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Módulo 2 Neurobiologia Dos Processos Relativos Às Emoções e A Influência Dela Na Aprendizagem - Aula 2

O documento explora a neurobiologia das emoções e sua influência no processo de ensino-aprendizagem, destacando a importância do cérebro na formação de sinapses e na memória. A neuroplasticidade é apresentada como um mecanismo adaptativo que permite ao cérebro modificar suas conexões em resposta a experiências e emoções. Além disso, as emoções são discutidas como fatores cruciais que impactam a motivação e o engajamento dos alunos, afetando diretamente suas funções cognitivas e o clima educacional.

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Módulo 2 Neurobiologia Dos Processos Relativos Às Emoções e A Influência Dela Na Aprendizagem - Aula 2

O documento explora a neurobiologia das emoções e sua influência no processo de ensino-aprendizagem, destacando a importância do cérebro na formação de sinapses e na memória. A neuroplasticidade é apresentada como um mecanismo adaptativo que permite ao cérebro modificar suas conexões em resposta a experiências e emoções. Além disso, as emoções são discutidas como fatores cruciais que impactam a motivação e o engajamento dos alunos, afetando diretamente suas funções cognitivas e o clima educacional.

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Módulo 2

Neurobiologia dos
processos relativos às
emoções e a influência
dela na aprendizagem

O papel do cérebro no processo ensino-aprendizagem


N o sentido de aprimorar nossa prática docente, é significativo considerar como a Neurociência pode
contribuir para ampliar nossa compreensão acerca do processo ensino-aprendizagem. Há 2  300 anos,
Hipócrates já afirmava que o encéfalo era o órgão responsável pelas diversas emoções que o ser humano
experiencia (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2002), contrapondo-se às ideias de que outros órgãos, como
coração, fígado e útero, eram responsáveis por emoções e pensamentos humanos e sinalizando a impor-
tância do cérebro para esses processos.
No século XIX, a Neurociência começou a ser organizada a partir da contribuição de diversas áreas,
como Psicologia, Matemática, Biologia, Química, Engenharia, Artes, Linguística e Computação. Desde então,
essa ciência tem contribuído para muitos campos de estudo, incluindo a Educação.

shutterstock

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Projeto de Vida ○ Módulo 2

Do ponto de vista
neurobiológico, aprendizagem
significa adquirir novas
habilidades.
Assim, subsídios relevantes para a docência são fornecidos por meio de indagações
a respeito de como o cérebro contribui para a aprendizagem, pois tais questionamentos
têm aprimorado o conhecimento acerca das bases neurofisiológicas desse processo,
além de proporcionarem melhor compreensão da memória, da aquisição da linguagem
e da escrita, da atenção e das emoções.
Contudo, é necessário destacar que as descobertas recentes da Neurociência
não atribuem às questões fisiológicas um papel preponderante na aprendizagem. Os
neurocientistas já comprovaram que a atividade cerebral depende intimamente dos
aspectos ambientais, ou seja, das interações que o indivíduo estabelece com seu meio
social e cultural. Pesquisas demonstraram, por exemplo, a influência da música e de
outras artes no desenvolvimento cerebral. Além disso, no que tange às emoções, há
evidências de que ameaças no ambiente escolar podem prejudicar as conexões ocor-
ridas no cérebro, afetando a aprendizagem.
O início do desenvolvimento cerebral se dá ainda na fase embrionária, cerca de
duas semanas após a concepção, e as células nervosas, denominadas neurônios, são
produzidas entre o quarto e o sexto mês de gestação, migrando posteriormente para
regiões específicas. Após o nascimento, as experiências sensoriais do bebê, como aquelas
advindas do toque e dos sabores que ele experimenta, fazem os neurônios formarem
ligações eletroquímicas, denominadas sinapses. Dessa forma, o cérebro é um conjunto
multifuncional de sistemas interligados por redes neurais que combina neurônios para
a formação de diferentes associações mentais e modifica-se ao longo de toda a vida.
As sinapses estão intimamente relacionadas à aprendizagem, integradas às emo-
ções e às cognições. Isso ocorre pois, a partir da interação com o ambiente, o sistema
nervoso processa novas informações, criando, fortalecendo e enfraquecendo sinap-
ses. Por exemplo, o aperfeiçoamento da leitura implica o fortalecimento de algumas
sinapses, aumentando sua velocidade de processamento e execução.
Além disso, recentes pesquisas neurocientíficas mostraram que o cérebro adulto
mantém a capacidade de produzir novos neurônios, ainda que de maneira reduzida
em relação a um jovem, os quais apresentam alguma capacidade de regeneração, ex-
plicando, em certa medida, a capacidade humana para aprender, mesmo nos estágios
de amadurecimento mais avançados.
Portanto, habilidades cognitivas como memória, linguagem, atenção e capacidade
de ensinar e aprender relacionam-se diretamente com a atividade neuronal, cujas cone-
xões se mantêm por meio da sua utilização na interação com o mundo (AMARAL, 2007).
O encéfalo humano é dividido em cinco regiões, que acomodam os circuitos
responsáveis pela tomada de decisão, pela memória recente, pela visão, pela audição,
pelo senso de localização, entre outras funções. Composto de cerca de 86 bilhões de
neurônios, esse sistema tem a capacidade de estabelecer sinapses cujas conexões se
estabelecem a partir das experiências do indivíduo. Nesse sentido, aprender consiste
em criar conexões e fortalecê-las.

