis Arce, seu
ex-aliado político. Morales, líder indígena e ex-presidente, enfrenta investigações por supos-
to abuso de menor em 2015 e afirmou ser alvo de perseguição política. Nos últimos dias, ele
publicou um vídeo alegando que sofreu um atentado a tiros, acusação que o governo de Arce
negou, justificando que Morales disparou contra agentes em um bloqueio.

Dica
O confronto entre os dois líderes evidenciou as divisões internas no partido Movimento
ao Socialismo (MAS), que governou a Bolívia durante o período de Morales e atualmente
enfrenta disputas internas pelo controle político.

A instabilidade política na Bolívia pode ter repercussões significativas para a região andi-
na. Historicamente, o país tem sido palco de tensões envolvendo populações indígenas, con-
trole dos recursos naturais e a luta por direitos políticos. A escalada atual também destaca
os desafios da América Latina na consolidação de sistemas democráticos em contextos de
polarização extrema.
A crise revelou o impacto das alianças desfeitas e o papel central de movimentos sociais,
que frequentemente se transformam em forças de oposição quando não encontram respaldo
em políticas governamentais. O desenrolar dos eventos em Cochabamba será importantíssi-
mo para definir os rumos políticos e sociais da Bolívia nos próximos meses.

z A lápide mais antiga dos EUA: revelações sobre suas origens e significado histórico103

Pesquisadores desvendaram novas informações sobre a lápide mais antiga conhecida nos
Estados Unidos, lançando luz sobre os primórdios da história colonial americana. Conheci-
da como a “lápide do cavaleiro”, foi colocada na segunda igreja de Jamestown, Virgínia, em
1627, e acredita-se que tenha pertencido a sir George Yeardley, governador colonial do pri-
meiro assentamento inglês na América do Norte e um dos primeiros proprietários de escra-
vizados na região.

103 PREVIDELLI, F. Lápide mais antiga dos EUA, pertencente a cavaleiro inglês, tem mistério revelado. Aventuras na
História, 2024. Disponível em: https://aventurasnahistoria.com.br /noticias/historia-hoje/lapide-mais-antiga- dos-
122 -eua-pertencente-cavaleiro-ingles-tem-misterio-r evelado.phtml. Acesso em: 26 dez. 2024.
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Um estudo publicado em setembro de 2024 no International Journal of Historical Archaeo-
logy revelou que os microfósseis encontrados no calcário da lápide eram originários da Euro-
pa, indicando que a pedra foi extraída e trabalhada na Bélgica. Jamestown, como parte de um
próspero comércio transatlântico, importava lápides luxuosas para atender às demandas dos
mais ricos colonos ingleses.
De acordo com Marcus Key, autor do estudo, o custo elevado de transporte e aquisição
dessas lápides tornavam-nas exclusivas para pessoas abastadas. A escolha de Yeardley por
uma lápide importada e ornamentada reflete sua posição social e o desejo de perpetuar seu
legado.
Medindo 1,8 m de comprimento e 0,9 m de largura, a lápide foi descoberta em 1901 dentro
de uma terceira igreja construída sobre a segunda igreja original na década de 1640. Pesando
aproximadamente 454 kg, a pedra foi provavelmente movida durante a construção.
A lápide é rara para o período, pois túmulos do início do século XVII em Jamestown geral-
mente não eram marcados. Ela apresenta gravuras de um cavaleiro e um escudo, símbolos
que celebram o título de cavaleiro de Yeardley, conferido em 1618.
Uma escavação em 2018 no presbitério da segunda igreja revelou restos mortais que
podem ser de Yeardley. Arqueólogos basearam essa hipótese na localização da sepultura e
na idade estimada do indivíduo na morte, que é de cerca de 40 anos. Testes de DNA em anda-
mento devem fornecer uma confirmação mais conclusiva no próximo verão.
Mary Anna Hartley, arqueóloga sênior do projeto Jamestown Rediscovered, destacou o
papel fundamental do assentamento na formação da cultura americana. Jamestown não foi
apenas o primeiro assentamento inglês bem-sucedido nos Estados Unidos (EUA), mas tam-
bém um espaço de interações complexas entre povos europeus, nativos e africanos.
A descoberta da “lápide do cavaleiro” ofereceu uma janela única para compreender os
costumes funerários, as hierarquias sociais e o comércio global dos primeiros colonos. Como
aponta Hartley, “Jamestown é fascinante porque representa a semente mais antiga da cultura
americana”.
Esse achado reforçou o impacto de Jamestown na formação dos alicerces da sociedade
moderna dos EUA, um local onde culturas diversas se encontraram, coexistiram e frequente-
mente entraram em conflito.

z China solicita apoio da República Tcheca em negociações com a União Europeia sobre
veículos elétricos104

A China pediu à República Tcheca que desempenhasse um papel ativo nas negociações
entre Pequim e a União Europeia (UE) sobre o setor de veículos elétricos. A solicitação foi
feita no contexto da 12ª reunião do Comitê Misto Econômico China-Tcheca, realizada em
Pequim.
A demanda chinesa ocorreu pouco após a Comissão Europeia concluir uma investigação
ATUALIDADES

antissubsídios sobre veículos elétricos à bateria da China. Como resultado, a UE decidiu impor
direitos compensatórios definitivos sobre as importações desses veículos por um período de
cinco anos, medida que Pequim rejeitou categoricamente.

104 CHINA pede que República Tcheca ajude nas negociações com a UE sobre veículos elétricos. Isto é, 2024.
Disponível em: https://istoedinheiro.com.br/ china-pede-que-republica-tcheca -ajude-nas-negociacoes-com -a-ue-
sobre-veiculos-eletricos/. Acesso em: 26 dez. 2024. 123
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Em um comunicado, a China afirmou que espera que a República Tcheca incentive “von-
tade política e sinceridade” no lado europeu para promover um entendimento mutuamente
benéfico.
A República Tcheca, importante produtora de automóveis na Europa e parceira comercial
estratégica da China, é vista como um interlocutor-chave para atenuar as tensões comer-
ciais. Durante o encontro, as autoridades tchecas reiteraram sua posição favorável ao livre
comércio e contrária ao protecionismo, posicionando-se como um potencial mediador nas
negociações.
A China também sinalizou interesse em ampliar a cooperação com a República Tcheca nas
áreas do comércio, investimento, logística, transporte, novas energias e turismo. Além disso,
manifestou disposição para importar produtos tchecos de alta tecnologia e equipamentos
especializados, fortalecendo ainda mais os laços econômicos.
A China é o segundo maior parceiro comercial da República Tcheca, e o fortalecimento das
relações bilaterais é reflexo do crescente papel dos mercados asiáticos na economia euro-
peia. Em contrapartida, a República Tcheca destacou seu compromisso em trabalhar com a
China no desenvolvimento de veículos de novas energias, uma área que se torna central na
transição energética global.
O apelo chinês ilustrou os desafios de um cenário global marcado por tensões comerciais e
geopolíticas. Essa postura da República Tcheca pode trazer um impacto significativo nas rela-
ções entre a UE e a China, em um momento crítico para a indústria automotiva e a transição
para energias renováveis.
Se a República Tcheca atender ao pedido chinês, isso marcará a busca por um equilíbrio
entre os interesses comerciais europeus e chineses, contribuindo para um cenário de maior
cooperação internacional.

z Eleição nos EUA de 2024 é marcada por desinformação sem precedentes, afirma che-
fe de segurança cibernética105

O ciclo eleitoral de 2024 nos Estados Unidos está enfrentando níveis inéditos de desinfor-
mação, afirmou Jen Easterly, chefe da Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura
(CISA), em 4 de novembro de 2024. Easterly destacou que adversários estrangeiros têm dis-
seminado e amplificado falsidades de forma agressiva, utilizando escalas maiores do que em
ciclos eleitorais anteriores.
Easterly afirmou que os eleitores americanos foram submetidos a uma “onda de desinfor-
mação” contínua, representando uma das maiores ameaças ao processo democrático. Embo-
ra incidentes menores, como a destruição de urnas e ataques cibernéticos de baixo impacto,
tenham ocorrido durante a votação antecipada, nenhum deles tem a capacidade de alterar
significativamente os resultados da eleição presidencial.
A amplificação de informações falsas por atores externos tem sido uma preocupação cons-
tante para as autoridades dos EUA. Adversários estrangeiros, utilizando redes sociais e outras
plataformas digitais, têm buscado semear dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral,
aproveitando-se de divisões internas para polarizar ainda mais a sociedade americana.

105 CHEFE de cibersegurança dos EUA diz que aumento na desinformação não tem impactado eleição. Terra, 2024.
Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/mundo /chefe-de-ciberseguranca-dos-eua-diz-que -aumento-na-
desinformacao-nao-tem-impactado- eleicao,a29908c4f4534b707ee03d88 26797652uvx1d7tw.html?utm_source=-
124 clipboard. Acesso em: 26 dez. 2024.
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A CISA, em conjunto com outras agências de segurança, vem intensificando esforços para
proteger a infraestrutura eleitoral e fornecer informações precisas à população. Easterly des-
tacou que, apesar da proliferação de desinformação, as eleições de 2024 continuam seguras.
“Não observamos nada que possa impactar materialmente o resultado da eleição presiden-
cial”, garantiu a chefe da CISA, buscando tranquilizar os eleitores e reforçar a confiança no
sistema eleitoral.
O aumento exponencial da desinformação reflete um desafio crescente para a democra-
cia, não apenas nos Estados Unidos, mas globalmente. À medida que a tecnologia evoluiu, a
capacidade de criar e disseminar informações falsas em larga escala se tornou mais acessí-
vel, exigindo respostas mais rápidas e coordenadas entre governos, plataformas tecnológicas
e a sociedade civil.
As eleições de 2024 nos EUA, portanto, trouxeram à tona uma necessidade urgente de
medidas robustas para enfrentar a desinformação e garantir a resiliência das instituições
democráticas.

z Relatora da ONU solicita classificação da crise palestina como genocídio106

Francesca Albanese, relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os
territórios palestinos ocupados, fez um apelo contundente para que a crise palestina seja
reconhecida como genocídio. Em declaração às Nações Unidas, Albanese destacou o que con-
sidera evidências claras de uma suposta intenção de destruir a população palestina e propôs
ações severas, como a suspensão das credenciais de Israel na ONU.
Albanese enfatizou que crimes de guerra ou contra a humanidade não capturam a totali-
dade da destruição infligida aos palestinos. Segundo ela, a distinção essencial do genocídio
está na intenção por trás dos atos, que vai além da simples execução de crimes.
“Se você vai a um médico e faz isso e tem câncer e é diagnosticado com febre, você tem um
problema, um grande problema” declarou, comparando a gravidade da situação à necessida-
de de uma avaliação adequada para lidar com o problema de maneira eficaz.
Ela argumentou que atos como assassinatos, danos graves e a criação de condições de vida
insustentáveis nos territórios ocupados demonstram a intenção de destruir o grupo como tal.
As propostas que a relatora fez diante do cenário são:

„ reconhecer e classificar a crise como genocídio para captar a gravidade das ações
documentadas;
„ suspender as credenciais de Israel como forma de pressionar o país a cumprir resolu-
ções internacionais e a interromper a ocupação de décadas;
„ reforçar que a intenção de destruir, e não apenas os motivos por trás das ações, deve ser
o ponto central na avaliação do genocídio.
ATUALIDADES

A proposta de Albanese promete intensificar os debates diplomáticos em um momento


de crescente tensão global. Se a proposta da relatora avançar, ela poderá redefinir os termos
do debate sobre a ocupação e os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados. Além

106 LEÓN, L. Relatora da ONU diz que Israel comete genocídio na Faixa de Gaza. Agência Brasil, 2024. Disponível
em: https:// agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/ noticia/2024-03/relatora-da-onu-diz -que-israel-comete- geno-
cidio-na-faixa-de-gaza. Acesso em: 26 dez. 2024. 125
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disso, as acusações de genocídio carregam implicações legais e políticas graves, potencial-
mente aumentando a pressão internacional sobre Israel.
Os críticos argumentam que essa classificação pode polarizar ainda mais o cenário inter-
nacional, enquanto defensores da causa palestina veem o reconhecimento como um passo
primordial para a responsabilização e para a busca por justiça.

z Donald Trump é eleito presidente dos EUA para um segundo mandato107

Donald Trump, do Partido Republicano, foi eleito presidente dos Estados Unidos, retor-
nando à Casa Branca após quatro anos. Ele derrotou a vice-presidente Kamala Harris, candi-
data democrata apoiada pelo atual presidente Joe Biden.
Trump alcançou o número necessário de delegados no colégio eleitoral, confirmando sua
vitória no sistema de votação indireta que rege as eleições presidenciais dos EUA.
Nascido em 14 de junho de 1946, em Nova York, Donald John Trump é filho de Fred Trump,
um empresário do setor imobiliário, e Mary Anne Trump. Ele assumiu os negócios da família
em 1971, transformando-os na Organização Trump, que expandiu sua atuação em imóveis,
cassinos, hotéis e entretenimento.
Antes de ingressar na política, Trump também ganhou destaque como apresentador do
programa de televisão The Apprentice e como figura controversa na mídia.
Em 2016, Trump disputou pela primeira vez um cargo público e foi eleito presidente dos
EUA, derrotando a democrata Hillary Clinton. Durante seu mandato (2017–2021), Trump pro-
moveu cortes de impostos, mudanças na política comercial e nomeações conservadoras para
a Suprema Corte, além de ser uma figura polarizadora na política americana.
Trump focou em temas econômicos e na segurança nacional, destacando recordes de cres-
cimento econômico de seu primeiro mandato e prometendo recuperar a influência global
dos EUA.

z Desafios pela Frente

O segundo mandato de Trump provavelmente enfrentará desafios significativos, incluindo:

„ uma forte polarização interna devido à profunda divisão política entre republicanos e
democratas;
„ política internacional marcada por tensões com a China, Rússia e aliados tradicionais;
„ manter o crescimento econômico e lidar com a inflação e a dívida no período
pós-pandemia.

A vitória de Trump sinaliza um momento de transição e desafios para os EUA e o mundo,


marcando um retorno de sua visão de “América primeiro” na política nacional e internacional.

107 TORTELLA, T. Donald Trump é eleito presidente dos Estados Unidos. CNN Brasil, 2024. Disponível em: https://
www.cnnbrasil.com.br/ internacional/eleicoes-nos -eua-2024/ donald-trump-e-eleito-presidente-dos - estados-uni-
126 dos-projeta-cnn/. Acesso em: 26 dez. 2024.
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z Austrália aprova lei inédita para proibir redes sociais a menores de 16 anos108

O Parlamento da Austrália aprovou uma lei pioneira no mundo, que proíbe o uso de redes
sociais por adolescentes menores de 16 anos. A medida foi aprovada no Senado no último dia
28 de novembro de 2024 após um processo legislativo rápido que envolveu debates intensos
e aprovação em uma semana. A lei exige que as empresas de tecnologia adotem “medidas
razoáveis” para impedir o acesso de menores a plataformas como TikTok, Facebook, Insta-
gram, Snapchat, Reddit e X (antigo Twitter), sob risco de pesadas multas que podem chegar a
50 milhões de dólares australianos (R$ 193 milhões).
A nova legislação visa combater os impactos negativos das redes sociais sobre os jovens,
como bullying, pressão social, ansiedade, golpes e até a ação de predadores on-line. O primei-
ro-ministro, Anthony Albanese, destacou que a medida é uma resposta ao crescente proble-
ma do uso inadequado de redes sociais entre menores de idade. Para ele, adolescentes com
16 anos ou mais têm maior capacidade de identificar os perigos da internet, como fake news
e outros riscos.
A aprovação da lei recebeu apoio significativo, inclusive do Partido Liberal, principal opo-
sição do governo, que considerou o projeto um “momento crucial” para o país. A senadora
liberal Maria Kovacic afirmou que o poder das grandes empresas de tecnologia precisava ser
controlado e que a lei era uma resposta necessária a essa crescente influência digital.
No entanto, a lei gerou críticas de alguns grupos, especialmente de partidos independentes
e menores, como o Partido dos Verdes. A senadora Sarah Hanson-Young acusou os políticos
de agirem com populismo, sem considerar o impacto real da medida na vida dos jovens. Ela
alertou que, ao isolar ainda mais os adolescentes, a lei poderia piorar a situação, oferecendo
às plataformas digitais ainda mais liberdade, sem responsabilidade social.
Essa ação australiana representou a resposta mais drástica até agora contra os problemas
causados pelas redes sociais para os jovens, um tema que tem gerado debates em diversos
países. Se bem-sucedida, a medida pode inspirar outras nações a seguirem o exemplo da Aus-
trália na regulamentação do uso das mídias sociais por menores de idade. Por outro lado, o
desafio será garantir que as plataformas realmente implementem as mudanças necessárias
para proteger os usuários mais vulneráveis, sem criar brechas que permitam que o uso inde-
vido ainda aconteça.

z Conflitos geopolíticos refletidos no esporte: tensão e violência em jogo da Liga Euro-


pa em Amsterdã109

A recente partida da Liga Europa entre Ajax, dos Países Baixos, e Maccabi Tel Aviv, de
Israel, ocorrida em Amsterdã, foi marcada por tensões políticas e um grave incidente de vio-
lência. O confronto esportivo transformou-se em um palco de manifestações e ataques que
ecoaram os conflitos históricos e geopolíticos envolvendo Israel e a Palestina.
ATUALIDADES

108 AUSTRÁLIA proíbe redes sociais para menores de 16 anos, decisão inédita no mundo. Veja, 2024. Disponível
em: https://veja.abril.com.br/mundo/australia-proibe-redes -sociais-para-menores-de-16-anos-decisao- inedita-no-
-mundo. Acesso em: 26 dez. 2024.
109 BRIGA nas ruas e prisões marcam goleada na Liga Europa. G1, 2024. Disponível em: https://ge.globo.com/fute-
bol/futebol-interna cional/noticia/2024/ 11/08/racismo-briga-nas-ruas-e-pr isoes-marcam- goleada-na-liga-europa-
-video.g html. Acesso em: 26 dez. 2024. 127
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Segundo as autoridades neerlandesas e israelenses, centenas de torcedores do Maccabi Tel
Aviv foram alvo de emboscadas e ataques na saída do estádio Johan Cruyff. A polícia local
reportou que 57 pessoas foram detidas, principalmente manifestantes pró-Palestina que
desobedeceram a proibição de protestar próximo ao estádio. Apesar do aumento da seguran-
ça na cidade, confrontos violentos eclodiram no centro de Amsterdã, resultando em ferimen-
tos e relatos de desaparecimentos.
O primeiro-ministro neerlandês, Dick Schoof, manifestou publicamente repúdio aos ata-
ques, descrevendo-os como “antissemitas e inaceitáveis”. Ele garantiu ao primeiro-ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, que os responsáveis seriam levados à justiça. Netanyahu,
por sua vez, enfatizou a gravidade do ataque e reforçou a necessidade de proteção à comuni-
dade judaica nos Países Baixos.
O episódio foi amplamente condenado por líderes israelenses. Gideon Sa’ar, ministro das
Relações Exteriores de Israel, qualificou os ataques como “bárbaros” e um alerta urgente
para o mundo sobre o aumento do antissemitismo na Europa. Ele também coordenou medi-
das de segurança emergenciais, recomendando aos israelenses em Amsterdã que permane-
cessem abrigados.
Antes mesmo do jogo, vídeos nas redes sociais mostravam torcedores do Maccabi entoan-
do slogans relacionados ao conflito no Oriente Médio. Esses gestos, somados às tensões locais,
transformaram o evento esportivo em uma arena para a expressão de divisões políticas pro-
fundas. Em meio a esse cenário, manifestantes pró-Palestina tentaram se aproximar do está-
dio, desafiando a proibição de protestos e intensificando a situação de insegurança.
A polícia de Amsterdã relatou, ainda, incidentes isolados, como uma briga entre grupos
próximos a um cassino e a retirada forçada de uma bandeira palestina, eventos que contri-
buíram para a escalada de hostilidades na cidade.
Diante da gravidade dos ataques, o governo israelense mobilizou aeronaves para evacuar
cidadãos feridos ou em situação de risco. Netanyahu ordenou a imediata liberação de dois
aviões de resgate equipados com equipes médicas e de resgate para buscar os israelenses em
Amsterdã.
Os incidentes não apenas destacaram a interseção entre o esporte e geopolítica, como tam-
bém revelaram como tensões globais podem transbordar para arenas internacionais, trans-
formando eventos culturais em focos de conflito.
A partida, vencida pelo Ajax por 5 a 0, foi ofuscada pela violência, lembrando que o fute-
bol, embora unificador, também pode ser reflexo de divisões históricas e políticas.

