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2 Ficha de Sociologia Juridica Naercio

O documento aborda a definição e importância das ciências sociais, destacando a sociologia como o estudo das relações sociais e os métodos utilizados para sua análise. Apresenta os principais teóricos, como Augusto Comte e Émile Durkheim, e suas contribuições para a sociologia, incluindo a definição de fato social e tipos de solidariedade. Também discute a ação social de Max Weber, suas formas de dominação e as características do estado moderno.

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O documento aborda a definição e importância das ciências sociais, destacando a sociologia como o estudo das relações sociais e os métodos utilizados para sua análise. Apresenta os principais teóricos, como Augusto Comte e Émile Durkheim, e suas contribuições para a sociologia, incluindo a definição de fato social e tipos de solidariedade. Também discute a ação social de Max Weber, suas formas de dominação e as características do estado moderno.

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NAÉRCIO MOISÉS MUCHANGA, FDUEM, 2022, TEAMWORKPP

INTRODUÇÃO GERAL
Noções sobre a ciência e ciências socias
Ciência- entende-se por ciência todo conhecimento adquirido através de um estudo, investigação
pesquisa ou prática, que seja baseado em princípios certos e com métodos próprios, para além de
métodos próprios a ciência deve possuir uma finalidade, uma função e também um objecto.1

Ciências Sociais- são uma vasta área de estudos voltadas a entender o funcionamento, o
desenvolvimento e a organização das sociedades. São estudados aspectos importantes como a
origem, o processo histórico, as transformações, os conflitos, as características, a cultura, os
hábitos, etc. o seu objecto é, de forma geral, a sociedade.

Métodos as ciências socias- Os métodos das ciências socias são: método de inquérito por
questionário; a entrevista; e a observação directa.
A par destes métodos mais óbvios, existe os métodos de abordagem que divide-se em: indutivo
(parte do particular para o geral); dedutivo (parte de fenómenos gerais para os particulares);
hipotético dedutivo, que verifica uma lacuna no conhecimento e deduz-se hipóteses; e dialético,
que confronta teses ou teorias parater um melhor resultado. E também os métodos de
procedimento ou tipológico propostos por Marx Weber, consiste em comparar fenómenos
socias complexos e criar tipo de modelos específicos, aqui encontramos o método comparativo
(estuda semelhanças e diferenças dos grupos), histórico (estuda acontecimentos passados para
verificar a sua influência nos de hoje), funcionalista, estruturalista e estatístico.

Importância das Ciências Socias


A existência das ciências sociais é muito importante porque ajuda a compreender melhor o
funcionamento da sociedade, a sua diversidade cultural, o comportamento dos indivíduos como
parte de um grupo social. Ajuda a interpretar as diferentes realidades sociais, os valores morais,
as transformações sociais, etc.

1
LAKATOS, Eva Maria (1990) Sociologia Geral, 6ª edição, Ed. Atlas, São Paulo, p.20
NAÉRCIO MOISÉS MUCHANGA, FDUEM, 2022, TEAMWORKPP

A SOCIOLOGIA GERAL
Definição de sociologia
É o estudo cientifico das relações socias, das formas de associação, destacando-se os caracteres gerais
comuns a todas as classes de fenômenos sociais, fenômenos que se produzem nas relações de grupos
entre seres humanos.2
Etmologicamente significa “estudo da sociedade”, então por outras palavras, podemos dizer que é o
estudo da socidade e incluindo o estudo do comportamento das interacções de um grupo de pessoas e
as organizações que a sustentam.

Objecto
Para Émile Durkheim, o objecto da sociologia é o Facto Social. Facto social é modo de constituição,
funcionamento, comportamento de um conjunto de indivíduos na sociedade. –Constituição, trata-se de
formas de relação entre membros da sociedade (ex. marido e mulher=familiar, patrão e
empregado=profissional); -Funcionamento, trata-se instituições apropriadas (ex. casamento, polícia,
língua); e –Comportamento, trata-se de formas de ser, de estar, de vestir, de saudar, de dançar) .

