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ARTiGO ATUAL - CORRIGIDO

O estudo analisa falhas em componentes críticos de caminhões Volkswagen Meteor, destacando que os sistemas de freios, motores e eixos são os mais propensos a falhas. A pesquisa enfatiza a importância da manutenção preditiva e do monitoramento contínuo para garantir a segurança e reduzir custos operacionais. Os resultados sugerem a implementação de programas rigorosos de manutenção preventiva e treinamentos regulares para operadores e técnicos.

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ARTiGO ATUAL - CORRIGIDO

O estudo analisa falhas em componentes críticos de caminhões Volkswagen Meteor, destacando que os sistemas de freios, motores e eixos são os mais propensos a falhas. A pesquisa enfatiza a importância da manutenção preditiva e do monitoramento contínuo para garantir a segurança e reduzir custos operacionais. Os resultados sugerem a implementação de programas rigorosos de manutenção preventiva e treinamentos regulares para operadores e técnicos.

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Análise de falhas em componentes de veículos pesados: estudo de caso nos caminhões

Volkswagen Meteor
Breno Fonseca de Sousa1; Lucas Diego Alencar Ferreira 2; Sandro Oliveira Costa de Souza 3;
Alciney Bentes Rodrigues4
1
Graduando em Engenharia Mecânica, Centro Universitário do Norte/SER
2
Graduando em Engenharia Mecânica, Centro Universitário do Norte/SER
3
Graduando em Engenharia Mecânica, Centro Universitário do Norte/SER
4
Professor Especialista em Eng. De Segurança do Trabalho e Graduado em Engenharia Mecânica,
Departamento de Engenharia Mecânica do Centro Universitário do Norte/SER

Resumo

O estudo tem como objetivo analisar as falhas em componentes críticos em caminhões do


modelo Meteor. A pesquisa foi realizada através de uma metodologia mista, utilizando questionários e
entrevistas com profissionais do setor de manutenção, além de análise de dados técnicos de relatórios
de manutenção de caminhões modelo Meteor (Volkswagen). Os resultados indicaram que os sistemas
de freios, motores e eixos são os mais propensos a falhas, representando, respectivamente, 35%, 27,5%
e 20% dos problemas reportados. As principais falhas estão associadas ao desgaste excessivo,
aquecimento e falhas em componentes como pistões, sistemas de freios pneumáticos e eixos. O estudo
reforça a importância da manutenção preditiva, monitoramento contínuo e uso de peças de qualidade
para garantir a segurança e reduzir custos operacionais. As instruções fornecidas fornecem diretrizes
para melhorar o desempenho e a vida útil dos veículos pesados, contribuindo para a segurança rodoviária
e eficiência logística. Conclui-se que as empresas do setor de transporte implementem programas
rigorosos de manutenção preventiva, incluindo a utilização de sensores e sistemas de monitoramento
para acompanhar o desempenho de componentes críticos em tempo real. Além de treinamentos regulares
para operadores e técnicos de manutenção são essenciais para garantir que as práticas adequadas sejam
seguidas.

Palavra-Chave: críticos; falhas; manutenção; pesado; veículos.

