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Cidades Inteligentes

O documento analisa a relação entre cidades inteligentes e mobilidade urbana sustentável, destacando a importância da tecnologia na coleta de dados para a formulação de políticas públicas. Embora a tecnologia seja reconhecida como um fator crucial, a pesquisa revela que a participação social nas decisões sobre mobilidade urbana é limitada. O estudo conclui que a eficácia das soluções tecnológicas depende da inclusão social e da consideração das necessidades dos cidadãos.

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O documento analisa a relação entre cidades inteligentes e mobilidade urbana sustentável, destacando a importância da tecnologia na coleta de dados para a formulação de políticas públicas. Embora a tecnologia seja reconhecida como um fator crucial, a pesquisa revela que a participação social nas decisões sobre mobilidade urbana é limitada. O estudo conclui que a eficácia das soluções tecnológicas depende da inclusão social e da consideração das necessidades dos cidadãos.

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Cidades inteligentes: uma revisão da relação entre a tecnologia e a mobilidade urbana sustentável

CAPÍTULO 10

CIDADES INTELIGENTES: UMA REVISÃO DA RELAÇÃO ENTRE A


TECNOLOGIA E A MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL

Erika Monteiro Tavares


Leonardo de Oliveira Luna
Bruno Santos Cezário
André Luis Azevedo Guedes
Arthur de Sá Ferreira

Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM);


Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Local (PPGDL)

RESUMO

O conceito de cidades inteligentes vem se difundindo e ganhando


notoriedade no campo da sustentabilidade. A tecnologia costuma ser utilizada
para estabelecer dados, informações e coletar imagens que são aplicadas no
processo de tomada de decisão de políticas públicas que buscam um
desenvolvimento urbano mais sustentável. Neste sentido, há diversos
trabalhos que evidenciam a importância de meios de transporte mais
sustentáveis, da adoção de transporte elétrico ou até mesmo o deslocamento
ativo, a fim de atender os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),
propostos pela Organizações das Nações Unidas na Agenda 2030. O ODS
11 trata do desenvolvimento de cidades e comunidades sustentáveis.
Partindo desse ponto, o presente trabalho teve como objetivo identificar a
influência da tecnologia presente nas cidades inteligentes relacionadas à
mobilidade urbana. A partir disso, foi observado se havia intencionalidade na
promoção da mobilidade urbana sustentável. Constatou-se que é dada
grande importância aos dados resultantes de equipamentos tecnológicos,
porém, há pouca participação social nas definições das políticas públicas e
ações de empresas privadas que envolvem mobilidade urbana sustentável.

Palavras-chave: transporte sustentável, transporte ativo, desenvolvimento


sustentável, objetivos de desenvolvimento sustentável, políticas públicas.

