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Apostila Etecba - Física Aplicada

Física Aplicada à Radiologia
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FÍSICA APLICADA A RADIOLOGIA

MAGNO EVANGELISTA
FÍSICA APLICADA A RADIOLOGIA I 2/2009
Prof. Leoberto Lopes Brabo
A FÍSICA NA RADIOLOGIA

“Vivemos em um mundo inundado de radiações. Desde o seu instante inicial, este Universo em
que vivemos foi propulsionado por quantidades por quantidades inimagináveis de energia, que geraram
galáxias, estrelas, planetas, luz (...). Estes últimos percorrem o Universo em todas as direções, gerando a
radiação cósmica onipresente”.
As radiações sempre estiveram conosco. Estão aqui neste momento e estarão presentes até os
últimos instantes deste Universo. Somo seres cujas existências foram e continuam sendo moduladas pelas
radiações. A vida como, como nós a conhecemos, não teria sido possível sem elas. Se tivéssemos sido
constituídos organicamente de outra forma, talvez pudéssemos percebê-las como um oceano
multicolorido e sinfônico no qual estamos imersos. Talvez, então pudéssemos ter para com as radiações
uma atitude mais correta – uma atitude de compreensão, de respeito e até mesmo de gratidão, ao invés de
temor.
A utilização efetiva das técnicas de radiodiagnóstico, assim como a interpretação das imagens
produzidas, requer a compreensão de fenômenos físicos envolvidos nos processos de formação da
imagem, pois a habilidade de visualizar estruturas anatômicas específicas ou condições patológicas
depende, não só de características inerentes a cada técnica de radiodiagnóstico em particular, como
também do conjunto de ajustes selecionados no equipamento. A relação entre visibilidade e ajustes de
parâmetros nesses equipamentos é complexa e, freqüentemente, envolve comprometimento e
interdependência dentre os diferentes aspectos da qualidade da imagem.
Apesar dos benefícios incontestes à Medicina, todas as técnicas de radiodiagnóstico podem
representar um risco à saúde, pois os processos de aquisição das imagens sempre envolvem deposição de
alguma forma de energia no corpo do paciente, o que, em alguns casos pode também trazer prejuízos à
saúde de médicos e técnicos em radiologia ou em enfermagem. Os níveis de exposição do paciente aos
raios X de uso médico variam muito e têm forte influência sobre a qualidade da imagem radiográfica. Uma
abordagem da relação entre riscos e os danos à saúde envolve análise de conceitos físicos, grandezas e
unidades de medidas.
Em geral, as estruturas internas e funções do corpo humano não são visíveis. Entretanto, por meio
de diversas tecnologias, podem-se obter imagens através das quais um médico pode detectar condições
anormais, ou ainda, guiar-se em procedimentos terapêuticos invasivo. A imagem radiográfica é uma janela
para o corpo. Nenhum tipo de imagem mostra tudo. Os diversos métodos de radiodiagnóstico nos revelam
diferentes características do corpo humano. Em cada método é necessário se trabalhar com níveis
satisfatórios de qualidade de imagem e de visibilidade das estruturas do corpo. Estes níveis de qualidade e
visibilidade dependem das características do equipamento, da perícia do observador e do compromisso
com fatores tais como a minimização da dose no paciente devida aos raios X ou o tempo de obtenção da
imagem.
(Princípios de Física em Radiodiagnóstico – CBR 2002)

A FÍSICA DAS RADIAÇÕES NA RESIDÊNCIA: UMA ANTIGA NECESSIDADE SEMPRE ATUAL

Universidade Federal de São Paulo


Escola Paulista de Medicina
Coordenadoria de Física e Higiene das Radiações
Editorial
Revista da Imagem 2003; 25(2): V-VI

“Hoje teremos aula de Física Radiológica, está preparado? Puxa, não entendi nada do que foi dito
na ultima aula, e você? Acho que peguei alguma coisa, só que não entendo porque temos que ter aulas de
Física, que nos toma tanto tempo, já que temos tantas outras coisas mais importantes para aprender...”
É bem provável que você já tenha ouvido ou mesmo tenha tido este diálogo com algum colega
durante a residência na radiologia. Se é atualmente residente e reticente quanto às aulas, talvez possa ao
final deste texto encarar a Física com outros olhos...
Foi com a disposição de desvendar os mistérios da natureza é que o ser humano ao procurar
respostas e descrever os fenômenos utilizando-se de métodos experimentais construiu um campo de
estudo que se denomina Física (do grego physis, “natureza”). Se caracteriza pela associação entre
observações e métodos experimentais e se utiliza da matemática para descrever quantitativamente os
fenômenos naturais. Não é a Física que é complicada e sim os fenômenos naturais é que são complexos e
exigem a matemática como ferramenta, que muitas vezes, por não dominarmos, nos afasta da
possibilidade de entendermos os fenômenos de uma forma objetiva e quantitativa.

6 Atribuição / Uso não-comercial / Não a obras derivadas


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FÍSICA APLICADA A RADIOLOGIA I 2/2009
Prof. Leoberto Lopes Brabo
Na natureza há inúmeros fenômenos que não estamos aptos a perceber utilizando apenas nossos
sentidos. Não ouvimos as ondas do ultra-som, não percebemos as ondas de radio ou os raios cósmicos
vindos do espaço e nem tampouco percebemos as radiações X ou gama. Foi por isso que somente após
alguns anos da descoberta dos raios X, em 1895, que os cientistas se deram conta de que aquela radiação
que mudou o mundo também podia provocar efeitos deletérios sobre o ser humano. Quando perceberam
seus efeitos sobre si mesmos infelizmente eram irreversíveis, porém ficou clara a necessidade de conhecer
com maior profundidade esta radiação que podia matar pois se vislumbrava a possibilidade de ser
utilizada também para curar. Foi então que surgiu a Radioterapia.
A busca do conhecimento deu origem ao campo da Física das Radiações, interligado a outros
campos de estudo e hoje com uma forte atuação na área médica.
A Física contribui para o conhecimento das técnicas de imagem, constantemente em evolução, que
possibilita ao radiologista indicar, contra -indicar e estabelecer critérios de hierarquia de condutas que
irão beneficiá-lo na busca do sucesso do diagnóstico. O conhecimento dos processos de interação das
radiações no meio biológico permitiu desenvolver a instrumentação necessária para a geração de imagens
de alta qualidade como as que são obtidas com as técnicas de tomografia computadorizada e ressonância.
É claro que esta qualidade foi alcançada graças a tecnologia da computação, que também deve ser de
domínio do especialista para que possa extrair todo o potencial disponível pelos equipamentos,
maximizando benefícios e inimizando riscos. Conhecer o potencial tecnológico é um dos conteúdos da
Física das Radiações. Estudos mostram que este conhecimento pode permitir uma redução de até 40 %
das doses de radiação na realização dos exames.
O estudo da Física Radiológica propicia também o conhecimento dos efeitos somáticos e genéticos
das radiações que permite ao especialista da área avaliar riscos. O estudo das práticas em Proteção
Radiológica, item relevante da Física das Radiações, permite ao radiologista conduzir suas ações visando
sua proteção pessoal e a dos pacientes de acordo com a legislação vigente.
Garantir a qualidade na geração das imagens, assim como a segurança das pessoas direta e
indiretamente envolvidas no processo é legitimar o uso das radiações sob os aspectos éticos e legais e
portanto são obrigações daqueles que escolheram este campo de atuação e para tal, as aulas de Física
Radiológica tornam-se essenciais à boa formação do especialista.

Dra. Regina Bitelli Medeiros


[email protected]
Prof. Adjunto do Departamento de Diagnóstico por Imagem da Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP)
Chefe da Coordenadoria de Física do Departamento de Diagnóstico por Imagem
Supervisora de Radioproteção do Complexo UNIFESP-Hospital São Paulo

7 Atribuição / Uso não-comercial / Não a obras derivadas


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FÍSICA APLICADA A RADIOLOGIA I 2/2009
Prof. Leoberto Lopes Brabo
UNIDADE I
FÍSICA DAS RADIAÇÕES
“Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.”
(Lavoisier)
Vamos tentar responder as seguintes questões:

 O que é radiação?
 De onde vêm?
 Como interagem com o meio em que se encontram?
 Como fazemos para detectá-las?
 Como podemos utiliza-las?
 Como se proteger de seus efeitos?

CONCEITOS FUNDAMENTAIS

1.1- RADIAÇÃO
O que é a Radiação?
É possível que o termo RADIAÇÃO, a princípio, pareça um pouco estranho. Com certeza, você já
deve tê-la visto associada a acidentes nucleares, usinas nucleares ou mesmo em filmes de guerra. O que
ocorre é uma confusão de conceitos, ou ainda, tratar-se de um mesmo termo aplicado a coisas diferentes.
O termo IRRADIAR significa lançar de si, emitir, espalhar, projetar. Pode ser aplicado a diversas
situações ou fenômenos diferentes. O Sol irradia luz, calor e ultravioleta.
Já RADIAÇÃO é aquilo que é IRRADIADO por alguma coisa.
Pode ser aplicado às várias formas de luz visíveis e “invisíveis” ou a feixes de partículas
ATÔMICAS.
Radiação é o processo pelo qual uma fonte emite energia que se propaga no espaço.
Segundo o dicionário Aurélio:
“Qualquer dos processos físicos de emissão e propagação de energia, seja por intermédio de
fenômenos ondulatórios, seja por meio de partículas dotadas de energia cinética” ou “Energia que se
propaga de um ponto a outro no espaço vazio ou através de um meio material”.
O termo radiação se usa também para designar a própria energia emitida.
Portanto:
Radiação é energia em
movimento.
Este conceito é geral e inclui as
ondas mecânicas (como o ultra-som ou as
oscilações de um maremoto), ondas
eletromagnéticas ou radiações nucleares
com massa, como veremos mais adiante.

Aplicação da radiação solar.


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Prof. Leoberto Lopes Brabo
1.2- ENERGIA
O que é Energia?
O conceito de Energia é muitas vezes considerado intuitivo e só pode ser medido (ou
quantificado) quando temos a transformação de um tipo de energia em outro tipo (trabalho).
Em física, ENERGIA é tudo aquilo capaz de realizar trabalho.
Como por exemplo, a eletricidade é capaz de fazer um motor elétrico funcionar e, portanto
realizar trabalho.
Da mesma forma, a energia eletromagnética do Sol pode ser convertida em eletricidade por
meio de uma célula solar ou em calor por meio de aquecedores solares.
Uma forma importante de conversão da energia do Sol é a fotossíntese. Neste processo a luz solar
é transformada em energia química, que por sua vez é responsável pelo crescimento das plantas e de
quebra libera oxigênio para o ar.
Portanto:
Energia é a capacidade que possui um corpo de realizar trabalho.

1.3- ONDAS
O conceito de onda é de fundamental importância para a compreensão de uma série de
fenômenos físicos. Em termos formais, onda é o resultado de algum tipo de perturbação que se
propaga.
Por exemplo, no mar, as ondas se formam basicamente
devido à perturbação da água pela atração da Lua e da ação dos
ventos. Se você estiver boiando um pouco além da rebentação,
deve ter percebido que seu corpo alternadamente sobe e desce,
mas na média permanece praticamente no mesmo lugar. O fato de
seu corpo subir e descer significa que existe uma energia
associada à onda (realiza trabalho). Esta energia é transportada
pela onda, sem, entretanto causar um deslocamento líquido final
do meio, no caso, a água. Já no caso da rebentação, outros fatores
interferem com a onda, acarretando um movimento efetivo da
água ou de algum objeto flutuante. A brusca frenagem da onda pelo fundo de areia da praia, faz com que à
parte de cima da onda se projete para frente, literalmente despejando a água.
Quanto à forma, existem basicamente dois tipos de onda: Ondas Mecânicas e Ondas
Eletromagnéticas.
As ondas mecânicas dependem de um meio material para se propagarem, como as ondas do
mar e as ondas sonoras, por exemplo.
As ondas eletromagnéticas não dependem de um meio material, pois correspondem à
propagação de uma perturbação nos campos elétricos e magnéticos. Estes campos podem existir
independentemente de um meio material.
Os elementos fundamentais de uma onda são:
A distância entre dois picos ou dois vales, ou ainda, dois pontos quaisquer equivalentes da
onda, define o que se chama comprimento de onda, representado normalmente pela letra grega LAMBDA
(λ).
O número
de ciclos de sobe e Comprimento de Onda
desce, por unidade
de tempo define a
freqüência da onda,
Crista
medida
normalmente em
Hertz ou ciclos por
segundo e
representada
normalmente pela
letra f. O produto do
comprimento de
onda pela
freqüência da onda Depressão ou Vale
fornece a velocidade
de propagação da

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onda no meio em questão, isto é, a velocidade com que a perturbação se propaga. No caso das ondas
eletromagnéticas no vácuo, este produto fornece a velocidade da luz, c = 299 793 km/s
Para as ondas eletromagnéticas, a energia transportada
depende unicamente de sua freqüência ou de seu comprimento de
onda, já que ambos estão relacionados pela velocidade da luz que é
uma constante universal.
A luz se desloca no espaço por meio de ondas
eletromagnéticas, que não necessitam de um meio físico para serem
transportadas, e, portanto diferem dos outros exemplos de ondas
encontrados na natureza, como ondas na água, ondas sonoras,
sísmicas, etc.

1.4- O ÁTOMO
É a menor porção de matéria
A idéia de que a matéria é formada por partículas muito pequenas e
“indivisíveis”, ou átomos, é muito antiga. Demócrito, que viveu quase 400
anos antes de Cristo, já pensava nessas coisas. Ele propôs um modelo
atômico onde os átomos se encaixavam mais ou menos como as peças de
um Lego. Mas, a verdadeira estrutura do átomo só foi revelada no início do
século XX com o trabalho de Ernest Rutherford.
Obviamente os resultados de Rutherford foram debatidos
exaustivamente até que se chegasse a um quadro de consenso. A idéia que
temos de átomo hoje em dia é o resultado dessas discussões. Um átomo
possui um núcleo que concentra praticamente toda a sua massa, e retém a
carga positiva. O diâmetro de um átomo é cerca de 100 000 vezes o
diâmetro do seu núcleo. O núcleo é circundado por elétrons (na eletrosfera),
que são os portadores de carga negativa. A massa do elétron é igual a 9,
10939× 10−31 kg.
O núcleo é composto por dois tipos de partículas:
Os prótons, e os nêutrons. Os nêutrons não possuem carga elétrica e
portanto não interagem eletricamente com os prótons do núcleo, mas
exercem um papel fundamental na sua estabilidade. Um próton possui uma
carga igual à do elétron, mas de sinal contrário: +1, 602×10−19 C; sua massa
é de 1, 67262×10−27 kg, cerca de 1836 vezes maior do que o elétron. A massa
do nêutron, por sua vez, é muito próxima à do próton:1, 67482×10−27 kg. O
número total de prótons no núcleo é chamado de número atômico, em geral
representado pela letra Z.

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ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS


ÁTOMOS
(Carbono, Oxigênio, Nitrogênio, Hidrogênio)

MOLÉCULAS
(água, oxigênio, carbono, açúcares, lipídeos, proteínas, ácidos nucléicos, nucleotídeos, ácidos graxos, etc.)

SUBSTÂNCIAS

ESTRUTURAS SUB-CELULARES
(sistemas de membranas, hialoplasma, retículo endoplasmático, complexo de Golgi,
lisossomos, mitocôndrias, cromossomos, núcleo, nucléolo, etc.)

CÉLULAS
(epiteliais, conjuntivas, musculares, nervosas, hepáticas, linhagem sangüínea, gametas, etc).

TECIDOS
Tecido epitelial (epiderme, derme, tecido glandular); Tecido conjuntivo (cartilaginoso e ósseo);
Tecido muscular (liso, estriado, cardíaco); tecido nervoso , etc.

ORGÃOS
(cérebro, estômago, intestino, pulmão, coração, fígado, rim, pâncreas, ovário, testículo, supra-renais,
tireóide, etc. )

SISTEMAS
(nervoso, digestivo, respiratório, circulatório, excretor, reprodutor)

INDIVÍDUOS

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1.5- CARGA ELÉTRICA
É uma propriedade intrínseca da matéria onde se observam os fenômenos de atração e repulsão
entre corpos carregados
A carga elétrica de um próton é chamada de carga elétrica elementar, sendo representada por e;
no Sistema Internacional, seu valor é:
e = 1,6 . 10-19 coulomb = 1,6 . 10-19 C

A carga de um elétron é negativa mas, em módulo, é igual à carga do próton:

Carga do elétron = - e = - 1,6 . 10-19 C

Os nêutrons não possuem carga elétrica. Como num átomo o número de prótons é igual ao
número de elétrons, a carga elétrica total do átomo é nula.
De modo geral os corpos são formados por um grande número de átomos. Como a carga de cada
átomo é nula, a carga elétrica total do corpo também será nula e diremos que o corpo está neutro. No
entanto é possível retirar ou acrescentar elétrons de um corpo. Desse modo o corpo estará com um
excesso de prótons ou de elétrons; dizemos que o corpo está eletrizado ou ionizado.
1.5.1. Princípio da atração e repulsão
Dados dois corpos eletrizados, sendo Q1 e Q2 suas cargas elétricas, observamos que:
1. Se Q1 e Q2 tem o mesmo sinal (Figura 1 e Figura 2), existe entre os corpos um par de forças de
repulsão.
2. Se Q1 e Q2 têm sinais opostos (Figura 3), existe entre os corpos um par de forças de atração.

1.6- RADIOATIVIDADE
Núcleos atômicos que espontaneamente emitem partículas
ou energia pura (radiação eletromagnética) são chamados
radioativos.
A radioatividade é um fenômeno natural, mas pode
também ser produzida em laboratório. O fenômeno foi descoberto
em 1896 pelo francês Henri Becquerel e, em 1934, foi produzido
pela primeira vez em laboratório por Irene Curie e Pierre Joliot, que
bombardearam alumínio com partículas alfa emitido pelo polônio, e
produziram o isótopo de fósforo 30P. Irene e Pierre levaram o Nobel
de Química de 1935 pelo seu trabalho. Os pais de Irene, Pierre e
Marie Curie, já haviam sido agraciados com o Nobel de Física de
1903 (com Becquerel), pelo seu trabalho com radioatividade
natural.
A radioatividade é a liberação de energia por um núcleo
excitado.
Esse processo é chamado de decaimento radioativo, e pode
ocorrer basicamente de três modos distintos: por emissão alfa, por
emissão beta ou por emissão gama. Alfa, beta e gama são nomes dados a
tipos de radiação cuja natureza era desconhecida na época em que foram
descobertas.

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1.7- CLASSIFICAÇÃO DAS RADIAÇÕES
4.6.1. Forma
A forma caracteriza a maneira como as radiações se apresentam na Natureza. E podem ser:

a) RADIAÇÕES CORPUSCULARES

Possuem massa e formam os átomos e os núcleos atômicos;


Esta radiação pode ser descrita como energia em movimento a velocidades inferiores à da luz.
Sua energia depende da velocidade de maneira diretamente proporcional segundo a equação:

mv 2
Ec
Onde: 2
m de massa e v de velocidade;
Ec é chamada de energia cinética (de movimento);
Ex:
 Elétrons, prótons, nêutrons;
 Íons leves e pesados (átomos sem elétrons);
 Píons, káons, múons;
 Pósitrons, Négatrons, alfa.
α (alfa)

Núcleo instável

β- (négatron)

Núcleo instável β+ (pósitron)

b) RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS
Você com certeza sabe ou mesmo ouvir falar que o controle remoto de sua TV ou DVD funcionam
por infravermelho. Também já não é mais novidade um microcomputador operado por mouse e teclado
sem fios, ou seja, por infravermelho.
- Mas afinal de contas o que vem a ser esse tal de infravermelho?
- Alguma espécie de raio invisível?
- Exatamente!
O Universo que nos rodeia é banhado por um imenso "oceano" de luzes, das quais nossos olhos
conseguem captar apenas uma pequeníssima fração. Essa pequena fração de radiações que o olho humano
vê, é chamada de luz visível ou apenas luz.
Por esta razão, é mais conveniente chamarmos ao conjunto de todas as “luzes” que não vemos de
RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA. O termo luz fica reservado à pequena parcela de radiação
eletromagnética que conseguimos enxergar.
A radiação eletromagnética é uma forma de energia. Sem ela simplesmente não haveria vida na
Terra.
Outro aspecto importante da radiação eletromagnética é seu caráter ondulatório, isto é, a
radiação eletromagnética é constituída de ondas com componentes elétricos e magnéticos.
Portanto as Radiações Eletromagnéticas:
 Não possuem massa;
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 São ondas com componentes elétricos e magnéticos;
Nas figuras abaixo, temos uma representação gráfica de uma radiação eletromagnética:

 Sua velocidade é igual da LUZ (c = 3x108m/s);


 Sua Energia depende do comprimento de onda e de maneira inversamente
proporcional, segundo a equação:

hc
E

Onde:
h é a constante universal chamada constante de Planck e cujo valor é h = 6,63 X 10-34 J.s(Joule x
segundo);
c é a velocidade da LUZ e é o comprimento da onda.
Ao conjunto de todas as radiações eletromagnéticas chamamos de: ESPECTRO
ELETROMAGNÉTICO

Ex:
 Rádio e TV
 Microondas
 Infravermelho (calor)
 Luz visível (vermelho ao violeta)
 Ultravioleta
 Raios X
 Raios gama

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4.6.2. Origem
Representa onde as radiações nascem. E podem ser:

a) ORIGEM NUCLEAR
Possuem origem no NÚCLEO do átomo instável.
Ex: Radiações alfas, betas, nêutrons e gama.
Obs: Estas radiações são as chamadas RADIOATIVAS, pois são conseqüência do fenômeno da
RADIOATIVIDADE

(Gama)

Núcleo Instável

b) ORIGEM ATÔMICA
Possuem origem na ELETROSFERA atômica devido a transições eletrônicas e/ou colisões entre
partículas carregadas
Ex: Raios X, Ultravioleta, Luz visível, calor,...

c) OUTRAS ORIGENS DAS RADIAÇÕES CORPUSCULARES


 Colisões atômicas: elétrons, prótons, íons leves e pesados;
 Transições atômicas: elétrons;
 Transições nucleares (incluindo fissão):Prótons, nêutrons, elétrons (beta), pósitrons, alfa, íons
leves e pesados

d) OUTRAS ORIGENS DAS RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS


 Aceleração de cargas (+/-);
 Transições atômicas:luz visível, radiação ultravioleta, raios X;
 Transições nucleares (incluindo fissão): raios gama;
 Aniquilação partícula/anti-partícula: raios gama.

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4.6.3. Interação da Radiação com a matéria
Esta classificação caracteriza a maneira como as radiações se relacionam com o meio. E podem ser:

a) RADIAÇÕES IONIZANTES
São aquelas radiações que produzem íons na matéria com a qual interagem.
Ex: Raios Gama, RAIOS X, Ultravioleta, Radiações alfas, betas e de nêutrons.

Interação

b) RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES
Estas radiações apenas depositam suas energias no meio, normalmente causando uma excitação
atômico-molecular.
Ex: Todas as demais radiações do espectro eletromagnético.

Radiações em Celulares

Tem havido recentemente especulações de que o uso de telefones celulares possa estimular o
crescimento de tumores cerebrais na região da cabeça próxima à antena.
(Fischetti, M., The Cellular Phone Scare, IEEE Spectrum, 43-47 June 1993)

Comprovações recentes atestam transformações de células quando imersas em um intenso campo


eletromagnético. Essas transformações podem evoluir a ponto de causar degenerações, tornando-se
possíveis focos de leucemia e câncer.
Embora invisíveis, as radiações fazem parte do nosso cotidiano, estamos mergulhados num
campo imenso, repleto de ondas vindas de todos os cantos, não só do planeta mas também do Universo. O
problema, ou seja, o risco para o ser humano, é justamente a intensidade dessas radiações, e lembrando a
lei que rege a relação entre energia e distância, (energia proporcional ao inverso do quadrado da
distância), veremos que no celular, apesar da baixa potência envolvida, a proximidade da antena faz com
que um lado da cabeça receba diretamente essas radiações, expondo o usuário a um risco imprevisto.
Basta lembrar que o processo de cozimento dos alimentos nos fornos de microondas se baseia nestas
radiações, se bem que de muito maior intensidade, mas ninguém pode prever as conseqüências de uma
prolongada exposição a esse campo eletromagnético. Está comprovado que, após 10 minutos de uso do
celular, a temperatura craniana sobe de 2 a 3 graus centígrados.
As termos-fotografia abaixo mostram a temperatura da cabeça sem e com o uso de um telefone
celular.

A maneira mais eficiente de se proteger dessas radiações dos telefones celulares é, sem dúvida, a
instalação, quando possível, de uma antena externa. Ao transferir toda a potência de transmissão para
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essa antena,estrategicamente localizada longe do aparelho, além de propiciar uma comunicação de muito
melhor qualidade, estaremos poupando o usuário de radiações que podem ser perigosas.
Além dessa solução, existe ainda a possibilidade de se usar protetores contra radiação fixa ao
aparelho, que são dispositivos cerâmicos absorvedores de ondas eletromagnéticas.
Há um método, desenvolvido pelo cientista japonês Y. Omura e denominado "Bi-digital O-Ring
test", que é capaz de mostrar uma diminuição considerável (no mínimo 70 %) dos efeitos nocivos ao
homem quando da instalação de uma antena externa no aparelho celular, e que também demonstra a
proteção exercida pelos absorvedores.
Conheça o protetor WaveShield que bloqueia até 97% das radiações.
Links úteis:
 USA - FCC - Information on Human Exposure to Radiofrequency Fields from Cellular and PCS
Radio Transmitters
 Austrália: Mobile Telephone Communication Antennas: Are They a Health Hazard?
 Nova Zelândia - The Electromagnetic Radiation Health Threat
 Medical College of Wisconsin - Cellular Phone Antennas and Human Health

Medição da taxa de transferência de


energia e dose absorvida

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FÍSICA APLICADA A RADIOLOGIA I 1/2012


Prof. Jorge Alan
UNIDADE II
OS RAIOS X
Penso 99 vezes e nada descubro.
Deixo de pensar, mergulho no silêncio, a verdade me é revelada
(Einstein)

2.1. APRESENTAÇÃO
Em Novembro de 1895, Wilhelm Conrad RoentgenP, fazendo
experiências com raios catódicos (feixe de elétrons), notou um brilho
em um cartão colocado a pouca distância do tubo. Notou ainda que o
brilho persistia mesmo quando a ampola (tubo) era recoberta com
papel preto e que a intensidade do brilho aumentava à medida que se
aproximava o tubo do cartão. Este cartão possuía em sua superfície
uma substância fosforescente (platino cianeto de bário).
Roentgen concluiu que o aparecimento do brilho era devido a
uma radiação que saia da ampola e que também atravessava o papel
preto. A esta radiação desconhecida, mas de existência comprovada,
Roentgen deu o nome de raios-X, posteriormente conhecido também
por raios Roentgen.
Roentgen constatou também que estes estranhos raios podiam
atravessar materiais densos, em um desses resultados ele pode
visualizar os ossos da mão de sua mulher.

1ª Radiografia

Laboratório de Roentger

2.2. PRODUÇÃO DE RAIOS X


De um modo geral os Raios X são produzidos quando elétrons (partículas elementares de carga
negativa) em alta velocidade colidem violentamente contra alvos metálicos.
Os equipamentos de Raios-X foram planejados de modo que um grande número de elétrons sejam
produzidos e acelerados para atingirem um anteparo metálico (alvo) com alta energia cinética.
No tubo de Raios X os elétrons obtêm alta velocidade devido a alta tensão aplicada entre o anodo
(eletrodo positivo) e o catodo (eletrodo negativo).
Os elétrons que atingem o alvo (anodo) interagem com sua estrutura atômica, transferindo suas
energias cinéticas para os átomos da estrutura atômica do alvo.
Os elétrons interagem com qualquer elétron orbital ou núcleo dos átomos do anodo. As
interações resultam na conversão de energia cinética em energia eletromagnética (calor, cerca de 99% e
Raios X, cerca de 1%)
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2.2.1. O TUBO DE RAIOS X


É montado dentro de uma calota protetora de
metal forrada com chumbo, projetada para evitar
exposição à radiação fora do feixe útil e possíveis
choques elétricos.
Os raios-X produzidos dentro do tubo, são
emitidos em todas as direções (feixe divergente).
Os raios-X utilizados em exames são emitidos
através de uma janela (feixe útil ou primário).
Os raios-X que passam pela capa de proteção
são chamados radiação de vazamento ou de fuga e
podem causar exposição desnecessária tanto do
paciente quanto do operador.

2.2.1.1. CATODO
É o pólo (ou eletrodo) negativo do tubo de
raios-X. Dividindo-se em duas partes: Filamento
catódico e capa focalizadora ou copo de foco
(cilindro de Welmelt).

a) Filamento Catódico
Tem forma de espiral, construído em
tungstênio e medindo cerca de 2mm de diâmetro, e 1
ou 2 cm de comprimento. Através dele são
produzidos os elétrons, quando uma corrente atravessa o filamento. Este fenômeno se chama emissão
termiônica. A ionização nos átomos de tungstênio ocorre devida ao calor gerado e os elétrons são
emitidos.
O tungstênio é utilizado porque possui um alto ponto de fusão, suportando altas temperaturas
(cerca de 3.400 °C). Normalmente os filamentos de tungstênio
são acrescidos de 1 a 2% de tório, que aumenta eficientemente a
emissão termiônica e prolonga a vida útil do tubo.

b) Capa Focalizadora ou Copo de Foco


Sabe-se que os elétrons são carregados negativamente
havendo uma repulsão entre eles. Ao serem acelerados na
direção do anodo, ocorre uma perda, devido à dispersão dos
mesmos. Para evitar esse efeito, o filamento do catodo é
envolvido por uma capa carregada negativamente, mantendo
os elétrons unidos em volta do filamento e concentrando os
elétrons emitidos em uma área menor do anodo.
c) Foco Duplo
A maioria dos aparelhos de raios-X diagnóstico possui dois filamentos focais, um pequeno e um
grande. A escolha de

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um ou outro é feita no seletor de mA, no
painel de controle. O foco menor abrange uma
faixa de 0,3 a 1,0 mm e o foco maior, de Copo de Foco
2,0 a 2,5 mm. Ambos os filamentos estão
inseridos no copo de foco.
O foco menor e associado ao menor
filamento e o maior, ao outro. O foco menor
ou foco fino (2), permite maior resolução da
imagem, mas também, tem limitado a sua
capacidade de carga ficando limitado as
menores cargas . O foco maior ou foco
grosso (1), permite maior carga, mas em
compensação, tem uma imagem de menor
resolução.

Filamento
Catódico

Foco grosso

Foco fino

Catodo

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2.2.1.2. ANODO
É o eletrodo ou pólo positivo do tubo de raios-X.
Existem dois tipos de anodo: anodo fixo e anodo rotatório (ou giratório).
O anodo recebe os elétrons emitidos pelo catodo. Além de ser um bom condutor elétrico, o anodo
é também um bom condutor térmico. Quando os elétrons se chocam contra o anodo, grande parte de suas
energias cinéticas são transformadas em calor. Este calor deve ser conduzido para fora rapidamente, para
não derreter o anodo. O material mais usado no anodo é tungstênio em base de cobre por ser adequado na
dissipação do calor.
a) Anodo fixo
É encontrado normalmente em tubos onde não é utilizada corrente alta, como aparelhos
de raios- X dentários, unidades portáteis ou unidades de mamografia.

Esquema de uma ampola com anodo fixo

Exemplo de uma ampola com anodo fixo

Detalhe do anodo fixo

Detalhe do Catodo, com seu copo de foco


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b) Anodo giratório ou rotatório
A maioria dos tubos de raios-X utiliza este, devido a sua capacidade de resistir a uma maior
intensidade de corrente em tempo mais curto, e com isso, produzir feixes mais intensos.
Esquema de uma ampola com anodo giratório

Exemplo de uma
ampola com anodo
giratório

Detalhe do anodo giratório


Detalhe do Catodo, com seu copo de foco

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c) Alvo, Fonte , ponto de Foco ou pista focal
É a área do anodo que recebe o impacto dos elétrons. No anodo fixo, o alvo é feito de uma liga de
tungstênio incluída em um anodo de cobre.
No anodo giratório, o alvo é um disco. Este disco tem uma resistência grande à alta temperatura.
A escolha do tungstênio deve-se à:
1. Alto número atômico, acarretando grande eficiência na produção de raios-X.
2. Condutividade térmica quase igual a do cobre, resultando em uma rápida dissipação do
calor produzido.
3. Ponto de fusão (3.400 ° C), superior à temperatura de bombardeamento de elétrons
(2.000 ° C).

d) Aquecimento do anodo
O anodo giratório permite uma corrente mais alta
pois os elétrons encontram uma maior área de impacto.
Com isso o calor resultante não fica concentrado apenas
em um ponto como no anodo fixo. Fazendo a comparação
de ambos, num tubo com foco de 1mm, temos: no anodo
fixo a área de impacto (alvo) é de aproximadamente 1mm
x 4mm = 4mm².
No anodo rotatório de diâmetro de 7 cm, o raio de
impacto é de aproximadamente 3 cm (30 mm). Sua área
alvo total é aproximadamente 2 x π x 30mm x 4mm =
754mm². Portanto, o anodo rotatório permite o uso de
área uma centena de vezes maior que um anodo fixo, com
mesmo tamanho de foco.
A capacidade de carga é aumentada com o
número de rotações do anodo. Normalmente a
capacidade de rotação é de 3.400 rotações por minuto. Existe anodo de tubos de maior capacidade que
giram a 10.000 rpm.

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2.2.1.3. AMPOLA DE ENCAPSULAMENTO
É um recipiente hermeticamente fechado que serve de blindagem, isolante elétrico e de suporte
estrutural para o anodo e catodo.
Ajuda na refrigeração da ampola.
O sistema de encapsulamento serve para manter o vácuo no interior do tubo.
A presença de ar dentro do tubo é indesejável, pois, além de interferir na produção de raios X,
permitiria que eletricidade percorresse o tubo, na forma de pequenos raios e centelhas, danificando o
sistema.

2.2.1.4. CUIDADOS COM O TUBO


O mecanismo do rotor de um tubo rotatório pode falhar ocasionalmente. Quando isso acontece, há
um superaquecimento criando depressões no anodo (danos sérios) ou rachaduras causando danos
irreversíveis ao tubo.
Ao acionar o disparador de exposições de uma unidade radiográfica, deve-se esperar 1 a 2
segundos, antes da exposição, para que o rotor acelere e desenvolva o número de rotações por minuto
desejadas. Quando a exposição é completada pode-se ouvir o rotor diminuir a rotação e parar em mais ou
menos 1 minuto. O rotor e precisamente balanceado, existindo uma pequena fricção sem a qual o rotor
levaria 10 a 20 minutos para parar, após o uso.

2.2.1.5. VALORES MÁXIMOS DE OPERAÇÃO


O operador do aparelho de raios-X deve estar atento à capacidade máxima de operação do tubo
para não danificá-lo. Existem vários tipos de tabelas que podem ser usadas para estabelecer os valores
máximos de operação do tubo de raios-X, mas apenas três são mais discutidas:
1. Curvas de rendimento máximo;
2. Resfriamento do anodo;
3. Resfriamento da calota do tubo.
Sendo que estas três variáveis, são normalmente calculadas pelos fabricantes adotando o sistema
de bloqueio de carga superior ao limite do tubo, mas, sendo de suma importância o conhecimento destas
pelo operador, pois, em caso de falha do sistema, o próprio profissional poderá poupar o tubo das cargas
excessivas.

Depressões no
anodo causadas
por
superaquecimento

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2.2.2. FASES DE PRODUÇÃO DOS RAIOS X
1. O filamento catódico é aquecido devido à passagem de uma corrente elétrica (corrente de
filamento – mA) de uma fonte de baixa voltagem, controlada por um seletor de mA.
Aumentando-se o mA, maior será a corrente, elevando a temperatura e produzindo mais elétrons
por efeito termiônico, criando uma nuvem negativa (nuvem catódica) em torno do catodo.
2. A aplicação de uma diferença de potencial elevada (tensão ou campo elétrico) (kV) ao
conjunto catodo-anodo, acelera os elétrons da nuvem catódica em direção ao anodo.
3. Os elétrons com grande velocidade (e Energia Cinética) colidem com o anodo, no ponto
de foco ou na pista focal, causando um desarranjo na estrutura atômica do objetivo, produzindo Raios X e
calor.

Raios X

C A

Raios X

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Filtro

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2.2.3. TIPOS DE RAIOS X
Existem dois tipos de raios-X, dependendo da forma de interação entre elétrons e o alvo:
2.2.3.1. RAIOS X CARACTERÍSTICOS
Esse processo envolve uma colisão entre o elétron incidente e um elétron orbital ligado ao
átomo no material do alvo. O elétron incidente transfere energia suficiente ao elétron orbital para que seja
ejetado de sua órbita ou salte para uma outra órbita, deixando um "buraco". Esta condição instável é
imediatamente corrigida com a passagem de um elétron de uma órbita mais externa para este buraco .
Como os níveis de energia dos elétrons são únicos para cada elemento, os raios-X decorrentes
deste processo também são únicos e, portanto, característicos de cada elemento (material). Daí o nome de
raios-X característico.

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2.2.3.2. RAIOS X DE FRENAGEM
O processo envolve um elétron passando bem próximo a um núcleo do material alvo. A atração
entre o elétron carregado negativamente e o núcleo positivo faz com que o elétron seja desviado de sua
trajetória perdendo parte de sua energia. Esta energia cinética perdida é emitida na forma de um raio-X,
que é conhecido como "bremsstrahlung ("braking radiation") ou radiação de frenagem.

2.3. A PRODUÇÃO DE CALOR


O calor também é produzido pelo impacto de elétrons.

2.4. PRINCÍPIO DO FOCO LINEAR


O PONTO DE FOCO REAL é a área do objetivo onde os elétrons colidem . O tamanho do ponto de
foco real (FONTE) tem um efeito na formação da imagem radiográfica, como já foi visto.
Sua relação é:
Quanto menor é o ponto de foco
mais nítida é a imagem.
O PRINCÍPIO DE FOCO LINEAR faz
com que o tamanho do ponto de foco real Angulação
pareça menor quando visto da posição do
filme devido a uma angulação do anodo
com relação ao feixe catódico.
Este ponto de foco projetado é
chamado de PONTO DE FOCO APARENTE
ou EFETIVO.
Entretanto a um limite para esta
angulação (15° a 20°). Se for muito
pequeno causa um excessivo declínio de
intensidade do lado anódico do feixe,
chamado de EFEITO DE TALÃO OU
Anodo de Tungstênio
ANÓDICO. (Vista lateral)
Catodo
Ponto de foco
aparente ou efetivo
Ponto de foco real
(Área de
bombardeio)

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2.5. PROPIEDADES FUNDAMENTAIS DOS RAIOS X
 Causam fluorescência em certos sais metálicos;
 Enegrecem placas fotográficas;
 São radiações eletromagnéticas, não sofrem desvio em campos elétricos ou magnéticos;
 São diferentes dos raios catódicos (feixe de elétrons);
 Tornam-se "duros" (mais penetrantes) após passarem por absorvedores;
 Produzem radiações secundárias em todos os corpos que atravessam;
 Propagam-se em linha reta (do ponto focal) para todas as direções (divergência);
 Transformam gases em condutores elétricos (ionização);
 Atravessam o corpo tanto melhor quanto maior for à tensão aplicada ao tubo (kV).

2.6. ELEMENTOS DE UM CONJUNTO GERADOR DE RAIOS X


A fonte de alimentação vem da rede elétrica.
Acoplados a ampola existem dois circuitos:
BV – Baixa voltagem, com corrente regulável que aquece o filamento.
AV – Alta voltagem que funciona junto a um retificador que fornece o campo elétrico e mantém a
polaridade no tubo.
Numa instalação de Raios X, observa-se:
a) Transformador que recebe 110/220V e fornece ao filamento aproximadamente 10V e ao
conjunto catodo-anodo uma tensão variável entre 40kV e 150kV (ou mais).
b) Painel de controle que possuem os controles
b.1) Liga/desliga;
b.2) Seletor de kV;
b.3) Seletor de mA;
b.4) Seletor de mAs
c) Ampola.
d) Mesa para o paciente.
As máquinas de Raios-X
podem operar a diversas tensões
e a diversas correntes no tubo. De
um modo geral, temos as
seguintes características:
• Diagnóstico: de 40 a
150 KVP e correntes de 25 à 1200
mA.
• Terapia: de 60 a 250
KVP e correntes de
aproximadamente 8 Ma
• Raio-X dentário: de 50
a 90 KVP e correntes de até 10
mA.
• Raio-X industrial: de
50 a 300 KVP e correntes de até
10 mA

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2.7. OBSERVAÇÕES

a) A KILOVOLTAGEM – kV:
É a tensão aplicada no tubo;

b) O KILOVOLTPICO (kVp):
É a tensão máxima aplicada no tubo que determina a energia do fóton mais energético em keV
(Kiloeletronvolt) não representa a energia efetiva do feixe que está em torno de 30% a 40% do valor do
kVp;

c) O RETIFICADOR:
Transforma CORRENTE ALTERNADA (CA) em CORRENTE CONTÍNUA (CC);

d) O MILIAMPERE – SEGUNDO (mAs):


É o número total de elétrons que atingem o anodo;
Freqüentemente, as unidades mA e mAs são confundidas ou tomadas como termos
sinônimos. Não são. Cada uma dessas
unidades refere-se a uma grandeza diferente.
A unidade mA refere-se à grandeza física
corrente elétrica (i).
A corrente elétrica é definida como a
quantidade de carga elétrica (Q), dada em
Coulomb (C), que passa por um meio
qualquer, dividido pelo intervalo de tempo em
que ocorre esta passagem, em segundos (s).

e) CONTROLE AUTOMÁTICO DE EXPOSIÇÃO (CAE)


Dispositivo que controla o nível de exposição, suspendendo a geração de Raios X quando o
receptor de imagens (conjunto tela-filme) recebe uma determinada quantidade de exposição pré-
determinada considerada ideal para um determinado exame;

f) QUALIDADE DOS RAIOS X:


Capacidade de penetração que depende da energia dos Raios X;
O feixe de Raios X possui diversas energias (policromático);

g) FILTRAGEM
A filtragem do feixe aumenta a energia média do feixe, pois retira radiação com pouco poder de
penetração raios X moles .

h) TEMPO DE EXPOSIÇÃO:
Em radiografias, a exposição é iniciada pelo operador do equipamento e terminada depois que se
esgota o tempo selecionado previamente.
Em fluoroscopia, a exposição é iniciada e terminada pelo operador, mas há um indicador do
tempo de exposição acumulado que emite um sinal sonoro após 5 minutos de exposição.
Os temporizadores e botões de controle ajustados pelo operador ativam e desativam a geração de
raios X acionando dispositivos de chaveamento que pertencem, ao circuito primário do gerador.

i) TEMPO – AJUSTE MANUAL:


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Nos temporizadores manuais, o ajuste do tempo de exposição deve ser feito pelo operador antes
de iniciar o procedimento. A seleção adequada dos ajustes do tempo de exposição no equipamento
dependerá do conhecimento pessoal ou da consulta a uma Tabela de Exposição que correlaciona a
espessura do paciente com o kV, o mA e o tempo.

CONCLUSÃO

Além da inegável importância na medicina, na


tecnologia e na pesquisa científica atual, a descoberta
dos raios X tem uma história repleta de fatos curiosos e
interessantes, e que demonstram a enorme perspicácia
de Roentgen.
Por exemplo, o físico inglês Sir William
Crookes (1832-1919) chegou a queixar-se da fábrica de
insumos fotográficos Ilford, por lhe enviar papéis
"velados". Esses papéis, protegidos contra a luz, eram
geralmente colocados próximos aos seus tubos de raios
catódicos, e os raios X ali produzidos (ainda não
descobertos) os velavam.
Outros físicos observaram esse "fenômeno" dos
papéis velados, mas jamais o relacionaram com o fato de
estarem próximos aos tubos de raios catódicos! Mais
curioso e intrigante é o fato de que o físico alemão
Philipp Lenard (1862-1947) "tropeçou" nos raios X
antes de Roentgen, mas não percebeu.
Assim, parece que não foi apenas o acaso que
favoreceu Roentgen, a descoberta dos raios X estava
"caindo de madura", mas precisava de alguém
suficientemente sutil para identificar seu aspecto
fenomenal.

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Física Aplicada à Radiação ETECBA

FÍSICA APLICADA À RADIOLOGIA

INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO
COM A MATÉRIA
Prof. Magno Evangelista

Interação da radiação com a matéria

Radiação Eletromagnética (raios X e g)


Partículas carregadas (e-, a, d, etc)
Nêutrons

Ionização: remoção completa de um ou mais


elétrons de valência

Excitação: os elétrons são levados a níveis com


energias mais altas
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Prof. Magno Evangelista 1


Física Aplicada à Radiação ETECBA

Interação com nêutrons


Classificação segundo a energia

lentos 0,03 eV < n < 100 eV


intermediários 100 eV < n < 10 eV
rápidos 10 keV < n < 10 keV
alta energia n > 10 MeV
ou
térmicos n  0,025 eV
epitérmicos 1 eV <n < 100 keV
rápidos n > 100 keV

Interagem por colisão direta com o núcleo 3

Interação com partículas carregadas


Pesadas a, p, d, etc
Leves e

Partículas pesadas tem menor velocidade que um


elétron de mesma energia, portanto ionizarão um
número maior de átomos ao longo de seu percurso que
será aproximadamente linear.

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Física Aplicada à Radiação ETECBA

Elétrons perdem energia através de uma série de


colisões que defletam do processo original, causando
uma série de ionizações secundárias.

elétron
incidente

absorvedor

Interação com raios X e g


Raios g são radiações eletromagnéticas que acompanham
transições nucleares.

Raios X são radiações eletromagnéticas que companham


transições eletrônicas.

Principais processos competitivos

Efeito fotoelétrico
Efeito Compton
Produção de pares
6

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Física Aplicada à Radiação ETECBA

Efeito fotoelétrico

Acontece quando a radiação X,


transfere sua energia total para um
único elétron orbital ejetando-o do
átomo com velocidade (processo de
ionização). O processo de troca de
energia pela equação: Ec = h.f - Elig ,
sendo Ec a energia cinética, h.f a
energia do raio X incidente e Elig a
energia de ligação do elétron ao seu
orbital Este elétron expelido do átomo
é denominado fotoelétron e poderá
perder a energia recebida do fóton,
produzindo ionização em outros
átomos
A direção de saída do fotoelétron com
relação à de incidência do fóton, varia
com a energia deste.
7

Efeito Compton

Quando a energia da Radiação X


aumenta, o espalhamento
Compton torna-se mais
freqüente que o efeito
fotoelétrico. O efeito Compton é
a interação de um raio X com
um elétron orbital onde parte da
energia do raio X incidente é
transferida como energia
cinética para o elétron e o
restante é cedida para o fóton
espalhado, levando-se em
consideração também a energia
de ligação do elétron. O fóton
espalhado terá uma energia
menor e uma direção diferente
da incidente.
8

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Física Aplicada à Radiação ETECBA

Produção de pares

A produção de pares ocorre somente quando fótons de energia igual ou


superior a 1,02 MeV passam próximos a núcleos de elevado número
atômico. Nesse caso, a radiação X interage com o núcleo e desaparece,
dando origem a um par elétron-pósitron com energia cinética em
diferente proporção. O pósitron e o elétron perderão sua energia
cinética pela ionização e excitação.
9

Energia do fóton nos processos competitivos

120

100
Produção de
80 Efeito fotoelétrico pares
dominante dominante
60

40 Efeito Compton
20
dominante

0,01 0,05 0,1 0,5 1 5 10 50 100

Energia do fóton, MeV 10

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Física Aplicada à Radiação ETECBA

Energia dos diferentes tipos de radiação

Comprimento de onda Energia do fóton Radiação


(m) (eV)
superior a 3 x 10-1 inferior a 4,1 x 10-6 Ondas de
radiofrequência
3 x 10-1  3 x 10-3 4,1 x 10-6  4,1 x 10-4 Microondas

3 x 10-3  7,6 x 10-7 4,1 x 10-4  1,6 Infravermelha

7,6 x 10-7  4 x 10-7 1,6  3,1 Luz visível


A-400  320nm
4 x 10-7  10-8 3,1  123,2 Ultravioleta B-320  290 nm
C-290  200nm

inferior a 10-8 superior a 123,2 Raios X e g

11

UNIDADES

RAD  unidade de dose absorvida sendo essa definida pela razão d/ dm, onde
d é a energia média distribuída pela radiação à massa dm.
1 rad = 100 erg/g

GRAY  nova unidade de dose absorvida usada em substituição ao rad.


1Gy = 100 rad

ROENTGEN  unidade de exposição e está relacionada à habilidade de raios X


ionizarem o ar; para raios X e g, uma exposição de IR resulta
numa dose absorvida de 1 rad em água ou tecido mole.

ELETRON VOLT  é a energia adquirida por um elétron ao atravessar uma


diferença de potencial de 1 v.
1 eV= 1,6 x 10-12 J
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Física Aplicada à Radiação ETECBA

CURIE  é uma unidade de taxa de decaimento radioativo de um nuclídeo que


possui 3,7 x 1010 desintegrações/segundo.
1 Ci = 3,7 x 1010 desint./s

MEIA - VIDA  tempo médio para que metade dos átomos de um elemento
radioativo decaiam.
T 1/2 = (ln2)/l , onde l é a constante de decaimento

BEQUEREL  unidade de atividade


1 bq = 3,7 x 10-10 Ci

ROENTGEN EQUIVALENT MAN  unidade de dose que tenta expressar


todos os tipos de radiação numa escala comum.
DREM = DRAD x QF

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RELAÇÕES DE UNIDADE
DL50/30 (seres humanos): 4 Gy = 400 rad = 4 Sv (para radiação eletromagnética)

1 mSv = 0,1 rem = 0,1 rad = 0,1 cGy (para radiação eletromagnética)

Antiga Nova Símbolo Relação


Dose rad gray Gy 1 rad = 1cGy

Dose rem sievert Sv 1 rem = 0,01 Sv


equivalente
Radioatividade Ci bequerel Bq 1 Ci = 3,7 x 1010 Bq

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Física Aplicada à Radiação ETECBA

Exposição humana à radiação - acidentes nucleares

BOMBA DE NAGAZAKI ACIDENTE DE CHERNOBIL


73.884 Mortes 2 Mortos em 1 dia
74.909 Feridos 29 Mortos em 2-120
11.574 Casas queimadas 200 Sobreviventes
5.509 Casa metade destruídas 400.000 Não afetados porém
50.000 Casas parcialmente expostos
destruídas

15

BOMBA DE BOMBA DE
HIROSHIMA NAGAZAKI

45.000 Mortos em 1 dia 22.000


19.000 Mortos em 2-120 dias 17.000

72.000 Sobreviventes 25.000


119.000 Não afetados 110.000
255.000 População 174.000

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Física Aplicada à Radiação ETECBA

DECAIMENTO RADIOATIVO
Física Aplicada à Radiação ETECBA
Física Aplicada à Radiação ETECBA
Física Aplicada à Radiação ETECBA
Física Aplicada à Radiação ETECBA

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