ESCOLA DE SAÚDE SUPERIOR CASTELO
DEPARTAMENTO DE SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
Matérial de apóio as aulas de
farmacologia
Docente: Jelvino Katolo
Email: [email protected]
Luanda, 2024/2025
1 - Apresentação da turma
Nome, técnico médio de; Trabalha como; o quê que lhe traz a este curso?
2 - Métodos de Avaliação
Aos estudantes que se submeterem ao regime de avaliação contínua terão que frequentar,
obrigatoriamente, 70% das aulas;
Trabalho Escrito Individual (30%): Estudo de caso proposto;
Prova Individual Escrita incidindo sobre todos os conteúdos abordados na Unidade Curricular
(50%);
Desempenho do estudante (20%); Assiduidade-medida através de folhas de presença;
Desempenho Técnico; Participação activa nas actividades desenvolvidas dentro e fora da sala de
aula; Interesse global demostrado pela matéria ao longo do período estabelecido.
Caso de não entrega dos trabalhos, a classificação converte-se em 0 (Zero) para efeitos de cálculo
da nota final; A aprovação na Unidade Curricular, requer a obtenção de uma classificação final
igual ou superior a Dez (10) Valores
3 – Nota importante: Estes conteúdos são apenas ilustrações para guiar a aula, não estudar
apenas pelos conteúdos dados, ler os capítulos fornecidos pelos livros indicados ou outros
materiais equivalentes e fazer os exercícios solicitados pelo professor.
4 - Regras de Ouro: Ser pontual e assíduo; Manter uma relação saudável entre todos; Colocar o
telemóvel no vibrador durante as aulas; Participar activamente na aula: um dever permanente;
Levantar a mão e esperar pela indicação antes de tomar a palavra; Respeitar sempre a opinião
alheia; Errar faz parte do processo, por isso, não se inibam; Ajudar o(a) colega a progredir na
aprendizagem; Ser reflexivo, crítico, criativo e inovador; Rir à vontade sempre que possível;
Colocar o lixo no recipiente do lixo; evitem cumprimentar e ausentar-se da sala, conversas
paralelas (sem proposito com o assunto da aula) e dediquem – se aos estudo.
5 – Regra de vestimenta.
6 - Bibliografia
1. Goodman & Gilman “as bases farmacológica terapêutica“ 13ª ed.; edit mc gram hill.
2. Peter C. Panus, Farmacologia para fisioterapeutas, Porto Alegre. ed. AMGH, 2011
3. Rosane Gomez, Iraci Lucena da Silva Torres, Farmacologia clínica. -- 1. ed. -- Rio de Janeiro: Elsevier, 2017
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FARMACOLÓGIA GERAL
TEMA - I. INTRODUÇÃO A FARMACOLÓGIA
SUMÁRIO: – 1 - Conceitos em farmacologia
2 - Histórico e evolução 3 – Subdivisões da farmacológia 4 - Desenvolvimentos de fármacos
OBJECTIVOS
Consolidar os conhecimentos sobre farmacología; Capacitar o estudante quanto à Historia,
Conceitos Básicos, fases dos fármacos contemplados no sumario de hoje; Dominar os espectros de
origem dos fármacos.
INTRODUÇÃO
Embora a Farmacologia possa ser considerada uma ciência básica, seu propósito final como
ciência da saúde é aplicar os princípios básicos à prática clínica. No estudo da farmacologia, é
importante entender os fármacos por meio de suas classes, com base na semelhança de seus
mecanismos de acção, e não como medicações isoladas. Com o conhecimento das propriedades de
cada classe de fármacos e seus exemplos dentro de cada classe, pode-se direccionar o processo de
aprendizagem. As informações sobre os fármacos podem, então, ser organizadas nas seguintes
subcategorias: 1. Nome da classe do fármaco e exemplos 2. Mecanismo de acção 3.
Farmacocinética 4. Indicações 5. Efeitos adversos 6. Contra-indicações 7. Interacções
medicamentosas.
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO
Na antiguidade, a origem das doenças, até os filósofos gregos, era quase sempre atribuída às
causas sobrenaturais como castigo dos deuses ou infringida por outrem sob a forma de intenções
ruins como ―mau-olhado ou outros meios semelhantes. A preocupação com a explicação da
saúde e da doença, sem ser em bases sobrenaturais, nasceu com a filosofia grega, e, sua busca de
uma explicação da constituição da natureza.
Os processos mórbidos eram devidos a uma reacção da natureza a uma dada situação, em que
havia um desequilíbrio humoral, sendo, então, a doença, constituída de três fases: a apepsia,
caracterizada pelo aparecimento do desequilíbrio; a pepsis, onde a febre, a inflamação e o pus
eram devidos à reacção do corpo, e a crisis ou lysis, onde se dava a eliminação respectivamente,
brusca ou lenta, dos humores em excesso.
As plantas medicinais, utilizadas há milhares de anos, servem de base para estudos na produção
de novos medicamentos.
Farmacologia é derivada de pharmakon, de origem grega, com vários significados desde uma
substância de uso terapêutico ou como veneno, de uso místico ou sobrenatural, sendo
utilizados na antiguidade como remédios (ou com estes objetivos) até mesmo insectos, vermes e
húmus. É definida como a ciência que estuda a natureza e as propriedades dos fármacos e
principalmente acção dos medicamentos.
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Cerca de 4.000 anos a.C., os sumerianos conheciam os efeitos psíquicos provocados pelo ópio,
inclusive também para a melhora da diarreia.
A palavra droga origina do holandês antigo droog que significa folha seca, pois, antigamente
quase todos os medicamentos eram feitos à base de vegetais.
A disciplina Farmacologia envolve os conhecimentos necessários para o profissional de saúde,
pois, consiste no estudo do mecanismo pelo qual os agentes químicos afectam as funções dos
sistemas biológicos, portanto, de forma ampla, pois, envolve o estudo da interacção dos compostos
químicos (drogas) com os organismos vivos actuando, em maioria, através da influência das
moléculas das drogas em constituintes das células.
A Farmacologia é utilizada com os objectivos:
Profiláctica: O medicamento tem acção preventiva contra doenças. Exemplo: As vacinas podem
actuar na prevenção de doenças.
Terapêutica: O medicamento tem acção curativa, pode curar a patologia. Exemplo: Os antibióticos
têm acção terapêutica, curando as doenças.
Paliativo: O medicamento tem capacidade de diminuir os sinais e sintomas da doença, mas não
promove a cura. Exemplo: Os anti-hipertensivos diminuem a pressão arterial, mas não curam a
hipertensão arterial; os antitérmicos e analgésicos diminuem a febre e a dor, porém não curam a
patologia causadora dos sinais e sintomas.
Diagnóstica: O medicamento auxilia no diagnóstico, elucidando exames radiográficos. Exemplo: Os
contrastes são medicamentos que, associado aos exames radiográficos, auxiliam em
diagnósticos de patologias.
Séc. XV Paracelso considerado por muitos como um reformador do medicamento, fundador da
Bioquímica e da Toxicologia e autor da frase “A dose faz o veneno”.
DEFINIÇÕES:
Medicamento: É toda a substância que, introduzida no organismo humano, vai preencher uma das
seguintes finalidades:
* Preventiva ou Profilática: quando evita o aparecimento de doenças ou reduz a gravidade da
mesma.
* Diagnóstica: localiza a área afectada.
* Terapêutica: quando é usada no tratamento da doença.
* Paliativa: quando diminui os sinais e sintomas da doença mas não promove a cura.
Droga: É toda substância originada do reino animal e vegetal que poderá ser transformada em
medicamento.
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Dose: É uma determinada quantidade de medicamento introduzida no organismo para produzir
efeito terapêutico e promover alterações ou modificações das funções do organismo ou do
metabolismo celular.
Fórmula farmacêutica: é o conjunto de substâncias que compõem a forma pela qual os
medicamentos são apresentados e possui os seguintes componentes: princípio activo (agente
químico), o correctivo (sabor, corantes, açúcares) e o veículo (dá volume, em forma de talco, pós).
Remédio: Todo meio usado com fim de prevenir ou de curar as doenças.
Prescrição medicamentosa: é o documento ou a principal fonte de informações. Nela deve constar
o nome do paciente, a data da prescrição, o registo e o nome do medicamento, a dose, a frequência
e horário da administração e a assinatura e carimbo do profissional. Só poderá ser verbal em
situação de emergência.
Princípio Activo: É a substância que existe na composição do medicamento, responsável por seu
efeito terapêutico. Também pode ser chamado fármaco.
Medicamentos Simples: Aqueles usados a partir de um único fármaco. Ex. Xarope de Vitamina C.
Medicamento Composto: São aqueles preparados a partir de vários fármacos. Ex.: Comprimido de
Ácido Salicílico+ Cafeína.
Medicamento de Uso Externo: São aqueles aplicáveis na superfície do corpo ou nas mucosas. Ex.:
Cremes, Xampus...
Medicamentos de Uso Interno: São aqueles que se destinam à administração no interior do
organismo por via bucal e pelas cavidades naturais (vagina, nariz, ânus, ouvidos, olhos etc.)
Medicamentos de Manipulação: São aqueles preparados na própria farmácia, de acordo com
normas e doses estabelecidas por farmacopeia ou formulários e com uma designação uniforme.
Adição: Efeito combinado de dois fármacos.
Efeito Adverso ou Indesejado: Acção diferente do efeito planejado.
Potencialização: Efeito que ocorre quando um fármaco aumenta ou prolonga a acção de outro
fármaco.
Efeito Colateral: Efeito imprevisível que não está relacionado à principal acção do fármaco.
Medicamentos Placebos: São substâncias ou preparações inactivas, administradas para
satisfazer a necessidade psicológica do paciente de tomar drogas.
Medicamentos Homeopáticos: são preparados a partir de substâncias naturais provenientes dos
reinos animal, vegetal e mineral, e não apenas plantas como muitos acreditam.
Medicamento Fitoterápico: São medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais. Eles são
obtidos empregando-se exclusivamente derivados de droga vegetal (extracto, tintura, óleo, cera,
exsudato, suco, e outros).
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Medicamento de Referência ou de Marca: Os laboratórios farmacêuticos investem anos em
pesquisas para desenvolver medicamentos e, por isso, possuem a exclusividade sobre a
comercialização da fórmula durante um determinado período, que pode chegar a 20 anos. Estes
medicamentos são denominados de ―referência‖ ou ―de marca‖. Após a expiração da patente, há
a liberação para produção de medicamentos genéricos e similares.
Nome Fantasia ou Comercial: O nome de fantasia é aquele registado e protegido
internacionalmente e que identifica um medicamento como produto de uma determinada
indústria. Um mesmo medicamento pode ser comercializado sob muitos nomes de fantasia. A
expressão "nome de fantasia" nada tem a ver com as características químicas ou
farmacológicas dos medicamentos. São criados mais em função de uma identificação comercial
dos produtos.
Medicamento Genérico: É aquele que contém o mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e
forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do
medicamento de referência no país, apresentando a mesma segurança que o medicamento de
referência no país.
Medicamento Similar: Cópia do medicamento de referência. Alguns itens, porém, podem ser
diferentes, como dose ou indicação de administração, tamanho e forma do produto, prazo de
validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome
comercial ou marca.
ORIGEM DOS MEDICAMENTOS:
Segundo a sua origem os medicamentos podem ser:
* Naturais: extraídos de órgãos, glândulas, plantas ou peçonhas de animais. Ex: Insulinas
* Sintéticos: preparados com o auxílio de matéria-prima natural, são resultados exclusivamente do
trabalho de laboratórios. Ex: alguns antibióticos.
* Semi-Sintéticos: resultam de alterações produzidas em substâncias naturais, com a finalidade de
modificarem as características das acções por elas exercidas.