Introdução

A análise de falhas em componentes automotivos é uma abordagem essencial para


garantir a confiabilidade e a durabilidade dos veículos pesados. Segundo Farahani et al. (2022),
a identificação precoce de falhas permite a redução de custos de manutenção e evita paradas
não programadas, elementos cruciais no setor de transporte rodoviário. O estudo das causas das
falhas, sejam elas de origem mecânica, estrutural ou operacional, contribui para a melhoria
contínua dos projetos e processos industriais. Além disso, técnicas modernas, como a análise
preditiva, têm se mostrado eficazes em prever falhas com base em dados operacionais.
A aplicação de metodologias de análise de falhas em caminhões como o Volkswagen
Meteor envolve a utilização de ferramentas como Análise de Modo e Efeito de Falha (FMEA)
e análise por elementos finitos. Conforme explicado por Kumar e Singh (2023), essas
1
metodologias auxiliam no diagnóstico preciso de problemas em componentes críticos, como
motores, sistemas de transmissão e eixos. O emprego dessas técnicas não apenas identifica a
falha em si, mas também suas causas-raiz, possibilitando uma abordagem sistêmica na
resolução de problemas.
A manutenção preventiva e preditiva tem ganhado destaque na gestão de frotas de
veículos pesados. De acordo com Zhang et al. (2023), sensores avançados e tecnologias de
monitoramento em tempo real permitem acompanhar o desempenho dos componentes em
operação, prevenindo falhas catastróficas. No caso de caminhões como o Volkswagen Meteor,
a análise de dados gerados pelos sensores pode revelar padrões de desgaste que levam a
intervenções mais eficazes, prolongando a vida útil dos componentes.
Outro aspecto relevante na análise de falhas em veículos pesados é o impacto das
condições operacionais extremas. Segundo Lopes et al. (2022), fatores como sobrecarga,
manutenção inadequada e exposição a condições climáticas adversas aceleram o desgaste de
componentes críticos. Para modelos como o Volkswagen Meteor, projetado para transportar
cargas elevadas, a análise detalhada do comportamento dos materiais e sistemas estruturais em
situações adversas é essencial para evitar problemas recorrentes.
Além disso, estudos de caso são ferramentas importantes para ilustrar a aplicação prática
da análise de falhas. Moraes e Silva (2023) destacam que a análise detalhada de falhas em
componentes de veículos pesados permite a implementação de melhorias específicas, tanto no
projeto quanto na operação. No caso do Volkswagen Meteor, a investigação de falhas
recorrentes em sistemas como o de suspensão ou de freios pode servir como base para a
formulação de novas estratégias de manutenção e design, aumentando a confiabilidade do
veículo no mercado de transporte.
Os veículos pesados, como caminhões têm um papel crucial em várias indústrias,
transportando cargas a longas distâncias e sob condições difíceis. Trabalhando em terrenos
irregulares e com temperaturas elevadas, esses veículos lidam com desafios consideráveis,
como o peso das cargas e as extensas jornadas de trabalho. Essas circunstâncias podem resultar
em desgaste rápido e defeitos precoces nos componentes mecânicos, elétricos e estruturais
desses veículos. Dificuldades como falhas nos sistemas de frenagem ou danos em componentes
estruturais não só prejudicam a eficácia das operações, como também ameaçam a segurança
dos condutores e demais usuários das estradas.
De acordo com Mateus (2019), as falhas de componentes mecânicos podem ter
diferentes origens desde um projeto mecânico deficiente, defeito de fabricação ou material, má
montagem de componentes ou mesmo má utilização e manutenção por parte do utilizador.
Assim surge a necessidade premente de investigar e compreender as causas fundamentais das
falhas recorrentes em componentes críticos, tais como motores, sistemas de freios, suspensão,
transmissão e chassis.
Esses problemas podem decorrer de fatores intrínsecos, quando estão relacionados
diretamente às características internas do componente ou sistema ou fatores extrínsecos, quando
estão fora do controle direto do componente, mas podem influenciar sua integridade e vida útil.
Por isso, é necessário identificar as falhas críticas, as causas fundamentais, o impacto das falhas
e os desafios na descoberta de falhas.
Ao detalhar e elaborar o problema de pesquisa desta forma, a análise busca não apenas
investigar as falhas, mas também oferecer um olhar crítico sobre as causas subjacentes e as
medidas necessárias para preveni-las.
De acordo com Marques e Brito (2019), a utilização da manutenção preditiva, baseada
em análises precisas de dados, não apenas reduz os custos de manutenção, mas também aumenta
significativamente a vida útil dos equipamentos industriais. O que mostra sua relevância além
2
do aprimoramento técnico, sendo um elemento-chave para a otimização de processos logísticos,
segurança, redução de custos operacionais e maximização da eficiência das empresas do setor.
Engenheiros e profissionais poderão utilizar as conclusões obtidas para aprimorar o design, a
fabricação e a manutenção desses veículos, resultando em melhorias tangíveis na performance
e vida útil deles.
Esse veículo é robusto, feito com materiais resistentes e chassis reforçados para
transportar grandes cargas com estabilidade. Equipados com motores potentes e transmissões
robustas, operam em diversos terrenos e são essenciais no transporte de cargas. Porém, falhas
podem ocorrer por desgaste, falta de manutenção, defeitos de fabricação ou impactos, afetando
operação e segurança. Exemplos incluem quebra de eixos, problemas na suspensão, falhas nos
freios e sistemas elétricos, além de desgaste por fadiga em componentes submetidos a cargas
repetitivas.
Pelo exposto este artigo tem como objetivo analisar as falhas em componentes críticos
em caminhões do modelo Meteor, assim explorando os princípios fundamentais e as
metodologias utilizadas na análise dessas falhas nesses veículos demonstrando a eficiência do
método. Além disso, como objetivos específicos há a classificação dos tipos de falhas comuns,
as principais causas-raízes e que cause aos leitores uma compreensão abrangente das melhores
práticas em análise de falhas e sua importância na manutenção eficaz dos veículos.