Importante!
A investigação sobre os incidentes continua, com autoridades neerlandesas avaliando
denúncias de reféns e desaparecidos. Enquanto isso, o episódio é mais um lembrete da
necessidade de diálogo e cooperação internacional para prevenir que rivalidades políticas
se traduzam em violência, especialmente em cenários que deveriam promover união e
paz.

128
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z Parceria estratégica: Rússia e Coreia do Norte firmam tratado de defesa mútua110

Em um movimento que reforça a aproximação estratégica entre Moscou e Pyongyang, o


presidente russo Vladimir Putin sancionou, em 9 de novembro de 2024, um tratado que esta-
beleceu uma aliança de defesa mútua com a Coreia do Norte. O acordo, assinado em junho
deste ano durante uma cúpula entre Putin e o líder norte-coreano Kim Jong Un em Pyongya-
ng, previa assistência militar recíproca em caso de agressão externa.
A ratificação do tratado pela câmara alta do parlamento russo ocorreu naquela sema-
na, após aprovação anterior pela câmara baixa. O decreto que oficializa o pacto foi publi-
cado em um site governamental russo, destacando os procedimentos legislativos para sua
implementação.
Desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia intensificou
relações com países historicamente isolados como a Coreia do Norte. A aliança refletiu um
desafio direto às pressões ocidentais, buscando estabelecer novas dinâmicas de cooperação
frente às sanções internacionais.
Relatórios da Coreia do Sul e de nações ocidentais sugeriram que Pyongyang forneceu
armamentos à Rússia, que foram utilizados em operações na Ucrânia. Investigadores ucra-
nianos afirmaram ter encontrado vestígios de armas norte-coreanas em áreas de ataques
russos. Além disso, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky declarou que aproximada-
mente 11 mil soldados norte-coreanos foram enviados para apoiar as forças russas, com bai-
xas registradas na região de Kursk. Moscou, no entanto, não confirmou a presença de tropas
da Coreia do Norte em seu território.
O tratado entre a Rússia e a Coreia do Norte sinaliza uma nova fase de colaboração militar
e geopolítica, desafiando as normas internacionais e alarmando potências como os Estados
Unidos e seus aliados na Ásia-Pacífico. A medida levantou preocupações sobre a proliferação
de armas e o risco de escalada em conflitos regionais.
Além disso, o acordo refletiu uma crescente interdependência entre dois regimes sob forte
isolamento internacional, indicando possíveis mudanças no equilíbrio de poder na Eurásia
e no Leste Asiático.

z Ataque de drones ucranianos paralisa aeroportos em Moscou111

No maior ataque de drones registrado desde o início da guerra em 2022, a Ucrânia lançou
32 aeronaves não tripuladas contra Moscou no domingo, 10 de novembro de 2024. A ofensiva
interrompeu temporariamente as operações dos três principais aeroportos da capital russa
— Domodedovo, Sheremetyevo e Zhukovo — e deixou ao menos uma pessoa ferida.
As defesas aéreas russas interceptaram os drones nos distritos de Ramenskoye e Kolo-
mensky, além da cidade de Domodedovo, onde está localizado um dos maiores aeroportos da
região. O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, afirmou que não houve danos significativos,
ATUALIDADES

110 COREIA do Norte ratifica pacto com a Rússia que inclui assistência militar mútua. Exame, 2024. Disponível
em: https://exame.com/mu ndo/coreia-do-norte-ra tifica-pacto-com-a-russia-que-inclui-assistencia- militar-mutua/.
Acesso em: 26 dez. 2024.
111 AEROPORTOS de Moscou suspendem operaç ões depois de ataques de drones da Ucrânia. Revista Oeste,
2024. Disponível em: https://www.revistaoeste.com /mundo/aeroportos-de-moscou-suspendem-operacoes-depois
-de- ataques-de-drones-da-ucrania/. Acesso em: 26 dez. 2024. 129
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enquanto a agência de aviação russa, Rosaviatsia, confirmou a retomada das operações nos
aeroportos após o ataque.
A região metropolitana de Moscou, com uma população de aproximadamente 21 milhões
de pessoas, já havia sido alvo de ataques anteriores, incluindo um incidente em setembro de
2024, quando 20 drones foram abatidos pelas defesas aéreas russas. O ataque recente, envol-
vendo 32 drones, superou todos os registros anteriores e evidenciou a crescente capacidade
da Ucrânia de atingir alvos profundos dentro do território russo.
O ataque demonstrou a vulnerabilidade de áreas estratégicas da Rússia e marcou uma
nova etapa na guerra, com a Ucrânia intensificando ataques em resposta às ações russas.
Além do impacto nas operações logísticas e civis, o incidente ressaltou as tensões persisten-
tes e a possibilidade de uma escalada no conflito, com potenciais repercussões na segurança
europeia.
Enquanto isso, Moscou enfrentou desafios para reforçar sua defesa contra ataques de dro-
nes, que se tornaram uma tática recorrente e disruptiva utilizada pela Ucrânia no conflito.

z Presidente Petro declara “situação de desastre” na Colômbia devido às chuvas e à


seca112

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, declarou no domingo, 10 de novembro de 2024,


uma “situação de desastre” em todo o território nacional em resposta às fortes chuvas que
causaram inundações e racionamentos de água, agravados por períodos de seca. A medida
visou enfrentar a variabilidade climática que vinha gerando impactos severos e imprevisí-
veis, elevando a vulnerabilidade de diversas regiões do país.
A estação chuvosa, prevista para durar até o final de novembro, afetou especialmente o
departamento de Chocó, onde mais de 30 mil famílias foram impactadas e 27 dos 31 municí-
pios da região registraram danos significativos.
A capital do departamento, Quibdó, está sendo o foco de esforços de resposta, com o envio
de equipes técnicas da Unidade Nacional de Gestão de Risco de Desastres (UNGRD) para coor-
denar ações locais.
A declaração de desastre nacional teve como principal objetivo facilitar o uso de recursos
e a implementação de medidas de mitigação. Entre as ações imediatas anunciadas estavam:

„ destinação de 2,5 bilhões de pesos colombianos (cerca de US$ 570 mil) para apoiar os
municípios mais afetados;
„ distribuição de 10 mil kits de assistência humanitária emergencial (EHA) para famílias
em Chocó; e
„ mobilização de um Posto de Comando Unificado Nacional para centralizar as decisões
na sala de crise da UNGRD.

Além de Chocó, grandes centros urbanos como Bogotá enfrentaram racionamentos de


água devido à seca. A variabilidade climática tem causado um paradoxo climático no país,
alternando entre inundações severas e períodos de estiagem.

112 PETRO declara ‘situação de desastre’ na Colômbia devido a fenômenos climáticos em todo o país. O Globo,
2024. Disponível em: https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/11/ 10/petro-declara-situacao-de-desastre-
130 -na-colombia-devido-a-fe nomenos-climaticos-em-todo-o-pais.ghtml. Acesso em: 26 dez. 2024.
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O governo colombiano está priorizando uma abordagem emergencial para reduzir os
danos imediatos enquanto busca estruturar respostas mais duradouras para enfrentar os
desafios climáticos.

z Tribunal revoga decisão que exigia corte drástico de emissões pela Shell113

Em 12 de novembro de 2024, um tribunal de apelações holandês anulou uma decisão ante-


rior que obrigava a gigante de energia Shell a reduzir suas emissões de carbono em 45% até
2030 em relação aos níveis de 2019. O julgamento ocorreu em meio à COP29 em Baku, Azer-
baijão, frustrando os esforços de ativistas ambientais que buscam pressionar empresas de
combustíveis fósseis a acelerar sua transição para fontes de energia limpa.
O tribunal reconheceu que a Shell deve limitar suas emissões para proteger o planeta de
mudanças climáticas perigosas, mas rejeitou a imposição de uma redução específica, afir-
mando que não há consenso científico suficiente para definir um percentual de redução que
uma única empresa como a Shell deva adotar. Portanto, reduzir emissões indiretas (escopo
3) — aquelas provenientes do uso de seus produtos pelos consumidores — não seria eficaz.
Essa decisão isentou a Shell da obrigação de cortes drásticos nas emissões e reforçou a
continuidade de seus próprios planos menos ambiciosos para redução de carbono.
Organizações ambientais, como a Amigos da Terra-Holanda, expressaram decepção com a
decisão. Apesar disso, o grupo destacou que o caso trouxe maior atenção à responsabilidade
corporativa na crise climática.
Segundo o diretor Donald Pols, “os grandes poluidores não são mais invioláveis”. Ele afir-
mou que o grupo avalia um possível recurso na Suprema Corte da Holanda.
Por outro lado, analistas apontaram que a vitória da Shell sinalizou que grandes emisso-
res estariam temporariamente protegidos contra as medidas impostas por estruturas legais
internacionais, como o Acordo de Paris.
Nos últimos anos, a Shell reduziu suas ambições climáticas. Vejamos:

„ os escopos 1 e 2 (operações diretas) englobam a meta de reduzir emissões pela metade


até 2030;
„ escopo 3 (produtos vendidos) teve sua meta revisada, alterando para 15%–20% a redu-
ção da intensidade líquida de carbono de seus produtos até 2030, sendo que antes era
de 20%; e
„ abandonou o objetivo de reduzir quase 50% da intensidade líquida de carbono até 2035.

Embora a Shell afirmasse buscar emissões líquidas zero até 2050, seus investimentos ain-
da refletem priorização de combustíveis fósseis:

„ US$ 16 bilhões investidos em petróleo e gás em 2023; e


ATUALIDADES

„ apenas US$ 5,6 bilhões destinados a projetos de energia de baixo carbono, correspon-
dendo a 23% do capital total.

113 SHELL vence recurso contra decisão sobre corte de emissão de CO2. Poder 360, 2024. Disponível em: https://
www.poder360 .com.br/poder-energia/shell-vence-recurso-contra- decisao-sobre-corte-de-emissao-de- co2/. Aces-
so em: 26 dez. 2024. 131
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A decisão judicial marcou um retrocesso no combate às mudanças climáticas e destaca os
desafios de responsabilizar legalmente corporações por emissões indiretas.

z Dinâmicas econômicas globais e brasileiras para 2025: entre desafios estruturais e


ajustes geopolíticos114

O cenário econômico mundial e brasileiro para 2025 revelou um panorama de ajustes


desafiadores, marcados por tensões geopolíticas, políticas monetárias restritivas e a busca
por soluções estruturais para alavancar o crescimento sustentável. O estudo “Cenário Macroe-
conômico Global e Brasil 2025”, conduzido pelo Centro de Inteligência em Médias Empresas
da Fundação Dom Cabral (FDC), analisou as tendências globais e nacionais, incluindo infla-
ção, crescimento do produto interno bruto (PIB), cadeias de valor e o impacto de disputas
geopolíticas.
Historicamente, períodos de inflação elevada — como os enfrentados nas últimas déca-
das — levaram a respostas rigorosas dos bancos centrais na busca de estabilizar a economia
global. O atual ciclo de altas taxas de juros reflete essa estratégia clássica, mas também expõe
a fragilidade das cadeias globais de valor, já pressionadas por disputas comerciais e pela
reconfiguração geopolítica. A guerra na Ucrânia, por exemplo, continua a impactar os fluxos
comerciais e o custo da energia na Europa, enquanto tensões entre Estados Unidos e China
acentuam a polarização econômica global.
Para 2025, o crescimento econômico global deve manter-se em torno de 3%, segundo
projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). Economias avançadas, como os Estados
Unidos e a União Europeia, enfrentam pressões inflacionárias persistentes e moderada recu-
peração. O FMI projeta crescimento de 1,9% para os EUA e 1,4% para a área do euro, desta-
cando uma recuperação lenta, mas contínua, com a inflação convergindo para metas apenas
no médio prazo.
A China, outrora motor da economia global, mostrou sinais de desaceleração estrutural.
Projeções indicaram crescimento de 4,1% em 2025, evidenciando os desafios impostos pelo
envelhecimento populacional e pela transição para uma economia mais orientada ao consu-
mo interno.
O Brasil apresentou um quadro relativamente otimista para 2025, com previsão de cres-
cimento superior a 2% do PIB, sustentado por setores como agronegócio e exportações. No
entanto, a trajetória de crescimento enfrenta entraves estruturais. Embora o consumo inter-
no tenha impulsionado a economia em 2024, o aumento das taxas de juros para controle da
inflação poderá desacelerar essa dinâmica no próximo ano. A redução gradual da Selic é
esperada apenas para meados de 2025, condicionando o ambiente de investimentos.
O estudo ressaltou que a sustentabilidade desse crescimento depende do avanço em refor-
mas cruciais, como a reforma tributária, que visa simplificar e equilibrar a carga fiscal entre
setores econômicos. Além disso, a agenda de equilíbrio fiscal e a atração de investimentos
são essenciais para consolidar a confiança no mercado. Gilmar Mendes, professor da FDC,
destacou que “o progresso em reformas estruturais será o diferencial para tornar as projeções
otimistas uma realidade concreta”.

114 ESTUDO aponta cenário macroeconômico Global e Brasil para 2025. CNN Brasil, 2024. Disponível em: https://
www.cnnbrasil.com.br /branded-content/economia/estudo -aponta-cenario-macroeconomico-global-e- brasil-pa-
132 ra-2025/. Acesso em: 26 dez. 2024.
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O Brasil, posicionado como líder regional, precisou alinhar-se às transformações geopolíti-
cas para ampliar sua participação nas cadeias globais de valor. A recuperação de sua imagem
internacional, especialmente em questões ambientais, pode atrair investimentos estrangei-
ros e fortalecer relações comerciais estratégicas.
Embora a economia global esteja navegando em águas turbulentas, o Brasil tem potencial
para converter desafios em oportunidades, desde que adote políticas eficazes e mantenha o
foco em reformas estruturais. Assim, 2025 será um ano decisivo, tanto para consolidar o cres-
cimento doméstico quanto para redefinir seu papel no cenário internacional.

z A marcha da intolerância: protestos nazistas em peça sobre Anne Frank nos EUA115

Um grupo de manifestantes mascarados portando bandeiras nazistas e exibindo sím-


bolos de supremacia branca organizou um protesto perturbador no exterior de um teatro
em Howell, Michigan, durante uma apresentação da peça O Diário de Anne Frank. O inci-
dente ocorrido no último sábado reacendeu preocupações sobre o crescimento de mani-
festações extremistas nos Estados Unidos e a persistência do antissemitismo na sociedade
contemporânea.
A peça, baseada na vida de Anne Frank, uma jovem judia que documentou seu tempo
escondida do regime nazista na Segunda Guerra Mundial, simboliza a luta contra o ódio e a
opressão. A manifestação nazista do lado de fora, contudo, trouxe uma inquietante ironia ao
evento, criando uma atmosfera de medo entre os espectadores.
O grupo de teatro comunitário que se dedica a retratar histórias reais do holocausto afir-
mou em comunicado que a presença dos manifestantes ofereceu um “vislumbre” do ter-
ror vivido por milhões de pessoas perseguidas pelos nazistas. Muitos dos presentes ficaram
assustados, e membros do teatro e da comunidade tiveram que escoltar o público até seus
carros após o espetáculo, ressaltando o impacto emocional e psicológico do ocorrido.
Howell, localizada a cerca de 90 km de Detroit, tem histórico de atividades de grupos
supremacistas brancos, com registros de protestos semelhantes em meses anteriores. Em
julho, manifestantes já haviam marchado na região gritando palavras de ordem nazistas.
Esses eventos destacam a persistência de ideologias extremistas em partes dos Estados Uni-
dos, mesmo em um contexto de crescente repúdio público a essas ações.
O Departamento de Polícia local, o gabinete do xerife e o prefeito de Howell não se mani-
festaram publicamente sobre o ocorrido, gerando críticas sobre a falta de resposta oficial a
atos que promovem o ódio e a divisão.
O incidente é um lembrete alarmante de que o antissemitismo e outras formas de intole-
rância não são problemas do passado. Historicamente, movimentos extremistas surgiram em
períodos de instabilidade social e política, aproveitando-se de desinformação e da polariza-
ção para expandir sua influência. Nos últimos anos, os Estados Unidos têm visto um aumento
nos crimes de ódio, impulsionado por discursos polarizadores e o uso das redes sociais para
ATUALIDADES

disseminação de ideologias extremistas.


A persistência de símbolos nazistas em manifestações públicas não apenas desafia os
valores democráticos, como influencia a percepção global sobre o compromisso dos EUA em
combater o ódio e proteger minorias. Incidentes como esse podem afetar negativamente a

115 MAGRAMO, K.; SYKES, J. Grupo com bandeiras nazistas marcha no lado de fora de peça sobre Anne Frank. CNN
Brasil, 2024. Disponível em: https://www .cnnbrasil.com.br/internacional/grupo-com -bandeiras-nazistas- marcha-
-no-lado-de-fora-de-peca- sobre-anne-frank/. Acesso em: 26 dez. 2024. 133
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imagem internacional do país, especialmente em um momento em que movimentos naciona-
listas ganham força em diversas partes do mundo.
Eventos como a peça de Anne Frank preservam a memória histórica, destacando os hor-
rores do holocausto e a importância de resistir à intolerância. No entanto, a resistência a
essas narrativas por grupos extremistas reforça a necessidade de esforços educacionais mais
amplos para combater o ódio.
A história de Anne Frank e de milhões de vítimas do holocausto continua a ser um chama-
do à ação, desafiando as sociedades modernas a confrontarem a intolerância com empatia,
educação e justiça. O incidente em Michigan não é apenas um ataque simbólico ao legado de
Anne Frank, mas um alerta sobre os perigos do extremismo não enfrentado.

z O custo oculto da pobreza: saúde mental em risco116

Um relatório das Nações Unidas revelou um dado alarmante: pessoas em situação de


pobreza têm três vezes mais chances de desenvolver transtornos de saúde mental, como
ansiedade e depressão. O documento, intitulado Economia do Burnout: Pobreza e Saúde
Mental, destacou como a desigualdade social e as condições precárias de trabalho têm impac-
tos profundos no bem-estar psicológico de milhões ao redor do mundo. Atualmente, 11% da
população global sofre com algum transtorno mental, segundo o relatório.
Olivier De Schutter, relator especial da ONU e autor do estudo, apontou que o foco exces-
sivo no crescimento econômico, frequentemente às custas da qualidade de vida, contribui
para esse quadro. Em sociedades altamente desiguais, até mesmo a classe média vive sob o
constante medo de declínio econômico, gerando estresse, ansiedade e depressão.
A precarização das relações de trabalho, especialmente em economias baseadas em apli-
cativos e plataformas digitais, intensificou o problema. A lógica de disponibilidade contínua
(“24/7”) e horários de trabalho imprevisíveis dificultam o equilíbrio entre vida pessoal e pro-
fissional, agravando os riscos para a saúde mental.
Além das condições econômicas, o relatório identificou a “ansiedade climática” como um
novo fator de risco. Eventos extremos, como secas, inundações e tempestades, frequente-
mente destroem os meios de subsistência de comunidades vulneráveis, gerando insegurança
financeira e aumentando os casos de depressão.
A incerteza associada ao trabalho, particularmente entre os trabalhadores informais ou
aqueles vinculados à economia digital, também contribui para um ciclo de pobreza e pro-
blemas de saúde mental. Jornadas extenuantes e imprevisíveis impedem o planejamento e o
equilíbrio necessários para o bem-estar.
O relatório da ONU sugeriu uma série de medidas para combater esses problemas:

„ garantir uma quantia mínima, uma renda básica universal, para afastar a ameaça da
pobreza e oferecer segurança financeira básica;
„ incentivar modelos de economia solidária que priorizem a cooperação e a sustentabili-
dade em vez do lucro imediato; e
„ regulamentar jornadas de trabalho e oferecer mais segurança aos trabalhadores de
plataformas digitais.