ACÇÃO DOS MEDICAMENTOS:
Os medicamentos agem no organismo vivo sob várias maneiras, produzindo efeito ou acção.
Acção Local: Aquele que exerce seu efeito no local da aplicação, sem passar pela corrente
sanguínea (pomadas e colírios).
Tipos de acção local:
a) Anti-séptico: Impede o desenvolvimento de microorganismos. Ex: álcool iodado, clorexedina.
b) Adstringente: Medicamento que contrai o tecido. Ex: loção para fechar os poros.
c) Irritante: Medicamentos que irritam os tecidos.
d) Paliativo: Aplicado no local para alívio da dor.
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e) Emoliente: Lubrifica e amolece o tecido.
f) Anestésico: Paralisa as terminações nervosas sensoriais.
Acção Geral ou Sistémica: A medicação é primeiramente absorvida, depois entra na corrente
sanguínea para actuar no local de acção desejado. Para produzir um efeito geral, é necessário que
o medicamento caia na corrente sanguínea, pois através dela o medicamento atinge o órgão ou
tecido sobre o qual tem acção específica.
Tipos de acção geral ou sistémica
a) Estimulante: aumentam a actividade de um órgão ou tecido. Ex: Cafeína estimula o SNC.
b) Depressor: diminuem as funções de um tecido ou órgão. Ex.: Morfina deprime o SNC.
c) Cumulativo: medicamento cuja a eliminação é mais lenta do que sua absorção, e a
concentração do mesmo vai aumentando no organismo. Ex.. Digitalina.
d) Anti-infeccioso: Capaz de destruir os microrganismos responsáveis por uma infecção.
e) Antagónicos: Quando as duas ou mais substâncias administradas têm efeito contrário.
CLASSIFICAÇÃO MEDICAMENTOS
Os medicamentos podem ser classificados de acordo com o sistema orgânico em que actuam, por
exemplo: medicamentos que actuam no sistema nervoso central, que actuam no sistema
cardiovascular ou que têm efeito gastrointestinal.
Outra classificação que podemos utilizar é pelo uso terapêutico ou indicações clínicas (p. ex.,
antiácidos, antibióticos, anti-hipertensivos, diuréticos ou laxantes). Também podem ser
classificados quanto à acção química ou fisiológica (p. ex., anticolinérgicos, bloqueadores beta
adrenérgicos, bloqueadores do canal de cálcio e colinérgicos).
Os medicamentos também ser podem classificados segundo a necessidade de prescrição ou não.
Aqueles que podem ser vendidos sem prescrição são os chamados medicamentos isentos de
prescrição (MIPs). Alguns medicamentos necessitam de prescrição para serem vendidos, o que
pode ser feito por médico ou dentista. Esses medicamentos terão em seu rótulo uma identificação
com os dizeres: “Venda sob prescrição médica” ou “Só pode ser vendido com retenção da receita”.
FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS:
Os medicamentos são apresentados no mercado nos seguintes estados: sólido, líquido e gasoso.
Sólido:
a) Comprimidos: possuem consistência sólida e formato variável. São obtidos pela compreensão
em moldes da substância medicamentosa.
b) Pó: Deve ser tomado em colheradas ou é acondicionado em saches. (Fluimucil).
c) Drageias: O princípio activo está no núcleo da drageia, contendo revestimento com goma-laca,
açúcar e corante. São fabricados em drageias os medicamentos que não devem ser administrados
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em forma de comprimidos, por apresentarem: sabor desagradável, exigem absorção no intestino,
medicamentos que atacam a mucosa e/ou que devem ser deglutidos com facilidade.
d) Cápsulas: O medicamento está revestido por um invólucro de gelatina para eliminar sabor
desagradável, facilitar a deglutição e/ou facilitar a liberação do medicamento na cavidade gástrica.
e) Pastilhas: É um preparado sólido, de forma circular com o princípio activo unido com açúcar e
uma mucilagem para que a dissolução seja lenta na cavidade oral.
f) Enema, clister, enteroclisma, lavagem ou irrigação: Sua composição varia de acordo com a
indicação.
g) Supositórios: óvulos ou lápis - tem formato cónico ou oval, destina-se à aplicação rectal, pode
ter acção local ou sistémica.
h) Pomadas: Formas pastosas ou semi-sólidas constituídas de veículos oleosos, o princípio activo
é o pó.
i) Cremes: São exclusivamente para uso tópicos, na epiderme (com ação epidérmica,
endotérmica), vaginais e rectais.
Líquidos:
a) Soluções: mistura homogénea de líquidos ou de um líquido e um sólido.
b) Xarope: Solução que contém dois terços de açúcar.
c) Elixir: São preparações líquidas, hidroalcóolicas; açucaradas ou glicerinadas, destinadas ao uso
oral, contendo substâncias aromáticas e medicamentosas.
d) Emulsão: Preparação feita de dois líquidos, óleo e água.
e) Colírios: Soluções aquosas param uso na mucosa ocular.
Gasosos:
a) Gás: Oxigénio.
b) Aerossol: Aerolin spray.
ACÇÕES TERAPÊUTICAS MAIS COMUNS
Curativa ou específica: remove o agente causador da doença. Ex.: Antibiótico. Paliativa ou
Sintomática: alivia determinados sintomas de uma doença. Ex.: Analgésicos. Substitutiva: repõe
substâncias que se encontram ausentes. Ex.: Insulina.
Conceitos importantes sobre dosagem
Posologia: É o estudo das doses de administração dos medicamentos.
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Dose: é uma quantidade de uma droga que quando administrada no organismo produz um efeito
terapêutico. Classificam-se em:
1-Dose mínima: é a menor quantidade de um medicamento capaz de produzir o efeito
terapêutico.
2-Dose máxima: é a maior quantidade de um medicamento capaz de reproduzir o efeito
terapêutico. Se esta dose for ultrapassada ocorrerá efeitos tóxicos ao organismo doente.
3-Dose tóxica: é a quantidade de medicamento que ultrapassa a dose máxima, causando
perturbações, intoxicações ao organismo, até a morte.
4- Dose Letal: é a quantidade de um medicamento que causa a MORTE.
Alvos farmacológicos:
Um fármaco não agirá, a menos que esteja ligado a alvos farmacológicos.
ALVOS PROTEICOS:
Receptores, Enzimas, Moléculas carreadoras, Canais iônicos.
Prescrição Hospitalar
Para cada medicamento é necessária a indicação de dose, via, intervalo entre administrações e
cuidados de administração. Em algumas situações, como nas infusões intravenosas, o
detalhamento é essencialmente crítico, para evitar os riscos inerentes. Farmacêutico e enfermeiro
compartilham com o prescritor a responsabilidade de verificar a correcção da prescrição e de sua
execução.
UNIDADES DE MEDIDA
A maioria dos medicamentos é actualmente dosificadas unidades métricas sistema pesos e
medidas oficiais, tais como grama (g), miligrama (mg), micrograma (mcg) e mililitro (ml). Doses
alguns antimicrobianos (penicilina G e nistatina) e heparina não fraccionada ou insulina,
exemplo, expressas unidades.
ERRO MEDICAÇÃO
Erro medicação é qualquer evento evitável que pode causar uso inapropriado medicamentos ou
risco paciente sob uso de medicamentos. Erro pode relacionar-se a prática profissional, produtos,
procedimentos, problemas comunicação, factores implicados a prescrição, rotulagem, embalagem,
nomes, preparação, dispensa distribuição, administração, educação, monitoramento e uso de
medicamentos.
NÃO ADESÃO A TRATAMENTO
Responsável desnecessária progressão enfermidades suas complicações, redução habilidades
funcionais, perda de qualidade vida e, mesmo, morte prematura.
ADESÃO A TRATAMENTO
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Actualmente, a definição mais amplamente utilizada engloba o comportamento pessoa termos um
medicamento, seguir dieta ou executar mudanças estilo vida), coincidente conselhos médicos ou
de saúde. Outros autores expandem definição, incluindo comparecimento a consultas agendadas e
realização investigações clínicas (exames) recomendadas.
DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS
Durante o desenvolvimento inicial, estudam-se compostos possivelmente úteis em animais para
avaliar os efeitos desejados e a toxicidade.
O protocolo que descreve o estudo clínico deve ser aprovado por conselho de pesquisa
institucional apropriado (CEP, Institutional Research Board) e pela Food and Drug Administration
(FDA), que, em seguida, emite uma autorização de isenção para o novo fármaco em investigação.
SETE PRINCÍPIOS ÉTICOS QUE DEVEM SER ATENDIDOS ANTES QUE UM ENSAIO CLÍNICO POSSA
SER INICIADO
1. Valor social e clínico. 2. Validade científica. 3. Seleção adequada de sujeitos. 4. Consentimento
informado. 5. Relação risco-benefício favorável. 6. Revisão independente. 7. Respeito pelos
potenciais e sujeitos registrados.
Características típicas das várias fases dos ensaios clínicos necessários param a
comercialização de novos fármacos
FASE I FASE II FASE III FASE IV
Primeiro em Primeiro em Ensaio multicêntrico Vigilância pós-
humanos pacientes comercialização
10-100 participantes 50-500 participantes Poucas centenas a Vários milhares de
poucos milhares de
participantes
participantes
Em geral, voluntários Pacientes que Pacientes que Pacientes em
saudáveis; recebem o fármaco recebem o fármaco tratamento com o
ocasionalmente experimental experimental fármaco aprovado
pacientes com doença
rara ou avançada
Segurança e Eficácia e faixa de Confirmação da Eventos adversos,
tolerabilidade doses eficácia em população aderência, interações
aumentada medicamentosas
De meses até 1 ano 1-2 anos 3-5 anos Sem duração fixa
O estudo abre portas para quem se dedica e deseja aprender sempre mais.
TEMA - 2 - FARMACOCINETICA
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SUMÁRIO: – A DINÂMICA DA ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, ACÇÃO E
ELIMINAÇÃO DOS FÁRMACOS
A Farmacologia, dentro de um enfoque aplicado, fundamenta o acto de prescrever, permitindo que
se efectue terapêutica medicamentosa mais científica e racional. Essa se caracteriza pela selecção
do fármaco adequado para prevenir, reverter ou atenuar um dado processo patológico. Mas isso
pode não ser suficiente para o sucesso do tratamento, pois é necessário garantir que o
medicamento escolhido atinja, em concentrações adequadas, o órgão ou sistema susceptível ao
efeito benéfico. Para tal, é necessário escolher doses, vias de administração e intervalos entre
doses que garantam a chegada e a manutenção das concentrações terapêuticas junto ao sítio-alvo.
Esquemas inapropriados podem produzir concentrações insuficientes ou subterapêuticas que
falseiam a interpretação sobre a eficácia do fármaco escolhido - ou excessivas, que acarretam
toxicidade medicamentosa. A faixa terapêutica se situa entre as concentrações geradoras de
efeitos parcialmente eficazes (limite mínimo) e potencialmente tóxicos (limite máximo). A esse
intervalo se denomina "janela terapêutica.
A farmacodinâmica se refere ás acções farmacológicas e aos mecanismos de acção pelos quais os
fármacos agem, ou seja, aquilo que os fármacos fazem ao organismo. A farmacocinética esta
relacionada com os processos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação dos
fármacos, ou seja, o que o organismo faz com os fármacos.
Quatro propriedades farmacocinéticas determinam o início, a intensidade e a duração da acção do
fármaco:
• Absorção: Primeiro, a absorção desde o local de administração permite a entrada do fármaco
(directa ou indirectamente) no plasma.
• Distribuição: Segundo, o fármaco pode, então, reversivelmente, sair da circulação sanguínea e
distribuir-se nos líquidos intersticial e intracelular.
• Biotransformação: Terceiro, o fármaco pode ser biotransformado no fígado ou em outros
tecidos.
