Pressupostos
Psicológicos: Psicanálise
PROFA. ESP. LETÍCIA SANTOS – 2025
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O conceito de indivíduo saudável
[...] A vida de um indivíduo saudável é
caracterizada por medos, sentimentos conflitivos,
dúvidas, frustrações, tanto por características
positivas. O principal é que o homem ou a mulher
sintam que estão vivendo sua própria vida,
assumindo responsabilidade pela ação ou pela
inatividade, e sejam capazes de assumir os aplausos
pelo sucesso ou as censuras pelas falhas. Em outras
palavras, pode-se dizer que o indivíduo emergiu da
dependência para a independência, ou autonomia”.
O conceito de indivíduo saudável
(WINNICOTT, 1967, p. 10)
Donald Woods Winnicott (1896 –
1971) - Biografia
Nascido em 07 de abril de 1896 – em Playmouth – de
pais metodistas (John Frederick Winnicott –
comerciante, vendedor de espartilhos e Elizabeth
Woods), filho mais novo (Violet – 1890 e Cathleen –
1891).
1910 – Frequenta a Leys School – Cambridge →
especializando-se em ciências
1916 – Vai para Jesus College – Cambridge – medicina
Nov/1917 – Entra para a Marinha (permanece até o
final da guerra)
1918 – Bart’s Hospital – Londres – Medicina
1919 – Lê Freud – Interpretação dos Sonhos
1920 – Especialização em Pediatria
Donald Woods Winnicott (1896 – 1971) - Biografia
1923 – Consultor em medicina infantil – Paddington Green Children’s
Casa-se com Alice Taylor e começa sua análise com James
Strachey (10 anos);
1924 – Abre seu consultório em Harley Street
1925 – Morre sua mãe;
1931 – Publicação do seu 1º livro (Clinical notes on disorders of
childhood)
1933 – 1938 – Análise com Joan Rivière
1940 – Consultor psiquiátrico para o Esquema de Evacuação do
Governo no Condado de Oxford – palestras radiofônicas para
mães durante a guerra
1948 – Morre o seu pai. / 1º Ataque cardíaco
1949 – divórcio
Donald Woods Winnicott (1896 – 1971) -
Biografia
1951 – Casa-se com Clare Britton
1956-59 – Presidente da Sociedade Psicanalítica
Britânica
1957 – Publica uma compilação de palestras
radiofônicas e artigos para o público leigo “The child
and the Family: Firts relationships e The child and the
outsid world: Studies in developing relationships.
1964 – Publicação do segundo volume de artigos
reunidos: The maturational processes and the
facilitating environment...
1965-1968 – Novamente Presidente da Sociedade
Psicanalítica Britânica
1971 – Morre em Londres (após uma série de
ataques cardíacos – aos 74 anos de idade),
em 25 janeiro – publicação “O brincar e a realidade”
• Criado por “múltiplas mães” – um universo muito feminino (mãe, irmãs, tias, empregadas,
babá)
• Uma grande identificação feminina → configuração familiar
“É evidente que essa familiaridade com o mundo feminino, essa profunda capacidade de se
identificar com o ‘maternal’ foi o fermento de sua pesquisa”. (p. 21).
Pai – Frederick Winnicott comerciante e também foi Prefeito e de Playmouth – um pai ausente
Amigos: “um personagem animado, vivaz, um pouco excêntrico, borbulhando de inteligência e
dotado de muitos talentos artísticos, engraçado e receptivo” (Dethiville, 2011, p.22).
“Minha obra parece uma ilha; as pessoas têm de dar de si para chegar até ela”.
Um corpus disseminado → Uma obra fracionada / pequenos artigos / destinada a diversos
públicos → “Remar”...
A linguagem simples → essa aparente familiaridade não passa de uma armadilha...
DETHIVILLE, Laura. Donald W. Winnicott: uma nova abordagem. Campinas, SP: Armazém do Ipê, 2011.
Uma mãe depressiva? – A Tarefa de cuidar da mãe?
