Sistemas Trifásicos Aluno
Sistemas Trifásicos Aluno
A figura acima apresenta as indicações das tensões e das correntes em função da tensão
V de linha a linha aplicada ao primário e da corrente da linha I, onde a = N1 / N2, a razão entre
o número de espiras do primário e do secundário. A tensão de linha é a tensão entre duas linhas,
enquanto a tensão de fase é a tensão através do enrolamento de um transformador. A corrente
de linha é a corrente em uma das linhas, enquanto a corrente de fase a corrente no enrolamento
do transformador. As especificações de tensão e corrente dos transformadores individuais
dependem das conexões mostradas e estão indicadas na forma de uma tabela para facilitar os
cálculos. Os transformadores são considerados ideais. A especificação em quilovolt-ampères
de cada transformador é um terço da especificação em quilovolt-ampères do conjunto,
independentemente das conexões usadas nos transformadores.
Exemplo 1
Se a tensão de linha V for de 2200V para um conjunto de transformadores 3Φ, calcule
a tensão através de cada enrolamento do primário do transformador para os quatro tipos de
conexão de transformadores.
Cada fase de um gerador 3Φ conectado em ∆ alimenta uma corrente com carga máxima
de 100A em uma tensão de 240V e com um FP de 0,6 indutivo.
Calcule;
a) A tensão de linha
b) A corrente de linha
c) A potência 3Φ em KVA
d) A potência 3Φ em KW
Respostas
Exemplo 6
Três resistências de 20Ω estão conectadas em Y a uma linha 3Φ de 240V operando com
um FP unitário.
Calcule:
a) a corrente em cada resistência;
b) a corrente de linha;
c) a potência consumida pelas três resistências.
Respostas
Exemplo 7
Repita o exemplo 6 considerando que as três resistências estão conectadas em triangulo.
Exemplo 8
O secundário de um transformador 3Φ conectado em Y tem um sistema de quatro fios
ABC de 208V. Nas três fases são conectadas 30 lâmpadas, sendo cada uma de 120V e 2A.
Mostre a conexão da carga formada pelas lâmpadas para que a carga fique equilibrada, e
determine a potência admitida para cada fase e a potência consumida pelo sistema. (considere
que as lâmpadas sejam resistivas).
Exemplo 9
Um sistema 3Φ de três fios tem uma corrente de linha de 25A e uma tensão de linha de
1000V. O fator de potência da carga é de 86,6% indutivo. Calcule:
a) a potência real fornecida;
b) a potência reativa;
c) a potência aparente;
d) desenhe o triângulo de potência
Respostas
Cargas trifásicas desequilibradas
Uma propriedade muito importante de um sistema 3Φ equilibrado é que a soma dos
fasores das tensões nas 3 linhas (ou fases) é zero e a soma dos fasores das correntes nas três
linhas (ou fases) também é zero. Quando as impedâncias das três cargas não forem iguais entre
si, a soma dos fasores e a corrente no neutro IN não serão nulas, e teremos uma carga
desequilibrada. Ocorrerá um desequilíbrio quando aparecer na carga um circuito aberto ou um
curto–circuito.
Se um sistema 3Φ tiver uma fonte de alimentação desequilibrada e uma carga também
desequilibrada, os métodos para sua solução serão complexos. Consideremos somente uma
carga desequilibrada com uma fonte equilibrada.
Exemplo 10
Considere um sistema 3Φ equilibrado com uma carga Y. a tensão de linha a linha é de
173V e a resistência em cada ramo é de 10Ω. Calcule a corrente de linha e a corrente de neutro
sob as seguintes condições de carga:
Exemplo
Em um sistema em Y de 120/208 V de quatro fios são conectadas duas lâmpadas da fase
A, cinco lâmpadas da fase B e quatro lâmpadas da fase C ao neutro, conforme figura abaixo.
Se todas as lâmpadas forem de mesma especificação e se cada uma consome 2 A, qual a corrente
em cada fase e a corrente no neutro?
Números complexos e impedância complexa para circuitos CA em série
Introdução
A compreensão dos números complexos é importante na análise de circuitos ca pois a
impedância, a tensão e a corrente são expressas mais adequadamente na forma de números
complexos. Os cálculos do circuito são simplificados quando se usam números complexos.