• Eliminação: Finalmente, o fármaco e seus metabólicos são eliminados do organismo na urina,
na bile ou nas fezes. Usando o conhecimento das variáveis farmacocinéticas, os clínicos podem
eleger condutas terapêuticas ideais, incluindo via de administração, dosagem, frequência e
duração do tratamento.
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FATORES FÍSICO-QUÍMICOS ENVOLVIDOS NO TRANSPORTE DOS FÁRMACOS ATRAVÉS DAS
MEMBRANAS
Os mecanismos pelos quais os fármacos atravessam as membranas e as propriedades físico-
químicas das moléculas e das membranas que influenciam essa transferências são essenciais para
a compreensão da disposição dos fármacos no organismo humano. As características de um
fármaco que prevêem seu transporte e sua disponibilidade nos locais de acção são: peso
molecular e a conformação estrutural, o grau de ionização, a lipossolubilidade relativa dos seus
compostos ionizados e não ionizados, que se ligam às proteínas séricas e teciduais.
Na maioria dos casos, o fármaco precisa atravessar as membranas plasmáticas de muitas células
até alcançar seu local de acção. Embora os obstáculos ao transporte do fármaco possam se
constituir de uma única camada de células (epitélio intestinal), ou de várias camadas de células e
proteínas extracelulares associadas (pele), a membrana plasmática representa a barreira comum
à distribuição do fármaco.
1 - ABSORÇÃO
Absorção é a transferência de um medicamento do seu local de administração para o
compartimento central Absorção é a transferência de um fármaco do seu local de administração
para a corrente sanguínea.
As características do medicamento que predizem Seu movimento e disponibilidade nos locais de
ação são: seu tamanho e estrutura molecular, o grau de ionização, a solubilidade em relação às
suas formas ionizada e não ionizada em lipídios e sua ligação com proteínas séricas e teciduais.
MECANISMOS DE ABSORÇÃO DE FÁRMACOS A PARTIR DO TGI
Dependendo das propriedades químicas, os fármacos podem ser absorvidos do TGI por difusão
passiva, difusão facilitada, transporte ativo ou endocitose.
VÁRIOS FATORES INTERFEREM A ABSORÇÃO NO TRATO GASTRINTESTINAL
Conteúdo estomacal: a absorção é favorecida no trato vazio, pois permite o contato direto do
fármaco com a mucosa; Secreções gastrintestinais: a concentração e o pH altera a atividade e a
estrutura química dos agentes químicos; Mobilidade intestinal: quanto maior, menor o tempo
para absorção; Efeito de primeira passagem hepático: as substâncias absorvidas pelo trato
caem na circulação porta hepática, sendo biotransformadas (metabolizadas) pelo fígado antes da
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distribuição. Podem ser secretadas pela bile, sendo excretadas ou reabsorvidas pelo ciclo entero-
hepático, o que altera a biodisponibilidade.
Barreiras fisiológicas
Um fármaco precisa vencer certas barreiras físicas, químicas e biológicas para alcançar seus locais
de ação moleculares e celulares. O revestimento epitelial do trato gastrintestinal e de outras
membranas mucosas é um tipo de barreira. A maioria dos fármacos deve distribuir-se do sangue
para tecidos locais, processo que pode ser impedido por determinadas estruturas, como a barreira
hematencefálica, em certos casos, a barreira placentária.
A biodisponibilidade, ou a fração do fármaco administrado que alcança a circulação sistêmica,
dependerá da via de administração do fármaco, de sua forma química e de certos fatores
específicos do paciente – como transportadores e enzimas gastrintestinais e hepáticos.
2- Distribuição
A distribuição de um fármaco ocorre primariamente por meio do sistema circulatório, enquanto o
sistema linfático contribui com um componente menor. Uma vez absorvido na circulação
sistêmica, o fármaco é então capaz de alcançar qualquer órgão-alvo (com a possível exceção dos
compartimentos santuários, como o cérebro e os testículos).
Redistribuição
A terminação do efeito da droga depois de suspender sua administração é geralmente devido ao
metabolismo e excreção, mas também pode ser o resultado de redistribuir a droga de seu local de
ação para outros tecidos ou sítios.
3 – Metabolismos ou biotransformação
Denomina-se biotransformação o conjunto de alterações, metabolicas, que um agente químico
sofre no organismo, visando aumentar a polaridade (solubilidade em água) e facilitando a
excreção.
Diversos órgãos têm a capacidade de metabolizar em certo grau os fármacos, por meio de reações
enzimáticas. Assim, rins, trato gastrintestinal, pulmões, pele e outros órgãos contribuem para o
metabolismo de fármacos sistêmicos. Porém, o fígado contém diversidade e quantidade de
enzimas metabólicas em larga escala, de modo que a maior parte do metabolismo dos fármacos
ocorre nesse órgão.
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A capacidade do fígado de modificar os fármacos depende da quantidade de fármaco que penetra
nos hepatócitos. Fármacos altamente hidrofóbicos podem penetrar de imediato nas células
(inclusive nos hepatócitos), e o fígado metaboliza preferencialmente os hidrofóbicos.
A biotransformação dos fármacos pode alterá-los de quatro maneiras importantes
1. Um fármaco ativo pode ser convertido em fármaco inativo.
2. Um fármaco ativo pode ser convertido em um metabólito ativo ou tóxico.
3. Um pró-fármaco inativo pode ser convertido em fármaco ativo.
4. Um fármaco não-excretável pode ser convertido em metabólito passível de excreção (por
exemplo, aumentando a depuração renal ou biliar).
ENTRE OS FATORES QUE AFETAM A BIOTRANSFORMAÇÃO ESTÃO:
1. A dose e frequência do contacto com o fármaco. A dose pode alterar a via de
biotransformação devido ao Km de certas enzimas. A freqüência é capaz de sensibilizar
receptores, além de induzir ou ativar enzimas.
2. A dieta: é responsável pela reposição de coenzimas necessárias, com o grau de peroxidação
lipídica (altera sistemas enzimáticos de membrana) e com a quantidade de enzimas.
3. Sexo, idade e peso: o exemplo mais clássico é a menor atividade de álcool desidrogenase em
mulheres, jovens e idosos. Em recém nascidos a atividade do cit P450 é apenas 20 a 50% da
encontrada em adultos. Além disso, deficiências em outros sistemas afetam a biotransformação.
4 - Excreção
A excreção, propriamente dita, ou eliminação pode ser vista como processo inverso ao da
absorção. De forma geral, pode-se eliminar drogas por secreções (biliar, sudorípara, lacrimal,
gástrica, salivar, láctea); por excreções (urina, fezes, catarro) e pelo ar expirado.
Excreção renal
A taxa de eliminação dos fármacos pelos rins depende do equilíbrio das taxas de filtração,
secreção e reabsorção Entretanto, apenas a forma livre do fármaco é filtrada no túbulo renal.
Logo, o fluxo sanguíneo renal, a taxa de filtração glomerular e a ligação do fármaco às proteínas
plasmáticas afetam a quantidade de fármaco que penetra nos túbulos, no nível do glomérulo.
Excreção biliar
A reabsorção de fármacos também desempenha importante papel na excreção biliar.
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Em muitos casos, sofrem circulação ênterohepática, em que são reabsorvidos no intestino
delgado, subsequentemente retidos na circulação porta e, a seguir, na circulação sistêmica. Certos
fármacos, como hormônios esteroides, digoxina e alguns agentes quimioterápicos para o câncer,
são excretados, em grande parte, na bile.
A excreção fecal:Tem menor importância. Em geral os fármacos encontrados nas fezes são
aqueles que não foram absorvidos após ingestão oral ou aqueles secretados pela saliva, bile ou
suco gástrico. Substâncias que penetram o trato pulmonar podem ser expectoradas no trato
gastrintestinal.
A secreção biliar
É bastante significativa para xenobióticos, devido à biotransformação hepática. Assim, tanto o
fármaco quanto seu metabólito pode aparecer na bile, através do transporte para substâncias
ácida, básicas, neutras e metais.
Algumas substâncias, como o etanol, podem ser secretados pelo suor e pela saliva. Entretanto são
vias pouco importantes. Gases e vapores inalados ou produzidos no organismo são parcialmente
eliminados pelo ar expirado, dependendo da pressão de vapor da substância e da interação com
constituintes do sangue.
Vida média ou meia-vida (t1/2) de eliminação
A meia-vida de eliminação de um fármaco é definida como o tempo durante o qual sua
concentração no plasma diminui para a metade de seu valor original. Tempo necessário para que a
concentração plasmática de uma droga previamente absorvida seja reduzida em 50% pela
distribuição (depósitos) e eliminação (biotransformação e excreção).
Estudar é evoluir, estudar é crescer, ser melhor e viver uma vida diferente.
TEMA - 3 - INTERACÇÃO MEDICAMENTOSA
SUMÁRIO: Conceito, classificação e Alguns factores relacionados à
utilização de medicamentos
INTRODUÇÃO: As interacções medicamentosas constituem um dos assuntos mais importantes da
farmacologia, no que tange a prática clínica de diversos profissionais de saúde.
Interacções medicamentosas são tipos especiais de respostas farmacológicas, em que os efeitos de
um ou mais medicamentos são alterados pela administração simultânea ou anterior de outros, ou
através da administração concorrente com alimento.
PROF. JELVINO KATOLO UPRA Página 15
As interacções são dependentes de: • Natureza dos nutrientes • Elementos que compõem o
alimento • Características do fármaco • Tempo de trânsito nos diferentes segmentos do tubo
digestivo • Frequência de contacto com as vilosidades intestinais • Mecanismos de absorção
intestinal.
1- Interacções benéficas: as interacções benéficas são os planos terapêuticos fundamentais em
diversas patologias. Podendo ser aplicada no tratamento da hipertensão severa em que é
possível combinar medicamentos com mecanismos farmacológicos diferentes tendo por
finalidade a redução mais eficiente da pressão sanguínea.
2- Interacções adversas: Em compensação, as interacções adversas podem contribuir para
intensificar os efeitos indesejados dos medicamentos, além da ineficácia da terapêutica
podem colocar em risco a vida do paciente.
Assim como a co-administração de álcool e barbitúricos pode conduzir o paciente ao estado de
coma.
Alguns factores relacionados à utilização de medicamentos: Efeito farmacológico múltiplo,
prescrições múltiplas, não compreensão do paciente em relação ao tratamento farmacológico, uso
abusivo de medicamentos, desinformação dos prescritores e dispensadores e uso de
medicamentos por automedicação.
Predisposição a desenvolver efeitos adversos: Factores genéticos, idade, condições gerais de
saúde, funções renal e hepática, consumo de álcool, tabagismo, dieta, assim como factores
ambientais, influenciam a susceptibilidade para interacções medicamentosas.
Interacções entre medicamentos e nutrientes: A interacção entre alimentos e medicamentos
ocorre quando um alimento, ou um de seus componentes, interfere nos parâmetros
farmacocinéticos e farmacodinâmicas. Também consideramos que há interacção, quando um
fármaco altera o uso de um nutriente pelo organismo. Interacção clássica entre drogas e
nutrientes é a formação de complexos dos antibióticos tetraciclina com Ca2+ no leite, resultando
em redução da absorção da tetraciclina e, por conseguinte, da atividade antimicrobiana.
Cuidados que devem ser tomados no momento da dispensação de medicamentos aos
pacientes como: a) não misturar os medicamentos com o alimento; b) não tomar pílulas de
vitaminas junto com os fármacos; c) e verificar, com um profissional de saúde, mais
especificamente o Farmacêutico, como os alimentos podem afectar o tratamento farmacológico.
PROF. JELVINO KATOLO UPRA Página 16
Mecanismos das interacções medicamentosas: Os medicamentos podem interagir durante o
preparo; no momento da absorção, distribuição, metabolização, eliminação ou na ligação ao
receptor farmacológico.