Poema a respeito da mãe e encaminhou ao seu cunhado James Britton:
“Você se incomodaria em dar uma olhada nisso, que me dói ao sair de
mim? Acho que há alguns espinhos que espetam de uma maneira ou de
outra. Isso nunca me aconteceu antes e espero que não aconteça mais”.
Mãe Elizabeth – depressão → dedicou muito de sua energia para
anima-la psiquicamente.
Aos 13 anos – mandado para o internato: após pronunciar um palavrão
“droga”
Separá-lo do mundo quase exclusivamente feminino → um pai que,
finalmente, fazia o papel de terceiro entre ele e a mãe
Aos 16 anos – quebrou a clavicula → vontade de ser Médico: “para
nunca mais depender dos medicos”.
Uma fobia da dependência…
“como é doloroso estar na dependência sem, na verdade, ser um
bebê”.
1914 – Primeira Guerra Mundial: escolas inglesas transformadas em
hospitais militares / dispensa do serviço militar → amigos partindo.
“ele sempre teve o sentiment de ter a responsabilidade de viver por
aqueles que morreram por ele”. (Clare Winnicott).
Um pediatra que passou à Psicanálise?
Não! → “Ele era um médico de um serviço
hospitalar para crianças, cujo trabalho se
transformou com a experiência pessoal da
Psicanálise”. (DETHVILLE, 2011 p.27).
Análise com James Strachey
Supervisão com Melanie Klein – a encontrou logo
após a morte prematura da sua mãe (Winnicott
estava com 29 anos na época) → desejava que
fosse sua analista, mas não aceitou, propôs que
Donald analisasse seu filho sob sua supervisão
Middle Group – Grupo dos Independentes (na
era das ‘grandes controvérsias” – Sociedade
Britânica de Psicanálise – 1940).
Michel Balint, John Bolby, Margareth Litle, Marion
Milner, Charles Rycroft... → espaço intermediário
Análise com Joan Riviere.
“Não estamos apenas
preocupados com a doença ou
com os distúrbios psiquiátricos;
estamos preocupados com a
riqueza da personalidade, com a
força do caráter e com a
capacidade de ser feliz, bem
como a capacidade de
revolucionar-se e rebelar-se”.
Donald Woods Winnicott
A teoria do Amadurecimento (Pessoal – Normal...)
Uma teoria do amadurecimento pessoal normal → “espinha dorsal (backbone) – estágios
iniciais do desenvolvimento;
Relação mãe-bebê → necessidades humanas fundamentais;
Condições ambientais que favorecem a constituição da identidade unitária;
Tarefas, conquistas e dificuldades – inerentes ao processo de amadurecer;
Uma teoria (psico) profilática;
A questão da linguagem → autenticidade – capacidade de ser ele mesmo;
Um pediatra que se tornou psicanalista – dificuldades emocionais extremamente primitivas;
Estudo das psicoses → desenvolvimento emocional primitivo
“[...] as dificuldades que equiparam bebês e psicóticos dizem respeito à constituição do si-mesmo (self)
como identidade unitária e ao contato com a realidade. Nos bebês, elas se devem à sua extrema
imaturidade; nos psicóticos, ao fato de eles terem se extraviado em algum ponto do caminho que leva à
maturidade.” (DIAS, 2017, p.2).
Método
“observar e registrar os fenômeno, em detalhe, tentando novas
hipóteses, da perspectiva da teoria do amadurecimento [...] a sua
louvada capacidade de observar e registrar o que acontecia no
atendimento de bebês e suas mães, e na relação clínica com
adultos, estava nutrida por duas outras: a de estar em contato
pessoal efetivo com o indivíduo do qual cuidava e a de poder ver
fenômenos que só se tornam visíveis à luz da teoria do
amadurecimento”. (DIAS, 2017, p.27).
O saber da mãe – identificação primária –
própria experiência de ter sido cuidada →
diferenciação da mãe que é e a mãe que
faz (Mãe devotada comum e a mãe
mecânica).
Uma verdade poética sobre o humano –
comunicação peculiar que se desenvolve
no interior da unidade mãe-bebê → Uma
canção sem palavras...