Metodologia
A metodologia do estudo teve como objetivo analisar falhas em componentes críticos
de caminhões, visando melhorar a eficiência da manutenção e reparo desses veículos. Para
alcançar esse objetivo, será utilizado uma abordagem mista que combina a coleta de dados
qualitativos e quantitativos por meio de questionários, entrevistas e análise de dados feitas com
a aplicação do método FMEA (Análise de Modos de Falha e Efeitos).
Para a coleta de dados, questionários estruturados e entrevistas semiestruturadas que
foram aplicadas aos técnicos e mecânicos envolvidos na manutenção e reparo desses veículos,
onde será realizado em uma concessionaria especializada em veículos desse porte. Os
questionários serão elaborados para obter informações detalhadas sobre os processos de
manutenção, tipos de falhas comuns e práticas recomendadas. As entrevistas semiestruturadas
proporcionaram dados qualitativos dos profissionais especializados na indústria.
Para a análise dos dados, o foco será em componentes críticos, como sistemas de freios,
motores e transmissões, selecionados com base na frequência e impacto das falhas. A aplicação
do método FMEA será essencial para identificar e priorizar modos de falha potenciais nos
componentes críticos selecionados, com base na frequência, gravidade e detectabilidade das
falhas, permitindo definir estratégias específicas para mitigar os riscos associados a cada modo
de falha identificada.
Foram coletados dados de relatórios de manutenção, históricos de falhas e entrevistas
com técnicos. As técnicas de análise incluiram a utilização de softwares de gestão de
manutenção e análise estatística para identificar padrões e tendências de falhas. Os dados foram
representados por meio de gráficos e imagens, que mostrarão os tipos de falhas encontradas e
o desempenho dos componentes antes e depois da manutenção.
Deverá ser considerada rigorosamente as considerações éticas durante a pesquisa. Todos os
participantes deverão assinar um termo de consentimento informado, garantindo a
confidencialidade dos dados por meio da anonimização das informações.

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Também será considerado os impactos sociais e ambientais das recomendações,
priorizando a segurança e sustentabilidade, seguindo normas e regulamentações pertinentes.
Esta metodologia visa assegurar a coleta de dados precisos e relevantes sobre falhas em
componentes de veículos pesados, proporcionando uma análise detalhada e confiável para a
melhoria dos processos de manutenção e reparo. A adiçao do método FMEA fortalece a
identificação de modos de falhas críticas e a criação de estratégias de amenização, enquanto
mantém um rigor ético e considera os impactos sociais e ambientais.

Resultados e Discussão

Os resultados obtidos após a realização de questionários, entrevistas com técnicos,


mecânicos e engenheiros de manutenção, além de analisar relatórios e realizar técnicas com
instrumentos especializados, detectaram-se defeitos recorrentes nos componentes do caminhão
Meteor (Volkswagen). Esses erros foram documentados nos relatórios de manutenção, que
detalharam a natureza dos problemas, o tempo de inatividade provocado por eles, os custos das
correções e a regularidade com que aconteciam.
O uso de dispositivos especializados possibilitou uma análise técnica minuciosa dos
componentes, detectando desgastes excessivos, defeitos eletrônicos, deformações em
componentes e dificuldades de funcionamento em sistemas mecânicos.
Assim posteriormente, foram classificadas as principais falhas de acordo com o método
FMEA, levando em conta as opiniões dos profissionais citados anteriormente e a taxa de
ocorrência dessas falhas que foi obtida a partir de uma análise detalhada de ordens de serviço
de uma empresa do setor de manutenção de caminhões.

