Impacto da Microbiota Intestinal no
Desenvolvimento de Transtornos de
Ansiedade
[ALERTA: Este é um artigo científico fictício criado apenas para fins de
demonstração]
Resumo
Este estudo investigou a relação entre a composição da microbiota intestinal e o
desenvolvimento de transtornos de ansiedade em adultos. Uma amostra de 180
participantes foi dividida em três grupos: indivíduos com transtorno de ansiedade
generalizada diagnosticado (n=60), indivíduos com sintomas subclínicos de ansiedade
(n=60) e controles saudáveis (n=60). Amostras fecais foram coletadas para análise
metagenômica da microbiota intestinal, enquanto os níveis de ansiedade foram
avaliados através de instrumentos psicométricos validados. Os resultados revelaram
diferenças significativas na diversidade e composição da microbiota intestinal entre os
grupos, com redução na abundância de Lactobacillus e Bifidobacterium e aumento de
Enterobacteriaceae nos indivíduos com transtorno de ansiedade. Análises de correlação
demonstraram associação significativa entre a proporção de certas bactérias intestinais
e os escores de ansiedade. Estes achados sugerem que alterações na microbiota
intestinal podem estar envolvidas na fisiopatologia dos transtornos de ansiedade,
abrindo caminho para novas abordagens terapêuticas baseadas na modulação da
microbiota.
Palavras-chave: Microbiota intestinal, eixo intestino-cérebro, transtornos de ansiedade,
metagenômica, psicobióticos.
1. Introdução
O conceito de eixo intestino-cérebro tem ganhado crescente atenção na comunidade
científica nas últimas décadas. Este sistema de comunicação bidirecional entre o trato
gastrointestinal e o sistema nervoso central envolve vias neurais, imunológicas,
endócrinas e metabólicas (Cryan & Dinan, 2012). A microbiota intestinal, composta por
trilhões de microrganismos que habitam o trato gastrointestinal humano, tem emergido
como um componente crucial deste eixo, potencialmente influenciando diversos
aspectos da saúde mental e comportamento (Foster & McVey Neufeld, 2013).
Estudos em modelos animais têm demonstrado que alterações na microbiota intestinal
podem influenciar comportamentos relacionados à ansiedade e resposta ao estresse
(Sudo et al., 2004; Neufeld et al., 2011). Em camundongos livres de germes (germ-free),
observou-se aumento nos comportamentos de ansiedade, que foram normalizados
após colonização com microbiota intestinal de animais saudáveis (Diaz Heijtz et al.,
2011). Além disso, a administração de probióticos específicos demonstrou efeitos
ansiolíticos em diversos modelos animais (Bravo et al., 2011).
Em humanos, evidências preliminares sugerem associações entre disbiose intestinal
(desequilíbrio na composição da microbiota) e diversos transtornos psiquiátricos,
incluindo depressão, autismo e esquizofrenia (Valles-Colomer et al., 2019). No entanto,
estudos específicos sobre a relação entre microbiota intestinal e transtornos de
ansiedade em humanos ainda são limitados e frequentemente apresentam resultados
inconsistentes, possivelmente devido a diferenças metodológicas e tamanhos amostrais
reduzidos.
Os transtornos de ansiedade representam o grupo mais prevalente de transtornos
mentais, afetando aproximadamente 264 milhões de pessoas em todo o mundo (WHO,
2017). Apesar dos avanços no tratamento, uma proporção significativa de pacientes não
responde adequadamente às terapias convencionais, destacando a necessidade de
novas abordagens terapêuticas baseadas em uma compreensão mais profunda dos
mecanismos fisiopatológicos subjacentes.
Este estudo busca contribuir para o preenchimento dessa lacuna, investigando de forma
abrangente a relação entre a composição da microbiota intestinal e os transtornos de
ansiedade em uma amostra significativa de adultos, utilizando metodologias avançadas
de sequenciamento e análise bioinformática.
