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Sistemas Trifásicos Aluno

Um sistema trifásico (3Φ) combina três sistemas monofásicos, oferecendo eficiência e flexibilidade na geração e distribuição de energia elétrica. Os transformadores trifásicos podem ser conectados em diferentes configurações, e a potência em cargas trifásicas equilibradas é calculada com base em relações específicas entre tensão e corrente. O documento também aborda a análise de circuitos CA utilizando números complexos, incluindo operações e representações em formas retangular e polar.
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Sistemas Trifásicos Aluno

Um sistema trifásico (3Φ) combina três sistemas monofásicos, oferecendo eficiência e flexibilidade na geração e distribuição de energia elétrica. Os transformadores trifásicos podem ser conectados em diferentes configurações, e a potência em cargas trifásicas equilibradas é calculada com base em relações específicas entre tensão e corrente. O documento também aborda a análise de circuitos CA utilizando números complexos, incluindo operações e representações em formas retangular e polar.
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Sistemas Trifásicos

Características dos sistemas trifásicos


Um sistema trifásico (3Φ) é a combinação de três sistemas monofásicos (1Φ). Em um
sistema 3Φ equilibrado, a potência é fornecida por um gerador ca que produz três tensões iguais,
mas separadas, cada uma delas defasada de 120º uma da outra.

Embora os circuitos 1Φ sejam amplamente usados em sistemas elétricos, a maior parte


da geração e distribuição da corrente alternada é 3Φ. Os circuitos trifásicos exigem menos peso
dos condutores do que os circuitos 1Φ de mesma especificação de potência; eles permitem
flexibilidade na escolha das tensões; e podem ser usados para cargas monofásicas. Além disso,
o equipamento 3Φ tem menores dimensões, é mais leve e mais eficiente do que as máquinas
1Φ de mesma capacidade. As três fases de um sistema 3Φ podem ser conectadas de duas formas.
Se os três terminais comuns de cada fase forem conectados juntos a um terminal comum
indicado por N, que representa o neutro, e as outras três extremidades forem conectadas a uma
linha 3Φ, o sistema esta conectado em estrela ou Y. Se as três fases forem conectadas em série
para formar um percurso fechado, o sistema está conectado em triângulo ou ∆.
Conexões entre transformadores trifásicos
Os transformadores trifásicos podem ser formados por três transformadores 1Φ
separados, mas idênticos ou por uma única unidade 3Φ contendo enrolamentos trifásicos. Os
enrolamentos dos transformadores (três no primário e três no secundário) podem ser conectados
para formar um conjunto 3Φ de qualquer uma das quatro formas comuns. Cada enrolamento
primário corresponde ao enrolamento secundário desenhado paralelo a ele.

A figura acima apresenta as indicações das tensões e das correntes em função da tensão
V de linha a linha aplicada ao primário e da corrente da linha I, onde a = N1 / N2, a razão entre
o número de espiras do primário e do secundário. A tensão de linha é a tensão entre duas linhas,
enquanto a tensão de fase é a tensão através do enrolamento de um transformador. A corrente
de linha é a corrente em uma das linhas, enquanto a corrente de fase a corrente no enrolamento
do transformador. As especificações de tensão e corrente dos transformadores individuais
dependem das conexões mostradas e estão indicadas na forma de uma tabela para facilitar os
cálculos. Os transformadores são considerados ideais. A especificação em quilovolt-ampères
de cada transformador é um terço da especificação em quilovolt-ampères do conjunto,
independentemente das conexões usadas nos transformadores.
Exemplo 1
Se a tensão de linha V for de 2200V para um conjunto de transformadores 3Φ, calcule
a tensão através de cada enrolamento do primário do transformador para os quatro tipos de
conexão de transformadores.

∆ - ∆: Tensão do enrolamento primário: Vf =


Y – Y: Tensão do enrolamento primário: Vf =
Y - ∆: Tensão do enrolamento primário: Vf =
∆ - Y: Tensão do enrolamento primário: Vf =
Exemplo 2
Se a corrente de linha I for de 20,8A para uma conexão de um transformador 3Φ, calcule
a corrente através de cada enrolamento do primário para as quatro configurações do
transformador.
∆ - ∆: Corrente do enrolamento primário: If =
Y – Y: Corrente do enrolamento primário: If =
Y - ∆: Corrente do enrolamento primário: If =
∆ - Y: Corrente do enrolamento primário: If =
Exemplo 3
Para cada tipo de conexão de transformador, calcule a corrente de linha do secundário e
a corrente de fase do secundário se a corrente de linha do primário I for de 10,4A e a razão de
espiras for de 2 : 1.
∆ - ∆: Corrente de linha do secundário:
Corrente de fase do secundário
Y – Y: Corrente de linha do secundário
Corrente de fase do secundário:
Y - ∆: Corrente de linha do secundário:
Corrente de fase do secundário:
∆ - Y: Corrente de linha do secundário:
Corrente de fase do secundário:

