01 Apostila - Liderança e Motivação
01 Apostila - Liderança e Motivação
Adicionalmente, qualquer problema com sua turma/curso deve ser resolvido, em primeira
instância, pela secretaria de sua unidade. Caso você não tenha obtido, junto a sua
secretaria, as orientações e os esclarecimentos necessários, utilize o canal institucional da
Ouvidoria.
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SUMÁRIO
2. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3
2.1 COMUNICAÇÃO – COMO MELHORAR .................................................................. 4
2.2 DOIS IMPORTANTES MOMENTOS DA COMUNICAÇÃO: INTRAPESSOAL E
INTERPESSOAL .................................................................................................. 10
2.3 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL .................................................................. 12
2.4 A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ....................... 13
2.5 A COMUNICAÇÃO E SEUS POSSÍVEIS IMPACTOS NOS RESULTADOS ................... 14
2.6 COMO A NEUROCIÊNCIA PODE NOS AJUDAR .................................................... 17
2.7 A NEUROCIÊNCIA E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS LÍDERES .......................... 18
2.8 EU E MEU CÉREBRO ...................................................................................... 23
2.9 COMO ENTENDER CULTURA ORGANIZACIONAL ................................................. 29
4. FILMOGRAFIA ............................................................................................... 34
5. DINÂMICAS .................................................................................................. 35
5.1 A HISTÓRIA DA “MÁQUINA REGISTRADORA” .................................................... 35
5.2 OUVIR E SER OUVIDO ................................................................................... 36
5.3 IMPORTANTES CUIDADOS AO DAR FEEDBACK ................................................. 40
5.4 COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ...................................................................... 41
5.5 LIDERANÇA – AVALIE SEU DESEMPENHO COMO LÍDER ...................................... 42
5.6 APRENDA A RECEBER FEEDBACK .................................................................... 45
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1. PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.1 Ementa
Mudanças Comportamentais. Gestão do autoconhecimento. Tipologia comportamental e
autoconhecimento. Aprendizagem e comportamento organizacional. O líder como
educador. Processos de Comunicação. Comunicação Interpessoal. Canais de comunicação
formais e informais. Motivação. Aspectos conceituais e teorias motivacionais. Liderança
como essência da gestão. Líder coach versus líder mentor. Competências e
desenvolvimento de liderança. Formação e desenvolvimento de equipes.
1.3 Objetivos
Permitir um olhar crítico sobre atuais práticas de gestão de pessoas identificando, à luz
de referenciais teóricos e práticos, aquilo que pode ser melhorado no gerenciamento de
pessoas e equipes.
1.5 Metodologia
A abordagem conceitual será contextualizada com estudos de casos, debates, trabalhos
individuais e em grupos. O sentimento de pertencimento será possibilitado através de
discussões de situações vivenciadas pelos próprios participantes, levando, desta maneira
à construção do vínculo entre a teoria e suas respectivas práticas.
O trabalho deverá ser realizado individualmente e entregue até a data estipulada. Para a
sua realização poderão ser consultados materiais entregues em aula e outras fontes que
o aluno tenha acesso, desde que sejam fontes confiáveis.
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ROCK, David. Liderança Tranquila: Não diga aos outros o que fazer: Ensine-os a pensar.
Tradução: Marcia Nascentes. Rio de Janeiro: Elsevier.
BORDENAVE, Juan E. Diaz. Além dos Meios e Mensagens. Petrópolis: Editora Vozes.
SALIM, Ismael; MICHAEL, Malone; YURI, Van. Organizações Exponenciais. Editora: HSM.
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2. INTRODUÇÃO
Trazemos na nossa essência o cerne da comunicação. Somos seres que se comunicam,
ou tentam. Nossa sobrevivência depende, em muito, da nossa capacidade de nos
comunicarmos. E, embora vivamos na era da internet, do skype, do msn e outros, ou
seja, embora possamos contar, hoje, com a tecnologia a nosso favor, isto não significa
que nossa capacidade de nos comunicarmos tenha melhorado. O que a tecnologia
permite é encurtar, e muito, as distâncias mas a competência para se fazer entender
ainda depende muito de cada um de nós, de como nos dispomos a ouvir, do quanto nos
esforçamos para sermos claros, do quanto temos desenvolvida a nossa percepção.
Um primeiro pressuposto básico é que a comunicação não se faz somente com palavras.
Sabemos hoje que apenas uma pequena parte dos nossos pensamentos são comunicados
através de palavras. Uma quantidade maior é transmitida através de sinais
paralinguísticos, tal como a entonação da voz. E uma parte maior ainda é transmitida
através de sinais do corpo, por exemplo, o olhar, a postura do corpo. Estes aspectos
serão melhores explorados. Seja como for, é necessário termos em mente que, sozinha a
tecnologia não dá conta de tornar a comunicação um processo preciso, sem ruídos. Aliás,
veremos que os ruídos são os principais interferentes nesse processo todo.
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Vamos conhecer melhor cada ação e avaliar o que pode deixar de ser mito e se
transformar em realidade no seu ambiente de trabalho, utilizando estratégias e ações
que têm como foco o ser humano e o seu potencial, tornando a sua organização cada vez
melhor.
Entender o que se espera do papel de um líder é fundamental para que a pessoa que
assume tal responsabilidade possa exercer plenamente seu propósito e sentir-se
contribuindo para o crescimento, tanto da organização onde está inserido, como
contribuindo para o desenvolvimento próprio e da equipe que está sob sua batuta.
Este entendimento é peça fundante para que o líder, tal qual um maestro, possa
orquestrar o maior número de variáveis possíveis rumo à busca do objetivo que lhe fora
conferido.
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Num processo de comunicação pelo menos dois atores são importantes e participantes: o
emissor, aquele que emite a mensagem e o receptor, aquele que está recebendo a
mensagem. Os dois são muito importantes nesse processo mas a atenção maior acaba
recaindo sobre o emissor. Mas tanto um quanto outro interferem no processo e tal
interferência pode ser positiva ou não. Podem favorecer os entendimentos ou prejudica-
los.
Mas ao falar de escuta ativa não estamos nos referindo somente ao receptor, aquele que
está ouvindo a mensagem, pois nesse processo de mão dupla os papeis são alternados,
ou seja, ora o emissor está emitindo a mensagem ora está recebendo feedback daqueles
que estão recebendo a mensagem.
Vamos lembrar que comunicação perfeita não existe. O que existe é o esforço para
atingi-la. E esse esforço deve ser contínuo pois a comunicação que atinge bons
resultados em uma determinada situação poderá não obter em outras. E é o emissor
quem deve se preocupar com isso.
Quando dizemos que escuta ativa é uma competência estamos dizendo que, como
competência ela pode ser desenvolvida. Não estamos fadados a colher resultados pífios
nos nossos processos de comunicação. Podemos sim, e devemos refletir sobre como
podemos melhorar e começar a praticar os comportamentos favoráveis ao processo.