116 POBREZA pode aumentar em 3 vezes o risco de doenças mentais. G1, 2024. Disponível em: https://g1.glo-
bo.com/ba/bahia/ especial-publicitario/clinica-ibn- suzana-lyra/noticia/2024/11/12/pobreza -pode- aumentar-em-
134 -3-vezes-o-risco-de-doencas- mentais.ghtml. Acesso em: 26 dez. 2024.
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Além disso, o estudo ressaltou a importância de reduzir desigualdades estruturais e
reavaliar o modelo econômico centrado no crescimento infinito. Organizações não gover-
namentais, sindicatos e acadêmicos estão colaborando para apresentar alternativas a esse
paradigma, com um conjunto de propostas previsto para 2025.
O documento destacou um problema frequentemente invisível: a relação entre a pobreza
e a saúde mental. Mais do que uma questão individual, trata-se de um reflexo de sistemas
econômicos que, em busca de crescimento, negligenciam as necessidades humanas funda-
mentais. Esse alerta é um convite para que governos e sociedades repensem suas priorida-
des, colocando o bem-estar humano no centro das políticas públicas.

z Turquia recebe proposta de status de país parceiro no BRICS117

O ministro do Comércio da Turquia, Omer Bolat, anunciou que o grupo BRICS — composto
pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — ofereceu à Turquia o status de “país parcei-
ro”. O convite surgiu enquanto Ancara buscava equilibrar suas relações entre o Ocidente e o
Oriente, mantendo-se alinhada à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) enquan-
to explorava parcerias econômicas com blocos emergentes.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, participou recentemente de uma cúpula do
BRICS em Kazan, organizada pelo presidente russo Vladimir Putin, destacando o interesse de
Ancara em se integrar ao grupo. Apesar de o status de “país parceiro” ter sido apresentado
como um estágio transitório, ainda não há confirmação se a Turquia aceitou a proposta.
O BRICS, composto atualmente por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Etiópia, Irã,
Egito e Emirados Árabes Unidos, tem ampliado suas categorias de participação. Durante a
cúpula de Kazan, foi introduzida a categoria de “país parceiro”, permitindo cooperação eco-
nômica sem necessariamente comprometer os interesses geopolíticos dos Estados envolvidos.
As autoridades turcas reiteraram que a aproximação com o BRICS não afetou suas obri-
gações como membro da OTAN. Erdogan viu no grupo uma oportunidade para fortalecer a
cooperação econômica, especialmente em um cenário global marcado por instabilidades e
pela busca de novos polos de poder.
Embora a proposta tenha sido bem recebida, fontes do Partido AK sinalizam que o status
de “país parceiro” pode não atender às expectativas turcas, que visam a uma adesão plena ao
BRICS. A decisão final de Ancara deverá levar em conta as implicações econômicas e estraté-
gicas dessa parceria.
A movimentação reforçou o papel da Turquia como uma ponte entre blocos econômicos e
geopolíticos distintos, buscando vantagens em ambos os lados.
ATUALIDADES

117 GRUPO Brics ofereceu à Turquia status de país parceiro, diz ministro turco do Comércio. Terra, 2024. Disponível
em: https://w ww.terra.com.br/noticias/mu ndo/grupo-brics-ofereceu-a-turquia-status-de-pais -parceiro-diz- minis-
tro-turco-do-comercio,c9407f00a2d5 05411a157b1d96b166994h561gnt.html?utm_source=clipboard. Acesso em:
26 dez. 2024. 135
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z Acusações contra Israel: deslocamento forçado em Gaza e crimes de guerra118

Um relatório da Human Rights Watch (HRW) divulgado em 14 de novembro de 2024 acu-


sou Israel de crimes de guerra e crimes contra a humanidade devido ao deslocamento força-
do de cerca de 1,9 milhão de palestinos na Faixa de Gaza. A HRW afirmou que Israel vinha
conduzindo uma campanha deliberada de destruição de infraestrutura e zonas habitadas,
violando o direito internacional e os direitos humanos.
As principais acusações proferidas foram:

„ a HRW denunciou demolições de casas e infraestrutura civil, com o objetivo aparente


de criar “zonas de proteção” que impossibilitam o retorno dos palestinos;
„ os acontecimentos fizeram com que mais de 90% da população da Faixa de Gaza se des-
locasse, segundo a ONU;
„ a HRW alegou que Israel bombardeia zonas seguras e corta alimentos, água e saneamento.

Enquanto isso, a resposta de Israel foi:

„ o exército israelense afirmou que segue o direito internacional e que medidas como o
deslocamento visam proteger civis;
„ negação por parte das autoridades israelenses acerca da existência de qualquer política
de maximizar danos à infraestrutura civil sem necessidade militar;
„ o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reiterou que não havia intenção de ocupação
permanente ou deslocamento definitivo da população.

Enquanto o governo israelense negou as acusações e destacou sua política de segurança,


organizações como a ONU e agências humanitárias relataram uma crise humanitária severa,
com fome iminente e infraestrutura de saúde em colapso.
A HRW pediu que os países parassem de vender armas para Israel e considerassem san-
ções para forçar o cumprimento das obrigações de proteger civis. O relatório foi mais uma
peça no complexo debate sobre o conflito israelense-palestino, ressaltando a dificuldade em
conciliar segurança nacional e os direitos humanos.

z Opositor de Maduro, Jesús Manuel Martínez Medina, morre em prisão na Venezuela119

Jesús Manuel Martínez Medina, integrante do partido de oposição Vente Venezuela, mor-
reu na prisão após estar detido desde 2 de agosto de 2024, acusado de envolvimento nos
protestos pós-eleitorais na Venezuela. O ministério público da Venezuela confirmou o fale-
cimento na sexta-feira, 15 de novembro de 2024, após a denúncia feita na quinta-feira pelos
líderes da oposição.

118 BORDALLO, E. HRW acusa Israel de crime contra a Humanidade por deslocamento forçado de mais de 90% da
população de Gaza. O Globo, 2024. Disponível em: https://o glob o.globo.com/mundo/noticia/2024/11/14/hrw-
acusa-israel-de-c rime-contra-a-humanidade-por-deslocamento-forcado-de-mais-de-90percent-da-populacao-de- g
aza.ghtml. Acesso em: 26 dez. 2024.
119 LUCAS, J. Opositor detido após eleições na Venezuela morre por falta de assistência médica na prisão. Gaze-
ta do Povo, 2024. Disponível em: https://www.gazetadopov o.com.br/mundo/opositor-detido-apos-el eicoes-na-
136 venezuela-mo rre-por-falta-de-assistencia -medica-na-prisao/. Acesso em: 26 dez. 202 4.
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Martínez estava preso em um hospital do estado de Anzoátegui, cumprindo prisão preven-
tiva. Ele sofria de diabetes, mas as autoridades afirmaram que ele recebeu os cuidados médi-
cos e medicamentos necessários. No entanto, líderes opositores como María Corina Machado
e Edmundo González Urrutia denunciaram que ele morreu devido às condições precárias em
que foi mantido.
María Corina Machado declarou que a morte de Medina ocorreu em uma “masmorra”,
sem mandado de prisão e sem justificativa legal adequada, e foi causada pelas condições
desumanas de detenção. Além disso, Edmundo González Urrutia criticou a falta de atendi-
mento médico adequado, alegando que Medina não foi transferido para um centro de saúde
em tempo hábil e que seu falecimento foi evitável.
O ministério público afirmou que procurou garantir o devido processo e a proteção dos
direitos dos detidos, incluindo Martínez. Contudo, as alegações da oposição indicam uma gra-
ve violação dos direitos humanos, evidenciando as tensões políticas intensas no país.
A morte de Martínez foi mais um episódio trágico no contexto de repressão política e mili-
tar, que continua a gerar controvérsias sobre as condições das prisões na Venezuela e sobre
o tratamento dos opositores ao governo de Nicolás Maduro.

z Argentina oficializa adesão à aliança global contra a fome e a pobreza: um passo


decisivo para o combate à desigualdade global120

Na segunda-feira, 18 de novembro de 2024, a Argentina anunciou sua adesão à Aliança Global


contra a Fome e a Pobreza, uma coalizão internacional que visa intensificar os esforços para
erradicar a fome e a pobreza no mundo. A confirmação foi feita por Federico Pinedo, sherpa
(responsável por fazer o elo entre as diferentes áreas de governo e as delegações internacionais)
argentino no G20, em entrevista à CNN, e já havia sido antecipada por autoridades brasileiras. A
adesão da Argentina foi um marco significativo no fortalecimento dessa iniciativa global.
A Aliança Global, que foi construída ao longo de um ano por meio de diálogos e colabora-
ções internacionais, conta agora com 148 membros fundadores, entre eles, 82 países, a União
Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, 9 instituições financeiras globais
e 31 entidades filantrópicas e não governamentais.
Esse amplo apoio reflete um compromisso compartilhado por diversas nações e organiza-
ções em combater os desafios persistentes da fome e da pobreza extrema que afetam milhões
de pessoas ao redor do mundo.
Lançada durante a Cúpula de Líderes do G20, a Aliança tem como principal objetivo ace-
lerar os progressos globais em direção aos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS),
especialmente aqueles que buscam erradicar a fome e promover a inclusão social. A parceria
entre países, organizações e instituições financeiras visa à implementação de políticas públi-
cas mais eficazes, o fortalecimento de redes de apoio e a criação de soluções inovadoras para
enfrentar esses problemas estruturais de forma coordenada e sustentável.
ATUALIDADES

Essa adesão também fortalece a colaboração regional e global, ampliando a rede de países
comprometidos em reduzir as desigualdades sociais e garantir acesso a alimentos e condi-
ções de vida dignas para todas as populações, independentemente de sua localização geográ-
fica ou situação socioeconômica.

120 LEÓN, L. Argentina decide aderir à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Agência Brasil, 2024. Disponível
em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia /2024-11/argentina-decide-ader ir- alianca-global-
-con tra-fome-no-g20. Acesso em: 26 dez. 2024. 137
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z Ucrânia intensifica conflito com uso inédito de mísseis dos EUA contra a Rússia: o
impacto geopolítico no milésimo dia da guerra121

No marco simbólico do milésimo dia da invasão russa, a Ucrânia deu um passo significa-
tivo ao lançar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos em território russo.
Esse ataque ocorrido em 19 de novembro de 2024 não apenas refletiu a escalada do conflito,
como também marcou uma nova fase nas relações geopolíticas entre as potências envolvidas.
A Ucrânia realizou um ataque contra uma instalação militar na região de Bryansk, den-
tro do território russo, utilizando mísseis fornecidos pelos Estados Unidos. O governo russo
informou que suas defesas aéreas conseguiram interceptar cinco dos seis mísseis disparados,
mas um deles atingiu o alvo, causando danos à instalação sem vítimas fatais.
Fontes ucranianas confirmaram que o objetivo foi um depósito de armas russo localizado
a cerca de 110 km da fronteira, onde várias explosões foram registradas. Embora a Ucrânia
não tenha especificado os armamentos usados, autoridades americanas confirmaram que a
ofensiva foi realizada com os Sistemas de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS), conhecidos
por sua capacidade de atingir alvos a distâncias superiores a 300 km.
A liberação dos ATACMS à Ucrânia gerou debates intensos nos Estados Unidos. A admi-
nistração de Joe Biden demorou meses para tomar uma decisão final, ponderando os riscos
de uma possível escalada do conflito. Alguns assessores temiam que o fornecimento desses
mísseis pudesse ser visto como um envolvimento direto dos EUA na guerra, enquanto outros
defendiam a medida como uma forma de fortalecer a defesa da Ucrânia.
Moscou, por sua vez, reagiu com indignação, acusando Washington de se tornar um com-
batente direto e ameaçando represálias. A utilização desses mísseis não só representou avan-
ços para a Ucrânia, como elevou o nível de tensão nas relações internacionais.
O ataque ucraniano ocorreu no milésimo dia desde o início da invasão russa, um mar-
co que simbolizou a resistência contínua da Ucrânia diante da agressão. A linha de frente
está cada vez mais saturada, com tropas ucranianas exaustas e sujeitas a constantes ataques
aéreos e terrestres. A guerra tem causado enormes perdas humanas e materiais, com mais de
6 milhões de refugiados ucranianos e milhares de mortos.
Em um momento crítico, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o pró-
ximo ano será decisivo para o destino da guerra, destacando que a vitória da Ucrânia repre-
sentará a preservação de sua soberania e uma luta pela liberdade contra o autoritarismo
representado pelo regime de Vladimir Putin.
O uso dos ATACMS e o apoio contínuo dos Estados Unidos à Ucrânia não estão isentos de
controvérsias, especialmente com as eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos se
aproximando. A vitória de Donald Trump, que tem defendido a ideia de encerrar a guerra
rapidamente, criou um cenário de incerteza para a Ucrânia.
Trump não especificou como realizaria essa tarefa, mas sua postura pode alterar significa-
tivamente o apoio dos EUA a Kiev, afetando a dinâmica do conflito.
Esse contexto colocou em questão o futuro da política externa americana e a disposição de
Washington em continuar seu suporte militar e econômico à Ucrânia. A retórica belicista de
Putin, que descreveu o envolvimento ocidental como uma “escalada”, demonstra um enten-
dimento estratégico de que a guerra na Ucrânia não é apenas territorial, mas uma disputa
ideológica entre o autoritarismo e a democracia no cenário global.

121. ATAQUE da Ucrânia à Rússia com mísseis dos EUA: como a decisão de Biden pode ampliar guerra. BBC Brasil,
138 2024. Disponível em: https://www.bbc.com/p ortuguese/articles/cj4v0rrn77vo. Acesso em: 26 d z. 2024.
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Especialistas militares alertaram que, apesar da utilização de mísseis de longo alcance, a
guerra não deveria sofrer uma mudança significativa em seu curso imediato. A Ucrânia, com
o apoio dos Estados Unidos e de outras nações da OTAN, continuou a resistir à invasão russa,
mas a longa duração do conflito já gerou um desgaste profundo, tanto para os ucranianos
quanto para os russos.
A invasão, que é considerada o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial,
tem implicações profundas para a segurança global e para a ordem internacional. A guerra
na Ucrânia se tornou um confronto territorial e um ponto de disputa entre duas visões de
mundo: a liberdade e a democracia contra o autoritarismo e o imperialismo. Com os próxi-
mos passos de líderes como Zelensky e Putin em jogo, o destino da Ucrânia e do equilíbrio
global de poder permanece incerto.

z A crise em Gaza e o veto dos EUA na ONU: implicações históricas e geopolíticas122

Em 20 de novembro de 2024, os Estados Unidos vetaram uma resolução do conselho de


segurança da ONU que buscava um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente na
guerra entre Israel e o Hamas em Gaza. A proposta, elaborada pelos dez membros não per-
manentes do conselho, também exigia a libertação de reféns capturados pelo Hamas durante
o ataque de 7 de outubro de 2023, que matou 1.2 mil israelenses e resultou no sequestro de
mais de 250 pessoas.
Os EUA foram o único país a votar contra a resolução, utilizando seu poder de veto como
membro permanente do conselho de segurança. Segundo um alto funcionário norte-ameri-
cano, Washington não poderia apoiar um cessar-fogo que não incluísse a libertação imediata
dos reféns. A decisão reforçou a posição tradicional dos EUA como principal aliado de Israel
e gerou intensas críticas, especialmente em relação ao impacto humanitário da ofensiva
israelense, que em 13 meses deixou quase 44 mil mortos em Gaza e deslocou grande parte de
sua população.
O conflito entre Israel e o Hamas, parte do contexto mais amplo da disputa israelo-pales-
tina, tem raízes profundas na história e na geopolítica do Oriente Médio. Desde sua criação
em 1948, Israel tem enfrentado desafios em equilibrar segurança interna com a busca de
soluções para os territórios palestinos.
O enclave de Gaza, controlado pelo Hamas desde 2007, tem sido palco de confrontos recor-
rentes, agravados por bloqueios econômicos e crises humanitárias.
A decisão dos EUA de vetar a resolução trouxe à tona a continuidade de uma política exter-
na moldada pela proteção dos interesses israelenses, expondo tensões no sistema multilate-
ral da ONU. Membros como Rússia e China, frequentemente críticos da hegemonia ocidental,
acusaram os EUA de agir de forma unilateral e obstruir a diplomacia.
Além disso, o veto sublinhou as divisões internas no Conselho de Segurança. A tentativa
do Reino Unido de mediar uma linguagem que agradasse tanto os EUA quanto os demais
ATUALIDADES

membros foi rejeitada, destacando o impasse político. A alegação norte-americana de que a


proposta foi manipulada por Rússia e China para fins geopolíticos adicionou uma camada de
complexidade, indicando como grandes potências utilizam o conflito para reforçar narrati-
vas estratégicas.

122 BRUNNSTROM, D.; LEWIS, S. EUA vetam resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre cessar-fogo em
Gaza. CNN Brasil, 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/eua-vetam-resolu cao-do-con-
selho-de-seguranca-da-onu -sobre-cessar-fogo-em-gaza/. Acesso em: 26 dez. 2024. 139
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A postura dos EUA em relação ao cessar-fogo ressaltou desafios em equilibrar a defesa de
princípios humanitários e os imperativos de alianças estratégicas. A continuidade da ofensi-
va israelense em Gaza aprofundou a crise humanitária, dificultando esforços de mediação e
aumentando as críticas globais. Paralelamente, a ação americana ilustrou o peso do veto no
conselho de segurança, muitas vezes visto como um obstáculo à resolução de crises globais.
A história demonstra que conflitos prolongados, como o atual em Gaza, culminam em
impactos duradouros na região e nas dinâmicas políticas internacionais. Enquanto isso, o
papel das grandes potências na ONU segue sendo uma questão central, com o uso do veto
frequentemente criticado por minar os princípios da organização.
Em um mundo cada vez mais polarizado, a resolução de conflitos exige mais do que o
poder militar ou a retórica: demanda uma visão compartilhada de paz e justiça, algo que
permanece fora de alcance no atual cenário global.

z Rússia lança míssil balístico intercontinental na Ucrânia: um marco na escalada do


conflito123

Pela primeira vez desde o início da guerra em fevereiro de 2022, a Rússia teria disparado
um míssil balístico intercontinental (ICBM) contra a Ucrânia, segundo informações divul-
gadas pela Força Aérea de Kiev. O ataque marcou uma escalada significativa no conflito de
33 meses, destacando o uso de uma arma estratégica com capacidade nuclear e alcance de
milhares de quilômetros, embora não tenha havido indicação de que uma ogiva nuclear
tenha sido utilizada.
De acordo com as autoridades ucranianas, o ICBM foi lançado da região de Astrakhan,
na Rússia, e teve como alvo instalações industriais e infraestrutura crítica na cidade de Dni-
pro, no centro-leste da Ucrânia. O governador regional, Serhiy Lysak, relatou danos em uma
empresa industrial e incêndios resultantes do ataque, que também deixou duas pessoas
feridas.
Além do ICBM, a Rússia disparou um míssil hipersônico Kinzhal e sete mísseis de cruzeiro
Kh-101, dos quais seis foram interceptados pelas defesas ucranianas. O uso de múltiplos tipos
de mísseis revelou a estratégia russa de combinar armas convencionais e avançadas para
pressionar a infraestrutura militar e civil ucraniana.
O lançamento do ICBM ocorreu dias após a Ucrânia ter realizado ataques com mísseis de
fabricação americana e britânica em território russo, uma ação que Moscou havia advertido
que consideraria uma escalada significativa. Esses ataques ucranianos demonstraram tanto
o alcance crescente de suas capacidades militares quanto o aumento da tensão entre Kiev e
Moscou, com repercussões internacionais.
Especialistas da Defense Express, uma consultoria de defesa ucraniana, questionaram se
os Estados Unidos haviam sido previamente informados sobre o lançamento do míssil russo,
um protocolo essencial para evitar interpretações errôneas e possíveis retaliações nucleares
automáticas. O incidente ressaltou os riscos de erro de cálculo em um conflito que já envol-
veu uma multiplicidade de atores internacionais.
Os mísseis balísticos intercontinentais, como os utilizados no ataque em questão, foram
componentes centrais da doutrina de dissuasão nuclear da Rússia. Tradicionalmente

123 MALENKO, A.; BALMFORTH, T. Rússia lançou míssil balístico intercontinental para atacar Ucrânia. Agência Bra-
sil, 2024. Disponível em: https://agenciabrasi l.ebc.com.br/internacional/noticia/2024-11/ russia-lancou-missil-ba-
140 listic o-intercontinental-para- tacar-ucrania. Acesso em: 26 dez. 2024.
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reservados para ameaças estratégicas em larga escala, seu uso em um contexto de guerra
convencional é incomum e sinalizou a intenção russa de intensificar sua demonstração de
poder. Embora não tenha sido especificado qual tipo de ICBM foi empregado, o evento levan-
tou preocupações sobre os limites que a Rússia estaria disposta a cruzar no conflito.
O uso de um ICBM em um teatro de guerra convencional refletiu uma escalada do con-
flito, bem como das dinâmicas complexas da guerra moderna, nas quais armas estratégicas
podem ser empregadas em contextos antes considerados improváveis. Para a Ucrânia e seus
aliados, o incidente reforçou a urgência de manter e expandir as defesas aéreas e antimísseis.
Internacionalmente, o lançamento serviu como um lembrete dos perigos de um conflito
prolongado que se aproxima cada vez mais de linhas vermelhas associadas ao uso de armas
de destruição em massa. A comunidade global enfrenta o desafio de equilibrar apoio militar
à Ucrânia com esforços para evitar uma escalada que possa desestabilizar ainda mais a segu-
rança internacional.

z COP29 estabelece marco histórico para o comércio global de créditos de carbono124

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), realizada em Baku,
no Azerbaijão, alcançou um marco decisivo ao aprovar, em 23 de novembro de 2024, um
acordo que estabeleceu as regras para um mercado global de créditos de carbono. Após mais
de uma década de negociações, o consenso foi considerado um avanço significativo no com-
bate ao aquecimento global, prometendo mobilizar bilhões de dólares em novos projetos
ambientais ao redor do mundo.
Créditos de carbono são gerados por projetos que reduzem ou capturam emissões de gases
de efeito estufa, como o plantio de árvores, energias renováveis ou iniciativas de conserva-
ção florestal. Esses créditos podem ser comprados por países ou empresas que buscam com-
pensar suas emissões para alcançar metas climáticas.
O sistema global agora acordado busca dar credibilidade e eficiência ao comércio desses
créditos, assegurando que ele contribua efetivamente para a redução das emissões globais e
promova a integridade ambiental.
O acordo incluiu dois sistemas principais:

„ Sistema Centralizado pela ONU: um registro global com supervisão direta das Nações
Unidas e que será implementado já em 2025, facilitando a compra e a venda de créditos
entre países e assegurando a padronização e a transparência;
„ Sistema Bilateral: paralelamente, os países poderão negociar diretamente sem apro-
vação prévia da ONU, mas com a obrigatoriedade de registrar os créditos em sistemas
específicos. Esse ponto gerou divergências significativas entre as nações.