2. Metodologia
2.1 Participantes
Foram recrutados 180 adultos (108 mulheres e 72 homens) com idade entre 25 e 55 anos
(média = 38,4; DP = 7,8), divididos em três grupos:
• Grupo TAG (n=60): indivíduos com diagnóstico de Transtorno de Ansiedade
Generalizada segundo critérios do DSM-5, confirmado por entrevista clínica
estruturada.
• Grupo Subclínico (n=60): indivíduos com sintomas de ansiedade que não atingem
os critérios diagnósticos para TAG (escores entre 8-15 na escala GAD-7).
• Grupo Controle (n=60): indivíduos sem histórico de transtornos psiquiátricos e com
baixos níveis de ansiedade (escores <8 na escala GAD-7).
Os critérios de exclusão incluíram: uso de antibióticos, probióticos ou prebióticos nos
três meses anteriores ao estudo; transtornos gastrointestinais diagnosticados; doenças
autoimunes; gravidez ou lactação; uso de medicamentos psicotrópicos (exceto no grupo
TAG, onde o uso estável de medicação por pelo menos 3 meses foi permitido); e dietas
restritivas. Todos os participantes assinaram termo de consentimento livre e
esclarecido, e o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade.
2.2 Avaliação Psicométrica
Os participantes foram avaliados através dos seguintes instrumentos:
• Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos do DSM-5 (SCID-5): utilizada para
confirmação diagnóstica no grupo TAG e exclusão de transtornos psiquiátricos nos
demais grupos.
• Escala de Ansiedade Generalizada (GAD-7): questionário de 7 itens para avaliação
da gravidade dos sintomas de ansiedade.
• Inventário de Ansiedade de Beck (BAI): escala de 21 itens que avalia a intensidade
dos sintomas de ansiedade.
• Escala de Depressão de Hamilton (HAM-D): para controle de sintomas depressivos
comórbidos.
• Questionário de Qualidade de Vida SF-36: para avaliação do impacto funcional dos
sintomas.
• Questionário de Frequência Alimentar (QFA): para controle de variáveis dietéticas.
2.3 Coleta e Análise de Amostras Fecais
Amostras fecais foram coletadas utilizando kits padronizados OMNIgene-GUT (DNA
Genotek), seguindo protocolo rigoroso para minimizar contaminação. O DNA bacteriano
foi extraído utilizando o kit QIAamp PowerFecal DNA (Qiagen), seguindo as instruções do
fabricante.
O sequenciamento do gene 16S rRNA foi realizado na plataforma Illumina MiSeq,
visando a região V3-V4. Adicionalmente, para um subconjunto de 30 amostras (10 de
cada grupo), foi realizado sequenciamento shotgun metagenômico na plataforma
Illumina NovaSeq 6000.
A análise bioinformática incluiu controle de qualidade das sequências (FastQC),
remoção de sequências quiméricas (UCHIME), agrupamento em unidades taxonômicas
operacionais (OTUs) com 97% de similaridade (UPARSE), e classificação taxonômica
utilizando o banco de dados SILVA. A diversidade alfa (Shannon, Simpson e Chao1) e
beta (UniFrac ponderado e não-ponderado) foram calculadas utilizando o pacote
QIIME2.
2.4 Análise de Metabólitos
Em um subconjunto de 90 participantes (30 de cada grupo), foram analisados
metabólitos fecais, incluindo ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), utilizando
cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (GC-MS).
2.5 Análise Estatística
As diferenças na composição da microbiota entre os grupos foram analisadas utilizando
PERMANOVA. A abundância diferencial de táxons foi avaliada utilizando análise de
expressão diferencial para dados de sequência (DESeq2), com correção para múltiplas
comparações (FDR). Correlações entre abundância bacteriana e escores de ansiedade
foram avaliadas utilizando correlação de Spearman. Modelos de regressão linear
múltipla foram utilizados para avaliar a associação entre composição da microbiota e
escores de ansiedade, controlando para potenciais confundidores (idade, sexo, IMC,
dieta e uso de medicação).