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Pode ocorrer às vezes que o assunto seja do interesse dos interlocutores mas a forma
com a qual esteja sendo transmitido seja inadequada, pode ser visto como arrogante,
usando termos desconhecidos, siglas que não seja conhecida, uma gesticulação
exagerada, palavras agressivas ou de cunho pejorativo. O conteúdo da comunicação
pode ser totalmente contaminado pela forma inadequada de conduzi-la.
É importante saber que, num processo de comunicação, aquilo que não é dito pode
comunicar mais do que aquilo que está sendo verbalizado. Os silêncios, as pausas, a
entonação de voz, as entrelinhas, tudo isso compõe e está presente num momento de
comunicação.
Durante uma conversa faz todo o sentido prestar a atenção aos nomes das pessoas, pois
demonstrar esquecimento em relação a isso pode parecer grosseiro. Se for o caso, anote,
pois essa é uma informação importante. Ao se referir a alguém pelo seu respectivo nome
faz com que a pessoa tenha um comportamento de abertura ao que ouvirá em seguida,
prepara a pessoa de um jeito favorável. Anote informações outras que sejam
importantes também em formato de tópicos, expressões-chave, nomes técnicos que
ajudarão a relembrar o que fora conversado.
Ouvir depende muito dos pensamentos que estão ocorrendo no nosso cérebro no
momento da comunicação, que podem nos deixar abertos ou construir uma barreira para
as informações. O que acontece internamente é decisivo pois é construído a partir dos
valores, dos pressupostos e podem funcionar como ruídos. Dominar esses pensamentos
ou direciona-los a favor da comunicação é um exercício necessário e que pode ser
decisivo no comprometimento que terei como consequência da comunicação.
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Bem, outra atenção que devemos ter é em relação ao tempo que cada um precisa para
entender o que está sendo dito. Esses tempos podem não ser os mesmos e nesse caso é
necessária paciência para acompanhar as diferenças. Falar muito devagar ou muito
depressa também pode comprometer o entendimento. É preciso adequar a velocidade da
fala de acordo com o público participante.
Para se certificar de que a mensagem foi bem emitida é preciso verificar possíveis
dúvidas deixadas nos interlocutores. Não é uma boa prática, ao final da conversa
perguntar: “vocês têm alguma dúvida?” ou “Vocês ficaram com alguma dúvida?”. Apesar
de ser bem comum esse tipo de questionamento, nem sempre ele fornece o melhor
resultado pois nesse caso a responsabilidade do entendimento recai sobre o ouvinte. E
daí, por timidez, vergonha, insegurança ou vaidade dificilmente as pessoas vão declarar
alguma dúvida. O melhor é conduzir a questão da seguinte forma: “deixei alguma
dúvida?” ou “passe muito rápido por algum ponto que gostariam de retomar?”. Dito
dessa forma a probabilidade da pessoa se pronunciar aumenta, pois, a responsabilidade
do entendimento recai sobre o emissor. Isso pode ajudar a chegar a um resultado mais
verídico.
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Além disso, para complementar tal verificação pode ajudar usar o recurso do
parafraseamento. Ou seja “se eu pudesse resumir o que você disse eu poderia dizer
que...” ou “você quis dizer com isso que....”. Outra forma é solicitar que os participantes
o ajude a resumir o que foi dito citando pontos importantes. Essa construção conjunta é
bem interessante e costuma envolver todos os participantes, mesmo aqueles mais
tímidos.
Prestar atenção aos sinais que o interlocutor está enviando, seja verbal ou não-verbal,
pode ser a diferença entre um bom ou um péssimo processo de comunicação. Não é raro
encontrar em empresas profissionais fazendo palestras ou apresentando
dados/informações estando de costas para as pessoas e olhando para os slides. Isso é
um equívoco grotesto. Quem precisa do seu olhar são as pessoas e não o power point,
com sua expressiva planilha de excel. Isso demonstra insegurança, despreparo, falta de
consideração com quem está ouvindo e não permite que o interlocutor se comunique
com o emissor. O feedback, essa forma ativa de participação, tão importante nessas
situações, acaba sendo um recurso não utilizado. O feedback fornece informações
complementares sobre as reações em relação ao que foi ou está sendo emitido.
Isso também é importante em casos de comunicação longa e que seja feita no final do
dia, quando os ouvintes já estão cansados. Nessa situação o contato visual vai ajudar a
verificar expressões de cansaços e indica que o emissor deve tomar alguma providência:
provocar que as pessoas se movimentem, deve mudar o uso do recurso que está usando
(vídeo, filme, dinâmica), para estimular a circulação e aumentar o estímulo de presença
do envolvido.
É claro que tudo isso é possível em situações de contato pessoal, o que não acontece em
contatos por telefone, por exemplo. Nesse caso o cuidado deve redobrar. Seja simpático
e demonstre disponibilidade com o interlocutor, pois ele não vai contar com o seu olhar,
com seus recursos não-visuais. E então, a entonação de voz se torna ainda mais
importante e pedir feedback passa a ser imprescindível e não uma opção. Falar pelo
telefone comendo, fumando, mascando chiclete pode comprometer o entendimento do
outro lado, assim como falar muito baixo ou muito alto.
Todo processo de comunicação deve ser preparado, planejado e também avaliado após
acontecer. Pensar em formas de melhorar a forma de falar com determinada pessoa ou
pessoas, como favorecer a comunicação é tão importante quanto refletir após a
comunicação sobre o resultado. Entender o que fez obter um bom resultado ou um
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Qualquer contato com os interlocutores deve ser feito com muito respeito, muito
cuidado, com muita empatia, sem tirar conclusões de maneira precipitada. Um bom
direcionamento sobre como exercer e deixar evidente esse comportamento é ser
transparente em relação às informações, problemas, soluções, indicações, ou seja
municiar seu interlocutor com todas as informações que ele precisa e tem direito e
sempre com muita sinceridade, pois verdades são sempre mais efetivas quando se trata
de construir novos relacionamentos ou amalgamar relacionamentos antigos.
Deve-se evitar, mais do que nunca, piadinhas de cunho religioso, preconceituoso, sexual,
misógino etc. Na dúvida, nem piadinha com time de futebol deverá ser feita. Esteja certo
do efeito que causará a piada no contexto e na plateia envolvida.
Outro cuidado bastante importante é adequar o conteúdo a ser discutido com o tempo
disponível para isso. Não respeitar essa condição pode comprometer o resultado, pois se
tentar dar informações em excesso, de maneira corrida e sobrepondo informações, o que
vai acontecer é que o ouvinte não conseguirá absorver todo o conteúdo e poderão ficar
com uma quantidade de dúvidas maior do que ficariam se tivessem recebido a
quantidade adequada de informações que pudessem absorver, refletir e discutir sobre o
significado.