Além disso, a União Europeia defendeu maior supervisão da ONU e transparência para
ATUALIDADES

evitar fraudes e garantir a integridade dos créditos, enquanto os Estados Unidos buscaram
maior autonomia para negociar diretamente, enfatizando que a flexibilidade deverá atrair
mais países e empresas ao sistema.

124 COP29 termina com acordo sobre nova meta de financiamento climático global. Gov.br, 2024. Disponível em:
https://www.gov.br/ mma/pt-br/noticias/cop29-termina -com-acordo-sobre-nova-meta -de-financiamento- climati-
co-global. Acesso em: 26 dez. 2024. 141
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O texto final revelou que a UE conseguiu a inclusão de um serviço centralizado de regis-
tro para países que não têm infraestrutura própria, enquanto os EUA garantiram que o uso
de registros separados não implicaria em validação automática pela ONU. Essa abordagem
equilibrada foi bem-vista para permitir a participação de países menos desenvolvidos no
mercado, enquanto evita sobrecargas burocráticas que poderiam desestimular grandes pla-
yers globais.
Embora o acordo represente um avanço significativo, desafios permanecem, uma vez que
um sistema confiável depende de regras claras para rastrear e verificar créditos, especial-
mente em projetos localizados em regiões vulneráveis. A ausência de supervisão rigorosa
pode levar à emissão de créditos de carbono fictícios, comprometendo a credibilidade do
mercado também. Além disso, o que acontece quando projetos falham em cumprir suas
metas continua a ser um tema pendente.
Além disso, o comércio bilateral já iniciou com países como Suíça e Tailândia firmando
acordos, embora essas transações ainda sejam limitadas. A harmonização entre os sistemas
centralizado e bilateral será fundamental para o sucesso global do mercado.
Esse acordo colocou o mundo em um novo patamar de cooperação climática, incentivan-
do investimentos em energias renováveis e projetos de sustentabilidade, especialmente em
países em desenvolvimento. No entanto, também destacou as complexas negociações geopo-
líticas necessárias para equilibrar a autonomia nacional com os compromissos globais.
A COP29 reforçou que a luta contra as mudanças climáticas exige soluções inovadoras
e colaboração internacional robusta, marcando um novo capítulo na governança climática
global.

z Uma mulher é assassinada a cada 10 minutos por parceiros ou familiares, revela


relatório da ONU125

Em 2023, uma mulher ou menina foi morta a cada 10 min por parceiros íntimos ou fami-
liares, segundo o relatório “Feminicídios em 2023”, divulgado pela ONU Mulheres e pelo
Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Os dados revelam que, global-
mente, 51 mil mulheres e meninas foram vítimas de feminicídio no contexto doméstico, o
que corresponde a 60% dos 85 mil casos de feminicídio registrados no ano.
O feminicídio, definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “o assassinato
intencional de mulheres por serem mulheres”, é a forma mais extrema de violência de gênero.
O relatório evidencia que a casa continua sendo o local mais perigoso para muitas mulheres,
com a maioria das vítimas mortas por alguém com quem tinham laços íntimos ou familiares.
A África registrou a maior taxa de feminicídios cometidos por parceiros ou familiares em
2023, com 2,9 vítimas por 100 mil mulheres. Nas Américas e na Oceania, as taxas também
foram alarmantes, atingindo 1,6 e 1,5 por 100 mil, respectivamente. Em contraste, a Ásia e a
Europa apresentaram taxas mais baixas, de 0,8 e 0,6 por 100 mil.
Essas diferenças regionais refletem as desigualdades sociais e econômicas, bem como as
variações na cultura e na implementação de políticas públicas voltadas para a proteção das
mulheres.

125 UMA mulher ou menina é morta a cada 10 minutos por seu parceiro íntimo ou outro membro da família. ONU
Mulheres, 2024. Disponível em: https://www.onumulheres.org.br/noticias/uma-mulher-ou-menina-e-morta-a- cada-
142 -10-minutos-por-seu-p arceiro-intimo-ou-outro-membro-da-familia/. Acesso em: 26 dez. 2024.
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Sima Bahous, diretora executiva da ONU Mulheres, destacou a necessidade de leis mais
robustas, maior responsabilidade governamental e financiamento para organizações de
defesa dos direitos das mulheres. Segundo Bahous, “a violência contra mulheres e meninas
pode ser evitada”, desde que se implementem políticas públicas baseadas em tolerância zero
e coleta de dados precisos para monitorar a situação.
Ghada Waly, diretora executiva da UNODC, ressaltou a urgência de sistemas de justiça
penal eficazes que responsabilizem os autores e garantam suporte às sobreviventes. Para ela,
enfrentar preconceitos de gênero e padrões culturais prejudiciais é essencial para prevenir a
perpetuação dessa violência.
No contexto do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, a
ONU Mulheres lançou a campanha global “16 dias de ativismo contra a violência de gênero”.
A iniciativa busca revitalizar compromissos globais, exigir prestação de contas dos líderes e
promoção de ações concretas para a proteção das mulheres.
Os dados do relatório destacaram um panorama alarmante da violência de gênero que
atravessa fronteiras culturais e socioeconômicas. O feminicídio é um sintoma extremo de
desigualdades estruturais que exigem uma abordagem integrada, envolvendo governos,
sociedade civil e organizações internacionais.
Para que avanços significativos ocorram, será necessário fortalecer legislações e sistemas
de justiça e promover uma transformação cultural que desmonte os alicerces do machismo
e das desigualdades de poder. A mudança requer o comprometimento coletivo de todos os
setores da sociedade.
Enquanto campanhas como os “16 dias de ativismo” iluminam o problema, a solução defi-
nitiva depende de ações sustentadas e do engajamento global na luta pela igualdade de gêne-
ro e pela proteção das mulheres em todos os espaços.

z Reino Unido alerta para “corrida armamentista de inteligência artificial” e intensifi-


ca defesas contra ameaças cibernéticas126

Em um discurso contundente durante a Conferência de Defesa Eletrônica da OTAN em


Londres, no dia 25 de novembro de 2024, o ministro britânico Pat McFadden destacou a
necessidade de o Reino Unido e seus aliados da OTAN liderarem a “nova corrida armamen-
tista de inteligência artificial (IA)”. McFadden alertou sobre o aumento das ameaças ciberné-
ticas provenientes da Rússia, direcionadas principalmente a países que apoiam a Ucrânia no
conflito em andamento desde 2022.
Segundo McFadden, a guerra digital não é mais uma ameaça distante, mas uma realidade
cotidiana que coloca à prova as defesas de nações aliadas. Ele enfatizou que a IA está revolu-
cionando a segurança nacional, mas também apresenta novos perigos, já que os adversários
buscam maneiras de utilizá-la como arma nos campos de batalha físicos e cibernéticos.
O ministro britânico afirmou:
ATUALIDADES

O uso estratégico da IA pelos nossos oponentes representa uma nova dimensão da guerra
moderna. Nossa resposta deve ser proporcional à gravidade dessa ameaça.

126 REINO Unido alerta para riscos da inteligência artificial na guerra digital. Brasil em Folhas, 2024. Disponível em:
https://www1.brasilem folhas.com.br/2024/11/reino- unido-alerta-para-riscos-da-inteligencia -artificial-na-guerra-
-digital/. Acesso em: 26 dez. 2024. 143
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Como parte das iniciativas para enfrentar esses desafios, o Reino Unido anunciou a criação
de um laboratório de segurança de IA, financiado inicialmente com 8,22 milhões de libras. O
laboratório reunirá acadêmicos e especialistas governamentais para desenvolver ferramen-
tas de defesa mais avançadas e analisar as táticas digitais da Rússia.
O objetivo é criar defesas tecnológicas e compreender profundamente o uso da IA em
operações cibernéticas e militares. McFadden destacou que a vigilância sobre as atividades
cibernéticas russas está em alta, tanto publicamente quanto em operações confidenciais.
Além disso, Pat ainda afirma: “Estamos monitorando de perto as ações da Rússia. Sabemos
o que estão fazendo e estamos respondendo a essas ameaças de forma coordenada e eficiente”.
A “corrida armamentista de inteligência artificial” mencionada por McFadden reflete um
cenário em que nações investem massivamente em tecnologia para dominar o campo da
segurança cibernética e militar.
Nesse contexto, a OTAN e seus aliados enfrentam o desafio de equilibrar inovação tec-
nológica com a necessidade de proteger sistemas vulneráveis contra ataques cada vez mais
sofisticados.
McFadden reforçou a importância estratégica da OTAN no enfrentamento dessas ameaças.
Segundo ele, 75 anos após sua fundação, a aliança militar é mais relevante do que nunca. A
colaboração entre países-membros, empresas e instituições é essencial para garantir a segu-
rança de sistemas críticos.
“Precisamos trancar nossas portas digitais”, afirmou, referindo-se à necessidade de forta-
lecer as defesas cibernéticas diante de uma Rússia que ele descreveu como “cada vez mais
agressiva”.
Moscou, por sua vez, negou as acusações de envolvimento em ataques cibernéticos, classi-
ficando as alegações como parte de uma campanha para gerar hostilidade contra o país. No
entanto, o Reino Unido e seus aliados mantêm a vigilância e a intensificação de esforços para
neutralizar essas ameaças.
A crescente militarização da inteligência artificial e o avanço das ameaças cibernéticas
sublinham a transformação da guerra moderna. Essa “corrida armamentista digital” levan-
tou questões éticas, estratégicas e políticas, destacando a necessidade de um equilíbrio entre
o progresso tecnológico e a segurança global.
O discurso de McFadden é um lembrete de que, no mundo digital, as linhas de batalha
não são físicas, mas profundamente integradas às infraestruturas que sustentam as socieda-
des contemporâneas. A resposta a essas ameaças, segundo ele, determinará a segurança das
nações no futuro.

z Agricultores franceses protestam contra acordo comercial UE-Mercosul em


Estrasburgo127

Na terça-feira, 26 de novembro de 2024, agricultores franceses organizaram um protesto


significativo em Estrasburgo contra o polêmico acordo comercial entre a União Europeia e
o Mercosul (Mercado Comum do Sul). A manifestação ocorreu enquanto o Parlamento Euro-
peu realizava uma sessão plenária na cidade, reunindo cerca de 30 tratores que se dirigiram
ao parlamento, mas foram barrados pela polícia antes de alcançarem o local.

127 AGRICULTORES da França protestam contra acordo comercial entre UE e Mercosul. CNN Brasil, 2024. Dispo-
nível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/agricultores -da-franca-protestam-contra-acordo- comercial
144 -entre-ue-e-mercosul/. Acesso em: 26 dez. 2024.
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O acordo, originalmente negociado em 2019, busca facilitar o comércio entre a UE e os paí-
ses do Mercosul — Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Embora o pacto prometa aumentar
o acesso dos produtos europeus, como vinho, queijo e azeite de oliva, aos mercados sul-ame-
ricanos, ele também prevê a importação de produtos agrícolas do Mercosul sob cotas isentas
ou com tarifas reduzidas.
Esse ponto é uma das principais preocupações dos agricultores da União Europeia, espe-
cialmente os franceses, que alegam que as importações de produtos sul-americanos não
atendem aos rigorosos padrões europeus em termos de qualidade, segurança alimentar e
sustentabilidade ambiental.
Os agricultores franceses, que historicamente têm sido uma força vocal na defesa do setor
agrícola europeu, argumentaram que o acordo pode prejudicar a competitividade da agri-
cultura europeia. Eles apontaram que os produtos agrícolas do Mercosul, muitas vezes culti-
vados com práticas menos regulamentadas e mais baratas, poderiam inundar os mercados
europeus, minando os preços locais e colocando produtores europeus em desvantagem.
“Não estamos apenas defendendo nossos meios de subsistência, mas também a seguran-
ça alimentar e os padrões ambientais da Europa”, declarou um dos líderes do protesto em
Estrasburgo.
Por outro lado, o acordo é visto como uma oportunidade para fortalecer as exportações
europeias para a América do Sul, beneficiando setores como o de lácteos e bebidas alcoólicas.
No entanto, os críticos destacaram que o impacto ambiental das práticas agrícolas no Mer-
cosul, como o desmatamento para expansão de pastagens e plantações, contraria os compro-
missos climáticos da UE.
Organizações ambientalistas e alguns eurodeputados expressaram preocupações seme-
lhantes, sugerindo que a ratificação do acordo poderia comprometer a liderança europeia
em questões de sustentabilidade global.
Apesar de ter sido negociado há mais de cinco anos, o acordo ainda não foi ratificado,
enfrentando resistência dentro da UE. Países como França e Áustria têm sido particularmen-
te críticos, exigindo garantias ambientais mais fortes e medidas de proteção para os agricul-
tores europeus antes de darem sua aprovação.
O protesto em Estrasburgo refletiu um dilema mais amplo enfrentado pela União Euro-
peia: equilibrar a liberalização comercial com a proteção de seus setores estratégicos e com-
promissos ambientais. À medida que o Parlamento Europeu avança na discussão do acordo,
a pressão de grupos agrícolas e ambientais pode influenciar o resultado final.
Enquanto isso, os agricultores franceses continuam sendo uma força mobilizadora, garan-
tindo que suas preocupações permaneçam no centro do debate político europeu. O futuro do
acordo UE-Mercosul, portanto, permanece incerto, com o embate entre interesses comerciais
e preocupações locais e ambientais ainda longe de ser resolvido.
ATUALIDADES

145
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Brasil

z Segurança reforçada no PIX: novas regras para cadastro de dispositivos entram em


vigor128

O sistema de pagamentos instantâneos Pix, criado pelo Banco Central do Brasil (BC), imple-
mentou na sexta-feira, 1º de novembro de 2024, novas medidas de segurança para cadastro
de dispositivos, buscando maior proteção contra fraudes e aprimoramento da experiência do
usuário. A partir dessa data, qualquer novo dispositivo utilizado para transações Pix, como
um celular ou computador recém-adquirido, precisará ser cadastrado previamente na insti-
tuição financeira do cliente.
Caso o dispositivo não seja registrado, as transações estarão limitadas a R$ 200 por opera-
ção, com um teto diário de R$ 1 mil. Para realizar transferências acima desses valores, será
necessário registrar o dispositivo no aplicativo do banco.
Segundo Ricardo Mourão, chefe do Departamento de Competição e Estrutura do Mercado
Financeiro (Decem) do BC, o procedimento de cadastro é simples e acessível. Mourão destaca:

O cliente deve acessar a opção de gerenciamento de dispositivos no aplicativo da sua institui-


ção financeira e seguir as instruções para registrar o novo equipamento. Uma vez concluído,
o dispositivo estará habilitado para operar dentro do limite padrão da instituição, garantindo
praticidade e segurança nas transações.

Para assegurar que o processo de cadastro seja protegido contra fraudes — como tentati-
vas realizadas por golpistas que têm acesso à senha do usuário — será exigida a autenticação
em dois fatores. Essa camada adicional de segurança foi elaborada pelo Grupo Estratégico de
Segurança (GE-Seg) do Fórum Pix, que reuniu especialistas do Banco Central e do setor finan-
ceiro, reafirmando o compromisso do sistema em manter altos padrões de proteção.
As novas regras têm como principal objetivo reduzir golpes envolvendo engenharia social,
como aqueles realizados por falsas centrais telefônicas. Nessas situações, fraudadores se pas-
sam por funcionários de instituições financeiras e obtêm dados sensíveis, como senhas, para
realizar transferências. Agora, mesmo que criminosos tenham acesso à senha, o envio de
valores significativos por dispositivos não cadastrados será bloqueado.
Além de cadastrar novos dispositivos, o BC orienta os usuários a desativarem equipamen-
tos antigos que não estejam mais em uso para transações financeiras. Essa ação pode ser feita
na mesma área de gerenciamento de dispositivos no aplicativo do banco. Ao descadastrar
aparelhos, transações realizadas neles passam a respeitar os limites restritos aplicáveis a
dispositivos não registrados, aumentando a segurança.
O fortalecimento das regras de segurança do Pix demonstra uma posição do Brasil como
pioneiro na implementação de sistemas de pagamento instantâneo acessíveis e seguros. Lan-
çado em 2020, o Pix modernizou o mercado financeiro brasileiro e tornou-se referência inter-
nacional, atraindo a atenção de países que buscam replicar seu modelo.

128 PIX - serão atualizadas as regras de segurança para novos dispositivos cadastrados. Banco Central do Brasil,
146 2024. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/ detalhenoticia/20390/noticia. Acesso em: 26 dez. 2024.
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Ao reforçar as normas de segurança, o Banco Central reafirmou seu papel geopolítico
como líder na digitalização de serviços financeiros, combatendo crimes cibernéticos e garan-
tindo confiança no sistema. Essas iniciativas são fundamentais em um cenário global em que
a segurança digital é um pilar estratégico para o desenvolvimento econômico e a inclusão
financeira.
Com as novas medidas, o Pix consolidou sua reputação como um sistema ágil, seguro e
resiliente, contribuindo para a proteção do patrimônio dos cidadãos e a estabilidade do ecos-
sistema financeiro.

z Índice de commodities do Banco Central registra alta de 4,61% em outubro129

O Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br), que acompanha a variação de pre-


ços de produtos relevantes para a inflação brasileira, subiu 4,61% em outubro em relação a
setembro.
No desempenho por segmento, os resultados foram:

„ Agropecuária: aumento de 3,65%, contribuindo significativamente devido ao seu peso


de 67% no índice;
„ Metais: alta expressiva de 6,47%, refletindo a recuperação do mercado global de metais;
„ Energia: incremento de 6,17%, impulsionado por flutuações nos preços internacionais.

Em termos de moeda:

„ em reais, o IC-Br acumulou alta de 25,51% no ano e 14,38% nos últimos 12 meses;
„ em dólares, o índice agregado subiu 3,05% em outubro, com ganhos nos três segmentos.

Acumulados, em reais, por segmento, temos:

„ Agropecuária: +23,79% no ano e +13,90% em 12 meses;


„ Metais: +40,65% no ano e +38,27% em 12 meses;
„ Energia: +17,01% no ano e queda de 3,34% em 12 meses.

O IC-Br reflete pressões nos preços de commodities que influenciam a inflação brasileira.
A alta nos preços dos metais, por exemplo, pode impactar setores como construção civil e
indústrias. Já o aumento na agropecuária sugere uma elevação nos custos dos alimentos,
enquanto, apesar da recuperação no segmento de energia, a variação negativa em 12 meses
indica volatilidade.
ATUALIDADES

129 TOLEDO, L. Índice de Commodities do Banco Central sobe 4,61% em outubro ante setembro. Canal Rural,
2024. Disponível em: https://www.canalrural.com.br/economia /indice-de-commodities-do-banco-central- sobe-
461-em-outubro-ante-setembro/. Acesso em: 26 dez. 2024. 147
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z Desmatamento na Amazônia cai 30,6% e no Cerrado, 25,7% em um ano130

O desmatamento na Amazônia Legal e no Cerrado registrou quedas significativas no perío-


do entre agosto de 2023 e julho de 2024, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pes-
quisas Espaciais (Inpe). A redução foi de 30,6% na Amazônia e 25,7% no Cerrado, os menores
índices dos últimos anos.
Em números, houve registros de que na Amazônia Legal o desmatamento foi de 6.288 mil
km² — a menor área desmatada nos últimos nove anos. Já no Cerrado, houve perda de 8.174
mil km² de cobertura vegetal.
Os estados que registraram as maiores reduções foram:

„ Rondônia: queda de 62,5%;


„ Mato Grosso: redução de 45,1%;
„ Amazonas: redução de 29%;
„ Pará: redução de 28,4%.

