PLANO DE AULA 2º Anos 2º trimestre – Prof.
Wilton de Moraes
MAX WEBER 1864-1920
Immanuel Kant 1724- 1804 – Crítica da Razão Pura – Idealismo Transcendental
Método: criticismo
Debate sobre a natureza do conhecimento
Kant coloca algumas questões sobre o conhecimento, exemplo:
É possível uma Razão Pura independente da experiência?
Qual é o verdadeiro valor dos nossos conhecimentos?
O que é conhecimento?
Kant responde: não é possível conhecer as coisas tais como são em si, pois a coisa em si é inacessível ao
conhecimento. Apenas conhecemos o que é superficial, o que é mais aparente, na verdade, conhecemos os fenômenos
e não a totalidade das coisas. Sempre algo nos escapa. Além disso, há impeditivos para não alcançarmos um
conhecimento que atinja a essência das coisas.
1. Somos partícipes na construção do conhecimento e, nós humanos, não somos perfeitos;
2. Utilizamos dos sentidos e eles acabam por nos trair e iludir, além do que, eles não são tão apurados comparados
com os de outros animais;
3. A estruturas a priori, e sobretudo a cultura que carregamos como herança acabam por nos influenciar.
Para Kant (...) ainda que reconheça a experiência como fornecedora da matéria do conhecimento, é o nosso espírito,
graças às estruturas a priori, que constrói a ordem do universo. O conhecimento não capta a essência da realidade,
mas apenas os fenômenos que nos são transmitidos através dos sentidos. Sendo assim, o conhecimento não é o reflexo
do objeto exterior, é o próprio espírito que constrói o objeto do seu saber. Portanto, o mundo é o produto de um
movimento do pensamento.
Max Weber irá trazer isso para a Sociologia. Weber indaga então sobre o papel dos conceitos sociológicos enquanto
instrumentos de interpretação da realidade social.
Para Weber, o sociólogo não pode tratar seus conceitos, suas teorias como se fosse uma representação fiel da
realidade.
Weber parte do princípio de que o conhecimento humano não é uma reprodução da essência da realidade.
Relação Indivíduo-Sociedade
Método: individualismo metodológico (primado do sujeito). Toda explicação da sociedade e de suas instituições passa
pelo indivíduo. O indivíduo é o elemento fundante na explicação da realidade social. É o fundamento da sociedade.
A existência da sociedade somente se realiza pela ação e interação recíprocas entre os agentes sociais.
A sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais reciprocamente referidas.
Weber entende que a sociedade e suas instituições passa pela análise do comportamento dos indivíduos.
Max Weber e a Ação Social
Assim, Weber dirá que toda vez que se estabelecer uma relação significativa, isto é, algum tipo de sentido entre várias
ações sociais, teremos relações sociais. Só existe ação social quando o indivíduo tenta estabelecer algum tipo de
comunicação, a partir de suas ações, com os demais. Segundo sua definição, temos que:
a) Ação: é um comportamento [...] sempre que e na medida em que o agente ou os agentes o relacionem com um
sentido subjetivo.
b) Ação social: significa uma ação que, quanto a seu sentido visado pelo agente ou pelos agentes, se refere ao
comportamento de outros, orientando-se por este em seu curso.
A partir dessa definição, Weber afirma que podemos pensar em diferentes tipos de ação social, agrupando-os de
acordo com o modo pelo qual os indivíduos orientam suas ações. Assim, ele estabelece quatro tipos de ação social:
Ação social de tipo tradicional: aquela determinada por um costume ou um hábito arraigado;
Ação social de tipo afetiva: aquela determinada por afetos ou estados emocionais;
Ação social de tipo racional com relação a valores: determinada pela crença consciente num valor considerado
importante, independentemente do êxito desse valor na realidade;
Ação social de tipo racional com relação a fins: determinada pelo cálculo racional que estabelece fins e organiza os
meios necessários.
c) Ação: é um comportamento [...] sempre que e na medida em que o agente ou os agentes o relacionem com um
sentido subjetivo.
d) Ação social: significa uma ação que, quanto a seu sentido visado pelo agente ou pelos agentes, se refere ao
comportamento de outros, orientando-se por este em seu curso.