Mas na óptica de Durkhem, facto social consiste na maneira de pensar, de agir e de sentir, que exercem
determinada força sobre o indivíduo, obrigando-o a adoptar as regras da sociedade onde vive. O facto
social tem características próprias, nomeadamente:

 Exterioridade- significa que os factos socias não são mantidos em segredo, é algo exteriorizado
e existem antes do nascimento do indivíduo e lhe são impostos independentemente da sua
vontade..
 Coercibilidade- os factos socias exercem pressão sobre o indivíduo e o obrigam a agir de acordo
com as regras estabelecidas pela sociedade onde vive.
 Generalidade- são tomados e partilhados colectivamente pela sociedade como um todo.

NB: A sociologia sendo uma ciência social, possui os mesmos métodos.

2
LAKATOS, Eva Maria (1990) Sociologia Geral, 6ª edição, Ed. Atlas, São Paulo, p.15
NAÉRCIO MOISÉS MUCHANGA, FDUEM, 2022, TEAMWORKPP

ORIGEM E PERCURSORES DA SOCIOLOGIA (Resumido)


Augusto Comte (1798-1857)
Considerado o pai da sociologia, este Francês foi o primeiro teórico a expor a necessidade de uma
ciência que estudasse as leis da sociedade. Comte fundou a Teoria Positivista, corrente esta que fez a
sociologia surgir como ciência, é nessa corrente positivista que se procura conhecer o Homem como
“um ser social” através de métodos experimentais. Em suma fundou a sociologia como ciência.

Para além deste contributo, apesar de não ter definido o objecto da sociologia, Augusto Comte
formulou a “Lei dos três estados” para explicar o positivismo e representar as fases evolutivas do
conhecimento humano necessárias para a evolução humana.

1. Estado teológico-o Homem recorria a mitologia para explicar os fenómenos naturais, ou seja,
recorria ao sobrenatural (Deus e deuses).
2. Estado metafísico- nesta fase,o Homem abandou a mitologia e explicações religiosas, passando
a buscar explicações naturais com base em especulações filosóficas.
3. Estado positivo- nesta última fase, que para Comte foi o maior avanço social a humanidade
busca explicações na ciência, por métodos de investigação e testes empíricos.

Críticas a Comte
-Augusto Comte foi criticado por Émile Durkheim, Durkheim criticou Comte pela sua generalização do
termo “sociedade”, que ele propôs como objecto de estudo das ciências sociais e que deveriam usar a
sociedade como método de observação dos factos socias.
-Durkheim critica ainda, o facto de Comte determinar as condições do ser (global) com uma natureza e
leis próprias, sem ter em conta os diferentes tipos de sociedades existentes.
-Não bastando, Durkheim criticou o facto da teoria positivista se fundamentar na interacção social do
indivíduo, deixando de lado que o ser humano tem personalidade própria e interage de forma directa
com o meio social de acordo com os valores que adquiriu nas interacções socias.

Émile Durkheim (1858-1917)


O primeiro contributo deste grande percursor, foi estabelecer o facto social (com características) como
objecto da sociologia. Foi Durkheim que definiu facto social como toda maneira de pensar, de agir e de
sentir, que exercem determinada força sobre o indivíduo, obrigando-o a adoptar as regras da sociedade
onde vive, e também identificou as características da coercibilidade, exterioridade e generalidade.
Assim, estabeleceu a cientificidade propondo o método comparativo ou funcionalismo, e que se deveia
cconsiderar os factos socias como coisas.

Na sua obra “Da divisão do trabalho social”, Durkheim debruçou sobre os factores que explicariam a
organização social, chegou a conclusão que os laços que prenderiam os indivíduos uns aos outros nas
mais diferentes sociedades seram dados pela solidariedade social, que pode ser mecânica ou orgânica.
1. Solidariedade mecânica- é uma solidariedade por semelhança, quando esta forma de
solidariedade domina uma sociedade, a diferença entre as pessoas é muito pouca. Os membros
de uma mesma coletividade, eles se assemelham porque têm os mesmos senti mentos, os
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mesmos valores, reconhecem os mesmos objetos como sagrados. A sociedade tem coerência
porque os indivíduos ainda não se diferenciaram.
2. Solidariedade orgânica- é uma solidariedade por diferenciação, é aquela baseada na
diferenciação dos indivíduos, Durkheim faz analogia com os órgãos de um ser vivo, onde cada
um dos quais exerce uma função própria; embora os órgãos não se pareçam uns com os outros,
todos são igualmente indispensáveis à vida do ser vivo.
Estas solidariedades correspondem a formas de organização social, vejamos que nas sociedades
primitivas dominava a solidariedade mecânica; e nas sociedades capitalistas predomina a solidariedade
orgânica.

