26/05/2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS
MECÂNICA DOS SÓLIDOS II
Prof. Rodrigo da S. Manera
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS
Solicitação por corte –
Tensão Cisalhante
Prof. Rodrigo da S. Manera
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INTRODUÇÃO
O termo ligação é aplicado a todos os detalhes construtivos que
promovam a união de partes da estrutura entre si ou a sua união com
elementos externos a ela, como por exemplo, as fundações.
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AS LIGAÇÕES SÃO COMPOSTAS:
dos elementos de ligação e
dos meios de ligação.
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Os elementos de ligação são todos os componentes incluídos
no conjunto para permitir ou facilitar a transmissão dos
esforços:
enrijecedores;
chapas de ligação;
placas de base;
cantoneiras;
consolos;
talas de emenda e
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partes ligadas envolvidas localmente na ligação.
Enrijecedores:
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Chapas de ligação:
Placas de base:
10
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Cantoneiras:
11
Consolos:
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Talas de emenda:
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Os meios de ligação são os elementos que promovem a união
entre as partes da estrutura para formar a ligação:
rebites;
parafusos;
soldas;
barras redondas rosqueadas,
Pinos;
cavilhas, contrapinos, anéis e chavetas.
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Rebites:
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Rebites:
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Parafusos:
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Soldas;
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Barras redondas rosqueadas:
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Pinos:
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Cavilhas, contrapinos, anéis e chavetas.
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11
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Solicitação por corte puro
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A solicitação é por corte quando o efeito do momento
fletor é desprezível em relação à força cortante.
“e” muito pequeno
Observação: para se considerar o efeito desprezível o
efeito do momento fletor, o comprimento deve ser
pequeno. Lembrando que dM/dx = V (portanto, sempre
que existir V existirá M. 29
Assumindo que o momento fletor é desprezível,
teremos apenas força cortante.
Neste caso, supõe-se que a força cortante provoca
tensões de cisalhamento uniformemente distribuídas na
seção transversal.
=
30
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No dimensionamento ao corte, se ̅ for a tensão
admissível no cisalhamento, a área da seção transversal
necessária para resistir ao esforço cortante será:
= ≤ ̅ ≥
̅
̅ ≈ 075 × ã çã
31
Ligações por rebites
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O cálculo de juntas rebitadas é baseado na hipótese
de os rebites serem solicitados por cortes.
São em geral, dois tipos:
Corte único e
Corte duplo
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Corte Único:
34
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Corte Duplo:
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Cálculo do esforço em cada rebite
com ação da força no C.G. da
ligação.
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Quando a linha de ação da força solicitante na barra passa
pelo centro de gravidade (CG) da ligação, considera-se que cada
rebite absorve a mesma parcela do esforço:
F = esforço total na barras
Fr = esforço em cada rebite =
n = número de rebites 37
Distribuição é uniforme ao longo da ligação:
=
38
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Para o dimensionamento da junta rebitada é necessário
considerar as diversas possibilidades de ruptura, que são:
ELU
1. Corte no rebite;
2. Ruptura por tração na barras ou cobrejunta;
3. Ruptura por cisalhamento na barra ou cobrejunta;
4. Esmagamento da barra ou cobrejunta;
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1) Corte no rebite
40
20
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Corte no rebite: a ruptura pode se dar por corte do
rebite na seção correspondente ao plano de contato das
barras.
= ⇒ ≤ ̅
4
=2 ⇒ ≤ ̅
2
4
̅ = ã !ℎ !ℎ#
41 $
Corte no rebite:
' 1
& = × ≤ ̅ ) = 1,0
)
Observações:
â# $ ã +, ;
= ú# ;
) = 2,0
̅ = ã !ℎ # í0!;
' = 1ç $ . 42
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2) Ruptura por tração na
barras ou cobrejunta;
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Ruptura por tração na barra ou cobrejunta: pode
ocorrer a ruptura por tração na seção enfraquecida
pelos furos.
44
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Deve-se fazer a análise da variação do esforço normal
na barra e nas cobrejuntas devida a atuação dos rebites,
que vão absorvendo a parcela do esforço aplicado,
diminuindo o esforço normal na barra e aumentando o
esforço normal nas cobrejuntas, à medida que se
caminha para a seção onde as barras estão seccionadas.
45
46
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A verificação é feita calculando-se a tensão normal atuante
nas seções enfraquecidas pelos furos:
5
4= ≤ 47
6
6 ⇒ área útil, área da seção transversal, descontando os furos das
ligações.