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo
Antecedentes a Reforma Protestante
Alta Idade Média Modernidade
Economia agrária capitalismo comercial
Trabalho servil assalariado
Política/Governo Absolutismo Monárquico República
Cultura Teocentrismo Antropocentrismo
Religião catolicismo Religiões protestantes
Classes sociais nobres e servos burguesia e proletariado
Igreja século XVI
maior detentora de terras;
monopólio do saber;
Até o séc. XIII, quando começa a formação das universidades (universitas), as escolas tinham por missão a
transmissão dos ensinamentos religiosos. Só nos séculos XII e XIII formaram-se as primeiras
universidades, com consequências notáveis, como a construção de uma classe de intelectuais. Estas
universidades, em seus primórdios, atendiam quase que exclusivamente, membros do Clero e da Nobreza.
Apenas com o crescimento econômico e importância social da burguesia é que seus membros puderam
frequentar as universidades medievais, igualando, ao menos em termos de conhecimento, o poder dos
clérigos e da nobreza feudal.
enorme influência;
o alto clero cada vez mais afastado da vida espiritual de seus fiéis;
preocupação do alto clero em acumular bens e riquezas;
o alto clero vivendo no luxo, no conforto, cercado de privilégios e bens materiais;
negociavam cargos eclesiásticos com reis e nobres em troca de terras e dinheiro;
venda de “relíquias sagradas” (água benta, chumaços de cabelo e farpas da cruz de cristo, etc);
venda de indulgências (venda de perdão para os pecados);
desrespeito ao celibato (mantinham romances e tinham filhos secretos);
se envolviam em questões de Estado (sucessão – anulando casamento de reis);
consideram o comércio uma atividade desonrosa;
criticava o lucro – usura;
burgueses (comerciantes, banqueiros e financistas) vistos como indignos e pecadores;
a teologia católica afirmava que quanto MENOS a pessoa se apegasse aos bens materiais, mais próxima estaria de
Deus, assegurando a salvação da alma;
a salvação dos cristãos se daria pela fé e pelas obras e, entre as obras, doar recursos financeiros à Igreja era uma
boa obra;
a riqueza levava aos sete pecados capitais: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, preguiça e inveja;
o fiel devendo seguir o exemplo de Cristo que viveu na pobreza e de modo humilde;
o fiel devendo viver uma vida de oração, sacrifício, penitência e renúncia a riqueza e bens materiais;
a vida terrena como uma vida passageira, local de passagem. A vida na terra como um local de redenção, de
purgação, de expiação. O mais importante era garantir a vida eterna, preocupação com a vida após a morte.
Martinho Lutero 1483-1546
Em 1517 na cidade de Wittenberg Lutero escreve um documento com 95 críticas;
1520 excomungado (papa Leão X);
Salvação da alma é obtida pela fé e pela livre interpretação da Bíblia e não pela realização de ações (prática da
caridade, sacrifício e penitência). A salvação não se dá pelo retiro espiritual como os monges fazem;
Propôs o livre estudo da Bíblia;
Culto aos santos é abolido;
Tradução para as línguas vulgares (espanhol, italiano, francês, inglês, etc...);
Propôs dois sacramentos: batismo e eucaristia, o resto é abolido;
O celibato clerical não é obrigatório;
Nenhum chefe religioso tem autoridade equivalente à do Papa;
Admitem o divórcio e os métodos anticoncepcionais não naturais;
Concepção de ‘VOCAÇÃO’, a profissão como um chamado de Deus, como um desígnio, um dom que Deus nos
deu;
Ascetismo intramundano (dedicação, disciplina, rigor quase exclusivo ao trabalho);
Valorização do TRABALHO como meio essencial para agradar a Deus;
O que é pecado? É não trabalho, ir a festas, divertir-se em jogos, ter a vaidade de usar joias e roupas luxuosas
eram considerados pecados graves, porque afastavam as pessoas de Deus e das obrigações;
João Calvino 1509-1564
PREDESTINAÇÃO ABSOLUTA – O destino já está traçado;
Cabia a Deus escolher os que tinham fé;
No entanto, como saber que “eu” sou uma pessoa predestinada?
O homem não pode fazer nada para se salvar, na verdade o homem nasce salvo ou condenado;
O homem em vida não vai buscar a salvação, mas os sinais da sua salvação;
O enriquecimento por meio do ESFORÇO no TRABALHO ou pelas práticas burguesas vem a ser um sinal
explicito da bondade de Deus, sinal de eleição, sinal de predestinação;
Ter sucesso material e profissional, ser bem sucedido é sinal de benção;
O que é condenável é a preguiça, a ostentação da riqueza.