O ANALISTA WINNICOTTIANO: “não repousa
num saber puramente intelectual, mas
sobretudo em sua sensibilidade pessoal e
capacidade de se identificar com o
paciente e compreender as suas
necessidades [...]”. (DIAS, 2017, p. 35).
Conceitos básicos
AMADURECIMENTO: tendência inata à integração + existência contínua de um ambiente
facilitador
Natureza humana – “é quase tudo o que possuímos” (WINNOCOTT, 1988).
“TENDÊNCIA INATA À INTEGRAÇÃO NUMA UNIDADE, AO LONGO DE UM PROCESSO DE
AMADURECIMENTO” (DIAS, 2017, p. 76).
Cada indivíduo está destinado a amadurecer e isto significa: unificar-se e responder por
um eu.
Falha no processo = perturbação → não é integrado por meio da experiência
Ser não integrado que parte de uma solidão essencial (existe uma cisão essencial – “uma fenda entre a
tendência a abrir-se para as relações com o outro e com o mundo, e o isolamento primordial do ser humano”
(DIAS, 2017, p.77).
TRANSITAR ENTRE ESTES DOIS EXTREMOS = solidão essencial e a comunicação e encontro com o outro →
quando a integração é bem sucedida
O ambiente facilitador
Trata-se de uma tendência inata e não de uma
determinação
Dependência do bebê de um ambiente
facilitador – que forneça cuidados
suficientemente bons;
O BEBÊ NÃO EXISTE !!!
Tornar-se pessoa → “Os lactentes humanos não
podem começar a ser exceto sob certas
condições” (WINNICOTT, 1960).
Não basta ser...tem que continuar a ser...
“Existem bebês fisicamente saudáveis que morrem porque não encontraram, desde
o começo, uma base para ser. Há outros que não necessariamente morrem; eles
são persuadidos a ‘alimentar-se e a viver’ ainda que a base para esse viver seja
débil ou mesmo ausente” (WINNICOTT, 1988).
Identidade unitária – Eu / Não-EU
Psicóticos – falhas iniciais → “não fazem parte da vida, mas sim da luta para alcançar
a vida”.
AMADURECIMENTO PESSOAL: sentimento de ser, de ser real, de existir num mundo real
como um si-mesmo.
“[...] o impulso para viver, manter-se vivo e amadurecer não é descrito em termos de
forças: não é a libido que passa por diferentes fases ou fixações objetais, é a natureza
humana que se temporaliza, em virtude da sua tendência inata ao crescimento,
gerando, gradualmente, um si-mesmo integrado, internamente e com o ambiente”
(DIAS, 2017, p.79).
Morte – última experiência de integração da vida
Dependência absoluta (0 – 4 meses): solidão essencial,
experiência do nascimento e o estágio da primeira
mamada teórica.
Dependência relativa (4m – 1a e 6m): processo de
desilusão e de início dos processos mentais, estágio da
transicionalidade, uso do objeto, estágio EU SOU e do
Estágios do concernimento.
Amadurecimento:
Rumo à independência (1a e 6m – 6 ou 7anos (latência)
e adolescência): estágio edípico, o de latência e início
da adolescência.
Independência relativa (adolescência até a morte):
adolescência, início da idade adulta, adultez, velhice e a
morte.
(DIAS, 2017, p.79)
Dependência absoluta
A vida intra-uterina, o nascimento, o período imediatamente após o
nascimento e o estágio da primeira mamada teórica – abrangendo todo
o período em que o bebê vive em situação de dependência absoluta
da mãe.