47 ⇒ tensão admissível.
48
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5 $: 5 $>, (2@)
8çã 1 − 1 8çã 1 − 1
6 = $ − × ℎ: 6 = $ − × 2ℎ)
/3
4= ≤ 47 4= ≤ 47
6 6
8çã 2 − 2 8çã 2 − 2
6 = $ − 2 × ℎ: 6 = $ − 2 × 2ℎ)
2/3
4= ≤ 47 4= ≤ 47
6 6 49
3) Ruptura por cisalhamento
na barra ou cobrejunta;
50
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Ruptura por cisalhamento na barra ou cobrejunta:
ocorre quando o rebite está disposto muito próximo da
borda ou de outro rebite. Este tipo de ruptura é evitado
por disposições de ordem construtiva (disposição de
rebites).
51
4) Esmagamento da barra ou
cobrejunta;
52
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Esmagamento da barra ou cobrejunta: pode ocorrer
devido a compressão da barra ou cobrejunta, na região
de contato com o rebite.
B
4B = ≤ 47B
B
B ⇒ ℎ$ ×
B ⇒ ×
B ⇒ área de esmagamento, projeção do furo 53
Cálculo do esforço em cada rebite
com ação da força fora do C.G. da
ligação.
54
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' 'U
'RV
'RT 'RS
' 'U
'RV
'RT 'RS
55
56
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No caso de juntas rebitadas sujeitas a esforços aplicados
excentricamente (não passando pelo C.G. da ligação),
determina-se a força em cada rebite da seguinte maneira:
1. Força em cada rebite devido a força F;
2. Força em cada rebite devido ao momento M e
3. Somatório dos efeitos da força normal e momento fletor.
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1) Força em cada rebite
devido a força F;
58
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A força “F” é absorvida igualmente por cada um dos
rebites:
'R 'RU
'RV F
W. X
'RT 'RS
'R = =
5
'R = 1ç $ 0 1
59#!
2) Força em cada rebite
devido ao M;
60
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Quanto ao efeito do momento M, admite-se que cada
rebite absorve um esforço proporcional à distância do
seu C.G. da ligação, e que este esforço é perpendicular
a reta que une o centro do rebite ao C.G. da ligação:
'Z 'ZU
YV =0
'ZV =0
W. X
'ZT 'ZS
61
'Z = 1ç $ 0 1 ## 1!
\! 1
\
'Z[ = ^ Y[
∑[ Y[
\! 2
\ = 'ZU × YU + 'Z × Y + 'ZV × YV + 'ZT × YT = 0
Sendo:
U = = V = T e YU = Y = YV = YT
62
31
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3) Somatório dos efeitos da
força normal e momento
fletor;
63
Somam-se, vetorialmente, os efeitos da força e do
momento para cada um dos rebites:
'Z
'RU
'R
'ZV = 0 'ZU
'RV
'RT
'RS
'ZT 'ZS
64
32
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Resultante: '[ = 'R[ + 'Z[
' 'U 'ZU
'Z
'RU
'R
'ZV = 0
'V = 'RV
'S
'RT 'ZS
'ZT 'RS
'T
65
• Regra do paralelogramo para soma de vetores
• Regra do triângulo para soma de vetores
C
B
C
• Lei dos cossenos:
R 2 = P 2 + Q 2 − 2 PQ cos B
B
R 2 = P 2 + Q 2 + 2 PQ cos B
r r r
R = P+Q
Original é (-), mas pôde mudar com o ângulo maior que 90 °.