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Projeto de Vida ○ Módulo 2

Do ponto de vista neurobiológico, aprendizagem significa adquirir novas habilida-


des, envolvendo aquelas de ordem psicomotora, atitudes e conhecimentos. Para tanto,
aprender algo depende da capacidade de adquirir e armazenar informações (LENT, 2011).
Aqui, vale mencionar que a memória consiste em um conjunto de processos neuropsi-
cológicos no qual recebemos, armazenamos, consolidamos e evocamos informações,
sendo fundamental para o aprendizado. Ou seja, a aquisição de conhecimentos ocorre
a partir da aprendizagem, sendo a memória a responsável pelo processamento, pelo
armazenamento e, posteriormente, pela recuperação dessas informações, o que indica
a estreita relação entre esses dois processos.
Há diferentes tipos de memória, as de curto e as de longo prazo, as quais são mol-
dadas pelas emoções e pela consciência. O processo de aprendizagem é compreendido
pelas memórias de longo prazo.

Memórias de longo prazo


Contemplam desde o resgate cons-
Memórias de curto prazo ciente de um fato, como um episódio vi-
Mantidas por segundos, ou poucos venciado, até a habilidade de realizar uma
minutos, aplicam-se na manipulação de atividade que, nas primeiras tentativas,
um conjunto limitado de informações por exigirá algum esforço consciente, mas,
algum tempo, por exemplo, decorar um posteriormente, não requer uma lembrança
número de telefone. intencional da experiência, como o ato de
dirigir um carro.

Com isso, compreendemos que o cérebro é uma estrutura dinâmica, constituído


por redes neurais que se modificam e se adaptam a partir das nossas interações com
nosso entorno. Assim, as interações que temos com o mundo a nossa volta, como as
relações interpessoais, as leituras, os materiais de estudo etc., não podem ser encaradas
de modo desassociado de nosso organismo.
Por fim, os neurônios se renovam e estabelecem novas conexões em razão da
capacidade adaptativa do sistema nervoso, a qual se relaciona ao processo denominado
neuroplasticidade (LENT, 2018).

Neuroplasticidade é uma mudança adaptativa do sistema nervoso que reor-


ganiza seus circuitos neurais com base em aprendizagens e novas experiências. Por
meio dela, são formadas novas conexões sinápticas, o que permite que o cérebro
atue de maneira maleável, adaptando-se às mudanças. Essa adaptação envolve
pensamentos, emoções e comportamentos e é fundamental para a aprendizagem.

Por meio da neuroplasticidade, somos capazes de aprender habilidades como


a leitura, a elaboração de estratégias a partir de nossas experiências, a inibição de
comportamentos não aceitos socialmente e, ainda, a compreensão das emoções do
outro, aspecto que será abordado a seguir.

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Projeto de Vida ○ Módulo 2

A importância das emoções para o


processo ensino-aprendizagem

T emos abordado a importância das habilidades socioemocionais para a


Educação, em consonância com a Base Nacional Comum Curricular. Também
refletimos acerca de nosso papel como mediadores e orientadores do Projeto de
Vida por meio de contextos híbridos de aprendizagem, adotando metodologias
ativas como recursos auxiliares. Complementando as reflexões apresentadas
anteriormente sobre a importância da afetividade para o processo ensino-apren-
dizagem, consideramos relevante discutir agora as bases que fundamentam a
relação entre os aspectos emocionais do conhecimento e da aprendizagem.