1. INTRODUÇÃO

O termo “cidades inteligentes” (smart cities) caracteriza uma cidade


ambientalmente habitável, incluindo conceitos de sustentabilidade, qualidade

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sob o prisma da Agenda 2030

de vida, de suma importância na orientação de metas e tomada de decisões


que definem políticas públicas (LOFHAGEN; DE LIRA, 2022). Considerando
que os sistemas de tecnologias da informação e comunicação (TIC) são de
suma importância no planejamento e desenvolvimento urbano das cidades,
entende-se que as cidades inteligentes têm um viés sustentável, pois prezam
pela qualidade de vida, infraestrutura, pessoas, sistemas de informação,
governança e meio ambiente (FERREIRA, 2021).
No que se refere à mobilidade urbana, há uma crescente
preocupação do seu impacto tanto no meio ambiente quanto na vida das
pessoas. Ela está diretamente relacionada à redução de áreas verdes
decorrente do aumento de vias asfaltadas e a emissão de gás carbônico
produzido pelos veículos. Também influencia a qualidade de vida do cidadão,
pois a falta de planejamento se reflete em intermináveis engarrafamentos,
ônibus lotado e falta de segurança. Diante disso, a proposta da Organização
das Nações Unidas (ONU), é que até o ano de 2030, seja priorizado o uso de
transportes públicos de massa e ativos, como uso de bicicletas, patinetes e
caminhada, ao invés de veículos particulares, vislumbrando um ambiente
urbano mais inclusivo e sustentável (ONU, 2015).
Esse estudo teve como objetivo compreender o uso da tecnologia
proposta na implementação de cidades inteligentes e sua influência na
melhoria da sustentabilidade da mobilidade urbana. Adotou como
procedimento metodológico a revisão da literatura onde foram analisados 6
artigos científicos, tendo como base as recomendações da Agenda 2030 da
ONU, especificamente o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 (ODS
11). Em seguida, as informações foram tabuladas, extraindo os dados mais
relevantes à mobilidade urbana sustentável contidas nos artigos revisados.
Acredita-se que ocorra grande discrepância na adoção de meios de
transporte mais sustentáveis atrelados ao poder econômico. Em países
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, onde nem sempre há acesso às
tecnologias disponíveis, tais alternativas podem acabar sendo subutilizadas.
Outro fato a ser observado é o comprometimento das iniciativas públicas e
privadas em assumir uma postura de desenvolvimento sustentável. Portanto,
as soluções tecnológicas conseguem estar atreladas a um desenvolvimento
sustentável? Há real interesse nas formulações de políticas públicas de
mobilidade para priorizar o acesso à cidade e defesa do meio ambiente?
O direito à cidade está intimamente relacionado ao combate à
injustiça social, à segregação espacial, a todas as formas de discriminação,
destruição e privatização de bens comuns e degradação ambiental
(PLATAFORMA GLOBAL POR EL DERECHO A LA CIUDAD, 2015).
Portanto, é pertinente a preocupação em promover políticas públicas que
priorizem a redução da desigualdade, podendo esta ser iniciada pelo acesso
à cidade e aos seus benefícios, sem grandes percalços e restrições, a todos
os cidadãos sem restrição, e assim, de acordo com a Agenda 2030, “não
deixar ninguém para trás” (ONU, 2015).

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Cidades inteligentes: uma revisão da relação entre a tecnologia e a mobilidade urbana sustentável

2. METODOLOGIA

A presente pesquisa pretende mostrar a relevância das cidades


inteligentes na melhora da mobilidade urbana sustentável, que, segundo o
Ministério da Cidades, é um conceito amplo, que inclui tanto políticas de
transporte quanto, acessibilidade e sustentabilidade, com foco nas
necessidades do cidadão:

“A mobilidade urbana sustentável pode ser definida como


o resultado de um conjunto de políticas de transporte e
circulação que visa proporcionar o acesso amplo e
democrático ao espaço urbano, através da priorização
dos modos não-motorizados e coletivos de transporte, de
forma efetiva, que não gere segregações espaciais,
socialmente inclusiva e ecologicamente sustentável. Ou
seja: baseado nas pessoas e não nos veículos.”
(BRASIL, 2004, p. 13)

As cidades inteligentes podem ser compreendidas como um “modelo


de urbanismo pautado na revolução digital e na participação acentuada e
progressiva dos cidadãos em temáticas de ordem pública” (MEDEIROS e
GERMANO, 2021, p.1963). Portanto, não se limita ao uso da tecnologia, mas
envolve também a sua aplicação visando uma maior inclusão social na
tomada de decisões anteriormente restritas à iniciativa privada e ao Governo.
Desta forma, uma cidade que apresente esta proposta, deve ter como
objetivo a promoção de desenvolvimento econômico ambientalmente
sustentável e socialmente respeitoso. Contudo, conforme Medeiros e
Germano (2021), a implantação de cidades inteligentes em países em
desenvolvimento como o Brasil, podem gerar maiores distorções devido à
desigualdade social existente, cujo acesso às tecnologias é drasticamente
prejudicado pela exclusão digital.
Norteado por esta premissa, o ODS 11 aborda a promoção e
desenvolvimento às cidades e comunidades de forma sustentável,
promovendo o acesso à cidade através de medidas que visem o coletivo, sem
deixar de priorizar a sustentabilidade e utilizando a TIC a fim de mitigar as
problemáticas resultantes de um crescimento urbano desordenado. Neste
cenário de promoção ao desenvolvimento atrelado à sustentabilidade, vem
se desenvolvendo pesquisas em torno das cidades inteligentes.
A metodologia do presente trabalho foi desenvolvida a partir de uma
revisão teórica, em uma abordagem qualitativa, através da consulta a artigos
científicos originais. A análise foi realizada através das seguintes plataformas
Science Direct (https://www.sciencedirect.com) e no Google Acadêmico
(https://scholar.google.com.br), utilizando os seguintes termos
"sustainability", "SDG”, "sustainable urban mobility", "smart cities",
“sustainable development” e "public policy" entre os anos de 2019 e 2023.
Nessa primeira seleção obteve-se 78 resultados. Optou-se pelos termos na