Mecanismos envolvidos no processo interactivo são classificados de acordo com o tipo
predominante de fase farmacológica em que ocorrem: 1. Farmacêutica, 2. Farmacocinética 3.
Farmacodinâmica
1 - Interacção Farmacêutica (ou Incompatibilidade): São interacções do tipo físico-químicas
que ocorrem quando dois ou mais medicamentos são administrados na mesma solução ou
misturados no mesmo recipiente e o produto obtido é capaz de inviabilizar a terapêutica clínica.
Avaliação dos procedimentos que dizem respeito a administração de fármacos com
potenciais de ocorrer interacções farmacêuticas: 1. Administração de vários medicamentos
nos mesmos horários; 2. Associação de substâncias na mesma solução ou recipiente; 3. Adaptação
de dispositivos com múltiplas vias para infusão de vários agentes em cateteres de via única; 4.
Exposição da solução de nitroprussiato a luminosidade.
2 - Interacção Farmacocinética: interferem no desempenho do medicamento em relação aos
aspectos farmacocinéticos, tais como absorção, distribuição, metabolização ou excreção. São
interacções complexas de prever, porque ocorrem com medicamentos de princípios activos não
relacionados.
2.1 Interacções que modificam a absorção: Factores como o fluxo sanguíneo do trato
gastrointestinal (TGI), pH, motilidade, dieta e presença de outras substâncias e o tipo de
formulação farmacêutica interferem nesse evento.
Exemplo de medicamentos que causam interacção medicamentosa e geram problemas de
absorção: Os laxativos, os antagonistas dopaminérgicos como a metoclopramida, a domperidona
e o haloperidol tendem a aumentar a absorção de outros medicamentos, porque aceleram o
trânsito do TGI.
2.2 Interacções que modificam a distribuição: Esta fase depende do Volume de distribuição
aparente (Vd) e da fracção de ligação dos medicamentos às proteínas plasmáticas.
Exemplo de medicamentos que causam interacção medicamentosa e gera problemas de
distribuição: A aspirina e a fenilbutazona quando administradas de modo concomitante com o
warfarin, elevam a concentração sérica do anticoagulante e o potencial hemorrágico.
PROF. JELVINO KATOLO UPRA Página 17
2.3 Interacções que modificam a metabolização: Os medicamentos são transformados pelo
metabolismo. As enzimas microssomais hepáticas são responsáveis por uma pequena fracção
deste processo.
Exemplo de medicamentos que causam interacção medicamentosa e gera problemas de
metabolização: A cimetidina é um inibidor enzimático que interage com o Propranolol e Morfina
causando risco de bradicardia.
2.4 Interacções que modificam a excreção: A maioria dos medicamentos é eliminada quase que
totalmente pelos rins. Desta forma, a taxa de excreção de vários agentes pode ser modificada
através de interacções ao longo do néfron. As alterações do pH urinário interferem no grau de
ionização de bases e ácidos fracos afectando as respostas farmacológicas. Exemplo de
medicamentos que causam interacção medicamentosa e gera modificação na excreção.
Probenecida e a penicilina, quando a primeira inibe a secreção da segunda e eleva o tempo de
acção do antibiótico.
3 Interacções Farmacodinâmicas: Causa modificação do efeito bioquímico ou fisiológico do
medicamento. Geralmente ocorre no local de acção dos medicamentos (receptores
farmacológicos) ou através de mecanismos bioquímicos específicos, sendo capaz de causar efeitos
semelhantes (sinergismo) ou opostos (antagonismo).
3.1 Sinergismo: O sinergismo é um tipo de resposta farmacológica obtida a partir da associação
de dois ou mais medicamentos, cuja resultante é maior do que simples soma dos efeitos isolados
de cada um deles. Exemplo de medicamentos que causam interação medicamentosa do tipo
farmacodinâmica resultante em sinergismo O efeito aditivo é encontrado quando há associação do
Ácido Acetil Salicílico com o Diclofenac Sódica gerando um bloqueio enzimático da cicloxigenase
(COX).
3.2 Antagonismo: No antagonismo a resposta farmacológica de um medicamento é suprimida ou
reduzida na presença de outro, muitas vezes pela competição destes pelo mesmo sítio receptor.
Exemplos de medicamentos que causam interacção medicamentosa e gera antagonismo. Estas
interacções podem ser benéficas ou adversas. benéficas, por exemplo, no caso da utilização
donaloxone (antagonista opióide) nos quadros de depressão respiratória causados pela morfina.
Exemplos de medicamentos que causam interacção medicamentosa e gera antagonismo. Adversa,
acarretar ineficácia do tratamento, por exemplo, no caso da associação indevida entre o
propranolol (bloqueador de receptores b) e do Salbutamol (agonistas de receptores b).
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GRUPOS DE RISCO DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: Os idosos, os portadores de doenças
crónicas, Os usuários de dispositivos param infusão de medicamentos intravenosos ou de sonda
enteral.
Quem estuda, constrói a sua própria oportunidade para mudar de vida.
TEMA: - 4 – VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS
SUMÁRIO: CLASSIFICAÇÃO E PRINCIPAIS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
DE FÁRMACOS
A via de administração é determinada primariamente pelas propriedades do fármaco (p. ex., hidro
ou lipossolubilidade, ionização) e pelos objectivos terapêuticos (p. ex., necessidade de um início
rápido de ação, necessidade de tratamento por longo tempo, ou restrição de acesso a um local
específico).
Enteral: A administração enteral, ou administração pela boca, é o modo mais seguro, comum,
conveniente e económico de administrar os fármacos. O fármaco pode ser deglutido, por via oral,
ou pode ser colocado sob a língua (sublingual) ou entre a bochecha e a gengiva (bucal), facilitando
a absorção directa na circulação sanguínea.
Parenteral: A via parenteral introduz o fármaco directamente na circulação sistémica. Ela é usada
para fármacos que são pouco absorvidos no trato GI (TGI).
3-Parenteral
1-Tópica 2-Enteral
Injeção ou infusão Outros casos
Epidérmica Oral Intravenosa Transdérmica
Inalável (vias aéreas) Duodenal Intra-arterial Transmucosa
Oftálmica Retal Intramuscular Inalável (pulmão)
Otológica Sublingual Subcutânea
Intranasal Bucal Intraóssea
Retal (mucosa) Intracardíaca
Intradérmica
Intraperitoneal
Epidural
PROF. JELVINO KATOLO UPRA Página 19
Conquistas não acontecem do nada. Elas são fruto de muito estudo, dedicação e força de
vontade.
FARMACOLOGIA CLÍNICA DA DOR
TEMA: - 5 – Princípios gerais do uso correcto de fármacos para o
tratamento da dor
SUMÁRIO: Conceitos, tipos de nociceptores, classificação e tipo de
tratamento da dor
INTRODUÇÃO: Dor é uma das grandes preocupações da humanidade. Como sistema de alarme
que proporciona pronto afastamento de circunstâncias danosas, a dor tem função adaptativa. Diz-
se que compreender dor é compreender a medicina.
Analgesia congênita: há ausência de percepção de dor. Dor: é definida como experiência
sensorial e emocional desagradável, relacionada a dano tecidual real ou potencial, ou descrita em
termos desse tipo de dano.
Dor resulta de dois componentes: Nocicepção e Reatividade Emocional à dor.
1 – Nociceptores: Termo derivado de noci (dano ou injúria em latim), é usado para descrever a
resposta neural a estímulos traumáticos ou lesivos. Refere-se à actividade do sistema nervoso
aferente induzida por estímulos nocivos, tanto exógenos (mecânicos, químicos, físicos e
biológicos) quanto endógenos (inflamação, aumento de peristaltismo, isquemia tecidual).
Vários tipos são descritos. Mecanorreceptores respondem à pressão. Nociceptores silentes atuam
apenas em presença de inflamação. Receptores polimodais mecânicos e de calor, os mais
prevalentes, respondem a pressão excessiva, extremos de temperatura (> 42ºC e < l 8ºC) e
presença de substâncias algogênicas (bradicinina, histamina, serotonina, H+, K+, prostaglandinas
e ATP).
A modulação central inibitória de dor: Neurônios encefalinérgicos encontrados na substância
gelatinosa da medula espinhal (interneurônios) exercem papel fisiológico inibitório, modulando a
informação em nível de primeira sinapse central. Ao lado dos opioides endógenos, glicina e ácido
gamaarminobutírico (GABA) - aminoácidos que atuam como neurotransmissores inibitórios -
parecem exercer importante papel na inibição segmentar da dor.
PROF. JELVINO KATOLO UPRA Página 20
2 - Reactividade emocional: Corresponde à interpretação afectiva de dor, de caráter individual,
influenciada por estados ou traços psicológicos, experiências prévias e factores culturais, sociais e
ambientais.
a) Sofrimento: refere-se à resposta afectiva negativa inerente à dor, comummente levando o
paciente ao serviço de saúde. Expressões faciais típicas, gemidos e lamentações, claudicação,
busca contínua de cuidados médicos, limitação funcional específica, incapacidade para a
realização de actividades diárias, absenteísmo ao trabalho ou à escola são comportamentos de dor
comummente observados.
b) Comportamentos de dor: se dá primordial importância à busca de eventual lesão tecidual,
causadora da queixa. Isso faz com que muitas vezes o paciente fique insatisfeito com o
atendimento recebido, apesar de o componente nociceptivo ter sido adequadamente avaliado pelo
profissional. Tratamento inadequado de dor contribui, por exemplo, para a ocorrência de delítio
em idosos. Agitação, agressividade e delírio, incapacidade a realização de actividades diárias
(comer, vestir-se, realizar higiene pessoal e mover-se no jeito), além de causar redução de força
muscular e de desempenho físico. Complicações pós-operatórias, especialmente pulmonares e
cardiovasculares e dor crónica após cirurgias.
CLASSIFICAÇÃO DA DOR
1. Topografia (localizada e generalizada; superficial, somática profunda e visceral),
2. Fisiopatologia (orgânica e psicogênica),
3. Estruturas afetadas (nociceptiva e neuropática),
4. Intensidade (leve, moderada e intensa) e
5. Critério temporal (aguda e crônica).
Dor superficial (tegumentar): aquela advinda de processos nociceptivos em pele, tecido
subcutâneo e mucosas. Caracteristicamente, é bem localizada, aguda e descrita como cortante,
latejante, em pontada ou em queimação. Dor somática: profumda tem origem em ossos,
músculos, tendões ou articulações. Dor visceral é aquela determinada por doença ou alteração
funcional de órgãos internos ou estruturas que os recobrem (pleura, pericárdio, peritônio).
Dor orgânica: frequentemente de causa conhecida, bem descrita e localizada pelo paciente,
responsivo às medidas terapêuticas.
Psicogênica: pouco definida, mal situada, para a qual não se encontra causa e que não é
facilmente aliviada com analgésicos convencionais.
Dor neuropática: associa-se a disfunções do sistema nervoso central ou periférico
PROF. JELVINO KATOLO UPRA Página 21
Quanto à intensidade da dor: 1. Ausência de dor, 2. Dores leves, 3. Moderadas ou 4. Intensas.
Dor aguda é sintoma de doença, a dor crónica representa por si só uma doença.
AVALIAÇÃO DE DOR
A intensidade de dor é comumente avaliada por instrumentos unidimensionais, incluindo escalas:
a) Escala Verbal de Dor: Instrução - Qual é a intensidade de sua dor nesse momento - sem dor,
dor leve, moderada, intensa ou a pior possível?
b) Escala Numérica de Dor: Instrução - Escolha um número de O a 10 que indique qual é a
intensidade de sua dor nesse momento. Zero representam ausência de dor e 10, a pior dor
possível.
c) Escala Analógica Visual de Dor: Instrução - Marque na linha abaixo qual é a intensidade de
sua dor nesse momento.
