21321-Texto Do Artigo-86331-1-10-20240627
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RESUMO
A pesquisa utilizou o arcabouço teórico e metodológico da Geoecologia das Paisagens, difundido por Rodriguez
e Silva (2018), com o intuito de realizar uma análise crítica do Plano de Manejo do Parque Natural Municipal e da
Área de Proteção Ambiental de Sabiaguaba, Fortaleza (CE). O estudo contou com as seguintes fases: (i)
Organização e Inventário, (ii) Análise, (iii) Diagnóstico e (iv) Prognóstico. Os resultados indicaram que após doze
anos da criação do primeiro Plano de Manejo das referidas Unidades de Conservação poucas foram as medidas
executadas feitas no zoneamento. Através da análise do PM e da pesquisa de campo e observando as principais
zonas definidas no Plano de Manejo constatou-se o não cumprimento da maioria de suas normas gerais. Devido
aos avanços urbanísticos para áreas litorâneas fica cada vez mais difícil a preservação e conservação dos ambientes
naturais e é necessário que realmente sejam executadas as medidas previstas nos PM para que ocorra a
sustentabilidade entre o natural e o social.
Palavras-chave: Geoecologia das paisagens, Plano de manejo, Unidades de conservação.
RESUMEN
La investigación utilizó el marco teórico y metodológico de la Geoecología del Paisaje, divulgado por Rodríguez
y Silva (2018), para realizar un análisis crítico del Plan de Manejo del Parque Natural Municipal y Área de
Protección Ambiental de Sabiaguaba, Fortaleza (CE). El estudio incluyó las siguientes fases: (i) Organización e
Inventario, (ii) Análisis, (iii) Diagnóstico y (iv) Pronóstico. Los resultados mostraron que doce años después de la
creación del primer Plan de Gestión de estas Unidades de Conservación, se han aplicado pocas medidas en la
zonificación. El análisis del PM y de la investigación de campo y la observación de las principales zonas definidas
en el Plan de Gestión revelaron que la mayoría de sus normas generales no se habían cumplido. Debido a la
urbanización de las zonas costeras, cada vez es más difícil preservar y conservar los entornos naturales y es
necesario que las medidas establecidas en los MP se apliquen realmente para que pueda darse la sostenibilidad
entre lo natural y lo social.
Palabras Clave: Geoecología del Paisaje, Plan de Manejo, Unidades de Conservación.
1
Universidade Federal do Ceará – UFC, [email protected]
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Barros, Ana Carla Oliveira de; Araujo, Francisca Laryssa Feitosa; Rabelo, Francisco Davy Braz; Silva,
Edson Vicente da. Análise crítica do plano de manejo parque natural municipal das dunas e área de
proteção ambiental de Sabiaguaba, Fortaleza, Ceará: à luz da Geoecologia das Paisagens. Revista
Pantaneira, V. 24, EDIÇÃO ESPECIAL CIGEPPAM(UFC), UFMS, Aquidauana-MS, 2024.
Introdução
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proteção ambiental de Sabiaguaba, Fortaleza, Ceará: à luz da Geoecologia das Paisagens. Revista
Pantaneira, V. 24, EDIÇÃO ESPECIAL CIGEPPAM(UFC), UFMS, Aquidauana-MS, 2024.
Este artigo tem por objetivo fazer uma análise crítica do Plano de Manejo do
PNMDS e da APA, a fim de gerar subsídios para os futuros planos de manejo das Unidades de
Conservação. Para tanto, foram utilizadas como fundamentação teórica e metodológica as
diretrizes da Geoecologia das Paisagens.
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A área tem como objeto de estudo o conceito de paisagem que, por sua vez,
fundamenta-se em três dimensões que se intercruzam dialeticamente: paisagem natural,
paisagem social e paisagem cultural. A paisagem apresenta-se como a representação material e
imaterial, uma expressão morfológica e fisiográfica dos geossistemas (GUERRA, 2020). Nesse
caso, assume-se a paisagem como a cristalização do geossistema, sendo este compreendido
como:
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CATEGORIAS CONCEITUAÇÃO
Constitui um sistema espaço-temporal, uma organização espacial
ESPAÇO OU complexa e aberta, formada pela interação entre componentes ou
PAISAGEM elementos biofísicos que podem, em diferentes graus, ser
NATURAL modificados ou transformados pelas atividades humanas. É o meio
natural por meio de uma visão sistêmica.
A definição tradicional de Milton Santos (1994, 1996) é a de ser um
conjunto indissociável, solidário e contraditório de sistemas de
objetos e de ações na superfície do globo terrestre. Assim, o espaço
ESPAÇO
geográfico está formado por objetos naturais, fabricados, técnicos,
GEOGRÁFICO
mecânicos e cibernéticos. De acordo com essa visão, a natureza, os
objetos naturais estão submetidos à constituição da sociedade,
porque com essa visão, o espaço está estruturado pela sociedade. [...].
É a fisionomia, a morfologia e a expressão formal do espaço e dos
territórios. A paisagem cultural está situada no plano de contato entre
os fatos naturais e os fenômenos da ocupação humana, também entre
PAISAGEM
os objetos e os sujeitos que os percebem e agem sobre eles. E,
CULTURAL
também, uma imagem sensorial, afetiva, simbólica e material dos
espaços e dos territórios (BERINGUIER e BERINGUIER, 1991). É,
portanto, um construto ecológico, psicológico e social.
Do ponto de vista da materialidade física e de uma visão dialético-
sistêmica, o território é considerado como o conjunto de espaços e
paisagens geográficos e de sistemas naturais, econômicos, de habitat
e sociais em uma determinada área delimitada, fundamentalmente,
TERRITÓRIO
pelo poder econômico e político, submetido a um determinado
modelo e processo de gestão. Assim, a área que é delimitada e
controlada exerce determinado poder e realiza o controle político do
espaço e da paisagem.
Fonte. Adaptado de Rodriguez; Silva; Leal (2011, p. 39-41); Segundo Guerra e Silva (2022,
p. 9).
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Dessa forma o Quadro 3 mostra as fases usadas na Geoecologia das Paisagens para
o planejamento e gestão ambiental:
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Essa análise busca a relação dos sistemas sociais e culturais na dimensão socioecológica do
sistema, obtendo uma visão integrada da unidade com o meio natural (LOPEZ; LEÃO, 2018).
Seguindo tais diretrizes, a caracterização geoecológica do PNMDS e da APA de
Sabiaguaba, localizada na capital cearense, é apresentada conforme a seguir. De acordo com o
Plano de Manejo (2010), o Parque Natural Municipal das Dunas de Sabiaguaba tem uma área
de 467,60ha e possui as seguintes unidades geoecológicas que constituem a paisagem:
a) Mar litorâneo com 20,2ha, Faixa Praial/Pós-Praia e Marinha com 9ha e caracterizada
pela dinâmica dirigida através de processos marinhos e eólicos, com ausência de vegetação e
presença de sedimentos holocênicos marinhos e beach rocks (CEPEMA, 2010).
b) Planície de Deflação Eólica, com área de 113ha possuindo relevo plano, com dinâmica
eólica contida por vegetação herbácea e umidade devido ao lençol freático (CEPEMA, 2010).
c) Dunas Móveis, possuindo 152ha e dinâmica intensa, que propicia o transporte de
sedimentos eólicos, com alta permeabilidade de infiltração das águas das chuvas, pois possui
ausência de vegetação (CEPEMA, 2010).
d) Dunas Fixas e Semifixas, ocupando 83ha e estrutura vegetal arbustiva, com restrições
ao transporte de sedimentos, mas que contribui para a gênese dos solos e da biodiversidade
terrestre (CEPEMA, 2010).
e) Tabuleiro Costeiro, com área de 9ha e que se caracteriza como relevo plano, com
sedimentos da Formação Barreiras, com camada fina de sedimentos arenosos (CEPAMA,
2010).
f) Planície Fluviomarinha, com 3,3ha, composta por ecossistema aquático (CEPEMA,
2010).
g) Área Degradada (Mineração) que corresponde a 58ha e caracteriza-se como área
aplainada de sedimentos arenosos, com permeabilidade média devido à compactação do solo,
afloramentos do lençol freático (CEPEMA, 2010).
h) Agrossistema (Hortaliças), com 5,3ha, possuindo área de inundação sazonal e solos
hidromórficos (CEPEMA, 2010).
i) Agrossistema (Cajueiro), com 14ha, caracteriza-se como relevo suavemente ondulado,
mas possui partes planas, com alta permeabilidade (CEPEMA, 2010).
A seguir a Figura 2 exemplifica melhor a Planície de Deflação Eólica da Sabiaguaba:
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Materiais e Métodos
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Resultados e Discussão
Quadro 4. Pesquisas realizadas entre 2011 e 2022 sobre as UCs PNMDS e APA
de Sabiaguaba, Fortaleza (Ceará).
Nº Título Autor Tipo Ano
Demandas ambientais de
Sabiaguaba na perspectiva
1 Magda Silony Maciel Dissertação 2011
dos marcadores sociais do
lugar
As UCs de Sabiaguaba
(Fortaleza – Ceará, Brasil): Lílian Sorele Ferreira Souza
2 diagnóstico geoambiental e Edson Vicente da Silva Artigo 2011
propostas de gestão e Fábio Perdigão Vasconcelos
manejo
Análise da vulnerabilidade
ambiental da Área de
3 Larisse Silva Lopes Monografia 2014
Proteção Ambiental da
Sabiaguaba, Fortaleza
Processo de uso e ocupação
4 na área da Sabiaguaba- Antônia Alesandra de Assunção Monografia 2017
Ceará
Análise do Plano de
Manejo e panorama atual
5 do Parque Natural Lara Souza Campana Monografia 2017
Municipal das Dunas da
Sabiaguaba
A importância do
geoprocessamento para Lucas Adrian de Almeida
6 análise do uso e ocupação Bentemuller Artigo 2019
da Área de Proteção Ana Carla Alves Gomes
Ambiental (APA) de
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Sabiaguaba em Fortaleza-
CE
O cadastro territorial
multifinalitário como
ferramenta para proteção e
preservação das UC’s: o Lucas Adrian de Almeida
7 Monografia 2019
caso do Parque Natural Bentemuller
Municipal das Dunas de
Sabiaguaba em Fortaleza,
Ceará
Priscila Daiane Pereira Lopes
Ocupações irregulares no Nagela Segundo Teixeira
Parque Natural Municipal Lucas Adrian de Almeida
8 Artigo 2019
de Dunas da Sabiaguaba, Bentemuller
Fortaleza, Ceará Mariana Monteiro Navarro de
Oliveira
Francisca Dalila Menezes
Gestão e legislação Vasconcelos
ambiental das Unidades de Francisco Suetônio Bastos Mota
9 Artigo 2019
Conservação inseridas no Nosliana Nobre Rabelo
município de Fortaleza/CE Rauí Dantas Cavalcante Gama
Larissa de Miranda Menescal
Políticas de gestão
ambiental das Unidades de
Especializaç
10 Conservação de Ketlly Capistrano do Nascimento 2021
ão
Sabiaguaba –
Fortaleza/Ceará
Os impactos ambientais
das intervenções do poder
11 público nas Dunas da Leonam Cesário Lima Silva Monografia 2021
Sabiaguaba (Fortaleza,
Ceará)
Evolução da ocupação dos
Campos de Dunas de
12 Fortaleza – Ceará: causas e Monique Torres de Queiroz Monografia 2022
consequências para a
cidade
Fonte: BARROS (2022).
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e nº 11.987 de 20 de agosto de 2006. O SNUC estabelece no capítulo I, art. 2º, inciso XVII o
que é plano de manejo:
Documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma
unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem
presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das
estruturas físicas necessárias à gestão da unidade.
O primeiro PM das UCs em questão foi elaborado em 2010 e após pouco mais de
uma década não foi realizada nenhuma atualização. Este PM busca traçar medidas para a
sustentabilidade, planejamento e gestão ambiental das Unidades de Conservação PNMDS e
APA de Sabiaguaba. O propósito para que o Parque Natural das Dunas e a Área de Proteção
Ambiental de Sabiaguaba sejam denominados Unidades de Conservação é o que se segue:
Art. 1º - Fica criado o Parque Natural Municipal das Dunas de Sabiaguaba, localizado
no bairro de Sabiaguaba Município de Fortaleza, no Estado do Ceará, com área
aproximada de 467,60 hectares, cujo objetivo é preservar os ecossistemas naturais
existentes, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de
atividades de educação ambiental e de turismo ecológico (Decreto Municipal Nº
11.986 de 20 de agosto de 2006).
Este plano foi concluído no ano de 2010 e trouxe uma nova perspectiva para as
UCs, além de apresentar seus serviços e funções dos sistemas ambientais do PNMDS e da APA
de Sabiaguaba. As UCs se encontram dentro dos instrumentos legais, dentre eles:
a) Normas Gerais (Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
Constituição do Estado do Ceará de 1989 e Lei Orgânica do Município de Fortaleza de 1990);
b) Normas específicas de Unidade de Conservação Legislação Federal e Municipal
(Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto nº 4.340 de 22 de agosto de 2002 e Decreto nº
5.300 de 7 de dezembro de 2004; Decreto Municipal nº 11.986, de 20 de fevereiro de 2006;
Decreto Municipal nº 11.987, de 20 de fevereiro de 2006, Lei Complementar nº 62, de 02 de
fevereiro de 2009);
c) Normas Específicas para Áreas de Preservação Permanente e Sítios
arqueológicos Legislação Federal (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,
Resolução/CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002, Resolução/CONAMA nº 369, de 28 de
março de 2006, Resolução/CONAMA nº 341, de 25 de setembro de 2003,
Resolução/CONAMA nº 428, de 17 de dezembro de 2010, Lei nº 3.924, de 26 de julho de
1961).
Além disso, o PM apresentou estratégias para a gestão das UCs com a criação do
Conselho Gestor do PNMDS e da APA de Sabiaguaba, como previsto pela Lei Federal
9.985/2000 e composição de competências do Decreto 4.340/2002 (art. 17, §6º).
No plano também foram definidos os componentes ambientais locais relacionados
aos ecossistemas, sistemas geoambientais e áreas urbanizadas e com interferências humanas.
Além disso, foi feito um diagnóstico ambiental para a definição das zonas especiais e para a
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Ao analisar o Plano de Manejo das UCs, observa-se que muitas medidas traçadas
em 2010 foram poucos executadas nos últimos doze anos. É notória a ausência de informação
sobre limites em uma área de preservação e conservação. Assim, é primordial a divulgação
sobre as referidas UCs, de preferência nas redes socias, que possuem um alcance de público
maior. Sugere-se ainda promover um diálogo com o setor da educação do município de
Fortaleza para que essa temática seja contemplada dentro dos currículos escolares, para que
crianças e jovens enxerguem o PNMDS e a APA de Sabiaguaba como áreas importantes para
a cidade e assim incentivar o cuidado de seus recursos naturais.
No âmbito de planejamento, gestão e zoneamento ambiental é importante notar uma
maior concentração de acesso de fluxos turísticos dentro do PNMDS e da APA, mais
especificamente nos avanços urbanísticos.
Dessa forma, para a atualização dos planos de Manejo do Parque Natural Municipal
das Dunas e da Área de Proteção Ambiental de Sabiaguaba é fundamental executar pelo menos
parte das medidas sustentáveis propostas no documento, a fim de assegurar a preservação e
conservação dos recursos naturais de cada uma das UCs.
Cabe ao órgão fiscalizador responsável, juntamente com a comunidade local,
garantir a gestão eficaz das áreas, que possuem um valor não só paisagístico, como
geoecológico, espiritual, cultural, econômico, turístico, científico, histórico, educativo, dentre
outros. Desse modo, o plano de manejo cumpriria com sua função de planejar, organizar e traçar
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medidas que ajudam no manejo adequado dos recursos naturais presentes na área do PNMDS
e da APA de Sabiaguaba.
Considerações Finais
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