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Palestra 01
Lógica e Teoria de Conjunto
Introdução à lógica matemática
UL_FCT_Lógica e Teoria de Conjunto_1o ano_Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática_Cristina da Costa_2024
UL_FCT_Lógica e Teoria de Conjunto_1o ano_Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática_Cristina da Costa_2024
Introdução à lógica matemática
Tradicionalmente, diz-se que a Lógica é a ciência do raciocínio ou que está
preocupada com o estudo do raciocínio. São objectos de estudo da Lógica
os métodos e princípios usados para decidir pela validez ou não das
conclusões e pela correção ou não dos raciocínios.
Para Aristóteles, a Lógica seria uma ferramenta para a busca da verdade
(ABE; SCALZITTI; SILVA FILHO, 2001; PEREIRA, 2001; MUNDIM, 2002).
Sua relevância é evidenciada principalmente por ter seus padrões de
análise e crítica aplicáveis a qualquer área de estudo em que a inferência e
o argumento sejam necessários, ou seja, a qualquer campo em que as
conclusões devam basear-se em provas. Por estas razões, os princípios
fundamentais da Lógica constituem a base da Matemática.
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A lógica matemática tem hoje
aplicações concretas
extremamente relevantes em
diversos domínios. uma
aplicação notadamente
importante da lógica na vida
moderna é seu uso como
fundamentação para a
computação e, em especial,
para a inteligência artificial.
A lógica é utilizada no
planejamento dos modernos
computadores eletrônicos e é
por meio dela que se justifica a
“inteligência” dos atuais
computadores.
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Lógica Proposicional
A lógica proposicional estende a lógica de Aristóteles,
adicionando uma linguagem simbólica. Esta linguagem possui
símbolos para representar:
§ As proposições;
§ Os conectivos;
§ Os possíveis valores lógicos
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I. PROPOSIÇÃO
É toda sentença (conjunto de palavras ou símbolos) declarativa,
afirmativa que expresse um pensamento de sentido completo cujo
conteúdo (asserção) pode ser tomado como verdadeiro ou falso.
Uma proposição pode ser escrita na linguagem usual ou na forma
simbólica.
Vejamos alguns exemplos de proposições:
• A lua é quadrada.
• A neve é branca.
• (𝑒 ! )"≠ 𝑒 "!
• 3+5 = Sen𝜋
II. Valor Lógico de uma Proposição
Denomina-se valor lógico de uma proposição a verdade (que
representamos por V), se a proposição for verdadeira, ou a
falsidade (representada por F), se a proposição for falsa.
na Lógica Matemática, temos os seguintes princípios (ou
axiomas), que funcionam como regras fundamentais:
• Princípio da não-contradição: uma proposição não pode
ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo.
• Princípio do terceiro excluído: toda proposição ou é
verdadeira ou é falsa. Verifica-se sempre uma dessas
possibilidades e nunca uma terceira
Os princípios da não-contradição e do terceiro excluído nos
permitem afirmar que as proposições podem ser simples ou
compostas.
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Proposição simples é aquela que não contém nenhuma outra
proposição como parte integrante de si mesma. É também
chamada proposição atômica ou átomo.
Indicaremos as proposições simples por letras minúsculas ( p, q,
r, s ...).
Vejamos alguns exemplos:
• p: a lua é plana.
• q: 2 + 4 = 10.
• r: o homem é mortal.
• s: Sen𝜋 = 1
Proposição composta é aquela formada pela composição
de duas ou mais proposições. É também chamada
proposição molecular ou molécula.
Indicaremos as proposições compostas por letras maiúsculas
(P, Q, R, S ...) .
Quando desejarmos destacar ou explicitar que uma dada
proposição composta P é formada pela combinação das
proposições simples p, q, r,..., escreveremos: P(p, q, r, ...).
Vejamos alguns exemplos:
P: o sol brilha e a lua reflete a luz.
Q: Ceará ganha ou o Ceará perde.
R: se 3 < π e o número 8 é cubo perfeito, então 25 é um
número primo.
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Conectivos são as palavras que usamos para formar novas
proposições a partir de outras. Os principais conectivos são as
palavras (ou termos): “e”, “ou”, “não”, “se ... então”, e “... se
e somente se ...”
Na maioria dos casos, os conectivos ligam duas ou mais
proposições (ou afirmações). Vejamos alguns exemplos, em
que estão destacados os conectivos usados para compor a
proposição.
Exemplo:
• O número 2 é par e 5 é ímpar.
• Um triângulo ABC é escaleno ou isosceles.
• Se sabe Matemática, então faça Medicina.
• Um triângulo é retângulo se, e somente se, satisfaz o
Teorema de Pitágoras.
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Exercícios – Parte I
1. Determinar o valor lógico de cada uma das seguintes proposições:
a) O número 17 é primo
b) 0,13131313... é uma dízima periódica
c) As diagonais de um paralelogramo são iguais
d) 0, 4 e -4 são raízes da equação 𝑥 ! − 16𝑥 = 0
e) (3 + 5)" = 3" + 5"
f) 𝑠𝑒𝑛" 30 + 𝑠𝑒𝑛" 60 = 2
g) O número 125 é cubo perfeito.
h) O produto de dois números ímpares é um número ímpar
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2. Sejam as proposições, p: Marcos é alto e q: Marcos é elegante. Traduza
para a linguagem simbólica as seguintes proposições compostas:
(a) Marcos não é nem elegante nem alto.
