0% acharam este documento útil (0 voto)
25 visualizações15 páginas

Petição

André Monteiro Rabello propõe uma execução de título extrajudicial contra a Braiscompany Soluções Digitais e Treinamentos LTDA, devido ao não pagamento de aluguéis de criptoativos, totalizando R$ 11.913,82. O autor solicita medidas cautelares, incluindo penhora de bens, devido à dilapidação do patrimônio da empresa e investigações em andamento pelo Ministério Público. O documento fundamenta a execução com base no Código de Processo Civil, destacando a exigibilidade da dívida e a possibilidade de penhora de criptomoedas.

Enviado por

diegopaivaharten
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
25 visualizações15 páginas

Petição

André Monteiro Rabello propõe uma execução de título extrajudicial contra a Braiscompany Soluções Digitais e Treinamentos LTDA, devido ao não pagamento de aluguéis de criptoativos, totalizando R$ 11.913,82. O autor solicita medidas cautelares, incluindo penhora de bens, devido à dilapidação do patrimônio da empresa e investigações em andamento pelo Ministério Público. O documento fundamenta a execução com base no Código de Processo Civil, destacando a exigibilidade da dívida e a possibilidade de penhora de criptomoedas.

Enviado por

diegopaivaharten
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 15

AO DOUTO JUÍZO DA__VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE CAMPINA

GRANDE

ANDRÉ MONTEIRO RABELLO, brasileiro, casado, Corretor de


Imóveis, portador do CPF sob o n°. 007.480.864-80, e RG n°. 2179774 SSP/PB,
residente e domiciliado na Rua José Brasilino Leite, 75, apto 1602, bairro Brisamar,
João Pessoa, PB CEP 58034-000, por intermédio de seu advogado que esta
subscreve, com endereço profissional à R. Emilio de Araújo Chaves,525, sala 104, -
Altiplano Cabo Branco, João Pessoa - PB, 58046-150, João Pessoa-PB, e-mail:
[email protected], abaixo assinado, vem, respeitosamente perante
Vossa Excelência com fundamento no art. 783 e seguintes do NCPC, propor a
presente:

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL

em desfavor de BRAISCOMPANY SOLUÇÕES DIGITAIS E TREINAMENTOS


LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ n. 30.541.179/0001-55,
com sede na Rua Doutor Severino Ribeiro Cruz, n. 729, Centro, Campina Grande- PB.,
CEP 58.400-258, e-mail: [email protected] pelos fatos e fundamentos de
direito a seguir aduzidos:

I. DOS FATOS

O autor realizou com a ré CONTRATO DE CESSÃO TEMPORÁRIA DE


CRIPTOATIVOS (ALUGUEL), cujo CÓDIGO DE CONTRATO: C4-007.480.864-80,
realizado em 20 de novembro 2021, com data de pagamento do aluguel no dia 20
de cada mês, conforme firmado em contrato.

Ocorre que, o valor do mensal do aluguel firmado no contrato com a ré,


correspondente à data de 20/01/2023 está em atraso. Desse modo, tem-se acrescido
um percentual de 6,01% referente ao mês de janeiro, cujo valor devidamente atualizado
é de R$ 5.465,81 (cinco mil e quatrocentos e sessenta e cinco reais e oitenta e um
centavos).
Além disso, o valor mensal do aluguel firmado no contrato com a ré,
correspondente à data de 20/02/2023 está em atraso, com percentual de 7,09% referente
ao mês de fevereiro, cujo valor atualizado do mês é R$ 6.448,02 (seis mil e
quatrocentos e quarenta e oito reais e dois centavos).
Somando as parcelas dos alugueis em atraso, o executado deve ao
exequente um montante correspondente à R$ 11.913,82 (onze mil e novecentos e
treze reais e oitenta e dois centavos).
Segue resumo das informações:
Nº DO CONTRATO C4-007.480.864-80
NOME DO CLIENTE Andre Monteiro Rabello
CPF 007.480.864-80
DATA DO CONTRATO 20/11/2021
DATA DO DISTRATO (não renovados)
VALOR DO CONTRATO R$ 90.945,21
-
Jan/2023 90.945,21 6,01% -R$ 5.465,81
-
Fev/23 90.945,21 7,09% -R$ 6.448,02
CÓDIGO DE CONTRATO: RSA9-66329985217102022 -R$ 11.913,82

