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A Origem Dos Seres Vivos

O documento explora as teorias sobre a origem da vida, começando com a abiogênese, que foi refutada por experimentos que demonstraram que a vida surge de outra vida (biogênese). Além disso, discute a panspermia e a teoria da evolução química e molecular, que propõe que a vida se originou a partir de moléculas orgânicas formadas em condições da Terra primitiva. Experimentos como o de Miller-Urey forneceram evidências para essas teorias, mas ainda há lacunas no entendimento da origem da vida.
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A Origem Dos Seres Vivos

O documento explora as teorias sobre a origem da vida, começando com a abiogênese, que foi refutada por experimentos que demonstraram que a vida surge de outra vida (biogênese). Além disso, discute a panspermia e a teoria da evolução química e molecular, que propõe que a vida se originou a partir de moléculas orgânicas formadas em condições da Terra primitiva. Experimentos como o de Miller-Urey forneceram evidências para essas teorias, mas ainda há lacunas no entendimento da origem da vida.
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A Origem dos Seres Vivos

Teorias da Abiogênese: A Geração


Espontânea
As teorias abiogênicas, também conhecidas como teorias da
geração espontânea, propunham que a vida poderia surgir
espontaneamente a partir de matéria não viva ou seres brutos. Essa
ideia persistiu por séculos e se baseava em observações
aparentemente evidentes, como o surgimento de vermes em carne
em decomposição ou o aparecimento de moscas em frutas podres.
Acreditava-se que um "princípio ativo" presente na matéria
inanimada seria capaz de gerar seres vivos.

No entanto, essas teorias foram gradualmente desacreditadas


pelos experimentos de cientista no século XVII, que demonstrou que
as larvas encontradas em carne em decomposição eram, na verdade,
resultado da deposição de ovos de moscas. Mais tarde, no século XIX,
Louis Pasteur realizou experimentos cruciais que derrubaram
definitivamente a teoria da geração espontânea, mostrando que a
vida só surge a partir de outra vida preexistente.
Teorias da Biogênese: "Omne Vivum Ex
Ovo"
As teorias biogênicas, cujo lema é "Omne vivum ex ovo" (toda
vida surge de um ovo), estabelecem que a vida só pode surgir a partir
de outra vida preexistente. Essa ideia, que se opõe diretamente à
geração espontânea, foi comprovada por experimentos rigorosos
realizados por cientistas como Francesco Redi e Louis Pasteur.
Pasteur, em particular, utilizou frascos com gargalos em forma de
"pescoço de cisne" para demonstrar que, mesmo em contato com o
ar, caldos nutritivos esterilizados não desenvolviam microrganismos,
a menos que fossem diretamente expostos a fontes de contaminação.

Esses experimentos forneceram evidências irrefutáveis de que


a vida não surge espontaneamente, mas sim por meio da reprodução
de seres vivos preexistentes. No entanto, a teoria da biogênese não
explica a origem da primeira forma de vida na Terra. Para abordar
essa questão, surgiram outras teorias, como a teoria da evolução
química e molecular.

A biogênese, embora fundamental para a compreensão da


continuidade da vida, apenas desloca a questão da origem para um
evento inicial, ainda a ser estudado pela ciência.

Panspermia
A panspermia, proposta no fim do século XIX, é uma teoria que
busca explicar a origem da vida. Segundo ela, nosso planeta foi
povoado por seres vivos ou elementos precursores da vida oriundos
de outros planetas; que se propagaram por meteoritos e poeira
cósmica até a Terra.
Essa teoria ganhou mais força com a descoberta da presença
de substâncias orgânicas oriundas de outros locais do espaço, como o
formaldeído, álcool etílico e alguns aminoácidos. A descoberta de um
meteorito na Antártica, na década de 80, contendo um possível fóssil
de bactéria também reforça a panspermia.

A Teoria da Evolução Química e


Molecular:
A teoria da evolução química e molecular, proposta
independentemente por Alexander Oparin e J.B.S. Haldane na década
de 1920, oferece uma explicação para a origem da vida a partir de
matéria não viva, em um processo gradual de evolução molecular.
Essa teoria postula que, nas condições da Terra primitiva, a
atmosfera era rica em gases como: metano (CH4), amônia (NH3),
hidrogênio (H2) e vapor d'água (H2O), com pouca ou nenhuma
presença de oxigênio livre. A energia proveniente de raios, erupções
vulcânicas e radiação ultravioleta teria promovido a formação de
moléculas orgânicas simples, como aminoácidos, açúcares e bases
nitrogenadas, a partir desses gases.
Essas moléculas orgânicas teriam se acumulado nos oceanos
primitivos, formando uma "sopa primordial" ou "caldo nutritivo". Ao
longo do tempo, essas moléculas teriam se combinado, dando origem
a moléculas mais complexas, como proteínas e ácidos nucleicos.
Finalmente, essas moléculas teriam se organizado em estruturas
delimitadas por membranas, dando origem aos primeiros protocélulas
ou protobiontes, que seriam os precursores das primeiras células.