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sob o prisma da Agenda 2030

língua inglesa pois em português não foram encontrados artigos que


abordassem todos os termos desejados. Em seguida, utilizou-se o Quadro 1
a fim de selecionar artigos que estivessem de acordo com a proposta da
pesquisa. Restaram 6 artigos originais que tratavam da influência das
tecnologias aplicadas à cidade inteligente na promoção da mobilidade
sustentável.

Quadro 1: Critérios de inclusão e exclusão de artigos


Critério Inclusão Exclusão
Foco Relacionar as tecnologias utiliza Não abordar cidades inteligentes e
cidades inteligentes e mobilidade urbana com ênfase na
mobilidade urbana fazendo sustentabilidade
relação com a sustentabilidade
Tipo Artigos originais Outras modalidades de publicação
Acesso Localizar artigo na íntegra Não ter acesso ao artigo
online, de forma gratuita

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 estão apresentados os estudos selecionados de acordo


com os critérios adotados no Quadro 1. Os estudos resultaram em artigos
originais (n=6), sendo que 16,7% (n=1), realizados no continente Norte-
Americano; 33,3% (n=2) no continente Sul-Americano; e 50,0% (n=3) no
continente Europeu. Não houve estudos dentro dos parâmetros
estabelecidos no ano de 2019, sendo a maior incidência de artigos publicados
nos anos de 2022 (n=2) e 2023 (n=2).
Segundo os artigos analisados, verificou-se que, por mais que a
tecnologia tenha sido considerada um diferencial no tocante à tomada de
decisões, as políticas em prol da mobilidade urbana sustentável devem
considerar outros fatores. Segundo Bai e Jiao (2022), em um estudo realizado
em Austin, no Texas (EUA), os usuários de aplicativo de patinete elétrico
compartilhado tinham o costume de andar em locais inapropriados e
abandonavam os equipamentos no meio das vias de circulação. Por mais que
houvesse um canal para denúncia, não se sabia o tempo que levava para a
retirada do equipamento do local. Além disso, os operadores do aplicativo
não demostravam qualquer interesse em sanar os motivadores destas ações
que estavam causando incômodo aos pedestres. A tecnologia estava sendo
subutilizada, pois os dados coletados não eram usados com fins de evitar
futuras repetições de denúncias.
Assim como dados resultantes do uso de aplicativos, o uso de
indicadores é comumente utilizado para identificar o nível de sustentabilidade
de uma região. Para Bebber et al. (2021), o uso de indicadores é importante
na tomada de decisão em busca da mobilidade sustentável, contudo, estes
devem refletir os interesses do cidadão, já que tais índices podem se mostrar
muito assimétricos. Segundo Goyes-Balladares e Moya-Jiménez (2022), para

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Cidades inteligentes: uma revisão da relação entre a tecnologia e a mobilidade urbana sustentável

se ter uma mobilidade mais sustentável, deve realizar uma investigação


prévia dos costumes dos cidadãos afetados e compreender como eles
costumam se locomover. Da mesma forma, Boglietti, Nota e Tiboni (2023),
defenderam que o sistema de recompensas utilizado para estimular uma
mobilidade sustentável deve estar inserido em uma proposta que permita a
criação e manutenção de novos padrões de comportamento dos cidadãos a
longo prazo, e, que, para isso, é necessário que diferentes ações atuem em
conjunto com foco em compreender os fatores que afetam as escolhas das
pessoas ao optarem pela mobilidade urbana ativa e sustentável.
Uma maneira de coletar informações dos cidadãos e auxiliar na
promoção da mobilidade urbana é a abordagem de crowdsourcing. Essa
técnica utiliza o conhecimento e vivência para solucionar problemas em um
projeto coletivo, podendo preencher lacunas resultantes de informações
baseadas apenas em dados objetivos e técnicos. Segundo Hologa e Riach
(2020), que utilizaram a técnica em uma pesquisa que buscou identificar
áreas de risco para ciclista, constatou-se através do crowdsourcing que a
população possui alto potencial para identificar e prever locais de acidentes.
Além dos cidadãos, uma abordagem estratégica envolvendo grupos de
stakeholders também pode ser interessante para coletar informações mais
direcionadas, contribuindo para o desenvolvimento sustentável através do
uso de meios de transporte alternativos ao veículo à combustão, que
garantam a mobilidade com um menor consumo de energia e menos poluente
(MACIOSZEK; CIEŚLA; GRANÀ, 2023).
Portanto, além de dados e índices obtidos através do uso da
tecnologia, a participação social é de suma importância para auxiliar a
definição de medidas que influenciam na escolha do cidadão. Dentre essas
ações, tem-se políticas de segurança pública, educação no trânsito,
campanhas de incentivo à intermodalidade (através da combinação de meios
de transporte em massa e meios de locomoção ativa), melhores condições
dos transportes públicos, acesso a meios de transporte sustentáveis e
infraestrutura compatível. Isolada, a tecnologia não torna uma cidade mais
inteligente ou sustentável.