Operador J
O número imaginário j é conhecido como operador j. Quando o operador j é
multiplicado por um número real a, j x a, significa uma mudança de 90º em a no sentido anti-
horário. Ao multiplicarmos j duas vezes, j x j x a = j² x a = - a, o resultado é uma variação de
180º no sentido anti-horário. Ao multiplicarmos j três vezes, j x j x j x a = j³ x a = j(j²) x a =
- j x a, a variação é de 270º. E ao multiplicarmos j quatro vezes, j x j x j x j x a = 𝑗 4 x a = (j²)(j²)
x a = (-1)(-1) x a = a e completamos o círculo.
Exemplo
Converta z = 10 30º da forma polar para a forma retangular mostrando o gráfico
Exemplo
Adição
Os números complexos podem ser somados quando são representados na forma
retangular. Para somar um ou mais números complexos, somamos entre si as partes real e
imaginária e, em seguida, somamos os resultados. Por exemplo:
Subtração
Para subtrair um número complexo de outro, subtraia as partes reais e as partes
imaginárias e, em seguida, some o resultado. Por exemplo:
Multiplicação
Os números complexos podem ser multiplicados tanto na forma polar quanto na
retangular. Dados dois números na forma retangular, siga as regras da álgebra para a
multiplicação de dois termos. Por exemplo
Portanto,
Divisão
Os números complexos podem ser divididos tanto na forma retangular quanto na
polar. Por exemplo.
8 − 𝑗4
2 + 𝑗1
Para eliminar a parte imaginária do denominador, multiplicamos o numerador e o
denominador pelo conjugado do denominador.
8 − 𝑗4 2 − 𝑗1 16 − 𝑗8 − 𝑗8 + 𝑗 2 4 12 − 𝑗16 12 16
𝑥 = = = −𝑗 = 2,4 − 𝑗3,2
2 + 𝑗1 2 − 𝑗1 4+1 5 5 5
Esse processo de converter o denominador em um número real, sem o termo j, é
denominado de racionalização.
Quando os números complexos são dados na forma polar, podemos efetuar a divisão
usando a fórmula:
Por tanto
Exemplo:
Para um circuito RL em serie com R = 5 Ω e XL = 10 Ω, calcule a impedância complexa
Z nas formas retangular e polar.
Exemplo
Em um circuito RC em série, R = 15 Ω e XC = 15 Ω. Calcule Z nas formas retangular
e polar. Desenhe o triângulo de impedâncias.
Exemplo
Calcule a impedância complexa Z nas formas polar e retangular da figura abaixo, e
mostre o triângulo de impedâncias.
O GERADOR TRIFÁSICO
O gerador trifásico visto na figura abaixo usa três enrolamentos posicionados a 120º
um do outro em torno do estator, como é ilustrado abaixo.
Como os três enrolamentos possuem o mesmo número de espiras e giram com a mesma
velocidade angular, as tensões induzidas nesses enrolamentos tem a mesma amplitude, forma
de onda e frequência. À que o eixo do gerador gira acionado por alguma força externa, as
tensões induzidas 𝑒𝐴𝑁, 𝑒𝐵𝑁, 𝑒𝐶𝑁, são geradas simultaneamente, como mostra a figura abaixo.
𝐸𝐴𝑁 = 0,707𝐸𝑚(𝐴𝑁)
𝐸𝐵𝑁 = 0,707𝐸𝑚(𝐵𝑁)
𝐸𝐶𝑁 = 0,707𝐸𝑚(𝐶𝑁)
E
Aplicando a regra segundo a qual a soma vetorial de qualquer número de vetores é nula
sempre que, ao desenhar os vetores de tal maneira que a ‘cauda’ do segundo comece onde a
‘ponta’ do primeiro termina e assim por diante, a ponta do último vetor coincidir com a cauda
do primeiro, chegamos à conclusão de que a soma fasorial das tensões de fase em um sistema
trifásico é nula. Ou seja:
𝐸𝐴𝑁 + 𝐸𝐵𝑁 + 𝐸𝐶𝑁 = 0
O GERADOR CONECTADO EM Y
Quando três terminais N, vistos na primeira figura, são conectados entre si, o gerador é
denominado gerador trifásico conectado em Y
Conforme indicado na figura acima, a letra Y, formada pela disposição dos
enrolamentos, aparece invertida para facilitar a notação, e também por uma questão de clareza.