No ser humano, ao longo da sua evolução, e na criança, ao longo da sua trajetória


desenvolvimental, todas as ações e pensamentos (como sinônimo de cognição) são
coloridas pela emoção (FONSECA, 2016, p. 166).

O estudo das emoções é realizado há anos pela Psicologia, havendo pouco


consenso entre as diferentes abordagens que se propuseram a investigar esse
fenômeno. Elas foram analisadas por muito tempo em oposição à razão, posição
que vem sendo questionada recentemente, principalmente a partir da década
de 1990, considerada a “década do cérebro”, em virtude do aumento expres-
sivo de pesquisas na área. A Neurociência tem buscado melhor compreender
como a emoção impacta os processos de raciocínio e de tomada de decisão,
questões que podem auxiliar nossa atuação como professores orientadores
de projetos de vida.

Afinal, o que é emoção?

Sabemos identificar quando, ao reagir a uma situação de perigo ou ao


enrubescer diante de um constrangimento, estamos expressando emoções,
mas explicar e definir emoção é uma tarefa complexa. Para Damásio (1994;
2000), emoções são sistemas de reações corporais desencadeadas por certo
evento, promovendo alterações de ordem fisiológica e comportamental que
muitas vezes são observadas por outras pessoas. Assim, as reações orgânicas
presentes na emoção fogem ao nosso controle, sendo, portanto, consideradas
fenômenos involuntários.

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Projeto de Vida ○ Módulo 2

Esse neurocientista diferencia essas reações automáticas adaptativas, que


nosso corpo emite diante de uma situação perigosa, daquelas denominadas
sensações de emoção, as quais demandam níveis mais apurados de consciên-
cia e proporcionam estratégias mais amplas de proteção à sobrevivência. As
sensações de emoção caracterizam-se pela percepção consciente e parcial das
emoções, visto que percebemos apenas parte das alterações fisiológicas, como
tremores, sudorese e palpitação. Por exemplo, a noção do perigo que um animal
venenoso representa pode nos fazer manifestar reações antecipadas de fuga.
Nesse caso, sentir os estados emocionais diante do perigo equivale a afirmar
que temos consciência das nossas emoções, proporcionando-nos flexibilidade
de respostas a partir das interações que estabelecemos com o meio em nossa
história de vida (DAMÁSIO, 2000).
O mesmo autor confirmou, por meio de seus estudos, que a emoção
auxilia no raciocínio, diferentemente do que se acreditava até então. Assim, as
interações características do ambiente educacional podem contribuir para o
que ele denominou sentimento de fundo, ou clima da sala de aula, que afeta
diretamente o processo ensino-aprendizagem. O autor explica que as emoções
básicas, consideradas comuns aos seres humanos, como alegria, tristeza, medo,
raiva, surpresa e repugnância, acometem-nos em situações específicas, podendo
até ser compartilhadas entre membros do mesmo grupo.
Entretanto, tais emoções têm caráter fugaz, cedendo espaço às emoções
de fundo, que definem a atmosfera dos espaços educativos. Essas emoções de
fundo são classificadas pelo pesquisador em irritação, tensão, desânimo, entu-
siasmo, abatimento ou animação. Para ele, essas emoções emergem em certas
condições a que somos submetidos, como cansaço, fadiga, estresse e falta de
sono, ou nas interações que estabelecemos com o meio social. Quando essas
emoções persistem, tornando-se mais frequentes ou contínuas, passam a ser
denominadas humor, ou seja, a persistência de uma emoção de fundo geraria o
humor. Esses humores são os responsáveis pelo clima do espaço educacional,
que pode ser acolhedor ou turbulento para seus membros.

É interessante refletirmos como esses conceitos abor-


dados por Damásio (2000) relacionam-se com a nossa prá-
tica. Assim, cabe pensar como esse clima pode influenciar
o processo ensino-aprendizagem, relacionando-o com os
movimentos de aproximação ou afastamento abordados
freepik

anteriormente.