AINDA, em 05/01/2023 as partes DISTRATARAM O REFERIDO

CONTRATO, com a assinatura do mesmo com a multa de 30%, cujo pagamento


deveria ter ocorrido em 06/02/2023, 30 dias após a assinatura e envio do mesmo via e-
mail.
Os alugueis de janeiro e fevereiro são devidos por ocasião da não
devolução do ativo principal alugado, que ainda se encontra de posse do
executado, e o mesmo está promovendo transações de TRADER com o mesmo,
lucrando com isso. O enriquecimento ilícito é indevido.

Portanto, o valor da presente execução é: R$ 11.913,82 (onze mil e novecentos e


treze reais e oitenta e dois centavos), representados pelos alugueis devidos de
jan/2023 e fev/2023, conforme acima descritos.
Esta é a breve síntese dos fatos.

Contudo, a Presente Execução deve se ajustar ao RITO


PROCESSUAL AOS DA EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL, previsto no
artigo 53 da lei 9.099/95, com a expedição imediata de mandado de penhora em
desfavor do devedor, uma vez que já há DILAPIDAÇÃO DOS BENS DA
EMPRESA, a exemplo da venda da AERONAVE PREFIXO PRFOL, conforme
documentos em anexo, em 19/01/2023, bem como o desaparecimento do CEO
ANTONIO NETO E FABRICIA (documentos comprobatórios em anexo):

Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até quarenta salários
mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, com as modificações
introduzidas por esta Lei.

§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiência de


conciliação, quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente.

§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a solução do litígio, se
possível com dispensa da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre outras
medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a prestação, a dação em pagamento
ou a imediata adjudicação do bem penhorado.

§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados improcedentes, qualquer


das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do parágrafo
anterior.

No caso em apreço, a simples expedição para o devedor pagar em 03


dias ou a marcação de penhora para data futura, data vênia, restará infrutífera a busca
de satisfação do crédito, porquanto, desde 19 de janeiro o CEO da empresa e sua
esposa, Fabrícia AIS, estão transferindo, alienando, dilapidando o patrimônio da
pessoa jurídica a fim de deixa-la sem capacidade de pagamento aos mais de 10mil
clientes, tendo o próprio CEO numa “live” recente do Instagram, afirmado que o
“rombo” aos clientes são de média 600 milhões de reais.

SEM EXPEDIÇÃO DE QUALQUER MANDADO DE PENHORA á título


cautelar e inicial, para bloqueio de bens, através das ferramentas SISBAJUD COM
REPETIÇÃO automática, RENAJUD, INFOJUD, CNIB, restará infrutífera no futuro tal
procedimento executório.

Já há notícias que o MINISTÉIRO PÚBLICO DE CG já está investigando


e abrindo inquérito civil e criminal para apurar a fraude a um número expressivo de
cliente lesados pela executada (cerca de 10 mil clientes) o que torna que a medida de
penhora e arresto dos bens seja tomada com ainda mais celeridade.

Inclusive, está previsto para a data de 13/02/2023 às 13H, a Coletiva do


Promotor do MP PROCON CG na SEDE DO MINISTÉRIO PÚBLICO, para esclarecer
as ações que serão tomadas em face do golpe que culminou com o prejuízo acima
descrito.

O PODER GERAL DE CAUTELA CONCEDIDO PELO ART. 297 DO


ATUAL CPC 2015 ao juiz, assim determina:

Artigo 297. - O juiz poderá determinar as medidas que


considerar adequadas para efetivação da tutela provisória.
Parágrafo único - A efetivação da tutela provisória observará as
normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no
que couber.
Esse PODER GERAL DE CAUTELA DO JUIZ trata-se do “poder-
dever” do Juiz para estabelecer provimento jurisdicional, de forma rápida e
sumária, em razão da necessidade assecuratória de direito ameaçado e que corra
perigo de danos irreversíveis, observando sempre os critérios da conveniência e
oportunidade. PORTANTO, DESDE JÁ REQUER O EXEQUENTE, A TITULO DE
ARRESTO E MEDIDAS CAUTELARES PARA RESGUARDAR O RESULTADO
PRÁTICO DA EXECUÇÃO, em sede de despacho inicial:

a) A imediata realização da Arresto/penhora de valores

junto ao SISBAJUD com repetição AUTOMÁTICA DE 30

DIAS em desfavor do(s) executado(s);

b) A realização de pesquisa RENAJUD para rastreio dos

veículos de propriedade da empresa, acima nominados,

com BLOQUEIO DOS MESMOS;

c) A expedição de mandado de ARRESTO/penhora na sede


para remoção de bens móveis, equipamentos, computadores, que
sejam localizados naquele ambiente, com o envio dos mesmos para
DEPÓSITO PÚBLICO, não concordando o autor que fiquem sob a
guarda e depósito do executado, para evitar a ocultação e/ou
alienação dos mesmos;

II. DO DIREITO

A presente demanda se fundamenta principalmente e inicialmente nos


termos do art. 783 do Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á


sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.
Outrossim, como se observa do art. 771, do CPC, portanto, não há
processo de execução sem título que o enseje. No entanto, há requisitos indispensáveis
para que a obrigação de que trata o título seja passível de ser executada.

De acordo com Didier: “o título executivo é o documento que certifica


um ato jurídico normativo, que atribui a alguém um dever de prestar líquido, certo e
exigível, a que a lei atribui o efeito de autorizar a instauração da atividade executiva”.

Portanto, temos que a obrigação objeto do processo de execução


deverá cumprir com o requisito da certeza. Ou seja, a obrigação deverá existir e no caso
em lide, trata-se de uma obrigação certa de dar/pagar ao exequente quantia (aluguel)
certa, firmada por meio de contrato, assim, há obrigação extraída do título executivo e
há que se falar em executabilidade, do mesmo modo, liquidez e exigibilidade.

Por essa razão, Didier afirma que a certeza é pré-requisito dos demais
atributos. Isto, contudo, não significa que a obrigação será incontestável. Ainda, cabe
evidenciar que a obrigação não precisa ser expressa. Será considerada certa, desde
que, da leitura do título, entenda-se existente uma obrigação, o que está amplamente
demonstrada desde a demonstração extraída dos fatos.
Além disso, o princípio da liquidez da obrigação refere-se à capacidade
de determinação do objeto da obrigação, ou seja, daquilo que poderá ser exigido em
processo de execução – as parcelas referentes aos alugueis em atraso. Portanto, a
obrigação tem um objeto específico, preenchendo mais um requisito, exigível de
ser executado.

No tocante ao terceiro elemento, o título pleiteado é totalmente


exigível, uma vez que se tem um direito sobre a obrigação e um dever de cumpri-la.
Ressalta-se que essa obrigação se perfaz, também, no tempo. Assim sendo, se uma
obrigação ainda é vencida, se pode argumentar pelo processo de execução.

Como se verifica o executado está devendo ao exequente, o

PRÓPRIO CONTRATO FIRMADO ENTRE AS PARTES, estipula 03 datas para

pagamento: dia 10, 20 e 30 de cada mês, assim entendidos: os contratos


assinados e concluídos entre o dia 11 ao dia 20, serão pagos no dia 20 do mês
subsequente; os contratos assinados e concluídos entre o dia 21 ao dia 31, serão pagos
no dia 30 do mês subsequente;

No caso em tela, tendo sido feito o contrato no dia 20/11/2022 a data de


vencimento é todo dia 20 de cada mês, no caso, 20/01/2023 e 20/02/2023 (essa na
qualidade de parcela vincenda).

Acerca do tema, extrai-se de acórdão do Superior Tribunal de Justiça


em Agravo Interno:

O título executivo extrajudicial é apto a embasar processo


executivo quando se mostrar exigível. Assim, enquanto o devedor
não se torna inadimplente com sua obrigação nele representada,
não se mostra válida a propositura de execução diante da falta de
uma das condições da ação, qual seja, a exigibilidade. […]” (STJ,
3ª Turma, AgInt nos EDcl no REsp 1538579/PE, Rel. Min. Moura
Ribeiro, julgado em 01/05/2017, publicado em 29/05/2017).
Nesse ínterim, o Código Processual Civil também menciona quem está
sujeito à execução.

Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não


satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em
título executivo.
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e
futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições
estabelecidas em lei.
Logo, pode-se entender que a execução é método utilizado pelo Estado,
na forma jurídica, de forçar o cumprimento de uma obrigação celebrada por

pessoas naturais ou jurídicas.

Ademais, existem os títulos executivos extrajudiciais que são títulos


particulares ou públicos que autorizam a execução forçada. São considerados todos os
documentos escritos que remetam a um ato jurídico e que possuam características
líquidas e certas. O CPC também apresenta o rol dos documentos extrajudiciais.

Ora, se o objeto da ação é o bem com o valor de mercado, o método


executório será por meio de atos expropriatórios sobre o patrimônio do executado.
Expropriar é sinônimo de desapropriar, ou seja, retirar da propriedade ou posse do sujeito
o bem necessário para satisfazer a obrigação. Vejamos o artigo 824 do Código
Processual Civil Brasileiro.

Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação


de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais.

Sendo assim, podemos perceber que a execução possui duas maneiras


de suceder, uma via título executivo judicial e outra por título executivo extrajudicial.
Ademais, a execução recai sobre o patrimônio, ou seja, a execução será realizada frente
a um bem do devedor, bem este que possua valor de mercado.

Não há óbice, também, ao verificar que as criptomoedas possuem


valor real de mercando, sendo plenamente capazes de transação e investimentos.

Uma vez que possuem valor de mercado, as criptomoedas


encaixam-se no principal requisito de execução: possuir bem,

patrimônio. Logo, a sua constrição é plenamente capaz para satisfazer a dívida ou


obrigação do devedor.

O Brasil está em diversas modalidades o avanço, regularização e a


aceitação formal das moedas digitais, tornando-se cada vez mais evidente a
possibilidade de realizar a penhora das mesmas por fazer parte do patrimônio do
executado, parte esta que é obrigada a declaração junto a Receita Federal.

No que diz respeito a penhora com a garantia do juízo de execução, o


instituto da responsabilidade patrimonial, traz expressamente que o devedor deverá
arcar com os seus inadimplementos, respondendo com todos os seus bens presente e
futuros, conforme estipula no artigo 789 do Código de Processo Civil.

Nesta linha, o Código de Processo Civil, informa em seu conteúdo,


diferenciando de bens incorpóreos, estes que podem ser efetuada a penhora judicial.

Neste curso, trata (ALVES; SILVA, 2018):

“Sendo a penhorabilidade a regra e a impenhorabilidade a


exceção, razão pela qual deve ser interpretada restritivamente,
não se encontra amparo na legislação em vigor para excluir as
criptomoedas da possibilidade de penhora”
Pode-se dizer que no momento que o indivíduo adquiri a
responsabilidade patrimonial ele possui esta obrigação no meio teórico, com o início
da execução ele deixa se apresentar está característica e passa a ser realidade.

Dentro disso, para que seja realizada a penhora o executado o mesmo


deve possuir a liquidez, como já foi demonstrado, podendo produzir dois efeitos
materiais desdobramento da posse como deposito e efeitos processuais
individualização do bem.

Estipula pelo artigo 835 do CPC, a devida ordem para que seja realiza
a penhora:

Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte


ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em
instituição financeira;
Portanto, a penhora possui como objetivo é a constrição de bens
específicos, no qual garante a execução, decorrente de um direito reconhecido, a fim
de que o pagamento do débito seja concretizado, ou seja, requer que a penhora garanta
o juízo.

Corroborando nesse sentido, com base no artigo 835 exposto acima no


inciso primeiro, os valores em aplicação em instituição financeira satisfazem a
execução estando em primeira posição na ordem da realização da penhora, ou seja, o
caráter monetário está vinculado ao efetivo resultado, passando a no plano físico ao
imaterial.

Devido a previsão fornecida, no que diz respeito às instituições


financeiras, e o fato de tornar possível a penhora daquilo que está presente no plano
imaterial, podemos utilizar a título de raciocínio, o sistema Bacenjud, conforme
artigo 854 do Código de Processo Civil:

Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em


aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar
ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições
financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade
supervisora do sistema financeiro nacional, que torne
indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do
executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na
execução.