O ponto comum aos três terminais é chamado de neutro. Quando não existe nenhum condutor
conectando o neutro à carga, o sistema é chamado de gerador trifásico conectado em y de três
fios. Quando existe um fio conectando o neutro à carga, o sistema é chamado de gerador
trifásico conectado em Y de quatro fios.
Os três condutores usado para conectar os terminais A, B e C à carga do circuito são
chamados de linhas. Como se pode ver na figura acima, para um sistema conectado em Y, a
corrente de linha é igual à corrente de fase. Ou seja,
𝑰𝑳 = 𝑰𝜱𝒈
Onde o índice Φ é usado para indicar que se trata de uma fase, e o índice g, que se trata
de um gerador.
A tensão entre uma linha e outra é chamada de tensão de linha. No diagrama fasorial
abaixo, a tensão de linha é o fasor que liga as extremidades dos fasores associados a duas fases,
no sentido anti-horário.
Aplicando a lei de Kirchhoff para tensões à malha indicada na figura acima,obtemos:
𝐸𝐴𝐵 − 𝐸𝐴𝑁 + 𝐸𝐵𝑁 = 0
Ou
𝐸𝐴𝐵= 𝐸𝐴𝑁 − 𝐸𝐵𝑁 = 𝐸𝐴𝑁 + 𝐸𝑁𝐵
O diagrama fasorial mostrado é redesenhado para se obter 𝐸𝐴𝐵 , como mostra a figura
abaixo.
Cada tensão de fase, quando invertido (𝐸𝑁𝐵 ), divide ao meio o ângulo entre as outras
duas, α = 60º. O ângulo β é 30º, já que a reta que passa pelas extremidades opostas de um
losango divide os ângulos internos pela metade. As linhas desenhadas entre cantos opostos do
losango também formam ângulos retos.
A distância x é dada por:
√3
𝑥 = 𝐸𝐴𝑁 𝑥 cos 30º = 𝑥 𝐸𝐴𝑁
2
e
√3
𝐸𝐴𝐵 = 2𝑥 = (2) 𝑥 𝑥 𝐸𝐴𝑁 = √3 𝑥 𝐸𝐴𝑁
2
Observando o diagrama fasorial, vemos que o ângulo v de 𝐸𝐴𝐵 = 𝛽 = 30º, então:
𝐸𝐴𝐵 = 𝐸𝐴𝐵 30º = √3 𝑥 𝐸𝐴𝑁 30º
𝐸𝐶𝐴 = √3 𝑥 𝐸𝐶𝑁 150º
𝐸𝐴𝐵 = √3 𝑥 𝐸𝐵𝑁 270º
Ou seja, o módulo da tensão de linha de um gerador conectado em Y é igual a √3 vezes
a tensão de fase:
𝐸𝐿 = √3 𝑥 𝐸𝛷
Sendo o ângulo de fase entre qualquer tensão de linha e a tensão de fase mais próxima
igual a 30º
Em notação senoidal,
𝑒𝐴𝐵 = √2 𝑥 𝐸𝐴𝐵 𝑥 sin(𝜔𝑡 + 30º)
𝑒𝐶𝐴 = √2 𝑥 𝐸𝐶𝐴 𝑥 sin(𝜔𝑡 + 150º)
𝑒𝐵𝐶 = √2 𝑥 𝐸𝐵𝐶 𝑥 sin(𝜔𝑡 + 270º)
E
O diagrama fasorial das tensões de linhas e de fase é mostrado na figura abaixo.
Portanto, podemos concluir que a soma das tensões de linha também é nula; ou seja,
𝐸𝐴𝐵 + 𝐸𝐶𝐴 + 𝐸𝐵𝐶 + 0
equilibrada e diferentes se a carga for desequilibrada. O leitor deve se lembrar de que, no caso
de um gerador conectado em Y, o módulo da tensão de linha é igual a √ 3 vezes a tensão de
fase. A mesma relação pode ser aplicada à carga equilibrada ou não de um sistema YY de quatro
fios.