3. Resultados
3.1 Características da Amostra
Os três grupos não apresentaram diferenças significativas em termos de idade, sexo, IMC
e principais variáveis dietéticas (p > 0,05). Como esperado, os escores nas escalas de
ansiedade foram significativamente diferentes entre os grupos (p < 0,001), com o grupo
TAG apresentando os maiores escores (GAD-7: 16,8 ± 2,3; BAI: 28,4 ± 5,7), seguido pelo
grupo Subclínico (GAD-7: 11,3 ± 1,9; BAI: 18,6 ± 4,2) e Controle (GAD-7: 3,2 ± 1,5; BAI:
7,1 ± 3,8).
3.2 Diversidade e Composição da Microbiota Intestinal
A análise da diversidade alfa revelou redução significativa nos índices de Shannon e
Simpson no grupo TAG em comparação com o grupo Controle (p < 0,01), indicando
menor diversidade bacteriana. O grupo Subclínico apresentou valores intermediários,
significativamente diferentes tanto do grupo TAG quanto do Controle (p < 0,05).
A análise de coordenadas principais (PCoA) baseada em distâncias UniFrac ponderadas
demonstrou separação significativa entre os três grupos (PERMANOVA, p = 0,003),
indicando diferenças na composição global da microbiota intestinal.
Em nível de filo, observou-se aumento significativo na abundância relativa de
Proteobacteria no grupo TAG (8,7% vs. 4,2% no grupo Controle, p < 0,01) e redução em
Firmicutes (52,3% vs. 63,8%, p < 0,01). A razão Firmicutes/Bacteroidetes,
frequentemente utilizada como indicador de disbiose, foi significativamente menor no
grupo TAG (1,2 vs. 1,8 no grupo Controle, p < 0,01).
Em níveis taxonômicos mais específicos, o grupo TAG apresentou redução significativa
na abundância de gêneros potencialmente benéficos, incluindo Lactobacillus (1,2% vs.
3,7% no grupo Controle, p < 0,001), Bifidobacterium (2,3% vs. 5,1%, p < 0,001) e
Faecalibacterium (4,8% vs. 8,3%, p < 0,01). Por outro lado, observou-se aumento na
abundância de Enterobacteriaceae (6,3% vs. 2,8%, p < 0,01) e Desulfovibrio (1,7% vs.
0,6%, p < 0,01).
O grupo Subclínico apresentou um padrão intermediário, com alterações na mesma
direção, porém menos pronunciadas que o grupo TAG.
3.3 Correlação entre Microbiota e Escores de Ansiedade
Análises de correlação revelaram associações significativas entre a abundância de certos
táxons bacterianos e os escores nas escalas de ansiedade. Destacam-se correlações
negativas entre os escores GAD-7 e a abundância de Lactobacillus (r = -0,42, p < 0,001),
Bifidobacterium (r = -0,38, p < 0,001) e Faecalibacterium (r = -0,35, p < 0,001), e
correlações positivas com Enterobacteriaceae (r = 0,39, p < 0,001) e Desulfovibrio (r =
0,31, p < 0,01).
Modelos de regressão linear múltipla, controlando para potenciais confundidores,
confirmaram essas associações, com a abundância de Lactobacillus emergindo como o
preditor microbiano mais significativo dos escores de ansiedade (β = -0,37, p < 0,001).
3.4 Análise de Metabólitos
A análise de AGCC revelou concentrações significativamente reduzidas de butirato no
grupo TAG em comparação com o grupo Controle (2,8 vs. 4,5 μmol/g, p < 0,01), com o
grupo Subclínico apresentando valores intermediários (3,6 μmol/g). Concentrações de
butirato correlacionaram-se negativamente com escores de ansiedade (r = -0,40, p <
0,001) e positivamente com a abundância de bactérias produtoras de butirato, como
Faecalibacterium (r = 0,52, p < 0,001).
4. Discussão
Este estudo fornece evidências robustas de alterações significativas na composição da
microbiota intestinal em indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada,
caracterizadas principalmente por redução na diversidade bacteriana e na abundância
de gêneros potencialmente benéficos como Lactobacillus, Bifidobacterium e
Faecalibacterium, acompanhada por aumento em táxons potencialmente patogênicos
como Enterobacteriaceae e Desulfovibrio.