Após a concepção – o primeiro despertar – um simples estado de ser e
uma consciência incipiente da continuidade de ser e da continuidade
de existir no tempo
Memória corporal – movimentações e quietude - intrauterinas (primórdios
das sensações)
Espontaneidade e reatividade – bolha
→ Intrusão → Impulso próprio
“Winnicott já sabia que a rigidez ou a inadaptabilidade da mãe,
decorrentes da ansiedade ou de um estado depressivo, podem atingir o
bebê antes mesmo de este ter nascido [...] a influência ambiental pode
iniciar-se numa etapa muitíssimo precoce, determinando se a pessoa, ao
buscar a confirmação de que a vida vele a pena, irá à procura de Escultura “Amor de mãe” – José Elias.
experiências, ou se retrairá, fugindo do mundo”. (p. 137)
Não-integração / Integração / Desintegração
Não-integração corresponde aos estados iniciais, de onde o indivíduo parte, assim como aos
estados de relaxamento, sustentados pela mãe através da confiança, segurança e
previsibilidade, proporcionados pela mesma. A aquisição da integração é gradual, e perdurará
por toda a vida do individuo. Segundo o autor, próximo a idade de um ano, a criança possui um
self (si mesmo) mais integrado, o que também é variável de indivíduo para indivíduo.
Anteriormente a este período, no que corresponde às relações objetais, o bebê vivencia
relações de objeto parciais (seio) no qual o bebê não tem consciência da figura materna de
forma inteira. Ele faz a diferenciação entre não-integração e desintegração, a primeira como
um processo natural, “a uma fase inicial em que ainda não há um eu constituído, mas um ser
não-integrado que emerge de um estado de solidão essencial” (DIAS, 2017, p.77), assim como
estados de relaxamento providos pela segurança materna e esta última como um processo de
dor imensa, onde há a perda brusca de algo anteriormente conquistado, podendo ter caráter
patológico. “Um processo de integração bem-sucedido levará a coexistência e ao trânsito, no
indivíduo, entre esses dois extremos: a solidão essencial, de um lado, e a comunicação e
encontro com o outro e com a realidade externa, de outro. (DIAS, 2017, p.77).
Solidão essencial
Essa solidão, que será em parte ultrapassada, permanece ao longo da vida, no fundo de
cada homem. Existe uma cisão essencial, sim, ela consiste na fenda entre a tendência a
abrir-se para as relações com o outro e com o mundo, e o isolamento primordial do ser
humano. (DIAS, 2017, p.77).
[...] solidão essencial – que é o estado originário no qual o bebê se encontra no mais
absoluto início, quando o ser emerge do não ser [...] É desse isolamento fundamental que irá
emergir a ilusão básica de contato e, mais tarde, o espaço potencial [...].. (DIAS, 2017,
p.113).
“Enquanto está reagindo, um bebê
não está sendo” (Winnicott, 1958).
Experiência do nascimento:
Grande despertar – bebê sente-se pronto e ‘alerta para o
grande mergulho’ (prematuridade / atermo/ pós-termo);
Não é traumático em si mesmo; provoca descontinuidade –
pode ser suportada pelas diversas experiências intrauterinas
de interrupções em sua continuidade de ser – memórias
corporais e defesas contra possíveis traumas (p.139).
A termo – próprio impulso do bebê – foi ele, que fez
acontecer seu pp nascimento
Capacidade do bebê suportar intrusão
Surgimento da mente?
Estado de quietude / lidar com o início da respiração e a
ação da gravidade (ser contido em toda a sua volta →
empurrado de baixo para cima;
Handling e Holding – cuidado materno de segurar e
sustentar o bebê, envolvê-lo por todos os lados.
A função materna
Holding (segurar / sustentação) → tem relação com a capacidade da mãe
identificar-se com o seu bebê. Um holding satisfatório é uma porção básica
de cuidado, só experimentada nas relações à um holding deficiente
(extrema aflição na cça – sensação de despedaçamento, estar caindo num
poço sem fundo, sentimento de que a realidade exterior não pode ser usada
para o reconforto interno / ansiedades psicóticas).
Handling (manejo / manipular) → facilita a formação de uma parceria
psicossomática na cça. Isso contribui para a formação do sentido do ‘real’,
por oposição ao ‘irreal’.