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Projeto de Vida ○ Módulo 2

Também é importante retomar a reflexão exposta no início deste tópico,


acerca da oposição entre a emoção e a razão e sobre quanto a emoção pode
auxiliar no raciocínio. Para fundamentar tais questões, é interessante conside-
rarmos o papel desempenhado pelas emoções na comunicação de significados
com o outro e na orientação cognitiva. Desse modo, a relação entre emoção
e cognição engloba não só as emoções básicas, mas também os sentimentos
de fundo e os humores (SANTOS, 2007).

Emoções Sentimentos
básicas de fundo
São automáticas e Quando persistentes, são
comumente envolvem compreendidos como
situações extremas que humor, contribuindo ou
afetam o indivíduo; desse atuando como um obstáculo
modo, costumam ser mais para a adoção de atitudes
perceptíveis a um observador e posicionamentos no
externo. ambiente escolar.

Portanto, os sentimentos de fundo que permeiam o contexto educativo


influenciam a motivação para o estudo e exigem de nós, professores, a reavalia-
ção constante de nossas práticas, de maneira que possamos identificar o efeito
delas sobre o comportamento dos alunos. Além disso, as emoções de fundo
positivas, ou seja, aquelas que favorecem a aproximação e são responsáveis por
um clima de empatia, respeito e confiança, podem favorecer o engajamento
dos alunos nas atividades propostas e contribuir para que compreendam a re-
levância desta unidade curricular para sua vida e seu futuro como profissionais
e cidadãos eticamente responsáveis.
Finalmente, tais emoções também são fundamentais para nortear as rela-
ções interpessoais que se estabelecem nesse contexto, auxiliando no compar-
tilhamento de sentimentos e emoções que emergirão das reflexões propostas
ao longo do desenvolvimento dos projetos de vida.

NOTAS












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Projeto de Vida ○ Módulo 2

A relação entre emoção e aprendizagem de


fr ee
pik acordo com a Neurociência

A s funções emocionais nos seres humanos estão ligadas ao sistema límbico,

O desconforto uma região profunda e central do cérebro. Ainda que as emoções ocorram em todo
o cérebro, e não unicamente no sistema límbico, ele integra estruturas nervosas

emocional fundamentais para a memória e a aprendizagem, estabelecendo interligações com


as funções cognitivas e executivas. Fonseca (2016) ressalta que essa região afeta a

no contexto
sobrevivência, a adaptabilidade, a sociabilidade e, principalmente, a aprendizagem,
tanto em aspectos positivos quanto negativos.
Segundo o autor, as emoções impactam diretamente o nível motivacional e o
educacional engajamento dos alunos, contribuindo para que as funções cognitivas e executivas
operem de maneira integrada. Adicionalmente, o desenvolvimento de competências
pode resultar e habilidades são influenciados pela experiência emocional advinda do processo
ensino-aprendizagem, uma vez que são estabelecidos circuitos neuronais no cérebro
em emoções do indivíduo nessa situação.
Assim, o desconforto emocional no contexto educacional pode resultar em
de ameaça emoções de ameaça, relacionadas ao medo e à insegurança, bloqueando funções
cognitivas importantes, como a retenção de informações, a tomada de decisão, a

relacionadas execução, o monitoramento e a verificação, e comprometendo o funcionamento


mental (FONSECA, 2016).

ao medo e à Isso ocorre pois, em circunstâncias de ameaça, opressão, humilhação ou des-


valorização, o sistema límbico bloqueia o funcionamento das estruturas nervosas,

insegurança, prejudicando as funções cognitivas das quais derivariam capacidades como a reso-
lução de problemas. Respostas fisiológicas como ritmo cardíaco acelerado, aumento

bloqueando da pressão sanguínea, sudorese e respiração ofegante e ansiosa disparam sinais de


