ESTUDANTE: Aline Vitória Pereira Nascimento
PROFESSOR: Carlos Agostinho
HABILITAÇÃO: Jornalismo.02
TÉCNICAS DA NOTÍCIA – Avaliação 03
NOTA
São Luís é reconhecida como Capital Nacional do Reggae
O título foi atribuído pela singularidade do ritmo na cidade
Por Aline Vitória, UFMA – São Luís
São Luís é reconhecida como Capital Nacional do Reggae, nesta terça
(12). O título foi atribuído pela singularidade do ritmo na cidade. O deputado
Bira do Pindaré (PSB-MA) foi quem teve a iniciativa de apresentar o projeto
que foi aceito pela Comissão de Educação e Cultura, no dia 08 de agosto,
com relatório do senador Cid Gomes (PDT-CE). O presidente da República
em exercício, Geraldo Alckmin, sancionou a Lei 14.668, publicada no Diário
Oficial da União, que titulou a cidade maranhense.
NOTÍCIA
São Luís é reconhecida como Capital Nacional do Reggae
Do preconceito ao símbolo cultural dos ludovicenses
Por Aline Vitória, UFMA – São Luís
São Luís é reconhecida como Capital Nacional do Reggae
Conhecida como a Jamaica Brasileira, São Luís recebeu o título de Capital
Nacional do Reggae, nesta terça (12). Um dos motivos para o
reconhecimento é o modo como a cultura regueira é cultivada na cidade.
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, sancionou a Lei
14.668, publicada no Diário Oficial da União, que titulou a cidade
maranhense. A iniciativa aconteceu a partir de um projeto do deputado Bira
do Pindaré (PSB-MA) e foi aceita pela Comissão de Educação e Cultura no
dia 08 de agosto, com relatório do senador Cid Gomes (PDT-CE).
Segundo a jornalista, Karla Freire, apesar do reconhecimento, as pessoas que
vivem do reggae continuam sofrendo dificuldades pela falta de incentivo do
governo. O proprietário da Rotatória Roots, George da Rotatória, acredita
que a partir de agora o poder público tenha outro olhar para a massa regueira.
O reggae chegou na capital maranhense por volta dos anos 70 e se
popularizou em áreas de periferia. Com o passar dos anos, a cultura regueira
se expandiu e incentivou a criação de bandas, de DJs, de clubes, de rádios e
até uma maneira singular de dançar em São Luís, o agarradinho.
ENTREVISTA
Cultura regueira: A origem jamaicana e o reconhecimento
ludovicense
Qual a origem? Como é visto o reconhecimento? E quem faz o reggae na capital
maranhense?
Por Aline Vitória, UFMA – São Luís
O reggae nasceu na Jamaica no fim da década de 60 e chegou na capital
maranhense por volta de 1970. Na sua chegada, sofreu preconceito racial e social,
ainda mais por ter se popularizado em áreas periféricas e entre negros. Depois de
50 anos, a cidade foi reconhecida como a Capital Nacional do Reggae, no Brasil.
Segundo Dienny Azevedo, monitora do Museu do Reggae Maranhão, o
mito mais aceitável da chegada do reggae em São Luís é que os marinheiros que
chegavam na Praia Grande traziam discos de vinil de reggae.
Pergunta: Como o reggae chegou em São Luís?
Resposta: Bem, não há de fato uma resposta concreta que especifique ou que
comprove como o reggae chegou aqui na capital. O que tem de fato são dois mitos
que poderiam justificar a chegada do reggae aqui na década de 70. Um desses mitos
mais famosos seria que através das frequências de rádio sonora das ilhas
caribenhas, mas essa tese não se sustenta, porque a grande ilha nem é tão próximo
do Caribe. A mais adota é que seria através dos atracamentos dos marinheiros no
cais da Praia Grande, onde eles trocariam os vinis por objetos, serviços de quarto,
mas também não há nada, nenhuma pesquisa que comprove de fato como o reggae
chegou, até porque cultura não é uma ciência exata.
Podemos afirmar, que o Museu do Reggae ajuda os turistas e até mesmo os
ludovicenses/maranhenses a conhecerem/entenderem esse ritmo?
Sim. Devido ao nosso acervo que vai desde o reggae no contexto internacional ao
reggae nacional e também o reggae estadual. O Museu do Reggae tem um acervo
bem vasto que vai desde fotografias que representam, inicialmente, os clubes de
reggae da capital, os discos de vinis de cantores e bandas importantes como: a
Tribo de Jah, Giovani Papini - cantor e compositor muito importante para o
contexto do reggae nacional. Temos os discos do Gilberto Gil, os discos de
Gregory Isaacs, Ijahman que possui uma música importante que é denominada de
o hino do reggae.