Somado a tudo, temos ainda que as criptomoedas no Brasil já fazem


parte do patrimônio do consumidor mesmo que informalmente, pois até mesmo na
Receita Federal inclui-o nas obrigações da pessoa física e jurídica passando a ser
declarada e conceituada como representação digital de valor em sua própria unidade
de conta, cujo o preço pode ser expresso em moeda.

Há que destacar que a execução possui como objetivo a satisfação do


exequente. Com isso, se via Bacenjud é realizada a penhora de moedas centralizadas,
portanto porque não ponderar as moedas decentralizadas, visto que possui valor e
pode ser equiparada com um ativo financeiro, classificando-as como bens imateriais e
evidentemente mais valorizada que o próprio real.
O tema em tese, é atual e necessário que prospere, pois está sendo
discutido por doutrinadores e juristas como trata Alexandre Antunes, trazendo a
possibilidade de duas vertentes que podem ser utilizadas, para a realização da
penhora, utilizando a tese da Juíza do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,
Renata Souto Maior Baião. Assim demonstrando as seguintes opções:

1) Apreensão dos bitcoins; 2) Bloqueio da conta nas exchanges (corretoras)


convertendo este valor em moeda corrente na penhora.

Como resultado de todas as informações trazidas, podemos extrair que


as moedas digitais podem ser consideradas um bem imaterial de conteúdo patrimonial,
conforme o Desembargador Milton Carvalho nos autos do Agravo
Instrumento 2202157-35.2017.8.26.0000, publicado em novembro de 2017.

Com isso, a ausência de legislação não é empecilho suficiente para


que não ocorra a satisfação da execução, como trata Alves e Silva (2018): “a
penhorabilidade é a regra, ao passo que a impenhorabilidade é a exceção”.

Dentro disso, em caso de Bitcoins que estejam localizadas nas


corretoras a Juíza, pesquisadora, Renata Souto Maior Baião, demostra que pode ser
realizada a expedição de ofícios direcionado as corretoras. Nesse sentido Alves e Silva
afirmam:

Caso as criptomoedas do devedor estejam depositados em


corretoras, o procedimento de penhora pode ser realizado
mediante simples expedição de ofício às empresas que detêm sua
custódia, determinando a conversão de seu valor em dinheiro, a
ser depositado em conta judicial (ALVES; SILVA, 2018).

Portanto, como a jurisprudência trazida aborda caso haja a indicação


do exequente da corretora e a modalidade da moeda é uma possibilidade de realização
da penhora como também o auxílio do juiz por meio de oficio as corretoras
responsáveis pelas criptomoedas, em seguida com o devido contraditório prévio do
executado, a luz dos ditames do Código de Processo Civil.
Diante desta conjuntura o Magistrado, deverá aplicar no processo de
execução os princípios da utilidade, efetividade da execução e cooperação, utilizando
todos os atos necessários para que ocorra a satisfação da execução, uma vez que
existe ferramentas hábeis a serem utilizadas, tornando possível a penhora da
criptomoeda Bitcoin, ou seja, a evolução do mercado financeiro caminhando ao lado
da legislação brasileira, bem como dos demais ativos financeiros do executado para
satisfação do crédito autoral.

Assim, o Exequente tentou por diversas vezes durante este último mês
o recebimento amigável da importância supra, mas em nenhuma delas logrou êxito, o que
não restou ao ora Exequente outra alternativa senão a buscar a prestação da tutela
jurisdicional com vistas ao recebimento do crédito, fazendo-se por meio da presente
execução.

Trata-se, pois, de título executivo extrajudicial e encontra-se previstos no


art.783 do NCPC, ensejador da presente ação de execução.