Análise Estatística

A análise estatística dos dados foi coletada das ordens de serviço de 40 caminhões do
modelo Meteor, revelou que três sistemas deste modelo de caminhão, são os mais propícios a
falhas, sendo os sistemas de freio que representavam cerca de 35% das falhas reportadas,
seguidos pelos motores 27,5% e eixos 20%, outros problemas representam 17,5%. A correlação
entre a falta de manutenção preventiva e a ocorrência de falhas ficou evidente, com uma taxa
de falhas 35% maior em veículos que não seguiam um cronograma de manutenção rigoroso.
Esses dados reforçam a necessidade de manutenção preditiva, conforme discutido na revisão
bibliográfica.
No que diz respeito a essas falhas nos motores, notaram-se desgastes antecipados,
problemas de lubrificação e superaquecimento. Em relação aos sistemas de frenagem, notou-se
um desgaste desigual de pastilhas e discos, bem como problemas de pressão no sistema
hidráulico. Em relação aos eixos, a fadiga causada por grandes cargas foi o principal problema.
A partir das análises geraram uma variedade de sugestões para medidas corretivas e
preventivas, com o objetivo de diminuir a ocorrência de falhas, melhorar a confiabilidade e
prolongar a durabilidade dos componentes dos tráfegos. As ações propostas visam melhorar o
desempenho dos veículos pesados e reduzir os custos e o período de inatividade provocado por
falhas recorrentes. Assim, serão apresentadas a seguir as principais funções desses
componentes, as falhas principais detalhadamente descritas, suas principais causas e efeitos,
além de sugestões de melhorias para a redução dessas falhas.

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Gráfico 1: análise de Falhas

Fonte: elaborado pelos autores (2024)

Sistema de frenagem

O sistema de frenagem, visto como um elemento crucial para a segurança operacional


de veículos de grande porte, foi identificado como o subsistema que apresenta maior incidência
de falhas. Esta situação torna - se ainda mais delicada em operações que desativam condições
extremas, como descidas prolongadas e transporte de cargas além do limite previsto. Em tais
situações, a demanda sobre os freios cresce exponencialmente, levando a um risco elevado de
defeitos mecânicos.
A avaliação das informações coletadas indicou que as principais causas dessas falhas
estão ligadas ao aquecimento excessivo dos componentes, ao desgaste anormal das pastilhas de
freio e aos problemas nos sistemas pneumáticos de acionamento, encarregados de transmitir a
força de frenagem. O superaquecimento acontece quando os freios são usados de forma
constante e intensa, resultando em um aumento excessivo de temperatura em discos, pastilhas
e outros componentes, prejudicando a eficácia do sistema. Este acréscimo de temperatura causa
uma diminuição na habilidade de frear, especificamente denominado fading, que pode levar a
uma interrupção temporária da ação de frear.
Além disso, a irregularidade no desgaste das pastilhas de freio foi identificada como
outro aspecto significativo. Este desgaste pode ser provocado por diversos fatores, como má
qualidade dos materiais, dificuldades na montagem dos componentes ou desequilíbrio entre os
eixos do carro. Quando as pastilhas de freio não se desgastam de maneira uniforme, ocorre uma
distribuição desigual da força de frenagem, o que pode comprometer o rendimento do sistema
e aumentar a chance de falhas.

