UNIVERSIDADE ZAMBEZE
Faculdade Ciencias Agrarias
Curso : Enginharia Agro-pecuaria
Discplina :Economia Agropecuaria
Tema: Trabalho I
Descente : Docente:
Bantene Antonio Bantene PhD :Paulino Sadramo
ùlongué : maio de 2025
Introdução
A microeconomia estuda como agentes econômicos — consumidores e empresas —
interagem no mercado para tomar decisões de produção, consumo e preços. Dentro
desse contexto, o conceito de estrutura de mercado é central para entender a formação
dos preços e o comportamento dos agentes.
As principais estruturas de mercado analisadas são: concorrência perfeita, monopólio,
concorrência monopolística e oligopólio. Cada uma apresenta características específicas
em termos de número de participantes, liberdade de entrada e saída, grau de
diferenciação dos produtos e influência sobre o preço.O estudo dessas estruturas permite
analisar a eficiência dos mercados, a formação de preços e a necessidade (ou não) de
intervenção governamental.
Objectivos
Concorrência Perfeita
Definição
Em mercados perfeitamente competitivos:
Existem muitos compradores e vendedores;
Todos vendem um produto homogêneo;
Não há barreiras à entrada ou saída de empresas;
Informação é perfeita (todos conhecem preços e custos).
As empresas são tomadoras de preço: nenhuma firma, individualmente, influencia o
preço de mercado.
Maximização do Lucro
A firma competitiva busca maximizar seu lucro. O lucro (π) é dado por:π(q)= R(q)-
C(q) onde:
R(q) = Receita total = p×q
C(q) = Custo total da produção de q unidades.
Condição de maximização do lucro:
⇒ MR=MC
dπ
dq
= 0
Na concorrência perfeita: MR= P ⇒ P=MC Ou seja, a firma maximiza seu lucro
produzindo a quantidade onde o preço é igual ao seu custo marginal.
Equilíbrio de Curto Prazo da FirmaNo curto prazo:A firma pode ter lucro
econômico, prejuízo, ou lucro zero; Decide continuar operando se:P ≥ AVC Onde
AVC é o custo variável médio
. Gráfico — Firma Individual (Concorrência Perfeita)
MC cruza o ponto de mínimo do AC;
A firma ajusta sua produção para onde P=MCp = MCp=MC.
Legenda:MC = Custo Marginal;AC = Custo Médio Total.
Equilíbrio de Longo Prazo
No longo prazo:Lucros econômicos atraem novas empresas;A entrada de firmas reduz o
preço de mercado;O equilíbrio de longo prazo ocorre onde:P =MC =AC Ou seja, a
firma produz no ponto de mínimo do custo médio e lucra zero economicamente.
Monopólio
Definição
O monopólio é uma estrutura de mercado onde uma única empresa é a única
fornecedora de um bem ou serviço sem substitutos próximos.
O monopolista define o preço ao escolher a quantidade ofertada, pois enfrenta toda a
curva de demanda do mercado.
Principais características do monopólio:
Um único vendedor;
Produto sem substitutos próximos;
Barreiras fortes à entrada de novas empresas (patentes, controle de recursos,
licenças, custos fixos altos)
Poder de mercado significativo.
Receita Total, Receita Marginal e Maximização de Lucro
A Receita Total (RT) do monopolista é dada por:
RT(q)= p(q)×q
onde:p(q) = preço como função da quantidade,q = quantidade vendida
dp(q ) dp(q)
Receita Marginal (RM) é: RM(q) = P(q) +q × O term é negativo porque a
dq dq
curva de demanda é decrescente.
Condição de Maximização do Lucro no Monopólio:
RM(q)=CM(q) ou seja, o monopolista escolhe a quantidade q∗ onde a Receita Marginal
é igual ao Custo Marginal.
Importante:Diferente da concorrência perfeita, no monopólio:O preço p∗ será maior
que o custo marginal.A produção será menor do que no mercado competitivo.
Relação entre Preço, Custo Marginal e Elasticidade
No monopólio, existe uma relação entre o preço, o custo marginal e a elasticidade-preço
p−CM
da demanda(ε)
P
= - 1ε
Onde:ε é a elasticidade-preço da demanda (sempre negativa).
Essa equação mostra que:Quanto menos elástica for a demanda (em valor absoluto
pequeno), maior será a diferença entre preço e custo marginal.Quanto mais elástica a
demanda (valor absoluto grande), menor será o mark-up sobre o custo marginal.
Gráfico — Equilíbrio no Monopólio
Legenda:
A curva de Receita Marginal (RM) está sempre abaixo da curva de Demanda (D).
O monopolista escolhe q∗ onde RM=MC,O preço p∗ é obtido na curva de demanda no
ponto correspondente a q∗.
Observação importante:
O preço no monopólio é superior ao preço competitivo; a quantidade ofertada é
inferior à quantidade competitiva
Ineficiência do Monopólio: Perda de Peso Morto
O monopólio gera uma perda de peso morto (DWL, Deadweight Loss), ou seja, uma
ineficiência econômica porque deixa de atender consumidores que estariam dispostos a
pagar mais que o custo marginal do produto.Essa perda é representada graficamente
pela área entre a curva de demanda e a curva de custo marginal, para as quantidades
entre q monipolio e q competetivo
Competição Monopolística
Definição
A competição monopolística é uma estrutura de mercado que combina características
de concorrência perfeita e monopólio.Nesse tipo de mercado:Existem muitas empresas
competindo;Os produtos são diferenciados (pela marca, qualidade, localização
etc.);Livre entrada e saída de empresas;Cada empresa tem algum poder de mercado
sobre seu produto. Exemplos:Mercados de roupas, restaurantes, farmácias e serviços
como salões de beleza.
Resumo das características:
Diferenciação de produto;
Grande número de vendedores;
Livre entrada e saída;
Poder de mercado individual limitado, mas existente.
Maximização de Lucro no Curto Prazo
Assim como o monopolista, a firma em competição monopolística:Escolhe a quantidade
onde:
RM=CM
Define o preço com base na curva de demanda percebida para seu produto. Condição de
curto prazo:Pode haver lucro econômico positivo se a empresa for eficiente ou tiver
forte diferenciação
Gráfico — Curto Prazo (Lucro Positivo)
O preço p é maior que o custo médio AC;
A empresa tem lucro econômico no curto prazo.
Equilíbrio de Longo PrazoNo longo prazo:A entrada de novas empresas ocorre atraída
pelo lucro econômico.A demanda por cada firma se desloca para a esquerda (pois
surgem mais substitutos).O preço cai até:p=AC Isto é, lucro econômico tende a zero.
Grafico –Longo Prazo (lucro zero )
No ponto de equilíbrio, a firma não tem lucro econômico, mas cobre todos os seus
custos (inclusive o custo de oportunidade)
Eficiência na Competição Monopolística
Importante:Não há eficiência alocativa perfeita como na concorrência perfeita.As firmas
operam com excesso de capacidade — produzem menos do que o nível mínimo de
custo médio.A diferenciação de produto, apesar de gerar ineficiências, também aumenta
o bem-estar do consumidor através da variedade
Oligopólio
Definição
O oligopólio é uma estrutura de mercado em que poucas empresas dominam a oferta
de um bem ou serviço.
Cada empresa reconhece que suas decisões afetam — e são afetadas — pelas decisões
dos concorrentes.
Características principais do oligopólio:
Pequeno número de grandes empresas;Interdependência estratégica;Produtos
homogêneos ou diferenciados;Barreiras significativas à entrada de novas firmas
Exemplos :Mercado de refrigerantes (Coca-Cola e Pepsi),Setor automobilístico,Setor de
telecomunicações.
Comportamento Estratégico
Em oligopólios, as empresas precisam considerar a reação dos concorrentes ao tomar
decisões de preço ou quantidade.
Por isso, o comportamento estratégico é modelado por jogos econômicos (Teoria dos
Jogos).
Modelos de Oligopólio
Modelo de Cournot (Concorrência em Quantidade)
Ideia básica:
Cada firma escolhe a quantidade que deseja produzir, supondo que a quantidade da rival
seja fixa.
Para duas firmas (firma 1 e firma 2):
A firma 1 escolhe q1 para maximizar seu lucro dado q2;
A firma 2 escolhe q2 para maximizar seu lucro dado q1.
Funções de melhor resposta:
Q1=BR1(q2) q2=BR2(q1)
O equilíbrio de Cournot é o ponto onde:
BR1(q2) =q1 e BR2(q1)=q2
Gráfico — Equilíbrio de Cournot
O equilíbrio ocorre no cruzamento das duas curvas de melhor resposta.
Modelo de Bertrand (Concorrência em Preço)
Ideia básica:
As empresas competem escolhendo preços em vez de quantidades.
Se os produtos são homogêneos:A empresa que oferecer o preço mais baixo conquista
todo o mercado.Se as duas empresas cobrarem o mesmo preço, dividem o mercado.
Resultado surpreendente:
Mesmo com apenas duas empresas, o preço de equilíbrio será:p=CM (igual ao da
concorrência perfeita).Ou seja:Oligopólios em preço com produtos idênticos podem
levar a preços competitivos.
Modelo de Stackelberg (Liderança em Quantidade)
Extensão de Cournot:
Uma empresa (líder) escolhe primeiro a quantidade;
A outra (seguidora) reage à decisão da líder.
A líder antecipa a reação da rival e escolhe q1 para maximizar seu lucro.
Esse modelo mostra como a vantagem da liderança pode gerar maior lucro para a firma
que se move primeiro
Equilíbrio e Eficiência
No oligopólio:
Preços são maiores que no mercado competitivo;Quantidade total é menor que no
competitivo;A eficiência econômica depende da intensidade da competição.Hierarquia
dos preços:P monopolio ¿ p oligopolio> p concorrencia prefeita
Conclusão
O estudo das estruturas de mercado é essencial para compreender como o
comportamento das empresas e a organização dos mercados influenciam o bem-estar
econômico.
Cada estrutura apresenta características distintas que afetam a eficiência alocativa, a
formação de preços e a produção:A concorrência perfeita é o ideal de eficiência, onde
preço se iguala ao custo marginal e o bem-estar social é maximizado.No monopólio, a
ausência de competição permite ao monopolista restringir a quantidade ofertada e elevar
o preço, gerando perda de eficiência conhecida como perda de peso morto.A
competição monopolística introduz diferenciação de produtos, promovendo variedade
para os consumidores, mas com excesso de capacidade e preços superiores aos da
concorrência perfeita.O oligopólio evidencia a interdependência estratégica entre
poucas empresas, resultando em comportamentos complexos e variados — que podem,
em alguns casos, se aproximar da eficiência ou, em outros, levar a práticas
anticompetitivas.Essas análises são fundamentais não apenas para a teoria econômica,
mas também para a formulação de políticas públicas, regulações antitruste e estratégias
empresariais.Compreender os diferentes modelos de mercado é, portanto, indispensável
para economistas, gestores e planejadores estratégicos.
Referências
PINDYCK, Robert S.; RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. 8ª edição. São
Paulo: Pearson Education, 2013.