INSTITUTO DENIZARD TÉCNICO
Psicologia Aplicada à Enfermagem
O Processo da morte e do luto
• O Ciclo da vida é constituído pelo nascimento, crescimento, reprodução e morte. São
eventos naturais da construção humana. Porém, para alguns esses processos não
seguem igual para todos, pois a morte, hoje ela é vista com várias visões, opiniões e
interpretações, porém lidar com a mesma para alguns pode estar bem definido como
também causar outros comportamentos adversos.
• Lidar com a morte não é fácil, é doloroso e algumas pessoas não estão preparadas para
este enfrentamento, tendo um olhar para ela como uma questão definitiva do ciclo
vital.
• Nossas reações diante do que não conhecemos causa certa estranheza e nos faz refletir
se podemos ou não lidar com aquele acontecimento como algo rotineiro.
• O tema morte e morrer requerem ética, serenidade e respeito com a cultura,
crença, opiniões e familiares. Toda atenção deve lhe ser dada, mesmo que ao
longo da caminhada se depare com a ingratidão.
• Os profissionais de enfermagem estão expostos a diversas situações estressantes
relacionadas com o ambiente de trabalho esse ambiente contribui para
desencadeamento de frequentes situações de estresse e fadiga física e mental.
• Quais as vivências e sentimentos dos profissionais de enfermagem frente ao
processo de morte e morrer?
• Quando o assunto é morte, muitas pessoas preferem evitar tal assunto devido à forte
palavra expressada, pois se trata de um processo que acarreta profundas reações
psicológicas emocionais.
• No contexto atual, evidencia a falta de preparo emocional, devido à palavra morte ser
de expressão forte, onde desde a infância tal assunto é evidência como uma dor
profunda sem mera explicação. Além disso, sua ocorrência vem predominando nas
instituições hospitalares, tornando-se mais distante do cotidiano.
• Muitos profissionais demonstram não ter preparo para enfrentar a convivência com
morrer do outro. Pode ser por medo, por falta de conhecimento, por falta de
envolvimento ou por falta de vivência.
• O sentimento de impotência diante do óbito de um paciente pode provocar sofrimento
no trabalhador de enfermagem, levantando questões do que poderia ter sido feito para
recuperar aquele cliente, além de impulsionar conflitos entre a vida e a morte.
• A questão morte e morrer para os profissionais da área da saúde acabam fazendo
parte da sua rotina, por não ser um tema de fácil compreensão pode gerar diversas
reações nos profissionais.
• Alguns podem desenvolver sentimento de frustração, perda, impotência, estresse e
culpa. Já outros veem este fenômeno como algo natural, podendo inclusive criar
uma barreira ou mesmo permanecerem indiferentes frente a este processo.
• Estar presente, dar suporte e acompanhar o paciente, exige do profissional da
enfermagem um preparo que não vem só da graduação e sim das suas vivencias
hospitalares.
• Mantendo-se sempre a ética e o não compartilhamento de sentimentos dos
pacientes com outros profissionais de corredores. Pois o enfrentamento que cada
paciente vem passando ali dentro e solitária e não conjunta ou compartilhada.
• Vivenciar cotidianamente essas experiências caracteriza situações-limite nas quais
o sofrimento pode se tornar intolerável, gerando níveis crescentes de adoecimento
dos profissionais.
• A experiência de perder alguém próximo e querido traz à tona uma
diversidade de sentimentos, como a sensação de impotência pela falta
de controle sobre a vida e, inevitavelmente, o luto.
• A interrupção de forma inesperada da convivência pode dar origem
aos mais variados sentimentos, mas, de forma geral, são todos uma
resposta para o mesmo momento.
• O luto é um processo de angústia resultado de uma perda significativa
em nossa vida e tende a fazer parte de todo fim que vivenciamos.
• Na prática, é uma fase de transição entre a ausência da pessoa amada e
encontrar um novo sentido para a própria existência.
• Todos nós temos de lidar com perdas ao decorrer das nossas vidas e a morte é
algo impactante e doloroso para qualquer pessoa. Na realidade por ser
inesperada e desconhecida, pode causar muita ansiedade e desequilíbrio
emocional.
• Com a partida de pessoas especiais, é normal sentirmos que a nossa própria
vida não tem mais sentido. A sensação da perda e do vazio causado pela
morte nos leva ao sentimento de luto.