Potência em cargas trifásicas equilibradas


Uma carga equilibrada tem a mesma impedância em cada enrolamento do secundário.
A impedância de cada enrolamento na carga ∆ aparece com Z∆, e na carga Y é representado
com ZY. Em cada conexão as linhas A, B e C formam um sistema trifásico de tensões. O ponto
neutro N na conexão Y é o quarto condutor do sistema trifásico de quatro fios.

Em uma carga conectada em ∆ equilibrada, bem como nos enrolamentos de um


transformador, a tensão de linha VL e a tensão de fase ou do enrolamento Vf são iguais, e a
corrente de linha é √3 vezes a corrente de fase If, ou seja:
Carga ∆
VL = Vf
IL = √3.If
Para uma carga equilibrada conectada em Y, a corrente de linha IL e a corrente de fase
ou do enrolamento são iguais, a corrente no neutro IN é zero, e a tensão de linha VL é √3 vezes
a tensão de fase Vf. Ou seja:
Carga Y
IL = If
IN = 0
VL = √3.Vf
Como a impedância de fase de cargas Y e ∆ equilibradas tem correntes iguais, a potência
de uma fase é um terço da potência total. A Potência de fase Pf é:
Pf = VfxIfxcosθ
e a potência total Pt é
Pt = 3xVfxIfxcosθ
Como VL = Vf e If = (√3xIL)/3, para cargas ∆ equilibradas
Carga ∆
PT = √3xVLxILxcosθ
Como IL = If e vf = (√3xVL)/3, para cargas Y equilibradas e equação fica
Carga Y
PT = √3xVLxILxcosθ
Portanto, as fórmulas para a potência total de cargas ∆ e Y são idênticas, θ é o ângulo
de fase entre a tensão e a corrente da impedância da carga; logo, o cosθ é o fator de potência da
carga.
A potência aparente total St em volt-ampères e a potência total reativa Qt em volt-
ampères reativos estão relacionadas com a potência total real PT em watts. Por tanto, uma carga
trifásica equilibrada tem a potência real, a potência aparente e a potência reativa das pelas
equações:
PT = √3xVLxILxcosθ
ST = √3xVLxIL
QT = √3xVLxILxsenθ
Onde:
PT = potência total ativa, W
ST = potência total aparente, VA
QT = potência total reativa, VAR
As especificações do transformador são dadas geralmente em quilovolt-ampères. As
relações de tensão e corrente expressas nas equações acima são aplicáveis a todos os circuitos
3Φ equilibrados.
Exemplo 4
Qual é a potência fornecida por um sistema 3Φ equilibrado se cada fio conduz 20A , a
tensão entre os fios é e 220V para um FP unitário.

Cada fase de um gerador 3Φ conectado em ∆ alimenta uma corrente com carga máxima
de 100A em uma tensão de 240V e com um FP de 0,6 indutivo.

Calcule;
a) A tensão de linha
b) A corrente de linha
c) A potência 3Φ em KVA
d) A potência 3Φ em KW

Respostas
Exemplo 6
Três resistências de 20Ω estão conectadas em Y a uma linha 3Φ de 240V operando com
um FP unitário.

Calcule:
a) a corrente em cada resistência;
b) a corrente de linha;
c) a potência consumida pelas três resistências.
Respostas

Exemplo 7
Repita o exemplo 6 considerando que as três resistências estão conectadas em triangulo.
Exemplo 8
O secundário de um transformador 3Φ conectado em Y tem um sistema de quatro fios
ABC de 208V. Nas três fases são conectadas 30 lâmpadas, sendo cada uma de 120V e 2A.
Mostre a conexão da carga formada pelas lâmpadas para que a carga fique equilibrada, e
determine a potência admitida para cada fase e a potência consumida pelo sistema. (considere
que as lâmpadas sejam resistivas).
Exemplo 9
Um sistema 3Φ de três fios tem uma corrente de linha de 25A e uma tensão de linha de
1000V. O fator de potência da carga é de 86,6% indutivo. Calcule:
a) a potência real fornecida;
b) a potência reativa;
c) a potência aparente;
d) desenhe o triângulo de potência