Articulação com o direito


As sociedades mecânicas prezavam pelo Direito Repressivo, a ideia era adverir o comportamento
errado, enquanto que as socidades de solidariedade orgânica caracteriza-se pelo Direito Restitutivo,
aqui não se trata de punir, mas sim de restabelecer as coisa, como quem diz “Sujou, limpou!”.
Na soiedade mecânica a consciência colectiva abrange os indivíduos, e nas capitalistas as pessoas tem
a liberdade de agir conforme sua preferência.

O suicídio e fundamentação sociológica de Émile Durkheim


Na sua obra “O suicídio”, Durkheim difine suicídio como todo caso de morte provocado direta ou
indiretamente por um ato positivo ou negativo realizado pela própria vítima e que ela sabia que devia
provocar esse resultado. Ato positivo: quando a pessoa executa por si, por exemplo disparar um tiro de
revólver na própria têmpora; Ato negativo: não executarmas esperar que o pior acontece, por exemplo
não abandonar uma casa em chamas ou recusar a alimentação até a morte. 3
Durkheim se contrapõe as teorias psicológicas e diz que o suicídio é determinado pela força social e que
a taxa de suicídio varia com a idade e aumenta com ela; varia de acordo com sexo porque é mais
comum em homens do que mulheres; e de acordo com a religião, sendo mais frequente em
Protestantes que católicos.
Durkheim distingue 3 tipos de suicídios, nomeadamente:
 Suicídio egoísta- ocorre quando o indivíduo não tem elementos integradores de um grupo social
e pensa exclusivamente e essencialmente em si. É exatamente esse tipo de suicídio cuja taxa
varia de acordo com a idade, o sexo e a religião. Como exemplo, podemos falar de alguém que
se mata porque não consegue comprar o Iphone 14 como os seus amigos.
 Suicídio altruísta- a pessoa não se mata, mas sim se deixa morrer. A pessoa aceita morrer porque
perdeu algo ou alguém. Temos dois exemplos, primeiro é o da viúva indiana que aceita ser
colocada na fogueira que deve queimar o corpo do marido morto; o segundo do comandante de
um navio que não quer sobreviver à perda da sua nave se suicida por altruísmo. Como bónus,
um terceiro em que Carasco fica sem comer até morrer porque perdeu o seu pai.
 Suicídio anômico- é o mais característico da sociedade moderna, ocorre durante guerras, crises
económicas ou até divórcio. Exemplo, um rico ficar pobre numa crise económica, quan do este
mata-se em razão disso, é um suicídio anômico.

3
Durkheim, Émile (1960) Le suicide, [S.N], [S.L], p.5
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Crime em Durkheim
Em “as regras do método sociológico”, Durkheim define crime como um acto que simplesmente é
proibido pela consciência colectiva e que as sanções são apenas um acto de vingança por parte da
consciência colectiva. O crime, para Durkheim, seria enquadrado na categoria dos fatos sociais normais,
sendo necessário e útil, sendo que muita vezes, ele constitui uma simples antecipação da moral futura.4
Para Durkheim, o crime é normal porque uma sociedade que dele estivesse isenta seria inteiramente
impossível; é necessário por estar ligado às condições fundamentais de toda vida socia; e é útil pois as
condições de que ele é solidário são elas mesmas indispensáveis à evolução normal da mo ral e do
direito.

Instituição Social e Anomia em Durkheim


Instituição social é um mecanismo de organização da sociedade, é um conjunto de regras e
procedimentos padronizados socialmente, aceites e sancionados pela sociedade. Quer seja a família,
escola, governo, religião, ou qualquer outra instituição, elas agem contra mudanças ou mutações da
ordem vigente.
Anomia consiste numa sociedade sem regras claras, sem valores e sem limites, o que leva o ser humano
ao desespero.