Max Weber:
propõe a tese que a religião protestante impulsionou o capitalismo no ocidente;
a tese de Weber é que o espírito religioso foi o que deu ao capitalismo a sua força.
Weber percebeu que esse espírito (ganhar dinheiro) já existia na Idade Média, mas não se perpetuava entre os
fiéis católicos;
a vida do católico não era estável. Muito pelo contrário, era uma sucessão de atos de caridade, arrependimentos e
de pecados. No caso do fiel pecar, sempre haveria o sacramento da confissão para redimi-lo.
O fiel católica encarava a sua condição, a de ser pobre, como algo inalterável, pois foi a vontade Deus;
no protestantismo, especialmente no calvinismo, isso não existia. Só havia a opção da salvação ou da danação
eterna. Calvino exigia que o fiel deveria viver uma vida coerente e estável do começo ao fim de sua vida. Não
havia o padre para perdoá-lo;
os protestantes começaram a usar dinheiro para fazer mais dinheiro, e buscar por uma racionalização nesse
processo;
a riqueza seria eticamente má apenas na medida que viesse a ser uma tentação para um gozo da vida no ócio e no
pecado. Logo toda riqueza gerada não poderia ser gasta com bens luxuosos – o que fez os calvinistas a reinvestir
seu lucro em trabalho, gerando mais e mais riquezas;
para o protestante o “querer ser pobre era o mesmo que o querer ser doente”;
os trabalhadores deviam ser sóbrios, conscienciosos e extraordinariamente ativos, que devia agarrar ao seu
trabalho como a um propósito de vida desejado por Deus;
o trabalho como “um dever” e não como “uma obrigação”.
quanto mais dinheiro você tivesse, mais perto de Deus você chegaria;
surgia uma ética econômica especificamente burguesa. Com a consciência de estar na plenitude da graça de Deus
e visivelmente por ele abençoado – o empreendedor burguês poderia perseguir seus interesses sem se sentir
culpado;
diante disso, pode-se entender que segundo Weber, o capitalismo ergueu-se de uma ideia, de uma ética
protestante, de uma forma de pensar. Isso garantiu a existência de um espírito, de uma ética capitalista.
Lembra-te de que tempo é dinheiro…
Lembra-te de que o crédito é dinheiro…
Lembra-te de que o dinheiro é de natureza prolífera, procriativa…
Lembra-te deste refrão: “O bom pagador é dono da bolsa alheia”…
As mais insignificantes ações que afetem o crédito de um homem devem ser consideradas…
Guarda-te de pensar que tens tudo o que possuis e de viver de acordo com isto…
DESENCANTAMENTO DO MUNDO
tendência a racionalização nas sociedades ocidentais;
racionalização na vida prática;
avanço da razão na vida social;
substituição da religião pela razão/ciência;
secularização – separação entre Igreja e o Estado;
a religião deixa de ser o fundamento da ordem social
BUROCRACIA
o fenômeno da burocracia como um indício claro deste processo de racionalização que se iniciou com o
capitalismo;
instrumento cada vez mais universal e eficaz de se exercer a dominação;
instrumento a qual se reduz a influência da riqueza, parentela e amigos– oficio separado da vida familiar e
pessoal;
forma de organização baseada em leis, normas, regras ou regulamentações administrativas;
ordens dadas de maneira previsível e estável;
marcada pela especialização dos cargos/de funções;
apela-se para os registros escritos – documentos e arquivos;
busca pela precisão, velocidade, clareza e unidade;
eliminação de sentimentos como: o amor, o ódio e outros puramente pessoais – elementos irracionais que fogem
ao cálculo e a previsibilidade;
a organização burocrática é hierárquica;
recrutamento para seus quadros dá-se através de concursos públicos, exigência de competências, currículo,
conhecimento e perícia
a ideia é fugir das irracionalidades, dos afetos e das tradições que perturbem a calculabilidade indispensável a boa
administração;
com a finalidade de obter o máximo de lucro e eficiência, as empresas capitalistas procuraram organizar de modo
racional o trabalho e a produção.
CAPITALISMO
Característica geral é um sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios
de produção (terras, capital, máquinas, ferramentas, matérias-primas etc...),
que tem em vista o lucro, do qual os trabalhadores não participam; estes
recebem um salário em troca de sua força de trabalho.
Relação de trabalho o trabalho assalariado é predominante, permeada pela exploração
Objetivo tem por objetivo a obtenção de lucro
Novo paradigma o trabalho como algo vital na vida do homem moderno, orientando sua vida.
