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Cartilha Neurodiversidade

A cartilha sobre neurodiversidade visa promover a inclusão de pessoas neurodivergentes no ambiente de trabalho, abordando a importância de entender e acolher as diferenças neurológicas. O documento destaca a necessidade de adaptações e práticas inclusivas nas empresas, além de conscientizar sobre o capacitismo e suas consequências. Sugestões práticas para transformar o ambiente profissional incluem treinamento de equipes, inclusão no processo seletivo e desenvolvimento de lideranças inclusivas.

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Cartilha Neurodiversidade

A cartilha sobre neurodiversidade visa promover a inclusão de pessoas neurodivergentes no ambiente de trabalho, abordando a importância de entender e acolher as diferenças neurológicas. O documento destaca a necessidade de adaptações e práticas inclusivas nas empresas, além de conscientizar sobre o capacitismo e suas consequências. Sugestões práticas para transformar o ambiente profissional incluem treinamento de equipes, inclusão no processo seletivo e desenvolvimento de lideranças inclusivas.

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CARTILHA

NEURODIVERSIDADE
Expediente

Reitor: Josealdo Tonholo


Vice-reitora: Eliane Aparecida Holanda Cavalcanti
Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação: Iraildes Pereira Assunção

Elaborado por: Walter Matias Lima (Coordenador de Pós-Graduação)


e Magna Alexandre Suzana Moreira (Coordenadora de Pesquisa).

Organização: José Mário Victor Omena Araújo (Bolsista da


Coordenação de Pós-Graduação).
Olá, tudo bem?

Esta cartilha, que foi desenvolvida em duas partes,


tem o intuito de promover a informação, mitigar
vieses inconscientes que impactam diretamente a
inclusão de pessoas divergentes, além de promover
reflexões para empresas sobre como acolher a
neurodiversidade no dia a dia de trabalho.
Para início de conversa...

A neurodiversidade é um conceito introduzido pela


socióloga australiana Judy Singer nos anos 1990.
Em um capítulo de livro publicado pela UK Open
University Press, Singer propôs uma nova maneira
de entender condições de neurodivergência,
enfatizando a natureza das conexões neurológicas
atípicas em vez de vê-las como doenças a serem
tratadas. O objetivo era promover uma mudança
de paradigma, valorizando a diversidade
neurológica e combatendo a patologização das
diferenças. Essa abordagem busca desafiar
estigmas e promover a inclusão, marcando um
avanço na compreensão e na valorização da
diversidade humana e das diferenças
neurológicas.
Quem faz parte da
neurodiversidade?

O conceito de neurodiversidade aponta que uma


mente pode funcionar de múltiplas maneiras.
Ele permite considerar as diversas características
neurológicas, sensoriais, comunicativas e sociais
como diferenças naturais no desenvolvimento
humano. Isso faz parte da diversidade humana.
A diversidade cerebral é uma parte natural da
condição humana que reflete as habilidades
únicas em cada indivíduo. Valorizar essa variação
promove inclusão e reconhece contribuições
distintas, que enriquecem a sociedade sem
implicar limitações.

Mas quem são as pessoas


neurodivergentes ou
neuroatípicas?
Da mesma forma como ocorre com a diversidade
de gênero, sexual, cultural e étnica, a
neurodiversidade inclui pessoas:
NEUROTÍPICA
É o termo usado para descrever pessoas com
funcionamento neurológico e/ou desenvolvimento
cognitivo considerado típico ou padrão.

NEURODIVERGENTE
Ou neurodiverso, foi criado como contraponto ao
neurotípico, descreve pessoas com funcionamento
neurológico e/ou no desenvolvimento cognitivo
diferente do que é considerado típico ou padrão.

Segundo a universidade de Stanford, uma parte


menor da população (que está entre 15 e 20%)
compartilha um desenvolvimento neurológico em
alguns aspectos diferentes da maioria, descrito do
ponto de vista estatístico como atípico.
As variações cognitivas incluem condições como
autismo (TEA), TDAH, dislexia (dificuldade na
leitura e escrita), dispraxia (dificuldade na
coordenação motora e planejamento de
movimento), discalculia (dificuldade em atividades
matemáticas) e síndrome de Tourette
(caracterizada por tiques motores e vocais
repetitivos).
Curiosidade
Os termos neurotípico e neurodivergente não são científicos e
foram criados pelo movimento autista no final do século 20 para
fins de ativismo.

Dados e fatos

De acordo com a Associação Brasileira do Déficit


de Atenção (ABDA), estima-se que
aproximadamente 2 milhões de adultos no Brasil
enfrentem os sintomas do Transtorno do Déficit
de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Este
transtorno neurobiológico pode impactar
significativamente a vida diária desses indivíduos,
afetando sua capacidade de concentração,
organização e controle de impulsos. Para
aproveitar esses benefícios, é necessário um
ambiente que respeite e acomode as
necessidades das pessoas neurodiversas, com
ajustes na comunicação, no ambiente físico e nas
práticas de recrutamento. Compreender e apoiar
a neurodiversidade é fundamental para criar um
ambiente de trabalho inclusivo e produtivo.
A Associação Brasileira do Déficit de Atenção
(ABDA) estima que cerca de 2 milhões de
adultos no Brasil tenham TDAH, um transtorno
neurobiológico que afeta concentração,
organização e controle de impulsos,
impactando relações, desempenho acadêmico
e profissional e gerando desafios emocionais.
É essencial aumentar a conscientização para
oferecer suporte, diagnóstico e tratamento
adequados, além de promover inclusão e
acolhimento para melhorar a qualidade de vida
dessas pessoas.