TRATAMENTO DE DOR: Tratamento Não Medicamentoso e Tratamento Medicamentoso.
Tratamento Não Medicamentoso: 1. Aplicação de frio ou calor, 2. Repouso, 3. Exercício físico, 4.
Estimulação nervosa elétrica transcutânea, 5. Acupuntura, 6. Terapias psicológicas, 7.
Musicoterapia e 8. Ingestão de leite materno (em neonatos).
Tratamento Medicamentoso
De grau 1 – Dor de pequena intensidade (Leve): Não-opióides (Aspirina, Ibuprofeno,
Nimesulida, Dipirona)
De grau 2 – Dor de média intensidade (Moderada): Não utilizam mais anti-inflamatórios, e sim
o uso de opióides fracos, ou então se faz a associação de anti-inflamatórios com opióides fracos
(Codeína ou Tramadol, que é um anti-inflamatório fraco + um Paracetamol)
Degrau 3 – Dor intensa: Opióides fortes (Principal medicamento é a morfina) se o paciente tiver
reacção alérgica à morfina, pode-se receitar para ele: Metadona, Fentanil e Oxicodona.
O estudo é uma arma para quem deseja mudar o mundo, é uma arma que não ataca
ninguém, apenas faz o bem.
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TEMA: - 6 - ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES
SUMÁRIO: : Conceitos, histórico, mecanismo de ação, as principais
diferenças entre as enzimas e funções fisiológicas das prostaglandinas
Introdução
• Os analgésicos sistémicos não opioides são provavelmente as medicações mais prescritas
no tratamento da dor. Uso a partir do final do século XIX.
• A febre pode estar associada à resposta clínica em diferentes quadros de doenças, como em
infecções virais (p. ex., gripe), em infecções bacterianas (p. ex., meningite), em doenças
imunológicas (p. ex., artrite reumatoide juvenil), em presença de tumores, em reações a
fármacos ou vacinas, em alterações metabólicas, entre outros. Dependendo da origem da
febre, alguns sintomas podem aparecer simultaneamente, como mal-estar generalizado,
calafrios, dores musculares, falta de apetite e desidratação. Em casos mais graves, a febre
pode levar a alucinações e convulsões.
• Hipertermia ocorre um aumento da temperatura acima de 41°C, os mecanismos de
controle térmico falham, havendo elevação da temperatura corporal acima do ponto de
regulação térmica (hipertermia maligna, a síndrome neuroléptica maligna, a síndrome
serotoninérgica, a insolação e o uso de fármacos anticolinérgicos e simpaticomiméticos).
Conceitos
• Analgesia significa sem dor; hiperalgesia é aumento da dor. Analgésicos Opióides:
Substâncias naturais ou sintéticas que agem no SNC promovendo o alívio da dor, sem
perder a consciência do paciente.
• Febre a temperatura corporal acima de 37,2°C pela manhã ou de 37,7°C à tarde em
indivíduos saudáveis. Em geral, a temperatura retal é aproximadamente 0,6°C maior que a
temperatura oral, refletindo a temperatura corporal, e a temperatura axilar é
aproximadamente 0,6°C menor que a temperatura oral.
• A febre é, portanto, definidacomo uma reação fisiológica complexa em resposta a doença,
envolvendo o aumento da temperatura central induzida por citocinas, promovendo
alterações fisiológicas que incluem vasoconstrição cutânea, tremores e termogênese
resultante da liberação de hormônios da tireoide, glicocorticoides e catecolaminas.
• Pirógenos são descritos como qualquer substância que possa causar febre, seja exógena
(ocorre a liberação de mediadores envolvidos no processo febril, principalmente a
prostaglandina E2 (PGE2)) ou endógena (responsáveis pela resposta inflamatória,
considerando a lesão tecidual e o quadro infeccioso, são as citocinas. A interleucina 1-beta
(IL-1β), o fator de necrose tumoral (TNF) e a interleucina 6 (IL-6) são citocinas pirogênicas
que atuam diretamente no hipotálamo, afetando a resposta febril).
HISTÓRICO
Séc. XVIII - Infusão de plantas (Salix alba vulgaris) como antipirético, Usado há 2500 anos,
extratos de plantas. Em 1976, Hemler& Lands isolaram a ciclooxigenase(J Biol Chem 1976). Em
1991, Kujubuet al., identificaram as duas isoformas das ciclooxigenases (J BiolChem1991). Em
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1992, Xieetal, descobriram primeiro inibidor específico da COX-2 (Drug Dev Res 1992). 1897:
Felix Hoffmann, químico alemão, do laboratório do comerciante Friedrich Bayer e do técnico em
tinturaria Johann Weskott sintetizou a fórmula do AAS; 1899: Dreser introduziu o uso clínico do
AAS; 1900: BAYER produz 4,2 toneladas; 1919: marca passa domínio público; 1994: consumo
de 50 mil toneladas.
FARMACOCINÉTICA
Absorção: rápida e completa por VO, excepto preparações entéricas e de liberação lenta.
Distribuição: ligam significativamente a albumina plasmática, as fracções livres atuam
principalmente nos tecidos inflamados e não atravessam imediatamente a barreira
hematoencefálica (BHE). Os mais lipossolúveis: cetoprofeno, naproxeno e ibuprofeno, penetram
mais facilmente no SNC e estão associados com leves alterações do humor e na função cognitiva
Biotransformação: são convertidos em metabólitos inactivos no fígado Excreção: as formas
inactivas são excretadas pelos rins.
FARMACODINÂMICA
O principal mecanismo de ação é através da inibição específica da ciclooxigenase (cox) e
redução da conversão do ácido aracdônico ou araquidônico (aa) em prostaglandinas (PG).
Inibição da liberação de histamina. Lewis e whittle, 1977
MECANISMO ANTI-AGREGANTE PLAQUETÁRIO
AAS em baixas doses inibe de forma irreversível a COX1 nas plaquetas prevenindo a formação do
tromboxano A2 e prolongando o tempo de sangramento.
AS CICLOOXIGENASES
A COX-1 é constitutiva e importante para a manutenção de funções que regulam a homeostase. Já
a COX-2 é induzida por sinais inflamatórios, como a liberação de citocinas pirógenas, aumentando
sua expressão em cerca de 20 vezes ou mais. Entretanto, a COX-2 também é detectada, em
menores quantidades, constitutivamente em tecidos como: endotélio vascular, cérebro, intestinos,
rins, testículos, glândula tireoide, pâncreas. A COX-3 é uma isoforma da COX-1 encontrada no
cérebro, na medula espinhal e no coração.
ACÇÕES TERAPÊUTICAS DOS INIBIDORES DA CICLO-OXIGENASE (COX)
Efeito anti-inflamatório: a diminuição da prostaglandina E2 e da prostaciclina reduz a
vasodilatação e, indirectamente, o edema. O acúmulo de células inflamatórias não sofre redução
directa.
Efeito analgésico: diminuição da geração de prostaglandinas significa menos sensibilização de
terminações nervosas nociceptivas aos mediadores inflamatórios, como a bradicinina e a 5-
hidroxitriptamina. O alívio da cefaleia provavelmente decorre da diminuição da vasodilatação
mediada pelas prostaglandinas.
Efeito antipirético: no SNC, a interleucina-1 libera prostaglandinas, que elevam o ponto de ajuste
hipotalâmico para o controle da temperatura, causando febre. Os AINE impedem esse mecanismo.
FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DAS PROSTAGLANDINAS
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Estimulação da agregação plaquetária (TXA2) inibição da agregação plaquetária (PGI),
relaxamento vascular (PGE2, PGI), contração vascular (PGF, TXA), contração brônquica (PGF 2, LCT,
LTD, TXA), relaxamento brônquico (PGE), proteção da mucosa gástrica (PGE1, PGI), manutenção
do fluxo renal e regulação do metabolismo de Na+ e K+ (PGE1, PGI2), indução da contração uterina
(PGE, PGF2), produção de febre (PGE2), hiperalgesia por potencialização dos mediadores da dor
sensibilização das terminações nociceptivas periféricas
APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS DAS PROSTAGLANDINAS
Estimulação uterina: aborto entre 12a e 20a semana, Trato gastrintestinal: anti-ulceroso,
Agregação plaquetária: substituto da heparina.
CLASSIFICAÇÃO DOS AINES DE ACORDO A COX
1. Inibidores não selectivos COX: Aspirina (em doses altas), Indometacina, Ibuprofeno,
Piroxicam.
2. Inibidores selectivos COX-1: Aspirina em doses baixas (anti-agregante plaquetário)
3. Inibidores preferenciais COX-2: Paracetamol, diclofenaco, Meloxicam, Nimesulida
4. Inibidores da COX: Celecoxib
CLASSIFICAÇÃO DOS AINE DE ACORDO COM A DERIVAÇÃO
DERIVADOS PIRAZOLÔNICOS
EFEITOS COLATERAIS MAIS FREQUENTES: Efeitos GI: náusea, vômitos, desconforto epigástrico,
diarreia, retenção sódio, fenômenos hemorrágicos, agranulocitose, púrpura, trombocitopenia,
hemolítica e anemia aplástica.
CONTRA-INDICAÇÕES: GI, insuficiências hepática e renal, discrasias sanguíneas, hipertensão
arterial
SUBSTÂNCIAS dipirona
DERIVADOS PARAMINOFENOL
FARMACOCINÉTICA: Menor grau ligação proteína Plasmática, metabólito intermediário tóxico.
EFEITOS FARMACOLÓGICOS: não altera tempo sangramento, menor potência antiinflamatória
EFEITOS COLATERAIS MAIS FREQUENTES : Doses terapêuticas, baixa incidência
CONTRA-INDICAÇÕES: hipersensibilidade aos Salicilatos, insuficiências hepática e renal
SUBSTÂNCIAS: Fenacetina ou Paracetamol
DERIVADOS DO INDOL
EFEITOS FARMACOLÓGICOS: Inibição COX superior indometacina e propiônicos
EFEITOS COLATERAIS MAIS FREQUENTES: GI (+ sérios): dor epigástrica, anorexia, dispepsia,
náuseas, vômitos, úlcera péptica, sangramento GI.
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SNC: cefaléia (25 a 50%), vertigens, tonturas, confusão mental, alucinações, distúrbios
psiquiátricos (depressão e psicoses), neutropenia, trombocitopenia, anemia aplástica erupções
cutâneas, prurido, urticária, crises agudas de asma, edema angioneurótico
CONTRA-INDICAÇÃO: Doenças GI, psiquiátricas, epilepsia, parkinso, Insuficiência hepática e
renal
SUBSTÂNCIAS: Indometacina
DERIVADOS DA FENOXIMETANOSSULFANILIDA
EFEITOS FARMACOLÓGICOS
Inibidor PGS fraco, Mecanismo central analgésico noradrenérgico, Analgésico somente
EFEITOS COLATERAIS MAIS FREQUENTES: efeitos GI, pele e SNC
SUBSTÂNCIAS: Nimesulida
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES (AINES)
Fármaco Posologia T½ Metabolização Excreção Contraindicações Derivação
inicial/máxima plasmática
(h
Inibição de COX-1 e COX-2
Diclofenaco 50 mg 3 vezes/dia 1-2 Hepática Renal Úlcera péptica, Ácido fenilacético
ou 75 mg 2 (65%) Bile histórico de
vezes/dia (35%) hemorragia
digestiva alta,
refluxo
gastroesofágico,
hepatopatias, asma
Naproxeno 500 a 1.000 mg/dia, 12-15 Hepática Renal Similares ao Ácido propiônico
por via oral, diclofenaco
podendo ser 2
vezes/dia
Ibuprofeno 600 a 2.700 mg/dia, 2-4 Hepática Renal Similares ao Ácido propiônico
por via oral de 8/8 diclofenaco
h
Piroxicam 20 mg/dia 6 a 12 h Hepática Renal Similares ao Oxican
diclofenaco
Inibição de COX-2
Celecoxibe 100 mg 200 mg 6 a 12 h Hepática Fecal Insuficiência
(57%) cardíaca congestiva
Renal avançada,
(27%) hepatopatias e
nefropatias, doenças
Etoricoxibe 60 mg 90 mg 120 Renal inflamatórias
mg intestinais e asma
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PERFIL DOS AINES MAIS UTILIZADOS
Maior poder analgésico: Dipirona, ibuprofeno, ketoprofeno e ketorolaco
Maior rapidez analgésica: Ibuprofeno, dipirona, paracetamol, naproxeno e diclofenaco
Maior poder antiinflamatorio: Indometacina, diclofenaco, Piroxicam e naproxeno
Maior segurança: Paracetamol, metamizol, ibuprofeno, nimesulida e meloxicam
ANALGÉSICOS ESTUPEFACIENTES (OPIODES)
Analgésicos opiáceos
Os opiáceos podem ser classificados como agonistas, agonistas-antagonistas, mistos ou agonistas
parciais. De acordo com a sua actividade nos receptores opióides. Estão descritas 3 categorias
principais de receptores opióides: miu, kappa e delta.