Bem, podemos concluir que para conduzir um bom processo de comunicação interpessoal
não basta ter bom conhecimento técnico sobre o assunto. Isso é condição necessária
mas não é suficiente. Além desse conhecimento técnico é preciso saber adequar os
comportamentos envolvidos num processo como esse. Não são comportamentos
automáticos, são aprendidos e devem ser praticados para serem absorvidos e
incorporados de maneira automática. Só assim, disponibilizaremos nossa atenção para o
conteúdo da fala e não na sua forma. Isso tornará mais fácil e agradável nossos
momentos de contatos e os desafios para a condução de qualquer comunicação.
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Os especialistas nos dizem que o primeiro passo rumo a uma comunicação interpessoal
eficaz é saber para quem é que se vai falar. Quem será ou serão os interlocutores, os
receptores da mensagem. Pois de nada adianta uma boa apresentação, com conteúdo e
estruturação se o público que receberá não estiver de acordo, ou seja, se o tema e seu
conteúdo não for do interesse de quem estiver recebendo.
Nesse momento também é o momento de estudar o assunto, ler o que já foi dito a
respeito, procurar informações atualizadas, verificar a confiabilidade das fontes
consultadas, enfim, apreender sobre o tema, o máximo possível. Conhecer
profundamente o tema que será tratado vai deixar o emissor mais confiante e isso, com
certeza, será percebido pelos receptores.
Com o tema apreendido é o momento de formatar o material, decidir de que forma será
apresentado, quais recursos serão utilizados, quais as dinâmicas serão usadas no sentido
de manter a atenção dos receptores. Estruturar a apresentação significa desenhar um
mapa mental, sequencial do conteúdo. A seguir, é necessário exercitar a apresentação
para estar pronto para adequar o conteúdo ao tempo disponível para a apresentação. Um
bom exercício é fazer uma caminhada fazendo a apresentação. Não se iniba, fale alto,
exercite os gestos, treine as expressões faciais. Perceba nesse momento os pontos nos
quais ainda persistem dúvidas, prepare-se melhor para abordá-los. Isso fará com que
sua apresentação esteja mais consistente no momento da interpessoal e você ficará
muito mais confiante para conduzi-la.
Ter dificuldade para se comunicar é algo também bastante comum, muitas vezes por
timidez. E, nesse caso, o treino na intrapessoal é ainda mais importante. E a frequência
do treino vai colocando a timidez num lugar menor, não que a pessoa deixará de ser
tímida mas vai conseguir lidar melhor com esse desafio.
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Tudo isso faz parte da comunicação intrapessoal. Não deixe para tomar essas
providências durante a interpessoal, pois pode ser tarde demais. O projeto, aquele
cliente tão importante para o seu negócio pode escorregar pelos dedos numa simples
falha cometida pela falta da preparação adequada que deve ser feita previamente.
Comunicação Interpessoal
Outra característica dessa comunicação é que ela pode ser uma comunicação de mão
única ou de dupla, ou seja, pode ser uma comunicação direcionada do emissor para o
receptor, sem a participação desse, ou pode ser uma comunicação na qual o receptor
possa ter uma participação.
Nas organizações, uma situação na qual ocorre a comunicação de mão única é quando o
presidente faz a comunicação dos resultados obtidos no período, apresenta os objetivos a
serem buscados no ano seguinte etc. Nessas situações o objetivo é fazer uma explanação
pura e simplesmente, de maneira unilateral.
Complementaridade
Essas comunicações não são excludentes, antes devem ser vistas como complementares
na medida em que a intrapessoal impacta na interpessoal, mas a partir dos resultados
obtidos na interpessoal é possível rever a construção na intrapessoal e melhorar o
processo. Pois é a partir dessa reflexão que as melhorias vão sendo implementadas, os
ruídos vão sendo minimizados e possíveis constrangimentos, dirimidos.
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Do ponto de vista das organizações a sua estruturação, seu organograma, a sua cultura,
seus padrões de funcionamento, seus fluxos de relacionamentos, terão interferência
direta nas formas de comunicação tanto interna quanto externa.
Além disso são diversos os níveis de comunicação dentro de uma instituição, mas vamos
abordar os mais frequentemente utilizados. A comunicação descendente, ascendente e
lateral.
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É necessário que, após a reflexão e a constatação das emoções que precisam ser
trabalhadas é necessário qual será o comportamento mais adequado para controlar a
reação imediata de agir/reagir da maneira já conhecida. Identificar o gatilho que provoca
a sensação não desejada e conduzir as ações posteriores de maneira adequada. Nesse
caso, o fator motivação será o combustível responsável pelo empenho na mudança.
Uma outra atitude importante, e que ocorre com o exercício da empatia é perceber as
outras pessoas, perceber o entorno, perceber as diferentes expectativas e diferentes
contribuições para o objetivo que se quer alcançar. Nesse sentido, desenvolver essa
Inteligência nos ajudará a gerenciar e/ou evitar conflitos nos relacionamentos. Os ruídos
oriundos do processo de comunicação são bastante dirimidos quando essa competência
comportamental se faz presente.
É claro que precisamos identificar e investir nessas competências pois dela depende
nossa capacidade de construir bons e favoráveis relacionamentos o que, no limite,
impactará nos resultados, sejam pessoais, sejam profissionais.
Alguns autores, inclusive, costumam dar mais ênfase para aquilo que está sendo ouvido
do que para o que está sendo falado. É comum a frase: “importante é o que as pessoas
ouvem e não o que eu falo”. Bem, particularmente, acho isso uma grande bobagem. Em
se tratando de comunicação, tudo é importante: quem fala, quem escuta, o que se fala,
o que não se fala, o que se escuta, o que não se escuta...
Uma comunicação malconduzida pode levar a perdas, às vezes, irreparáveis, tais como:
perda de clientes e ou parceiros, perda de tempo (recursos mais que escasso),
provocação de ruídos, mal-entendidos, inimizades, desmotivação, boicotes e por aí vai.
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A capacidade de julgar é uma das causas que permitiu a nossa evolução. E isso hoje é
uma característica instintiva. Julgar rapidamente se numa determinada situação deveria
correr ou atacar poderia ser a chance de continuar vivo. E então isso está no nosso core,
na nossa essência. Já atingimos um estágio evolutivo tal que hoje podemos tentar
substituir essa característica por um comportamento mais adequado: a observação.
Ao ser capaz de observar antes de julgar, nos permitimos a capacidade de analisar mais
racionalmente a situação e ponderar sobre a reação mais favorável. É preciso percepção
acurada para lograr sucesso nessa fase. Estar com todos os sentidos ligados para
perceber o outro no nível do detalhe e então, exercitar a empatia cognitiva. Aquela
competência de colocar-se no lugar do outro sem desqualificar seus sentimentos, suas
intenções. E, após perceber e conectar-se com o outro passar para o lugar daquele que
vai tentar ajudar a buscar a melhor solução.
Os problemas identificados e que provocam ou que podem provocar ruído num processo
de comunicação podem ser de origem psicológica, tais como medo – que pode ser real
ou imaginário. Medo de falar em público, medo da avaliação do outro, medo da não
aceitação pelo outro. Pode ser também uma preocupação exagerada com o resultado
final da comunicação, principalmente se estiver presente uma liderança de nível superior.