O proprietário do Habeas Copos, Luís Otávio, conta como surgiu a ideia de
criar um clube de reggae e desabafa sobre as dificuldades que a massa regueira
passa pela falta de apoio do governo, mesmo com o reconhecimento de Capital
Nacional do Reggae.
Como surgiu o Habeas Copos?
O Habeas Copos começou em 2020, pandemia, loucura, a cidade toda restrita. Na
época eu tinha uma namorada, ela era estudante de direito, ela me deu essa ideia
de colocar Habeas Corpus. Habeas Corpus que te dá liberdade até que se prove ao
contrário e no latim mesmo, ela quer dizer o quê? Corpo livre. Eu peguei o Habeas
e botei copos, “Beba com liberdade”. Então aqui é pra tu vim em uma casa e sentir
livre (sic).
O que significa esse título que São Luís recebeu?
Se tu for perguntar assim: pô, o reggae tem um reconhecimento? Não tem.
Regueiro mesmo raiz, tão tudo morrendo de fome. Pandemia, Dj de reggae que
realmente vive daqui tava tudo passando fome, sem um incentivo de nada. Cadê o
Estado? Ah é capital nacional do reggae, e aí? Qual é o reconhecimento que isso
tem? Nenhum, nada, zero (sic).
Dentro da cultura regueira, existe o termo “pedra” que faz referência a um
reggae com qualidade. O DJ, Professor Dário, explica sobre essa expressão e fala
a diferença entre o reggae roots e o eletrônico.
O que significa o termo pedra no reggae?
O termo pedra é aquela música que toca a pessoa. Uma música que você escuta e
tem aquele sentimento, é um clássico, toca o seu coração e que diferencia. Não é
uma música qualquer, é um termo clássico.
Qual a diferença entre o reggae roots e o eletrônico?
A diferença é na batida. O reggae roots, o reggae do vinil, é feito com banda e o
reggae eletrônico é feito no teclado, mas para mim reggae é reggae. Hoje eu faço
parte do movimento roots, sou DJ, mas também gosto do eletrônico. Para mim o
importante é ser reggae, independente da batida, eu gosto do reggae.
Habeas Copos
REPORTAGEM
A cultura regueira na capital maranhense
Entenda como São Luís ficou reconhecida pela maneira especial de curtir o
reggae.
Por Aline Vitória, UFMA – São Luís
A cultura regueira na capital maranhense
Do preconceito ao símbolo cultural da capital maranhense. O reggae nasceu
na Jamaica no fim da década de 60 e chegou na capital maranhense por volta de
1970. Na sua chegada, sofreu preconceito racial e social, ainda mais por ter se
popularizado em áreas periféricas e entre negros; e 50 anos depois, a cidade foi
reconhecida como a Capital Nacional do Reggae, no Brasil.
São Luís é o único local, fora da Jamaica,
que tem um museu temático sobre esse ritmo, o
Museu do Reggae Maranhão, localizado no
Centro Histórico da cidade. O local reúne
memórias que mostram as raízes, as suas
caraterísticas e discos de grandes artistas e
bandas: Tribo de Jah, Giovani Papini, Gilberto
Gil, Gregory Isaacs e Ijahman. Além de reforçar
a singularidade do reggae ludovicense e
despertar os olhares dos visitantes. Museu do Reggae Maranhão
Dienny Azevedo, 25, monitora do Museu do Reggae Maranhão, conta como
essa cultura chegou em terras maranhenses: “Bem, não há de fato uma resposta
concreta que especifique ou que comprove como o reggae chegou aqui na capital.
A mais adota é que seria através dos atracamentos dos marinheiros no cais da Praia
Grande, onde eles trocariam os vinis por objetos e serviços de quarto.”
Na linha do tempo do reggae, existe questões sociais como o preconceito.
A jornalista, Karla Freire, 41, explica como ele se expandiu: “Ele se espalhou nas
periferias da cidade. Ele foi primeiramente abraçado por uma juventude negra na
periferia da cidade. Essa juventude começou a ouvir o reggae nas festas da época
que tinham festas de salão de dança, onde você dançava lambada, forró, esses
ritmos da época e essa juventude passou a gostar. O reggae começou a tocar ali no
meio dessas festas, tanto que muito rapidamente começaram, as festas deixaram
de ser desses ritmos e passaram a ser só de reggae.”
