GINECO 5 - ISTs
GINECO 5 - ISTs
Agente etiológico
O causador da sífilis é uma Bactéria Gram
Outros sinônimos de sífilis são:
Negativa, a Espiroqueta Treponema pallidum.
Lues; A espiroqueta é um patógeno exclusivo do ser
Cancro duro; humano.
Protossifiloma;
Ela é sensível ao/à:
Calor;
Introdução Detergentes;
Antissépticos comuns;
A sífilis é uma doença infecciosa de
Suscetível a ambientes secos;
evolução sistêmica e crônica, seu principal meio
de transmissão é o ato sexual. Há outras formas de
transmissão, como a vertical (via transplacentária
ou no momento do parto), sífilis congênita. Investigação de ferida genital
Podemos ter manifestações locais ou Ao encontrarmos um paciente com
sistêmicas, os principais tecidos acometidos na ferida/úlcera genital, devemos suspeitar de 3
expansão da infecção é o cardíaco e neurológico. infecções, são elas:
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com as mesmas características do cancro duro
genital.
Após a infiltração da espiroqueta, temos a
proliferação bacteriana. A lesão primária vai surgir
neste local após o período de incubação.
Quadro clínico
A primeira forma clínica é a sífilis primária,
a qual é caracterizada pela adenopatia e pelo
protossifiloma. Após a regressão espontânea dos
sintomas, temos o início da sífilis secundária.
A Sífilis secundária é caracterizada por:
Exantema
Condlomas planos Alopécia areata
Na sífilis terciárias, temos resultados
máculopapular
negativos na pesquisa direta das lesões cutâneas.
Período assintomático, no qual temos Grupos Parceiros diagnosticados com Sífilis recente;
resultados sorológicos positivos e o portador da de Pacientes infectados pelo vírus HIV;
sífilis pode transmitir a doença para outras Risco
pessoas (ato sexual ou transfusão sanguínea). Pacientes expostos a relação sexual desprotegida;
anos e em um terço dos casos, há a cura do Homens que fazem sexo com homens;
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Negativo Positivo
Teste sorológicos Não Treponêmicos
O principal teste não treponêmico é o VDRL Descarta Baixos Títulos Altos títulos
(Pesquisa de antígenos não específicos). Algumas sífilis (1:8) (1:16)
características do VDRL:
Dispensa FTA-
FTA-abs
Está relacionado com a detecção de abs
antígenos cardiolipínicos;
Alta sensibilidade, porém baixa Não Reativo Positivo
Sífilis
(tratamento)
especificidade (Podemos ter falso-
positivos);
Falso-Positivo Sífilis atual/
o Mononucleose, Hanseníase, VDRL pregressa
Malária, LES, Leptospirose;
Positivo: após 3 a 6 semanas do Tratamento casa
não haja um
surgimento do cancro duro. prévio
o Titulações superiores ou iguais
à 1:16;
Função: Diagnóstica e controle de Tratamento
cura.
o NÃO avaliam gravidade e O tratamento da sífilis está indicado naqueles
progressão da doença casos em que temos a confirmação da sífilis, seja
pela pesquisa em campo escuro seja pela
Além do CDRL, temos o TRUST e o RPR sorologia.
como exames sorológicos não treponêmicos.
O tratamento vai depender da fase evolutiva
da sífilis (recente ou tardia).
Teste sorológicos Treponêmicos Sífilis Recente e latente
Fazemos os testes treponêmicos apenas O tratamento é o mesmo para a sífilis
quando temos VDRL (não treponêmicos) positivo. primária, secundária e latente até 1 ano. Nesses
Há as seguintes opções: casos, faremos:
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o Artralgia
o Mialgia
Penicilina G Benzatina
o Cefaleia
o 2.400.000 UI – Via IM – Dose
o Piora das lesões
única;
Será feito 1.200.000 UI em Essa reação ocorre mais no pacientes na
cada nádega. fase exantemática (manchas maculopapulosas da
sífilis primária). Para o tratamento dessa reação,
podemos usar Analgésicos e antitérmicos.
Sífilis Tardia Além disso, Devemos fazer a administração
Para os casos que tem uma evolução maior de Betametasona IM e AAS VO antes da primeira
que 1 ano é feito o seguinte esquema: dose de penicilina (Tentativa de prevenir a
reação).