Pode também ser um problema de baixa autoestima, uma crença herdada de
incapacidade, por exemplo. Ter uma avaliação negativa da própria capacidade é o
primeiro passo para impedir de tentarmos melhorar nosso processo de comunicação. No
caso optar pelo pessimismo não é uma boa escolha. Para dar conta da insegurança
advinda dessa característica podemos fazer alguns exercícios de otimismo.
Aspectos como voz baixa, muito linear, sem variação ou mesmo uma pronúncia não clara
dos sons, pode também comprometer o entendimento. Falar muito devagar pode
provocar um clima de desânimo, de sonolência, assim como falar muito depressa pode
despertar desinteresse pois pode exigir do receptor um esforço muito grande para
acompanhar a fala.
Para projetar com clareza a voz, o queixo deve estar na posição horizontal com o solo,
pois dessa forma o controle da voz é melhor.
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Manter contato visual é uma condição para manter as pessoas inseridas no contexto,
para acompanhar o interesse e também para verificar o quão claro está sendo, se está
deixando dúvidas nas pessoas.
Ajuda muito manter uma movimentação, andando por entre as pessoas, movimentando
os braços e mãos. Mas tudo com muito equilíbrio, pois o exagero pode tirar a atenção do
conteúdo da fala.
A roupa, sapato, adereços, maquiagem, tudo deve ser bem adequado ao ambiente e à
atividade. Sem exageros, é preciso fazer uma gestão visual para verificar se não tem
nada chamando muito a atenção ou que possa provocar descrédito.
Ler é uma outra forma de aprender a falar, a comunicar. Ao ler, conseguimos melhorar
nosso repertório de palavras, expressões, ajuda a memorizar exemplos e a variar os
termos para dizer coisas semelhantes.
Mas, nada disso surtirá efeito se a lição de casa não for feita, se a comunicação
intrapessoal não acontecer. É preciso garantir que as ideias estejam bem organizadas,
que o pensamento esteja estruturado com começo, meio e fim.
Com todo esse cuidado a probabilidade de que a comunicação transcorra sem problemas
aumenta muito, mas ainda assim, temos que ter em mente que o processo sempre pode
ser melhorado, afinal de contas, como já dissemos, a comunicação perfeita não existe é
um desejo que deve ser buscado incessantemente.
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Verbalizar uma pergunta nos coloca frente a desafios e o cérebro do humano gosta de
desafios. Pois o desafio traz a possibilidade da solução e encontrar a solução provoca no
cérebro uma sensação imensa de bem-estar, de alegria, de recompensa. É como se ao
descobrir a resposta para a equação o cérebro se presenteasse com uma sensação de
prazer, de plenitude. Essa sensação causa impacto de relaxamento no corpo todo, um
alcance maior na respiração, provocando uma sensação de poder e de capacidade. Nesse
momento uma enxurrada de dopamina (hormônio do prazer) inunda o cérebro e não tem
nada mais prazeroso e compensador que isso. Isso provoca e estimula nossa motivação
intrínseca, que é a motivação mais duradoura e aquela que costuma estar vinculada à
causa mais profunda da nossa vida.
Buscar respostas faz parte do processo evolutivo do humano e, encontra-las pode ter
sido a causa da nossa sobrevivência e do nosso desenvolvimento, com certeza fez e faz a
diferença na vida dos indivíduos e das comunidades.
A vinculação dessa sensação de prazer com a resolução dos desafios, com a construção
da resposta certa para as perguntas estimula que busquemos essa sensação cada vez
mais, colocando-nos num movimento de busca por esses desafios. Portanto, perguntas
bem elaboradas, contextualizadas compõem a engrenagem perfeita para o estímulo da
busca das respostas. O cérebro gosta dessa sensação e sente como sua a solução
encontrada. Se essa descoberta for reconhecida por outras pessoas, por pares, por
líderes, por liderados a sensação aumenta. Isso é muito positivo e estimulante.
Essa pode e deve ser uma ferramenta utilizada pelos líderes quando o objetivo for
manter motivada sua equipe. Um bom caminho para trilhar é começar a instigar os
liderados a pensarem e sugerirem soluções. O líder que dá todas as respostas prontas
não estimula a capacidade de construção de soluções nos seus liderados e perde uma
boa oportunidade de usar não só o “músculo” do profissional mas também seu “cérebro”.
Saber fazer perguntas é uma competência e, portanto, pode ser desenvolvida. Na busca
por qualificar as perguntas, passamos pelo caminho de estruturar melhor nossos
pensamentos, buscar informações sobre o assunto, despertar nossa curiosidade e
melhorar a percepção em relação a detalhes que podem estar passando despercebidos e
que podem conter a melhor resposta para a situação.
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Podemos então concluir que estimular a participação mais ampla permitindo que mais
pessoas deem sugestões e reconhece-las como donas dessas sugestões é um recurso
disponível, democrático e fácil de ser utilizado.
Construir perguntas faz com que o envolvido busque colocar-se no lugar do outro e
exerça a empatia. E essa é outra competência que podemos desenvolver.
Fica claro que essas possibilidades são complementares, ou seja, estimular a busca da
solução também implica em desenvolver a capacidade de elaborar as perguntas. E se o
processo for repetitivo, as conexões formadas no nosso cérebro tornam-se robustas o
suficiente para transformar isso num hábito.
Como nos orienta David Rock em seu livro Liderança Tranquila, o ideal é ensinar as
pessoas a pensarem, não dizer o que fazerem, deixar que eles cheguem à conclusão.
Isso não significa abandonar, é claro. Significa direcionar, conduzir o processo
considerando a capacidade de pensar do outro e apoiar as pessoas durante a caminhada.
Essa é uma excelente maneira de formar outros líderes.
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tais estímulos e como construímos nossos modelos mentais a partir disso, o que é
biológico, o que é físico, o que é do meio, o que é da cultura?
Está no nosso cérebro a construção do livre arbítrio, da consciência, dos limites para
desenvolvermos valores morais, tais como verdade, honestidade, sinceridade, fidelidade
e outros. Tão necessários para permitir a vida em grupos, seja dentro ou fora das
organizações.
Estamos avançando rumo a novas descobertas, novos fatos, na compreensão daquilo que
entendemos como realidade e também para sobrepujar os atuais desafios aos quais
somos confrontados.
Entender como nosso cérebro funciona, como sedimenta conhecimento, como toma
decisões, como reage em situações de ameaça e de proteção, como lida com grandes
quantidades de informações, pode ajudar a qualificarmos nossos comportamentos e
reações frente a situações rotineiras e também àquelas situacionais. Entender e aplicar
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No desenho do perfil do que é esperado de uma liderança estão habilidades como saber
se comunicar, saber resolver problemas, demonstrar competência para tomada de
decisões, saber motivar e convencer pessoas com vistas a alcançarem um bom
desempenho. Deve também inspirar pelo exemplo. E, nesse sentido, a neurociência pode
atuar como apoio, como subsídio, como fonte de conhecimento para facilitar o caminho
rumo à construção de uma equipe autogerenciada e a uma liderança de alta
performance.
Aprender sobre o cérebro humano pode ser um caminho apaixonante pois trata-se de
uma trajetória cheia de descobertas e instigante, fazer conexões entre funções do
cérebro e habilidades adequadas para o exercício da liderança parece ser um caminho
sem volta, dada as infinitas possibilidades que o caminho nos aponta, desde a
redução/eliminação de conflitos dentro das organizações até o aprimoramento/melhoria
do processo de comunicação, seja individual ou em grupo.
Fazer uso do feedback positivo em substituição à crítica também é uma boa opção.
Quando tiver algo de ruim a ser melhorado, jogue luz no comportamento favorável,
ressalte o quanto valora esse comportamento e, sem constranger ou acuar o profissional
você estará reforçando a atitude que espera que o funcionário desenvolva. Encoraje-o,
estimule-o, diga que ele é capaz e coloque-se ao seu lado, para suportá-lo nas
dificuldades.
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novo. Punir a pessoa acaba por cultivar um comportamento de autoproteção e faz com
que o profissional não se sinta confortável para tentar mudar ou melhorar algum
processo, com medo de errar e ser punido.
Saiba que nossas crenças podem ser impactantes em processos de aprendizagem. Elas
podem potencializar ou minar, impactar positiva ou negativamente. É preciso considera-
las. Enfim, um processo de aprendizagem não é um processo isolado. O que a pessoa é,
faz, acredita, vai ser decisório na sua disponibilidade para a retenção da informação e
para o aprendizado.
Outra questão que direciona fortemente essas situações é a confiança que está
estabelecida entre os envolvidos. A confiança será a base a amálgama para construir um
ambiente de segurança, de estímulo num processo de aprendizagem. Ela vem de um
sentimento genuíno, vem da intenção de se colocar à disposição para a construção de
algo melhor tanto para si quanto para os outros. Invista nisso.
Os cérebros são semelhantes. Isso não quer dizer que são iguais, são similares. Existe
um padrão de funcionamento e é desse lugar que a neurociência se ocupa, mas nenhum
cérebro é igual ao outro, justamente devido à característica da plasticidade. O que
vivemos, o que pensamos, o que exercitamos é que vai dando forma. Quando repetimos
muito uma atividade, acabamos por automatizá-la e o cérebro gosta disso pois isso leva
a uma economia de energia para a realização da atividade. Pense em quando começou a
aprender a dirigir. O esforço que o seu cérebro empenhava era imenso. Depois de
automatizada seu cérebro fica liberado para pensar em outra coisa enquanto dirige.
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Quando tratamos de hábitos, a neurociência afirma que criar um novo hábito é mais fácil
que substituir um antigo. O esforço para desenhar e solidificar uma nova estrutura
neuronal é menor do que apagar uma estrutura já estabelecida para substitui-la. Saber
isso ajuda a conduzir melhor os direcionamentos dos esforços rumo a determinado
resultado.
Quanto mais foco colocarmos em uma determinada intenção, mais reforçada será a
conexão a ser construída, pois usaremos nossa atenção consciente para gravar o circuito.
Ajuda muito nessa construção o reforço positivo e a recompensa. Isso sela o prazer da
realização.
Mesmo após a realização repetida de uma ação, ainda essa nova estrutura estará sempre
mais frágil que a estrutura que está tentando substituir. Por isso aquela receita de que
basta repetir a ação por 21 dias para mudar um hábito, não costuma ser verificada. Após
esse período a sinapse já existe realmente mas ainda é muito frágil, muito fininha e pode
sumir com facilidade. Basta alguns dias sem o exercício para que ela desapareça.
O sentimento de frustração por ainda não ter conseguido encontra a solução para o
desafio, para o problema faz com que o cérebro queira continuar tentando (essa é a
causa da nossa paixão por palavras cruzadas, sudoku etc). Ao encontrar a solução a
sensação de bem estar e de recompensa registra no cérebro o aprendizado, reforçando a
conexão que vinha sendo construída no processo de tentativa. Portanto aquela emoção
de frustração, negativa é a responsável pela construção da nova sinapse e a emoção de
alegria ao realizar a tarefa, consolida a sinapse com um registro efetivo de aprendizagem
que será usado futuramente, sempre que solicitado.
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Isso porque no dia seguinte a ela, a realidade e rotina anterior toma conta do dia a dia e
o conteúdo da palestra motivacional acaba ficando num lugar menor, até cair no
esquecimento. Palestras motivacionais são boas para provocar insights, gatilhos, mas
não para manter a motivação de forma duradoura. Isso é trabalho para o cérebro.
O cérebro tem suas razões para não sucumbir aos desejos despertados durante tais
palestras e também a outros desejos que porventura possamos cultivar. Tem a ver com
o funcionamento do nosso cérebro coisas como não conseguir reter informações que
acabamos de aprender; ter um pico motivacional após um reconhecimento financeiro;
agir como se estivéssemos tendo acesso à informação pela primeira vez; sentir cansaço
e estafa após uma atividade que exige foco por muito tempo etc.
Como já dissemos a evolução tecnológica com suas descobertas que avança a passos
largos disponibiliza equipamentos de ressonância e tomografias abriram um leque de
descobertas que, até então, não seriam possíveis de serem realizadas. Pois enxergar e
entender as conexões neurais ajuda a entender as nossas resistências, nossos ímpetos,
nossos desejos e comportamentos.
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Entender o funcionamento do nosso cérebro ajuda não somente a nós mesmos mas
todos os que estão a nossa volta. Entender melhor o cérebro do humano ajuda a
entender o ser humano. E desde esse entendimento, podemos e devemos usá-lo para
transformar ambientes organizacionais em espaços agradáveis e mais produtivos.
Uma das características mais divulgadas do nosso cérebro diz respeito à sua plasticidade,
que significa que a arquitetura, o desenho do nosso cérebro muda de acordo com a
vivência, com as experiências, com os aprendizados. O cérebro pode ser transformado
todos os dias, até o último dia de vida. Aquela crença de que o cérebro está em formação
durante a infância e juventude e que depois estaciona, não é mais corroborada pelos
neurocientistas. Sabe-se hoje que o essa formação se transforma constantemente
durante a vida toda. O que possibilita essa transformação é o desejo e o empenho em
adquirir novos conceitos, novas habilidades.
O que acontece é que quanto mais jovem for uma pessoa mais facilidade terá o seu
cérebro para absorver novos comportamentos. Isso para o cérebro de uma pessoa mais
madura demanda mais esforço e, consequentemente, estressa mais o cérebro. Daí a
sensação de que o cérebro estacionou, não evoluirá mais. Lembrando que tomadas de
decisão acontece na parte mais frontal do nosso cérebro, aquela que demanda muita
energia quando está em funcionamento. Além disso, adquirir novas habilidades ou
substituir alguns hábitos por outros pode não ser um processo tão rápido no avançar da
idade e, essa demora em atingir os resultados também pode levar à conclusão de
incapacidade para efetuar a mudança. Isso tudo gera uma sensação de cansaço e
desestímulo no decorrer do processo.
Nosso cérebro gasta uma grande quantidade de energia, ele é um grande gastador de
glicose, principalmente em momentos de tomadas de decisão e no esforço para mudar
rotinas. Qualquer tipo de aprendizado exige o uso da nossa memória de trabalho que
tem capacidade limitada para armazenamento, portanto a nossa memória de longo prazo
precisa ser acionada para registrar as informações que precisam ser registradas para
serem usada no futuro. A memória de trabalho, sendo de curto prazo, não retém as
informações, ela é temporária. Graças ao nosso gânglio basal é que conseguimos estocar
e manter um repertório de informações para “sacar” no momento em que for preciso.
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Conforme o prof. Mass, J. nos diz, “o sono transporta as memórias na forma de padrões
neurais para a área do hipocampo no cérebro e realimenta o sistema com
neurotransmissores utilizados durante o dia anterior".
Sempre, logo após o término de um treinamento, deve-se buscar uma boa noite de sono
se quisermos potencializar o aprendizado, a obtenção de novas habilidade. Aquela ideia
de fazer um uma noitada após um dia de treinamento, deve ser desestimulada se o
objetivo for obter resultados melhores sobre o conteúdo aprendido.
Fazer uma revisão dos temas abordados no treinamento, traçar um planejamento para
determinada questão, pensar sobre o conteúdo de uma discussão técnica e logo após
deitar e dormir, é uma excelente prática no sentido de dar elementos para o cérebro
encontrar as soluções durante o sono. Fantástico, não?!
Portanto, estude e durma; reflita e durma; raciocine e durma. Tire o cérebro da vigília
após um intenso esforço para reter novas informações.
Até mesmo um ingênuo happy hour após o treinamento é desaconselhável, pois nesse
caso teremos a interferência do álcool, cuja ingestão prejudica sobremaneira a
capacidade do cérebro em transportar as informações para a memória de longo prazo.
Isso coloca em risco o objetivo do treinamento.
Nosso cérebro também é chamado de órgão social, e como tal, necessita de contatos
com outros cérebros para poder se desenvolver. Use isso a favor do aprendizado. Por
exemplo, quando acabou de aprender algo, ou a estudar um determinado assunto,
converse sobre esse assunto com outras pessoas. Isso fará com que áreas do cérebro
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Além disso é importante entender como nosso cérebro reage a situações de medo, de
insegurança, pois isso impacta a capacidade de aprendizado.
Uma situação de rejeição, crítica ou situação de injustiça provoca no cérebro uma dor de
sofrimento equivalente a um sofrimento físico. O contrário também acontece, frente a
uma situação percebida como justa gera no cérebro uma sensação de satisfação e
recompensa. Acreditem, para o cérebro vivenciar uma situação julgada como justa lhe
traz mais satisfação que vivenciar uma recompensa em dinheiro.
É comum ouvirmos frases como: “eu funciono melhor quando estou sob estresse”.
Considerando a dinâmica de funcionamento do cérebro, essa não é uma afirmação
verdadeira. Na verdade isso pode ser uma crença que fora desenvolvida no ambiente de
trabalho, segmentos financeiros, por exemplo, e que a pessoa adota como se fosse dela.
Mas valeria a pena conferir se é isso mesmo. Um cérebro constantemente estressado
produz muito cortisol, o que leva a uma redução da produção de neurônios e no
comprometimento da construção e uso da memória, embaça a capacidade de raciocínio
lógico e tira do indivíduo a capacidade de enxergar com clareza e detalhes as situações.
Quando estamos falando de estresse devemos considerar que um limite de tensão ajuda
a manter a concentração, a conduzir o foco de maneira adequada, mas esse limite não
deve ser ultrapassado com riscos a comprometer todo o resultado almejado. Isso é
pessoal e cada pessoa deve refletir para entender a sua própria régua, ou seja, qual é o
limite que potencializa seus resultados e quando é que a está comprometendo. Existem
profissionais que se sentem valorizados por estarem sempre estressados e
sobrecarregados pois entendem isso como uma justificativa por estar na situação, ou
seja, a leitura é de que são indispensáveis no cargo que ocupam. Cuidado. Isso pode na
verdade te levando para um quadro não muito saudável.
Com relação ao efeito gerado pelas expectativas no cérebro, sabemos que quando são
alcançadas uma quantidade importante de dopamina (o hormônio da felicidade) é
produzida pelo cérebro e, caso aconteça algo avaliado como muito positivo e que não
fazia parte da expectativa, essa carga de dopamina aumenta exponencialmente. Se um
momento de feedback for acompanhado de uma conversa com o cérebro do tipo: “vai ser
uma boa experiência, vai ser uma boa conversa, todos evoluirão a partir dela”, isso vai
preparar o seu cérebro para sentir menos caso a conversa não seja assim tão boa. Um
nível menor de dopamina vai ser expelido no cérebro, mas embora em menor
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quantidade, ainda vai ser produzido. Esse hormônio sempre está presente em situações
que exijam raciocínio, tomadas de decisão e resolução de problemas.
No que tange a gestão das pessoas, quanto menos incerteza elas tiverem mais estarão
inteiras para exercerem suas atividades. Importante que os líderes, em situações de
crise ou grandes mudanças, municiem suas equipes com o máximo de informações
possíveis. Além disso, se elas puderem participar dos processos entenderão melhor as
razões e a probabilidade de se colocarem favoráveis aumenta muito. Estar envolvidos
constrói uma percepção de pertencimento, de engajamento.
Colocar as pessoas em situação de agente, de sujeito na situação faz com que ela use
seus recursos cerebrais quase que na sua totalidade. Entretanto, se a situação é coloca-
la numa situação de paciente, passivo e recebendo somente e não sendo estimulado a
entregar, seu cérebro tenderá a permanecer desligado, subutilizado.
Estimular que as pessoas que identificam um problema, seja também o responsável por
identificar pelo menos duas possíveis soluções para esse problema, faz com que o desafio
esteja posto e que o envolvido se engaje com a implantação da solução. Isso provoca
uma nova configuração no cérebro e constrói uma nova dinâmica de funcionamento no
dia a dia da organização.
Não devemos dar respostas prontas para as questões que nos são colocadas, devemos
antes, estimular as pessoas a encontra-las. Devolva a questão: “o que você faria para
resolver esse problema?”. “Se você soubesse a solução, qual seria?”. Isso pode
incomodar no início, mas com o tempo, se tornará o elixir do processo de recompensa do
grupo.
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Trazendo esses questionamentos para o papel do líder e entendendo liderança como uma
posição de coordenação, condução de uma equipe com vistas a alcançar um resultado,
percebemos o quanto é importante o entendimento sobre essas questões e o quanto o
líder precisa de ferramentas adequadas para o bom exercício dessa liderança.
A liderança pode ser resultado de uma percepção informal do grupo de trabalho como
pode ser uma função formal dentro da hierarquia das organizações, ou seja, o
profissional pode ser líder formalmente falando (com cargo de liderança, tal como,
gerente, coordenador, supervisor etc) ou estar líder, a partir de um reconhecimento de
influência no grupo.
É comum ouvirmos: “sou um bom líder, só não sei fazer gestão de pessoas”. Isso é um
contrassenso pois fazer uma boa gestão de pessoas compõe a capacidade de liderança
do profissional. Ou seja, uma coisa não existe sem a outra. Uma boa liderança depende
da composição da equipe que está sendo liderada. E isso muda constantemente, ou seja,
as ferramentas que fazem com que se consiga um bom resultado com uma equipe pode
não conseguir com outra, pois as pessoas são diferentes e devem ser lideradas de
maneira diferente. O processo de aprendizagem para o exercício da liderança é contínuo
e bastante desafiador.
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Um bom líder é aquele que consegue ter uma visão individual e total ao mesmo tempo,
ou seja, enxergar a dinâmica do grupo mas também a forma de agir individual. Como diz
Claudio Lottemberg “o líder deve ter uma visão de helicóptero: enxergar a floresta e a
árvore simultaneamente”. Deve enxergar as potencialidades das pessoas, suas
habilidades, competências e conjugar isso em favor do funcionamento do grupo da
maneira mais efetiva possível.
É preciso avaliar a maturidade de cada profissional, tendo uma leitura precisa da sua
motivação e do seu conhecimento sobre o assunto. Essa leitura deve preceder a definição
das responsabilidades e autonomias individuais para suportar a definição de metas que
sejam desafiadoras e não desanimadoras na origem. Isso não é um exercício fácil, mas
necessário.
O esforço deve conjuminar pelo menos três atitudes nos líderes: definir metas claras,
adequar desafios com competências, e feedback imediato. Claro que a isso pode e deve
ser agregado outros esforços mas, no mínimo essas três devem estar presentes no dia a
dia de um líder.
Usar os conhecimentos que tenho do meu cérebro pode ajudar em muito essa
empreitada.
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Nesse sentido a contribuição que os pesquisadores Renata Horta e Renato nos trazem
para entender de maneira pragmática essa questão é de suma importância pois mostram
a possibilidade de entender na prática aquilo que normalmente é declarado na intenção.
Julgo importantíssimo divulgar casos de sucesso das organizações mas julgo também
importante os casos de fracasso, pois nos ajudam a evita-los novamente. A neurociência
é muito clara no sentido de alertar para a importância da discussão dos erros durante a
execução de um processo com vistas a apontar o que pode e deve ser melhorado nesse
processo. Não uma busca por culpados mas uma busca por aquilo que deve ser
modificado nos procedimentos e uma divulgação dessa informação para que outros
evitem cometer os mesmos erros. O erro faz parte do processo de aprendizagem e deve
ser considerado como uma forma efetiva de absorver novas informações.
E o artigo referido discorre sobre três empresas que fracassaram nos seus objetivos pois
não inseriram tais objetivos no contexto de suas culturas.
Os autores oferecem uma leitura bastante clara e objetiva que parte de três pilares.
Alegam que a cultura de uma instituição é composta de uma equação que considera três
variáveis às quais eles dão os nomes de: artefatos, valores e pressupostos.
Os artefatos é tudo aquilo que é visível nos primeiros momentos de contato com a
instituição, por exemplo, como as pessoas se vestem, se existe uniforme e se é formal
ou informal, se existe diferenças nos uniformes, como é o ambiente físico da empresa, se
as salas são fechadas ou se são compartilhadas. Se a empresa é limpa, bem cuidada, se
tem recursos de acessibilidade. Se o restaurante é usado por todos indistintamente ou se
existe diferentes ambientes de refeição para diferentes níveis de cargos. Como as
pessoas agem ao entrar na empresa, se são gentis umas com as outras etc.
Todas essas características podem ser verificadas com poucos minutos de contato, é o
que constitui sua parte visível e está disponível a todos que quiserem verificar.
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Já o terceiro pilar trata-se dos pressupostos, que são atitudes e comportamentos não
declarados dentro das organizações. São as atitudes que diferem dos discursos. Já ouviu
aquela frase: “falo uma coisa e faço outra”? ou “faça o que eu digo e não faça o que eu
faço”? Pois é, são atitudes que estão nos pressupostos da organização. É a intenção
genuína da instituição e pode ser positiva também. É percebido na forma como as
relações se dão, na forma como acontecem as premiações, as evoluções de carreira. Está
no DNA da empresa. É de difícil percepção e precisa de um tempo de vivência, de
participação efetiva nos processos internos, para que se comece a perceber se aquilo que
a empresa declara, ela realmente pratica. O pressuposto vai confirmar o artefato e
também a declaração de valores. Esse nível é mais profundo e algumas vezes podem
estar no inconsciente do grupo.
Estar cientes dessas características ajuda a entender como uma coisa interfere na outra
e onde pode estar a origem daquele comportamento verificado no dia a dia da
organização. Às vezes, estamos tão inseridos no contexto e agindo de forma tão
automática que fica difícil percebermos algumas evidências. Nesses casos, uma pessoa
de fora, alheia à organização pode perceber mais rapidamente algumas atitudes no
sentido de ajudar a analisar, criticar e melhorar.
Embora os artefatos sejam as atitudes mais evidentes, para conduzir mudanças efetivas
e favoráveis é necessário adentrar os pilares valores e pressupostos, pois aí encontra-se
a origem dos paradigmas organizacionais. Pois qualquer mudança conduzida apenas a
partir dos artefatos pode ficar superficial e não se sustentar com o tempo. Isso pode
levar a frustrações e ruídos dentre os envolvidos, principalmente quando a mudança tem
como objetivo estimular a inovação.
Portanto, não existe uma fórmula única para a condução do entendimento da cultura e os
caminhos para adequá-la ao que se pretende.
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O primeiro movimento deve ser identificar as práticas envolvidas em cada um dos pilares
– artefatos, valores e pressupostos – e, com muito tato e cuidado começar um processo
de reflexão sobre tais práticas e de escolha e compromisso das pessoas com aquilo que
deve ser abortado e o que deve ser adotado. Isso é um trabalho importante e que deve
ser feito o quanto antes e que deve ser conduzido pela liderança, mas com a participação
do grupo para que o engajamento seja efetivo.
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3. SITES INTERESSANTES
Organizações Exponenciais
https://www.youtube.com/watch?v=iUgpsiegDEw&t=6s
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4. FILMOGRAFIA
O náufrago. EUA, 2001. Diretor: Robert Zemeckis
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5. DINÂMICAS
10. A história registra uma série de acontecimentos que envolveu três pessoas: o
proprietário, um homem que pediu dinheiro e um membro da polícia
( )V ( )F ( )D
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Marque com sinceridade apenas uma das respostas para cada questão e confira o
resultado no final.
1. Quando “escuto” uma pessoa falando, preciso redobrar meus esforços. Sinto mais
prazer quando falo.
a) correto
b) tenho dúvidas
c) errado
2. Esforço-me para demonstrar que estou acompanhando o raciocínio da pessoa que fala,
mas na verdade posso estar desligado da conversa.
a) correto
b) tenho dúvidas
c) errado
4. Ao conversar com alguém, muitas vezes não consigo reter tópicos essenciais das suas
ideias.
a) correto
b) tenho dúvidas
c) errado
5. Tenho dificuldade para lembrar o nome de uma pessoa que acabei de conhecer,
mesmo alguns minutos depois.
a) correto
b) tenho dúvidas
c) errado
6. Não consigo me concentrar o tempo todo numa conversa, por mais interessante que
seja.
a) correto
b) tenho dúvidas
c) errado
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7. Se a pessoa que fala se parece com alguém de quem eu não gosto, fico resistente à
sua exposição.
a) correto
b) tenho dúvidas
c) errado
8. Às vezes começo a conversar com uma pessoa enquanto outra do mesmo grupo ainda
está falando.
a) correto
b) tenho dúvidas
c) errado
10. Se sou submetido a provas de avaliação sobre matérias que foram ministradas
apenas oralmente, o resultado não passa de razoável.
a) correto
b) tenho dúvidas
c) errado
12. Se vários grupos estão reunidos em local próximo, fico tentado a ouvir o que as
pessoas de outro grupo estão dizendo e me desligo da conversa dos meus companheiros.
a) correto
b) tenho dúvidas
c) errado
13. Como não consigo prestar atenção o tempo todo quando alguém fala, faço perguntas
para esclarecer os tópicos que perdi.
a) correto
b) tenho dúvidas
c) errado
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16. Quando ouço uma linha de argumentação formada por dados estatísticos, exemplos,
comparações ou pesquisas, não avalio a idoneidade da fonte ou a pertinência do
argumento.
a) correto
b) tenho dúvidas
c) errado
20. Se um orador faz qualquer observação que contrarie meus princípios, começo
mentalmente a procurar argumentos para derrotar sua tese.
a) correto
b) tenho dúvidas
c) errado
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RESULTADO
Dê 1 ponto para cada resposta a), 2 para cada resposta b) e 3 para cada resposta c).
Trata-se apenas de uma oportunidade para fazer você refletir sobre sua capacidade de
ouvir. Portanto, encare o resultado dentro de uma ordem de grandeza e com margens de
flexibilidade. Assim, considere:
De 51 a 60 pontos
Excelente! Parabéns! Você é excelente ouvinte: todos gostam de falar com você. Saber
escutar é uma qualidade excepcional. Com essa pontuação você demonstra ser uma
pessoa comunicativa e que tem muita facilidade para se relacionar. Aproveite essa sua
característica em todas as suas atividades e esse comportamento será sempre um aliado
na conquista das vitórias e do sucesso.
De 41 a 50 pontos
Bom. Você é um bom ouvinte. Esta qualidade é um atributo importante, mas é possível
melhorar ainda mais. Todas as oportunidades de relacionamento são importantes, por
isso dedique-se para ser um ouvinte ainda melhor. Essa pontuação é boa e demonstra
que falta muito pouco para que você se transforme num ouvinte excelente e aproveite
ainda mais essa sua qualidade especial. Faça uma revisão nas questões do teste,
verifique os pontos que poderiam ser aperfeiçoados e dedique-se ao seu aprimoramento.
De 31 a 40 pontos
Razoável. Você anda desatento e pode perder boas oportunidades. As chances de
conquistas, de vitórias e de sucesso estão a nossa volta o tempo todo, por isso não
podemos negligenciar no relacionamento com as pessoas. Aprimore sua habilidade de
escutar e tenha certeza de que colherá excelentes frutos dessa sua dedicação. Sua
pontuação demonstra que você precisa melhorar muito, portanto comece já. Mãos à
obra.
De 0 a 30 pontos
Sofrível. Você está ouvindo muito mal. Cuidado! Esta atitude pode prejudicá-lo. Quando
não desenvolvemos a habilidade de ouvir, nós nos fechamos no nosso mundo e ficamos
isolados. Esse comportamento nos afasta do convívio social e de muitas oportunidades
que poderiam nos levar a grandes conquistas e ao sucesso. A situação é grave, mas
sempre há solução. Tudo dependerá do seu esforço, da sua dedicação e principalmente
das suas iniciativas. Não perca tempo: comece a mudar agora mesmo”.
Este teste é bastante interessante e pode nos levar a refletir sob diferentes óticas: Se
por um lado é um importante alerta ou até “puxão de orelha” para nós que precisamos
falar em público, por outro lado nos apresenta valiosas pistas de prováveis
comportamentos que possam ser assumidos por integrantes de uma audiência.
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4) Você tem alguma sugestão a ser acrescentada nesta situação para melhorar a
comunicação?
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9- Tenho consciência do período do dia em que sou mais eficaz e otimizo esse
momento.
Sempre quase sempre às vezes nunca
10-Aplico o Princípio de Pareto, concentro meu trabalho nos 20% das ações que
produzem 80% resultados.
Sempre quase sempre às vezes nunca
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METODOLOGIA
Some os totais de cada resposta.
Multiplique por 4 o total de respostas Sempre.
Multiplique por 3 o total de respostas Quase Sempre.
Multiplique por 2 o total de respostas Às vezes.
Multiplique por 1 o total de respostas Nunca.
Some os quatro totais.
INTERPRETAÇÃO
20 a 34
Nos tempos atuais você terá que se reposicionar completamente. Preste extrema atenção
aos itens às vezes e nunca, pois aí pode estar a saída.
35 a 49
Seu caminho é longo; há muito por fazer, não desanime! Analise os itens em que
respondeu às vezes e nunca, pois aí estão suas oportunidades de melhoria.
49 a 64
Você está chegando lá, mas ainda tem que melhorar! Concentre-se nas respostas às
vezes e nunca, pois aí estão suas oportunidades de progresso.
65 a 80
Você realmente faz acontecer! Tem grande valor no mercado. Atenção para os pontos de
melhoria concentrados nas respostas às vezes/nunca.
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Júlio é analista de uma grande empresa de varejo. No ano passado, seu gerente foi
promovido e, pela lógica do organograma, ele seria o principal candidato a ocupar a
vaga. Porém, o diretor da área preferiu contratar um profissional do mercado. Então,
chamou Júlio para uma conversa de feedback. A ideia era esclarecer os motivos que
impediram sua promoção, mas mantê-lo motivado a se desenvolver na empresa.
- Você é um ótimo profissional. Só não está pronto ainda.
- Como assim?
- Precisa melhorar a postura.
- Você poderia me dizer em que aspectos? O que preciso mudar? O que não está
adequado?
- Amadurecer como um todo. Precisa de mais tempo para se desenvolver...
*****************
Faça uma análise sobre o feedback acima. Registre todos os comentários a respeito da
conversa e de seus possíveis resultados.
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