DO PEDIDO

Ante o exposto, REQUER LIMINARMENTE:

Com base no PODER GERAL DE CAUTELA DO JUIZ trata-se do “poder-dever” do


Juiz para estabelecer provimento jurisdicional, de forma rápida e sumária, em razão
da necessidade assecuratória de direito ameaçado e que corra perigo de danos
irreversíveis, observando sempre os critérios da conveniência e oportunidade.
PORTANTO, DESDE JÁ REQUER O EXEQUENTE, A TITULO DE ARRESTO E
MEDIDAS CAUTELARES PARA RESGUARDAR O RESULTADO PRÁTICO DA
EXECUÇÃO, em sede de despacho inicial, a fim de assegurar o pagamento da dívida
de R$ 11.913,82 (onze mil e novecentos e treze reais e oitenta e dois centavos)
representados pelos alugueis devidos de jan/2023 e fev/2023, conforme acima
descritos, com:
a) A imediata realização da Arresto/penhora de valores

junto ao SISBAJUD com repetição AUTOMÁTICA DE 30

DIAS em desfavor do(s) executado(s);

b) A realização de pesquisa RENAJUD para rastreio dos

veículos de propriedade da empresa, acima

nominados, com BLOQUEIO DOS MESMOS;

c) A expedição de mandado de ARRESTO/penhora na sede


para remoção de bens móveis, equipamentos, computadores, que
sejam localizados naquele ambiente, com o envio dos mesmos
para DEPÓSITO PÚBLICO, não concordando o autor que fiquem
sob a guarda e depósito do executado, para evitar a ocultação e/ou
alienação dos mesmos;

Que se digne Vossa Excelência de citar a Executada, CONCOMITANTEMENTE OU


APÓS A REALIZAÇÃO DAS MEDIDAS ACIMA E SEM PREJUÍZO DA EFETIVAÇÃO
DELAS, DELAS, para pagar em 3 (três) dias a importância de R$ 11.913,82 (onze mil
e novecentos e treze reais e oitenta e dois centavos), representados pela soma dos
valores devidos do aluguel de 20/01/2023 no percentual de 6,01% referente ao mês
de janeiro, cujo valor devidamente atualizado é de R$ 5.465,81 (cinco mil e
quatrocentos e sessenta e cinco reais e oitenta e um centavos) mais o valor mensal
do aluguel firmado no contrato com a ré, correspondente à data de 20/02/2023 que está
em atraso, com percentual de 7,09% referente ao mês de fevereiro, cujo valor atualizado
do mês é R$ 6.448,02 (seis mil e quatrocentos e quarenta e oito reais e dois
centavos).
A) que deverá ser atualizada monetariamente até a data do pagamento,
com juros de 1% a.m., correção monetária,honorários advocatícios e
custas processuais, sob pena de serem penhorados tantos bens
quantos bastem para cobrir o principal e acréscimos;
B) Seja a Executada inscrita em cadastro de

inadimplentes, na forma do art. 782, § 3º do NCPC /2015;


C) O Exequente, consoante lhe é facultado pelo art. 798, II, "c",c/c art.
829, §2º, art. 835, I e art. 854, todos do NCPC /2015, indica à

penhora os ativos financeiros constantes nas

respectivas contas correntes da Executada, a qual desde


já requer seja realizada, por esse juízo, através do convênio
SISBAJUD, bem como veículos através do RENAJUD,
determinando-se o bloqueio de valores suficientes para o
pagamento da obrigação,em qualquer agência do País;
D) Seja determinado o bloqueio das criptomoedas e

converter o Bitcoin em moeda corrente no momento

da penhora;
E) O envio de ofícios pelo magistrado destinados as corretoras, para
que seja disponibilizada as informações necessárias para que
ocorra a satisfação da execução com a transferência e envio
através da HASH (endereço de recebimento)
1CtMdCtowt6dX2FvZ8PG7TsDSxDYCmRbEu da EXCHANGE
“BINANCE”;
F) Caso as criptomoedas do devedor estejam depositadas em
corretoras, o procedimento de penhora pode ser realizado
mediante simples expedição de ofício às empresas que detêm sua
custódia, determinando a conversão de seu valor em

dinheiro, a ser depositado em conta judicial;

G) O deferimento da expedição de certidão nos termos do art.


828 do NCPC, para fins de averbação no registro de imóveis, de
veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou
indisponibilidade.
Dá-se à causa o valor R$ 11.913,82 (onze mil e novecentos e
treze reais e oitenta e dois centavos), para os efeitos legais.

Termos em que, pede e espera deferimento.

João Pessoa, 14 de fevereiro de 2023.

ROGÉRIO MIRANDA DE CAMPOS


ADVOGADO – OAB/PB N° 10.800.

Você também pode gostar