Os opiáceos agonistas, tipo morfina, têm actividade nos receptores miu e possivelmente nos
kappa,. Os agonistas incluem os alcalóides naturais do ópio (morfina e codeína), os análogos semi-
sintéticos (hidromorfona, oximorfona, oxicodona) e os compostos sintéticos (meperidina,
levorfanol, fentanilo, metadona).
As reacções adversas mais frequentes
São as tonturas, sedação, náuseas e vómitos e sudação.
Além destes, podem acontecer: euforia, disforia, estados confusionais, insónia, agitação, medo,
alucinações, sonolência, incoordenação dos movimentos, alteração do humor, cefaleias, alterações
da visão, miose, tremor, convulsões, aumento da pressão intracraniana.
A nível do tubo digestivo: referem-se dor abdominal, alterações do gosto, boca seca, anorexia e
obstipação.
Do aparelho cardiovascular: afrontamentos, calafrios, colapso da circulação periférica,
taquicardia, bradicardia, arritmias, hipertensão, hipotensão ortostática e síncope.
No aparelho geniturinário: espasmos dos esfíncteres, retenção urinária, oligúria, efeito
antidiurético, redução da libido, impotência. Há ainda a referir reacções de hipersensibilidade,
prurido, urticária, laringospasmo.
Pode também mencionar-se a possibilidade de broncospasmo, redução do reflexo da tosse,
alterações da regulação térmica, rigidez muscular, parestesias. E nunca se deve esquecer o risco
de depressão respiratória.
Estude em todas as oportunidades que tiver porque é isso que transformará sua vida.
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FÁRMACOS QUE AFETAM O SISTEMA CARDIOVASCULAR
TEMA: - 7 – ANTICOAGULANTES, ANTIPLAQUETÁRIOS E ANTI-
HEMORRÁGICOS
SUMÁRIO: mecanismo de acção, Usos terapêuticos, farmacocinética
e Efeitos adversos
INIBIDORES PLAQUETÁRIOS
Os inibidores da aglutinação plaquetária diminuem a formação de um coágulo rico em plaquetas
ou diminuem a acção dos sinais químicos promotores da aglutinação. Os inibidores da aglutinação
de plaquetas descritos a seguir inibem a cicloxigenase-1 (COX-1) ou bloqueiam os receptores de
GP IIb/IIIa ou ADP, interferindo, assim, no sinal que promove a aglutinação plaquetária. Como
essas substâncias têm diferentes mecanismos de acção, efeitos sinérgicos ou aditivos podem ser
obtidos quando fármacos de classes diferentes são associados. Esses fármacos são benéficos na
prevenção e no tratamento de doenças cardiovasculares oclusivas, na manutenção de transplantes
vasculares e na potência arterial e como auxiliares dos inibidores da trombina ou tratamento
trombolítico no IAM.
Ácido acetilsalicílico
1. Mecanismo de acção: A estimulação das plaquetas por trombina, colágeno e ADP resulta na
ativação das fosfolipases de membrana das plaquetas que liberam ácido araquidônico dos
fosfolipídeos da membrana. O ácido araquidônico é convertido inicialmente em prostaglandina
H2 pela COX-1. A prostaglandina H2 é metabolizada a tromboxano A2, que é liberado no plasma.
O tromboxano A2 promove o processo de aglutinação, que é essencial para a rápida formação do
tampão hemostático. O ácido acetilsalicílico (AAS) inibe a síntese do tromboxano A2 por
acetilação do resíduo serina no centro ativo da COX-1, inactivando irreversivelmente a enzima.
2. Usos terapêuticos: O AAS é usado no tratamento profilático da isquemia cerebral transitória,
para reduzir a incidência de IAM recorrente e para diminuir a mortalidade nas situações de
prevenção do IAM primário e secundário. Ocorre inactivação completa das plaquetas com 75 mg
diários de AAS. A dose de AAS recomendada vai de 50 a 325 mg/dia.
3. Farmacocinética: Por via oral, o AAS é absorvido por difusão passiva e rapidamente hidrolisado
a ácido salicílico no fígado. O ácido salicílico é biotransformado no fígado, e parte é excretada
inalterada com a urina. A meia-vida do AAS varia de 15 a 20 minutos, e a do ácido salicílico é de 3
a 12 horas.
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4. Efeitos adversos: Dosagens mais altas de AAS aumentam sua toxicidade, bem como a
probabilidade de inibir também a produção de prostaciclina. O tempo de sangramento é
alongado com o tratamento com AAS, causando complicações que incluem aumento da
incidência de acidente cerebral hemorrágico e sangramento gastrintestinal (GI), especialmente
com dosagens mais elevadas. Anti-inflamatórios não esteróides, como o ibuprofeno, inibem a
COX-1 por competição transitória no centro catalítico. O ibuprofeno, se tomado dentro de 2
horas antes do AAS.
ANTICOAGULANTES
Os anticoagulantes inibem a acção dos factores de coagulação (p. ex., heparina) ou interferem com
a síntese dos factores de coagulação (p. ex., antagonistas da vitamina K, como a varfarina).
Heparina e heparinas de baixo peso molecular: A heparina é um anticoagulante injectável de
acção rápida, usado com frequência para interferir agudamente na formação de trombos. A
heparina normalmente ocorre como uma macromolécula complexada com histamina nos
mastócitos, onde sua função fisiológica é desconhecida. Para uso comercial, a heparina é extraída
da mucosa intestinal suína. A heparina não fracionada é uma mistura de glicosaminoglicanos
aniônicos de cadeias retas, com uma ampla faixa de massas moleculares. Ela é muito ácida devido
à presença de sulfato e grupos de ácido carboxílico. A constatação de que formas de heparina de
baixo peso molecular (HBPM) também podem actuar como anticoagulantes levou ao isolamento
de enoxaparina, produzida por despolimerização enzimática da heparina não fracionada. Outras
HBPMs incluem dalteparina e tinzaparina. As HBPMs são compostos heterogêneos com cerca de
um terço do tamanho da heparina não fracionada.
1. Mecanismo de acção: A heparina atua em inúmeros alvos moleculares, mas seu efeito
anticoagulante é consequência da ligação à antitrombina III, com a rápida inactivação
subsequente dos fatores de coagulação.
2. . Usos terapêuticos: A heparina e as HBPMs limitam a expansão dos trombos, prevenindo a
formação de fibrina. Esses fármacos são usados no tratamento do tromboembolismo venoso
agudo (DVT ou PE). A heparina e as HBPMs são usadas também na profilaxia da trombose
venosa pós-cirúrgica em pacientes que serão operados (p. ex., substituição de bacia) e naqueles
com IAM. A heparina e as HBPMs são os anticoagulantes de escolha para o tratamento da
gestante, pois não atravessam a placenta, devido ao grande tamanho e à carga negativa. As
HBPMs não exigem a mesma monitoração intensa que a heparina, poupando custos laboratoriais
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e tempo de enfermagem. Essas vantagens tornam as HBPMs úteis para pacientes hospitalizados
e ambulatoriais.
3. Farmacocinética: A heparina precisa ser administrada por via subcutânea (SC) ou IV, pois não
atravessa membranas com facilidade. As HBPMs são administradas por via SC. A heparina com
frequência é administrada por via IV em bólus para obter anticoagulação imediata. Isso é seguido
de doses menores ou infusão contínua de heparina, titulando a dose de forma que o tempo de
tromboplastina parcial ativado (TTPa) seja 1,5-2,5 vezes o do controle normal. (Nota: o TTPa é o
teste padrão usado para monitorar a extensão da anticoagulação com heparina.) Ao passo que o
efeito anticoagulante com heparina ocorre minutos após a administração IV (ou em 1-2 horas
após injeção SC), a atividade antifator Xa máxima das HBPMs ocorre cerca de 4 horas após a
injeção SC. Normalmente, não é preciso monitorar os valores de coagulação com as HBPMs, pois
os níveis plasmáticos e sua farmacocinética são previsíveis. Contudo, é recomendado monitorar
os nível do fator Xa em pacientes obesos, gestantes ou com insuficiência renal tratados com
HBPM. No sangue, a heparina se fixa em várias proteínas que neutralizam sua atividade,
causando farmacocinética imprevisível. A ligação da heparina às proteínas plasmáticas é variável
em pacientes com doença tromboembólica. Embora geralmente restrita à circulação, a heparina
é captada pelo sistema monócitos/macrófagos e sofre despolimerização e dessulfatação a
produtos inativos. Os metabólitos inativos, bem como alguma heparina original e HBPMs, são
excretados na urina. A insuficiência renal prolonga a meia-vida da HBPMs. Por isso, a dose de
HBPMs deve ser reduzida em pacientes com insuficiência renal. A meia-vida da heparina é de
cerca de 1,5 hora, ao passo que das HBPMs é duas a quatro vezes mais longa, variando de 3 a 12
horas.
4. Efeitos adversos: A principal complicação da heparina e das HBPMs é o sangramento. É
necessária uma monitoração cuidadosa do paciente e das variáveis laboratoriais para minimizar
sangramentos. O sangramento excessivo pode ser controlado interrompendo o uso da heparina
ou administrando sulfato de protamina. Infundido lentamente, este último se combina
ionicamente com a heparina para formar um complexo 1:1 estável e inactivo. É muito importante
que a dosagem de sulfato de protamina seja titulada cuidadosamente (1 mg para cada 100
unidades de heparina administrada), pois o sulfato de heparina é um anticoagulante fraco, e seu
excesso pode iniciar sangramento ou piorar a hemorragia. As preparações de heparina são
obtidas de suínos e, assim, podem ser antigênicas. Possíveis reações adversas incluem calafrios,
febre, urticária e choque anafilático. A trombocitopenia induzida por heparina (TIH) é uma
condição grave na qual o sangue circulante tem uma quantidade anormalmente baixa de
plaquetas. Essa reação é imunomediada e traz risco de embolismo venoso e arterial. O
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tratamento com heparina deve ser interrompido em pacientes que apresentam trombocitopenia
acentuada. No caso de TIH, a heparina pode ser substituída por outro anticoagulante, como a
argatrobana. (Nota: as HBPMs podem ter sensibilidade cruzada e não são recomentadas na TIH.)
Além disso, foi observada osteoporose em pacientes sob tratamento prolongado com heparina. A
heparina e as HBPMs são contraindicadas em pacientes que têm hipersensibilidade à heparina,
distúrbios de coagulação, alcoolismo ou que foram recentemente operados no cérebro, nos olhos
ou na medula espinal.