A teoria de Oparin-Haldane representou um novo paradigma


para o estudo da origem da vida, fornecendo uma base teórica para a
realização de experimentos que buscam simular as condições da
Terra primitiva e testar as etapas propostas na evolução química e
molecular.

Os Coacervados: Precursores da Vida?


Os coacervados são agregados de moléculas orgânicas, como
proteínas, lipídios e ácidos nucleicos, que se formam
espontaneamente em soluções aquosas. Oparin propôs que os
coacervados poderiam ter desempenhado um papel importante na
origem da vida, atuando como compartimentos que concentravam
moléculas orgânicas e facilitavam reações químicas complexas. Esses
agregados são delimitados por uma camada de moléculas de água, o
que os separa do ambiente circundante.

Embora os coacervados não sejam considerados seres vivos,


eles exibem algumas características que lembram as células, como a
capacidade de crescer, se dividir e realizar reações químicas. Além
disso, eles podem incorporar enzimas e outras moléculas que
catalisam reações específicas. No entanto, os coacervados não
possuem a capacidade de se replicar ou de armazenar informações
genéticas, o que os impede de serem considerados verdadeiros
precursores da vida.

Apesar de suas limitações, o estudo dos coacervados contribuiu


para a compreensão de como as moléculas orgânicas podem se
organizar em estruturas complexas e como essas estruturas podem
ter desempenhado um papel na origem da vida.

Simulando a Terra Primitiva


Em 1953, Stanley Miller e Harold Urey realizaram um
experimento clássico que forneceu evidências experimentais para a
teoria da evolução química e molecular. Eles construíram um
aparelho que simulava as condições da atmosfera primitiva, com uma
mistura de gases como metano, amônia, hidrogênio e vapor d'água. A
energia era fornecida por descargas elétricas, simulando os raios que
ocorriam na Terra primitiva. Após alguns dias, eles analisaram o
conteúdo do aparelho e encontraram uma variedade de moléculas
orgânicas, incluindo aminoácidos, as unidades básicas das proteínas.

O experimento de Miller-Urey demonstrou que é possível formar


moléculas orgânicas complexas a partir de gases inorgânicos, sob as
condições da Terra primitiva. Esse resultado forneceu um forte apoio
à teoria de Oparin-Haldane e impulsionou o estudo da origem da vida.
No entanto, o experimento também apresentou algumas limitações,
como a utilização de uma mistura de gases simplificada e a
impossibilidade de simular todos os aspectos do ambiente da Terra
primitiva.
Apesar de suas limitações, o experimento de Miller-Urey
continua sendo um marco na história da ciência e um exemplo
clássico de como a experimentação pode ser utilizada para testar
teorias sobre a origem da vida.

Conclusão: O Que Aprendemos Sobre a


Origem da Vida e Perspectivas Futuras
A busca pela origem da vida é uma das questões mais
desafiadoras e fascinantes da ciência. Ao longo dos séculos, diversas
teorias foram propostas e refutadas, e experimentos inovadores
foram realizados para tentar simular as condições da Terra primitiva e
testar as etapas da evolução química e molecular. Aprendemos que a
vida não surge espontaneamente, mas sim por meio de um processo
gradual de evolução a partir de matéria não viva. A teoria da
evolução química e molecular, proposta por Oparin-Haldane e
apoiada pelos experimentos de Miller-Urey, oferece uma explicação
plausível para a origem da vida, mas ainda há muitas lacunas em
nosso conhecimento.

A hipótese do mundo do RNA sugere que o RNA desempenhou


um papel central nas primeiras formas de vida, atuando como
molécula de informação genética e catalisadora. O estudo dos
coacervados contribuiu para a compreensão de como as moléculas
orgânicas podem se organizar em estruturas complexas. No futuro,
novas tecnologias e abordagens experimentais podem nos ajudar a
preencher as lacunas em nosso conhecimento e a entender melhor
como a vida surgiu na Terra. A busca pela origem da vida não é
apenas uma busca pelo nosso passado, mas também uma busca pelo
nosso futuro, pois nos ajuda a compreender a natureza da vida e a
possibilidade de vida em outros planetas.

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