• Lei dos senos:
senA senB senC
= =
Q R P 66
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Determinação do ângulo:
'ZU
' 'U
'Z
'R 'RU
'ZV = 0
'V = 'RV
'S
'RT 'ZS
'ZT 'RS
'T
67
Exercício 1
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Determine a máxima força F que pode ser
aplicada sabendo: '`a = 10 b5/#²
4`gZ = 24 b5/#²
4dÇf = 12 b5/#²
Vista em planta
cm
70
cm
35
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a) Ruptura por corte no rebite:
'U = ' = 'V
'U
'
' = =
'V 3,0
' 1 /3,0 1
& = × ≤ ̅ ⇒ 10 =
× 2,0²
×
2,0
= 188,50 b5
)
4,0
= 188,50 b5
71
5
b) Ruptura por tração: BARRA 4= ≤ 47
6
6ii = 15 − 2,0 × 2,0 × 1,0 = 11 #²
6ii 6jj
6jj = 15 − 2,0 × 1,0 = 13 #²
Seção A-A
12 = ⇒ = 132,0 b5
5 11
4= ≤ 47
6
Seção B-B
/3
12 = ⇒ = 468,0 b5
13 72
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5
b) Ruptura por tração: COBREJUNTA 4 = ≤ 47
6
6jj 6ii = 15 − 2,0 × 2,0 × 1,0 = 11 #²
6ii
6jj = 15 − 2,0 × 1,0 = 13 #²
Seção A-A
2/3
12 = ⇒ = 198,0 b5
5 11
4= ≤ 47
6
Seção B-B
12 = ⇒ = 156,0 b5
13 73
c) Ruptura por Cisalhamento:
(distância em relação a borda)
mn
74
37
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B
d) Ruptura por esmagamento: BARRA 4B = ≤ 47B
B
B ⇒ ℎ$ ×
Bii = 1,0 × 2,0 = 2 #²
Bjj = 1,0 × 2,0 = 2 #²
Seção A-A
/3
24 = ⇒ = 144,0 b5
2,0
B
4B = ≤ 47B
B
Seção B-B
/3
24 = ⇒ = 144,0 b5
2,0 75
B
d) Ruptura por esmagamento: COBREJUNTA 4B = ≤ 47B
B
B ⇒ ℎ$ ×
Bii = 0,5 × 2,0 = 1,0 #²
Bjj = 0,5 × 2,0 = 1,0 #²
Seção A-A 2 $>,
(/3)/2
24 = ⇒ = 144,0 b5
1,0
B
4B = ≤ 47B
B
Seção B-B 2 $>,
(/3)/2
24 = ⇒ = 144,0 b5
1,0 76
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Conclusão:
A ruptura se dará inicialmente por tração da barra
na seção A-A por 132,0 kN.
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Exercício 2
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39
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Determine a B: e 4Bop .
cm
Vista em planta
45 b5 45 b5
45 b5 45 b5
Vista em corte 79
Resolução:
Vista em planta
45 × 10 = 450 b5. #
45 b5
1) Análise devido ao efeito da
força;
+
2) Análise devido ao efeito do
momento fletor 80
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1) Análise devido ao feito da força;
'U
45 b5
'U = '
'
'U = 22,5 b5
45
' = = = = 22,5 b5
2,0 2,0
' = 22,5 b5
81
2) Análise devido ao efeito do momento fletor
'U 45 × 10 = 450 b5. #
'
\! 1 \! 2
\ \ = 'ZU × YU + 'Z × Y = 0
'Z[ = ^ Y[
∑[ Y[ Sendo: 'U = '
82
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2) Análise devido ao efeito do momento fletor
'U 45 × 10 = 450 b5. #
13
\! 1
Y[ = = 6,5 #
' 2
^
q Y[ = 6,5 + 6,5 = 84,5 #²
[
\ \ 450
'ZU = Y[ = YU = × 6,5 = 34,62 b5
∑^[ Y[ 84,5 84,5
\ \ 450
'Z = Y[ = 84,5 Y = 84,5 × 6,5 = 34,62 b5
∑^[Y[
83
2) Análise devido ao efeito do momento fletor
'U 45 × 10 = 450 b5. #
'
\! 2
Sendo: 'U = '
\ = 'ZU × YU + 'Z × Y ⇒ M = 'ZU × YU + 'ZU × Y
450 = 'ZU × 6,5 + 'ZU × 6,5 ⇒ 'ZU = 'Z = 34,62 b584
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Somatória dos efeitos:
+
stu = vv, wxy stu = z{, |v xy
stv = vv, w xy stv = z{, |v xy
stu = uv, uv xy
stv = w}, uv xy 85
Determinação: B: e 4Bop .:
' 1 57,12 1
B: = × ⇒ × ≅ 9,10 b5/#²
) × 2,0² 2,0
4,0
Ruptura por esmagamento: BARRA
B 57,12
4B = ⇒ 4B = ⇒ 4B = 28,55 b5/#²
B 1,0 × 2,0
Ruptura por esmagamento: COBREJUNTA
B 57,12/2
4B = ⇒ 4B = ⇒ 4B = 14,28 b5/#²
B 1,0 × 2,0
86
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FIM
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