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sob o prisma da Agenda 2030

Base de dados: Science Direct e Google Acadêmico


Algoritmo "sustainability", "SDG”, "sustainable urban mobility", "smart cities",
de busca “sustainable development” e "public policy"
Tipo de Artigos originais, todos os idiomas – ANO: 2019 - 2023
material
Autor, ano Resumo e objetivo Resultado e conclusão
e local da
pesquisa
Local da
pesquisa
Bai; Jiao O uso de patinetes elétricos sem A ocupação de espaços públicos
2022 estação de origem vem se tornando indevidos era a principal
Austin, uma alternativa para reclamação, com maior incidência
Texas micromobilidade, porém, gera próximo ao campus universitário.
(EUA) constantes denúncias de má Dentre as formas de denúncia, 91%
conduta. A pesquisa buscou eram realizadas via aplicativo de
identificar quais as principais smartphone. Estas também tiveram
violações, o que influenciava o as respostas mais rápidas. O estudo
tempo de resposta na solução do propôs uma estrutura de
caso e onde havia concentração responsabilidade compartilhada
dessas denúncias na cidade de entre os usuários dos patinetes, o
Austin. governo municipal e licenciados
privados responsáveis pelos
patinetes. Além disso, enfatizaram a
importância da participação popular
através do serviço de atendimento
311.
Bebber et Os gestores públicos e privados Os respondentes do estudo não
al. devem conhecer a percepção dos identificaram iniciativas para
2021 cidadãos sobre a mobilidade de mobilidade inteligente. Como
América do cidades da América do Sul. contribuição adicional, foi
Sul O objetivo do trabalho foi identificada uma lacuna relacionada
desenvolver e validar uma escala aos atributos de mobilidade urbana
para avaliar a mobilidade de acordo para pessoas com mobilidade
com as dimensões sustentáveis reduzida. Também foi identificado
estabelecidas pela ISO 37120, ISO que a maioria dos entrevistados não
37122 e pelos ODSs da ONU. utilizava ônibus ou transporte
alternativo sustentável.
Boglietti; Foi desenvolvida uma Estratégia de Observou-se a importância em
Nota; Tiboni Transição Climática em junho de planejar um sistema de
2023 2021 na Brescia, com o objetivo de recompensas que motive o cidadão
Brescia propor novos hábito que à mudança de hábito. Considerando
(Itália) interferissem nas mudanças que 80% do espaço livre de Brescia
climáticas, como a redução de era de ruas, foi sugerido repensar o
emissão de gases que aceleram o conceito de “destinação a carros”
efeito estufa, através do incentivo à para “rua viva”, projetada para
mobilidade sustentável, com a propiciar o relacionamento entre
implementação do Plano de uma pluralidade de usuários. Uma
Mobilidade Urbana Sustentável das medidas mais eficazes foi a
(SUMP). O objetivo foi demonstrar imposição de redução da velocidade
as ideias por trás da experimentação dos veículos, desencorajando o seu
de um sistema de recompensa, uso, o que deixou o trânsito mais
investigando a interferência no fluido, reduzindo a gravidade e o
comportamento dos usuários. número de acidentes, permitindo a
retirada das barreiras arquitetônicas