Penicilina G Benzatina
o 2.400.000 UI – Via IM – Semanal
– por 3 semanas; Controle de cura/Monitorização
Dose total de 7.200.000 UI
Deve ser feito exames sorológicos a cada 3
meses no 1º anos. Nesses testes, devemos
TRATAMENTO ALTERNATIVO: encontrar valores decrescentes.
É feito para pacientes com alergia a OBS: Neurossífilis, a cada 6 meses o exame no
penicilina. Nesses casos, faremos: líquor. VDRL entre 1:2 e 1:4 podem ser
considerados cicatrizes sorológicas.
o Doxiciclina 100 mg VO 12/12
Por 15 dias Sífilis Recente Em casos de aumento dos títulos,
Por 30 dias Sífilis Tardia Realizar novamente o tratamento.
NEUROSSÍFILIS:
o Penicilina G Cristalina
3 a 4M UI, IV, 4/4h durante 14
dias
Alternativa (Alérgicos a Introdução
penicilina)
Ceftriaxona 2g IV 1x/dia É uma doença causada pelo:
por 10 a 14 dias Haemophilus ducreyi
É um Bactéria do tipo cocobacilo gram-
Reação de Jarish-Hersheimer negativa. O cancro mole também pode ser
chamada de: Cancro venéreo, úlcera mole,
É uma reação tóxica desencadeada pela cacroíde, cancro de Ducreyi.
administração da penicilina. Ela ocorre nas
primeiras 24 horas a administração da penicilina. O cancro venéreo, assim como o cancro
Os principais sintomas, são: duro, pode ser encontrado na mucosa oral e
genital.
o Febre
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É mais comumente encontrado em
homens. Mulheres portadores assintomáticas.
Diagnóstico
Para o diagnóstico da doença ulcerativa
Fisiopatologia genital, o exame mais utilizado é a:
Incubação: 4 a 7 dias:
Bacterioscopia pelo método de gram
Pápula avermelhada 24 a 48h Úlcera
dolorosa Visualização dos cocobacilos curtos
Úlceras únicas ou múltiplas, localizadas nos gram negativos;
genitais e ânus, podem ter localização Teremos uma disposição paliçadas (em
extra-genital por auto-inoculação cardumes) dos cocobacilos;
Na preparação da lâmina, devemos
OBS:
fazer o esfregaço em um único sentido;
Cancro Duro Indolor;
Além da bacterioscopia, há a opção de:
Cancro Mole Doloroso;
Cultura;
o Difícil execução;
Manifestação Clínica Sorologia;
PCR;
O cancro mole é caracterizado por o Excelente sensibilidade (95%),
ulcerações da seguinte forma: porém pouco utilizado.
Úlceras dolorosa;
Bordas e formatos irregulares; Tratamento
Regiões centrais são avermelhadas e
sujas; Azitromicina 1g -VO, dose
Presença de secreção purulenta de única
odor fétido (fundo sujo);
Ceftriaxona 500mg- IM
As úlceras quando múltiplas podem dose única
confluir e formar uma lesão única maior, como na
imagem a seguir:
Ciprofloxacino 500 mg
12/12h por 3 dias
Diagnóstico diferencial:
+ OBS:
Procite;
Retite;
Introdução Sangramentos;
Incontinência fecal ou obstipação;
É um infcção que só pode ser transmitida
Elefantíase de genitália;
por via sexual. Seu agente etiológico é:
Nunca deve ser feito a drenagem do bulbão. Em
Chlamydia trochomatis casos de incômodo, pode ser feito a punção.
É uma bactéria gram-negativa, a qual
apresenta os sorotipos L1, L2 e L3. Ela é
obrigatoriamente intracelular e possui tropismo Diagnóstico
pelo tecido linfoide.
Assim como nas demais ISTs, pode ser feito
testes diretos (imunofluorescência), ELISA, PCR e
culturas.