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A análise também apontou como um ponto crítico o mau funcionamento do sistema
pneumático de acionamento dos freios, encarregado de regular a aplicação das forças de
frenagem em veículos de grande porte. Este sistema pode apresentar falhas devido ao desgaste
das válvulas, vazamentos nas linhas de ar ou mau funcionamento dos compressores.
Frequentemente, esses problemas estão associados à ausência de manutenção preventiva,
conforme vários apontados em estudos, como o de Marques e Brito (2019), que enfatizam a
relevância de inspeções frequentes e substituições de peças desgastadas antes de defeitos mais
sérios surgirem.
A avaliação da temperatura dos componentes do sistema de frenagem mostrou que a
temperatura média superou consideravelmente os limites sugeridos pelos fabricantes. Este
crescimento exagerado da temperatura é um sinal evidente de desgaste acelerado, enfatizando
a importância de um acompanhamento constante da condição dos freios. A instalação de
sistemas de monitoramento de temperatura em tempo real possibilitaria identificar aumentos
atípicos de temperatura, possibilitando ações preventivas antes que o sistema entre em colapso
completo. Esta estratégia preditiva, combinada com verificações regulares, ajuda a prolongar a
vida útil dos componentes e diminuir a probabilidade de acidentes causados por falhas no
sistema de frenagem.
Portanto, a implementação de tecnologias como sensores de temperatura em conjunto
com sistemas de telemetria pode ser uma estratégia eficiente para melhorar a confiabilidade e a
segurança do sistema de freios em veículos de grande porte, prejudicando os perigos
relacionados ao desgaste excessivo e ao superaquecimento.

Figura 1: Partes principais do sistema de frena

Fonte: Etka (2024)

Falhas no motor (caminhão)

Nos motores de caminhão, as falhas mais recorrentes envolvem o superaquecimento e a


perda de potência, problemas diretamente relacionados à ineficiência dos sistemas de
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refrigeração e lubrificação. Esses sistemas são fundamentais em veículos pesados,
especialmente caminhões, que operam sob altas cargas e em percursos longos, expondo os
componentes a condições extremas. A análise dos dados apontou que os pistões, cilindros e
cabeçotes são as partes mais afetadas, apresentando desgaste excessivo e sinais claros de fadiga
térmica.
As causas dessas falhas foram atribuídas principalmente à contaminação do óleo
lubrificante e ao uso de componentes de baixa qualidade nos sistemas de refrigeração.
Caminhões exigem um alto nível de manutenção devido às condições severas de operação. A
troca de óleo em intervalos inadequados e a utilização de filtros ineficazes permitem que
impurezas entrem no sistema, comprometendo a lubrificação e acelerando o desgaste das partes
móveis. Além disso, a ineficiência dos radiadores e bombas de água agrava o problema,
resultando em superaquecimento constante e reduzindo a vida útil dos materiais.
As consequências dessas falhas são significativas. O desgaste dos pistões e cilindros
compromete a compressão do motor, levando a uma perda de eficiência que resulta em aumento
no consumo de combustível e diminuição da potência. Em situações críticas, o
superaquecimento pode provocar o travamento total do motor, causando a interrupção das
operações e gerando altos custos de reparo. Componentes como o virabrequim e os anéis de
pistão são particularmente vulneráveis, exigindo substituições custosas em casos de falhas
severas.
Para solucionar esses problemas, é fundamental adotar um plano de manutenção
preventiva rigoroso. Isso inclui a troca regular do óleo lubrificante utilizando produtos de alta
qualidade e o monitoramento frequente de filtros de óleo e ar. A instalação de sensores de
monitoramento contínuo de temperatura e analisadores de qualidade de óleo pode ser uma
solução eficaz para detectar falhas antes que elas se agravem, permitindo que medidas
corretivas sejam tomadas antes de comprometer a operação do caminhão. Dessa forma, a
manutenção preditiva pode prolongar a vida útil do motor, melhorar o desempenho operacional
e reduzir custos com reparos.
Aquecimento e perda de potência são as falhas mais comuns nos motores de caminhão,
questões correlacionadas diretamente à ineficiência dos sistemas de refrigeração e lubrificação.
Em veículos pesados, principalmente tráfegos, esses sistemas são essenciais pois operam sob
altas cargas e em percursos longos, expondo seus componentes a condições extremas. A análise
dos dados mostrou que as partes mais afetadas são os pistões, cilindros e cabeçotes,
apresentando desgastes aparentes e sinais claros de fadiga térmica.