4
CORRÊIA, Sérgio de Castro Mendes (sem ano) Estudo sobre Conceito de crime em Durkheim.
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Max Weber (1864-1920)

O primeiro contributo de Weber foi propor a acção social como objecto da sociologia. Weber defina
acção social como qualquer acção realizada por um sujeito em um meio social que, no entanto, possua
um sentido determinado pelo seu autor.
O pensamento Weberiano caracteriza-se por considerar o indivíduo e sua acção como o ponto chave da
investigação, e também por olhar a acção social como ponto de partida, rejeitando as instituições socias
ou grupos socias.
Weber propõe quatro tipo de ideias de acção social, sendo duas racionais (1 e 2) e outras duas
irracionais (3 e 4) nomeadamente:
1. Acção racional com relação a fins- quando a acção é tomada tendo em conta um fim, este fim é
racionalmente buscada, por isso, escolhe-se os melhores meios para atingir o fim.
2. Acção racional com relação a valores- a acção não é orientada pelo fim,mas sim por valores e
convicções pessoais, pode ser um valor ético, religioso, político ou estético.
3. Acção social afectiva- a acção é realizada tendo em como motivação sentimentos ou emoções
do indivíduo. Pode ser por sentimento de orgulho, medo, tristeza, etc.
4. Acção social tradicional- o que motiva a acção são os costumes e hábitos formados na
convivência do indivíduo. A pessoa age de determinada forma só porque sempre se agiu de tal
forma.

Dominação e Poder em Weber


Poder em Weber- probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra
resistências, seja qual o fundamento dessa probabilidade.
Dominação em Weber- a probabilidade de encontrar obediência para as ordens de ntro do grupo de
pessoas. A dominação confere autoridade a alguém de exercer o poder.
Weber diferencia o poder da dominação da seguinte forma:
 O poder é uma espécie de emissão, a dominação de recepção;
 O poder é exercido da vontade sobre os indivíduos, a dominação é a aceitação e a subordinação
dos indivíduos ao poder exercido.
 Dominação é a legitimidade da aceitação.

Tipos de dominação em Weber


Max Weber propõe três tipos de dominação, a saber:

-Dominação racional- é a forma mais oficial de legitimidade de dominação, pois estabelece-se por meio
de uma convecção social entre os indivíduos da mesma sociedade. Acontece geralmente do estado
sobre os indivíduos ou a sociedade. A título de exemplo, cita-se a dominação legal manifestada através
da força das leis empregues da força do estado por meio da polícia, etc.

-Dominação tradicional- é puro do patriarcalismo, presta-se obediência à pessoa por respeito em


virtude da tradição de uma dignidade pessoal que se julga sagrado. Todo comando se prende
intrsecamente a normas tradicionais (não legais).
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-Dominação carismática- presta-se obediência por encanto, personalidade da pessoa. Essa dominação
acontece pela capacidade carismática que a pessoa tem de mobilizar massas e comandar as pessoas.

Estado Moderno em Weber


O estudo de Weber focaliza-se no estado moderno ocidental. Em 1893, Weber prognosticou que o
capitalismo, dentro de poucas gerações, destruiria todas as formas tradicionais de estruturas sociais e a
estrutura tradicional não seria reintroduzida.

Característias do estado moderno

 Têm uma administração e uma ordem jurídica, na qual as alterações se dão por normas;
 Têm um administração militar, na qual os serviços se realizam em concordância com deveres e
direitos religiosos;
 Monopólio de poder sobre todas as pessoas; e
 Legitimação da aplicação do poder nos limites por concordância com a ordem jurídica.

Burocracia em Weber
Para weber, burocracia é meio através o qual se expressa a lei e age o estado racional moderno, é um
modo de exercer a dominação, tem por objectivo gerir o poder.

Características da burocracia
Antes é uma característica do estado moderno, as características da burocracia são:
- As atribuições são fixas e definidas;
- Os poderes são destribuidos de forma clara e delimitada;
- Na execução do poder cada um tem tarefa definida.

Weber não escapou a críticas, Arnald Zingerl questiona o facto de Weber não apresentar uma definição
profunda de burocracia, mas apresenta-a como um modo de administração (através e em uma
organização de escritórios) sobre uma característica colectiva de pessoas que são representantes de tal
administração.