ANTI-HEMORRÁGICOS
Os problemas de sangramentos podem ter sua origem em condições patológicas de ocorrência
natural, como a hemofilia, ou resultar de estados fibrinolíticos que aparecem depois de cirurgia GI
ou prostatectomia. O uso de anticoagulantes também pode originar hemorragias. Certas proteínas
naturais e a vitamina K, bem como antagonistas sintéticos, são eficazes no controle de
sangramentos (Fig. 22.23). Preparações concentradas desses fatores estão disponíveis a partir de
doadores humanos. Contudo, essas preparações têm o risco de transferir infecções virais. A
transfusão de sangue também é uma opção para o tratamento das hemorragias graves.
1 - Ácido aminocaproico e ácido tranexâmico
Os estados fibrinolíticos podem ser controlados pela administração de ácido aminocaproico ou
ácido tranexâmico. Ambos são fármacos sintéticos, ativos por via oral, excretados na urina, e que
inibem a ativação do plasminogênio. O ácido tranexâmico é dez vezes mais potente do que o ácido
aminocaproico. O efeito adverso potencial é trombose intravascular.
2 - Vitamina K
A administração de vitamina K1 (fitonadiona) pode interromper o sangramento devido a
varfarina, aumentando a oferta de vitamina K1 activa e inibindo, assim, o efeito da varfarina. A
vitamina K1 pode ser administrada por via oral, SC ou IV. (Nota: por via IV, a vitamina K deve ser
administrada lentamente, por infusão, para minimizar o risco de reacções de hipersensibilidade
ou anafilactoides. Para o tratamento de sangramentos, a vitamina K por via SC não é tão eficaz
quanto pelas vias oral ou IV. A resposta à vitamina K é lenta, requerendo cerca de 24 horas para
reduzir a INR (tempo para sintetizar novos factores de coagulação). Assim, se for necessária
hemostasia imediata, deve ser transfundido plasma congelado fresco.
Não é fácil estudar e guardar o que aprendeu. Mas é muito satisfatório perceber que você
conseguiu.
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TEMA: - 8 - ANTI-HIPERTENSIVOS
SUMÁRIO: Conceito, classificação, etiologia da hipertensão, mecanismos
de controle da pressão arterial prevenção primária e fármacos usados
no tratamento da hipertensão
INTRODUÇÃO
Hipertensão arterial sistémica é factor de risco maior para doenças decorrentes de aterosclerose
e trombose, as quais se exteriorizam, predominantemente, por acometimento isquêmico cardíaco,
cerebral, vascular periférico e renal. É também a causa da cardiopatia hipertensiva. Por
decorrência do comprometimento cardíaco, hipertensão também se associa a insuficiência
cardíaca. É factor de risco para deficits de memória, como Alzheimer e demência senil.
A hipertensão é definida como uma pressão arterial sistólica contínua maior do que 140 mmHg
e/ou uma pressão sanguínea diastólica contínua maior do que 90 mmHg. A hipertensão resulta do
aumento do tônus do músculo liso arteriolar vascular periférico, que leva ao aumento da
resistência arteriolar e à redução da capacitância do sistema venoso.
CLASSE SISTÓLICO DIASTÓLICA
MMHG MMHG
Normal <120 <80
Pré-hipertensão 120-139 80-89
Estágio I 140-159 90-99
Estágio II ≥160 ≥100
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO
O objectivo do tratamento anti-hipertensivo é reduzir a morbidade cardiovascular e renal e a
mortalidade. A relação entre a pressão arterial e o risco de eventos cardiovasculares é contínua;
assim, mesmo reduzindo a pressão arterial moderadamente elevada, reduz-se a doença
cardiovascular significativamente.
A classificação de “pré-hipertensão” reconhece essa relação e enfatiza a necessidade de diminuir
a pressão arterial na população geral com medidas educativas e adoção de condutas redutoras da
pressão. Para a maioria dos pacientes, o objectivo do tratamento da hipertensão é uma pressão
arterial sistólica menor que 140 mmHg e uma pressão diastólica menor que 90 mmHg. A
hipertensão moderada pode ser controlada algumas vezes com monoterapia, mas a maioria
dos pacientes requer mais de um fármaco para obter o controle.
As recomendações atuais são de iniciar o tratamento com diurético tiazídico, IECA, bloqueador do
receptor de angiotensina (BRA) ou bloqueador dos canais de cálcio (BCC). Se a pressão arterial
não é controlada adequadamente, deve ser acrescentado o segundo fármaco, selecionado com
base na minimização dos efeitos adversos.
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ETIOLOGIA DA HIPERTENSÃO
Embora a hipertensão possa ocorrer secundariamente a outras doenças, mais de 90% dos
pacientes têm hipertensão essencial (sem causa identificável). A existência de hipertensão na
família aumenta a probabilidade de um indivíduo desenvolver hipertensão. A prevalência de
hipertensão aumenta com a idade, mas diminui com a educação e o nível econômico. Pessoas com
diabetes, obesidade ou estado de deficiência são mais propensas a ter hipertensão do que as
demais. Além disso, factores ambientais, como estilo de vida estressante, ingestão elevada de
sódio na dieta e fumo, podem adicionalmente predispor à hipertensão.
MECANISMOS DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL
A pressão arterial é regulada dentro de uma faixa estreita para prover perfusão adequada aos
tecidos. Ela é directamente proporcional ao débito cardíaco e à resistência vascular periférica. O
débito cardíaco e a resistência periférica são controlados principalmente por dois mecanismos
sobrepostos de controle: os barorreflexos e o sistema renina- -angiotensina-aldosterona. A
maioria dos anti-hipertensivos diminui a pressão arterial, reduzindo o débito cardíaco e/ou
diminuindo a resistência periférica.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA
A prevenção primária de hipertensão arterial sistémica pode ser feita mediante o controle de seus
factores de risco. História familiar de hipertensão, aumento de peso, em particular do perímetro
da cintura,6 sobrecarga de cloreto de sódio,7 abuso de álcool8 e ingestão insuficiente de potássio
são os principais factores de risco identificados. Duas estratégias de prevenção têm sido
propostas, a populacional e a dirigida a grupos de risco. A primeira advoga redução da exposição
populacional a factores de risco, principalmente a cloreto de sódio. Restrição à adição de sal na
preparação de alimentos, identificação da quantidade de cloreto de sódio presente nos alimentos
industrializados e estratégias educacionais, entre outros, seriam veículos dessa abordagem.
Cuidados individualizados
A hipertensão pode coexistir com outras doenças que podem ser agravadas por alguns anti-
hipertensivos ou que podem se beneficiar com eles, independentemente do controle da pressão
arterial. Nesses casos, é importante encontrar o melhor fármaco anti-hipertensivo para cada
paciente em particular.
Adesão do paciente ao tratamento anti-hipertensivo
A falta de adesão do paciente é a causa mais comum para a falha do tratamento anti-hipertensivo.
O paciente hipertenso normalmente é assintomático e é diagnosticado por triagem de rotina,
antes da ocorrência de lesão óbvia sobre um órgão-alvo. A associação de duas classes de fármacos
em um comprimido único, em dose-fixa, mostrou melhorar a adesão ao tratamento e aumentou o
número de pacientes que alcançaram a pressão arterial desejada.
OS FÁRMACOS USADOS NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO SÃO:
1. BLOQUEADORES DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA II: Alisartana medoxomil
Candesartana Eprosartana Irbesartana Losartana Olmesartana Telmisartana Valsartana-
2. INIBIDORES DA RENINA: Alisquireno.
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3. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (IECAs): Benazepril
Captopril Enalapril Fosinopril Lisinopril Moexipril Perindopril Quinapril Ramipril
Trandolapril.
4. DIURÉTICOS: Ácido etacrínico Amilorida Bumetanida Clortalidona Eplerenona
Espironolactona Furosemida Hidroclorotiazida Indapamida Metolazona Torsemida
Triantereno.
5. BLOQUEADORES: Acebutolol Atenolol Betaxolol Bisoprolol Carvedilol Esmolol Labetalol
Metoprolol Nadolol Nebivolol Penbutolol Pindolol Propranolol Timolol.
6. BLOQUEADORES DO CANAIS DE CÁLCIO: Anlodipino Clevedipino Diltiazem Felodipino
Isradipino Nicardipino Nifedipino Nisoldipino Verapamil.
7. α-BLOQUEADORES: Doxazosina Prazosina Terazosina
8. OUTROS: Clonidina Fenoldopam Hidralazina Metildopa Minoxidil Nitroprussiato
DIURÉTICOS
Diuréticos tiazídicos podem ser usados como tratamento farmacológico inicial contra a
hipertensão, a menos que alguma razão obrigue a escolha de outro fármaco. Independentemente
da classe, o mecanismo de acção inicial dos diuréticos é baseado na redução do volume, o que leva
à diminuição da pressão arterial. O tratamento com doses baixas de diuréticos é seguro, barato e
eficaz na prevenção de derrame, enfarto do miocárdio e insuficiência cardíaca.
Diuréticos tiazídicos: Os diuréticos tiazídicos, como a hidroclorotiazida e a clortalidona,
diminuem a pressão arterial inicialmente por aumentar a excreção de sódio e água. Isso causa
uma redução do volume extracelular, resultando em diminuição do débito cardíaco e do fluxo
sanguíneo renal.
Diuréticos de alça: Os diuréticos de alça (furosemida, torsemida, bumetanida e ácido etacrínico)
atuam rapidamente, bloqueando a reabsorção de sódio e cloreto nos rins, mesmo em pacientes
com má função renal ou naqueles que não responderam ao diurético tiazídico. Os diuréticos de
alça causam diminuição da resistência vascular renal e aumento do fluxo sanguíneo renal. Como
os tiazídicos, eles podem causar hipopotassemia. Contudo, diferentemente dos tiazídicos, os
diuréticos de alça aumentam o conteúdo de Ca2+ na urina, ao passo que os tiazídicos diminuem.
Os diuréticos e alça raramente são usados isoladamente para tratar a hipertensão, mas são
comumente usados para tratar sintomas de insuficiência cardíaca e edema.
Diuréticos poupadores de potássio: Amilorida e triantereno (inibidores do transporte de sódio
epitelial nos ductos distais e coletores), bem como espironolactona e eplerenona (antagonistas de
receptor da aldosterona), reduzem a perda de potássio na urina. A aldosterona tem a vantagem
adicional de diminuir a remodelação cardíaca que ocorre na insuficiência cardíaca. Os diuréticos
poupadores de potássio são usados algumas vezes associados aos diuréticos de alça e aos
tiazídicos para reduzir a espoliação do potássio causada por esses diuréticos.
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Estudar é um privilégio que repercute não só na vida daquele que aprende.
TEMA: FÁRMACOS QUE AFETAM O SISTEMA NERVOSO CENTRA
SUMARIO 8: – ANESTÉSICOS LOCAIS
Quando a propagação dos potenciais de acção é bloqueada, a sensação não pode ser transmitida
desde a fonte do estímulo até o cérebro. As técnicas de administração incluem via tópica,
infiltração, bloqueio de nervo periférico e bloqueio neuraxial (espinal, epidural ou caudal). As
fibras não mielinizadas, pequenas, para dor, temperatura e atividade autônoma são mais
sensíveis. Estruturalmente, todos os anestésicos locais incluem um grupo lipofílico unido por uma
ligação amida ou éster a uma cadeia de carbono que, por sua vez, se une a um grupo hidrofílico. Os
anestésicos locais mais usados são bupivacaína, lidocaína, mepivacaína, procaína, ropivacaína e
tetracaína. A bupivacaína é conhecida pela cardiotoxicidade se for injetada IV inadvertidamente.