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Figura 2: Partes principais do motor

Fonte: Etka (2024)

Falha na transmissão (eixo)

A avaliação de falhas em eixos de tráfego é essencial para garantir a segurança e a


eficácia dos caminhões, que são fundamentais para o transporte de cargas pesadas em longas
distâncias. Os eixos são responsáveis pela transmissão de torque e pela sustentação da carga,
garantindo a estabilidade do veículo e a distribuição da potência do motor. Falhas nesses
componentes podem resultar em acidentes graves e custos elevados com manutenção, tornando
a análise das falhas uma prioridade para evitar problemas e melhorar o desempenho
operacional.
Os eixos de caminhões são classificados em dianteiros e traseiros, cada um com funções
específicas. O eixo dianteiro sustenta a parte frontal do caminhão e permite a direção, enquanto
o eixo traseiro transmite a força motriz e suporta a maior parte do peso do veículo. A diversidade
de eixos e suas funções exige que a avaliação das falhas considere tanto o tipo de eixo quanto
as condições operacionais enfrentadas, como terrenos irregulares e cargas elevadas.
A fadiga mecânica é uma das principais causas de falhas nos eixos, resultante da
aplicação cíclica de cargas que geram micro trincas no material. Essas trincas podem se
expandir ao longo do tempo, especialmente em condições severas, causando rupturas
inesperadas que podem comprometer a segurança do veículo. A análise fractográfica das
superfícies de fratura frequentemente revela marcas de fadiga, diminuindo o crescimento
progressivo das trincas.

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Outro fator que contribui para as falhas nos eixos é a sobrecarga, que ocorre quando os
caminhões operam com cargas acima da capacidade nominal. Isso gera esforços mecânicos
excessivos, resultando em deformações e aumentando o risco de falhas. Uma prática comum
de operar sob sobrecarga para maximizar o transporte de carga prejudicando a supervisão
estrutural dos eixos, elevando os custos de manutenção e manutenção da durabilidade dos
componentes.
O desgaste é um mecanismo significativo que afeta os eixos, causado pelo atrito
constante entre as superfícies em contato, como entre o eixo e os rolamentos. Esse processo
resulta na remoção gradual do material, podendo causar desequilíbrio e desalinhamento das
rodas, ou que comprometa a dirigibilidade do veículo. Caminhões que operam em ambientes
com poeira ou partículas abrasivas são mais suscetíveis a esse tipo de desgaste.
A corrosão também é um fator crítico que afeta a durabilidade dos eixos, especialmente
em ambientes adversos, como regiões úmidas ou salinas. A corrosão deteriora a estrutura do
metal, diminuindo sua resistência e acelerando o surgimento de trincas. Portanto, é fundamental
adotar medidas preventivas, como a aplicação de protetores, para mitigar os efeitos da corrosão.
Erros de produção, como a inclusão de materiais indesejados ou tratamentos térmicos
inadequados, podem resultar em fragilidades nos eixos, aumentando a probabilidade de falhas
precoces. A avaliação de defeitos utiliza métodos variados, começando com análises visuais e
avançando para técnicas mais sofisticadas, como ensaios não destrutivos e análise
metalográfica. A manutenção preventiva, incluindo verificações regulares e substituições de
peças desgastadas, é crucial para garantir a segurança e a eficácia dos eixos, permitindo a
detecção precoce de falhas e a implementação de melhorias no projeto quando necessário.

Figura 3: Partes principais do sistema de transmissão (eixo)

Fonte: Etka (2024)