Capacitismo
Podemos ter atitudes capacitistas:

Por meio de palavras e expressões como louco(a),


maluco(a), retardado(a), mongol, estúpido(a),
imbecil(a), surdo-mudo(a), bipolar, esquizofrênico(a),
deformado(a), sequelado(a), entre outras;
Infantilizando uma pessoa adulta com deficiência;
Ao nos surpreendemos quando uma pessoa com
deficiência ou neurodivergente consegue realizar
alguma atividade comum como estudar, trabalhar e até
mesmo ter um relacionamento afetivo;
Quando pressupomos qual tipo de ajuda a pessoa
precisa ter sem perguntar o que ela necessita;
Reduzir a pessoa a uma única característica.
Você sabia?

O capacitismo é crime, sob pena de reclusão e multa, com base no


art 88º da lei de nº 13.146/2015, Lei Brasileira de Inclusão. Que
define como crime “praticar, induzir ou incitar discriminação de
pessoa em razão de sua deficiência”.

Pessoas neurodivergentes no
ambiente profissional
Na maioria das vezes os ambientes de trabalho
não estão preparados para incluir pessoas com
deficiência.
Por volta de 50 a 75% das pessoas autistas com
ensino superior estão desempregadas nos EUA.
De acordo com estudos da Cranfield University, no
Reino Unido, as pessoas neurodiversas se sentem
inseguras em ingressar em uma organização com
medo do preconceito – e, muitas vezes, hesitam
até mesmo em se candidatar para uma vaga e em
revelar sua condição por esse medo.
E como podemos transformar este
cenário e torná-lo mais inclusivo?

1. PERGUNTE SOBRE A ADAPTAÇÃO

Cada pessoa neurodivergente precisará de um


tipo de adaptação, pois a neurodivergência se
expressa de forma muito diferente em cada
pessoa. Por isso, o melhor é sempre perguntar as
pessoas neurodivergentes ou a seus responsáveis
qual adaptação aquele indivíduo específico requer
naquele momento.

2. INCLUSÃO DESDE O PROCESSO SELETIVO

O processo seletivo já deve ser inclusivo, dessa


forma, na ficha de candidatura para vaga,
pergunte se a pessoa tem necessidade de um
recurso inclusivo para entrevista ou avaliação das
habilidades. Além disso, garanta que toda a
equipe está preparada para conduzir o processo
seletivo de forma inclusiva.
3. DESENVOLVIMENTO DE LÍDERES SOBRE
LIDERANÇA INCLUSIVA
Promova letramento sobre a importância da liderança
inclusiva e como colocar em prática atitudes
inclusivas. Se possível, busque conhecer outras
organizações que já possuem programas de inclusão
de pessoas divergentes e lembre-se que esta é uma
jornada que demanda tempo, comprometimento e
intencionalidade.

4. TREINAMENTO CONTÍNUO DE TODA A


EQUIPE
Times precisam ser treinados sobre como incluir
de fato uma pessoa com deficiência. Desta forma,
crie momentos de desenvolvimento e com
segurança psicológica para que todos e todas
compartilhem suas dúvidas.

5. MAPEAMENTO DE BARREIRAS E
ADAPTAÇÃO DE ESPAÇO
Inclua pessoas neurodivergentes no processo de
mapeamento de barreiras que impactam na
inclusão. As barreiras podem ser arquitetônicas,
metodológicas, instrumental, atitudinal, entre
outras. Após o mapeamento, crie um plano de
adaptação e envolva a organização para que
todos e todas entendam a relevância das
adaptações.
6. DESENVOLVIMENTO DE CARREIRAS
Promova um plano de desenvolvimento e de
carreira de pessoas neurodivergentes para que a
representatividade esteja em diferentes níveis
hierárquicos da organização.

7. PENSE NAS FAMÍLIAS


Colaboradores podem ter filhos e filhas
neurodivergentes, sendo assim: Incentive a
participação da família nos grupos de afinidade;
Avalie se a rotina de trabalho estipulada está
alinhada com a rotina de terapias da pessoa
neurodivergente (às vezes só é preciso fazer uma
pequena alteração no horário de entrada e saída
do trabalho); Mapeie as terapias oferecidas pelo
plano de saúde da empresa; Estimule lideranças a
terem posturas inclusivas e empáticas.

VOCÊ SABIA?
Em 1999 o símbolo do autismo era uma fita formada por
peças de quebra-cabeça coloridas, foi criado com o objetivo
de conscientizar sobre o TEA, demonstrar apoio a familiares
e responsáveis e informar a população sobre os direitos de
quem está no espectro.
Por esse motivo, é comum que você encontre esse símbolo
em placas de filas preferenciais em farmácias e
supermercados, por exemplo. É possível também encontrar a
sinalização por meio de um sinal do infinito nas cores do
arco-íris ou no mês de abril, em alguns lugares, a iluminação
de prédios na cor azul.
Para saber mais

Separamos algumas dicas de filmes, séries e


livros sobre o tema neurodiversidade e pessoas
neurodivergentes.

Filmes:

Séries:

Livros:

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