alerta, podendo alterar fluxos hormonais e de neurotransmissores, como a seroto-
nina e a dopamina. Essas respostas de alerta interferem no nível de atenção e de
funções processamento de informação, prejudicando as funções executivas.
Por isso, tem-se reconhecido a concepção de que os estados emocionais inter-
cognitivas. ferem diretamente nos processos mentais complexos, como a tomada de decisão
e a monitoração executiva de comportamentos. Desse modo, diante de situações
como a reflexão durante a resolução de uma prova, reações emocionais são aciona-
das, baseadas em expectativas pessoais acerca de soluções dadas no passado e de
nossas experiências. Tais reações relacionam-se também com aspectos históricos
autobiográficos. Nesse sentido, aprendemos com resultados passados e regulamos
comportamentos futuros com base neles, evidenciando a relação existente entre
emoção e cognição e entre esta e a motivação (FONSECA, 2016).
Portanto, é importante que possamos proporcionar situações de aprendizagem
pautadas em um clima de segurança, empatia, cuidado, respeito e conforto para
os alunos na orientação de seus projetos de vida. Também no que diz respeito aos
aspectos neurológicos, o cérebro juvenil imaturo demanda a segurança do cérebro
adulto amadurecido para que possa “assumir riscos, incluindo o de cometer erros e de
engendrar inadaptações iniciais às tarefas ou aos problemas propostos” (FONSECA,
2016, p. 368). Assim, o clima de segurança afetiva proporciona condições para que
o cérebro funcione adequadamente, fazendo as emoções favorecerem os aspectos
cognitivos demandados no processo ensino-aprendizagem.

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Projeto de Vida ○ Módulo 2

Contribuições da Neurociência às práticas docentes


C ompreender a relação das emoções com os processos cognitivos pode proporcionar melhores condições de aprendiza-
gem, na medida em que refletimos e repensamos nossas práticas visando ao favorecimento da educação socioemocional.
Fonseca (2016) apresenta algumas estratégias que podemos adotar no intuito de favorecer a sinergia entre aspectos emo-
cionais e cognitivos no contexto escolar, as quais estão elencadas a seguir.

Fomentar conexões emocionais com Proporcionar condições para o Gerir intencional e


o que será aprendido, planejando desenvolvimento da criatividade e ativamente o clima
Estratégia
condições para que os alunos parti- do pensamento intuitivo e crítico emocional e social
cipem ativamente. dos alunos. dos alunos.

O cérebro tende a preservar conteúdos Dar aos alunos a oportunidade de for- As interações que esta-
que tenham sido adquiridos por meio mular perguntas e avaliar diferentes belecemos favorecem a
de conexões emocionais. Assim, sele- possibilidades de solução para os pro- transmissão e a recep-
cionar material relevante para os alunos blemas favorece o pensamento analítico ção de valores com-
em seus contextos pode favorecer es- e o aprofundamento do conhecimento partilhados por uma
sas conexões, ampliando as chances de compartilhado. Tais recursos permitem sociedade, os quais são
alcançar uma aprendizagem que faça o estabelecimento de generalizações de essenciais para o de-
sentido para eles e que possa contribuir conceitos e estratégias da vida acadê- senvolvimento de pro-
Por quê? positivamente para a sociedade. mica para situações da vida cotidiana, jetos de vida eticamente
o que é fundamental para o desenvol- responsáveis.
vimento dos projetos de vida. Também
é importante que as escolas priorizem a
intuição e a emoção, neurologicamente
fundamentais para a aprendizagem, vi-
sando à ampliação de aprendizagens sig-
nificativas que fortaleçam a memória de
longo prazo.

Essa ação pode ser realizada de maneira Uma ação que pode favorecer o desen- Para isso, pode-se pla-
cooperativa, incentivando a participação volvimento da habilidade de formular nejar ações pedagógicas
dos alunos na escolha de temas ou tópicos perguntas é, antes de apresentar um que fortaleçam um am-
de pesquisa em pequenos grupos, com conceito ou uma explicação, levantar biente social equilibrado,
base em interesses comuns compartilha- questões sobre o tema e aplicá-las na seguro e agradável, des-
dos, culminando em uma apresentação, explanação, valorizando e modelando, pertando nos alunos o
por exemplo. É importante auxiliarmos assim, a contribuição dos alunos. sentimento de acolhi-
Como?
no aprofundamento e na identificação mento e segurança para
da relevância das temáticas, relacionan- expressar suas emoções
do-as com situações concretas da vida e contribuindo, assim,
dos jovens. Para isso, é interessante pla- para o desenvolvimento
nejarmos interações, incluindo as que de competências socio-
ocorrem on-line, que favoreçam o clima emocionais.
de segurança e pertencimento.

Munidos dessas estratégias e dos conhecimentos aqui discutidos, é possível incrementar nossa prática docente, inte-
grando o campo das emoções à aprendizagem. Assim, a escola pode proporcionar experiências de aprendizagem cada vez
melhores, relevantes e significativas para o futuro dos alunos.

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