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Impacto das falhas

As falhas em componentes de veículos pesados, como caminhões e ônibus, geram


impactos consideráveis que ultrapassam a mera suspensão da operação. Esses problemas não
só prejudicam a eficácia operacional, como também elevam os gastos com manutenção e
reparo, impactando diretamente a lucratividade das companhias de transporte.
Para o sucesso de uma operação logística, a eficácia operacional de um caminhão é
crucial. Quando peças componentes, como motores e sistemas de frenagem, apresentam defeito,
ocorre uma redução direta na produtividade. Esta inatividade leva a atrasos nas entregas e na
prestação de serviços, afetando negativamente a imagem da empresa e o contentamento dos
clientes.
Além de consumirem tempo, as falhas elevam consideravelmente os gastos com
manutenção e conserto. Veículos com problemas frequentes exigem mais visitas a oficinas,
peças de reposição e profissionais especializados. Segundo pesquisas do setor, um erro crítico
pode incrementar os gastos operacionais em até 20%, impactando o planejamento financeiro da
organização e a sustentabilidade das operações.
Erros severos, especialmente em sistemas de segurança como freios e direção,
representam um perigo significativo para a segurança. Acidentes causados por falhas mecânicas
colocam em risco não só a vida dos condutores e passageiros, como também podem causar
danos a terceiros e à propriedade. Estatísticas mostram que uma parcela significativa dos
acidentes rodoviários é atribuída a problemas mecânicos, destacando a importância da
prevenção.
A detecção antecipada de falhas é fundamental para prevenir acidentes. No entanto,
motoristas e operadores muitas vezes reclamam da ausência de um treinamento adequado e de
um acompanhamento preventivo eficiente, o que dificulta a identificação precoce de problemas.
Programas de treinamento que ensinam a detecção de defeitos e práticas de manutenção
preventiva podem ser fundamentais para aumentar a segurança e a eficácia das operações.
Além dos aspectos econômicos e de segurança, os problemas em veículos pesados
também geram consequências ambientais. Veículos mal conservados tendem a emitir mais
poluentes e consumir mais combustível, contribuindo para o agravamento das questões
ambientais. Manutenções frequentes e a implementação de tecnologias de controle de emissões
são medidas importantes para mitigar esses efeitos.
Em resumo, os defeitos em componentes de veículos pesados são uma questão complexa
que envolve eficiência operacional, custos financeiros, segurança e responsabilidade ambiental.
A adoção de métodos de manutenção preventiva e a formação de condutores são estratégias que
podem não apenas reduzir a ocorrência de falhas, mas também promover um ambiente de
transporte mais seguro e sustentável.

Conclusão
A análise de falhas em componentes críticos do veículo revelou que a manutenção
inadequada e a ausência de monitoramento contínuo são as principais causas das falhas
recorrentes em sistemas de freios, motores e transmissões. Os resultados apontam para a
importância de adotar estratégias de manutenção preditiva, utilizando ferramentas de
diagnóstico avançadas e monitoramento em tempo real para prever e prevenir falhas.
A aplicação do método de Análise de Modos de Falha e Efeitos (FMEA) foi crucial para
identificar e priorizar os riscos associados a falhas nos sistemas críticos. Esse método permitiu
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avaliar de forma estruturada as possíveis causas de falhas e suas consequências, auxiliando na
definição de ações preventivas e corretivas mais eficazes. Como resultado, foi possível elaborar
estratégias de manutenção mais direcionadas e aumentar a confiabilidade dos componentes
analisados.
Os sistemas de freio foram identificados como os componentes mais suscetíveis a falhas,
com problemas recorrentes de superaquecimento e desgaste excessivo, especialmente em
condições operacionais severas. Da mesma forma, os motores mostraram-se vulneráveis ao
superaquecimento e desgaste por contaminação de óleo lubrificante, enquanto as transmissões
sofreram com o desgaste prematuro das engrenagens e eixos devido à falta de lubrificação
adequada.
Recomenda-se que as empresas do setor de transporte implementem programas
rigorosos de manutenção preventiva, incluindo a utilização de sensores e sistemas de
monitoramento para acompanhar o desempenho de componentes críticos em tempo real. Além
disso, treinamentos regulares para operadores e técnicos de manutenção são essenciais para
garantir que as práticas adequadas sejam seguidas.
Dessa maneira, a implementação de tais medidas pode não apenas reduzir o tempo de
inatividade dos veículos, mas também aumentar a segurança nas operações de transporte,
diminuir os custos de reparo e prolongar a vida útil dos componentes. O estudo também abre
caminho para futuras pesquisas focadas em novas tecnologias de monitoramento e diagnóstico,
que podem transformar a manutenção de veículos pesados e tornar suas operações mais
eficientes e seguras.

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