Manifestação Clínica
Um exame bastante utilizado é a:
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Não desenvolve qualquer doença
ou lesão;
Não apresenta risco de contágio
Posteriormente, podem vir a
expressar a doença como
condilomas ou alterações
celulares do colo uterino;
o 3) Lesão subclínica pelo HPV
Nesta fase, as alterações celulares
só são diagnosticadas por
ferramentas de rastreamento Condiloma Acuminado
Colposcopia e Colpocitologia É a lesão clínica do HPV, ele apresenta as
oncótica e teste de DNA-HPV seguintes características:
Lesão mais frequente detectadas:
neoplasia intraepitelial Quase sempre é múltiplo
do colo uterino (NIC1, Crescimento exofítico em couve-
NIC2 e NIC3) flor, de aspecto papilar vegetante
Colposcopia
Condiloma acuminado cervical
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Colpite micropapilar Posologia: aplicações
o Imagem mais comum na vagina, quinzenais seguido de 3
representada por saliências extensas dias de acetato de clostebol
nas paredes vaginais, que não se coram (até 10 aplicações);
ao teste de Schiller (Colpite Tigroide Não pode em gestantes;
DD: Tricomonas) o Imiquimob 5%
Imunomodulador tópico
age na erradicação do
Diagnóstico agente;
o Exame ginecológico Mais utilizado;
o Colpocitologia oncótica Posologia: 3 vezes na
o Colposcopia semana por até 16
o Exame histopatológico semanas;
o Testes de biologia molecular: A paciente pode aplicar;
DNA-HPV Recomendação: Aplicar nas
PCR lesões maiores, não
necessita aplicar em todas
lesões;
o Crioterapia
Tratamento o Eletrocauterização
o Ácido Tricloroacético à 40- o Eletroexcisão com cirurgia de alta
85% frequência
Efeito caustico/necrosante;
Deve ser aplicado na lesão Vacinas para HPV
com SWAB, poupando a
região sadia.
Posologia: aplicações
semanais ou quinzenais;
por até à 6 sessões; VACINAS: Não tem capacidade de promover
Pode ser usado em crianças infecção
e gestantes (não há o Quadrivalente: HPV 6, 11, 16 e 18
absorção sistêmica); Previne contra verrugas genitais
Sucesso em 81% dos e CA de colo uterino
condilomas acuminados; 9-26 anos para homens, 9-45
o Podofilotoxina (Wartec à 0,5%) anos para mulheres;
Não está mais em São as usadas no SUS
circulação; o Bivalente: HPV 16 e 18
o 5-flourouracil 5% Previne contra CA de colo uterino
Indicado para lesões de o Nonavalente: HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33,
vagina (NIVAS); 45, 52 e 58
Age na proliferação celular Não disponível no BR
inibindo a replicação viral;
Obs: O rastreio citológico nas mulheres vacinas
Efeito adverso: uso abusivo
continua o mesmo.
pode resultar em ulceras
crônicas;
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A primo-infecção pode ter:
Febre
Cefaleia
Mal estar
Mialgias
Adenopatias inguinais ou
femorais 75% dos casos
o Latência:
O vírus torna-se latente na
bainha de mielina dos nervos
periféricos (gânglios sensoriais)
Recidivas em 50% dos casos
Introdução Diagnóstico
o Doença infectocontagiosa sujeita a crises o Citopatologia (Giemsa ou papanicolau)
de repetição; Nas células infectadas o vírus
o Vírus DNA, termolábeis e sensíveis ao produz os corpúsculos de inclusão
éter, fenor e formol. Resistem bem ao intranucleares Células gigantes
resfriamento multinucleadas
Inclusões virais vidro moído
Transmissão o Histopatologia
o Sexual o Microscopia eletrônica
o Canal de parto o Imunofluorescência direta
o Gestantes infectadas o Imunoenzimático
o Contato com lesões ulceradas ou o Sondas de Ac nucléico
vesiculares é a via mais comum de o PCR
transmissão o Cultura viral
Tiificação do vírus (importante no
prognóstico)
Infecção o Sorologia IgG e IgM Não há mais lesão
ativa
o Incubação: 7 a 21 dias
o Pródromos: duram 24h
Eritema Tratamento
Ardor o Sintomático
Prurido Solução fisiológica, éter, água
Dor boricada e permanganato de
o Vesículas agrupadas: aparecem sobre a potássio
base eritematosa ATB tópico (prevenção de
Erosão após 4 a 5 dias úlceras, infecções secundárias
bastante dolorosas que Uncaria tomentosa 50mg/g
cicatrizam e formam crostas (imunomax) gel tópico
Todo o processo duram de 2 a 3 o Antivirais
semanas Primoinfecção
o Sintomas gerais
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Aciclovir 400 mg, VO,
8/8h por 7 a 10 dias;
Alternativa:
o Valaciclovir 1g, VO
12/12h por 7 a 10
dias;
o Fanciclovir – 250
mg, VO 8/8h por 7
a 10 dias
Em casos de Recidivas, devemos seguir os
seguintes esquemas:
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