Racionalização em Weber
Racionalização é um processo histórico comum a todas as civilizações, um processo que diz respeito à
civilização ocidental, que é responsável pela formação do estado moderno.

Racionalização do direito
A racionalização do direito é estudado em relação a produção de suas qualidades formais, com a
finalidade de se identificar características específicas do racionalismo ocidental materializados no direito
moderno.
A racionalização do direito pode acontecer de varias formas, de scritas por Weber de forma não muito
sistemática. Essas varias formas ou mecanismos lógicos postos em funcionamento no processo de
racionalização do direito se relacionam com afinidades e incompatibilidades circunstanciais onde o
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mesmo mecanismo pode aparecer automaticamente como fator de racionalização ou o contrário, como
meio auxiliar para outro, onde o mesmo mecanismo pode servir para formas de recionalização
diferentes. Desta forma temos em primeiro lugar a generalização e em segundo a sistematização:

Generalização- significa redução das razões que determinaram a decisão, no caso concreto, a um ou
vários princípios que são as disposições jurídicas. Esta redução está baseada na selecção de elementos
considerados relevantes juridicamente, o que depende de uma análise de factos. A esta extracção Max
Weber chama de “casuística” e ela pode ser prévia ou paralela ao processo de generalização.

Sistematização- é o processo pelo qual se estabelece uma relação entre todas as componentes obtidas
analiticamente de maneira a formar um sistema inteiramente coeso, concatenado e sem lacunas. A
sistematização do direito ocidental moderno costuma ser acompanhado de pretensões de se elaborar
um sistema de regras que possibilite a subsunção ao direito existente de todas as constelações de factos
imagináveis.
A sistematização que se manifesta no direito moderno repousa na “interpretação logica do sentido
tanto dos dispositivos jurídicos quanto de comportamento juridicamente relevante.
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Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895)


O marxismo- é um conjunto de ideias filosóficas, económicas, políticas e sociais elaboradas por Karl
Marx e Friedrich Engels. O Marxismo foi criticado por Leszek Kotakowski apontando que possui um
caracter simplista, seja na organização da sociedade em classes capitalistas e proletariado.

A teoria do confito social


Baseada no marxismo, defende que a divisão da sociedade em clesse burguesa e classe operaria gera
conflito devido as suas naturezas. Marx focaliza as causas e consequências do conflito de classes entre a
burguesia (proprietários dos meios de produção e capitalistas) e o proletariado (classe trabalhadora e
pobres) no facto de os interesses dessas duas classes serem opostos e também por haver uma distribuição
injusta de recursos.
Para Marx, a medida em que as condições económicas piorassem para o proletariado, leses
desenvolveriam uma consciência que reclamaria sua exploração nas mãos da rica classe capitalista da
burguesia, e então se revoltriam exigindo mudança para minimizar o conflito. Se o sistema capitalista
permanecesse, o ciclo de conflito se repetiria, mas se se criasse um novo sistema como o socialista, então
a paz e tranquilidade seriam alcançadas.

O método dialético de Friedrich Hegel


Para este alemão, a dialética é uma forma de pensar aa realidade em consoante mudança por meio de dois
termos contrários que dá origem a um terceiro, a conclusão. O primeiro termo é a tese, o segundo a
antítese e o terceiro é a síntese.

Críticas de Karl Marx ao Hegel


Karl Marx critica Hegel por este ser idealisa,, isto é, viu a razão como um determinante da realidade
objectiva, enquanto Marx era materialista e pensava justamente o contrário: que era o mundo material
que condicionava a ideia que fazíamos dele. Foi nesta vertente que Marx desenvolveu o meterialismo
histórico.

O materialismo histórico
Desenvolvido por Karl Marx e Friedrich e Engels, é uma corrente marxista que defende a ideia de que a
evolução e organização da sociedade, ao longo da história, ocorrem de acordo com a sua capacidade de
produção e com as suas relações socias de produtividade. Para os materialistas a sociedade foi se
desenvolvendo através da produção de bens que satisfazem as necessidades básicas do ser humano.
Para Marx, o capitalismo é que produz a luta de classes entre a burguesia e o proletariado.