O indivíduo desde criança sendo educado para o trabalho, o trabalho passa a
ser algo central, nuclear na vida do indivíduo. Vivemos para o trabalho.
o trabalho tendo um valor em si (“O trabalho dignifica o homem”, “O
trabalho enobrece”, “Deus ajuda quem cedo madruga”
o trabalho na nossa sociedade é algo isolado, uma área bem definida onde não
fazemos outra coisa senão trabalhar. Além disso, associamos o trabalho a algo
torturante, desprazeroso, monótono, cansativo e desgastante (não paramos de
olhar o relógio ansiosos pelo final de semana, feriado, férias, aposentadoria)
passamos a maior parte da vida trabalhando ou nos preparando para o dia
seguinte de trabalho e isso se dá, até mesmo, nas nossas horas de descanso,
folga e de lazer (nos finais de semana, ao lavarmos as nossas roupas,
limparmos a casa, irmos ao mercado ou fazermos exercícios estamos, na
verdade, nos preparando materialmente, fisicamente e psicologicamente para
a semana de trabalho que se iniciará. O tempo do lazer vem a ser controlado,
regulado, dirigido e contado.
Entretanto, o trabalho para nós é uma maneira de se ascender socialmente, um
meio de adquirirmos bens materiais (riqueza), respeito, prestígio, status,
reconhecimento, realização pessoal, etc...
o trabalho como um meio de constituirmos a nossa identidade. Isto significa
que cada um se torna o que é por meio do ofício que executa
quando desempregados sentimos um vazio existencial, nos sentimos inúteis e
depressivos. Desempregados somos impedidos de nos realizarmos enquanto
homens e cidadãos
Trabalho na contemporaneidade
O tipo de trabalho que surge no panorama mundial necessita de pessoas com capacidade para inovar, requer
criatividade, curiosidade, capacidade para imaginar e realizar. Para essa nova realidade, é importante que as pessoas estejam
dispostas a um aprimoramento permanente e sejam dotadas de consciência crítica, que se desenvolve somente com a
aprendizagem constante. Nesse panorama, tudo o que impede o desenvolvimento das potencialidades humanas também
impedirá a geração de trabalho e renda. Portanto, a educação assume papel de destaque no mundo atual do trabalho.
A tendência de valorização da inventividade e da criatividade no mundo atual do trabalho é um fato que já não se pode
negar. Em vez de os indivíduos venderem seu tempo aos patrões, que sempre os exploraram e tolheram a capacidade criativa
deles, hoje existe a possibilidade de aprimorar ideias para melhorar o mundo, conquistando um trabalho prazeroso, que traga
felicidade.
Para sobreviver nessa nova realidade, é preciso interagir com um número cada vez maior de pessoas. A tecnologia
aplicada aos meios de comunicação é o principal instrumento para realizar essa tarefa. Saber utilizar os meios de comunicação
(internet, jornais, revistas, TV etc.) para estabelecer contatos é muito importante para divulgar seus potenciais e produção
criativa, transformando patrões em clientes e trabalho em prazer.
Sociedade disciplinar – Michel Foucault 1926 - 1984
• O pensador Michel Foucault se dedicou a estudar como foi se desenvolvendo os mecanismos de controle social ao
longo do tempo.
• A partir do século XVII, com o enfraquecimento do poder monárquico e do Estado absolutista ocorreram
transformações substanciais na forma de controlar a sociedade.
• Mudanças sociais ocorridas a parti do século XVII e intensificadas no século XVIII e XIX levaram a alterações do
jogo do poder, que foi sendo gradativamente substituído pelo que Foucault denomina de sociedades disciplinares, as
quais atingiram o seu apogeu no séc. XX.
• Ocorreu quando a economia do poder percebeu ser mais eficaz e rentável “vigiar” do que “punir”.
• Em Vigiar e Punir, Foucault trata com muita propriedade do tema da “Sociedade Disciplinar”, implantada a partir dos
séculos XVII e XVIII, consistindo basicamente num sistema de controle social através da conjugação de várias
técnicas de classificação, de seleção, de vigilância, de controle, que se ramificam pelas sociedades a partir de uma
cadeia hierárquica vindo do poder central e se multiplicando numa rede de poderes interligados
• O filósofo aponta que a motivação de toda esta rede de controle se justifica pela necessidade que a burguesia teve de
efetivar um controle mais determinado sobre as massas, que poderiam representar um perigo explosivo, se fossem
levados a sério os ideais da Revolução Francesa e do Iluminismo.