RECONHECIMENTO DA CAPITAL MARANHENSE
A Jamaica Brasileira foi reconhecida como Capital Nacional do Reggae,
depois de 50 anos da chegada do ritmo. O ex-deputado Bira do Pindaré (PSB-MA)
foi quem teve a iniciativa de apresentar o projeto que foi aceito pela Comissão de
Educação e Cultura, no dia 08 de agosto, com relatório do senador Cid Gomes
(PDT-CE). O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, sancionou
a Lei 14.668, publicada no Diário Oficial da União, que titulou a cidade
maranhense.
Segundo Karla Freire, mesmo diante do reconhecimento, falta incentivo do
governo em ações para valorizar a massa regueira: “Mesmo com esse título, essa
cadeia produtiva enfrenta dificuldade. Dificuldade de incentivo mesmo,
governamental. Você não tem muitos editais voltados para o reggae. Você não tem
muitos lançamentos de concurso ou literário que seja, ou de dança, ou de qualquer
outra coisa promovida pelo poder público”, declarou Karla.
Os clubes de reggae são locais onde as pessoas se reúnem para curtir e
dançar bem agarradinho. O proprietário da
Rotatória Roots, George da Rotatória, 49, fala
sobre a falta de valorização de uma cultura que
abrange diversas áreas: “Falta um pouco mais
de incentivo, tendo em vista um movimento
cultural muito grande, onde abrange várias
áreas populacionais. Então, eu acho que deveria
ter um apoio maior do incentivo cultural de
forma governamental. Até entendo que agora
com o reconhecimento de Capital Nacional
do Reggae é possível que daqui para frente George da Rotatória, Rotatória Roots
haja um reconhecimento maior, um outro olhar do poder governamental”, afirma
o dono do clube.
O proprietário do Habeas Copos, Luís
Otávio, 45, revela a realidade por trás do
reconhecimento: “Se tu for perguntar assim:
pô, o reggae tem um reconhecimento? Não
tem. Regueiro mesmo raiz, tão tudo morrendo
de fome. Pandemia, Dj de reggae que
realmente vive daqui tava tudo passando fome,
sem um incentivo de nada. Cadê o Estado? Ah
é capital nacional do reggae, e aí? Qual é o
reconhecimento que isso tem? Nenhum, nada,
zero (sic)”, compartilha o proprietário. Luís Otávio, Habeas Copos
O QUE É PEDRADA?
Segundo o DJ, Professor Dário, o termo pedra está relacionado com uma
música que toca o coração e causa sentimentos bons, algo diferente do comum. Ele
ainda acrescenta a diferença entre o reggae Roots e o Eletrônico: “A diferença é na
batida. O reggae roots, o reggae do vinil, é feito com banda e o reggae eletrônico
é feito no teclado, mas para mim reggae é reggae. Hoje eu faço parte do movimento
roots, sou DJ, mas também gosto do eletrônico. Para mim o importante é ser
reggae, independente da batida, eu gosto do reggae”, pontua o DJ.
O JEITO AGARRADINHO
Uma das características que torna a cultura ludovicense singular, é o modo
como dança o reggae a dois, o jeito agarradinho. A vendedora de acessórios de
reggae, Mayara Almeida, informa como os turistas enxergam os costumes dos
ludovicenses: “As pessoas de fora, de outros países, de outros estados, ficam muito
empolgados é com o dançar agarradinho. Porque parece ser um bicho de 4 cabeças,
assim para eles. Eles ficam muito maravilhados, em saber, curioso em; como
dançar? E eles ficam abismados, por a gente ser a única capital a dançar esse jeito
agarradinho”, diz a vendedora.
“ONDE O REGGAE É LEI”
O reggae, com sua essência, inspira a criação de pesquisas e de estudos
relacionadas a sua origem. Karla Freire é uma das pessoas tocadas por esse ritmo,
ela é autora do livro “Onde o reggae é Lei” que conta sobre a chegada, o
fortalecimento e o reconhecimento dessa cultura: “Eu queria saber como era esse
cenário do reggae, porque eu comecei a pesquisar e eu comecei a ver que não
podia falar do reggae no singular, que existia o reggae que eu frequentava,
enquanto estudante universitária, branca de classe média, mas aí quando eu
comecei a pesquisar, eu vi que esse não era o reggae, o verdadeiro reggae”, afirma
a autora.
“O verdadeiro reggae estava nas
periferias, nos salões, com as radiolas, com os
festivais, na Vila Palmeira, em vários clubes
de reggae. Eu comecei a frequentar e vi que
era outra coisa. A minha pesquisa foi isso. Foi
descobrir na minha pesquisa que o reggae em
São Luís, ele é tão forte, tão forte que é
diverso. Não pode ser chamado no singular
aqui, que ele é muito plural”, acrescentou a
jornalista. Karla Freire, autora de “Onde o reggae é Lei”