Apesar das reduções, Pará, Amazonas e Mato Grosso continuam liderando em área des-
matada. Por outro lado, Roraima registrou o maior aumento, com um crescimento de 53,5%
no desmatamento.
O governo federal associa a queda nos números à implementação de políticas como:

„ o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, retomado em 2023;


„ a criação de uma Secretaria Federal de Controle do Desmatamento; e
„ ao fortalecimento de ações de fiscalização e combate ao desmatamento ilegal.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que os resul-
tados refletiram a eficácia dos esforços iniciados no ano anterior e podem contribuir para
melhorar a imagem do Brasil no mercado internacional.

Importante!
Embora os números sejam positivos, especialistas alertam para a necessidade de manter
os esforços. Mariana Napolitano, diretora de estratégia do WWF Brasil, enfatizou que as
quedas são insuficientes frente aos desafios climáticos e de preservação da biodiversidade.

A redução do desmatamento na Amazônia, pilar para a mitigação das mudanças climáti-


cas e conservação da biodiversidade, reforçou o compromisso brasileiro com acordos inter-
nacionais, como o Acordo de Paris. No entanto, o aumento em estados como Roraima emerge
a necessidade de estratégias específicas para regiões com maior vulnerabilidade ambiental.
Portanto, esses dados sinalizam avanços importantes, mas também indicam que o combate
ao desmatamento exige vigilância contínua e aprimoramento de políticas públicas.

130 EM um ano, desmatamento cai 30,6% Amazônia e 25,7% no Cerrado. WWF, 2024. Disponível em: https://www.
148 wwf.org.br/ ?90180/Em-um-ano-desmatamento -cai-306-Amazonia-e-257-no-Cerrado. Acesso em: 26 dez. 2024.
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z O retrato das favelas e comunidades urbanas no Brasil pelo Censo 2022: desafios,
realidades e mudanças131

O Censo Demográfico 2022 revelou um panorama aprofundado das favelas e comunidades


urbanas no Brasil, destacando tanto seu crescimento quanto às condições de vida de seus
habitantes. Segundo os dados divulgados pelo IBGE, 16,4 milhões de brasileiros — ou 8,1% da
população nacional — residiam em 12.348 mil favelas e comunidades urbanas. Esse número
representa um aumento em relação ao censo anterior, de 2010, quando 6% da população
(11,4 milhões de pessoas) vivia nesses territórios.
Esse aumento, no entanto, deve ser analisado com cautela, já que avanços tecnológicos e
metodológicos na coleta de dados, como a inclusão de imagens de satélite e o uso de georre-
ferenciamento, contribuíram para identificar áreas que antes não eram plenamente mapea-
das. Além disso, a redefinição terminológica, substituindo “aglomerados subnormais” por
“favelas e comunidades urbanas”, reflete um esforço para reconhecer a realidade sociocul-
tural dessas localidades.
Entre as favelas mais populosas, destacam-se a Rocinha, no Rio de Janeiro, com 72.021
mil moradores, seguida por Sol Nascente, em Brasília (70.908), e Paraisópolis, em São Paulo
(58.527). Regionalmente, o Norte tem oito das 20 maiores favelas, com destaque para Manaus,
enquanto o Sudeste concentra sete delas.
Atenção! Estados como Amazonas (34,7%), Amapá (24,4%) e Pará (18,8%) têm as maiores
proporções de suas populações residindo em favelas e comunidades urbanas, evidenciando
desafios específicos em regiões menos industrializadas ou com alto índice de urbanização
informal.
Apesar dos avanços, desafios significativos persistem na infraestrutura básica. Cerca de
86,4% dos domicílios nas favelas são conectados à rede geral de água, superando a média
nacional, mas com variações regionais. Já a cobertura por redes de esgoto alcança 74,6%,
abaixo da média nacional de 77,4%, e 7,9% dos domicílios ainda descartam resíduos em rios
ou córregos. A coleta de lixo atende 96,7% dos domicílios, índice superior à média nacional,
embora 20,7% dependam de caçambas.
A população das favelas é majoritariamente composta por pardos (56,8%) e pretos
(16,1%), refletindo as desigualdades raciais no Brasil. A idade mediana é de 30 anos, cinco
anos abaixo da média nacional, demonstrando um perfil mais jovem e com menor índice de
envelhecimento.
Culturalmente, as favelas têm 6,5 estabelecimentos religiosos para cada escola, eviden-
ciando a predominância de instituições religiosas em relação à educação e à saúde, que
enfrentam carências estruturais.
Os dados do Censo 2022 reforçaram a necessidade de políticas públicas que enfrentem as
desigualdades estruturais e promovam a integração dessas áreas às cidades formais. A cam-
panha “favela no mapa”, realizada em parceria com organizações como a Central Única das
ATUALIDADES

Favelas (Cufa), exemplifica o impacto positivo de iniciativas inclusivas na construção de um


retrato mais preciso e humano dessas comunidades.

131 BELLO, L. Censo 2022: Brasil tinha 16,4 milhões de pessoas morando em Favelas e Comunidades Urbanas.
Agência de Notícias, 2024. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge .gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-
de -noticias/ noticias/41797-censo-2022-brasil -tinha-16-4-milhoes-de-pessoas -morando-em-favelas-e- comunida-
des-urbanas. Acesso em: 26 dez. 2024. 149
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Com um número crescente de brasileiros vivendo em favelas e comunidades urbanas, o
desafio de garantir dignidade e acesso igualitário a serviços básicos permanece central no
debate sobre o desenvolvimento urbano no Brasil.

z Meta climática do Brasil para 2035 gera críticas por suposta falta de ambição132

A nova meta climática apresentada pelo Brasil, que propôs uma redução entre 59% e 67%
nas emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2035 (em relação aos níveis de 2005), gerou
críticas de entidades como o Observatório do Clima. Apesar de estar alinhada aos compro-
missos globais do Acordo de Paris e envolver todos os setores da economia, a meta foi consi-
derada pouco ambiciosa por especialistas.
Essa nova contribuição nacionalmente determinada (NDC) tem como objetivo reduzir as
emissões líquidas para valores entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO₂ equiva-
lente até 2035. A meta será entregue durante a COP29, em Baku, pelo vice-presidente Geraldo
Alckmin.
As NDCs são um instrumento essencial do Acordo de Paris, servindo como base para que
os países definam seus esforços individuais de mitigação das mudanças climáticas. A revisão
da meta busca integrar os compromissos brasileiros a iniciativas como:

„ o Plano Clima;
„ o Plano de Transformação Ecológica; e
„ o Pacto entre os Três Poderes pela Transformação Ecológica.

Para o Observatório do Clima, a meta não está à altura do papel histórico do Brasil como
um dos países com maior potencial de contribuição para a mitigação climática. Os principais
pontos de crítica incluem:

„ Baixa ambição: o observatório avalia que a meta, embora aparentemente robusta, não
reflete o máximo de esforço possível do Brasil para combater o aquecimento global;
„ Desalinhamento com o Acordo de Paris: segundo a entidade, a contribuição brasilei-
ra é insuficiente para limitar o aquecimento global a 1,5 °C, especialmente consideran-
do os altos níveis de emissões nacionais históricos; e
„ Potencial subutilizado: o Brasil, com sua vasta biodiversidade e capacidade de descar-
bonização por meio da proteção de florestas e transição energética, poderia assumir
uma posição de liderança global, mas a meta atual não aproveita plenamente essas
vantagens.

Apesar das críticas, a meta representa um passo importante ao sinalizar a intenção de


integrar sustentabilidade e desenvolvimento econômico. No entanto, alcançar reduções sig-
nificativas exige:

„ Políticas públicas efetivas: fortalecimento do combate ao desmatamento, incentivo às


energias renováveis e maior eficiência energética;

132 VICK, M. Por que a nova meta climática brasileira é insuficiente. Nexo, 2024. Disponível em: https://www.nexo-
150 jornal.com.br/ expresso/2024/11/13/brasil-meio- ambiente-meta-climatica-cop29. Acesso em: 26 dez. 2024.
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„ Governança e fiscalização: monitoramento e controle rigoroso sobre setores como
agropecuária e indústria; e
„ Engajamento internacional: alavancar cooperação e financiamento global para poten-
cializar as ações climáticas nacionais.

A crítica do Observatório do Clima ressaltou a necessidade de o Brasil adotar metas mais


alinhadas com seu potencial climático e o consenso científico para que contribua efetivamen-
te na estabilização da temperatura global.

z Governo federal decreta GLO no Rio para garantir segurança da cúpula do G20133

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou, na sexta-feira, 8 de novembro de 2024, a


garantia da lei e da ordem (GLO) no Rio de Janeiro durante a realização da Cúpula de Líderes
do G20.
O evento, que estava programado para ocorrer entre os dias 14 e 21 de novembro, contaria
com a presença de chefes de Estado das principais economias do mundo, além de líderes de
países convidados e organizações internacionais, totalizando 56 delegações.
As Forças Armadas, em conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP)
e outros órgãos de segurança pública, atuaram em diversas frentes para assegurar a ordem
durante o evento. O Plano Estratégico Integrado de Segurança inclui:

„ a proteção de perímetros terrestres e marítimos no Museu de Arte Moderna (MAM),


Marina da Glória, Monumento a Estácio de Sá, Aeroporto Internacional Tom Jobim e
nos locais de hospedagem das delegações;
„ a garantia de segurança em vias estratégicas como as linhas amarela e vermelha, além
das rotas entre os locais de hospedagem e o MAM; e
„ a coordenação de ações preventivas e ostensivas no entorno do evento.

A Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) também foi mobilizada com 95 agentes,
responsáveis pelo policiamento preventivo e ostensivo nas áreas de maior concentração de
delegações e público.
A Cúpula do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, representa uma oportu-
nidade para reforçar o protagonismo do Brasil no cenário global e traz, também, desafios
logísticos e de segurança. As medidas de segurança são essenciais para minimizar riscos e
garantir o sucesso do evento, que reúne líderes de mais de 40 países já confirmados, além de
representantes de organizações internacionais.
O evento também conta com o G20 Social, realizado de 14 a 16 de novembro, que reúne
organizações da sociedade civil para discutir temas paralelos, promovendo o engajamento
em debates globais.
ATUALIDADES

133 NASCIMENTO, L. Governo federal decreta GLO no Rio para Cúpula de Líderes do G20. Agência Brasil, 2024. Dis-
ponível em: https:// agenciabrasil.ebc.com.br/geral/ noticia/2024-11/governo-federal-decreta-glo-no-rio-para-cupu-
la-de-lideres-do-g20. Acesso em: 26 dez. 2024. 151
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z Ministério da Saúde destina R$ 51 milhões a cidades do Amazonas para combater
impactos das queimadas134

O Ministério da Saúde anunciou o repasse de mais de R$ 51 milhões para apoiar 37 muni-


cípios do Amazonas e as secretarias estaduais do Amazonas e do Acre no enfrentamento das
consequências de queimadas, estiagem prolongada e crises climáticas. A medida foi oficiali-
zada no Diário Oficial da União (DOU) na segunda-feira, 11 de novembro de 2024.
O Amazonas enfrenta uma situação crítica, com 62 municípios em estado de emergência
devido às queimadas e à seca extrema. Desde junho, foram registrados mais de 22 mil focos
de incêndio, segundo o boletim de estiagem do governo estadual. Somente no último domin-
go (10), a Defesa Civil contabilizou 291 novos focos, quase o dobro do número registrado no
mesmo período de 2023.
A fumaça das queimadas agravou a queda na qualidade do ar, representando sérios riscos
à saúde pública, especialmente para crianças e idosos. Entre os impactos mais comuns estão
problemas respiratórios e cardiovasculares.
Os R$ 51 milhões fazem parte de um crédito extraordinário de R$ 930 milhões liberado em
outubro para sete ministérios, com foco na mitigação de prejuízos climáticos. A verba será
utilizada para ações emergenciais, incluindo o atendimento médico especializado para tratar
dos efeitos da fumaça tóxica, a ampliação de serviços de saúde voltados para problemas res-
piratórios e o suporte logístico para combater incêndios e transportar pacientes em situações
críticas.
O impacto das queimadas no Amazonas reflete a crescente gravidade das crises climáticas
no Brasil, exigindo maior articulação entre os governos federal, estadual e municipal. Além
disso, evidencia a urgência de políticas públicas mais robustas para prevenção de desastres
ambientais e a preservação da saúde da população nas regiões mais vulneráveis.

z Explosões no STF: investigação em andamento e segurança reforçada em Brasília135

Na noite de 13 de novembro de 2024, duas explosões foram registradas nas proximidades


do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, gerando comoção e um grande esquema de
segurança. O incidente, ocorrido por volta das 19 h 30 min, resultou em uma morte confirma-
da pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e na evacuação do prédio.
O STF divulgou nota informando que “dois fortes estrondos foram ouvidos ao final da
sessão”, o que levou à evacuação imediata de ministros, servidores e do público presente. A
sessão tratava de uma ação sobre letalidade policial em favelas. Todos foram retirados com
segurança e o prédio foi isolado como medida de precaução.
Após o incidente, a Esplanada dos Ministérios foi fechada e a segurança no Palácio do
Planalto foi reforçada. Apesar da proximidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já
havia deixado o Palácio do Planalto em direção ao Palácio da Alvorada cerca de 2 h antes das
explosões.

134 MINISTÉRIO da Saúde destina R$ 51 milhões ao Amazonas para enfrentar queimadas e crises climáticas. Bra-
sil em Folhas, 2024. Disponível em: https://www1. brasilemfolhas.com.br/2024/11/ministerio- da-saude- destina-r-
-51-milhoes-ao-amazonas-para-enfrentar- queimadas-e-crises-climaticas/. Acesso em: 26 dez. 2024.
135 FERRAZ, I. Inquérito vai investigar explosões na Praça dos Três Poderes; segurança é reforçada. Agência Bra-
sília, 2024. Disponível em: https://agenciabrasilia.df.gov.br /2024/11/13/inquerito-vai-investigar-explosoes- na-pra-
152 ca-dos-tres-poderes-seguranca- e-reforcada/. Acesso em: 26 dez. 2024.
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A Polícia Civil do Distrito Federal iniciou as investigações, acionando peritos ao local. O
Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar também estavam presentes na área, enquanto as cir-
cunstâncias das explosões permaneceram sob apuração.
O incidente gerou apreensão em Brasília, sobretudo pelo fato de ter ocorrido na Praça dos
Três Poderes, um símbolo das instituições democráticas do país. As autoridades seguiram
monitorando a situação para garantir a segurança na região e identificar as causas e os res-
ponsáveis pelo ocorrido.

z Homem-bomba atenta contra a Praça dos Três Poderes: novas investigações revelam
planejamento a longo prazo136

O ataque promovido por Francisco Wanderley Luiz na Praça dos Três Poderes, em Brasí-
lia, gerou intensos debates sobre a segurança nas instituições democráticas e trouxe à tona a
necessidade de combater extremismos. A Polícia Federal (PF) apontou que a ação não foi um
evento isolado, mas, sim, parte de um possível planejamento de longo prazo.
As principais descobertas das investigações foram:

„ Indícios de planejamento estratégico: o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, des-


tacou que Wanderley já havia estado em Brasília em ocasiões anteriores, inclusive no
início de 2023. Um trailer alugado meses antes, posicionado estrategicamente próximo
ao Supremo Tribunal Federal, reforçou a hipótese de preparação meticulosa;
„ Conexões com grupos extremistas: a unidade de antiterrorismo da PF considerou
que o atentado pode estar vinculado a outras ações investigadas recentemente. Segun-
do Rodrigues, “grupos extremistas estão ativos e exigem uma resposta enérgica”;
„ Perícia e depoimentos: o celular de Wanderley passou por perícia, e familiares foram
ouvidos pelas autoridades. Esses elementos foram fundamentais para traçar as cone-
xões com possíveis cúmplices ou redes extremistas.

O ataque reacendeu debates sobre a segurança dos Três Poderes e rememorou os eventos
de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram o STF, o Congresso
Nacional e o Palácio do Planalto. Autoridades reforçaram que “não é possível conceder anistia
a quem atenta contra a democracia”.
Além da varredura nos prédios do STF e do Congresso, os líderes políticos demandaram um
reforço significativo na segurança das instituições em Brasília para prevenir novos ataques.
Com investigações em andamento e o clima de tensão na capital, o caso levantou questões
importantes sobre o combate ao terrorismo doméstico e a necessidade de estratégias que
preservem o Estado de Direito. O atentado também reforçou a urgência de combater a radi-
calização e de proteger a democracia brasileira.
ATUALIDADES

136 PORTO, D. PF investiga planos de homem-bomba e familiares fazem revelações; veja o que se sabe. CNN Bra-
sil, 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/ politica/pf-investiga-planos-de-homem- bomba-e-familia-
res-fazem-revelacoes-veja-o -que-se-sabe/. Acesso em: 26 dez. 2024. 153
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z Reconhecimento da arte santeira em madeira do Piauí e da Igreja de Nossa Senhora
de Lourdes: um marco no patrimônio cultural brasileiro137

Na segunda-feira, 11 de novembro de 2024, durante a 106ª Reunião do Conselho Consulti-


vo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan),
foram oficialmente reconhecidas como patrimônio cultural do Brasil a Arte Santeira em
Madeira do Piauí e a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, em Teresina. Essa decisão histórica
ressaltou a importância cultural dessas expressões, além de estabelecer um marco geopolí-
tico para o país, destacando a riqueza cultural das regiões nordestinas e a contribuição das
tradições populares para a identidade nacional.
Com o reconhecimento, a Arte Santeira em Madeira do Piauí foi inscrita no Livro das For-
mas de Expressão, enquanto a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes seria registrada nos três
principais livros de tombamento: o Livro do Tombo das Belas Artes, o Livro do Tombo Histó-
rico e o Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. Esse é o primeiro registro
simultâneo de um bem imaterial e de um patrimônio edificado com seu acervo, um feito
inédito nas práticas do Iphan.

„ A Igreja de Nossa Senhora de Lourdes: um símbolo de aproximação e resistência

Construída entre as décadas de 1960 e 1970, a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, localiza-
da em Teresina, é um exemplo emblemático da igreja católica que buscou uma aproximação
com as classes populares. Conhecida como “Igreja Vermelha” devido a sua forte ligação com
os trabalhadores e a sua arquitetura simples e despojada, a igreja se alinha com os princípios
da teologia da libertação, que priorizava a acessibilidade e a conexão com os mais pobres.
Tombada provisoriamente em 2011, a igreja agora tem sua proteção definitiva estendida
ao seu acervo, que inclui bens móveis como um ambão, bancos, genuflexórios, o forro e uma
gruta de pedra. José Reginaldo Gonçalves, conselheiro do Iphan, destacou em seu parecer
que a igreja desempenhou um papel central na história local, sendo um lugar de ressonância
profunda para os artistas santeiros do Piauí, que encontram nela um espaço simbólico que
unia arte e religião. “A arte em madeira é socialmente inseparável desse discurso de resistência
e memória”, afirmou Gonçalves.
Além disso, a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes se apresenta como um centro cultural
vivo, no qual o acervo não é apenas uma coleção estética, mas um repositório das memórias
coletivas da comunidade que reflete a luta pela liberdade e pelos direitos dos pobres, temas
centrais na teologia da libertação.