• A existência de mecanismos disciplinares é anterior ao período que Foucault denominou como sociedade disciplinar,
mas antes existiam de forma isolada, fragmentada.
• O padrão de visibilidade das sociedades disciplinares projetou-se no interior dos prédios das instituições, que
passaram a ser construídos para permitir o controle interno.
• Coube às sociedades disciplinares organizar os grandes meios de confinamento, os quais tinham como objetivo
concentrar e compor, no tempo e no espaço, uma forma de produção cujo efeito deveria ser superior à soma das
partes, ou seja, a soma do que cada um poderia fazer individualmente.
O indivíduo não cessava de passar de um espaço fechado ao outro: família, escola, fabrica, universidade e
eventualmente prisão ou hospital.
• Foucault descobriu uma engenharia que atravessou quase meio século, praticamente despercebida, enquanto
estratégias ou tática de poder.
• Mas que aparece como uma mecânica de observação individual, classificatória e modificadora do comportamento,
uma arquitetura formulada para o espaço da prisão, ou para outras administrações, tais como: a fábrica, a escola, o
manicômio, etc.
• Essa maquinaria era o Panóptico = olhar total.
• O Panóptico é a utopia de uma sociedade e de um tipo de poder que é, no fundo, a sociedade que atualmente
conhecemos – utopia que efetivamente se realizou. Este tipo de poder pode perfeitamente receber o nome de
panoptismo. Vivemos numa sociedade onde reina o panoptismo.
• Com o Panóptico vai-se produzir algo totalmente diferente. Não há mais inquérito, e sim vigilância e exame. O
Panóptico teve uma tríplice função a vigilância, o controle e a correção.
SÉCULO XVII, XVIII e XIX - SOCIEDADE DISCIPLINAR
Consolidação do capitalismo
Ascensão da burguesia
instauração da Era Disciplinar – Novo modelo disciplinar
os castigos corporais em praça pública, os espetáculos de selvageria (forca,
guilhotina, açoitamento no pelourinho, etc ... caem em desuso)
novo modelo disciplinar baseado: no modelo disciplinar militar (hierarquia) e no
religioso (silêncio)
novo modelo disciplinar visando o controle: do tempo (tirania do relógio) e do
espaço
novo modelo disciplinar privilegia o olhar vigilante e o controle constante
paralelamente instaura-se um novo modelo arquitetônico idealizada pelo jurista
Jeremy Bentham e denominada de PANÓPTICO (pan=todo ou tudo,
óptico=visão). O panóptico permite aperfeiçoar o exercício do poder.
o panóptico construção em forma de anel e com uma torre de vidro no centro.
o panóptico permite a observação total, permite ver, sem ser visto, garante-se a
vigilância constante, o poder é exercido de forma que ninguém consegue
identificar os seus executores, dificilmente vê quem VE, aliás o inspetor perfeito, é
aquele que ninguém vê, que nunca aparece, ele se transparece como um fantasma.
Cria-se um controle psicológico em que os indivíduos se auto controlam, se
autofiscalizam. Tudo o que o indivíduo faz está exposto ao olhar do vigilante, ele
então passa a ser onipresente e onisciente.
o panóptico desfaz a necessidade de combater a violência física com outra
violência física, combatendo-a antes, com mecanismos de ordem psicológica.
o panópctico reduz o número dos que exercem a vigilância, ao mesmo tempo que
multiplica o número daqueles sobre os quais é exercido.
com o panóptico o que se tem é a sujeição dos corpos, impõe-se uma relação de
docilidade-utilidade. Isto é, quanto mais o indivíduo/trabalhador dócil, obediente,
focado na sua tarefa, cumpridor de seu trabalho mais útil, produtivo, gerador de
riqueza será. O indivíduo dócil aumenta-se suas habilidades, a disciplina aumenta
as forças do corpo, ele concentrará todas as suas energias naquilo que está fazendo.
Percebemos então que o trabalho é um fenômeno social como outro qualquer e que de acordo com determinada
época, há um olhar particular a respeito. Os homens interagindo constroem coisas, ideias, valores, a moda, a
violência, etc... Sendo assim estes fenômenos vão adquirindo determinadas nuances a ponto de interferirem na
forma da gente pensar e agir.