A observação de um padrão intermediário no grupo com sintomas subclínicos de
ansiedade sugere um possível continuum nas alterações da microbiota associadas à
ansiedade, que acompanha a gravidade dos sintomas. Isso é corroborado pelas
correlações significativas encontradas entre a abundância de certos táxons bacterianos
e os escores nas escalas de ansiedade.
A redução na abundância de Lactobacillus e Bifidobacterium no grupo TAG é
particularmente relevante, considerando que estes gêneros têm sido associados a
efeitos benéficos na saúde mental em estudos anteriores. Lactobacillus rhamnosus
demonstrou capacidade de modular a expressão de receptores GABA no cérebro e
reduzir comportamentos relacionados à ansiedade em modelos animais (Bravo et al.,
2011). Similarmente, certas cepas de Bifidobacterium longum demonstraram efeitos
ansiolíticos em estudos pré-clínicos e clínicos (Allen et al., 2016).
A redução observada em Faecalibacterium, um gênero conhecido por suas propriedades
anti-inflamatórias e produção de butirato, também merece destaque. O butirato, um
ácido graxo de cadeia curta produzido pela fermentação bacteriana de fibras dietéticas,
tem demonstrado capacidade de influenciar a função cerebral através de múltiplos
mecanismos, incluindo modulação epigenética, fortalecimento da barreira
hematoencefálica e efeitos anti-inflamatórios (Stilling et al., 2016). A redução nas
concentrações de butirato observada no grupo TAG, correlacionada com escores de
ansiedade, sugere um possível mecanismo pelo qual alterações na microbiota poderiam
influenciar a fisiopatologia dos transtornos de ansiedade.
O aumento na abundância de Enterobacteriaceae e Desulfovibrio no grupo TAG também
é significativo, considerando que estes táxons têm sido associados a estados pró-
inflamatórios e aumento na permeabilidade intestinal (Shin et al., 2015). A inflamação
sistêmica de baixo grau e a disfunção da barreira intestinal têm sido implicadas na
fisiopatologia de diversos transtornos psiquiátricos, incluindo ansiedade e depressão,
possivelmente através da ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal e alterações
em vias de neurotransmissão (Kelly et al., 2015).
Coletivamente, nossos achados sugerem que alterações na microbiota intestinal podem
estar envolvidas na fisiopatologia dos transtornos de ansiedade, possivelmente através
de múltiplos mecanismos, incluindo modulação da neurotransmissão, efeitos na
barreira intestinal, produção de metabólitos neuroativos e regulação da inflamação.
Estas alterações poderiam representar tanto uma causa quanto uma consequência dos
transtornos de ansiedade, considerando a natureza bidirecional do eixo intestino-
cérebro.
5. Conclusão
Este estudo demonstra alterações significativas na diversidade e composição da
microbiota intestinal em indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada, com um
padrão intermediário observado em indivíduos com sintomas subclínicos. As
correlações significativas entre a abundância de certos táxons bacterianos e os escores
de ansiedade sugerem um possível papel da microbiota intestinal na fisiopatologia dos
transtornos de ansiedade.
Estes achados abrem caminho para novas abordagens terapêuticas baseadas na
modulação da microbiota intestinal, como o uso de probióticos específicos
(psicobióticos), prebióticos ou intervenções dietéticas. Estudos futuros devem investigar
a eficácia destas intervenções em ensaios clínicos controlados, bem como explorar mais
profundamente os mecanismos subjacentes à relação entre microbiota intestinal e
ansiedade.
Limitações deste estudo incluem seu desenho transversal, que não permite estabelecer
relações causais, e a heterogeneidade inerente aos transtornos de ansiedade. Estudos
longitudinais e com maior estratificação dos subtipos de transtornos de ansiedade são
necessários para uma compreensão mais completa desta complexa relação.
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