𝐸𝐿 = √3 𝑥 𝑉𝛷
No caso de uma queda de tensão em um elemento de carga, o primeiro índice se refere
ao terminal através do qual a corrente entra no elemento, e o segundo, ao terminal através do
qual a corrente deixa o elemento. Em outras palavras, o primeiro índice é, por definição,
positivo em relação ao segundo no momento de definir a polaridade da queda de tensão.
Observe a figura abaixo, na qual a notação do duplo índice foi usada para tensões do gerador e
para as quedas de tensão na carga.
Exemplo
A sequência de fase do gerador conectado em Y vista na figura acima é ABC
a) Determine os ângulos de fase θ2 e θ3
b) Determine o módulo das tensões de linha
c) Determine as correntes de linha
d) Verifique que, como a carga é balanceada, 𝐼𝑁 = 0
Solução
O SISTEMA Y - ∆
Não existe a conexão do neutro no sistema Y - ∆ mostrando na figura abaixo:
Qualquer variação na impedância de uma das fases que desequilibre o sistema faz com
que as correntes de linha sejam diferentes.
No caso de uma carga equilibrada,
𝒁𝟏 = 𝒁𝟐 = 𝒁𝟑
As tensões de fase da carga são iguais às tensões de linha do gerador, mesmo que a carga
não seja equilibrada:
𝑉𝛷 = 𝐸𝐿
A relação entre as correntes de fase em uma carga equilibrada conectada em ∆ pode ser
obtida usando uma abordagem semelhante à empregada na seção do gerador conectado em Y,
para determinar a relação entre as tensões da linha e as tensões de fase em um gerador conectado
em Y. Entretanto, nesse caso, empregamos a lei de Kirchhoff para correntes em vez da lei de
Kirchhoff para tensões.
O resultado obtido é:
𝐼𝐿 = √3 𝑥 𝐼𝛷
e o ângulo de fase entre a corrente de linha e a corrente de fase mais próxima é 30º.
No caso de uma carga equilibrada, os módulos das correntes de linha são iguais, assim
como os módulos das correntes de fase.
Exemplo:
Considerando o sistema trifásico visto na figura abaixo:
Nesse sistema, as tensões de fase e de linha são equivalentes e tem o mesmo valor que
as tensões induzidas nos enrolamentos do gerador; ou seja,
Em geral,
𝐼𝐿 = √3 𝑥 𝐼𝛷
sendo que o ângulo de fase entre a corrente de linha e a corrente de fase mais próxima
é de 30º. O diagrama fasorial das correntes é mostrado na figura abaixo.
É possível demonstrar – da mesma maneira que foi feito para as tensões de um gerador
conectado em Y – que a soma fasorial das correntes de linha e das correntes de fase de um
gerador conectado em ∆, com uma carga equilibrada é nula.
A SEQUÊNCIA DE FASE NO GERADOR CONECTADO EM ∆
Embora as tensões de linha e de fase de um sistema conectado em ∆ sejam iguais, é mais
prático descrever a sequência de fase em termos das tensões de linha. O método utilizado é o
mesmo descrito para tensões de linha dos geradores conectados em Y. Por exemplo, o diagrama
fasorial das tensões de linha para a sequência de fase ABC é mostrado na figura abaixo.
Ao desenhar um diagrama como esse, é preciso tomar cuidado para que o primeiro e o
segundo índice das tensões estejam na mesma ordem. Em notação fasorial,
OS SISTEMAS TRIFÁSICOS ∆ - ∆ E ∆ - Y
As equações básicas necessárias para analisar os sistemas ∆ - ∆ e ∆ - Y já foram vistas
pelo menos uma vez neste capítulo. Portanto, analisaremos diretamente os dois exemplos
descritivos, um para uma carga conectada em ∆ e outro para uma carga em Y.
Exemplo
Considerando o sistema ∆ - ∆ visto na figura abaixo
a) Determine os ângulos de fase θ2 e θ3, para a sequência de fase especificada
b) Determine as correntes de cada fase conectada à carga
c) Determine o módulo das correntes de linha,
Solução
Exemplo
Considerando o sistema ∆ - Y, mostrado na figura abaixo: