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Geografia 7 CLASSE

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REPÚBLICA DE ANGOLA

GOVERNO PROVINCIAL DA LUNDA NORTE


GABINETE DA EDUCAÇÃO
COORDENAÇÃO PROVINCIAL DE GEOGRAFIA

MATERIAL DE APOIO DA DISCIPLINA DE


GEOGRAFIA 7ª CLASSE

DUNDO
índice
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 5
TEMA 1:O QUE ESTUDA A GEOGRAFIA .............................................................. 6
1.1 O QUE ESTUDA A GEOGRAFIA ........................................................................ 6
1.2.AS PAISAGENS OU COMPLEXOS NATURAIS.............................................. 6
1.3.DIVISÃO DA GEOGRAFIA ................................................................................... 7
1.4. ALGUMAS CIÊNCIAS AUXILIARES DA GEOGRAFIA ................................ 7
TEMA 2:A PLANTA. ..................................................................................................... 8
2.1.AS DIFERENTES MANEIRAS DE NOS ORIENTARMOS NO ESPAÇO. ... 8
PONTOS CARDEAIS. .................................................................................................. 8
2.2 DETERMINAÇÃO DE DIRECÇÕES E DISTÂNCIAS. ................................... 13
2.3. A ESCALA. A PLANTA DA SALA DE AULAS ............................................. 14
2.4.-LEITURA DE PLANTAS .................................................................................... 17
2.5.IMPORTÂNCIA DAS PLANTAS ........................................................................ 18
TEMA 3:AS REPRESENTAÇÕES GEOGRÁFICAS ............................................ 20
3.1.FORMA E DIMENSÕES DA TERRA ................................................................ 20
3.2.AS PRINCIPAIS FORMAS DE REPRESENTAR A TERRA......................... 22
3.2.PRINCIPAIS FORMAS DE REPRESENTAR A TERRA ............................... 22
3.2.1.O GLOBO E O MAPA ...................................................................................... 22
3.2.2.REPRESENTAÇAO DO RELEVO NOS MAPAS ........................................ 23
3.2.2.1. OS PRINCIPAIS MOVIMENTOS DA TERRA: ROTAÇÃO E
TRANSLAÇÃO ............................................................................................................ 24
3.2.2.3. OS PLANETAS VIZINHOS ......................................................................... 26
3.3.DIFERENTES TIPOS DE MAPAS.OS ATLAS GEOGRÁFICOS ................ 27
3.4.CÁLCULO DA DISTÂNCIA NO MAPA ............................................................ 28
TEMA 4:AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS ................................................... 29
4.1.OS CÍRCULOS IMAGINÁRIOS NAS REPRESENTAÇÕES
GEOGRÁFICAS: O EQUADOR, OS PARALELOS E OS MERIDIANOS. ....... 29
4.2.AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS: LATITUDE E LONGITUDE.......... 32
4.3.A IMPORTANCIA DAS COORDENADAS GEOGRÁFICAS ........................ 34
TAMA 5:A ATMOSFERA........................................................................................... 34
5.1.CARACTERISTICAS GERAIS DA ATMOSFERA ......................................... 34
5.2.A TEMPERATURA ATMOSFÉRICA ................................................................ 37
5.3.A PRESSÃO ATMOSFÉRICA. OS VENTOS .................................................. 38
5.4.AS PRECIPITAÇÕES .......................................................................................... 40
5.5.TEMPO E CLIMA. ELEMENTOS E FACTORES DO CLIMA. ...................... 41
5.6.AS ZONAS CLIMÁTICAS ................................................................................... 42
5.7.A LUTA CONTRA A CONTAMINAÇÃO DO AR ............................................ 43
TEMA 6:A LITOSFERA ............................................................................................. 44
6.1.INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 44
6.2.A ESTRUTURA INTERNA DO PLANETA ....................................................... 45
6.3.A LITOSFERA OU CROSTA TERRESTRE: SUA CONSTITUIÇÃO .......... 45
6.4.AS ROCHAS QUE FORMAM A CROSTA TERRESTRE:ORIGEM E
CONSTITUIÇAO.APROVEITAMENTO DAS ROCHAS ....................................... 46
6.4.1.APROVEITAMENTO DAS ROCHAS PELO HOMEM ................................ 47
6.5. O RELEVO TERRESTRE .................................................................................. 47
6.5.1 – A FORMAÇÃO DO RELEVO TERRESTRE ............................................. 47
6.5.2 – PRINCIPAIS FORMAS DO RELEVO TERRESTRE ............................... 48
6.7.OS TERRAMOTOS OU SISMOS ...................................................................... 49
6.8 – OS VULCÕES .................................................................................................... 52
BIBLIOGRAFIA. ................................................................................................................. 54
REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO PROVINCIAL DO NAMIBE
DIRECÇÃO PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO,CIÊNCIA E
TECNOLOGIA
NÚCLEO PROVINCIAL DE GEOGRAFIA
MATERIAL DE APOIO
Introdução
Na actualidade ,a Geografia é sem dúvida uma das áreas do saber que mais
contribui para a observação e compreensão dos fenómenos as escalas local
,nacional ,regional e mundial. Ela é por excelência a ciência do espaço e das
localizações.
A Geografia pode tornar os alunos conscientes da complexidade das causas
dos factos e das suas consequências ,assim como ajudá-los a entender o seu
meio mais próximo e o mais distante.
A Geografia incentiva os alunos a investigar e a questionar-se sobre o estado
actual da Natureza-Sociedade e avaliar os resultados das actividades
humanas.
A inclusão da disciplina de Geografia nas três classes que compreendem o Iº
Ciclo do Ensino Secundário,teve em consideração um conjunto de
pressupostos,considerados fundamentais:
O primeiro diz respeito à função da escola de Ensina Geral ,Primária e
Secundário,de preparar o aluno para vida laboral e proporcionar-lhe um
sistema de conhecimentos geográficos básicos,assentes nos principios das
ciências ,incluindo a ciência Geografia ,assim como de desenvolver nele
habilidades/capacidades e atitudes/valores.
Objectivos gerais da disciplina na 7ª classe
 Compreender o campo de estudo da Geografia,ciências auxiliares,assim
como critérios da divisão da ciência Geografia;
 Compreender aspectos gerais do planeta Terra e sua representação nos
mapas e globos;
 Distinguir diferentes formas de orientação no espaço;
 Compreender aspectos essências da atmosfera da Terra e os
fenómenos que nela têm lugar;
 Reconhecer a existência de diferentes zonas climáticas e sua
distribuição no planeta;
 Compreender as características gerais da estrutura interna da Terra, do
processo de formação do relevo terrestre e de processos de fenómenos
no seu interior;
 Compreender particularidades mais relevantes das águas oceânicas ou
marítima ;
 Relacionar a existência de diferentes atitudes face a gestão do
ambiente;
TEMA 1:O que Estuda a Geografia

1.1 O que estuda a Geografia


A palavra Geografia é de origem grega, divide-se em duas palavras:
 Geo– Terra
 Grafia – descrição.
Antigamente a geografia estudava a descrição da Terra.
Os viajantes e os exploradores foram os primeiros a interessarem-se em
descobrir os segredos da natureza e em conhecer outros territórios. Assim, ao
regressarem dos lugares visitados descreviam como eram as montanhas e
vales, os rios e mares, plantas e animais e os seus povos, como Diogo Cão,
Vasco da Gama, Cristóvão Colombo, Marco Polo e outros.
Actualmente a geografia não só descreve os lugares observados, como
também analisa e explica as relações que existem entre os componentes da
natureza: as terras, as águas, o ar, as plantas, os animais e o género humano.
O que estuda a geografia.
Geografia é a ciência que estuda a descrição da Terra,mas actualmente
analisa e explica a distribuiçãodos fenómenos da natureza e sua relação com o
Homem.
Objecto de estudo: a Geografia tem como objecto ocupar-se do estudo dos
componentes da natureza.

1.2.As paisagens ou complexos naturais.


Paisagem é tudo aquilo que observamos no nosso horizonte. E podem ser
naturais e humanizadas.
Paisagens naturais:são conjuntos de vários componentes naturais.
Componentes naturais são: todos os aspectos da superfície terrestre com
características diferentes associadas entre si.
Ex.: as rochas, plantas, animais, homem, etc.
Paisagens humanizadas: são aqueles que resultam da combinação de
elementos humanos como fábricas, campos cultivados, aldeias, cidades, as
vias de comunicação.
1.3.Divisão da Geografia
A Geografia é uma ciência vasta e complexa. Para melhor compreensão dos
fenómenos geográficos, dividiu-se ela em dois ramos: Geografia Física, ramo
natural e a Geografia Humana, ramo social.
Geografia Física: estuda os componentes naturais das paisagens.
EX: o relevo, solo, rochas, água, ar, etc.
Geografia Humano: estuda as actividades produtivas do ser humano, que ao
produzir bens, actua sobre a superfície terrestre.
Ex: agricultura, pescas, transportes, industria, etc.
Importância da Geografia.
Actualmente a Geografia não só descreve os lugares observados, como
também analisa e explica as relações que existe entre os componentes
materiais bem como os fenómenos que se produzem na Natureza. A Geografia
não é estática, porque é formada por conceitos dinâmicos que podem sofrer
enriquecimento com seu estudo na superfície terrestre.

1.4. Algumas ciências auxiliares da Geografia


Para melhor compreender a Geografia tanto Física como Humana, esta apoia-
se de outras ciências que também estudam os componentes da natureza ou
actividade produtiva dos seres humanos.
Estas são: Climatologia, Geologia, Demografia, Ecologia, Botânica, Física,
Hidrologia, Oceanografia, Pedologia, Meteorologia, Vulcanologia, História e a
Sismologia.
 Climatologia: ciência que se ocupa do estudo dos climas.
 Geologia: ciência que estuda a origem e constituição da Terra.
 Demografia: ciência que estuda a distribuição, estrutura e outros aspetos
relacionados com a população.
 Ecologia: ciência que estuda as relações dos seres vivos (plantas,
animais, seres humanos e microrganismos) com o meio ambiente que
habitam.
 Botânica: ciência que estuda as plantas.
 Zoologia: ciência que estuda os animais.
 Física: ciência que estuda as propriedades gerais dos corpos, as leis
que regulam os fenómenos que neles ocorrem.
 Hidrologia: ciência que estuda o curso superficial da água na Terra.
 Oceanografia: estuda os oceanos.
 Pedologia: estuda a composição dos solos.
 Meteorologia: estuda todos os fenómenos que se produzem na
atmosfera.
 Vulcanologia: ciência que se ocupa do estudo dos vulcões.
 História: estuda os fenómenos sociais no tempo e no espaço.
 Sismologia: estudo da estrutura da Terra através das ondas sísmicas
que são produzidas pelos tremores de terra.

TEMA 2:A Planta.

2.1.As diferentes maneiras de nos orientarmos no espaço.


A orientação no terreno.
A orientação é um processo fundamental para localizar elementos da
paisagem. Quando nos encontramos num determinado lugar, podemos utilizar
vários processos para nos orientarmos.
Em Geografia utilizam-se dois tipos de localização:
Localização relativa: é a determinação da posição de um lugar em relação a
outros já conhecidos.
Ex: A província do Namibe, localiza-se a sudoeste da provincia da Huíla.
Localização absoluta: é o processo que permite localizar com rigor a posição
de um lugar na superfície terrestre.
O processo de localização absoluta recorre a um conjunto de círculos
imaginários desenhados sobre a Terra e que nos servem de elementos de
referência: os círculos máximos e os círculos menores.
Ex: para determinar com rigor a posição de um lugar utiliza-se a latitude e a
longitude.
Dominar as técnicas de orientação pode tornar-se útil quando nos encontramos
perdidos numa área desconhecida e isolada.

Pontos cardeais.
Em termos acadêmicos, os pontos cardeais são quatro:
 Norte, inicial N, também chamado "Setentrional,Boreal".
 Sul, inicial S, também chamado "Meridional ou Austral".
 Leste ou Este, inicial L ou E, também chamado "Oriente, Nascente ou
Levante".
 Oeste, inicial O ou W, também chamado "Ocidente ou Poente".
Há também quatro pontos colaterais:
 nordeste - NE,
 sudeste - SE,
 sudoeste - SO ou SW,
 noroeste - NO ou NW.
Finalmente oito pontos subcolaterais:
 norte-nordeste - NNE,
 éste-nordeste - ENE,
 éste-sudeste - ESE,
 sul-sudeste - SSE,
 sul-sudoeste - SSO ou SSW,
 oéste-sudoeste - OSO ou WSW,
 oéste-noroeste - ONO ou WNW,
 norte-noroeste - NNO ou NNW.

Figura 1 Rosa – dos – ventos.


O conjunto dos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais, formam a rosa –
dos – ventos ou rosa náutica.

Tipos de orientação.
 A orientação pelo Sol constitui um dos principais processos de
orientação e assente em dois momentos fundamentais, do seu aparente
movimento diurno: o nascimento e o poente (ou ocaso).
Tendo como referência o Sol, a posição onde nasce indica-nos o ponto
cardeal Este e a posição onde o Sol põe-se indica-nos o ponto cardeal
Oeste. Portanto se indicarmos com a nossa mão direita para o ponto
cardeal Este (nascente) e a mão esquerda para o ponto cardeal Oeste
(poente), a nossa frente indicará o ponto cardeal Norte e atrás o ponto
cardeal Sul, como mostra a figura 2.

Figura 2 Orientação pelo Sol.


 A Orientação pela sombra de uma vara.
Também tomando como referência o Sol, podemos encontrar os pontos
cardeais se fizermos uma experiência com uma vara.
Traçamos uma circunferência no chão e espetamos uma estaca ou vara no
centro desta.
Observamos a sombra projectada pela estaca a diferentes horas do dia,
podendo verificar que é meio-dia quando a sombra é mais curta. Sabendo que
o Sol nasce a Este e se põe a Oeste, é fácil orientarmo-nos pela sombra que o
Sol projecta de manhã cedo, essa sombra indica a direcção Oeste. Logo, em
sentido oposto teremos o Este.
À direita o Norte, e a esquerdo o Sul. Ao cair da tarde acontece o contrário, a
sombra projectada indica o Este; na direcção das nossas costas teremos o
Oeste, a esquerdo o Norte e a direita o Sul, como mostra a figura 3.
Figura 3

 A orientação pelorelógio.
Coloca o relógio na posição horizontal e com o ponteiro das horas voltado para
o sol.
A recta que passa pelo centro do ângulo formado entre o ponteiro das horas e
o número 12 indica a direcção da linha N-S. A linha que divide esse ângulo em
duas partes iguais indica o ponto cardeal Sul. Por outras palavras, identificando
a meia distância entre o ponteiro das horas e as 12 horas do relógio, podemos
desenhar uma linha que aponta para o Sul, como mostra a figura 4.

Figura 4.

 A orientação pelo Cruzeiro do Sul


Outro processo de orientação consiste em localizar no Céu a posição de uma
constelação denominada como Cruzeiro do Sul.
As constelações são agrupamentos delimitados de estrelas que se
assemelham a figuras de divindades, animais ou objectos baseados em
crenças da Antiguidade, como mostra a figura 5.

Figura 5 Orientação pelo Cruzeiro do Sul.

 A orientação pela bússola


A bússola é um instrumento semelhante ao relógio, inventado pelos Chineses e
introduzido na Europa pelos Árabes. Foi este instrumento que permitiu aos
navegantes orientarem-se nas grandes travessias oceânicas nos séculos XV e
XVI, quando se iniciaram os descobrimentos geográficos.
Ela permite determinar rapidamente a posição de qualquer rumo da rosa-dos-
ventos, em qualquer hora do dia. É constituída essencialmente por uma lâmina
de aço em forma de um losango, com uma ponta magnetizada. Esta lâmina
gira livremente, apoiada sobre um eixo vertical fixo no centro de uma caixa
circular, no fundo da qual está representada a rosa-dos-ventos, tendo a volta
uma circunferência graduada de 0º a 360º. A ponta magnetizada da agulha da
bússola possui propriedade de se voltar sempre na direcção do Pólo Norte
Magnético, o qual fica próximo do Pólo Norte Geográfico. Isto significa que o
Norte Magnético não coincide com Norte Geográfico.
Ao ângulo formado pelas direcções do Norte Geográfico e Magnético dá-se o
nome de Declinação Magnética. Esta varia de lugar para lugar e ao longo dos
anos.

Podemos então diferenciar o Norte Geográfico do Magnético, da seguinte


forma: O Norte Geográfico é o Norte indicado nos mapas e, enquanto o Norte
Magnético é o norte indicado pela agulha da bússola, como mostra a figura 6.

Figura 6A bússola.
Como utilizar correctamente a bússola
1. Colocamo-la numa superfície horizontal sem objectos metálicos próximos;
2. Destravamos a agulha e deixamos que ela rode livremente até parar;
3. Rodamos lentamente a caixa metálica de modo a que a ponta magnética da
agulha coincida com o norte geográfico da base da bússola.

2.2 Determinação de direcções e distâncias.


Com a bússola determina-se as direcções no horizonte da seguinte forma:
 Ao ponto N correspondem 0⁰ e 360⁰;
 Ao ponto E correspondem 90⁰;
 Ao ponto S correspondem 180⁰;
 Ao ponto O correspondem 270⁰.
Direcções
Os graus representados na bússola indicam a amplitude do ângulo que forma a
agulha com a direcção em que se encontre qualquer objecto ou lugar.
Se o lugar se encontra a Norte do observador, a sua direcção é dada pelo
ângulo 0⁰.Se esta entre o Norte e o Este, ou seja, sensivelmente a Nordeste, a
sua direcção será indicada pelo ângulo de 45⁰.
Distâncias
Para determinar distâncias entre dois objectos, podemos utilizar vários
métodos:
 Medir com fita métrica;
 Medir com os passos, embora este método seja pouco preciso, porque
os passos dados pelas pessoas não são sempre iguais;
 Calcular o tempo (em segundos, minutos ou horas) que levamos a
percorrer de um lugar para outro;
 Através de um simples olhar podemos determinar distâncias
aproximadas.
Uma distância pequena é fácil de medir com a fita métrica (em cm ou metros),
mas com frequência torna-se necessário conhecer distâncias maiores (em
quilómetros).

2.3.A escala. A planta da sala de aulas


Planta é uma representação cartográfica realizada a partir de uma escala muito
grande, ou seja, com uma área muito pequena e um nível de detalhamento
maior.
Figura 7 Planta de uma sala de aula.
Para representar numa folha de papel as dimensões reais da sala de aula, o
tamanho e a dimensão da folha de papel tem de ser igual ou maior que as
dimensões reais da sala de aula.
Para que tal não aconteça, isto é, procurar uma folha grande, temos que
procurar uma equivalência ou proporção entre as dimensões reais da sala de
aula e o número de vezes que temos de reduzir essa distância, para poder
representa-la numa folha de papel de pequenas dimensões. Isto é uma escala.

Escala – é a relação entre as distâncias observadas no mapa e as distâncias


reais correspondentes no terreno.
A escala indica-nos o número de vezes que as dimensões reais de um objecto
(sala de aula) foi reduzido em relação à superfície que representa.
Tipos de escala.
Existem dois tipos de escala: escala numérica e a escala gráfica .
Escala numérica: representa-se na forma de uma fracção.
pode ser escrita de três formas: 1: 40 000 000, 1/40 000 000 e

Lê-se 1 cm no mapa corresponde a 40 milhões de centímetros na realidade.

E – escala;
d – distancia no mapa;
D – distância real
Escala gráfica – é representada sob a forma de um segmento de recta
graduado, de comprimento variável. Permite uma leitura rápida dos valores das
distâncias reais.

Lê-se: um centímetro no mapa corresponde a 10 km na realidade, dois


centímetros no mapa corresponde a vinte quilómetros na realidade e assim
sucessivamente.
A aplicação prática da escala numérica permite-nos resolver três tipos de
exercícios:
1. Determinar a escala, quando são conhecidas distâncias no mapa e a
real, que lhe corresponde:

2. Determinar a distância real, quando são conhecidas a distância no mapa


e a escala:
D=dxE
3. Determinar a distância no mapa, quando são conhecidas a distância real
e a respectiva escala:

Para o cálculo das distâncias, no mapa ou real, é necessário fazer a


conversão das unidades de comprimento
Unidades de comprimento
Km hm dam M dm cm Mm
2.4.-Leitura de plantas
É muito conveniente saber interpretar plantas simples. Através de uma planta
podem localizar-se muitos locais onde tenhas necessidade de te deslocar ou
conhecer. Procura informar-te, onde resides, se existe uma planta da
localidade e verás as informações que ela contém.
Para proceder a leitura de uma planta, primeiro deves orientá-la, ou seja,
colocá-la de tal maneira que as direcçõesnela representada coincidam com a
realidade. Se não tiver uma seta a indicar o Norte é porque este, o Norte,
corresponde a parte superior da planta e o Sul a parte inferior Oeste estará a
esquerda e o Este a direita. A orientação pode também fazer-se com a bússola.
A leitura de uma planta só é possível se ele possuir alguns elementos
fundamentais que facilitam a sua interpretação. Esses elementos são: o título,
escala, legenda, orientação e a fonte (mapa abaixo).
a) Título: nome que indica o que representa a planta;
b)Orientação: aponta no mapa o rumo da rosa-dos-ventos
c) Legenda: é uma espécie de dicionário, que ao indicar as cores e
símbolos utilizados possibilita a leitura e interpretação correcta das plantas;
d) Escala: informação de quantas vezes a distância real foi reduzida em
relação à planta;
e) Fonte: entidade responsável pela elaboração da planta ou do mapa.

Figura 8 Mapa das Escolas e unidades sanitárias.


2.5.Importância das plantas
As plantas são necessárias às várias profissões, como as de engenheiro,
arquitecto, regente agrícola, geógrafo, pois fornecem muitos dados que lhes
são úteis.
Todos os países publicam plantas que permitem conhecer bem todas as
localidades e regiões neles existentes.
As plantas são também úteis para os militares, quando fazem simples
exercícios militares.
Deves saber que…
Para determinar as distâncias a representar num mapa é necessário dividir o
valor das distâncias reais pelo valor da escala.
Considera o seguinte exemplo: A é uma comuna situada a quatro quilómetros
de B. Para determinar a distância a representar entre estas duas comunas no
mapa, deves proceder do seguinte modo:
1.Reduz a distância real entre os lugares a centímetros.
Assim, 4 km =400000 cm
2.Divide o valor da distância real pelo valor da escala, de modo a determinar o
número de vezes que a distância real tem de ser reduzida (neste caso,
consideraremos, por exemplo, que a escala é de 1:200000:
400000:200000=2cm
Sendo assim, no mapa as duas comunas devem ficar distanciadas 2 cm.

Exercícios de escala
A cidade de Moçâmedes, dista a 180Km da cidade de Lubango. A que
distância será representado num mapa de escala 1/5.000.000, as duas
cidades.
Dados Fórmula

D= 180 km=18.000.000cm

d=?

R: A distância entre as duas cidades (Moçâmedes e Lubango) é 3,6cm.


- u a a cu a esca a de duas as est re rese tadas a u a
distância de 3 cm.Qual é a distância real entre essas duas ilhas?
Dados Fórmula
D=dXE
d=3 cm D=3cm x3.0000.000
D=? D=9.000.000cm
D=90km
R:A distância real entre essas duas ilhasé de 90 km
3-Num dado mapa, dois lugares distam entre si 20 cm, sendo a sua distância
real de 100 km.Determina a escala.
Dados Fórmula

E=?

D= 100 km=10.000.000cm

d=20 cm =

X.20cm=1. 10.000.000

X=

X=

X=500.000

esca a de 500.000
TEMA 3:As representações geográficas

3.1.Forma e dimensões da Terra


Forma da Terra
No mundo antigo não havia uma única ideia acerca da forma da Terra.
Por exemplo, na Índia pensava-se que a Terra era um bloco imenso, em forma
de montanha pontiaguda, apoiada no lombo de quatro elefantes, que por sua
vez descansavam sobre uma tartaruga gigantesca que, flutuava nas águas
dum grande oceano (figura 9).

Figura 9 A forma da Terra, tal como era vista na Índia Antiga.


Hoje, depois de muitas pesquisas científicas, temos a ideia de que a Terra tem
uma forma aproximadamente esférica, tal como a Lua e os outros planetas.
Para designar a Terra, costuma-se a empregar o termo esferóide, pois é
ligeiramente achatada nas regiões polares e abaulada no Equador.
Figura 10 Fotografia da Terra tirada do espaço.
Provas da esfericidade da Terra
 As viagens de circum-navegação realizada entre 1519 à 1521 por
Fernão de Magalhães e Sebastião Del Cano;
 Os eclipses da Lua;
 O Sol nasce a horas diferentes nos diversos lugares da Terra;
 O aspecto do Céu;
 Fotografias aéreas tirada por satélites a partir do espaço.
Dimensões da Terra
A superfíciedo nosso planeta mede aproximadamente 510.000.000 km², sendo
a maior parte, cerca de 71% ocupada por mares, lagos, oceanos e rios,
constituindo a hidrosfera, e o restante 29% ocupados por continentes e ilhas.
A circunferência do equador é de 40.008 km. O diâmetro equatorial é de 12.756
km e o diâmetro polar é de 12.713 km.
3.2.As principais formas de representar a Terra
As representações geográficas
Desde há muito que o ser humano mostrou interesse e necessidade de
representar de forma gráfica os territórios que ia conhecendo, isto possibilitou
que a representação de áreas do planeta fosse evoluindo e melhorando
sucessivamente.
Assim o ser humano foi utilizando diversas técnicas para representar a Terra e
de diversas formas. Estas diferentes formas designam-se por representações
geográficas.

3.2.Principais formas de representar a Terra

3.2.1.O globo e o mapa


O planeta Terra pode ser representado de várias formas como: globos, mapas
e por intermédio de fotografias.
Como a Terra tem uma forma esférica (esferoide), a melhor forma de
representa-la é através da esfera ou globo terrestre.
Os globos
Os globos são representações mais aproximada da forma da Terra no seu
todo. Tem as seguintes vantagens:
 Permite-nos conhecer não só a forma aproximada da Terra, mais
também a proporção real das terras e das águas à sua superfície;
 Permite-nos conhecer verdadeiramente a configuração dos continentes
e oceanos;
 Ninguém pode visualizar adequadamente o mundo sem estudar
cuidadosamente o globo terrestre.
Desvantagens do globo terrestre
 O seu tamanho é muito reduzido, pois alguns lugares não aparecem
conforme;
 Não nos permite visualizar os dois hemisférios ao mesmo tempo;
 Contem poucas informações geográficas mesmo que o tamanho for
grande;
 Nunca mostra a totalidade da superfície terrestre.
Para se ultrapassar as desvantagens do globo terrestre usa-se os mapas que
são ilustrações generalizadas e convencional no meio geográfico feito de
acordo com as leis matemáticas.

Os mapas
Os mapas são representações planas da superfície terrestre, das suas
características físicas, naturais e artificiais numa determinada escala.
Vantagens do mapa
 Reproduz em tamanho maior as áreas que no globo aparecem muito
pequenas;
 Os mapas contêm muita informação geográfica, mesmo que o tamanho
seja pequeno;
 Permitem representar elementos humanos e naturais de uma região ou
da totalidade da superfície terrestre;
 Permite-nos observar os dois hemisférios ao mesmo tempo.
Desvantagens do mapa
 Não nos mostra a verdadeira forma da Terra;
 Numa superfície não se pode representar com exactidão a configuração
das terras e das águas, especialmente zonas mais afastadas do globo;
 Deforma os meridianos e os paralelos;
 Quanto maior for a superfície representada, maior será a deformação do
mapa.

3.2.2.Representaçao do relevo nos mapas


A superfície terrestre não é completamente uniforme,apresenta numerosas
desigualdades que no seu conjunto se chama relevo da Terra. Este apresenta
grande variedade de forma mas,no geral as principais são as montanhas e as
planificies .
Estas formas de relevo constituem um dos principais elementos representados
nos mapas.Para as representar é necessario determinar primeiro a altura do
lugar que se vai desenhar,utilizando para tal diferentes técnicas e,em segundo
lugar conhecer a escala em que se deseja representar as formas de relevo do
lugar considerado.
Quando se mede a altura de um lugar em relação a outra superfície, sabemos
quantos metros é mais elevada uma do que a outra, ou seja a sua altura ou
altitude relativa. Se a comparação que fizermos for em relaçao ao nível médio
das águas do mar, chama-se então altura ou altitude absoluta.As altitudes
medem-se na vertical, desde o ponto de referência até ao cimo do lugar
considerado.

3.2.2.1. Os principais movimentos da Terra: Rotação e


Translação
No Universo não há nenhuma partícula que não esteja submetida a um
movimento ou mudança. Ex: as estrelas, lua, os planetas e as plantas
encontram-se em movimento e evolução.
A Terra não é um planeta fixo no sistema solar. Ela apresenta vários
movimentos que de um modo geral nos passam despercebidos.
No entanto esses movimentos condicionam a nossa vida ao longo do ano.
Movimento de Rotação
O movimento de rotação é o movimento circular que a Terra realiza a volta do
seu eixo imaginário. Este movimento realiza-se sempre de Oeste para Este.
O período de tempo que a Terra leva a executar movimento de rotação é de 23
horas 56´e 4´´, aproximadamente 24 horas.

Figura 11 Movimento de rotação da Terra


Consequências do movimento de rotação
Do movimento de rotação resultam várias consequências:
 A sucessão dos dias e das noites. Como a Terra é um sólido esférico, só
uma parte é iluminada de cada vez, como gira continuamente o dia e a
noite vão-se alternando sucessivamente.
 Diferenças de horas nos diferentes lugares da Terra ao mesmo tempo.
Como o sentido do movimento aparente do Sol é de Este para Oeste e o
sentido do movimento de rotação é de Oeste para Este, logo quando é
cedo para os lugares situados no hemisfério Ocidental, é muito tarde
para os lugares situados no hemisfério Oriental.
 Movimento aparente do Sol.

Movimento de Translação
O movimento de translação é movimento que a Terra descreve dando volta ao
Sol. Este movimento realiza-se sempre de Oeste para Este.
A Terra leva aproximadamente 365 dias e 6 horas a contornar o Sol.
A trajectória que a Terra descreve no movimento de translação é denominada
órbita. Esta linha não é um círculo perfeito, pois é ligeiramente elíptica.

Figura 12 Movimento de Translação da Terra.

Consequências do movimento de translação


 A sucessão das estações de ano. As estações de ano são intervalos de
tempo que decorrem entre as passagens sucessivas do sol pelos
equinócios e pelos solstícios, as estações de ano tem como origem a
repartição desigual do calor sobre a superfície terrestre. Estas são:
primavera, verão, Outono e inverno.
 A desigualdade da duração dos dias e das noites. Os dias são de
duração desigual das noites nos dois hemisférios devido a inclinação do
eixo da Terra, sucedendo que enquanto no hemisfério Norte os dias são
maiores que as noites, no hemisfério Sul são menores e vice-versa.

3.2.2.3. Os planetas vizinhos


Chamamos de Universo ou Cosmo o conjunto de tudo que existe ou todas as
partículas finas que formam os corpos. O conjunto formado pelos planetas
incluindo outros corpos menores que giram ao redor do sol, constituem o
Sistema solar:
 O sol como centro do sistema;
 8 Planetas;
 32 Satélites;
 Milhões de meteoritos;
 Milhões de asteróides;
 Numerosos cometas.
Os planetas do sistema solar são: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter,
Saturno, Urano e Neptuno.
Estes planetas dividem-se em dois grupos que são:
 Planetas interiores que são: Mercúrio, Vénus, Terra e Marte.
 Planetas exteriores são: Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno.
Obs.: os planetas se dividem em dois grupos: os planetas interiores (Mercurio,
Venus, Terra e Marte) e os planetas exteriores (Jupiter, Saturno, Urano e
Neptuno). Os interiores são pequenos e compõem-se sobretudo de rocha e
ferro. Os exteriores são os maiores e compõem-se principalmente de
hidrogénio, gelo e hélio.
Entre as milhões galáxias que constituem o Universo encontramos a galáxia a
qual pertence o nosso sistema solar, a Via Láctea.
O Sol é o corpo central e o elemento mais importante do sistema solar, porque
toda luz e o nosso calor provém do Sol e sem a sua energia não existiria vida
no planeta Terra.
Obs.: pelos novos estudos feitos o Plutão deixou de ser considerado como um
planeta devido as suas características que são semelhantes a certas estrelas.
Figura 13 O sistema solar.

3.3.Diferentes tipos de mapas.Os atlas geográficos


Existem vários tipos de mapas, tais como:
 Mapa físico;
 Mapa temático;
 Mapa político;
 Mapa topográfico;
 Mapa hipsométrico;
 Mapa Físico- representa os aspectos naturais da superfície terrestre.
Ex: o relevo, os rios, a flora, fauna, o clima, etc.
 Mapa Temático-representa um único tema entre vários possíveis
numa determinada área. Ex: distribuição das chuvas, população, etc.
 Mapa político - representa a divisão política administrativa dos países
e as respectivas capitais. Ex: Mapa da divisão política e
administrativa de Angola.
 Mapa topográfico- representa a descrição exacta e minuciosa de um
lugar com o seu relevo, incluindo todos os objectos fixos existentes
nessa superfície;
 Mapa hipsométrico - representa o relevo através das cores. Para
classe de valores de altitude atribui-se uma cor.
Importância das representações geográficas
As representações geográficas, mapas e globos e outras formas de expressão
cartográfica jogam um papel importante na vida do homem, já que possibilitam
a localização exacta dos diferentes lugares do globo e facilitam a análise da
informação geográfica representada, os mapas proporcionam uma grande
variedade de informação por esse motivo tem-se convertido em instrumento de
trabalho para um grande número de profissões como professores, geógrafos,
geólogos, engenheiros, e outros.

3.4.Cálculo da distância no mapa


A cidade de Moçâmedes dista a 93Km da cidade de Tômbua. A que distância
será representado num mapa de escala 1/3.000.000, as duas cidades.
Dados Fórmula

D= 93km=9.300.000cm

d=?

R: A distância entre as duas cidades (Moçâmedes e Tômbua) é 3,1cm.


TEMA 4:As Coordenadas Geográficas

4.1.Os círculos imaginários nas representações geográficas: o


equador, os paralelos e os meridianos.
O equador
O equador é o círculo máximo da esfera terrestre perpendicular ao eixo da
Terra, que a divide em dois Hemisférios iguais: Norte e Sul.
Do equador ao pólo Norte, compreende o hemisfério Norte, Boreal,
Setentrional, ou Continental e do equador ao pólo Sul compreende o hemisfério
Sul, Austral, Meridional, ou Marítimo, é nele onde se localiza Angola.

Figura 14 O equador.
Paralelos
A Norte e a Sul do equador podemos desenhar outros círculos paralelamente a
este que se chamam paralelos.
Os paralelos são círculos que dividem a Terra em duas partes diferentes, por
isso designam-se círculos menores.

Figura 15 Os paralelos
Existem cinco paralelos especiais: o equador, trópico de câncer e de
Capricórnio, círculo polar Árctico e Antárctico (figura 16).

Figura 16 Os cinco paralelos especiais.

Os trópicos de Câncer a Norte e de Capricórnio a Sul, delimitam as zonas


intertropicais Norte e Sul e distam 23º 27´ de Equador.
Os trópicos e círculos polares também delimitam as zonas temperadas Norte e
Sul.
Os círculos polares, Árctico a Norte e Antárctico a Sul distam 66º 33´ do
Equador e delimitam as zonas frias Norte e Sul. (figura 17)

Figura 17 Limite das zonas intertropicais, temperadas e frias


Figura 18 Limite das zonas intertropicais, temperadas e frias

Os meridianos
Os meridianos são círculos máximos perpendiculares ao eixo da Terra que
passam pelos pólos dividindo a Terra em duas partes iguais.
Podem desenhar-se tantos meridianos quantos os que se quiser, contudo,
existe um meridiano principal ou de referência (Meridiano de Greenwich), que
divide a Terra em dois hemisférios: Hemisfério Ocidental (Oeste) e Hemisfério
Oriental (Este).
Geralmente consideram-se apenas 360 meridianos, um por cada grau em que
se divide a esfera terrestre.
Seleccionou-se como elemento de referência o semi-meridiano de Greenwich,
ou seja, o arco de meridiano que vai do pólo Norte e passa por Greenwich em
Londres.
Figura 19 O meridiano de Greenwich.

4.2.As coordenadas geográficas: Latitude e Longitude


Coordenadas Geográficas são linhas imaginárias que se cruzam entre si, nos
sentidos horizontal e vertical, servindo para a localização de qualquer ponto na
superfície terrestre.
Dessa maneira, temos dois tipos de coordenadas geográficas:
Latitude: é a distância medida em ângulo entre qualquer lugar da Terra em
relação ao equador.O equador, é pois um elemento de referência fundamental
para determinar a latitude. Por isso:
 Os lugares localizados no equador têm 0º de latitude pois a distância ao
equador é nula;
 Os lugares localizados a norte do equador ou seja, no hemisfério norte
têm valores de latitude norte e os localizados a sul do equador ou seja
no hemisfério sul têm uma latitude sul;
 A latitude varia entre 0º no equador e 90º nos pólos.
Figura 20 Latitude.
Longitude
A longitude tem como elemento de referência o semi-meridiano de Greenwich.
Longitude: é distância angular medida entre qualquer lugar e o semi-meridiano
de referência, o semi-meridiano de Greenwich.
 Os lugares localizados a Oeste do semimeridiano de referência, ou seja,
no hemisfério ocidental têm uma longitude Oeste e os localizados a Este
do semimeridiano de referência ou seja, no hemisfério Oriental têm
longitude Este;
 Os lugares localizados no semimeridiano de referência têm 0º de
longitude, pois a sua distância ao semimeridiano de Greenwich é nula;
 A longitude varia de 0º a 180º em cada hemisfério.

Figura 21 Longitude
4.3.A importância das coordenadas geográficas
Coordenadas geográficas
Para localizar os lugares de uma forma exacta é necessário recorrer em
simultâneo as coordenadas latitude e longitude (coordenadas geográficas).
Nos mapas, os valores da latitude costumam a vir indicados na extremidade
dos paralelos (nas margens direita e esquerda). E os valores da longitude na
extremidade dos meridianos (nas margens superiores e inferiores).
Importância das coordenadas geográficas
As coordenadas permitem localizar com precisão lugares a superfície da Terra.

Figura 22 Coordenadas geográficas.

1. Ex.: A= Lat. 50⁰ N 2.Ex.:B= Lat. 40⁰N


Long. 100º O Long. 80⁰ E

TAMA 5:A Atmosfera

5.1.Caracteristicas gerais da atmosfera


A atmosfera
A atmosfera é a camada de gases que envolve a Terra.
Esta camada, se estende desde a superfície da Terra, apresenta uma
espessura cerca de 1000 km, é na atmosfera onde se processam fenómenos
climáticos que tanto condicionam a nossa vida e modificam a paisagem.
Composição da atmosfera
O ar atmosférico é essencialmente constituído por uma mistura de gases da
qual fazem parte o azoto (N), o oxigénio (O2), dióxido de carbono (CO2) e o
vapor de água (H2O).
Além destes constituintes principais, existe no ar em quantidades muito
pequenas, outros gases que por serem raros, têm o nome de gases raros que
são: árgon (Ar), néon (Ne), o hélio (He), crípton (Cr), xénon (Xe), ozono (O 3),
metano (CH4) e o hidrogénio (H).
A atmosfera contem ainda inúmeras partículas sólidas e líquidas como cinzas
vulcânicas e fumos, assim como água em estado líquido e sólido.

Gases constituintes da
atmosfera
Azoto Oxigénio Gases raros
1% 0%

21%

78%

Figura 23 Composição da Atmosfera


Estrutura da atmosfera
Os estudos realizados permitem chegar a conclusão que a atmosfera
apresenta características diferentes a medida que a altitude aumenta, por isso
encontra-se dividida em camadas, das quais se destacam:
 A troposfera;
 A estratosfera;
 A mesosfera;
 A termosfera;
 A exosfera.
Figura 24 Estrutura vertical da Atmosfera.

A passagem de uma camada a outra não totalmente imediata, mas sim obdece
intervalos, com o sufixo pausa, conforme o esquema abaixo:
Tropopausa Estratopausa Mesopausa Termopausa

Troposfera Estratosfera Mesosfera Termosfera Exosfera

Importância da atmosfera
A atmosfera é muito importante porque:
 Envolve a Terra e funciona como o escudo de protecção de impacto dos
meteoritos;
 Protege os seres vivos da intensidade das radiações solares, nocivos à
vida;
 Impede a penetração das radiações solares prejudiciais a superfície
terrestre;
 Evita que durante a noite, se dê um arrefecimento demasiado que os
seres vivos não suportariam.
5.2.A temperatura atmosférica
A temperatura atmosférica é o grau de aquecimento da atmosfera.
A principal fonte de calor do nosso planeta é o Sol. O calor emitido pelo sol sob
forma de luz e calor recebe o nome de radiação.
A temperatura do ar mede-se com um instrumento chamado termómetro, os
quais expressam a temperatura em graus centígrados ou célsius (ºC).

Temperatura média
Para se estudar o comportamento e a variação da temperatura, fazem-se
registos diários ou mensais, que podem ser usados para calcular a temperatura
média. Esses registos são feitos em estações meteorológicas.
A temperatura média obtem-se somando os valores de temperatura dos vários
registos, dividindo depois o resultado obtido pelo numero de parcelas. Assim,
determina-se a temperatura média diária, mensal, sazonal e anual.
As linhas que unem os pontos de igual temperatura média chamam-se linhas
isotérmicas.
Factores que influenciam a temperatura do ar atmosférico
A temperatura atmosférica é condicionada por um conjunto de factores que
influenciam o seu comportamento, tais como: a latitude, altitude,
continentalidade, proximidade ou afastamento em relação ao mar, as correntes
oceânicas, a orografia e a cobertura vegetal.
Exercícios
1-No dia 11 de Fevereiro, na cidade da terra da felicidade registaram as seguintes
temperaturas: às 6h00-15⁰C,10h00-22⁰C e 20h00-20⁰C.Determina a temperatura
média do diaria?
Dados Resolução
6h00-15⁰C T.M.d= Soma de Temperatura
10h00-22⁰C N⁰ de Registo Geral
20h00-20⁰C T.M.d=15⁰c+22⁰c+20⁰c
3
T.M.d=57
3
T.M.d=19⁰c
R: A temperatura média dia da terra da felicidade é de 19⁰c.
2- No Município de Moçâmedes registaram as seguintes temperaturas: às 6h00-
18⁰c,10h00-26⁰c e 20h00-20⁰c.Calcula a temperatura média do dia?
Dados Resolução
6h00-18⁰c T.M.d= Soma de Temperatura
10h00-26⁰c N⁰ de Registo Geral
20h00-20⁰c T.M.d=18⁰c+26⁰c+20⁰c
3
T.M.d=64
3
T.M.d=21,3⁰c
R: A temperatura média dia da terra da felicidade é de 21,3⁰c.

5.3.A pressão atmosférica. Os ventos


Pressão atmosférica
A força exercida pela atmosfera em cada unidade de superfície denomina-se
pressão atmosférica.
A pressão atmosférica normalmente medida em milímetros (mm) de mercúrio
(hg) ou em milibares (mb).
A pressão atmosférica normal é de 760 mm/hg ou 1013 mb. É considerada alta
se for superior a 760 mm/hg ou 1013 mb, baixa se for inferior a 760 mm/hg ou
1013 mb.
O instrumento utilizado para medir a pressão atmosférica chama-se Barómetro.
As linhas que unem todos lugares com igual pressão atmosférica são
designadas por isóbaras. Os mapas que representam a distribuição da pressão
numa dada superfície designam-se por cartas sinópticas.
As variações diárias e anuais da pressão atmosférica depende das diferenças
de temperatura e da humidade, porque quando a temperatura aumenta o ar
aquece e dilata, torna-se mais leve e a pressão atmosférica diminui. Quando a
humidade aumenta no ar, a pressão atmosférica aumenta.
Os ventos
O ar na troposfera nunca é calmo, desloca-se constantemente no sentido
vertical e horizontal. Só é possível sentir esse movimento sempre que aumenta
a sua velocidade e provoca o arrastamento de poeiras, folhas de árvores,
papéis. A este movimento do ar dá-se o nome de vento.
A direcção e velocidade do vento variam constantemente. Existem dois
aparelhos para medir e controlar as manifestações do vento, que são:
 Cata-vento, aparelho que serve para indicar e observar a direcção do
vento;

Figura 24 Cata-vento.

Anemómetro, aparelho que serve para medir a velocidade do vento.


A velocidade do vento é medida em nós (um nó corresponde a 0,51 metros por
segundo), mas geralmente a velocidade do vento expressa-se em quilómetros
por horakm/h.
O principal factor que origina os ventos é o desigual aquecimento da superfície
terrestre que provoca a variação da pressão atmosférica.
Tipos de ventos
Existem diferentes tipos de ventos que podem ser ventosconstantes e os
ventos periódicos.
Os principais ventos constantes são:
 Ventos alísiossão de direcção e velocidade constante, embora sejam
mais fortes durante o inverno. Sopram das altas pressões subtropicais
para as baixas pressões equatoriais;
 Ventos do Oestesão ventos mais variáveis que os alísios tanto em
direcção como em velocidade, sopram das altas pressões subtropicais
para as baixas pressões subpolares;
 Ventos polares de leste sopram das altas pressões polares para as
baixas pressões subpolares.
Ventos periódicos, são ventos que se formam localmente e têm uma duração
temporária.
Os principais ventos periódicos são:
 As brisas;
 As monções.
A brisa do mar, forma-se durante o dia nas zonas litorais, porque a terra
apresenta um calor inferior ao do mar. O ar desloca-se do mar (alta pressão)
para a terra (baixa pressão), formando-se a brisa do mar.
A brisa terrestre, forma-se durante a noite. No mar a temperatura é mais que a
terra, o ar desloca-se da terra (alta pressão) para o mar (baixa pressão),
formando-se a brisa terrestre.
As monções são ventos periódicos predominantes na região sul e sudoeste
asiático. As monções podem ser de inverno e de verão.
Monções de inverno, os ventos sopram da terra para o mar.
Monções de verão, estes ventos sopram do mar para a terra.
As monções formam-se devido a diferença de pressão provocadas pelos
grandes contrastes verificados entre o continente e o oceano. Estes ventos são
importantes na região, pois são os causadores da queda de precipitação que
ocorre durante o verão.

5.4.As precipitações
Por precipitação entende-se a deposição de gotas de água ou gelo à superfície
da terra proveniente da atmosfera.
A precipitação é medida em milímetro (mm) e o aparelho que a mede designa-
se por pluviómetro ou udómetro.
As isoietas são linhas que unem os pontos de igual precipitação, permitindo
delimitar os grandes cinturões de chuva.
Tipos de precipitação
Os principais tipos de precipitação são:
 Chuva ou pluviosidade é constituída por gotas de água.
 Neve, precipitação sob forma de cristais de gelo. É formada pela
cristalização (sublimação) do vapor de água à temperatura abaixo de
0ºC.
 Granizo é uma forma de gelo transparente, de forma esférica e diâmetro
inferior a 5mm.
 Saraiva, é uma precipitação sob forma de bolas ou pedaços de gelo, a
sua dimensão pode variar entre os 5 e os 50mm.
Existem formações, que embora sejam conhecidas como formas de
precipitação, são na verdade resultantes da condensação do vapor de água
presente na atmosfera sobre as superfícies sólidas, como:
 Orvalho é a formação de gotas de água sobre as superfícies sólidas da
terra, nas noites de inverno e céu limpo.
 Geada é a formação de cristais de gelo quando as gotas de água
existentes nas superfícies sólidas vão gelar.
Tipos de chuva
Dependendo da sua formação existem vários tipos de chuvas:
 Chuvas convectivas: resultam de um sobreaquecimento da superfície
terrestre, que origina a ascensão do ar, que assim arrefece e se
aproxima do ponto de saturação, aumentando a humidade relativa e
consequentemente condensação e precipitação.
 Chuvas de relevo ou orográfica resultam de uma subida forçada do ar,
quando encontra uma montanha. A humidade relativa aumenta, dando-
se a condensação e consequentemente formação de nuvens e
precipitação.
 Chuvas frontais resultam de duas massas de ar com características
diferentes: temperatura e humidade.
 Chuvas ciclónicas ou convergentesresultam da convergência de ventos
numa determinada zona. O ar é assim obrigado a ascender (subir).

5.5.Tempo e clima. Elementos e factores do clima.


O género humano e o clima
Para compreender os climas que caracterizam a Terra é necessário conhecer
os mecanismos que regem o seu funcionamento, para isso, é importante
estabelecer a diferença entre o tempo e clima.
O tempoatmosférico são as condições da atmosfera (temperatura, precipitação,
pressão atmosférica, ventos, nebulosidade), num dado momento e num
determinado lugar.
Quando se conhece como é o estado do tempo de um lugar determinado,
durante muitos anos, pode-se saber quais as condições atmosféricas desse
lugar, nisto consistem o clima.
Clima é a sequência mais ou menos esperada dos vários estados do tempo,
durante um vasto período de tempo numa dada região.
Elementos e factores do clima
A temperatura, a precipitação, a humidade, o vento, a pressão atmosférica,
nebulosidade. São fenómenos atmosféricos que nos permitem caracterizar o
estado de tempo, uma determinada região e designam-se por elementos do
clima.
Os elementos do clima variam de lugar para lugar, isto acontece porque
existem na natureza uma série de factores que actuam sobre esses elementos
que são: a latitude, a altitude, a aproximação ou afastamento em relação ao
mar, o relevo e as correntes oceânicas. São designados como factores do
clima.

5.6.As zonas climáticas


Os climas podem classificar-se de acordo aos valores médios de temperatura
ao longo do ano, em quentes (tropical) temperados e frios (polar),o que permite
distinguir grandes regiões climáticas à superfície da Terra.
A Terra pode ser dividida em três grandes zonas ou regiões climáticas:
 Os climas quentes localizam-se a latitudes inferiores a 30º e
apresentam temperaturas médias anuais superiores a 20º C. Angola
localiza-se nesta zona climática. Podem se distinguir os seguintes tipos
de climas: equatorial, tropical e o desértico.
 Os climas temperados localizam-se nas latitudes intermédias,
geralmente entre os 30º e os 50º, apresentam temperaturas médias
anuais entre os 8 e os 20º C. Podem-se distinguir os seguintes tipos de
clima: mediterrâneo, subtropical húmido, marítimo ou oceânico,
continental.
 Climas frios ou polareslocalizam-se nas latitudes superiores a 50º, as
temperaturas médias anuais são inferiores a 8º C. Podem-se distinguir
os seguintes tipos de climas: polar, subpolar e de altitude.

Figura 25 Zonas climáticas.

5.7.A luta contra a contaminação do ar


A atmosfera é essencial para a vida na terra. É ela que contem o ar que
respiramos e é um valioso recurso natural.
Lamentavelmente, as actividades humanas, movidas por interesses nacionais
ou pessoais, estão danificando este recurso que é de todos, em particular o
esgotamento da frágil camada de ozono que actua como um escudo protector
para a vida terrestre.
O lançamento de combustíveis (o petróleo e o carvão mineral) como fonte de
energia constitui o principal factor de poluição atmosférica.
Existem ainda outros poluentes, tais como os gases provenientes das
indústrias químicas, metalúrgicas, de cimento e outras.
Também se produzem contaminações por gases e partículas radioactivas
provenientes de instalações nucleares ou de experiencias com armas
atómicas.
Os principais poluentes gasosos são o dióxido de carbono, o monóxido de
carbono, os hidrocarbonetos, dióxido de enxofre e as poeiras (aerossóis).
Quais as consequências da poluição da atmosfera?
O efeito de estufa
O aquecimento global da atmosfera é consequência do efeito de estufa, pois
alguns gases da atmosfera (Cloro, fluor, carbono, metano e outros) funcionam
como uma estufa que absorve a radiação luminosa transformando-a em calor.
Verifica-se por isso, uma retenção das radiações provenientes da terra.
Consequências do aquecimento global:
 A submersão das áreas costeiras, diminuindo a superfície dos
continentes;
 A diminuição da água doce, devido a crescente invasão da água do mar;
 O desaparecimento de enumeras espécies de seres vivos;
 O aumento da fome, provocado pela diminuição da produção agrícola.
Destruição da camada de ozono
A produção de certos químicos designados por clorofluorcarbonetos (CFCs)
tem um efeito destruidor da camada de ozono.
Depois de atingir a camada de ozono, os CFCs levam cerca de 100 anos a
decomporem-se e a tornarem-se inofensivos.
A destruição da camada de ozono pode ter as seguintes consequências:
 O aquecimento brusco do planeta durante o dia;
 O aparecimento de doenças dos olhos e cancros de peles;
 A danificação da flora marítima e das colheitas agrícolas;
 A diminuição dos recursos alimentares, favorecendo o aumento da fome
no planeta.

TEMA 6:A Litosfera

6.1.Introdução
A litosfera é a camada sólida da Terra formada por minerais e rochas.
A litosfera também é chamada crosta terrestre, e a sua espessura não vai além
de 60 quilómetros. No entanto, para fins económicos, a sua utilidade limita-se a
poucos quilómetros de profundidade, limite ate ao qual o homem consegue
extrair algumas das riquezas minerais que ela contem.
6.2.A Estrutura interna do planeta
A Terra é constituída por três grandes camadas concêntricas de espessura
variada: a crosta, o manto e o núcleo
Crosta terrestre: é a camada superficial da Terra. É uma camada de pequena
espessura que atinge uma profundidade de 30 a 40 km de profundidade sobre
os continentes, áreas oceânicas apenas 5 a 10 km.
A crosta não é uma peça única, apresenta-se fragmentada em partes, tomando
cada um desses fragmentos o nome de placa.
Aos movimentos das placas, que é causado pelas diferenças de temperatura
entre o núcleo e a crosta dá-se o nome de tectónica das placas.
Manto: situado entre a crosta e núcleo. Tem cerca de 300 km de espessura, é
constituído por rochas e minerais e materiais em estado de fusão a altas
temperaturas (magma).
Núcleo:é a parte central e mais profunda do globo, com pressões e
temperaturas elevadas. A sua espessura é estimada entre 2900 até aos 6367
km.
Considera-se o núcleo divido em duas zonas, o núcleo externo, liquido,
constituído por material em fusão e o núcleo interno, sólido.

Figura 26 Estrutura interna da Terra.

6.3.A litosfera ou crosta terrestre: sua constituição


A crosta terrestre não é uma peça única.Apresenta-se fragmentada em seis
grandes partes, tomando cada um desses fragmentos a designação de placa
tectónica.
As principais placas, tomam a designação dos continentes ou oceanos que as
constituem,distinguindo-se por isso as seguintes:
 Placa Pacífica;
 Placa Americana;
 Placa Euro-asiática;
 Placa Indo-Australiana;
 Placa Antárctica;
 Placa Africana.
As placas tectónicas não são estáticas, muito pelo contrário,estao sujeitas a
constantes movimentos.
Ao longo de milhoes de anos;as placas foram-se entrechocando,sobrepondo e
deslizando umas sobre as outras,criando constantemente novas areas de
fundos oceanicos,construindo montanhas,dando origem ao aparecimento de
vulcoes e originando sismos.

6.4.As rochas que formam a crosta terrestre:origem e


constituição.Aproveitamento das rochas
As rochas são massas constituintes da crosta terrestre,com uma certa
uniformidade de composiçao e caracteristicas.Ainda são associaçoes naturais
constituidas por um ou mais minerais.
Segundo o seu modo de formação as rochas podem agrupar-se em três
divisões fundamentais: rochas magmáticas ou ígneas, rochas sedimentares e
rochas metamórficas.
Rochas magmáticas ou ígneas: formam-se quando o magma em estado de
fusão arrefece e solidifica-se. Ex: o granito.
Os principais componentes minerais das rochas magmáticas são: quartzo, mica
e o feldspato.
Rochas sedimentares: originam-se a partir da fragmentação, alteração e
acumulação de outras rochas originadas na superfície da Terra.
Sedimentos: são pequenos fragmentos de origem mineral, animal e vegetal
que são arrastados pelos ventos ou pela água e mais tarde depositadas em
outras áreas dando origem a sedimentação.
Ex: argila, areia e o calcário.
Rochas metamórficas: provem da transformação das rochas sedimentares e
magmáticas.
Essas alterações ocorrem quando as rochas são sujeitas a altas temperaturas
ou a condições de pressão muito elevadas no interior da crosta terrestre.
Ex: calcário, mármore e o xisto.

6.4.1.Aproveitamento das rochas pelo homem


O género humano desde sempre aproveitou as rochas como matéria-prima.
Actualmente as rochas são utilizadas de diversos modos como por exemplo as
rochas de granito, basalto, calcário, xisto, mármore e areia, são utilizados na
construção de casas, pontes, na pavimentação de ruas, passeios etc.
A argila é utilizada para o fabrico de telhas, tijolos, adobes, na indústria de
cimento. O petróleo é utilizado como fonte de energia.
Os minerais que compõem as rochas são utilizados na joalharia e outras
indústrias de alta precisão.

6.5. O relevo terrestre

6.5.1 – A formação do relevo terrestre


A superfície da Terra é constituída por diferentes formas de relevo que estão
sujeitos a uma evolução permanente, em consequência da alteração que vão
sofrendo. No entanto, interessa-nos também compreender a sua génese
(origem) e evolução, as quais resultam da actuação de agentes da natureza.
Ao conjunto de irregularidades que a crosta terrestre apresenta chama-se
relevo.
O relevo tem a sua origem nos movimentos das placas tectónicas que
provocam a deformação das rochas existentes pelas influências das forças
internas. Estas forças são: altas temperaturas e elevadas pressões no interior
do planeta.
De acordo com as características das rochas podem formar-se montanhas de
origem enrugada ou falhada.
No entanto estas formas de relevo estão sujeitas a acções das mudanças
bruscas de temperatura, dos ventos e águas que provocam a desagregação
das rochas.
Ao conjunto de forças exteriores à Terra capazes de provocar transformações
nas rochas e consequentemente nas formas de relevo dá-se o nome de
agentes erosivos.
Os agentes erosivos são: os ventos, as águas, as mudanças bruscas de
temperatura, as plantas, os animais e determinadas actividades humanas.
O processo de desgaste, transporte e deposição de fragmentos de rochas em
outros lugares dá-se o nome de erosão.

6.5.2 – Principais formas do relevo terrestre


Durante milhões de anos o vento, a chuva, o calor, o frio e o género humano
foram modificando a crosta terrestre, isto é alterando a face da Terra. Essas
modificações deram origem as desigualdade que a apresenta a superfície da
Terra.
O relevo terrestre apresenta muitas formas que depende principalmente da
variação da altitude à superfície da Terra (ver pag.99). Estas são: planície,
planalto, montanhas, depressões, morros ou montes e serras.
 Montanhas são elevações com altos valores de altitude, separadas por
vertentes inclinadas.
 Planaltossão superfícies mais ou menos planas de altitudes elevadas
separadas por vertentes inclinadas.
 Planície são lugares mais ou menos planos situados a baixa altitude.
 Depressão são superfícies que apresentam altitudes inferiores as
regiões mais próximas ou do nível do mar.
 Morros ou montessão elevações menores que uma montanha.
 Serras são conjuntos de montanhas.
Figura 27 Principais formas de relevo.

6.7.Os terramotos ou sismos


Origem dos sismos
Nenhum fenómeno natural é tão inquieto como o sismo, sob os nossos pés, a
Terra firme converte-se de repente em abismo que treme. As pessoas
abandonam as casas em pânico, surgem incêndios, as vagas marítimas
invadem a Terra, abrem-se colos, partes de edifícios e de estradas, do ponto
de vista geológico, os tremores de terra são fenómenos necessários, embora
possam provocar tremor, são apenas movimentos de compressões para o
equilíbrio do globo.
Apesar de ser um dos planetas mais pequenos do Universo, a Terra é o mais
dinâmico e o mais interessante dos planetas conhecidos. A superfície da Terra
sofre continuamente movimentos originados nas zonas quentes e profundas do
globo.
Sismos são movimentos bruscos, vibratórios e oscilatórios que se origina no
interior da Terra, que liberta grandes quantidades de energia sob forma de
ondas sísmicas de forma repentina violenta e destrutiva.
Os sismos têm origem através das elevadas pressões existentes no interior da
Terra, que actuam sobre as rochas da litosfera. Tal como uma régua de
plástico que dobramos com as mãos, também as rochas podem dobrar e partir,
originando uma falha com consequente libertação de energia, esta energia
liberta-se sob a forma de vibrações – ondas sísmicas que se propagam a partir
do ponto onde o sismo teve origem.
O lugar onde se origina o sismo chama-se foco sísmico ou hipocentro.
O ponto da superfície que situa-se sobre a vertical do hipocentro chama-se
epicentro, é precisamente ali que o terramoto ou sismo é sentido com maior
intensidade.
Registo dos sismos
Para registar os sismos utilizam-se aparelhos de alta precisão, sensíveis e
exacto denominado Sismógrafo, que de modo contínuo registam os solavancos
do solo.
Sismógrafo – Instrumento muito precioso e sensível que registam as vibrações
sísmicas em gráficos denominados sismogramas.

Intensidade e magnitude de um sismo


As ondas sísmicas propagam-se sob forma de esfera concêntrica comparáveis
as ondas que se produzem na água quando sobre ela se lança uma pedra,
mas propagam-se no interior da Terra, outras a superfície. Estas são
geralmente as causadoras das destruições que se fazem sentir na parte mais
externa da Terra, tal como as ondas do mar a superfície da água.
A intensidade de um sismo é medida através das suas consequências, isto é,
dos estragos que causam em pessoas, objectos e estruturas.
Em 1902 é proposta a escala internacional de Mercalli e Sieberg para medir a
intensidade de um sismo que compreende 12 graus (de 1 à 12).
A escala de magnitude mais usada foi estabelecida em 1935 pelo geofísico
norte-americano Charles Richter e compreende 10 graus, conhecida
internacionalmente por escala de Richter.
Quadro da escala de Richter
I te s dade ∕ Efeitos
Magnitude
1 Impercetíveis
2 Perceptível em instrumentos de alta sensibilidade
3 Fraco – Não afecta as construções
4 Médio – Não afecta as construções
5 Médio–Afecta as construções próximas do epicentro
6 Forte –Afecta as construções próximas ao epicentro
7 Muitoforte–Afecta as construções em grandes zonas
8 Ruinoso–Destruição de canalizações e linhas-férreas
9 Destruidor – Grandes desabamentos de terreno
10 Catastrófico – Profundas alterações na superfície

Prevenção sísmica
Actualmente ainda não é possível prever com exactidão a ocorrência de um
sismo, embora os sismólogo se debrucem cada vez mais sobre o estudo dos
dados fornecidos pelas estações sismológicas.
Podemos referir alguns factos que são considerados indícios de um tremor
como:
 A audição de sons parecidos com um trovão ou um comboio em
movimento;
 Mudança de comportamento de alguns animais perante as primeiras
vibrações do terreno ainda nas perceptíveis pelo homem;
Atendendo que a prevenção dos sismos ainda é muito difícil, a prevenção
deverá incidir em vários aspectos que incluem o cumprimento das medidas de
prevenção e actuação, por isso para reduzir as consequências deve-se ter
enconta o seguinte:
Se estiveres dentro de casa:
 Manter-se longe de imóveis altos, espelhos, chaminés ou lareiras;
 Mete-te de baixo de uma mesa ou cama com uma almofada sobre a
cabeça, se te sentires em perigo;
Se estiveres fora de casa:
 Não fique próximo de edifícios altos, paredes postos de electricidade ou
de telefone;
 Se possível manter-se numa área livre e aberta;
 Manter-se longe de praias e margens baixas dos rios;
Deves ainda:
 Não utilizar elevadores;
 Desligar o gás e a electricidade;
 Não usar qualquer tipo de chama até se ter a certeza de que não há
fuga de gás;
 Usar o telefone só em caso de emergência;
 Permanecer calmo e ajudar a acalmar os outros;
 Cooperar com as autoridades locais.
6.8 – Os vulcões
Um vulcão pode ser caracterizado como uma abertura através da qual o
magma, gases e outros materiais são expelidos do interior da crosta até a
superfície dos continentes ou dos fundos oceânicos.
Os vulcões são aberturas ou fendas da crosta terrestre, através do qual são
expelidos para a superfície rochas incandescentes, cinzas e gases proveniente
das profundidades do globo.
Morfologia de um vulcão
Um vulcão é constituído pelas seguintes partes:
 Câmara magmática, zona profunda do vulcão onde está depositado o
magma;
 Chaminé central, canal através do qual sobem as rochas fundidas e
bolas de gás, também pelas chaminés laterais;
 Cratera, abertura de saída das rochas em fusão (lava), gases e cinzas
de material fundido das grandes profundidades (magma);
 Cone vulcânico forma-se devido a depressão da lava e cinzas e vai
ganhando altura podendo a mesma chegar até uma altitude de tal que
se transforma numa montanha.
Alem da lava, os vulcões produzem abundantes fragmentos sólidos, que são
expelidos através da cratera, estes materiais são chamados piroclásticos.
A lava é um material expelido pelos vulcões, uma matéria que se encontra no
estado líquido ou mesmo viscoso e a elevada temperatura.
Figura 28 Estrutura de um vulcão.
As erupções vulcânicas
Um vulcão pode estar dividido principalmente por duas partes que são:
1 – A erupção efusiva, manifesta-se pela emissão lenta de lava, que pode
deslocar-se a grandes distâncias;
2 – A erupção explosiva, manifesta-se pela emissão violenta de materiais
sólidos, líquidos e gasosos.
 Produtos sólidos: blocos de pedra;
 Produtos líquidos: grandes correntes de lava que se movimentam
rapidamente;
 Produtos gasosos: combustíveis (hidrogénio, monóxido de carbono) ou
incombustíveis (azoto dióxido de carbono e vapor de água).
Bibliografia.
ZERQUERA J. ; Geografia 7ª Classe I Cíclo do Ensino
Secundário; Livraria Mensagem Editora, 2008

ZERQUERA J. ; Caderno de actividades - Geografia 7ª Classe I


Cíclo do Ensino Secundário; Texto editor, Lda, 2005

ZERQUERA J.; CHOVA J.; Caderno de actividades - Geografia 7ª


Classe I Cíclo do Ensino Secundário; Texto editor, Lda, 2005

ZERQUERA J. ; Aprendendo a Ler Coordenadas e Determinando


Diferencas Horárias; Livraria mensagem, 2005.

CENTRO DE INVESTIGAÇÃO PEDAGOGICA E INSPECÇÃO


ESCOLAR; Geografia Ensino de base 7ª Classe.

CHOVA J.; ZERQUERA J.; Geografia da 10ª - Classe segundo


ciclo do ensino secundário. Livraria mensageem editor.

Programa de Geografia-7ª classe Editora Moderna, 2ª edição/2013

ZERQUERA J;Guia do professor7ª Classe I Cíclo do


EnsinoSecundário;Texto editora;edição 1ª/2006

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