(b) Não é verdade que se Marcos é elegante, então é alto.
(c) Marcos é elegante ou não é alto.
(d) Marcos é alto ou baixo e elegante.
3. Sejam as proposições, P: Está frio e Q: Está chovendo. Traduzir para a
linguagem corrente as seguintes proposições.
a) ~𝑃
b) 𝑃 ∧ 𝑄
c) P ∨ 𝑄
d) 𝑃 → 𝑄
e) 𝑄 ↔ 𝑃
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Operações lógicas sobre as proposições
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Exercícios – Parte II
1. Determinar V(p) em cada um dos seguintes casos:
(a) V(q) =F e V(p ∧ 𝑞) = F
(b) V(q) =F e V(pvq) =F
2. Determinar V(p) e V(q) em cada um dos seguintes casos:
(a) V(p → 𝑞) =V e V(p ∧ 𝑞) =F
(b) V(p ↔ 𝑞) =V e V(p ∧ 𝑞) =V
3. Sabendo que os valores lógicos das proposições p e q são
respectivamente F e V, determinar o valor lógico da proposição:
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Tabelas-verdade de proposições compostas
Para a construção de tabelas-verdades, necessitaremos de dois princípios
básicos.
• O primeiro é o princípio do terceiro excluído, que já conhecemos, e diz que
toda proposição ou é verdadeira (V) ou é falsa (F).
• O segundo enunciaremos a seguir. “tabelas-verdade” ou, alternativamente,
usando o que chamamos de “diagrama de árvore”.
Vejamos alguns casos:
i) Para uma
proposição simples A
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ii) Para uma proposição A composta por duas
proposições simples A e B,representada por 𝑨(𝑨,𝑩)
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iii) para uma proposição a composta por três
proposições simples A,B e C, representada por 𝑨(𝑨,𝑩,𝑪)
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É natural, agora, que pensemos em formar mais proposições
compostas, a partir de outras, por combinações dos conectivos.
Vejamos alguns exemplos:
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Exemplo 2:
Dada a proposição P composta das proposicoes simples 𝑝) 𝑒 𝑞) e
Q composta pelas proposicoes compostas simples 𝑝), 𝑞) 𝑒 𝑟). Ou
seja, P(𝑝), 𝑞)) e Q(𝑝), 𝑞), 𝑟)), podemos construir uma proposição
𝜶[P(𝒑𝟏 , 𝒒𝟏 ), Q(𝒑𝟏 , 𝒒𝟏 , 𝒓𝟏 )]
Podemos construir a tabela-verdade de qualquer proposição. O
número de linhas da tabela é determinado pelo número de
proposições simples componentes da proposição dada.
Chegamos assim ao seguinte teorema:
Teorema1
A tabela-verdade de uma proposição composta de n
proposições simples é constituída de 𝟐+ linhas.
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Para a construção da tabela-verdade de uma proposição composta dada,
devemos, ainda:
• observar a precedência entre os conectivos, ou seja, determinar a forma das
proposições que ocorrem na proposição original;
• aplicar as definições das operações lógicas necessárias.
• A ordem de precedência para os conectivos, do mais “fraco” para o mais
“forte” é:
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Exemplo: construção de tabela-verdade da proposição
composta: P p, q = ~((~p) ∧ (~q))
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Observe que os valores lógicos da proposição composta P dada encontram-
se na última coluna (coluna 6) da tabela. Portanto, os valores lógicos da
proposição P correspondentes a todas as possíveis atribuições de valores
lógicos V e F às proposições simples componentes p e q, ou seja, aos pares
de valores lógicos VV, VF, FV e FF são, respectivamente, V, V, V e F.
Simbolicamente, podemos escrever: P(VV) = V, P (VF) = V, P (FV) = V e
P(FF) = F
ou abreviadamente: P(VV, VF, FV, FF) = VVVF.
Dizemos ainda que a proposição P (p, q) associa a cada um dos elementos
do conjunto U = {VV, VF, FV, FF} um único elemento do conjunto {V, F},
ou seja, P (p, q) é uma função de U em {V, F}:
P: U → {V, F}
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A representação gráfica por um diagrama de flechas (diagrama
sagital) pode ser vista na figura abaixo:
Representacao sagital de P p, q = ~((~p) ∧ (~q))
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Exercícios – Parte III
1. Construa atabelas-verdade das seguintes proposições:
a) P(p, q) = 𝑝 ˅ ~ 𝑞 b) P(p, q, r) = 𝑟 ∧ (~ 𝑝 → 𝑞 )
c) P(p, q) = ~ (p ∧ ~ q) d) P(p, q, r) = p ˅ ~ r → (q ∧ ~ r )
2. Sabendo que V(p) = F, V(q) = F e V(r) = V , determine V(P) nas condições
apresentadas no número 1.
#
3. Sejam as proposições p: 𝜋 = 3 𝑒 𝑠𝑒𝑛 = 0. Determine o valor lógico da
"
proposição:
a) P(p, q) = (𝑝 → 𝑞 ) → (𝑝 → p ∧ 𝑞)
b) P(p, q) = (𝑝 ∧ (∼ 𝑞 → 𝑝)) ∧∼ ((𝑝 ↔ ∼ 𝑞) → 𝑞 ∨ ∼ 𝑝)
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