Respostas
Cargas trifásicas desequilibradas
Uma propriedade muito importante de um sistema 3Φ equilibrado é que a soma dos
fasores das tensões nas 3 linhas (ou fases) é zero e a soma dos fasores das correntes nas três
linhas (ou fases) também é zero. Quando as impedâncias das três cargas não forem iguais entre
si, a soma dos fasores e a corrente no neutro IN não serão nulas, e teremos uma carga
desequilibrada. Ocorrerá um desequilíbrio quando aparecer na carga um circuito aberto ou um
curto–circuito.
Se um sistema 3Φ tiver uma fonte de alimentação desequilibrada e uma carga também
desequilibrada, os métodos para sua solução serão complexos. Consideremos somente uma
carga desequilibrada com uma fonte equilibrada.
Exemplo 10
Considere um sistema 3Φ equilibrado com uma carga Y. a tensão de linha a linha é de
173V e a resistência em cada ramo é de 10Ω. Calcule a corrente de linha e a corrente de neutro
sob as seguintes condições de carga:
Exemplo
Em um sistema em Y de 120/208 V de quatro fios são conectadas duas lâmpadas da fase
A, cinco lâmpadas da fase B e quatro lâmpadas da fase C ao neutro, conforme figura abaixo.
Se todas as lâmpadas forem de mesma especificação e se cada uma consome 2 A, qual a corrente
em cada fase e a corrente no neutro?
Números complexos e impedância complexa para circuitos CA em série
Introdução
A compreensão dos números complexos é importante na análise de circuitos ca pois a
impedância, a tensão e a corrente são expressas mais adequadamente na forma de números
complexos. Os cálculos do circuito são simplificados quando se usam números complexos.

Definição de número complexo


Um número complexo z tem a forma x + j, onde o x e y são números reais e j é a unidade
imaginária do número. Por convenção utilizam – se letras em negrito para simbolizar números
complexos. Em um número complexo x + jy, o primeiro termo, x, é denominado de parte real
e o segundo, jy, é denominado de parte imaginária.

Os números complexos podem ser representados por eixos perpendiculares, com um


eixo representando a parte real e o outro, a parte imaginária.
Os números complexos incluem todos os números reais e imaginários puros.

Operador J
O número imaginário j é conhecido como operador j. Quando o operador j é
multiplicado por um número real a, j x a, significa uma mudança de 90º em a no sentido anti-
horário. Ao multiplicarmos j duas vezes, j x j x a = j² x a = - a, o resultado é uma variação de
180º no sentido anti-horário. Ao multiplicarmos j três vezes, j x j x j x a = j³ x a = j(j²) x a =
- j x a, a variação é de 270º. E ao multiplicarmos j quatro vezes, j x j x j x j x a = 𝑗 4 x a = (j²)(j²)
x a = (-1)(-1) x a = a e completamos o círculo.

Matematicamente, j é definido como 𝑗 = √−1


𝑗 2 = 𝑗 𝑥 𝑗 = −1
𝑗 3 = 𝑗 2 𝑥 𝑗 = −𝑗
𝑗 4 = 𝑗 2 𝑥 𝑗 2 = ( −1) 𝑥 ( −1) = 1
𝑗5 = 𝑗4 𝑥 𝑗 = 1 𝑥 𝑗 = 𝑗
Fora da área da engenharia elétrica é usada a letra i no lugar de j.

Formas retangular e polar de números complexos


Considere o número complexo
Z = x + jy
O gráfico de z é mostrado na figura abaixo

As componentes em quadratura (90º) de z são dadas pelos números x e y. Como y é


multiplicado por j, ele se encontra no eixo imaginário. A forma x + jy é denominada de forma
retangular. Uma outra forma de representar um número complexo é a forma polar, expressa da
seguinte forma:
Z=z θ
Onde:
Z = módulo (ou magnitude) de z
θ = sentido de z em relação ao eixo real positivo.
Para converter da forma retangular para a polar, da trigonometria temos
x = z cosθ
y = z senθ
Substituindo z = x + jy = z (cosθ + j senθ)
𝑧 = √𝑥 2 + 𝑦 2
𝑦
𝜃 = tan−1 𝑥

Exemplo
Converta z = 10 30º da forma polar para a forma retangular mostrando o gráfico
Exemplo

Operações com números complexos


Assim como fazemos com os números comuns, os números complexos podem ser
somados, subtraídos, multiplicados e divididos.

Adição
Os números complexos podem ser somados quando são representados na forma
retangular. Para somar um ou mais números complexos, somamos entre si as partes real e
imaginária e, em seguida, somamos os resultados. Por exemplo:
Subtração
Para subtrair um número complexo de outro, subtraia as partes reais e as partes
imaginárias e, em seguida, some o resultado. Por exemplo:

Multiplicação
Os números complexos podem ser multiplicados tanto na forma polar quanto na
retangular. Dados dois números na forma retangular, siga as regras da álgebra para a
multiplicação de dois termos. Por exemplo

Quando os números complexos são dados na forma polar, temos

Vamos verificar o resultado do exemplo anterior usando a equação acima.


Primeiro, converta para a forma polar:
2 + j4 = 4,48 63,4º
3 – j1 = 3,16 – 18,43
Em seguida, multiplique os módulos e some os ângulos algebricamente:

Finalmente, converta o produto para a forma retangular:

Portanto,

Número complexo conjugado


O conjugado de um número complexo é obtido quando o sinal da parte imaginária do
número é trocado. Por exemplo, 3 + j2 tem como conjugado 3 – j2. Esses dois números
complexos são denominados de par conjugado. O conjugado de z é indicado por z*.
Quando multiplicamos zz*, obtemos
Zz* = (3 + j2) x (3 – j2) = 3² + j6 – j6 + 2² = 9 + 4 = 13, um número real
Usaremos essas propriedade de produto na divisão de números complexos.

Divisão
Os números complexos podem ser divididos tanto na forma retangular quanto na
polar. Por exemplo.
8 − 𝑗4
2 + 𝑗1
Para eliminar a parte imaginária do denominador, multiplicamos o numerador e o
denominador pelo conjugado do denominador.
8 − 𝑗4 2 − 𝑗1 16 − 𝑗8 − 𝑗8 + 𝑗 2 4 12 − 𝑗16 12 16
𝑥 = = = −𝑗 = 2,4 − 𝑗3,2
2 + 𝑗1 2 − 𝑗1 4+1 5 5 5
Esse processo de converter o denominador em um número real, sem o termo j, é
denominado de racionalização.
Quando os números complexos são dados na forma polar, podemos efetuar a divisão
usando a fórmula:

Vamos verificar o resultado do exemplo anterior usando a equação acima


Primeiro converta para a forma polar:

Em seguida, dívida os módulos e subtraia os ângulos algebricamente

Finalmente, converta da forma polar para a retangular

Por tanto

Impedância complexa em série


Considere a impedância Z de um circuito como uma grandeza fasorial com módulo e
sentido. Um circuito RL em série é mostrado na figura abaixo.
A impedância de um circuito RL em série é:
𝒁 = 𝑅 + 𝑗𝑋𝐿
Onde:
Z = impedância complexa do circuito, [Ω]
R = resistência do circuito, [Ω]
XL = reatância indutiva do circuito, [Ω] (XL= 2πfL)
A equação acima define a impedância Z como a soma de fasores entre a grandeza real
R e a grandeza imaginária jXL, como mostra a figura c. A reatância indutiva é indicada por XL
em (b).
Na forma polar, a impedância de um circuito RL em serie é
Z=Z θ

Onde 𝑍 = √𝑅 2 + 𝑋𝐿², módulo da impedância


𝑋𝐿
𝜃 = tan−1 𝑋𝑅, ângulo de defasagem em relação ao eixo real positivo

θ é o ângulo de fase entre a tensão de entrada e a corrente resultante no circuito. Embora


a impedância Z não varie senoidalmente, ela é considerada como um fasor porque determina o
ângulo de fase entre a tensão e a corrente.
A figura abaixo mostra um circuito RC em série

A impedância de um circuito RC em série é:


𝒁 = 𝑅 − 𝑗𝑋𝐶
Onde:
Z = impedância complexa do circuito, [Ω]
R = resistência do circuito, [Ω]
XL = reatância capacitiva do circuito, [Ω] (XC= 1/2πfC)
A equação acima define a impedância como a soma de fasorial de R com –jXC,
conforme indicado no triângulo de impedâncias da figura acima. A reatância capacitiva é
mostrada como –XC em (b).
Na forma polar, a impedância de um circuito RC em serie é
Z=Z θ

Onde 𝑍 = √𝑅 2 + 𝑋𝐶², módulo da impedância


−𝑋𝐶
𝜃 = tan−1 , ângulo de defasagem em relação ao eixo real positivo
𝑋𝑅

Podemos generalizar para um circuito contendo os elementos R, L e C em série. A


impedância de um circuito RLC em serie é
𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑋
Z = impedância, [Ω]
R = resistência, [Ω]
X = XL – XC = resistência resultante, [Ω]
Quando XL > que XC, X é positiva, de forma que X é indutiva; e quando XC > XL, X
é negativa, de forma que X é capacitiva.
Na forma polar, a impedância de um circuito RLC em serie é:
Z=Z θ

𝑍 = √𝑅 2 + 𝑋², módulo da impedância, [Ω]


𝑋
𝜃 = tan−1 𝑅 , ângulo de fase com relação ao eixo real positivo

A figura abaixo mostra um circuito RLC em série. O triângulo de impedâncias para XL


> XC (indutivo) é mostrado em (c) e o triângulo de impedâncias para XC > XL (capacitivo) é
mostrado em (d).

Exemplo:
Para um circuito RL em serie com R = 5 Ω e XL = 10 Ω, calcule a impedância complexa
Z nas formas retangular e polar.

Exemplo
Em um circuito RC em série, R = 15 Ω e XC = 15 Ω. Calcule Z nas formas retangular
e polar. Desenhe o triângulo de impedâncias.
Exemplo
Calcule a impedância complexa Z nas formas polar e retangular da figura abaixo, e
mostre o triângulo de impedâncias.
O GERADOR TRIFÁSICO
O gerador trifásico visto na figura abaixo usa três enrolamentos posicionados a 120º
um do outro em torno do estator, como é ilustrado abaixo.

Como os três enrolamentos possuem o mesmo número de espiras e giram com a mesma
velocidade angular, as tensões induzidas nesses enrolamentos tem a mesma amplitude, forma
de onda e frequência. À que o eixo do gerador gira acionado por alguma força externa, as
tensões induzidas 𝑒𝐴𝑁, 𝑒𝐵𝑁, 𝑒𝐶𝑁, são geradas simultaneamente, como mostra a figura abaixo.

Observe a defasagem de 120º entre as formas de onda e as semelhanças na aparência


das três senoides.
Em particular, observe que: em qualquer instante de tempo, a soma fasorial das três
tensões de fase de um gerador trifásico é nula.
Essa afirmação pode ser comprovada em φt = 0 na figura acima, na qual também está
evidente que, quando uma das tensões induzidas for zero, o valor instantâneo das outras duas
corresponderá a 86,6% do valor máximo positivo e negativo. Além disso, quando duas das
tensões induzidas têm o mesmo módulo (em 0,5 Em) e o mesmo sinal, a terceira tensão tem a
polaridade oposta e um valor de pico.
As expressões senoidais das tensões induzidas vistas na figura acima são as seguintes:
𝑒𝐴𝑁 = 𝐸𝑚(𝐴𝑁) 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡
𝑒𝐵𝑁 = 𝐸𝑚(𝐵𝑁) 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 − 120º)
𝑒𝐶𝑁 = 𝐸𝑚(𝐶𝑁) 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 − 240º)
= 𝐸𝑚(𝐶𝑁) 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 120º)
O diagrama fasorial dessas tensões é mostrado na figura abaixo, onde o valor eficaz
(rms) de cada uma é calculado por:

𝐸𝐴𝑁 = 0,707𝐸𝑚(𝐴𝑁)
𝐸𝐵𝑁 = 0,707𝐸𝑚(𝐵𝑁)
𝐸𝐶𝑁 = 0,707𝐸𝑚(𝐶𝑁)
E

Reorganizando os fasores de outra forma, conforme mostra a figura abaixo

Aplicando a regra segundo a qual a soma vetorial de qualquer número de vetores é nula
sempre que, ao desenhar os vetores de tal maneira que a ‘cauda’ do segundo comece onde a
‘ponta’ do primeiro termina e assim por diante, a ponta do último vetor coincidir com a cauda
do primeiro, chegamos à conclusão de que a soma fasorial das tensões de fase em um sistema
trifásico é nula. Ou seja:
𝐸𝐴𝑁 + 𝐸𝐵𝑁 + 𝐸𝐶𝑁 = 0

O GERADOR CONECTADO EM Y
Quando três terminais N, vistos na primeira figura, são conectados entre si, o gerador é
denominado gerador trifásico conectado em Y
Conforme indicado na figura acima, a letra Y, formada pela disposição dos
enrolamentos, aparece invertida para facilitar a notação, e também por uma questão de clareza.
O ponto comum aos três terminais é chamado de neutro. Quando não existe nenhum condutor
conectando o neutro à carga, o sistema é chamado de gerador trifásico conectado em y de três
fios. Quando existe um fio conectando o neutro à carga, o sistema é chamado de gerador
trifásico conectado em Y de quatro fios.
Os três condutores usado para conectar os terminais A, B e C à carga do circuito são
chamados de linhas. Como se pode ver na figura acima, para um sistema conectado em Y, a
corrente de linha é igual à corrente de fase. Ou seja,
𝑰𝑳 = 𝑰𝜱𝒈
Onde o índice Φ é usado para indicar que se trata de uma fase, e o índice g, que se trata
de um gerador.
A tensão entre uma linha e outra é chamada de tensão de linha. No diagrama fasorial
abaixo, a tensão de linha é o fasor que liga as extremidades dos fasores associados a duas fases,
no sentido anti-horário.
Aplicando a lei de Kirchhoff para tensões à malha indicada na figura acima,obtemos:
𝐸𝐴𝐵 − 𝐸𝐴𝑁 + 𝐸𝐵𝑁 = 0
Ou
𝐸𝐴𝐵= 𝐸𝐴𝑁 − 𝐸𝐵𝑁 = 𝐸𝐴𝑁 + 𝐸𝑁𝐵
O diagrama fasorial mostrado é redesenhado para se obter 𝐸𝐴𝐵 , como mostra a figura
abaixo.

Cada tensão de fase, quando invertido (𝐸𝑁𝐵 ), divide ao meio o ângulo entre as outras
duas, α = 60º. O ângulo β é 30º, já que a reta que passa pelas extremidades opostas de um
losango divide os ângulos internos pela metade. As linhas desenhadas entre cantos opostos do
losango também formam ângulos retos.
A distância x é dada por:
√3
𝑥 = 𝐸𝐴𝑁 𝑥 cos 30º = 𝑥 𝐸𝐴𝑁
2
e
√3
𝐸𝐴𝐵 = 2𝑥 = (2) 𝑥 𝑥 𝐸𝐴𝑁 = √3 𝑥 𝐸𝐴𝑁
2
Observando o diagrama fasorial, vemos que o ângulo v de 𝐸𝐴𝐵 = 𝛽 = 30º, então:
𝐸𝐴𝐵 = 𝐸𝐴𝐵 30º = √3 𝑥 𝐸𝐴𝑁 30º
𝐸𝐶𝐴 = √3 𝑥 𝐸𝐶𝑁 150º
𝐸𝐴𝐵 = √3 𝑥 𝐸𝐵𝑁 270º
Ou seja, o módulo da tensão de linha de um gerador conectado em Y é igual a √3 vezes
a tensão de fase:
𝐸𝐿 = √3 𝑥 𝐸𝛷
Sendo o ângulo de fase entre qualquer tensão de linha e a tensão de fase mais próxima
igual a 30º
Em notação senoidal,
𝑒𝐴𝐵 = √2 𝑥 𝐸𝐴𝐵 𝑥 sin(𝜔𝑡 + 30º)
𝑒𝐶𝐴 = √2 𝑥 𝐸𝐶𝐴 𝑥 sin(𝜔𝑡 + 150º)
𝑒𝐵𝐶 = √2 𝑥 𝐸𝐵𝐶 𝑥 sin(𝜔𝑡 + 270º)
E
O diagrama fasorial das tensões de linhas e de fase é mostrado na figura abaixo.

Reorganizando de outra maneira os fasores que representam as tensões de linha na figura


acima, é fácil demonstrar que eles formam um circuito fechado, como vemos na figura abaixo.

Portanto, podemos concluir que a soma das tensões de linha também é nula; ou seja,
𝐸𝐴𝐵 + 𝐸𝐶𝐴 + 𝐸𝐵𝐶 + 0

SEQUÊNCIA DE FASE NO GERADOR CONECTADO EM Y


A sequência de fase pode ser determinada pela ordem na qual os fasores que
representam as tensões de fase passam por um ponto fixo no diagrama fasorial quando se faz
girar todo o diagrama no sentido anti-horário. Por exemplo, na figura abaixo a sequência de
fase é ABC.
Entretanto como o ponto fixo pode ser escolhido em qualquer lugar do diagrama
fasorial, a sequência também pode ser descrita como BCA ou CAB. A sequência de fase é muito
importante na conexão dos sistemas de distribuição trifásicos a uma carga. No caso de um motor
trifásico, por exemplo se as conexões de duas tensões de fases forem invertidas, a sequência se
fase ficará diferente e o motor passará a girar no sentido oposto.
A sequência de fase também pode ser descrita em termos das tensões de linha.
Representando as tensões de linha em um diagrama de fasores, como mostra a figura abaixo,
podemos determinar a sequência de fase fazendo girar novamente os fasores no sentido anti-
horário.

Entretanto, nesse caso, a sequência pode ser determinada observando-se a ordem em


que passa o primeiro ou o segundo índice. No sistema da figura acima, por exemplo, a sequência
de fase com base no primeiro índice que passa pelo ponto P é ABC, e a sequência de fase com
base no segundo é BCA. Mas sabemos que BCA é equivalente a ABC; assim essa sequência é
a mesma nos dois casos. Observe que essa sequência também é a mesma que foi obtida das
tensões de fase para a figura abaixo.
Quando conhecemos a sequência de fase, o diagrama fasorial pode ser desenhado
escolhendo-se uma tensão como referência, representando-a no eixo e então desenhando as
outras tensões nas posições angulares apropriadas. Para uma sequência ACB, por exemplo,
podemos escolher 𝐸𝐴𝐵 como referência (figura A) se quisermos um diagrama de fasores das
tensões de linha, ou 𝐸𝐴𝑁 , se estivermos interessados nas tensões de fase(figura B).

Para a sequência indicada, os diagramas fasoriais seriam os que aparecem na figura


abaixo:

GERADOR CONECTADO EM Y COM UMA CARGA CONECTADA EM Y


A carga alimentada por fontes trifásicas podem ser de dois tipos: Y ou ∆. Quando uma
carga em Y é conectada a um gerador em Y, o sistema é representado simbolicamente por Y-
Y. A conexão física de tal sistema é ilustrada na figura abaixo:
Quando a carga é equilibrada, a conexão do neutro pode ser removida sem que o
circuito seja afetado, ou seja, se
𝒁𝟏 = 𝒁𝟐 = 𝒁𝟑
Então a corrente 𝐼𝑁 é nula. Par que a carga seja equilibrada, observe que é preciso que
o ângulo de fase seja o mesmo para cada impedância – uma condição desnecessária no caso de
circuitos equilibrados de corrente contínua.
Na prática, se uma fabrica, por exemplo, tivesse apenas cargas trifásicas equilibradas, a
ausência do fio neutro não teria efeito, pois, idealmente, o sistema estaria sempre em equilíbrio.
Portanto, o custo seria menor ao se usar um condutor a menos. Entretanto, os circuitos de
iluminação e os circuitos que alimentam equipamentos elétricos de pequeno porte utilizam
apenas uma fase, mesmo que essas cargas estejam distribuídas uniformemente pelas três fases
(como é recomendável), é impossível manter constantemente um equilíbrio perfeito entre as
fases, já que as lâmpadas e os equipamentos são ligados e desligados de maneira independente
perturbando a situação de equilíbrio. O fio neutro é, portanto, necessário para transportar a
corrente resultante de volta para o gerador conectado em Y.
Agora examinaremos o sistema YY de quatro fios. As três correntes de fase do gerador
são iguais às três correntes de linha, que por sua vez são iguais às três correntes de fase da carga
conectada em Y:
𝐼𝛷𝑔 = 𝐼𝐿 = 𝐼𝛷𝐿
Como o gerador e a carga tem o neutro em comum, seja a carga equilibrada ou não,
então:
𝑉𝛷 = 𝐸𝛷
𝑉𝛷
Além disso, como 𝐼𝛷𝐿 = , os módulos das correntes de fase são iguais se a carga for
𝑍𝛷

equilibrada e diferentes se a carga for desequilibrada. O leitor deve se lembrar de que, no caso
de um gerador conectado em Y, o módulo da tensão de linha é igual a √ 3 vezes a tensão de
fase. A mesma relação pode ser aplicada à carga equilibrada ou não de um sistema YY de quatro
fios.
𝐸𝐿 = √3 𝑥 𝑉𝛷
No caso de uma queda de tensão em um elemento de carga, o primeiro índice se refere
ao terminal através do qual a corrente entra no elemento, e o segundo, ao terminal através do
qual a corrente deixa o elemento. Em outras palavras, o primeiro índice é, por definição,
positivo em relação ao segundo no momento de definir a polaridade da queda de tensão.
Observe a figura abaixo, na qual a notação do duplo índice foi usada para tensões do gerador e
para as quedas de tensão na carga.
Exemplo
A sequência de fase do gerador conectado em Y vista na figura acima é ABC
a) Determine os ângulos de fase θ2 e θ3
b) Determine o módulo das tensões de linha
c) Determine as correntes de linha
d) Verifique que, como a carga é balanceada, 𝐼𝑁 = 0
Solução
O SISTEMA Y - ∆
Não existe a conexão do neutro no sistema Y - ∆ mostrando na figura abaixo:

Qualquer variação na impedância de uma das fases que desequilibre o sistema faz com
que as correntes de linha sejam diferentes.
No caso de uma carga equilibrada,
𝒁𝟏 = 𝒁𝟐 = 𝒁𝟑
As tensões de fase da carga são iguais às tensões de linha do gerador, mesmo que a carga
não seja equilibrada:
𝑉𝛷 = 𝐸𝐿
A relação entre as correntes de fase em uma carga equilibrada conectada em ∆ pode ser
obtida usando uma abordagem semelhante à empregada na seção do gerador conectado em Y,
para determinar a relação entre as tensões da linha e as tensões de fase em um gerador conectado
em Y. Entretanto, nesse caso, empregamos a lei de Kirchhoff para correntes em vez da lei de
Kirchhoff para tensões.
O resultado obtido é:
𝐼𝐿 = √3 𝑥 𝐼𝛷
e o ângulo de fase entre a corrente de linha e a corrente de fase mais próxima é 30º.
No caso de uma carga equilibrada, os módulos das correntes de linha são iguais, assim
como os módulos das correntes de fase.
Exemplo:
Considerando o sistema trifásico visto na figura abaixo:

a) Determine os ângulos de fase θ2 e θ3,


b) Determine as correntes de cada fase conectada à carga
c) Determine os módulos das correntes de linha,
Solução:
O GERADOR CONECTADO EM ∆
Quando os enrolamentos do gerador visto na figura a são conectados como mostra a
figura abaixo, o sistema é denominado gerador CA conectado em ∆ trifásico com três fios.

Nesse sistema, as tensões de fase e de linha são equivalentes e tem o mesmo valor que
as tensões induzidas nos enrolamentos do gerador; ou seja,

𝐸𝐴𝐵 = 𝐸(𝐴𝑁) e 𝑒𝐴𝑁 = √2 𝑥 𝐸𝐴𝑁 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 Sequencia de

𝐸𝐵𝐶 = 𝐸(𝐵𝑁) e 𝑒𝐵𝑁 = √2 𝑥 𝐸𝐵𝑁 𝑥 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 − 120º) fase ABC

𝐸𝐶𝐴 = 𝐸(𝐶𝑁) e 𝑒𝐶𝑁 = √2 𝑥 𝐸𝐶𝑁 𝑥 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 + 120º)


ou
𝐸𝐿 = 𝐸𝛷𝑔
Observe que apenas uma tensão (em modulo) está disponível, em vez de duas, como no
sistema conectado em Y.
Diferentemente da corrente de linha no gerador conectado em Y, a corrente de linha no
sistema conectado em ∆ é diferente da corrente de fase. A relação entre as duas correntes pode
ser determinada pela aplicação da lei de Kirchhoff para correntes a um dos nós do circuito e
pelo cálculo da corrente de linha em termos das de fase; ou seja, para o nó A,
𝐼𝐵𝐴 = 𝐼𝐴𝑎 + 𝐼𝐴𝐶
ou
𝐼𝐴𝑎 = 𝐼𝐵𝐴 − 𝐼𝐴𝐶 = 𝐼𝐵𝐴 + 𝐼𝐶𝐴
O diagrama fasorial mostrado na figura abaixo é para o caso de uma carga equilibrada.

Usando o mesmo método empregado para determinar a tensão de linha do gerador


conectado em Y, obtemos o seguinte:

Em geral,
𝐼𝐿 = √3 𝑥 𝐼𝛷
sendo que o ângulo de fase entre a corrente de linha e a corrente de fase mais próxima
é de 30º. O diagrama fasorial das correntes é mostrado na figura abaixo.

É possível demonstrar – da mesma maneira que foi feito para as tensões de um gerador
conectado em Y – que a soma fasorial das correntes de linha e das correntes de fase de um
gerador conectado em ∆, com uma carga equilibrada é nula.
A SEQUÊNCIA DE FASE NO GERADOR CONECTADO EM ∆
Embora as tensões de linha e de fase de um sistema conectado em ∆ sejam iguais, é mais
prático descrever a sequência de fase em termos das tensões de linha. O método utilizado é o
mesmo descrito para tensões de linha dos geradores conectados em Y. Por exemplo, o diagrama
fasorial das tensões de linha para a sequência de fase ABC é mostrado na figura abaixo.

Ao desenhar um diagrama como esse, é preciso tomar cuidado para que o primeiro e o
segundo índice das tensões estejam na mesma ordem. Em notação fasorial,

OS SISTEMAS TRIFÁSICOS ∆ - ∆ E ∆ - Y
As equações básicas necessárias para analisar os sistemas ∆ - ∆ e ∆ - Y já foram vistas
pelo menos uma vez neste capítulo. Portanto, analisaremos diretamente os dois exemplos
descritivos, um para uma carga conectada em ∆ e outro para uma carga em Y.
Exemplo
Considerando o sistema ∆ - ∆ visto na figura abaixo
a) Determine os ângulos de fase θ2 e θ3, para a sequência de fase especificada
b) Determine as correntes de cada fase conectada à carga
c) Determine o módulo das correntes de linha,
Solução
Exemplo
Considerando o sistema ∆ - Y, mostrado na figura abaixo:

a) Determine as tensões de cada fase conectada à carga


b) Determine o módulo das tensões de linha.

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