„ A arte santeira em madeira do Piauí: uma tradição em transformação

A Arte Santeira em Madeira do Piauí é uma manifestação cultural única que tem suas raí-
zes na tradição religiosa e no modo de vida da população local. Desde o início do processo de
registro em 2008, com a entrega de um pedido formal por mestre Expedito, a arte santeira
tem sido reconhecida como um dos principais legados culturais do estado. Suas esculturas e

137 ARTE Santeira do Piauí e Igreja Nossa Senhora de Lourdes são reconhecidas como Patrimônio Cultural do Bra-
sil. Gov.br, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/iphan/pt-br/assuntos /noticias/arte-santeira-do -piaui-e- igreja-
154 -nossa-senhora-de-lourdes -sao-reconhecidos-como-patrimonio-cultura l-do-brasil. Acesso em: 26 dez. 2024.
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oratórios entalhados em madeira não são apenas objetos de fé, mas também expressões da
fauna, flora e dos costumes locais, refletindo um forte vínculo com a natureza e a identidade
piauiense.
Em 2011, a Arte Santeira foi oficialmente inserida no Inventário Nacional de Referências
Culturais (INRC), e, em 2019, o processo foi intensificado com pesquisas de campo e eventos
de esclarecimento junto às comunidades de Teresina e Parnaíba. O resultado desses encon-
tros foi incorporado ao dossiê que levou ao reconhecimento definitivo da arte como patrimô-
nio cultural do Brasil.
Com cerca de 50 santeiros ativos no estado, a arte se distingue pela individualidade de
seus praticantes, cada um com seu estilo e abordagem única. A diversidade estética das peças
que misturam personagens sagrados e elementos do cotidiano rural é um reflexo da liberda-
de criativa e da forte conexão com a paisagem agreste do Piauí. Elementos como carnaúbas,
bacuraus e mandacarus, típicos da flora e fauna local, são recorrentes nas esculturas, que
também abordam figuras religiosas e profanas.
O reconhecimento oficial da Arte Santeira e da Igreja de Nossa Senhora de Lourdes é um
passo no caminho da preservação e do desenvolvimento sustentável desses bens culturais. O
Iphan anunciou que, após o registro, será elaborado um Plano de Salvaguarda, que incluirá
políticas públicas e ações voltadas para a sustentabilidade dessas tradições, com a participa-
ção ativa dos santeiros e das instituições parceiras. Esse plano buscará assegurar que a arte
santeira continue a ser produzida e valorizada, respeitando suas particularidades e promo-
vendo o fortalecimento das comunidades envolvidas.

Dica
Com a inscrição da Arte Santeira em Madeira do Piauí como patrimônio cultural do Brasil,
o estado do Piauí se destaca, mais uma vez, como um guardião de suas tradições cultu-
rais, enquanto a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, com sua forte conexão com a histó-
ria social e religiosa do Piauí, simboliza a resistência de uma comunidade que encontrou
na arte e na religião um caminho para a preservação de sua identidade e seus valores.

z Estudo revela que o fim da desigualdade racial no Brasil poderia reduzir mortes neo-
natais significativamente138

Um estudo realizado pela equipe de pesquisa do Centro de Integração de Dados e Conheci-


mentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) revelou um dado alarmante sobre a relação entre
desigualdade racial e saúde neonatal no Brasil. Publicada na revista The Lancet Regional
Health — Americas, a pesquisa apontou que uma parcela significativa das mortes neonatais
no país — aproximadamente 12% — poderia ser evitada caso as desigualdades raciais não
existissem. Isso representaria a prevenção de cerca de 12 mil mortes de crianças com até sete
ATUALIDADES

dias de vida, um dado alarmante sobre o impacto do racismo estrutural na saúde pública.

138 COSTA, L. Fim da desigualdade racial evitaria parte das mortes neonatais no Brasil. Fiocruz, 2024. Disponível
em: https://portal. fiocruz.br/noticia/2024/11/fim- da-desigualdade-racial-evitaria-parte-das-mortes-neonatais-no-
-brasil. Acesso em: 26 dez. 2024. 155
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A pesquisa analisou quatro desfechos negativos que afetam os recém-nascidos:

„ mortalidade neonatal precoce;


„ prematuridade;
„ baixo peso ao nascer; e
„ crianças nascidas pequenas para a idade gestacional (PIG).

Os resultados indicaram que a desigualdade racial contribui diretamente para o aumen-


to de complicações no nascimento, afetando, principalmente, gestantes negras e indígenas.
Além das mortes neonatais, estima-se que 1,7% dos nascimentos prematuros, 11% dos casos
de PIG e 7% dos nascimentos de baixo peso seriam prevenidos se as desigualdades raciais
fossem eliminadas.
Poliana Rebouças, pesquisadora associada do Cidacs e uma das responsáveis pelo estudo,
destacou que as condições de vida desfavoráveis para as pessoas vulnerabilizadas pelo racis-
mo resultam em menores níveis de escolaridade e acesso a empregos dignos. Esses fatores,
por sua vez, impactam negativamente o acesso a cuidados de saúde adequados e influenciam
diretamente na qualidade do pré-natal e nas condições de nascimento das crianças.
Para realizar a pesquisa, a equipe utilizou dados do Sistema de Informações sobre Nasci-
dos Vivos (Sinasc) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), abrangendo mais de
23 milhões de nascimentos entre 2012 e 2019. A identificação racial da gestante foi utilizada
como um indicador de desigualdade racial, reconhecendo que a diferença nos desfechos de
saúde não é causada por fatores biológicos, mas pelas desigualdades sociais e históricas que
afetam grupos raciais específicos.
A pesquisa revelou que, entre gestantes com menor nível educacional, as chances de desfe-
chos negativos aumentam consideravelmente. Gestantes indígenas, por exemplo, com menos
escolaridade enfrentam 30% de risco a mais de morte neonatal, 25% de risco de prematu-
ridade e 22% de risco de baixo peso ao nascer. Além disso, a eliminação das desigualdades
raciais poderia reduzir mais de 60% os casos de morte neonatal, baixo peso e PIG entre filhos
de mulheres indígenas, além de diminuir em 28% os nascimentos prematuros.
O estudo também revelou que, embora as mulheres negras e pardas com maior escola-
ridade apresentem melhores desfechos de saúde para seus filhos, as desigualdades raciais
continuam a influenciar esses resultados. Mesmo entre as mulheres de grupos raciais mino-
ritários que têm acesso a um nível educacional mais alto, a diferença no tratamento social e
econômico persistente afeta a qualidade do cuidado pré-natal e, consequentemente, os des-
fechos neonatais.
Além disso, o estudo apontou que gestantes mais jovens e com menor nível educacional,
predominantemente negras e pardas, enfrentam os piores indicadores de saúde neonatal. E
as gestantes negras e indígenas, em particular, apresentam as maiores proporções de compli-
cações no nascimento.
A pesquisa enfatizou a necessidade urgente de políticas públicas que combatam as desi-
gualdades raciais no Brasil, especialmente no setor da saúde. A eliminação do racismo estru-
tural poderia salvar milhares de vidas, reduzir complicações neonatais e promover uma
sociedade mais igualitária e justa. De acordo com Poliana Rebouças, é fundamental que o
sistema de saúde no Brasil seja reformulado para garantir que todas as gestantes, indepen-
dentemente de sua raça, classe social ou escolaridade, tenham acesso a cuidados adequados
156 e a um pré-natal de qualidade.
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Esse estudo lançou luz sobre a conexão direta entre a desigualdade racial e as condições
de saúde da população, reforçando que, ao combater o racismo, o Brasil daria um passo
importante em direção à justiça social e poderia reduzir a mortalidade infantil e melhorar
a saúde pública de uma forma geral. A mudança começa com a conscientização, mas deve
ser acompanhada de ações concretas para eliminar as disparidades raciais que ainda afetam
profundamente a sociedade brasileira.

z Milton Nascimento recebe título de doutor honoris causa da Unicamp: reconheci-


mento a um ícone da cultura brasileira139

Aos 82 anos, Milton Nascimento, um dos maiores expoentes da música brasileira, foi home-
nageado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com o título de Doutor Honoris
Causa. A cerimônia ocorreu na terça-feira, 26 de novembro de 2024, durante uma sessão
especial do conselho universitário da instituição.
Durante a solenidade, os docentes destacaram o papel de Milton como voz de resistên-
cia e denúncia. Suas canções serviram — e ainda servem — como ferramentas poderosas
para expor a violência contra negros escravizados e a repressão da ditadura cívico-militar
no Brasil.
O reitor da Unicamp, Antônio José de Almeida Meirelles, ao justificar a concessão do título,
afirmou:

Milton Nascimento é um cidadão do mundo, mas que vê o mundo a partir de Minas Gerais.
Um artista que fala para todos, traduzindo temas universais ao mesmo tempo em que celebra
a riqueza de sua cultura local.

O título de Doutor Honoris Causa é concedido a indivíduos que realizam contribuições


excepcionais nas ciências, letras, artes ou causas humanitárias. No caso de Milton, sua carrei-
ra transcendeu fronteiras, conquistando prêmios de prestígio como quatro grammys latinos
e um grammy award. Com músicas como Travessia, Canção da América e Maria, Maria, ele
consolidou um legado que conectou culturas e gerações.
Artistas renomados como Elis Regina, Gilberto Gil e Chico Buarque regravaram suas can-
ções, evidenciando sua influência dentro da música popular brasileira. Internacionalmente,
Milton é celebrado como uma figura que traduz em melodias a complexidade das experiên-
cias humanas e sociais.
A relevância de Milton Nascimento não se limita às premiações e reconhecimentos aca-
dêmicos. Em março de 2025, será estreado o documentário Milton Bituca Nascimento, que
promete mergulhar na vida e na obra do artista. Com depoimentos de grandes nomes da
música brasileira e internacional, o filme reforça a importância cultural e o impacto global
de sua arte.
ATUALIDADES

Ao agradecer pelo título em seu perfil no Instagram, Milton Nascimento expressou grati-
dão pelo reconhecimento de sua trajetória, que não é apenas musical, mas também política
e social. Sua obra, profundamente enraizada nas tradições brasileiras, ressoa como um cha-
mado universal por justiça, igualdade e humanidade.

139 MILTON Nascimento recebe título de Doutor Honoris Causa. Clube 885, 2024. Disponível em: https://www.clu-
be885.com/post/ milton-nascimento-recebe-t%C3%ADtulo-de-doutor -honoris-causa. Acesso em: 26 dez. 2024. 157
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A homenagem da Unicamp celebrou o artista, ativista e humanista que Milton Nascimento
sempre foi. Em um momento em que a cultura desempenha um papel primordial na promo-
ção de diálogos e resistências, seu exemplo brilha como um farol de inspiração para o Brasil
e o mundo.

DEZEMBRO DE 2024

Mundo

z ONU aprova resolução para discutir a criação do Estado Palestino140

Em 3 de dezembro de 2024, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução histórica


para promover uma conferência internacional focada na solução de dois Estados no Oriente
Médio.
O evento, que terá como tema a convivência pacífica entre um Estado palestino e um
israelense, será realizado entre 2 e 4 de junho de 2025, em Nova York, na sede da ONU. Uma
reunião preparatória ocorrerá em maio de 2025.

„ Votação e posicionamentos

A resolução recebeu 157 votos a favor, enquanto oito países se opuseram: Argentina, Hungria,
Israel, Estados Federados da Micronésia, Nauru, Palau, Papua-Nova Guiné e Estados Unidos.
Além disso, sete países se abstiveram de votar: Camarões, República Checa, Equador, Geór-
gia, Paraguai, Ucrânia e Uruguai.

„ Objetivo do encontro

A conferência, intitulada “Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica


da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados”, busca discutir as con-
dições para a criação de um Estado palestino independente e a paz duradoura na região, em
conformidade com as resoluções da ONU sobre o conflito.
A realização desse evento marca um passo significativo no processo diplomático para
resolver um dos conflitos mais longos e complexos da história moderna.

z China critica novas medidas dos EUA para bloquear acesso à tecnologia de chips141

O governo da China reagiu com veemência às recentes restrições impostas pelos Esta-
dos Unidos sobre a exportação de semicondutores e equipamentos relacionados, tecnologias
vitais para o avanço da inteligência artificial (IA) e o desenvolvimento militar.

140 ASSEMBLEIA da ONU aprova conferência para discutir criação de Estado palestino. Veja, 2024. Disponível em:
https: //veja.abril.com. br/mundo/assembleia-da -onu-aprova-conferencia -para- discutir-criacao-de-estado-palesti-
no. Acesso em: 13 fev. 2025.
141 LIU, J.; LYNGAAS, S. China critica último esforço dos EUA para bloquear acesso à tecnologia de chips. CNN Bra-
sil, 2024. Disponível em: https: //www.cnnbrasil.com.br/internacional/ china-critica-ultimo-esforco-dos-eua- para-
158 -bloquear-acesso-a-tecnologia-de- chips/. Acesso em: 13 fev. 2025.
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As novas medidas, anunciadas em dezembro de 2024, agravam ainda mais as tensões
entre as duas maiores economias do mundo, com implicações significativas para as cadeias
globais de suprimentos e a rivalidade tecnológica em ascensão.

„ A escalada das tensões econômicas e tecnológicas

Na segunda-feira, 2 de dezembro de 2024, o Ministério do Comércio dos EUA revelou novas


restrições que afetam diretamente as empresas chinesas, limitando seu acesso a equipamen-
tos de ponta necessários para a fabricação de chips semicondutores avançados.
A medida tem como objetivo desacelerar o desenvolvimento da IA na China, que os EUA
temem ser utilizada em aplicações militares, além de minar a indústria de semicondutores
chinesa e ameaçar a segurança nacional americana e de seus aliados.
Essas restrições incluem a proibição de exportação de mais de duas dúzias de tipos de
equipamentos e a limitação do acesso a algumas das tecnologias mais avançadas, essenciais
para a fabricação de chips de alta performance.
A administração Biden tem argumentado que a China está em uma corrida para dominar
a IA, uma área fundamental para o desenvolvimento de sistemas de defesa e outras tecnolo-
gias estratégicas.

„ A reação chinesa: condenação e retaliação

O governo chinês foi rápido em condenar as novas medidas, acusando os Estados Unidos
de abuso de poder, caracterizando as ações como um “abuso” de controles de exportação e
afirmando que elas representam uma “ameaça significativa” para a estabilidade das cadeias
de fornecimento globais.
Em uma declaração, o Ministério do Comércio da China afirmou: “Os EUA pregam uma
coisa enquanto praticam outra, ampliando excessivamente o conceito de segurança nacional
e abusando de medidas de controle de exportação”. A China se opôs veementemente a essas
ações unilaterais, que considera como tentativas de intimidação.
Em retaliação, a China proibiu a venda de materiais essenciais para a produção de semi-
condutores e baterias de veículos elétricos para os Estados Unidos.
A exportação de materiais como gálio, germânio e antimônio foi completamente blo-
queada, uma medida que visa dificultar o progresso tecnológico dos EUA. Esses materiais,
conhecidos por suas propriedades “superduros”, podem ser usados em tecnologias de ponta,
incluindo armas e outros sistemas militares.

„ A corrida tecnológica e o impacto no comércio global

A crescente disputa tecnológica entre os dois países tem impactado não apenas as indús-
ATUALIDADES

trias de alta tecnologia, mas também as relações comerciais e a geopolítica global.


Os Estados Unidos acusam a China de roubo de propriedade intelectual, incluindo soft-
ware de IA desenvolvido no Ocidente. Pequim, por sua vez, nega essas acusações e aponta
que as restrições de exportação fazem parte de uma estratégia para enfraquecer o avanço
tecnológico chinês.

159
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Este é o mais recente movimento na longa história de disputas comerciais e tecnológicas
entre Washington e Pequim. O governo Biden já havia imposto outras duas rodadas de res-
trições à China, incluindo uma que visa reduzir o acesso chinês a semicondutores de alto
desempenho, e, mais recentemente, uma proposta para proibir a venda de veículos inteligen-
tes que utilizem tecnologias específicas de origem chinesa ou russa.

„ A resposta Chinesa e a busca pela autossuficiência tecnológica

Em resposta às medidas americanas, a China tem reforçado suas próprias iniciativas para
garantir sua liderança em tecnologia avançada. Em maio de 2024, Pequim anunciou a criação
de um fundo de investimento de US$ 47,5 bilhões, destinado a impulsionar a indústria de
semicondutores do país.
O fundo será apoiado por seis dos maiores bancos estatais da China, incluindo o ICBC e o
China Construction Bank e é parte de uma estratégia mais ampla para reduzir a dependência
de tecnologias estrangeiras e alcançar a autossuficiência em áreas estratégicas.

Importante!

O presidente chinês Xi Jinping tem colocado a autossuficiência tecnológica como um pilar


central de sua política econômica, com o objetivo de transformar a China em uma super-
potência tecnológica capaz de competir com os Estados Unidos em áreas críticas como
IA, semicondutores e defesa.

„ A intensificação da rivalidade global

A disputa entre as duas potências também está intimamente ligada ao futuro da ilha de
Taiwan, que a China reivindica como parte de seu território. O crescente envolvimento dos
EUA em Taiwan, com apoio militar e diplomático, tem alimentado as tensões, com Pequim
adotando uma postura cada vez mais assertiva em relação à ilha.
O fortalecimento das capacidades militares e tecnológicas da China é visto como uma for-
ma de proteger seus interesses estratégicos na região e, ao mesmo tempo, desafiar a influên-
cia dos EUA.
À medida que a competição por tecnologias avançadas continua a moldar as relações
internacionais, o impacto dessas disputas poderá reverberar por muitos anos, com efeitos
significativos para a economia global e a segurança nacional das potências envolvidas.

z Secas de longa duração podem se tornar o “Novo Normal” climático142

As secas extremas estão se tornando uma realidade cada vez mais comum para bilhões de
pessoas, mas muitos países ainda não estão tratando essa ameaça com a devida seriedade,
alertam pesquisadores em um relatório global divulgado na segunda-feira, 2 de dezembro de
2024.

142 SECAS de longa duração serão o “novo normal” do clima, alerta ONU. Ecoa Uol, 2024. Disponível em: https:
//www.uol.com.br/ecoa/ noticias/afp/2024/12/02/secas -de-longa-duracao- serao-a-nova- normalidade-climatica-
160 -alerta-onu.htm. Acesso em: 13 fev. 2025
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O lançamento do World Drought Atlas (Atlas Mundial da Seca) ocorreu durante a reu-
nião de governos na Arábia Saudita, na COP16 sobre degradação da terra e desertificação.
De acordo com os especialistas, as secas estão sendo intensificadas pelas mudanças climá-
ticas causadas pela ação humana. Períodos prolongados de seca não só afetam os ecossiste-
mas, como também aceleram a degradação de solos férteis, que estão se tornando cada vez
mais áridos.
As secas são descritas como “um dos desastres mais caros e letais do mundo”, destacam os
pesquisadores no lançamento do Atlas.
O ano de 2024 foi considerado provavelmente o mais quente já registrado, marcado por
secas devastadoras que afetaram regiões desde o Equador até o Marrocos e da Namíbia ao
Mediterrâneo.
Embora as secas sejam “menos visíveis” e recebam menos atenção do que eventos abrup-
tos como enchentes ou terremotos, os cientistas alertam para os riscos que elas representam.
Elas não apenas impactam diretamente as populações, mas também podem ter efeitos indi-
retos em setores como produção de energia, comércio global e transporte marítimo.
Atenção! Até 2050, estima-se que três em cada quatro pessoas no mundo serão de alguma
forma afetadas pelas secas, segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertifi-
cação (UNCCD) e o Centro de Pesquisa Conjunta da Comissão Europeia, que colaboraram no
estudo.
O Atlas Mundial da Seca utiliza uma série de mapas, gráficos e estudos de caso para ilustrar
a interconexão dos riscos de seca, mostrando como esses fenômenos podem desencadear
efeitos em cadeia, agravar desigualdades, fomentar conflitos e representar uma ameaça à
saúde pública.
Por exemplo, as secas podem comprometer a geração de energia hidrelétrica, resultan-
do em aumentos nos preços da energia ou até em racionamento. Além disso, elas afetam a
navegação em rotas cruciais, como o Canal do Panamá, e pressionam os recursos hídricos
disponíveis para pequenos agricultores.
Ibrahim Thiaw, chefe da UNCCD, afirmou que a pesquisa “desafia governos, líderes empre-
sariais e formuladores de políticas a repensar profundamente como tomam decisões e geren-
ciam os riscos relacionados à seca”.

z A queda surpreendente do exército sírio: fatores por trás do colapso militar143

A Síria viveu uma sequência de acontecimentos inesperados após a oposição armada, lide-
rada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), iniciar uma ofensiva contra as forças do regime
de Bashar al-Assad.
Apesar de, uma semana antes, o governo sírio ter prometido esmagar os “terroristas”, a
rápida queda do regime e a desintegração de seu exército surpreenderam observadores e
analistas, deixando questões importantes sobre o que causou esse colapso inesperado.
ATUALIDADES

143 NASR, S. O que explica colapso tão rápido do exército sírio com avanço de rebeldes que derrubaram Assad?
BBC News Brasil, 2024. Disponível em: https://www.bbc.com /portuguese/articles/c70eql8egjqo. Acesso em: 13
fev. 2025. 161
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„ A força militar síria: aparente poder, mas vulnerável

Embora a Síria seja considerada a sexta maior força militar do mundo árabe e a 60ª no
ranking global de poder militar em 2024, sua capacidade operacional sempre foi afetada por
uma série de desafios internos e externos.
O exército sírio é grande, com mais de 1,5 mil tanques, 3 mil veículos blindados e uma
considerável quantidade de artilharia e mísseis. Sua força aérea inclui caças, helicópteros e
aviões de treinamento, e o país ainda possui uma modesta frota naval.
No entanto, apesar dessa imponente estrutura, o exército sírio enfrenta deficiências gra-
ves em termos de moral, efetividade e coesão.
As forças armadas foram severamente enfraquecidas ao longo da guerra civil, especial-
mente pela perda de grandes contingentes de soldados, estimados em cerca de 300 mil, nos
primeiros anos do conflito. Além disso, muitas de suas tropas abandonaram o exército ou se
uniram aos grupos de oposição, agravando a situação.