Apresentar objetos (realização) → tornar real o impulso criativo da criança,
dá início à capacidade do bebê de relacionar-se com objetos
O relacionamento inicial entre a mãe e seu bebê (1960)
Comunicação mãe-bebê
“O primeiro espelho da criatura humana é o
Comunicação com a mãe – uma canção rosto da mãe: a sua expressão, o seu olhar, a
sem palavras – começo da mutualidade sua voz. É como se o bebê pensasse: Olho e
Função especular materna / retro- sou visto, logo, existo!” (WINNICOTT).
reflexão
Preocupação materna primária
Primeira mamada teórica (3 a 4 meses):
amamentação no centro, mas para além
da satisfação instintual e sexual (teoria da
libido, oralidade) → começo do contato
com a realidade e o início da constituição
de um si-mesmo que irá gradualmente
integrar-se numa unidade.
O ego na Infância
Quais são as principais coisas que ocorrem no crescimento
emocional do lactente nas semanas e meses mais precoces (
que que são consolidantes em idades posteriores?)
Integração (no tempo e no espaço)
Personalização (alojamento da psique no corpo)
Relações objetais
“O ego do lactente é muito forte, mas apenas por causa do apoio
dado ao ego por uma mãe suficientemente boa, que é capaz de
jogar todo o seu ser para se adaptar às necessidades de seu bebê,
gradativamente recuando desta posição à medida que o lactente
precisa de que ela se adapte cada vez menos. Sem este apoio ao
ego, o ego do lactente está não-estabelecido, fraco, facilmente
perturbado e incapaz de crescer de acordo com as linhas do
processo de maturação”. (WINNICOTT, 1963).
Tarefas do bebê: Integração - Espacialização e
temporalização
A espacialização se inicia pelo processo gradual de alojamento da psique no corpo, tornando esse
corpo, seguro nos braços da mãe, a primeira morada. Residindo no corpo, o bebê pode começar a
ocupar espaço, a dar concretude à presença, a ter distâncias e proximidades, e a aceder ao caráter
transitório daquilo que envelhece e morre.
Espaço e tempo não são objetos a serem encontrados, mas sim a condição de possibilidade para que
algum objeto seja encontrado
“à integração no espaço e no tempo corresponde ao segurar ou o sustentar (holding); o alojamento da
psique no corpo é facilitado pelo manejo (handling), qué é um aspecto mais específico do segurar, relativo
aos cuidados físicos; o contato com objetos é propiciado pela apresentação de objetos” (DIAS, 2917,
p.145).
Mãe → ambiente (modo de ser da totalidade dos cuidados configura um mundo para o bebê → mundo
subjetivo – ser confiável (previsibilidade / evita o bebê de ser surpreendido, interrompendo sua
continuidade de ser)
→ objeto (a ser encontrado)
O criado-encontrado
Ilusão de onipotência – o criado encontrado... base da crença em
(acreditiar em...)
Gesto espontâneo
Provisão suficientemente boa de cuidados – realizar – tornar real o
seu potencial criativo
Criatividade originária:
Espontaneidade básica – oposta à reatividade
“é somente sendo criativo que o bebê descobre o eu” (si-mesmo).
Cria o mundo e os vários sentidos do real – significado pessoal
Criatividade → gesto espontâneo → vai ao encontro do ambiente →
mãe adaptação, ativa vai ao encontro do bebê e lhe oferece o que ele
procura
→ Mãe oferece a comunicação, mutualidade, apoio egóico (sem esse apoio, as tensões instintuais, ao invés
de serem gradualmente integradas e pessoalizadas, permanecem externas e são sentidas como intrusões,
podendo, ainda tornar-se perseguidoras
→Fortalecer a coesão psicossomático
Tarefas do bebê: personalização
Personalização (alojamento gradual da psique no corpo): a a
mente habitando um corpo. A integração mente e corpo. “A
tarefa de alojamento da psique no corpo só faz sentido se
aceitarmos a ideia de que, de início, corpo e psique não se
reuniram e só se constituirão como uma unidade se tudo correr
bem no processo de amadurecimento”. (DIAS, 2017, p.184).