Caracteristicas do materialismo histórico


 Busca compreender as relações de trabalho e a produção de bens ao longo da história;
 Determina que os meios de produção são determinantes para caracterizar a sociedade.
 Fundamenta-se na analise da realidade a partir da teoria da infraestrutura e superestrutura que
circundam um determinado modo de produção.

Infraestrutura e Superestrutura
Esses são dois conceitos importantes para a composição de todo pensamento de Marx.
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a) Infraestrutura- é a força de produção, inclui a matéria-prima, meios de produção, e os próprios


trabalhadores.
b) Superestrutura- Trata-se da estrutura jurídico-político e a estrutura ideológica (estado,
religião,arte, meios de comunicação). A super estrutura é a classe dominante, que para perpetuar a
dominação recorria força.

Meios de produção
É o conjunto formado pelo meio de trabalho e o objecto de trabalho, aquilo que media a relação entre o
trabalho humano e a natureza no processo de transformação da natureza em si.
Os meios de produção incluem: -Os instrumentos de produção, que por sua vez inclui instalações
predias como fabricas, armazéns; infraestruturas como abastecimento de água, fornecimento de energia,
etc; -Objectos de trabalho, que por sua vez inclui os elementos sobre os quais é aplicado o trabalho
humano como recursos naturais (terra, matéria-prima, etc).

Relações de produção
São as formas como os seres humanos desenvolveram suas relações de trebalho e distribuição no processo
de produção e reprodução da vida material. São três relações de produção, nomeadamente:
1. Antagónica- relação entre os detentores dos meios de produção e os que vendem sua força de
trabalho.
2. Revolucionária- trata-se dos bens de consumo, relação entre o processo material (feito pelos
trabalhadores) e processo de produção que é executado pela industria.
3. Anárquica- relação de trabalho virado na concorrência, individualismo e no controle privado.

Modos de produção
É a maneira como a sociedade produz os seus bens e serviços, como utiliza e os distribui. É formado
pelas suas forças produtivas e pelas relações de produção existente nessa sociedade. Os modos de
produção pode ser: primitivo; asiatico; feudal; esclavigista; capitalista e comunista.

Luta de classes
Segundo Marx, a história de todas as sociedades é a hisória de luta de classes. Os conflitos entre detêm o
poder e os subordinados e oprimidos são o grande motor que move a história. A luta deve-se ao facto de o
modo como as riquezas são distribuídas elevar uma classe em detrimento da outra, o proletariado
produzia riqueza mas não tinha acesso ao mesmo, o que eventualmente pode derrubar a classe dominante
e levar um novo grupo a ocupar esse posto.
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Períodos da sociologia

Período normativo- caracteriza-se pela subordinação da ciência social a política, pois a reflexão sobre a
sociedade versava sobre factos políticos e não saciais. Aristoteles no período normativo, reportava -se ao
Homem como um animal político, enquanto hoje fala-se do Homem como um ser social. Nesse período as
sociedades reflectiam aquilo que as entidades superiores (Reis, chefes e monarcas) determinavam que
tinha que ser. No mesmo período, a função do filósofo ou escritor político era de estudar e explicar como
melhorar a sociedade e não de investigar o que a sociedade é, mas sim o que a sociedade deve ser. O
objectivo era achar as melhores formas de organização social e de constituição política, surgem obras
como: A política, a utopia, levitã, contrato social e o príncipe de Aristóteles, Thomes More, Thomas
Hobbes, J.J Rosseau e Maquiavel respectivamente.

Período positivo/ Sociologia como ciência positiva- Surge com Augusto Comte através dos contributos
já mencionados neste ficha 5 este período surge a partir do século XVIII, acompanhado das ciências
físicas, químicas e com a revolução industrial. Com a revolução industrial surge o processo de
industrializacaoque traz consigo conflitos, as normas de relação entre trabalhador e patrão e de
trabalhadores entre si, traz também o êxodo rural, a marginalidade, crescimento das cidades, o que
contribuiu para a necessidade de estudar os fenómenos sociais.
Os percursores do período foram: Augusto Comte, Karl Mrx, Eugin, Marx Weber, etc.

5
Ler origens e percursores, concretamente nos contributos de Comte.

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