„ O colapso interno: falta de coesão e perda de moral

O colapso do exército sírio não foi apenas uma questão de derrota militar, mas também de
falências internas e externas que afetaram profundamente sua eficácia.
O regime de Bashar al-Assad, após ter alcançado relativa superioridade sobre os oposito-
res em 2016, passou a implementar uma série de políticas que minaram a força do exército
e a estrutura do regime.
O pesquisador Yezid Sayigh, do Centro Carnegie para o Oriente Médio, aponta que as deci-
sões de Assad enfraqueceram os pilares que sustentavam seu poder.
A dispensa de dezenas de milhares de membros das forças armadas, juntamente com a
deterioração das condições de vida dos soldados, a corrupção crescente e a escassez de ali-
mentos, foram fatores que contribuíram para o desmoronamento da moral das tropas.
A perda de apoio do governo alauíta também afetou a estrutura hierárquica do exército,
uma vez que a comunidade alauíta, que dominava os altos escalões da força, se viu cada vez
mais afastada das forças armadas.

„ O fator externo: abandono dos aliados e a falta de apoio militar

Outro importante fator no colapso do exército sírio foi a redução no apoio militar de alia-
dos chave, como o Irã, o Hezbollah e a Rússia.
Embora esses países tenham sido essenciais para a sobrevivência do regime de Assad
durante boa parte do conflito, sua incapacidade de fornecer ajuda contínua e eficaz nos últi-
mos tempos contribuiu decisivamente para a perda de moral e da vontade de lutar das forças
sírias.
A ausência de uma intervenção militar significativa e o enfraquecimento do suporte exter-
no causaram o desânimo generalizado dentro do exército.
O impacto dessa falta de apoio foi ainda mais evidente quando desertores e oficiais de alto
escalão começaram a abandonar seus postos. Em relatos, foi destacado que muitos oficiais
em Damasco fugiram, deixando seus veículos, armamentos e até uniformes para se vestirem
com roupas civis, evidenciando a perda de confiança no regime.
162
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„ Perspectivas futuras: o que espera a Síria e seus aliados

Com o exército sírio em colapso e a resistência enfraquecida, a Síria enfrenta uma situação
extremamente instável. As forças rebeldes, com o apoio de grupos como o HTS, têm avançado
rapidamente, tornando a recuperação do território governamental cada vez mais improvável.
Para o regime de Assad, as perspectivas são sombrias sem o apoio militar essencial que
garantiu sua sobrevivência até agora.
O colapso do exército sírio e a desintegração de sua autoridade levantam questões sobre o
futuro da Síria. O país, já devastado pela guerra civil, pode estar à beira de uma nova fase de
turbulência e fragmentação, com sérios impactos para a segurança regional e a geopolítica
no Oriente Médio.
A comunidade internacional, especialmente os aliados da Síria, terá que reconsiderar suas
estratégias em resposta ao enfraquecimento do regime de Assad e ao avanço dos grupos de
oposição.

z Rússia anuncia desenvolvimento de vacina contra o câncer, com lançamento previs-


to para 2025144

Recentemente, o governo russo revelou que desenvolveu uma vacina contra o câncer, com
planos de distribuí-la gratuitamente a pacientes a partir de 2025.
A vacina foi criada em parceria com vários centros de pesquisa e, segundo informações de
fontes russas, os ensaios pré-clínicos mostraram que o imunizante pode inibir o crescimento
de tumores e prevenir o surgimento de metástases.
O Centro Nacional de Pesquisa Médica do Ministério da Saúde da Rússia detalhou que está
trabalhando em duas abordagens para vacinas oncológicas.
A primeira utiliza a tecnologia de mRNA, similar à aplicada nas vacinas contra a covid-19,
e é personalizada para cada paciente. A partir da análise genética do tumor de cada indiví-
duo, é criada uma vacina sob medida para treinar o sistema imunológico a reconhecer e
combater as células cancerígenas.
A segunda vacina, chamada Enteromix, combina quatro vírus não patogênicos que têm o
potencial de destruir células malignas e, ao mesmo tempo, estimular a resposta imunológica
do paciente contra o tumor.
Esses avanços representam um grande passo na luta contra o câncer e podem abrir novas
possibilidades para o tratamento dessa doença.

z Mercosul e União Europeia selam acordo histórico de livre comércio145

Na sexta-feira, 6 de dezembro de 2024, os líderes do Mercosul e da União Europeia (UE)


anunciaram um acordo de livre comércio entre os dois blocos econômicos, em uma cerimô-
ATUALIDADES

nia realizada em Montevidéu, no Uruguai, durante a cúpula do Mercosul.

144 RÚSSIA anuncia vacina contra o câncer e prevê distribuição gratuita em 2025. Conselho Federal de Farmácia,
2024. Disponível em: https: //site.cff.org.br/noticia/Noticias- gerais/19/12/2024/ russia-anuncia-vacina-contra-o-
-cancer-e -preve-distribuicao-gratuita-em-2025. Acesso em: 13 fev. 2025.
145 LÉON, L. P. Mercosul e União Europeia firmam acordo comercial negociado há 25 anos. Agência Brasil, 2024.
Disponível em: https: //agenciabrasil.ebc.com.br/ economia/noticia/2024- 12/mercosul -e-uniao-europeia-firmam-
-acordo-comercial-negociado-ha-25-anos. Acesso em: 13 fev. 2025. 163
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O acordo, que já havia avançado consideravelmente desde 2023, está pronto para passar
por revisão jurídica e tradução. A expectativa é que as atividades de revisão ocorram nos
próximos meses, com a assinatura formal do pacto, conforme informou o documento oficial.
O evento contou com a presença de líderes dos países-membros do Mercosul, como o pre-
sidente argentino Javier Milei, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente
paraguaio Santiago Peña e o presidente uruguaio Luis Lacalle Pou. Também esteve presente
Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
A negociação entre os dois blocos teve início em 1999 e, após anos de intensas discussões,
chega a um marco histórico. Omar Paganini, chanceler do Uruguai, anunciou que as delega-
ções concluíram com sucesso as negociações.
Durante o anúncio, Von der Leyen destacou a importância do acordo, afirmando que ele
estabelece uma das maiores alianças comerciais do mundo. “A União Europeia e o Mercosul
criaram uma das maiores alianças de comércio e investimentos que o mundo já viu. Estamos
formando um mercado com mais de 700 milhões de consumidores”, disse.
Embora o acordo tenha sido oficialmente anunciado, ele ainda não foi assinado. A assina-
tura ocorrerá após a revisão jurídica e tradução dos textos negociados. Uma vez assinado, o
pacto será submetido aos processos internos de cada bloco para aprovação — no Brasil, isso
envolverá a análise do Poder Legislativo.
Após a aprovação interna, o acordo poderá ser ratificado, o que possibilitará sua entrada
em vigor. Com a integração de dois dos maiores blocos econômicos do mundo, o Mercosul e a
União Europeia abrangem cerca de 718 milhões de pessoas e um produto interno bruto (PIB)
de aproximadamente US$ 22 trilhões.

z Rússia vai abordar assassinato de general no Conselho de Segurança da ONU146

Em 18 de dezembro de 2024, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou que


iria levar o assassinato do tenente-general Igor Kirillov ao Conselho de Segurança das Nações
Unidas.
Kirillov, chefe das Tropas de Proteção Nuclear, Biológica e Química da Rússia, foi morto
em Moscou em 17 de dezembro de 2024, em um atentado com bomba. O assassinato gerou
uma reação contundente por parte do governo russo, que promete encontrar e punir todos
os responsáveis.
A porta-voz do ministério, Maria Zakharova, afirmou que a Rússia tomaria todas as medi-
das necessárias para responsabilizar os envolvidos no ataque. Um cidadão do Uzbequistão,
de 29 anos, foi detido sob suspeita de ser o responsável pelo atentado, com a alegação de que
ele plantou a bomba que matou o general e seu assistente.

„ Controvérsias em torno de Igor Kirillov

Kirillov era uma figura central na Rússia, responsável por supervisionar as forças de defe-
sa química, biológica e nuclear do país. Ele também era procurado pela Ucrânia, que o acusa-
va de envolvimento no uso de armas químicas.

146 ANTONOV, D. Rússia vai abordar assassinato de general no Conselho de Segurança da ONU. CNN Brasil, 2024.
Disponível em: https: //www.cnnbrasil.com.br/internacional/russia-vai- abordar-assassinato-de-general-no-conse-
lho-de -seguranca-da-onu/. Acesso em: 13 fev. 2025.
164
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Embora Kirillov tenha feito várias declarações sobre o uso de armas químicas pela Ucrâ-
nia, sem apresentar evidências concretas, suas acusações alimentaram a tensão entre os dois
países.
Em suas alegações mais graves, Kirillov afirmou, novamente sem provas substanciais, que
a Ucrânia estava planejando usar “substâncias radioativas” provenientes de instalações de
armazenamento de combustível nuclear usado na usina de Chernobyl, uma acusação que
ainda não foi verificada.

„ Repercussões internacionais

O assassinato de Kirillov é mais um episódio de escalada nas tensões entre a Rússia e a


Ucrânia, que, desde o início da invasão russa em 2022, tem sido marcado por uma série de
acusações mútuas de crimes de guerra e uso de armas proibidas.
A Rússia tem constantemente desafiado as alegações de abusos cometidos por suas forças,
enquanto a Ucrânia, com o apoio de aliados ocidentais, denuncia a utilização de armas quí-
micas e outras formas de guerra não convencional por parte de Moscou.
Ao levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU, a Rússia busca, mais uma vez, reforçar
sua posição e pressionar a comunidade internacional, ao mesmo tempo em que tenta desle-
gitimar as acusações ucranianas.
A discussão sobre o assassinato de Kirillov no organismo internacional poderá gerar novos
desdobramentos na dinâmica da guerra e nas relações entre as potências envolvidas.

z Secretário-Geral da OMS sobrevive a bombardeio em aeroporto do Iémen147

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, escapou ileso


de um bombardeio israelense que atingiu o Aeroporto Internacional de Sanaa, no Iémen, na
quinta-feira, 26 de dezembro de 2024. Adhanom estava no local, retornando de uma missão
no Iémen e prestes a embarcar para Genebra, na Suíça, quando o ataque ocorreu.
De acordo com o governo local, duas pessoas perderam a vida e outras 11 ficaram feridas
devido ao bombardeio.
Adhanom confirmou o incidente e relatou que a explosão ocorreu a poucos metros do
saguão onde ele e sua delegação se encontravam: “Um membro da nossa tripulação ficou
ferido. A torre de controle de tráfego aéreo, a sala de embarque e a pista de decolagem foram
danificadas”, disse o diretor-geral da OMS, acrescentando que ele e sua equipe não sofreram
ferimentos.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, justificou o ataque afirmando que o
alvo eram combatentes Houthis presentes no aeroporto. Além disso, Israel também atingiu
portos e uma estação de energia em Sanaa.
Os Houthis, um grupo militante financiado pelo Irã, têm lançado mísseis contra Israel des-
ATUALIDADES

de o início do conflito na Faixa de Gaza, apoiando o Hamas.

147 SECRETÁRIO-GERAL da OMS sobrevive a bombardeio ao aeroporto do Iêmen feito por Israel. Uol, 2024. Dis-
ponível em: https: //cultura.uol.com.br/noticias/ 69771_secretario-geral-da- oms- sobrevive-a-bombardeio-ao -aero-
porto-do-iemen-feito-por-israel.html. Acesos em: 14 fev. 2025 165
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Além dos ataques a Israel, os Houthis realizaram ações de sabotagem contra embarcações
internacionais no Mar Vermelho, interrompendo rotas comerciais e gerando preocupações
com impactos econômicos globais, como o aumento da inflação devido ao desvio de rotas.

Importante!
O Conselho de Segurança da ONU planeja uma reunião para discutir as ações dos Houthis
contra Israel, conforme anunciado pelo embaixador israelense na ONU, Danny Danon.

z Rússia declara emergência federal após vazamento de óleo no Mar Negro148

Na quinta-feira, 26 de dezembro de 2024, a Rússia declarou emergência federal devido a


um vazamento de óleo no Mar Negro, causado por dois petroleiros russos durante uma tem-
pestade. O acidente ocorreu no dia 15 de dezembro, quando uma embarcação se partiu ao
meio e a outra encalhou.
O vazamento de petróleo atingiu áreas da costa de Anapa, um destino turístico popular,
afetando gravemente a vida selvagem local, incluindo aves marinhas, golfinhos e botos. Mais
de 10 mil pessoas foram mobilizadas para os esforços de limpeza, enquanto o governo russo
enfrentava as consequências do desastre ecológico.

„ Detalhes do acidente

Durante uma forte tempestade, o petroleiro Volgoneft 212, que transportava milhares de
toneladas de produtos petrolíferos, se partiu no Estreito de Kerch, entre o Mar Negro e o Mar
de Azov.
O navio de 136 m, com 15 tripulantes a bordo, foi parcialmente afundado, causando um
grande derramamento de óleo. O outro petroleiro, o Volgoneft 239, com 132 m de compri-
mento e 14 tripulantes, sofreu danos e ficou à deriva.
A região onde ocorreu o acidente fica entre a Rússia continental e a Crimeia, território
anexado pela Rússia em 2014. Ambos os petroleiros estavam na área quando os sinais de
socorro foram emitidos.

„ Investigação e consequências ecológicas

As autoridades russas abriram dois processos criminais para investigar possíveis viola-
ções de segurança após o acidente, que resultou na morte de pelo menos uma pessoa. Ima-
gens da mídia estatal mostraram cenas dramáticas de ondas quebrando sobre o convés da
embarcação.
O presidente russo, Vladimir Putin, classificou o incidente como um “desastre ecológico”,
dada a magnitude do vazamento de óleo no Mar Negro.

148 FOUDA, M. Krasnodar, no sul da Rússia, declara emergência regional após derrame de petróleo. Euro News,
2024. Disponível em: ht tps: //pt.euronews. com/2024/12/26/krasnodar-no-sul-da- russia -declara-emergencia-re-
166 gional-apos -derrame-de-petroleo. Acesso em: 14 fev. 2025.
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Voluntários se uniram aos esforços de limpeza, retirando toneladas de petróleo da costa e
utilizando sacos de areia para conter o derramamento. Mesmo após os esforços, a camada de
areia ainda estava impregnada de óleo, afetando a área a longo prazo.
Além disso, um centro de resgate foi montado para salvar aves marinhas afetadas, com
cerca de 500 aves tratadas, embora mais de 30 tenham morrido devido aos danos causados
pelo óleo.
Esse desastre ecológico levanta preocupações sobre os impactos ambientais duradouros e
a necessidade de medidas mais rigorosas para evitar futuros vazamentos no Mar Negro e em
outras áreas costeiras sensíveis.

„ Rota essencial para a exportação de grãos e petróleo da Rússia: o Estreito de Kerch

O Estreito de Kerch, uma passagem estratégica entre o Mar Negro e o Mar de Azov, desem-
penha um papel fundamental nas exportações russas de grãos, petróleo bruto, óleo combus-
tível e gás natural liquefeito. A importância dessa rota aumentou nos últimos anos, dado seu
impacto direto nas economias da Rússia e da região.
Em setembro de 2024, a Ucrânia acusou a Rússia de desrespeitar as leis marítimas inter-
nacionais ao tentar manter controle exclusivo sobre o Estreito de Kerch, uma reivindicação
que Moscou rejeitou veementemente.
A controvérsia sobre a soberania da área tem gerado tensões adicionais no contexto geo-
político da região, especialmente após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.

Brasil

z Queijo Minas Artesanal é reconhecido como patrimônio imaterial pela Unesco149

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) ofi-
cializou, em 4 de dezembro de 2024, a inclusão dos modos de produção do Queijo Minas
Artesanal na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Essa
conquista marca a primeira vez que a prática de fabricação de um alimento brasileiro recebe
tal honraria.
A produção do Queijo Minas Artesanal, tradicional em 106 municípios mineiros, é uma
atividade que remonta a mais de três séculos, desde o período colonial, utilizando leite cru
em seus processos.
Reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan) desde 2008, a técnica agora ganha projeção mundial.
O pedido de reconhecimento foi formalizado pelo Iphan em março de 2023 e aprovado
durante a 19ª Sessão do Comitê para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial da Unesco, rea-
lizada em Assunção, Paraguai.
ATUALIDADES

149 QUEIJO Minas Artesanal é reconhecido como patrimônio cultural imaterial da Unesco. Infomoney, 2024. Dispo-
nível em: https: //www.i nfomoney.com.br/consumo /queijo-minas- artesanal-e-reconhecido- como-patrimonio-cul-
tural- imaterial-da-unesco/. Acesso em: 14 fev. 2025. 167
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„ Preservação cultural e identidade nacional

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, celebrou a decisão como uma forma de valo-
rizar a memória e o conhecimento transmitido por gerações. “Esse reconhecimento simboliza
a sabedoria do nosso povo e reforça a importância de preservar nossas tradições culturais”,
afirmou.
Leandro Grass, presidente do Iphan, destacou que o reconhecimento vai além do produto
em si, valorizando o saber-fazer e as histórias que envolvem o queijo: “Por trás do Queijo
Minas Artesanal está a narrativa do Brasil e da agricultura familiar, que dá vida a esse bem cul-
tural”, disse. Ele ainda reforçou que o título representa um compromisso com a preservação
e projeção das tradições mineiras e nacionais.

„ Mobilização de entidades e celebração cultural

A conquista envolveu esforços de diversas instituições, como a Associação Mineira do Quei-


jo Artesanal (Amiqueijo), o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas
Gerais (Iepha), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais
(Emater-MG) e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Para celebrar o reconhecimento, o governo de Minas Gerais promoveu um recital com
coro e violão no Palácio da Liberdade, reforçando a identidade cultural que o Queijo Minas
Artesanal carrega.
Atenção! Essa conquista não só valoriza a tradição mineira, mas também coloca o Brasil
em evidência no cenário global, destacando a riqueza cultural presente na simplicidade de
seus modos de vida e produção artesanal.

z STM será presidido pela primeira vez por uma mulher150

A ministra Maria Elizabeth Rocha foi eleita presidente do Superior Tribunal Militar (STM)
em 5 de dezembro de 2024, marcando um momento histórico como a primeira mulher a ocu-
par a presidência do órgão máximo da Justiça Militar da União. Sua posse está prevista para
março de 2025.

„ Uma trajetória pioneira

Maria Elizabeth integra o STM desde 2007, sendo a primeira mulher a ser nomeada para
o tribunal militar em seus 216 anos de existência. Sua nomeação foi feita durante o primeiro
mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre 2013 e 2015, assumiu temporariamente a presidência em um mandato-tampão, con-
solidando sua atuação em um espaço tradicionalmente dominado por homens.

150 BRASIL. Ame-se: o portal da mulher paranaense. Superior Tribunal Militar presidido por uma mulher. Paraná:
168 Governo do Paraná, 2024. Disponível em: https: //tinyurl.com/crhtbrey. Acesso em: 14 fev. 2025.
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„ Formação e experiência

Natural de Belo Horizonte, a ministra possui formação em direito pela Pontifícia Univer-
sidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e doutorado em Direito Constitucional pela Uni-
versidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sua vasta experiência acadêmica e jurídica foi
essencial para quebrar barreiras históricas no âmbito da Justiça Militar.

„ Composição do STM

O Superior Tribunal Militar é composto por 15 ministros, sendo cinco civis e 10 militares.
As cadeiras militares são distribuídas entre quatro vagas para o Exército, três para a Marinha
e três para a Aeronáutica.
A eleição de Maria Elizabeth Rocha reflete o avanço da representatividade feminina em
instituições que, por muito tempo, permaneceram predominantemente masculinas.
Sua eleição representa mais do que uma conquista pessoal; é um marco na história do
STM e um passo importante para a ampliação da igualdade de gênero no sistema judiciário
brasileiro.

z Ministra Sonia Guajajara recebe prêmio campeões da terra da ONU151

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, foi agraciada com o Prêmio Campeões
da Terra, concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 10 de dezembro de 2024.
A honraria, uma das mais prestigiadas em reconhecimento à defesa ambiental, foi divulgada
na sede do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em Nairóbi, Quênia.