“A criança de um ano vive firmemente estabelecida no corpo. A
psique e o soma já aprenderam a conviver. [...] A existência de
um grau razoável de adaptação às necessidades da criança é o
que melhor possibilita o rápido estabelecimento de uma relação
forte entre psique e soma. [...] Mesmo gozando de boa saúde, a
criança de um ano nem sempre está firmemente enraizada em
seu corpo. A psique de uma criança pode normalmente perder
contato com o corpo, e pode haver fases em que não é fácil
para a criança retornar de súbito para o corpo” [...]. (WINNICOTT,
1958a, p.08).
A importância da qualidade do contato humano – amamentação (alimento físico e
emocional)
Provisão ambiental: “[...]estamos mais preocupados, aqui e agora, com a mãe segurando o
bebê nos braços do que com a mãe alimentando o bebê” (p.142).
A constituição do si-mesmo enquanto identidade unitária – somatória de experiências
aglutinadoras de Ego → estados excitados (fontes – instintualidade e motilidade –
manifestações do ‘estar vivo’ do bebê) e relaxados
Bebê nos estados excitados – integração psicossomática
Instintos: ‘poderosos impulsos biológicos que vêm e voltam na vida do bebê ou da cça, que
exigem ação’ (p. 152)
Exigências instintuais = ameaça à existência do bebê / interrupções na continuidade de ser →
mãe identificada com o bebê → “ter fome é como ter dentro de si uma alcatéia de lobos”
Referências bibliograficas
DETHVILLE, Laura. Donald W. Winnicott: uma nova abordagem. Tradução: Rena Signer. Campinas,SP: Armazém do
Ipê, 2011.
DIAS, E. O. A Teoria do Amadurecimento de D. W. Winnicott. – 4.ed. São Paulo: DWW Editorial, 2017
DIAS, E. O. Sobre a confiabilidade e outros estudos. São Paulo, DWW Editorial, 2011.
FULGENCIO, Leopoldo. Por que Winnicott? 1ª ed. – São Paulo: Zagodoni, 2016.
GOMES, Sérgio. A gramática do silêncio em Winnicott. São Paulo: Zagodoni, 2017.
LAURENTIIS, Vera R. F. Corpo e psicossomática em Winnicott. São Paulo, DWW Editorial, 2016. (Coleção Psicanálise
Winnicottiana).
LOPARIC, Zeljko (org). A ética do cuidado. São Paulo, DWW Editorial, 2013. (Coleção Psicanálise Winnicottiana).
PHILLIPS, Adam. Winnicott. Tradução: Alessandra Siedschlag. Aparecida,SP: Ideias & Letras, 2006.
PONDÉ, Danit Z. F. O conceito de medo em Winnicott. São Paulo, DWW Editorial, 2015. (Coleção Psicanálise
Winnicottiana).
ROSA, Cláudia D (org). E o pai? Uma abordagem Winnicottiana. São Paulo, DWW Editorial, 2014. (Coleção Psicanálise
Winnicottiana).
Referências bibliograficas
WINNICOTT, D. W. Da pediatria à psicanálise: obras escolhidas; Tradução: Davy Bogomoletz. Rio de
Janeiro: Imago, Ed., 2000.
WINNICOTT, D. W. A criança e o seu mundo. Tradução: Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Tradução: Breno Longhi. São Paulo: Ubu Editora, 2019.
WINNICOTT, D. W. O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre teoria do desenvolvimento
emocional. Tradução: Irineo Constantino. Porto Alegre: Artmed, 1983.
WINNICOTT, D. W. Privação e delinquência. Tradução: Álvaro Cabral. – 5.ed. São Paulo: Martins Fontes,
2012.
LOPARIC, Zeljko. “O animal humano”. Naturez Humana. São Paulo, v. 2, n. 2, p. 351 – 397, dez. 2000.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/nh/v2n2/v2n2a05.pdf . Acesso em 27/12/2021.
MARCHIORI, Priscila T. O. e FULGENCIO, Leopoldo. O Complexo de Édipo nas Obras de Klein e
Winnicott. Ágora (Rio de Janeiro) v. XVI n. 1 jan./jun. 2013 105-118. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/agora/a/8gmCkJSfnzyF363rgyJp6mf/?format=pdf&lang=pt . (Acesso em:
27/12/2021)
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