Uma suspensão injetável de bupivacaína lipossoma pode conferir analgesia pós-cirúrgica por 24
horas ou mais, por injeção no local cirúrgico. (Nota: anestésicos locais não bupivacaína podem
causar liberação imediata da bupivacaína da suspensão lipossomal se forem administrados juntos
no local.) A mepivacaína não deve ser usada na anestesia obstétrica devido à sua toxicidade ao
recém-nascido.
Biotransformação
A biotransformação das amidas ocorre primariamente no fígado. A prilocaína, um anestésico
dentário, também é biotransformada no plasma e nos rins, e um dos seus metabólitos pode causar
metemoglobinemia. Os ésteres são biotransformados pela colinesterase do plasma
(pseudocolinesterase). Pacientes com deficiência de pseudocolinesterase podem biotransformar
os anestésicos locais do tipo éster mais lentamente. Em dosagens normais, isso tem pouco
significado clínico. A redução da função hepática predispõe o paciente aos efeitos tóxicos, mas não
aumenta significativamente a duração de acção do anestésico local.
Início e duração de acção
O início e a duração de acção dos anestésicos locais são influenciados por vários factores,
incluindo pH do tecido, morfologia dos nervos, concentração, pKa e lipossolubilidade do fármaco.
Destes, o pH dos tecidos e o pKa são os mais importantes. No pH fisiológico, esses compostos são
ionizados. A forma ionizada interage com o receptor proteico do canal de Na+, inibindo sua função
e produzindo anestesia local. O pH pode cair em locais infectados, retardando o início da acção ou
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mesmo impedindo-o. Dentro de limites, maiores concentrações ou lipossolubilidade melhoram
um pouco o efeito. A duração da acção depende do tempo que o anestésico permanece próximo do
nervo bloqueando os canais de Na+.
Acções
Os anestésicos locais causam vasodilatação, levando à rápida difusão para fora do local de acção e
diminuindo a duração quando esses fármacos são administrados sozinhos. Acrescentando o
vasoconstritor epinefrina, a velocidade de absorção e de difusão do anestésico local diminui. Isso
minimiza a toxicidade sistêmica e aumenta a duração de acção. A função hepática não afecta a
duração de ação da anestesia local, que é determinada pela redistribuição, e não por
biotransformação. Alguns anestésicos locais têm outros usos terapêuticos (p. ex., a lidocaína é um
antiarrítmico IV).
Reacções alérgicas
Registos de reacções alérgicas aos anestésicos locais são bastante comuns, mas com frequência os
registos de “alergias” são de fato efeitos colaterais da epinefrina acrescentada ao anestésico local.
Reacções psicogênicas às injecções podem ser mal diagnosticadas como reacções alérgicas e
também podem mimetizá-las, com sinais como urticária, edema e broncoespasmo. Alergias
verdadeiras a um anestésico local amida são extremamente raras, embora o éster procaína seja
um pouco mais alergênico. A alergia a um éster exclui o uso de outro éster, porque o componente
alergênico é o metabólito ácido paraminobenzoico produzido por todos os ésteres. Em contraste,
alergia a uma amida não exclui o uso de outra. O paciente pode ser alérgico a outros compostos do
anestésico local, como os conservantes nos frascos de doses múltiplas.
Administração a crianças e idosos
Antes de administrar um anestésico local a uma criança, deve ser calculada a dose máxima com
base na sua massa corporal para prevenir dosagem excessiva acidental. Não há diferença
significativa entre adultos jovens e maduros na resposta aos anestésicos locais. É prudente ficar
bem abaixo da dosagem máxima recomendada em pacientes idosos, que, com frequência, têm
comprometimento da função hepática. Como pode haver certo grau de comprometimento
cardiovascular em pacientes idosos, pode ser prudente reduzir a dose de epinefrina. Os
anestésicos locais são seguros para pacientes susceptíveis à hipertermia maligna.
Toxicidade sistémica dos anestésicos locais
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As concentrações tóxicas do fármaco no sangue podem ser devidas a injecções repetidas ou ser
resultado de uma injecção IV única e inadvertida. A aspiração antes de cada injecção é
fundamental. Os sinais, os sintomas e o tempo da toxicidade sistêmica dos anestésicos locais são
imprevisíveis. Deve-se considerar o diagnóstico em qualquer paciente com alteração do estado
mental ou instabilidade cardíaca após a injecção do anestésico local. Os sintomas do SNC (seja
excitação ou depressão) podem ser aparentes, mas também podem ser sutis, não específicos ou
ausentes. O tratamento da toxicidade sistêmica dos anestésicos locais inclui a manutenção da via
aérea, o apoio à respiração e à circulação, o controle de convulsões e, se necessário, a
ressuscitação cardiopulmonar. A infusão de emulsão lipídica a 20% (tratamento de resgate
lipídico) é um recurso valioso.
Você é capaz de aprender qualquer coisa se decidir que é isso que deseja.
TEMA: Transtornos de ansiedade
SUMARIO 8:
1 - Bases biológicas dos transtornos de ansiedade, 2 - Fármacos ansiolíticos, 3 -
Tratamento dos transtornos de ansiedade
Introdução
Fármacos ansiolíticos (que produzem alívio da ansiedade), sedativos (calmantes) e hipnóticos
(indutores do sono) possuem considerável similaridade farmacológica. Algumas substâncias,
quando administradas em baixas doses, apresentam propriedades sedativas, mas, quando
administradas em doses maiores, frequentemente provocam efeitos hipnóticos. Também, alguns
fármacos sedativos podem apresentar propriedades ansiolíticas, quando utilizados em doses
inferiores às que produzem sedação.
1 - Bases biológicas dos transtornos de ansiedade
Transtornos de ansiedade estão entre as condições psiquiátricas mais comuns, afetando 15% da
população em geral em algum momento de sua vida. As manifestações clínicas da ansiedade são
físicas e psicológicas.
Os transtornos de ansiedade podem ser classificados em vários tipos, sendo os mais comuns a
ansiedade generalizada, a síndrome do pânico e as fobias. A ansiedade generalizada é, muitas
vezes, diagnosticada inadequadamente como depressão, mas o fato é que as duas podem coexistir
em quadros mistos.
Os sintomas variam entre os diferentes subtipos de transtornos de ansiedade, mas usualmente
incluem apreensão, preocupação e medo. Em geral, um aumento da actividade do sistema nervoso
simpático acompanha esses sentimentos causando tremores, sudorese, palpitação, tontura e
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desconforto epigástrico. O sono é quase sempre perturbado, sendo a dificuldade de iniciar o sono
uma queixa comum. Os sintomas físicos podem ser proeminentes (somatização), incapacitantes e,
algumas vezes, difíceis de interpretar, pois a ansiedade pode coexistir com ou decorrer de doenças
crônicas subjacentes.
Actualmente, é aceito que ansiedade generalizada e depressão compartilham bases genéticas e
que a expressão da ansiedade como característica predominante é determinada por factores
ambientais, como condições socioeconômicas desfavoráveis, maus-tratos na infância e problemas
de internalização.
2 - Fármacos ansiolíticos
Fármacos originalmente desenvolvidos para tratar a ansiedade (ansiolíticos), embora o
tratamento dos transtornos da ansiedade envolva também a utilização de muitos outros fármacos,
como antidepressivos.
2.1 – Benzodiazepínicos: clordiazepóxido, diazepam, lorazepam, midazolam, temazepam.
Mecanismo de acção
Os benzodiazepínicos agem potencializando as acções do GABA, que é o principal
neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central (SNC). Esses fármacos agem como
moduladores alostéricos do receptor GABAA, o qual medeia sinapses inibitórias rápidas.
A potenciação da neurotransmissão inibitória produzida pelos benzodiazepínicos produz os
seguintes efeitos terapeuticamente úteis na clínica: ■ Sedação devido à reduzida entrada
sensorial no sistema de activação reticular. ■ Indução de sono, em altas doses. ■ Amnésia
anterógrada. ■ Ansiólise devido às acções nos sistemas límbico e hipototalâmica. ■ Actividade
anticonvulsivante. ■ Redução do tónus dos músculos esqueléticos.
Farmacocinética
A farmacocinética dos benzodiazepínicos é bastante variável e determinante para a definição do
uso clínico principal de cada benzodiazepínico em particular.
Diazepam, lorazepam e midazolam podem ser administrados pela via intravenosa. Esses fármacos
são usados para fornecer rápida sedação consciente pré-operatória e em procedimentos
endoscópicos e, também, no tratamento emergencial de convulsões epiléticas.
Diazepam e outros fármacos de longa duração de acção são metabolizados no fígado, com a
formação de metabólitos ativos, com taxa de eliminação relativamente lenta.
Efeitos adversos
■ Sonolência, limitando as habilidades para conduzir veículos e operar máquinas. ■ Vertigem. ■
Confusão, especialmente em idosos. ■ Aumento paradoxal da agressividade. ■ Amnésia. ■ Ataxia.
■ Fraqueza muscular. ■ Potenciação dos efeitos sedativos do álcool e outras drogas/fármacos
depressores do SNC. Quando há superdosagem, tais combinações podem produzir depressão
respiratória grave. ■ Desenvolvimento de tolerância aos efeitos terapêuticos dos
benzodiazepínicos é frequente. A insónia rebote, que acompanha a retirada abrupta dos
benzodiazepínicos, pode perpetuar o uso desses fármacos. ■ Dependência, com sintomas físicos e
psicológicos durante a retirada dos fármacos benzodiazepínicos, pode ocorrer após tratamentos
de longa duração.
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3 - Tratamento dos transtornos de ansiedade
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como a sertralina, são o tratamento de
escolha. Alternativamente, em caso de ineficácia dos ISRS, são utilizados inibidores da recaptação
de serotonina e noradrenalina, como a venlafaxina.
Os antidepressivos podem exacerbar os sintomas de ansiedade no início do tratamento e o uso
concomitante de benzodiazepínicos por 2 ou 3 semanas deve ser considerado. A duração ótima do
tratamento da ansiedade generalizada com antidepressivos ISRS é usualmente de um ano.
Pregabalina, um análogo do GABA que estimula a neurotransmissão inibitória, é uma alternativa
eficaz aos antidepressivos e apresenta rápido início de acção.
A buspirona pode ser tão efectiva quanto os antidepressivos, porém cerca de 2 a 4 semanas de
tratamento podem ser necessárias para obtenção do efeito ansiolítico.
Benzodiazepínicos podem ser considerados uma medida de curto prazo para tratar crises de
ansiedade, visto que eles possuem rápido início de acção (cerca de 15-60 minutos). Contudo, o
potencial para dependência limita seu uso a, no máximo, 4 semanas e a dose deve ser reduzida
gradualmente após as duas primeiras semanas de tratamento.
Buspirona tem eficácia similar aos antidepressivos, mas o início lento da acção a torna menos
versátil para o controle da ansiedade a curto prazo. Além disso, a ansiedade que responde bem
aos benzodiazepínicos frequentemente não responde bem à buspirona, possivelmente devido à
relativa ineficácia da buspirona no tratamento dos sintomas autonômicos (p. ex., tremor,
palpitações).
Ansiedade social responde também aos inibidores de monoaminoxidase (IMAOs), moclobemida e
fenelzina. Transtornos fóbicos necessitam de diferentes abordagens, e a terapia cognitivo-
comportamental frequentemente apresenta resultados mais satisfatórios do que a farmacoterapia.
O transtorno de pânico costuma ser tratado com antidepressivos tricíclicos e ISRSs, sendo os
IMAOs reservados apenas para pacientes não responsivos aos antidepressivos.
O conhecimento não te ajuda só a passar de ano, mas a vencer todos os desafios da vida.
TEMAS PARA A 2ª PROVA DO 1º SEMESTRE
1. Antifúngicos
2. Anti-helmínticos
3. Anti-hiperlipêmicos
4. Antiprotozoários
5. Anti-sépticos do trato urinário
6. Antiviróticos
7. Imunossupressores
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