„ Reconhecimento global

Sonia Guajajara é a primeira brasileira a ocupar o cargo de ministra dos Povos Indígenas e
foi escolhida por sua trajetória de luta pelos direitos dos povos originários e pela preservação
ambiental. “Reconhecimentos como este valorizam e disseminam o nosso saber. Agradeço ao
Pnuma pela premiação e pela parceria nessa trajetória pela preservação da biodiversidade”,
declarou a ministra.
Juntamente com Sonia, outras cinco personalidades e iniciativas globais foram reconhe-
cidas: Amy Bowers Cordalis, dos EUA; Gabriel Paun, da Romênia; Lu Qi, da China; Madhav
Gadgil, da Índia; e a Sekem, organização de agricultura sustentável no Egito.

„ Uma trajetória de luta e inspiração

Natural do Maranhão, do povo guajajara-tentehar, Sonia é um símbolo da resistência indí-


ATUALIDADES

gena. Antes de assumir o ministério, liderou organizações indígenas como a Articulação dos
Povos Indígenas do Brasil (Apib) e denunciou ataques aos direitos dos povos originários em
fóruns nacionais e internacionais.

151 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Ministra dos Povos Indígenas recebe o Prêmio Campeões da Terra da
ONU. Brasil: ONU, 2024. Disponível em: https: //brasil.un.org/pt- br/ 285669-ministra-dos-povos-ind%C3% ADgenas-
-recebe-o-pr%C3%AAmio-campe%C3%B 5es-da-terra-da-onu. Acesso em: 14 fev. 2025. 169
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A campanha “Sangue Indígena: Nenhuma Gota a Menos” percorreu o Brasil e outros 12
países, evidenciando os impactos da destruição ambiental e a urgência de preservação.
Além de sua atuação política, Sonia foi reconhecida como uma das 100 pessoas mais
influentes do mundo pela revista Time, em 2022, e uma das 100 mulheres mais inspiradoras
pela BBC, em 2023.

„ Compromisso indígena com o planeta

Ao receber o prêmio, Sonia reforçou a conexão entre os povos indígenas e a sustenta-


bilidade global: “Nossos modos de vida são baseados no respeito à Mãe Terra e no cuidado
comunitário. Essa premiação reafirma a responsabilidade dos povos indígenas em conscienti-
zar sobre a urgência de proteger a biodiversidade e o planeta”, afirmou.

Importante!

O Prêmio Campeões da Terra, criado em 2005, já reconheceu 122 pessoas e organizações


que se destacaram em ações em prol do meio ambiente, contribuindo para um planeta
mais sustentável. O reconhecimento de Sonia Guajajara simboliza não apenas sua trajetó-
ria, mas também o protagonismo dos povos indígenas na luta pela preservação ambiental
global.

z Butantan solicita registro de vacina contra a dengue em dose única à Anvisa152

Na segunda-feira, 16 de dezembro de 2024, o Instituto Butantan concluiu o envio de todos


os documentos necessários à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o regis-
tro de sua vacina candidata contra a dengue (Butantan-DV).
Esse envio finalizou o processo de submissão contínua, no qual os dados foram encami-
nhados conforme gerados, permitindo uma avaliação faseada que pode acelerar a liberação
do registro. Se aprovada, a Butantan-DV será a primeira vacina no mundo a oferecer prote-
ção contra a dengue com uma única dose.
“Esta é uma das maiores conquistas na saúde e na ciência, não apenas para o Brasil, mas
para o mundo. Desenvolver a primeira vacina de dose única contra a dengue é uma prova do
valor da pesquisa científica brasileira. Estamos confiantes nos resultados, e, embora respei-
temos todos os procedimentos da Anvisa, acreditamos no sucesso dessa inovação”, declarou
Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan.
Os ensaios clínicos da vacina foram concluídos em junho deste ano, após cinco anos de
acompanhamento dos participantes. Recentemente, os dados sobre segurança e eficácia
foram publicados na New England Journal of Medicine, demonstrando uma eficácia geral de
79,6% na prevenção de casos sintomáticos de dengue.
Além disso, na fase três dos ensaios clínicos, publicados na The Lancet Infectious Disea-
ses, a vacina mostrou 89% de eficácia contra formas graves da doença e complicações como
sinais de alarme, com resultados positivos sustentados por até cinco anos.

152 FELIX, P. Dengue: Butantan solicita registro de vacina em dose única à Anvisa. Veja, 2024. Disponível em:
https: //veja.abril.com.br /saude/dengue-butantan-solicita-registro- de-vacina-em- dose-unica-a-anvisa. Acesso em:
170 14 fev. 2025.
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De acordo com Gustavo Mendes, diretor de Assuntos Regulatórios, Qualidade e Ensaios
Clínicos do Butantan, a submissão contínua permitiu que a Anvisa avaliasse gradualmente
os três pacotes de informações enviados:

„ o primeiro sobre a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), os testes de qua-


lidade e os estudos clínicos realizados no Brasil;
„ o segundo sobre a complementação dos dados clínicos; e
„ o terceiro sobre o produto final, já formulado e envasado.

Caso a vacina seja aprovada, a previsão é de que o Butantan forneça cerca de 100 milhões
de doses ao Ministério da Saúde nos próximos três anos. O processo de submissão contínua,
iniciado durante a pandemia da covid-19, facilita a análise dos dados e acelera a aprovação.
Atenção! A Anvisa, responsável por autorizar o registro de vacinas no Brasil, agora ava-
liará a eficácia, segurança, qualidade e condições de produção da vacina do Butantan, que
poderá ser disponibilizada para o Sistema Único de Saúde (SUS) se aprovada.

z População indígena é mais urbana que rural, revela Censo 2022153

Pela primeira vez, o Censo Demográfico mostrou que a maioria da população indígena no
Brasil vive em áreas urbanas.
Divulgado em 19 de dezembro de 2024 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), os dados indicam que 53,97% dos indígenas viviam em zonas urbanas em 2022, tota-
lizando 914,75 mil indivíduos. Já nas áreas rurais, residiam 780,09 mil indígenas (46,03%).

z Mudança histórica

Em comparação com o Censo de 2010, houve uma significativa mudança no perfil popula-
cional indígena. Naquele ano, 36,22% dos indígenas viviam em áreas urbanas e 63,78% em
áreas rurais.
O crescimento da população indígena urbana foi de 181,6% em 12 anos, refletindo aperfei-
çoamentos no mapeamento e maior cobertura de comunidades indígenas urbanizadas pelo
Censo 2022.

z Crescimento populacional geral

A população total indígena também apresentou um aumento expressivo: de 896.917 em


2010 para 1.694.836 em 2022, um crescimento de 88,96%. Este salto se deve, em parte, à
melhoria nas metodologias de coleta e identificação das comunidades indígenas.
ATUALIDADES

153 BELLO, L. Censo 2022: mais da metade da população indígena vive nas cidades. [Brasília]: Agência IBGE,
2024. Disponível em: https: //agenciadenoticias.ibge.gov.br /agencia- noticias/2012- agencia-de-noticias/ noticias/
42277-censo-2022-mais -da-metade-da-populacao-indigena -vive-nas-cidades. Acesso em: 14 fev. 2025. 171
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z Distribuição regional

O Sudeste lidera no percentual de indígenas vivendo em áreas urbanas, com 77,25%, segui-
do pelo Nordeste (62,3%). Por outro lado, as áreas rurais são predominantes no Centro-Oeste
(62,05%) e no Sul (58,2%). No Norte, há equilíbrio: metade da população indígena vive em
zonas urbanas e metade em rurais.

z Características demográficas

„ Idade: a população indígena urbana tem uma idade mediana de 32 anos, enquanto a
população rural apresenta um perfil mais jovem, com mediana de 18 anos;
„ Gênero: nas áreas rurais, predominam os homens, com 105,71 homens para cada
100 mulheres. Já nas áreas urbanas, há uma maior concentração feminina, com 90,25
homens para cada 100 mulheres, número próximo à média nacional de 91,97.

z Importância do Censo

O Censo Demográfico é essencial para subsidiar políticas públicas e decisões sobre alo-
cação de recursos. Apesar de sua periodicidade decenal, o levantamento de 2022 enfrentou
atrasos devido à pandemia da covid-19 e restrições orçamentárias, mas trouxe avanços na
coleta de dados sobre populações indígenas e sua inserção no contexto socioeconômico do
Brasil.
Essa mudança no perfil urbano-rural da população indígena traz novos desafios e oportu-
nidades para políticas públicas voltadas ao bem-estar dessas comunidades.

z Brasil é reconduzido ao Comitê da Paz da ONU para novo mandato154

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) anunciou, no sábado, 21 de dezembro de 2024,


que o Brasil foi reeleito para mais um período no Comitê Organizacional da Comissão para
Consolidação da Paz das Nações Unidas (PBC).
A eleição, que ocorreu por aclamação em 19 de dezembro, assegura a participação do país
no comitê durante o período de 2025 a 2026.
Criado em 2005, com a presença do Brasil, o comitê tem como objetivo coordenar iniciati-
vas globais voltadas para a promoção de uma paz sustentável e duradoura.
No ano de 2024, o Brasil ocupou a presidência do colegiado e liderou a defesa pelo fortale-
cimento da instituição, com foco na prevenção de conflitos internacionais e na consolidação
da paz ao longo de 2025. O Brasil tem contribuído de forma contínua com as atividades do
comitê desde 2010.

154 BRASIL é eleito para novo mandato em comitê de paz da ONU. Poder 360, 2024. Disponível em: https: //www.
poder360. com.br/poder-governo/brasil-e-eleito-para -novo-mandato-em- comite-de-paz -da-onu/. Acesso em: 14
172 fev. 2025.
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z Decreto atualiza regras sobre o uso da força pelas polícias no Brasil155

Foi publicado no Diário Oficial da União, em 24 de dezembro de 2024, o decreto que atua-
liza as normas para o uso diferenciado da força pelas polícias no Brasil.
Assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o texto tem como foco a eficiência
nas ações policiais, a valorização dos profissionais de segurança e o respeito aos direitos
humanos.

„ Principais diretrizes

O decreto estabelece normas detalhadas sobre o uso de armas de fogo, instrumentos não
letais, abordagens policiais e buscas domiciliares. Ele também regula a atuação de policiais
penais nos presídios, enfatizando que o uso da força letal deve ser uma medida de último
recurso, empregada apenas quando todas as alternativas de menor intensidade se mostra-
rem insuficientes para alcançar os objetivos legais.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, reforçou que a aborda-
gem policial deve começar pelo diálogo e evoluir de forma progressiva, respeitando os direi-
tos dos cidadãos e evitando discriminações de qualquer natureza. “A força letal não pode ser
a primeira reação das polícias. É fundamental que haja racionalidade e progressividade na sua
aplicação”, destacou.

„ Transparência e controle

Um dos destaques do decreto é a exigência de que qualquer uso da força que resulte em
ferimento ou morte seja devidamente relatado, conforme procedimentos que serão detalha-
dos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) em até 90 dias.
Também está prevista a criação do Comitê Nacional de Monitoramento do Uso da Força,
com a participação de representantes da sociedade civil.
O comitê terá como função monitorar e avaliar a implementação das diretrizes estabeleci-
das pelo decreto, promovendo maior transparência nas ações policiais.

„ Capacitação e condicionalidades

O Ministério da Justiça e Segurança Pública será responsável por financiar, implementar e


monitorar ações relacionadas ao uso da força. Também deverá oferecer capacitações para os
profissionais de segurança pública e divulgar amplamente as novas normas para a sociedade.
Além disso, o repasse de recursos dos fundos de segurança pública e penitenciário ficará
condicionado ao cumprimento das diretrizes do decreto.
ATUALIDADES

155 GOVERNO publica decreto para atualizar regras sobre uso da força pelas polícias. Consultor Jurídico, 2024.
Disponível em: https: //www.conjur.com.br/2024 -dez-24/governo-publica- decreto-para-atualizar- regras-sobre-u-
so-da-forca-pelas-policias/. Acesso em: 14 fev. 2025. 173
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„ Impactos no Estado democrático de direito

A normativa representa um esforço para alinhar a atuação das forças de segurança com
os princípios do Estado democrático de direito, garantindo a proteção dos direitos humanos
e a aplicação de medidas proporcionais e não discriminatórias.
Com o decreto, espera-se um avanço significativo na profissionalização das polícias e na
redução de abusos de autoridade, promovendo maior segurança para a população e respeito
às garantias fundamentais.

z Polícia Federal retira mais de R$ 4 bilhões em bens do crime organizado em 2024156

A Polícia Federal alcançou um marco significativo em 2024, ao confiscar mais de R$ 4


bilhões em bens ligados ao crime organizado. A informação foi divulgada pelo diretor-geral
da corporação, Andrei Passos Rodrigues, em 27 de dezembro.
Segundo Rodrigues, o valor total inclui bens diversos, como imóveis, veículos, aeronaves,
e valores em dinheiro, apreendidos ao longo de aproximadamente 2,5 mil operações reali-
zadas neste ano. O número final ainda está em apuração, já que novas operações estão em
andamento até o último dia do ano.
Atenção! O diretor-geral destacou o impacto dessa estratégia na luta contra o crime orga-
nizado, afirmando que a retirada de recursos financeiros é uma das formas mais eficazes de
enfraquecer as organizações criminosas.
“Esses resultados representam não apenas números, mas o comprometimento da Polícia
Federal em desarticular as bases econômicas que sustentam atividades ilícitas no país. Isso
demonstra que, além de prender criminosos, estamos atacando diretamente os meios que eles
utilizam para operar”, afirmou Rodrigues.

„ Impacto das operações

A intensificação das ações da Polícia Federal reflete o reforço das políticas de combate ao
crime organizado, com foco em operações estratégicas e uso de inteligência policial.
Além das apreensões, os bens confiscados podem ser direcionados para leilões, programas
sociais ou instituições públicas, contribuindo para o fortalecimento de iniciativas voltadas ao
combate à criminalidade e promoção da segurança pública.
O balanço ainda não concluído de 2024 reforça o papel central da Polícia Federal na prote-
ção da sociedade brasileira, demonstrando a eficácia das ações integradas e do uso de tecno-
logias para rastrear e recuperar bens adquiridos por meio de atividades criminosas.

156 CRIME organizado teve R$ 4 bilhões apreendidos pela Polícia Federal, diz diretor-geral. Jovem Pan, 2024. Dis-
ponível em: https: //jovempan.com.br/noticias/brasil/ crime-organizado-teve-r-4- bilhoes-apreendidos -pela-policia-
174 -federal-diz-diretor-geral. html. Acesso em: 14 fev. 2025.
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z Dólar fecha 2024 em R$ 6,18 com alta de 27,3% no ano157

A moeda norte-americana encerrou 2024 cotada a R$ 6,179, registrando uma valorização


de 27,36% no acumulado do ano. No último pregão, ocorrido na segunda-feira, 30 de dezem-
bro, o dólar teve uma leve queda de 0,22%, influenciado por um leilão do Banco Central (BC),
que vendeu US$ 1,815 bilhão à vista para conter a alta cambial.
Paula Zogbi, gerente de research da Nomad, apontou que a movimentação ocorreu apesar
do cenário global favorável à moeda americana, sustentado pela expectativa de juros altos
nos Estados Unidos. “A atuação do BC em um momento de baixa liquidez e formação da PTAX
ajudou a puxar a cotação para baixo”, avaliou Zogbi.
No início da sessão, o dólar chegou a ser negociado próximo de R$ 6,24, refletindo as incer-
tezas sobre cortes futuros na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed).

„ Ibovespa e desempenho da bolsa

Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subiu 0,01% no dia, encer-
rando 2024 com 120.283 pontos, mas acumulando queda de 10,08% no ano.
Apesar de ter atingido recordes históricos de pontuação e baixa volatilidade, o índice
enfrentou o pior desempenho anual em dólares desde 2015. Apenas 18% das ações fecharam
o ano no positivo, conforme análise de Einar Rivero, da Elos Ayta.
Um destaque na B3 foi a Petrobras, que alcançou seu maior valor de mercado em um con-
texto de alta volatilidade.

„ Pressões no mercado cambial e cenário fiscal

O real enfrentou forte desvalorização, impulsionado por um cenário fiscal incerto e


aumento nas expectativas inflacionárias.
Segundo Marcio Riauba, da StoneX Banco de Câmbio, a volatilidade no segundo semestre
foi alimentada por dúvidas sobre o compromisso do governo com o ajuste das contas públi-
cas, mesmo após a aprovação de um pacote fiscal e a postergação da reforma do Imposto de
Renda para 2025.
Em novembro, o dólar ultrapassou R$ 6,00 pela primeira vez, atingindo o pico de R$ 6,2679.
Para conter a disparada, o Banco Central realizou intervenções, vendendo US$ 30,77 bilhões
no total, mas os efeitos foram limitados.

„ Cenário externo: juros e geopolítica

No mercado global, o Fed frustrou expectativas de cortes agressivos nas taxas de juros,
realizando apenas três reduções ao longo do ano. Essa postura contribuiu para a valorização
ATUALIDADES

do dólar, assim como a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, que rea-
cendeu temores inflacionários.

157 VLAXIO, E. Dólar fecha ano a R$ 6,18, com alta de 27,3% em 2024. Investidor, 2024. Disponível em: https:
//investidor10.com.br/ noticias/dolar-fecha-ano-a-r-6-18-com- alta-de-27-3-em-2024- 110028/. Acesso em: 14 fev.
2025. 175
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Tensões geopolíticas, como o conflito na Ucrânia e os confrontos no Oriente Médio, tam-
bém reforçaram a busca por segurança na moeda americana.
O índice do dólar, que avalia o desempenho da divisa frente a outras moedas importantes,
alcançou 108,54 pontos em dezembro, o maior nível em dois anos.

„ Perspectivas para 2025

A analista Paula Zogbi alerta para novos riscos cambiais no próximo ano, diante da possi-
bilidade de inflação persistente nos EUA e desafios internos relacionados à sustentabilidade
fiscal no Brasil. O relatório Focus do Banco Central já projeta inflação acima do teto da meta
para 2025, reforçando o cenário de cautela.
O desempenho econômico em 2024 destacou os desafios enfrentados pelo Brasil em meio
a um ambiente global adverso e pressões domésticas, com o dólar mostrando resiliência em
um contexto de incertezas.

z Seca histórica afeta as cinco grandes bacias hidrográficas no Brasil158

Pela primeira vez na história, as cinco grandes bacias hidrográficas do Brasil enfrentam
um estado de escassez hídrica, conforme anunciado pela Agência Nacional de Águas (ANA).
O fenômeno, embora tenha perdido intensidade nos últimos meses, continua a preocupar
autoridades e especialistas.
As bacias afetadas são os rios Madeira, Purus, Tapajós e Xingu, todos afluentes do rio Ama-
zonas, além do rio Paraguai, que corta o Pantanal sul-mato-grossense.
Com exceção do Madeira, que já havia registrado escassez hídrica recentemente, a situa-
ção atual é inédita para os outros rios desde o início das medições, no início do século XX.
O território impactado abrange mais de 2,2 milhões de km², ou seja, mais de um quarto do
território brasileiro.
De acordo com Veronica Sánchez, diretora-presidente da ANA, a seca no Norte do Brasil é
a mais severa dos últimos cem anos. “Nunca enfrentamos um cenário tão grave quanto o que
observamos agora”, afirmou.
Ela também ressaltou a dificuldade de monitorar a situação, uma vez que, apesar de o país
contar com 23 mil estações de monitoramento hidrológico, a ANA não tem equipamentos
suficientes devido a cortes orçamentários de R$ 43 milhões no início do ano.
A seca extrema deve continuar a afetar os estados do Acre, Amazonas e Rondônia, confor-
me previsões do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMA-
DEN). Cerca de 25 municípios da região Norte enfrentam níveis críticos de déficit hídrico e
baixa umidade do solo, superando em mais de três vezes as previsões iniciais para o mês de
dezembro.

158 BORGES, A. Seca recorde impõe estado de escassez hídrica inédito no Brasil, com 5 bacias em pior nível. Folha
de S.Paulo, 2024. Disponível em: https: //www1.folha.uol.com.br /ambiente/2024/12/seca-recorde- impoe-estado-
176 -de-escassez-hidrica- inedito-no-brasil-com-5-bacias- em-pior-nivel.shtml. Acesso em: 14 fev. 2025.
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