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Cidades inteligentes: uma revisão da relação entre a tecnologia e a mobilidade urbana sustentável

e alterando a relação que as


crianças tinham com os carros,
criando futuros adultos mais
adaptados a outros meios de
locomoção. Os benefícios, além de
sociais, foram ambientais, com a
redução da emissão de poluentes e
menor poluição sonora.
Goyes- O planejamento das cidades é Destacou-se estratégias que
Balladares; essencial para permitir uma favoreçam a implementação de ruas
Moya- mobilidade adequada. O objetivo do exclusivas para pedestres e o
Jiménez trabalho foi verificar as condições de incentivo ao ciclismo. Para isso,
2022 mobilidade sustentável do centro da identificou-se a necessidade de
Ambato cidade de Ambato a fim obter uma controle do comércio informal que
(Equador) mobilidade mais humana, social, ocupa locais inapropriados, que
ambientalmente eficiente e que exija prejudicam o transporte não-
menor investimento público. Para motorizado.
isso, foi necessário analisar a forma
de que os cidadãos costumam se
locomover, em uma ação
multidisciplinar.
Hologa; Embora as percepções do ciclista Constatou-se que um pequeno
Riach quanto a situações que põem em grupo de leigos pode gerar dados
2020 risco sua segurança sejam confiáveis de VGI, permitindo a
Freiburg relevantes, dados provenientes de setorização de áreas que merecem
(Alemanha) Informações Geográficas Voluntárias maior atenção dos ciclistas, como
(VGI) de crowdsourcing permitem um cruzamento com trânsito de
uma visão mais abrangente da automóveis ou tráfego de bicicletas
situação. Neste estudo foi utilizado em faixas compartilhadas opostas.
um aplicativo de smartphone para Constatou-se que a ausência de
coletar informações sobre tipos de infraestrutura designada para
vias e rotas alternativas aos ciclistas ciclistas aumenta a percepção de
na cidade de Freiburg. perigo.
Macioszek; A popularidade do uso de patinetes A utilização de pesquisas utilizando
Cieśla; elétricos compartilhados tem tido um stakeholders permite a realização
Granà impacto positivo no meio ambiente. de um planejamento a longo prazo,
2023 O objetivo do trabalho foi avaliar o identificando os anseios de cada
Polônia futuro do sistema de categoria em particular.
compartilhamento e a relação entre
os stakeholders em cidades
polonesas (clientes, concorrentes,
investidores, funcionários,
fornecedores, acionistas, instituições
financeiras e mídia).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verificou-se que tanto em países desenvolvidos quanto em países


em desenvolvimento há desafios a serem enfrentados com relação a adoção
de uma mobilidade mais sustentável através do uso de tecnologias
difundidas, principalmente, em cidades inteligentes. A tecnologia costuma ser
utilizada de forma isolada e subutilizada, gerando dados atuando em sua
maioria para atenuar questões de emergência, não sendo aproveitada para

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Desenvolvimento local e os desafios para o alcance do desenvolvimento sustentável
sob o prisma da Agenda 2030

elaborar estratégias que vislumbram ações de longo prazo ou visam sanar


problemas. Portanto, as soluções tecnológicas são facilitadoras na direção
de um desenvolvimento sustentável, mas para que isso ocorra, é necessário
um comprometimento das iniciativas públicas e privadas, que devem dar voz
à sociedade nas tomadas de decisões nas quais ela é o ator principal.
Para atender plenamente ao disposto na ODS 11, deve ocorrer a
promoção de meios de mobilidade urbana mais sustentáveis. Somente assim
os cidadãos poderão se locomover causando um menor impacto ao meio
ambiente para terem a acesso às oportunidades que a cidade oferece.
Para estudos futuros, deve-se considerar que o uso de veículos
unicamente elétricos está em um futuro relativamente distante,
principalmente em países em desenvolvimento. Além disso, o deslocamento
ativo não consegue contemplar as necessidades da população dos centros
urbanos. Portanto, sugere-se uma reflexão sobre o transporte público de
massa, pois, além de uma opção recomendada pela Agenda 2030, é
economicamente mais acessível e comumente difundido em centros urbanos.
O investimento em melhorias nesta opção de condução pode reduzir
congestionamentos, tornando o trânsito mais seguro, o deslocamento mais
confortável e acessível, além contribuir para a integração modal, cabendo à
administração pública promover e executar políticas de incentivo nesta área.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Cidades inteligentes: uma revisão da relação entre a tecnologia e a mobilidade urbana sustentável

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