• Sempre que passamos por um episódio de perda seja de um ente querido, um
emprego ou um distanciamento, podemos experimentar as sensações causadas
pelo luto.
• Algumas vezes quando falamos com alguém que perdeu um ente querido
pensamos em dizer: “Tens que ser forte”, tentando fazer a pessoa superar logo.
• Porém, dessa forma podemos inibir a pessoa a passar por estágios importantes
do luto e, viver todos os sentimentos que envolvem esse processo, são pontos
necessários para uma melhor elaboração do evento.
• Justamente pela necessidade de se adaptar a uma nova realidade e encontrar
forças para seguir em frente que viver o luto é importante, porque é parte de
um processo de amadurecimento.
• Quando alguém se vai, parece que perdemos uma estrutura, toda uma
convivência é quebrada. Diante disso, é preciso espaço e tempo para sentir a
dor da perda, chorar, elaborar sentimentos e ressignificar o sofrimento
Estágios do luto
• O sentimento de luto foi e ainda é alvo de muitos estudos científicos, um deles
resultou no chamado estágios do luto, proposto pela psiquiatra suíço-
americana Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004), que se especializou em
cuidados paliativos e em situações próximas da morte.
• Com base na experiência profissional, Kübler-Ross definiu cinco estados
mentais que são referências para entender como acontece a evolução do
enlutado: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. São etapas que
possibilitam conceituar de forma mais simples o modo como se administra o
luto.
• Negação - A pessoa ainda não assimila a realidade e alimenta pensamentos
de como voltar à situação anterior à perda.
• Raiva - Na busca de um culpado pela grande perda, direcionamos a raiva a
pessoas envolvidas na situação (médicos, familiares, pessoas do convívio ou,
até mesmo, nós mesmos). É por isso que a raiva também se manifesta na
sensação de culpa.
• Negociação - Busca de uma solução para alterar o que aconteceu. Pensamos
em tudo que podíamos ter feito diferente para alterar o rumo da situação.
• Depressão - A dor e a tristeza ficam mais fortes, já não há mais para onde
correr. As sensações de cansaço, desinteresse, desconexão e solidão fazem
parte da fase de depressão.
• Aceitação - A saudade sempre irá existir, mas a fase de aceitação costuma vir
acompanhada de uma sensação de paz. Após a compreensão do
acontecimento é possível enxergar novamente perspectivas para a vida.
• O luto também é sentido quando há uma separação por outra causa, que não
necessariamente a morte.
• Olharemos ao redor e a pessoa não mais estará ocupando os nossos espaços,
mas estará ainda habitando o mundo e longe de nós. E sofreremos do mesmo
jeito, ainda mais imaginando onde o outro está, com quem, fazendo o que, se
está mais feliz que nós, se sente a nossa falta, enfim, a separação sem a morte
também traz dor e saudade.
• Com o tempo, as angústias vão sendo compreendidas e que a pessoa voltará a
sonhar, desejar e construir um futuro. O luto é um processo superado aos
poucos, retomando a alegria e o prazer nas pequenas coisas do dia a dia; assim,
a vida vai voltando ao normal.
• Cada um tem o seu tempo. Não se deve fazer comparações entre as pessoas
nesse sentido. A dor deve ser lembrada como uma fase de transição, porque a
perda de alguém amado, em um primeiro momento, deixa a pessoa sem chão.
• Contrariando muitas crenças, o luto não é algo ruim, na verdade, é até
necessário. É uma etapa que precisamos encarar, compreender, vivenciar para
continuarmos vivendo de forma equilibrada e saudável.
• Nessas situações, talvez tudo que nos caiba seja de fato um bom abraço, uma
oferta de colo, de ajuda com questões burocráticas ou mesmo a nossa presença
ao lado, mostrando que a tristeza atinge a todos, mas que estão ali unidos para
chorarem e se ajudarem nesta fase difícil da vida.
• É necessário entender que há uma necessidade de se viver o luto para melhor
elaborar o que se sente nesse processo.
• Entretanto, se você está passando por um processo de luto ou conhece alguém
que passa lembre-se que o diálogo, o acolhimento, o respeito e a compreensão
dos sentimentos nesse momento são primordiais.
• Se o luto se estende por um longo período e acaba por impedir a retomada das
atividades normais, procure ajuda de um profissional, psicólogo que auxiliará
na elaboração do luto possibilitando que você volte a exercer suas tarefas
diárias.